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Pixinguinha

ALFREDO DA ROCHA VIANNA FILHO
(75 anos)
Flautista, Saxofonista, Orquestrador, Compositor e Arranjador

☼ Rio de Janeiro, RJ (23/04/1897)
┼ Rio de Janeiro, RJ (17/02/1973)

Alfredo da Rocha Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha, foi um flautista, saxofonista, orquestrador, compositor e arranjador brasileiro. É considerado um dos maiores compositores da Música Popular Brasileira, contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva.

Pixinguinha era filho do músico Alfredo da Rocha Vianna, funcionário dos correios, flautista e que possuía uma grande coleção de partituras de choros antigos, e de Raimunda da Rocha Vianna. Aprendeu música em casa, fazendo parte de uma família com vários irmãos músicos, entre eles o Otávio Vianna, o China. Foi ele quem obteve o primeiro emprego para o garoto, que começou a atuar em 1912 em cabarés da Lapa e depois substituiu o flautista titular na orquestra da sala de projeção do Cine Rio Branco. Nos anos seguintes continuou atuando em salas de cinema, ranchos carnavalescos, casas noturnas e no teatro de revista.

Segundo depoimento dado por Pixinguinha ao Museu da Imagem e do Som (MIS):

"Meu nome completo é Alfredo da Rocha Vianna. Nasci em 23 de abril de 1898, no bairro da Piedade. A rua não posso precisar. Para o meu irmão Léo foi na Rua Alfredo Reis, mas para o João da Baiana e o Donga, foi na Rua Gomes Serpa. O número da casa ninguém sabe ao certo. Só vendo o registro de batismo feito na Igreja de Santana. Meu pai chamava-se Alfredo da Rocha Vianna e minha mãe Raimunda da Rocha Vianna. Meu irmão Léo acha que o nome era Raimunda Maria Vianna."

Apesar das informações contidas em seu depoimento, segundo seus biógrafos Marília Trindade e Arthur de Oliveira, a certidão de batismo de Pixinguinha atesta o ano de 1897 como a data correta de seu nascimento.

Sua mãe casou-se duas vezes e teve um total de 14 filhos. O segundo marido, Alfredo da Rocha Vianna, funcionário dos Correios e Telégrafos, era músico amador. Possuía  grande arquivo de choros e com freqüência promovia em sua casa reunião de músicos entre os quais  os célebres chorões Irineu de Almeida, conhecido como Irineu Batina, Candinho Tombone, Viriato, Neco, Quincas Laranjeiras, entre outros.


Ainda na infância, recebeu  de  sua  prima  Eurídice, conhecida por Santa, o apelido de Pizindim ou Pizinguim, que significa menino bom, ou, em outra hipótese menos aceita, seria a corruptela de bexiguinha, já que quando criança, teria a face marcada por bexiga, nome  que, após várias transformações, veio a dar em Pixinguinha, com o qual  fez carreira e se tornou conhecido de todos os  brasileiros.

Iniciou seus estudos num colégio particular pertencente ao Professor Bernardes, que "dava bolinhos na gente e mandava ficar de joelhos". Transferiu-se para o Liceu Santa Tereza e deste para o Colégio São Bento onde foi sacristão.

Sua numerosa família contava com músicos como seus irmãos Otávio Vianna, o China, que tocava violão de seis e sete cordas, banjo, cantava  e declamava, Henrique e Léo que tocavam cavaquinho e violão, Edith era pianista e Hermengarda não se tornou cantora profissional devido à proibição de seu pai.

Iniciou-se na música pelas mãos de seus irmãos Léo e Henrique que o ensinaram a tocar cavaquinho. Em pouco tempo passou a acompanhar o pai, que o levava aos bailes. Por essa época, a família mudou-se para o bairro do Catumbi,  e os meninos passaram a receber aulas de música de Borges Leitão,  seu vizinho de rua.

Por volta de 1908, compôs sua primeira música, o choro "Lata de Leite". Ainda no bairro do Catumbi, a  família transferiu-se para a Rua Elione de Almeida, passando a residir  num casarão com oito quartos, quatro salas e um enorme quintal, residência que se tornou conhecida como a "Pensão Vianna", devido à bondade de seu pai que abrigava com freqüência amigos em dificuldades financeiras, como Irineu Batina, músico responsável por sua iniciação.

Sua musicalidade impressionou o pai que importou da Itália uma flauta de prata da marca Balacina Biloro, a mais famosa da época, feita por encomenda. Com rápido desenvolvimento no instrumento, Irineu Batina, na época diretor de harmonia da Sociedade Dançante e Carnavalesca Filhas da Jardineira, o levou para tocar na orquestra do rancho, em 1911.


No ano seguinte, Pixinguinha tornou-se diretor de harmonia do rancho Paladinos Japoneses, tomando parte em outro conjunto conhecido por Trio Suburbano, formado por Pedro Sá, no piano, Francisco de Assis, no violino, e por ele, na flauta.

Pixinguinha integrou o famoso grupo Caxangá, com Donga e João Pernambuco. A partir deste grupo, foi formado o conjunto Oito Batutas, muito ativo a partir de 1919.

Em 1927, casou-se com Albertina da Rocha, estrela da Companhia Negra de Revista. O casal passou a residir em uma casa alugada no subúrbio de Ramos.

Na década de 1930 foi contratado como arranjador pela gravadora RCA Victor, criando arranjos celebrizados na voz de cantores como Francisco Alves e Mário Reis. No fim da década foi substituído na função por Radamés Gnattali.

Em 1933,  diplomou-se  em teoria musical no Instituto Nacional de Música. Nesse mesmo ano, Pedro Ernesto o nomeou para o cargo de Fiscal de Limpeza Pública, desejando que Pixinguinha reunisse os colegas de repartição e fundasse uma banda, a Banda Municipal, que faria sua primeira exibição na posse do primeiro prefeito eleito do Distrito Federal, em 1934, que não seria outro senão o próprio Pedro Ernesto.

Em 1935, o casal Betty e Pixinguinha, adotou uma criança, Alfredo da Rocha Vianna Neto, o Alfredinho.

Na década de 40 passou a integrar o Regional de Benedito Lacerda, passando a tocar o saxofone tenor. Algumas de suas principais obras foram registradas em parceria com o líder do conjunto, mas hoje se sabe que Benedito Lacerda não era o compositor, mas pagava pelas parcerias.

Em maio de 1956, Pixinguinha foi homenageado pelo prefeito Negrão de Lima com  a inauguração da Rua Pixinguinha, no bairro de Olaria, onde morava.


Em 1958 sofreu uma segunda crise cardíaca, contornada pelos médicos. Ainda neste ano, recebeu o Prêmio da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, diploma concedido ao melhor arranjador pelo Correio da Manhã e pela Biblioteca Nacional. Durante sua vida, recebeu cerca de 40 troféus.

Em 1961, Jânio Quadros logo após assumir a presidência da República criou o Conselho Nacional de Cultura, e por sugestão do musicólogo Mozart de Araújo, o nomeou Conselheiro, com a nomeação publicada no Diário Oficial.

Em 1964, Pixinguinha sofreu um forte edema pulmonar. Na ocasião, assim reportou o jornal O Globo, em sua edição de 26/06/1964:

"Edema pulmonar agudo levou o músico e compositor Pixinguinha a internar-se ontem à tarde no Hospital Getúlio Vargas, onde, após ser submetido a sangria, foi posto em tenda de oxigênio. Embora seja grave o seu estado, já apresentava melhorias à noite, sempre assistido pelo filho, Alfredinho. Pixinguinha tem 66 anos, 42 dos quais dedicou à música."

Depois de submetido a uma sangria e ser colocado por cerca de cinco horas no balão de oxigênio, foi transferido, no dia seguinte para o Instituto de Cardiologia Aloísio de Castro.  Pelo período de dois anos, afastou-se das atividades artísticas. Um mês depois, o mesmo jornal publicou a seguinte nota:

"Um check-up a que será submetido hoje pelo seu médico assistente, Drº Ernâni Trota, dará a Pixinguinha o direito de deixar o Instituto de Cardiologia, onde está internado há mais de um mês, e marcará sua volta ao saxofone e ao Bar Gouveia, onde, há muitos anos, reúne-se diariamente com Donga e outros companheiros da velha guarda."

Em 1966, foi um dos primeiros a registrar depoimento para a posteridade no Museu da Imagem e do Som.

Em 1967, recebeu a Ordem de Comendador do Clube de Jazz e Bossa,  dirigido por Ricardo Cravo Albin e Jorge Guinle, além do Diploma da Ordem do Mérito do Trabalho, conferido pelo presidente da República e o 5º lugar no II Festival Internacional da Canção, onde concorreu com o choro "Fala Baixinho", feito em parceria com Hermínio Bello de Carvalho.

Em comemoração a seus 70  anos, o Conselho de Música Popular fez realizar uma exposição retrospectiva no Museu da Imagem e do Som (MIS), instituição que promoveu concerto realizado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, no qual tomaram parte Jacob do Bandolim, Radamés Gnattali e o Conjunto Época de Ouro, e do qual resultaria um LP editado pelo Museu da Imagem e do Som.

Em 1972, sua esposa faleceu, fato que lhe abalou profundamente. Nesse mesmo ano, passou a receber aposentadoria pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que lhe atenuou os problemas financeiros.

Morte e Homenagens Póstumas

Pixinguinha faleceu em 17/02/1973, vitimado por problemas cardíacos durante a cerimônia de batismo de Rodrigo Otávio, filho de seu amigo Euclides de Souza Lima, na qual seria padrinho, realizada na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, em pleno domingo de carnaval, no mesmo momento em que a famosa Banda de Ipanema começava a desfilar.

Em 1974, foi homenageado pela Escola de Samba Portela com o enredo "O Mundo Melhor de Pixinguinha", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, com o qual a escola desfilou no carnaval. Embora não ganhando, a repercussão do desfile foi muito grande. Também foi homenageado pelo Ministério da Cultura com seu nome encimando o Projeto Pixinguinha, que enviava elencos de cantores e músicos para todo o Brasil, projeto que seria reativado em 2004, pela Fundação Nacional de Artes (FUNARTE).

No dia 23 de abril comemora-se o Dia Nacional do Choro, e trata-se de uma homenagem ao nascimento de Pixinguinha. A data foi criada oficialmente em 04/09/2000, quando foi sancionada lei originada por iniciativa do bandolinista Hamilton de Holanda e seus alunos da Escola de Choro Raphael Rabello.

Em 2014, foi homenageado pela escola de samba Mocidade Unida da Mooca campeã do quarto grupo.

Pixinguinha e Louis Armstrong
Composições

  • A Pombinha (Pixinguinha e Donga)
  • A Vida É Um Buraco
  • Aberlado
  • Abraçando Jacaré
  • Aguenta, Seu Fulgêncio (Pixinguinha e Lourenço Lamartine)
  • Ai, Eu Queria (Pixinguinha e Vidraça)
  • Ainda Existe
  • Ainda Me Recordo
  • Amigo Do Povo
  • Assim É Que É
  • Benguelê
  • Bianca (Pixinguinha e Andreoni)
  • Buquê De Flores (Pixinguinha e W. Falcão)
  • Cafezal Em Flor (Pixinguinha e Eugênio Fonseca)
  • Carinhos
  • Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro)
  • Carnavá Tá Aí (Pixinguinha e Josué de Barros)
  • Casado Na Orgia (Pixinguinha e João da Baiana)
  • Casamento Do Coronel Cristino
  • Céu Do Brasil (Pixinguinha e Gomes Filho)
  • Chorei
  • Chorinho No Parque São Jorge (Pixinguinha e Salgado Filho)
  • Cochichando (PixinguinhaJoão de Barro e Alberto Ribeiro)
  • Conversa De Crioulo  (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Dança Dos Ursos
  • Dando Topada
  • Desprezado
  • Displicente
  • Dominante
  • Dominó
  • Encantadora
  • Estou Voltando
  • Eu Sou Gozado Assim
  • Fala Baixinho (Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho)
  • Festa De Branco (Pixinguinha e Baiano)
  • Foi Muamba (Pixinguinha e Índio)
  • Fonte Abandonada (Pixinguinha e Índio)
  • Fraternidade
  • Gargalhada
  • Gavião Calçudo (Pixinguinha e Cícero de Almeida)
  • Glória
  • Guiomar (Pixinguinha e Baiano)
  • Há! Hu! Lá! Ho! (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Harmonia Das Flores (Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho)
  • Hino A Ramos
  • Infantil
  • Iolanda
  • Isso É Que é Viver (Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho)
  • Isto Não Se Faz (Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho)
  • Já Andei (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Já Te Digo (Pixinguinha e China)
  • Jardim De Ilara (Pixinguinha e C. M. Costal)
  • Knock-Out
  • Lamento
  • Lamentos (Pixinguinha e Vinícius de Moraes)
  • Lá-Ré
  • Leonor
  • Levante, Meu Nego
  • Lusitânia (Pixinguinha e F. G. D.)
  • Mais Quinze Dias
  • Mama, Meu Netinho (Pixinguinha e Jararaca)
  • Mamãe Isabé (Pixinguinha e João da Baiana)
  • Marreco Quer Água
  • Meu Coração Não Te Quer (Pixinguinha e E. Almeida)
  • Mi Tristezas Solo Iloro
  • Mulata Baiana (Pixinguinha e Gastão Vianna)
  • Mulher Boêmia
  • Mundo Melhor (Pixinguinha e Vinícius de Moraes)
  • Não Gostei Dos Teus Olhos (Pixinguinha e João da Baiana)
  • Não Posso Mais
  • Naquele Tempo (PixinguinhaBenedito Lacerda e Reginaldo Bessa)
  • Nasci Pra Domador (Pixinguinha e Valfrido Silva)
  • No Elevador
  • Noite E Dia (Pixinguinha e W. Falcão)
  • Nostalgia Ao Luar
  • Número Um
  • O Meu Conselho
  • Os Batutas (Pixinguinha e Duque)
  • Os Cinco Companheiros
  • Os Home Implica Comigo (Pixinguinha e Carmen Miranda)
  • Onde Foi Isabé
  • Oscarina
  • Paciente
  • Página De Dor (Pixinguinha e Índio)
  • Papagaio Sabido (Pixinguinha e C. Araújo)
  • Patrão, Prenda Seu Gado (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Pé De Mulata
  • Poema De Raça (PixinguinhaZ. ReisBenedito Lacerda)
  • Poética
  • Por Você Fiz O Que Pude (Pixinguinha e Beltrão)
  • Pretensiosa
  • Promessa
  • Que Perigo
  • Que Querê (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Quem Foi Que Disse
  • Raiado (Pixinguinha e Gastão Vianna)
  • Rancho Abandonado (Pixinguinha e Índio)
  • Recordando
  • Rosa (Pixinguinha e Otávio de Sousa)
  • Samba De Fato (Pixinguinha e Baiano)
  • Samba De Nego
  • Samba Do Urubu
  • Samba Fúnebre (Pixinguinha e Vinícius de Moraes)
  • Samba Na Areia
  • Sapequinha
  • Saudade Do Cavaquinho (Pixinguinha e Muraro)
  • Seresteiro
  • Sofres Porque Queres
  • Solidão
  • Sonho Da Índia (PixinguinhaN. N. e Duque)
  • Stella (Pixinguinha e De Castro e Sousa)
  • Teu Aniversário
  • Teus Ciúmes
  • Triangular
  • Tristezas Não Pagam Dívidas
  • Um A Zero (Pixinguinha Benedito Lacerda)
  • Um Caso Perdido
  • Uma Festa De Nanã (Pixinguinha e Gastão Vianna)
  • Vamos Brincar
  • Variações Sobre O Urubu E O Gavião
  • Vem Cá! Não Vou!
  • Vi O Pombo Gemê (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Você É Bamba (Pixinguinha e Baiano)
  • Você Não Deve Beber (Pixinguinha e Manuel Ribeiro)
  • Vou Pra Casa
  • Xou Kuringa (PixinguinhaDonga João da Baiana)
  • Yaô Africano (Pixinguinha e Gastão Vianna)
  • Zé Barbino (Pixinguinha e Jararaca)
  • Proezas De Solon
  • Vou Vivendo

J.T. Meirelles

JOÃO THEODORO MEIRELLES
(67 anos)
Saxofonista, Arranjador e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (10/10/1940)
+ Rio de Janeiro, RJ (03/06/2008)

Foi um dos principais nomes do estilo samba-jazz - fusão dos gêneros musicais samba e jazz, que surgiu no Brasil na década de 1960.

Meirelles iniciou sua carreira profissional aos 17 anos, tocando saxofone no conjunto de João Donato. Mudou-se para São Paulo, onde atuou com o pianista Luís Loy.

Aos 23 anos, Meirelles foi o arranjador de canções do disco "Samba Esquema Novo" (1963), do então estreante Jorge Ben, entre as quais "Mas que Nada", o primeiro sucesso de Ben e uma das músicas brasileiras mais gravadas no mundo.

Com a grande repercussão no trabalho com Jorge Ben, Meirelles recebeu convite, por parte do produtor musical Armando Pittigliani, da Companhia Brasileira de Discos (atualmente Universal Music), para integrar o cast de artistas da gravadora. Desta maneira, Meirelles pôde fazer seus próprios discos instrumentais, sem pressões comerciais ou artísticas por parte de gravadora. De volta ao Rio de Janeiro, Meirelles recrutou talentosos músicos ligados à bossa nova - Luiz Carlos Vinhas, Dom Um Romão, Manoel Gusmão e Pedro Paulo - e formou o conjunto instrumental "Os Copa 5", que lançou o álbum "O Som" (1964) e com o qual se apresentou no Bottle's Bar do Beco das Garrafas, executando suas próprias composições.

No ano seguinte, produziu "O Novo Som", com uma formação totalmente renovada, que teve Eumir Deodato, Edison Machado, Roberto Menescal e Waltel Branco.

Depois de 1965, Meirelles passaria um longo período sem compor. O músico voltou a cena somente em 2002, com o lançamento de "Samba-Jazz", com dez novas composições. Em 2005, veio "Esquema novo", com quatro faixas inéditas e regravações de sua carreira.

Em junho de 2008, aos 67 anos, João Theodoro faleceu em decorrência de problemas no estômago.

Fonte: Wikipédia

Paulo Moura

PAULO MOURA
(77 anos)
Compositor, Arranjador, Saxofonista, Clarinetista de Choro, Samba e Jazz

* São José do Rio Preto, SP (15/07/1932)
+ Rio de Janeiro, RJ (12/07/2010)

Moura era considerado um dos principais nomes da música instrumental do Brasil.

Paulo Moura fez muitas parcerias com a cantora Maysa de 1969 a 1975.

Em 1982, compôs a trilha sonora do filme "O Bom Burguês", dirigido por Oswaldo Caldeira.

Em 2005 fez turnê nacional e internacional do espetáculo Homenagem a Tom Jobim, ao lado de Armandinho, Yamandú Costa e Marcos Suzano.

Participou do documentário Brasileirinho, do finlandês Mika Kaurismaki, que em 2005 foi uma das atrações da mostra Fórum do Festival de Berlim. Sua última apresentação foi no Copacabana Palace em um evento da Sachal Records.

O músico estava internado na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, desde o dia 4 de julho com um Linfoma (Câncer do Sistema Linfático), e faleceu 8 dias depois.

Fonte: Wikipédia


Tom Jobim

ANTÔNIO CARLOS BRASILEIRO DE ALMEIDA JOBIM
(67 anos)
Cantor, Compositor, Maestro, Pianista, Arranjador e Violonista

☼ Rio de Janeiro, RJ (25/01/1927)
┼ Nova York, Estados Unidos (08/12/1994)

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim era filho de Jorge de Oliveira Jobim e de Nilza Brasileiro de Almeida, nascido na Tijuca, Rio de Janeiro, em 25/01/1927. Mudou-se para Ipanema em 1931 e lá viveu com os avós maternos, Mimi e Azor, os pais e sua única irmã, Helena Jobim.

Depois da morte prematura do pai, sua mãe casou-se com Celso Frota Pessoa, que lhe deu muito incentivo para a vida musical, chegando a lhe presentear com um piano. Em 1940, sua mãe fundou o Colégio Brasileiro de Almeida.

Tom Jobim iniciou seus estudos de música em 1941, com aulas de piano com o professor Hans Joachim Koellreuter. Estudou, ainda, com Lúcia Branco, Tomás Terán, Leo Peracchi e Alceu Bocchino. Cursou a Faculdade de Arquitetura, chegando a trabalhar em um escritório, por um curto período.

Em 1949, casou-se com Thereza Hermanny e, no ano seguinte, nasceu seu primeiro filho, Paulo Jobim, que se tornaria músico como o pai.

Em 1953, mudou-se para o apartamento 201 da Rua Nascimento Silva, 107, em Ipanema, endereço que viria a ser tema da música "Carta ao Tom 74", de Toquinho e Vinicius de Moraes.

Em 1957, nasceu Elizabeth Jobim, sua primeira filha, que se tornaria artista plástica e participaria da Banda Nova, grupo que o acompanhou nos últimos anos de sua carreira, atuando no coro feminino característico de seus últimos trabalhos.

Em 1962, mudou-se, com a família, para a casa da Rua Barão da Torre, em Ipanema. Seu primeiro neto, Daniel Jobim, nasceu em 1973. Tornou-se músico e, após a morte do avô, formou, ao lado do pai, Paulo Jobim, de Jaques e Paula Morelenbaum, o quarteto Jobim-Morelenbaum.

Em 1976, nasceu Dora, irmã de Daniel Jobim. Foi neste ano que Tom Jobim conheceu a fotógrafa Ana Beatriz Lontra, então com 19 anos, com quem saiu em lua-de-mel, em 1978, vindo a se casar, oficialmente, somente em 1986. Ana lhe deu mais dois filhos: João Francisco, em 1979, e Maria Luiza Helena, em 1987. Ana Beatriz Lontra também participou do coro feminino da Banda Nova, acompanhando o marido em shows e gravações, e lançou, em 1988, um livro de fotos sobre o maestro intitulado "Ensaio Poético".

Em 1998, morreu, aos 18 anos, João Francisco, seu primeiro filho com Ana Jobim, em conseqüência de um acidente de carro no Rio de Janeiro.


Carreira

No início de sua carreira, trabalhou como pianista em casas noturnas cariocas, como Drink, Bambu Bar, Arpège, Sacha's, Monte Carlo, Night And Day, Casablanca, Tasca e Alcazar. Muitas vezes revezava com Newton Mendonça de quem se tornou grande amigo e com quem iniciou uma bem sucedida parceria musical, que gerou canções como "Desafinado""Samba de Uma Nota Só", entre outras.

Em 1952 foi contratado pela Continental Discos, com a função de fazer transcrições de músicas para registro. Decidido a trocar a vida boêmia e noturna pela diurna, declarou:

"Resolvi mudar de vida, de repente. Para ser bicho diurno, arranjei emprego na Continental Discos. Levava a minha pastinha, com algumas partituras. Alguém cantava uma música, batendo na caixa de fósforo, e eu punha a melodia no papel."
(Jobim, Helena p. 85)
O primeiro registro fonográfico de uma composição de sua autoria ocorreu em 1953, quando sua canção "Incerteza" (Tom JobimNewton Mendonça) foi lançada pela gravadora Sinter, no disco de 78 rpm de Mauricy Moura. Nesse mesmo ano, Ernâni Filho gravou, também pela Sinter, "Pensando Em Você" e "Faz Uma Semana" (Tom Jobim e Juca B. Stockler). Em seguida, atuou como arranjador, auxiliado, no início, pelo maestro Radamés Gnattali.

Seus primeiros arranjos gravados pela Continental foram em discos de 78 rpm. O primeiro foi para a composição "Outra Vez", também de sua autoria, gravada por Dick Farney, em 1954. Fez arranjo, ainda para músicas gravadas por Dóris Monteiro, Nora Ney, Orlando Silva, Dalva de Oliveira, entre vários outros.

Seu primeiro sucesso foi "Tereza da Praia" (Tom Jobim e Billy Blanco), gravada em 1954 por Dick Farney e Lúcio Alves. Também nesse ano, lançou, com Billy Blanco, o LP "Sinfonia do Rio de Janeiro", pela Continental, com arranjos de Radamés Gnattali. Essa obra foi incluída, mais tarde, na trilha do filme "Esse Rio Que Eu Amo", de Carlos Hugo Christensen. Ainda em 1954, teve músicas gravadas por Nora Ney, Elizeth CardosoLúcio Alves, entre outros. A partir de então, suas músicas vêm sendo gravadas, ano após ano, por centenas de artistas nacionais e estrangeiros.



Com o prestígio cada vez maior, foi chamado para comandar, em São Paulo, o programa "Bom Tom", no qual recebia convidados como Lúcio AlvesSylvia Telles, entre outros.

Em 1956, foi apresentado a Vinicius de Moraes, que viria a se tornar seu parceiro mais importante. O encontro se deu através de Lúcio Rangel, no Bar Gouveia, em frente à Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro. Nessa ocasião, foi convidado por Vinicius de Moraes a musicar a peça "Orfeu da Conceição". O espetáculo estreou no dia 25/09/1956, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e, no mesmo ano, foi lançado o LP da peça. Ainda em 1956, começou a trabalhar na gravadora Odeon, como diretor artístico. Além de Vinicius de Moraes, teve outros parceiros importantes. Com Dolores Duran compôs "Se é Por Falta de Adeus", "Estrada do Sol" e "Por Causa de Você", um repertório pequeno, mas bastante expressivo na Música Popular Brasileira.

Em 1957, foi lançado, pela Odeon, o LP "Carícia", de Sylvia Telles, com o samba-canção "Foi a Noite" (Tom Jobim e Newton Mendonça). Nesse ano, recebeu, da prefeitura do Distrito Federal, o prêmio de Melhor Compositor.

Compôs, com Vinicius de Moraes, a canção "Chega de Saudade", que marcou o início da bossa nova e que foi lançada por Elizeth Cardoso, em 1958, no emblemático LP "Canção do Amor Demais", para o qual assinou os arranjos e a direção musical. Nesse disco, João Gilberto aparece pela primeira vez em gravação, tocando, no violão, a batida que caracterizaria a bossa nova - nas faixas "Chega de Saudade" e "Outra Vez". Também nesse ano, compôs a trilha sonora para o filme de Haroldo Costa "Pista de Grama", no qual apareceu tocando piano ao lado de João Gilberto, ao violão, e Elizeth Cardoso, interpretando a música "Eu Não Existo Sem Você", de sua parceria com Vinicius de Moraes. Ainda em 1958, Sylvia Telles gravou o LP "Amor de Gente Moça", contendo nove composições inéditas de sua autoria, e a soprano Lenita Bruno lançou o LP "Por Toda a Minha Vida", contendo canções de Tom JobimVinicius de Moraes. Também nesse ano, recebeu diversos prêmios como compositor, entre eles o Microfone de Ouro, da Radiolândia.

Compôs, em 1960, com Vinicius de Moraes, a pedido do então presidente Juscelino Kubitschek, "Brasília, Sinfonia da Alvorada" e, no ano seguinte, a trilha sonora para o filme "Porto das Caixas" (1962), de Paulo César Saraceni.

Ainda com Vinicius de Moraes, compôs, em 1962, uma das músicas mais gravadas em todo o mundo: "Garota de Ipanema". Nesse mesmo ano, realizou show no restaurante Au Bon Gourmet, em Copacabana, Rio de Janeiro, ao lado de Vinicius de Moraes, João Gilberto, Os Cariocas e dos músicos Otávio Bailly (contrabaixo) e Milton Banana (bateria). Nesse show, suas músicas "Só Danço Samba""Garota de Ipanema", ambas parceria com Vinicius de Moraes, e "Samba do Avião", entre outras, foram ouvidas pela primeira vez pelo público. Recebeu prêmio conferido por The National Academy of Recordings Arts And Sciences, na categoria Best Background Arrangement, pelo disco "João Gilberto". Ainda em 1962, viajou pela primeira vez aos Estados Unidos, onde participou, ao lado de outros artistas brasileiros, do Show da Bossa Nova, apresentado no Carnegie Hall de Nova York.



Lançou, nos Estados Unidos, os LPs "The Composer Of Desafinado Plays" (Verve, 1963), com arranjos de Claus Oggerman, e "The Wonderful World Of Antonio Carlos Jobim" (Warner Bros, 1964). Seu sucesso nos Estados Unidos foi tão grande que, ainda no início da década de 1960, teve uma versão instrumental de "Desafinado" gravada por Stan Getz e Charles Byrd, que chegou a vender um milhão de cópias.

Em 1964, foi para Los Angeles encontrar-se com Ray Gilbert, que faria as versões de suas músicas para o inglês.  Em visita ao Rio de Janeiro, o cantor de bossa nova norte-americano Paul Winter fez uma interessante revelação: Por conta do sucesso de suas músicas, Tom Jobim vinha sendo constantemente assediado por Frank Sinatra, que tentava convencê-lo a permitir a reedição de suas composições nos Estados Unidos.

Em 1965 lançou os LPs "Antônio Carlos Jobim" e "A Certain Mr. Jobim", pela Warner Bros, ambos com arranjos de Claus Ogerman.

Em 1967 gravou com Frank Sinatra o LP "Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim". Ainda nesse ano, compôs a trilha sonora para o filme "Garota de Ipanema", de Leon Hirszman. Também em 1967 recebeu indicação para o Grammy.

Em 1968 venceu o III Festival Internacional da Canção (FIC), realizado no Rio de Janeiro, com a música "Sabiá" (Tom Jobim e Chico Buarque), tirando o primeiro lugar na fase nacional e na fase internacional, sob vaias do público, que torcia pela canção "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores", de Geraldo Vandré. Ainda nesse ano, logo depois de chegar de uma bem sucedida viagem aos Estados Unidos, gravou depoimento para o Museu da Imagem e do Som, coordenado pelo então diretor Ricardo Cravo Albin, auxiliado por Vinicius de Moraes, Dori Caymmi, Chico Buarque e Oscar Niemeyer.

Em 1969, compôs mais uma trilha para o cinema, desta vez para o filme "Os Aventureiros". A trilha foi gravada em Londres, com arranjos e regência de Eumir Deodato. Em seguida, assinou a trilha sonora dos filmes "Tempo de Mar", dirigido por Pedro de Moraes, filho de Vinicius de Moraes, e "A Casa Assassinada", de Paulo César Saraceni.

Em 1970, Tom Jobim lançou o LP "Stone Flower", com arranjos de Eumir Deodato, que também foi o arranjador do LP de Frank Sinatra, "Sinatra & Cia", lançado no ano seguinte, que continha cinco músicas de sua autoria.




Uma das canções mais representativas de sua trajetória como compositor é "Águas de Março", cuja primeira gravação saiu em um compacto encartado no semanário O Pasquim, em 1972. A música contaria depois com a célebre gravação que fez em dueto com Elis Regina, no disco "Elis & Tom", gravado em Los Angeles e lançado em 1974.

Recebeu, por três vezes, o prêmio da Broadcast Music Inc. (BMI), como Great National Popularity, com "The Girl From Ipanema", versão de "Garota de Ipanema", em 1970. "Meditation", versão de "Meditação", em 1974, e "Desafinado", em 1977.

Gravou, com Miúcha, em 1978, o LP "Miúcha & Antônio Carlos Jobim".

Sua composição "Luiza" foi tema de abertura da novela "Brilhante", da TV Globo, em 1981.

Ainda na década de 1980, compôs a trilha sonora dos filmes "Eu Te Amo", de Arnaldo Jabor, e "Gabriela", dirigido por Bruno Barreto. Com Chico Buarque, compôs a trilha do filme "Para Viver Um Grande Amor", de Miguel Faria. Recebeu o prêmio Shell na categoria Melhor Compositor do ano de 1982, na festa realizada na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro.

Em 1984, foi convidado pelo diretor Marco Altberg para fazer a trilha sonora do filme "Fonte da Saudade", baseado no romance "Trilogia do Assombro", de Helena Jobim. Com esta trilha, ganhou o Kikito de Melhor Música no Festival de Gramado. Nesse mesmo ano, fez a trilha para o filme "O Tempo e o Vento", baseado no romance homônimo de Érico Veríssimo. Ainda em 1984, formou a Banda Nova, grupo que o acompanharia em shows e gravações até o fim de sua vida. Ao lado de Paulo Jobim (violão), Danilo Caymmi (flauta e voz), Jaques Morelenbaum (violoncelo), Tião Neto (baixo), Paulo Braga (bateria) e do coro formado por Ana Jobim, Elizabeth Jobim, Paula Morelenbaum, Maucha Adnet e Simone Caymmi, realizou show no Carnegie Hall, em Nova York.

Em 1985, junto com a Banda Nova, apresentou-se, com João Gilberto, na abertura do Festival de Montreux, na Suíça. Nesse ano, ganhou o título de "Grand Commandeur Da Ordre Des Arts Et Des Lettres", concedido pelo governo francês, através de seu Ministério da Cultura.

Tom Jobim e Vinicius de Moraes no Catetinho
Em 1986, recebeu o prêmio Millionaired Songs, conferido pela Broadcast Music Inc. (BMI) aos autores de canções que foram ao ar mais de um milhão de vezes. Nesse mesmo ano, compôs a trilha sonora para o filme "Brasa Adormecida", dirigido por Djalma Limonji Batista. Ainda em 1986, compôs "Anos Dourados", que foi tema de abertura da minissérie homônima exibida pela TV Globo e que, posteriormente, ganhou letra de Chico Buarque. Também nesse ano, lançou com a Banda Nova, o LP "Passarim", pelo qual recebeu o primeiro Disco de Ouro de sua carreira e os Prêmios Sharp de Melhor Disco MPB e Melhor Música do ano.

Em 1987, participou do disco "Há Sempre um Nome de Mulher", álbum duplo dedicado à campanha do aleitamento materno e do qual se venderam 600.000 cópias apenas nas agências do Banco do Brasil. A gravação foi realizada em sua própria casa, tocando apenas ao piano a canção "Luiza", registro considerado um dos seus melhores momentos como cantor. No encarte do disco, o produtor Ricardo Cravo Albin escreveu:


"Tom é hoje uma coleção completa de boa parte do que ocorreu com a MPB de 1956 para cá."

Em 1990, tornou-se membro da Academia Nacional de Música Popular Americana. Foi ainda nomeado reitor e, depois, presidente do Conselho Diretor da Universidade Livre de Música, situada em São Paulo, e Doutor Honoris-Causa pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Mais tarde, recebeu o mesmo título da Universidade de Lisboa.

Foi homenageado pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira, em 1992, com o samba-enredo "Se Todos Fossem Iguais a Você", título da canção que fez em parceria com Vinicius de Moraes.

Tom Jobim gravou inúmeros programas para as TVs brasileiras e americanas, entre os quais o especial com Milton Nascimento, exibido, em 1993, pela TV Bandeirantes.

Em 1994, realizou mais uma apresentação no Carnegie Hall, desta vez ao lado do guitarrista Pat Metheny e do pianista Herbie Hancock, e lançou o último trabalho de sua carreira, o CD "Antônio Brasileiro", pelo qual recebeu os Prêmios Sharp de Melhor Disco Música Popular Brasileira e Melhor Música-Samba, com "Piano na Mangueira", composta em parceria com Chico Buarque. O CD foi, também, contemplado com o Prêmio Grammy, na categoria Best Latin Jazz Performance. Ainda em 1994, a prefeitura do Rio de Janeiro concedeu-lhe a Medalha Pedro Ernesto.



Morte

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim morreu no dia 08/12/1994, em Nova York. Ele teve uma parada cardíaca, depois de complicações pós-operatórias. Tom Jobim havia feito uma cirurgia para retirar dois tumores na bexiga, realizada no Hospital Mount Sinai. Ele sofreu um infarto antes de se submeter a uma angioplastia, que deixaria seu coração em condições de suportar uma operação de grande porte, como a para extirpar o câncer na bexiga.

Manuel Bandeira, Chico Buarque, Tom Jobim e Vinícius de Moraes
Legado

Em 1996, Helena Jobim lançou o livro "Um Homem Iluminado", uma biografia do irmão. No ano seguinte, Sérgio Cabral publicou "Antonio Carlos Jobim - Uma Biografia". O selo Revivendo, de Curitiba, PR, lançou o CD "Meus Primeiros Passos e Compassos", contendo as primeiras gravações de suas músicas.

Em 2000, foi lançada a caixa "Raros Compassos" (Revivendo), contendo três CDs com músicas do início de sua carreira, interpretadas por vários artistas. Nesse mesmo ano, foi lançado o CD "Tom Canta Vinicius", com a gravação ao vivo do show realizado no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, em janeiro de 1990. A cantora Gal Costa lançou, ainda, um CD interpretando suas composições, projeto que idealizou quando o maestro ainda vivia.

Diversas homenagens póstumas foram realizadas, como a polêmica mudança do nome da Avenida Vieira Souto, situada em Ipanema, para Avenida Tom Jobim. Com isso se criaria a esquina Tom Jobim com Vinicius de Moraes, antiga Rua Montenegro, onde situava-se o Bar do Veloso, hoje Garota de Ipanema, muito frequentado por Tom JobimVinicius de Moraes, e onde nasceu a inspiração para compor "Garota de Ipanema". As placas chegaram a ser trocadas, mas a família Vieira Souto apelou para a justiça e a troca foi desfeita. Mais tarde, o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro passou a se chamar Aeroporto Internacional Maestro Antônio Carlos Jobim, por pressão junto ao Congresso Nacional de uma comissão de notáveis, formada por Chico Buarque, Oscar Niemeyer, João Ubaldo Ribeiro, Antônio Cândido, Antônio Houaiss e Edu Lobo, criada e pessoalmente coordenada pelo crítico Ricardo Cravo Albin. Foi criado o Parque Tom Jobim, na Lagoa Rodrigo de Freitas e lançada a caixa "Tom Jobim - Inédito", contendo dois CDs.

Em 2000, foi lançada a edição de luxo do "Cancioneiro Jobim", contendo partituras de 42 de suas composições, textos biográficos, fotos e reproduções de manuscritos. Esgotada a primeira edição, a publicação ganhou novo formato, dividido em dois volumes, um contendo texto biográfico e imagens e o outro contendo as partituras.

Em 2001, foi lançado o "Cancioneiro Jobim - Obras Completas", reunindo partituras e letras de todas as músicas do maestro divididas em 5 volumes, com ilustração de Elizabeth Jobim. Nesse mesmo ano, foi inaugurado, com a exposição "Nas Trilhas do Tom", o Instituto Antonio Carlos Jobim, presidido por Paulo Jobim e dirigido por Ana Lontra Jobim, Elizabeth Jobim e Wanda Mangia Klabin, tornando acessível a músicos e pesquisadores a obra e o acervo particular do compositor.


Em 2003, foram lançados o CD e o DVD "Jobim Sinfônico", contendo suas peças orquestrais. O projeto foi idealizado e produzido por Mario Adnet e Paulo Jobim, registrando o espetáculo homônimo gravado em 2002, na Sala São Paulo, em São Paulo, com a Orquestra Sinfônica de São Paulo, sob a regência de Roberto Minczuk, assistente da Filarmônica de Nova York, e a participação de Milton Nascimento e 80 músicos. Ainda em 2003, chegou às livrarias o "Cancioneiro Vinicius de Moraes: Orfeu" (Jobim Music), songbook do espetáculo "Orfeu da Conceição", encenado em 1956 no Teatro Municipal, trazendo 14 partituras das canções compostas com Vinicius de Moraes para o musical, além de desenhos de Carlos Leão e Carlos Scliar, cartazes, críticas, capas de discos, textos de Sérgio Augusto, Susana de Moraes, Paulo Jobim e Cacá Diégues, uma edição assinada por Maria Lúcia Rangel dos textos do poeta sobre a criação da peça e a correspondência mantida com Vinicius de Moraes sobre a primeira adaptação da obra para o cinema, realizada por Marcel Camus, em 1959, com o título de "Orfeu Negro".

Em 2004, o crítico Ricardo Cravo Albin propôs à Associação Comercial do Rio de Janeiro que se promovesse junto ao Aeroporto Maestro Antônio Carlos Jobim um memorial a ele dedicado, por ocasião dos 10 anos de seu falecimento.

Entre os artistas estrangeiros que gravaram suas canções estão Frank Sinatra, Miles Davis, Stan Getz, Quincy Jones, Dizzie Gillespie, Charlie Byrd, Sara Vaughan, Clare Fischer, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong, Oscar Peterson, Joe Pass, Sting, entre outros.

Em 2004, foi lançado o CD "Antonio Carlos Jobim em Minas ao Vivo Piano e Voz", registro do recital apresentado pelo compositor, em 1981, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.

Em 2005, "The Girl From Ipanema" histórica gravação de Astrud Gilberto, ao lado de João Gilberto, Stan Getz e do próprio compositor, realizada em 1963, foi escolhida como uma das 50 grandes obras musicais da humanidade pela Biblioteca do Congresso Americano. Também em 2005, a Jobim Biscoito Fino relançou o álbum duplo "Tom Jobim Inédito". O disco, gravado em 1987 para a Odebrecht, com produção de Jairo Severiano e Vera Alencar, teve distribuição comercial em tiragem limitada, no final de 1995.

Tom Jobim e Elis Regina, 1974
Em 2006, foi lançado, também pela Jobim Biscoito Fino, o DVD "Tom Jobim ao Vivo em Montreal", registro do show gravado em 1986, no Festival Internacional de Jazz daquela cidade. Ao lado do compositor, os músicos Jaques Morelenbaum (violoncelo), Paulo Jobim (violão), Danilo Caymmi (flauta), Tião Neto (Contrabaixo), Paulo Braga (bateria), e do vocal de Paula Morelenbaum, Maucha Adnet, Simone Caymmi, Ana Jobim e Elizabeth Jobim. O DVD traz ainda uma entrevista concedida pelo compositor em sua casa, no bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, em 1981, ao jornalista Roberto D'Ávila.

Em 2007, a gravadora Biscoito Fino lançou o CD "Tom Jobim ao Vivo em Montreal", contendo o áudio do DVD homônimo, lançado no ano anterior. No repertório, suas canções "Água de Beber", "Chega de Saudade", "A Felicidade" e "Garota de Ipanema", todas com Vinicius de Moraes, "Samba de Uma Nota Só" (Tom Jobim e Newton Mendonça), "Two Kites", "Wave", "Borzeguim", "Falando de Amor", "Gabriela", "Samba do Avião" e "Waters Of March".

Em 2007 foi lançado o DVD "A Casa do Tom - Mundo, Monde, Mondo", filme de Ana Jobim que conta a história de amor do compositor com a música, a família e a natureza. Narrado pela própria Ana Jobim, o documentário inclui falas, fotos, filmes caseiros e filmes profissionais, poemas, uma longa entrevista e uma trilha sonora composta de 24 músicas.

Em 2010, foi relançado o CD "Minha Alma Canta", com interpretações suas de músicas de outros compositores, gravadas ao lado de amigos como Edu Lobo, Chico Buarque e Gal Costa para alguns dos songbooks produzidos por Almir Chediak. Nesse mesmo ano, a remontagem do musical "Orfeu da Conceição", com trilha sonora de sua parceria com Vinicius de Moraes, estreou turnê nacional no Canecão, Rio de Janeiro, com direção geral de Aderbal Freire-Filho e direção musical de Jaques Morelenbaum e Jaime Alem, com elenco formado por Érico Brás, Wladimir Pinheiro, Jéssica Barbosa e Isabel Fillardis, coreografia de Carlinhos de Jesus e figurino de Kika Lopes.


Em 2011, o musical "Passarim - As Peripécias de um Sabiá Apaixonado Por Luiza", com direção e roteiro de Rony Guilherme, estreou no Teatro das Artes, no Rio de Janeiro, com canções de sua autoria, entre as quais "Eu Sei Que Vou Te Amar" (Tom JobimVinicius de Moraes), "Imagina" (Tom Jobim e Chico Buarque), "Brasil Nativo", "Borzeguim", "Passarim" e "Wave". Nesse mesmo ano, numa parceria do Instituto Cultural Cravo Albin com o selo Discobertas, foi lançado o box "100 Anos de Música Popular Brasileira", contendo 4 CDs duplos, com áudio restaurado por Marcelo Fróes da coleção de 8 LPs da série homônima produzida por Ricardo Cravo Albin, em 1975, com gravações raras dos programas radiofônicos "MPB 100 ao Vivo" realizadas no auditório da Rádio MEC, em 1974 e 1975. O compositor participou do volume 5 da caixa, com suas canções "Se é Por Falta de Adeus" (Tom Jobim e Dolores Duran), na voz de Dóris Monteiro, "Foi a Noite" (Tom Jobim e Marino Pinto), na voz de Lúcio Alves, "Desafinado" (Tom Jobim e Newton Mendonça), na voz de Alaíde Costa, e ainda com  as seguintes canções em parceria com Vinicius de Moraes: "Se Todos Fossem Iguais a Você", "Eu Sei Que Vou Te Amar" e "A Felicidade", todas na voz de Lúcio Alves, "Eu Não Existo Sem Você", na voz de Alaíde Costa, e "Garota de Ipanema", interpretada em dueto por Johnny Alf e Alaíde Costa.

Em 2012, estreou no Brasil o documentário "A Música Segundo Tom Jobim", de Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim, com roteiro de Nelson Pereira dos Santos e Miúcha, após passar pelos festivais de Nova York, Copenhague, Santa Maria Feira, em Portugal, e ainda pelo Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, considerado como o mais importante festival mundial do gênero. Nesse mesmo ano, foi lançado o livro "Histórias de Canções - Tom Jobim", de Wagner Homem e Luiz Roberto Oliveira (Leya Brasil). Pelo conjunto de sua obra, foi homenageado com o Lifetime Achievement Award do Grammy 2012, premiação pela primeira vez conferida a um artista brasileiro.

Em 2013, entrou no circuito cinematográfico o documentário "A Luz do Tom", de Nelson Pereira dos Santos, no qual o compositor tem sua vida narrada por vozes femininas. Nesse mesmo ano, foi o homenageado da 24ª edição do Prêmio da Música Brasileira. O evento contou com a participação de vários artistas, entre os quais Gal Costa, João Bosco, Ney Matogrosso e Leny Andrade, que interpretaram canções de sua autoria.

Em 2014, em comemoração aos 20 anos de sua morte, foi inaugurada uma estátua sua em tamanho real na orla da praia de Ipanema, próximo ao Arpoador, no Rio de Janeiro. A escultora Christina Motta afirmou que se baseou em uma antiga foto de Tom Jobim com o amigo Vinicius de Moraes para fazer a estátua, que demorou 4 meses para ficar pronta e foi encomendada pela Prefeitura do Rio de Janeiro. O evento contou com a participação do Sexteto Terra Brasilis, convidado pela família do músico.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB

Sivuca

SEVERINO DIAS DE OLIVEIRA
(76 anos)
Instrumentista, Maestro, Arranjador, Compositor, Orquestrador e Cantor

* Itabaiana, PB (26/05/1930)
+ João Pessoa, PB (14/12/2006)

Sivuca foi um dos maiores artistas do século XX, responsável por revelar a amplitude e a diversidade da sanfona nordestina no cenário mundial da música. Exímio executante da sanfona, multi-instrumentista, maestro, arranjador, compositor, orquestrador e cantor.

Sivuca contribuiu significativamente para o enriquecimento da música brasileira, ao revelar a universalidade da música nordestina e a nordestinidade da música universal. É reconhecido mundialmente por seu trabalho. Suas composições e trabalhos incluem, dentre outros ritmos, choros, frevos, forrós, baião, música clássica, blues, jazz, entre muitos outros.

Ganhou a sanfona de presente do pai em 13 de junho de 1939, num dia de Santo Antônio, aos nove anos. A partir daí, a inseparável companheira o levaria para mundos desconhecidos. Aos quinze anos, ingressou na Rádio Clube de Pernambuco, em Recife. Em 1948, fez parte do cast da Rádio Jornal do Commércio.

Em 1951, gravou o primeiro LP em 78 rotações, pela Continental, com "Carioquinha Do Flamengo" (Waldir Azevedo, Bonfíglio de Oliveira) e "Tico-Tico No Fubá" (Zequinha de Abreu). Neste mesmo ano, lançou o primeiro sucesso nacional, em parceira com Humberto Teixeira, "Adeus, Maria Fulô", que foi regravado numa versão psicodélica pelos Mutantes, nos anos 60.

A partir de 1955, passou a morar no Rio de Janeiro. Após apresentações na Europa como acordeonista de um grupo chamado Os Brasileiros, chegou a morar em Lisboa e Paris, a partir de 1959. É considerado o melhor instrumentista de 1962 pela imprensa parisiense. Gravou o disco "Samba Nouvelle Vague" (Barclay), com vários sucessos de bossa-nova.


Morou em Nova York de 1964 a 1976, onde, entre outros trabalhos, foi autor do arranjo do grande sucesso "Pata Pata", de Miriam Makeba, com quem então excursionou pelo mundo até o fim da década de 60. Compôs trilhas para os filmes "Os Trapalhões Na Serra Pelada" (1982) e "Os Vagabundos Trapalhões" (1982).

Um dos discos mais emblemáticos da carreira do artista foi o "Sivuca Sinfônico" (Biscoito Fino, 2006), em que ele toca ao lado da Orquestra Sinfônica do Recife sete arranjos orquestrais de sua autoria, um registro inédito, único e completo de sua obra erudita. As composições sinfônicas de Sivuca são absolutamente singulares na música erudita brasileira, porque o artista inseriu a sanfona como o instrumento principal de sua obra.

Em 2006 o músico lançou o DVD "Sivuca - O Poeta do Som", que contou com a participação de 160 músicos convidados. Foram gravadas 13 faixas, além de duas reproduzidas em parceria com a Orquestra Sinfônica da Paraíba.

Sivuca faleceu em 14 de dezembro de 2006, depois de dois dias internado para tratamento de um Câncer na Garganta, que já o acometia desde 2004.

Sivuca deixou uma filha, Flávia, que atualmente está levantando o acervo do pai, e mais três netos, Lirah, Lívia e Pedro, e viúva, a cantora e compositora Glorinha Gadelha.

Acervo Musical

Muitas partituras de Sivuca foram doadas por sua viúva, Glória Gadelha ao acervo da Fundação Joaquim Nabuco, do Recife. A doação a uma instituição pernambucana deveu-se a uma dívida de gratidão que o próprio Sivuca dizia ter com o Recife em sua formação musical.

Discografia

  • 1956 - Motivo Para Dançar
  • 1957 - Motivo Para Dançar Nº 2 - Sivuca e Seu Conjunto
  • 1965 - Rendez-Vous A Rio
  • 1968 - Golden Bossa Nova Guitar
  • 1968 - Sivuca
  • 1969 - Putte Wickman & Sivuca
  • 1969 - Sivuca
  • 1970 - Joy - Trilha Sonora do Musical - Oscar Brown Jr. / Jean Pace / Sivuca
  • 1972 - Sivuca
  • 1973 - Live At The Village Gate
  • 1977 - Sivuca E Rosinha De Valença Ao Vivo
  • 1978 - Sivuca
  • 1980 - Forró E Frevo
  • 1980 - Cabelo De Milho
  • 1982 - Forró E Frevo Vol. 2
  • 1982 - Vou Vida Afora
  • 1983 - Onça Caetana
  • 1983 - Forró E Frevo Vol. 3
  • 1984 - Forró E Frevo Vol. 4
  • 1984 - Sivuca & Chiquinho Do Acordeon
  • 1985 - Som Brasil
  • 1986 - Chiko's Bar - Toots Thielemans & Sivuca
  • 1986 - Rendez-Vous In Rio - Sivuca / Toots Thielemans / Silvia
  • 1987 - Sanfona E Realejo
  • 1987 - Let's Vamos - Sivuca & Guitars Unlimited
  • 1990 - Um Pé No Asfalto, Um Pé Na Buraqueira
  • 1993 - Pau Doido
  • 1997 - Enfim Solo
  • 2004 - Cada Um Belisca Um Pouco - Sivuca / Dominguinhos / Oswaldinho
  • 2004 - Sivuca e Quinteto Uirapuru - Sivuca / Quinteto Uirapuru (Kuarup, 2004)
  • 2006 - Sivuca Sinfônico - Sivuca / Orquestra Sinfônica do Recife
  • 2006 - Sivuca - O Poeta Do Som
  • 2007 - Terra Esperança

Fonte: Wikipédia
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