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Severino Filho

SEVERINO DE ARAÚJO SILVA FILHO
(88 anos)
Cantor, Instrumentista, Produtor e Arranjador

☼ Belém, PA (1928)
┼ Rio de Janeiro, RJ (01/03/2016)

Severino de Araújo Silva Filho foi um cantor, instrumentista, produtor e arranjador brasileiro. Era irmão de Ismael Neto, criador do grupo Os Cariocas, e de Hortênsia da Silva Araújo, que também participou do grupo. Era pai da atriz Lúcia Veríssimo. Estudou com Hans Joachim Koellreutter.

Ao lado do irmão Ismael Neto, formou, a partir de 1942, o grupo vocal Os Cariocas.

A partir de 1956, com a morte do irmão, assumiu a liderança do grupo, sendo responsável pelas harmonizações vocais. No período de 21 anos em que o grupo suspendeu suas atividades, continuou sua carreira individual, atuando como produtor e arranjador. 

Em 1987, com a volta do conjunto ao cenário artístico, assumiu novamente a liderança do grupo, que se encontra atualmente em plena atividade.

Os Cariocas

Os Cariocas, conjunto vocal formado no Rio de Janeiro em 1942, atuou ininterruptamente até 1967, alcançando maior popularidade nos períodos de 1948 a 1955 e de 1961 a 1967.

Organizado pelos irmãos Ismael de Araújo Silva Neto e Severino de Araújo Silva Filho do bairro carioca da Tijuca. O grupo atuou como quinteto até 1961, contando inicialmente com Ari Mesquita, Salvador e Tarqüínio, amigos e moradores do mesmo bairro. Começou apresentando-se no Instituto Lafayette, colégio onde o pai dos paraenses trabalhava como professor.

Nessa época, Ismael Neto iniciou-se no violão, enquanto Severino Filho tomou aulas de teoria musical com Hans Joachim Koellreutter

Em 1945, com Valdir Prado Viviani, pianista e solista de gaita, substituindo Ari Mesquita, que adoecera, o grupo se inscreveu no "Papel Carbono", programa de calouros de Renato Murce na Rádio Clube.

Estrearam cantando o Fox "If You Please", obtendo o terceiro lugar, o que os animou a tentar nova apresentação, desta vez alcançando o primeiro lugar com a interpretação de "Rum And Coca-Cola".

Quando Renato Murce decidiu reunir o programa todos os vencedores das diversas disputas, o conjunto liderado por Ismael Neto foi o campeão absoluto.

Decidiram então profissionalizar-se e, por intermédio de um amigo da família, Ismael Neto conseguiu uma apresentação para o maestro Radamés Gnattali, na época diretor artístico da Rádio Nacional.

Este gravou um acetato com o grupo e mostrou-o a Haroldo Barbosa, chefe da discoteca da emissora, que contratou o conjunto, na base de cachê, para atuar no programa "Um Milhão de Melodias".


Em princípios de 1946, intitulando-se Os Cariocas, iniciaram carreira como artistas exclusivos da Rádio Nacional, onde permaneceram por mais de 20 anos. Ainda em 1946 Tarqüínio e Salvador deixaram o grupo, e foi com a seguinte formação que Os Cariocas atravessaram sua primeira fase de maior popularidade: Emanuel Barbosa Furtado (Badeco), primeira voz; Severino Filho, segunda voz; Ismael Neto, terceira voz e autor das vocalizações; Jorge Quartarone (Quartera), quarta voz; Valdir, quinta voz e solos, inclusive assobiados.

Em fins de 1947 João de Barro, diretor artístico da Continental e versionista de vários filmes do norte-americano Walt Disney, chamou o conjunto para realizar a dublagem do desenho animado "Ferdinando".

Convidados em seguida a gravar na Continental, lançaram, no início de 1948, "Nova Ilusão" (Luís Bittencourt e José Meneses) e "Adeus, América" (Haroldo Barbosa e Geraldo Jacques), que marcaram, ambos, o primeiro grande sucesso do grupo.

Entre outros discos seus lançados na Continental destacaram-se a marcha junina "Eu Também Sou Batista" (Wilson Batista e José Batista) e o baião "Juazeiro" (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira).

Atuando também como compositor, Ismael Neto fez "Marca na Parede", um dos grandes sucessos lançados por Os Cariocas na gravadora Sinter, onde passaram a gravar a partir de 1950.

Em 1953 Ismael Neto passou a compor com Antônio Maria, e a dupla tornou-se responsável por alguns dos grandes sucessos de meados da década de 1950, como "Canção da Volta", lançada por Dolores Duran em 1954, e "Valsa de Uma Cidade", gravada por Os Cariocas.

Novamente na Continental em 1954, no ano anterior haviam passado para a RCA Victor, em dezembro o grupo participou da gravação da "Sinfonia do Rio de Janeiro", um LP de dez polegadas com músicas de Tom Jobim e Billy Blanco.

Lúcia Veríssimo e Severino Filho
Em fins de 1955 Severino Filho assumiu a liderança do conjunto, quando Ismael Neto adoeceu, falecendo no ano seguinte, 1956), sendo substituído por sua irmã, Hortênsia da Silva Araújo.

Em 1956 o grupo apresentou-se na Argentina, México, Porto Rico e Estados Unidos.

Na fase da Bossa-Nova, na década de 1960, atuaram intensamente, incluindo novas composições em seu repertório e influenciando outros conjuntos vocais que surgiam, com seu estilo de interpretação.

Em 1961 o grupo sofreu suas derradeiras alterações, com a saída de Hortênsia e Valdir, este substituído por Luís Roberto Gomes. Transformados em quarteto, gravaram dois LPs na Mocambo, em 1962, e passaram depois para a Philips, onde gravaram suas mais representativas interpretações dessa segunda fase, em vários LPs, até 1967, quando o grupo se dissolveu.

Após 1967, Severino Filho continuou trabalhando como arranjador de orquestras de estúdio.

Em 1988, o grupo voltou a se apresentar e seus integrantes sofreram com a perda do contrabaixista Luís Roberto Gomes, que morreu vítima de infarto durante uma apresentação no Jazzmania, no Rio de Janeiro, em 20/10/1988.

Em novembro de 1997, comemoraram 50 anos de carreira com show no Mistura Fina, e lançaram novo disco, o CD "A Bossa Brasileira", pelo selo Albatroz, com a seguinte formação: Severino Filho (piano), Jorge Quartera (bateria), os dois que restaram da formação original, e os recém-chegados Nil Teixeira (violão) e Eloi Vicente (baixo).

 Morte

Severino de Araújo Silva Filho morreu na manhã de terça-feira, 01/03/2016, aos 88 anos, depois de sofrer uma parada cardiorrespiratória. Ele estava internado no Hospital Quinta d'Or, no Rio de Janeiro, desde o dia 18/01/2016 devido a uma trombose pulmonar.

Severino Filho foi internado no final do ano passado no Hospital São Luiz, em São Paulo, antes de ser transferido para o Rio de Janeiro. Desde então, seu quadro de saúde piorou e, no dia 29/01/2016, teve de amputar a perna direita. Apesar da gravidade do quadro, ele estava lúcido durante todo o tempo em que esteve hospitalizado.

Discografia

  • 2001 - Os Clássicos Cariocas (Ouver Records, CD)
  • 1997 - Amigos do Rei-Tim Maia e Os Cariocas (Vitória Régia, CD)
  • 1997 - A Bossa Brasileira (Paradoxx Music, CD)
  • 1992 - Reconquistar (Warner Music, LP)
  • 1990 - Minha Namorada (Som Livre , LP)
  • 1966 - Arte & Vozes (Philips, LP)
  • 1966 - Passaporte (Philips, LP)
  • 1965 - Os Cariocas de Quatrocentas Bossas (Philips, LP)
  • 1964 - A Grande Bossa dos Cariocas (Philips, LP)
  • 1963 - Mais Bossa Com Os Cariocas (Philips, LP)
  • 1962 - A Bossa dos Cariocas (Philips, LP)
  • 1957 - Os Cariocas a Ismael Netto (Columbia, LP)

Indicação: Miguel Sampaio

Chico Rey

FRANCISCO APARECIDO JESUS GOMES
(63 anos)
Cantor

☼ Arapongas, PR (09/11/1952)
┼ Maceió, AL (26/02/2016)

Francisco Aparecido Jesus Gomes, mais conhecido pelo nome artístico Chico Rey, foi um cantor brasileiro que fez, junto com o irmão José Cláudio Gomes, conhecido por Paraná, a dupla sertaneja Chico Rey & Paraná.

Irmãos, nascidos em Arapongas, no interior do estado do Paraná, eles possuem uma carreira de grandes sucessos. O primeiro disco de Chico Rey & Paraná foi gravado em 1981, mas o sucesso só veio em 1988 com a música "Quem Será Seu Outro Amor". Era o quinto álbum gravado pela dupla paranaense.

Em 2011, para comemorar os 30 anos de carreira, 21 discos gravados e um DVD, os irmãos lançaram uma biografia. São 228 páginas escritas pelo radialista e compositor Clayton Aguiar.

"Os dois têm uma história de luta. Eles saíram do interior sem dinheiro e construíram uma carreira sólida e de sucesso. São boas referências num mundo que hoje ensina que não vale a pena trabalhar. Eles mostram que trabalhar e sonhar é possível. Por isso, e para comemorar as três décadas de sucesso, decidi escrever o livro."
(Clayton Aguiar, autor e primeiro empresário dos cantores)

Chico Rey & Paraná
A passagem mais triste da história de Chico Rey & Paraná ocorreu quando eles tinham 6 e 4 anos, respectivamente.

"Os pais deles foram levar a irmã mais nova ao médico de charrete. Ela tinha uns 15 dias de vida. No meio do caminho, o couro que prendia a carroça no cavalo se rompeu. E Dona Aparecida, a mãe dos cantores, levou um susto tão grande que teve um surto psicótico e passou a ter a idade mental de uma criança de 5 ou 6 anos de idade."
(Clayton Aguiar)

A partir dessa data os irmãos nascidos em Arapongas, no interior do Paraná, tiveram que assumir a responsabilidade de cuidar da casa e da mãe, enquanto o pai trabalhava. "Mas também tem muita história curiosa e engraçada no livro", diz o radialista e amigo da dupla.

Quando começou a cantar, a dupla usava o nome Devanil & Denival.

"Conheci eles com esse nome num programa de auditório em Brasília, DF. Eles sempre cantaram lindamente. Depois de alguns anos, reencontrei os dois num show e eles me convidaram para empresariar a carreira deles. A primeira coisa que fiz foi trocar o nome."

Clayton Aguiar cuidou dos negócios da dupla até meados da década de 1980, quando lançou seu primeiro álbum e começou a fazer shows. Foi aí que o empresário escolheu cuidar da própria carreira. "Mas continuamos muito amigos", justifica.

Depois do estouro em 1988, a dupla continuou cantando no interior do país, mas perdeu a visibilidade na capital. "Eles nunca pagaram para tocar numa rádio", afirma Clayton Aguiar.

Em 2006, gravaram "Alma Transparente" com o cantor Leonardo. A música foi uma das mais pedidas nas rádios de São Paulo e desde então, os irmãos mantinham uma média de 100 shows por ano.

Morte

Chico Rey faleceu por volta das 15h00 de sexta-feira, 26/02/2016, aos 63 anos. De acordo com o produtor da dupla e sobrinho do cantor, Tayann Gomes, Chico Rey estava de férias com a esposa Meire e as duas filhas do casal, Camila e Flávia.

"Ele sofria de diabetes e, por isso, fazia hemodiálise. Ontem ele teve um problema na fístula, ela começou a sangrar, e ele foi ao Hospital Vida, em Maceió, para receber um ponto. Hoje o sangramento continuou e ele foi recolhido para ficar internado. A partir daí ele teve uma parada cardíaca e não resistiu."
(Breno César, amigo da família)

De acordo com Tayann Gomes, o corpo ainda aguarda liberação para ser transportado de Maceió para Brasília, cidade em que Chico Rey morava e onde será realizado o velório e enterro.

"Estamos tentando que o corpo seja liberado para pegar o voo de 4h00, que chega em Brasília por volta de 6h00."

Ainda segundo o sobrinho, toda a família está bastante abalada com o falecimento.

"Há alguns anos ele já enfrentava problemas de saúde. A gente meio que esperava, mas nunca estamos de fato preparados!"

O enterro de Chico Rey deve ocorrer no Cemitério de Taguatinga, em Brasília.

Fonte: Wikipédia, Ego e Só Notícias
Indicação: Miguel Sampaio, Nelson Carvalho e Edmar Fernandes

Roberto Audi

ROBERTO AUDI
(63 anos)
Cantor e Compositor

☼ Rio de Janeiro, RJ (10/02/1934)
┼ Rio de Janeiro, RJ (12/02/1997)

Roberto Audi iniciou sua carreira artística como corista nos shows de Carlos Machado na boate Night And Day.

Cunhado do letrista David Nasser, passou a atuar com freqüência na antiga TV Tupi, bem como na Rádio Tupi.

Estreou em disco em 1958 cantando a toada "Geada" (Armando CavalcantiDavid Nasser), e o fox "No Azul Pintado de Azul" (Modugno e Puzzaglia), com versão de David Nasser, em dueto com Leny Eversong, cantora que o descobriu. No mesmo ano, fez suas primeiras gravações solo, os sambas-canção "E Me Deixe Entrar" (Jossicar e Verinha Falcão), e "Não Tens Reconhecimento" (Fausto Guimarães e Verinha Falcão), realizadas na gravadora Copacabana, onde fez um total de 22 discos entre os anos de 1958 e 1963. Ainda em 1958, recebeu da revista Radiolândia o troféu Antena de Prata depois de eleito por um júri composto de críticos especialistas e representantes de agências de propaganda como o cantor revelação do ano na TV.

Em 1959 apresentou-se no "Super Show" da TV Tupi do Rio de Janeiro, passando posteriormente a atuar em programas da Rádio Nacional, TV Tupi, TV Rio e, em São Paulo, na TV Record e na Bandeirantes. No mesmo ano, gravou a toada "A Canção é Você" e o samba canção "Noite Triste Sem Ninguém", ambas de Fred Chateubriand e Vinícius de Carvalho. Nessa época, gravou o LP "E As Operetas Voltaram", onde conhecidos trechos de operetas europeias entrelaçadas com operetas americanas foram vertidos e adaptados para o português pelo compositor Lamartine Babo, que foi também o produtor do disco. Participou do LP "A Música de Dolores" uma homenagem da gravadora Copacabana à cantora e compositora Dolores Duran falecida prematuramente naquele ano. Nesse disco interpretou o samba-canção "Noite de Paz".


Em 1960 gravou o fox "Ninguém é de Ninguém" (Umberto Silva, Toso Gomes e Luiz Mergulhão), e o samba canção "Um Novo Céu" (Ted Moreno e Fernando César).

Em 1961 foi premiado pela Revista do Rádio e Radiolândia  como Cantor Revelação. No mesmo ano, gravou a guarânia "Duas Rosas" (Lourival Faissal e Arsênio de Carvalho), e o bolero "Noite Após Noite" (Nelson GonçalvesDavid Nasser).

Entre os anos de 1961 e 1964 fez shows pelo Brasil e excursionou a Portugal, Estados Unidos, Uruguai e Argentina.

Em 1963 gravou "Meu Bem" (Getúlio Macedo), e, da dupla João Roberto KellyDavid Nasser, os sambas-canção "Poeira no Meu Caminho" e "O Céu do Teu Olhar".

Em 1964 gravou "Tédio" (Nazareno de Brito e Fernando César).

Sua primeira composição gravada foi "Encontrei Afinal, Meu Amor" (Roberto Audi e Ribamar).

Lançou ainda os LPs "Música Para Nós Dois" e "Com Vocês, Roberto Audi", ambos pela gravadora Copacabana. Ao abandonar a gravação de discos passou a se apresentar em shows pelo interior do país.

Discografia

78 RPM
  • 1958 - Geada / No Azul Pintado de Azul (Copacabana)
  • 1958 - E Me Deixe Entrar / Não Tens Reconhecimento (Copacabana)
  • 1958 - Telefonei / Vida de Artista (Copacabana)
  • 1959 - Noite de Paz / Outros Caminhos (Copacabana)
  • 1959 - Matei a Saudade / Cravo Branco - Carnaval de 1960 (Copacabana)
  • 1960 - Romântica / Férias de Amor (Copacabana)
  • 1960 - A Canção é Você / Noite Triste Sem Ninguém (Copacabana)
  • 1960 - Ninguém é de Ninguém / Um Novo Céu (Copacabana)
  • 1960 - Eu Amei / O Maior Amor (Copacabana)
  • 1961 - Duas Rosas / Música Para Nós Dois (Copacabana)
  • 1961 - Sino de Belém / Boas Festas (Copacabana)
  • 1961 - Valsa da Despedida / Feliz Natal, Meu Amor (Copacabana)
  • 1961 - Dinheiro Não Há / Adeus Mangueira (Copacabana)
  • 1961 - Renunciei / Ponto Final (Copacabana)
  • 1961 - São João Diferente / Noite Após Noite (Copacabana)
  • 1961 - Vou Beber Até Cair / É Incrível (Copacabana)
  • 1962 - Loucura, Loucura / Palhaço de Botequim (Copacabana)
  • 1962 - Sofrimento / O Lelê da Lalá (Copacabana)
  • 1962 - Adeus, Amor, Adeus / Quero e Não Quero (Copacabana)
  • 1963 - Poeira no Caminho / O Céu do Teu Olhar (Copacabana)
  • 1963 - Ao Nascer do Sol / Meu Bem (Copacabana)
  • 1963 - Meu Castigo / Eu e Elas (Copacabana)
  • 1963 - Fim de Ano / Noite Silenciosa (Copacabana)
  • 1964 - Estranho na Praia / Tédio (Copacabana)
  • 1964 - Meu Patuá / Festa Brava (Copacabana)
  • 1964 - Que Fez Você / O Carrinho (Copacabana)


LPs
  • 1959 - Concerto Para Senhoras (Copacabana)
  • 1960 - E as Operetas Voltaram (Copacabana)
  • 1960 - Música Para Nós Dois (Copacabana)
  • S/DT - Presença de Roberto Audi (Copacabana)
  • S/DT - Com Vocês, Roberto Audi (Copacabana)

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB e Discomentando
Indicação: Miguel Sampaio

Adão Dãxalebaradã

ADÃO DOS SANTOS TIAGO
(48 anos)
Cantor, Compositor e Ator

☼ Rio de Janeiro, RJ (1955)
┼ Rio de Janeiro, RJ (20/01/2004)

Adão dos Santos Tiago, conhecido pelo nome artístico de Adão Dãxalebaradã, que significa "princípio, meio e fim" em iorubá, referente a uma qualidade de Xangô, foi um cantor, compositor e ator brasileiro. Foi autor de mais de 500 canções, todas ligadas a temas espirituais de religiões afro-brasileiras.

Poeta do Morro do Cantagalo, no Rio de Janeiro, foi descoberto pelo diretor Walter Salles no filme "O Primeiro Dia" (1999).

Adão sofria constantes agressões de pai, fugiu então de casa aos 8 anos:

"Não tinha liberdade, era criado na base da pancada. Não podia jogar bola de gude nem soltar pipa porque eram coisas do diabo!"

Adão era o mais velho de nove irmãos:

"Só podia brincar no porão. Não podia me misturar com filhos de pessoas que não eram da igreja!"

No tempo que viveu na rua, sobrevivia com o que lhe era dado, e acabou indo parar em um reformatório na cidade de Passa Quatro, em Minas Gerais, onde ficou dos 9 aos 17 anos. Quando criança teria vivido como "menino de rua", foi também interno da Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (FEBEM).

Mais tarde teria sido expulso do exército, e durante os anos 70, foi guerrilheiro. Envolvido com o tráfico, já no Morro do Cantagalo, no Rio de Janeiro, foi atingido por doze tiros, nas várias emboscadas da polícia e de bandidos rivais. Quatro deles foram por metralhadora, e um desses tiros ficaria a um dedo de distância de seu coração, fazendo que ficasse meses no hospital.

Chegou a ser perseguido por 30 homens da polícia especial, segundo o próprio Adão. Ele dizia que o motivo disso, foi ele ter sido excluído do Exército, creditando isso a motivos raciais. Passou então a fazer brincadeiras com o Coronel responsável por sua exclusão, tudo isso em plena Ditadura Militar, e contou ter sido torturado.

O último tiro que recebeu, teria o atingido quando tentava se afastar da violência do morro, já trabalhando como mecânico, no ano de 1973. Teria sido em um assalto, ele tentou reagir, não tendo visto uma segunda pessoa, que teria então o alvejado. Isso o deixou numa cadeira de rodas.

"Sou semi-paraplégico, consigo andar segurando nas coisas, tomar banho sozinho, fazer sexo. Na verdade o tiro foi um mal que veio para bem, pois descobri as coisas da Umbanda e do Candomblé!"

Adão teria chegado a ser preso e a cumprir pena.

Posteriormente converteu-se a religiosidade, especificamente a Umbanda e Candomblé, sendo guia espiritual. Por sua ligação às raízes afro-brasileiras, compôs então cerca de quinhentas canções relacionadas a essa condição. Residia no Morro do Cantagalo, em Ipanema.

Carreira

Adão foi apresentador do programa "Zumbi Vive", no período de 1997 à 1999, numa rádio comunitária do morro em que residia. Nesse período, no ano de 1998, que os cineastas Walter Moreira Salles e Daniela Thomas conheceram Adão.

Walter Salles teria subido o Morro do Cantagalo à procura de novas expressões artísticas. Foi então que guiado pela filha caçula de Adão, Luanda, Walter Salles teria ficado impressionado com o talento do compositor de mais de quinhentas canções. Walter Salles então apresentou Daniela Thomas e o irmão dela, o produtor musical Antônio Pinto, que posteriormente disse: "Fiquei obcecado em registrá-lo. Adão tem um discurso de contestação, de paz, mas com olhar particular!"

Desse encontro, surgiu o documentário "Adão ou Somos Todos Filhos da Terra". O documentário, foi filmado usando como base a vida de Adão, e foi premiado no Festival de Cinema de Tiradentes, em Minas Gerais, em 1998. Os mesmos cineastas realizaram a gravação do vídeo clipe da músicas "Armas e Paz", composição de Adão.

No ano de 2002, a convite do cineasta Fernando Meirelles, participou do filme "Cidade de Deus", atuando como o Pai-de-Santo.

Em 2003 lançou então seu álbum, "Escolástica", pelo selo Ambulante, dos produtores Antônio Pinto e Beto Villares.

Morte

Preso a uma cadeira de rodas e vítima de dezenas de tiros recebidos durante a vida, a frágil saúde de Adão não resistiu e ele morreu antes de completar cinquenta anos, logo após o lançamento de seu único CD.

Faleceu no dia 20/01/2004, no Hospital Municipal Miguel Couto. Alguns dizem que teria sido vítima de Hepatite C e de uma infecção generalizada, porém muito dizem que Adão incomodou integrantes do tráfico, com sua composição "Armas e Paz", uma critica ao uso de armas de fogo e a indústria bélica, deixando margens sobre os motivos de seu falecimento.

Foi sepultado no Cemitério São João Batista e deixou dois filhos: Ortinho e Luanda.

Fonte: Wikipédia

Sandro

SANDRO ROGÉRIO FERREIRA DAS NEVES
(31 anos)
Cantor

☼ Santa Fé do Sul, SP (1969)
┼ Goiânia, GO (14/12/2000)

Sandro Rogério Ferreira das Neves foi um cantor sertanejo brasileiro da dupla Sandro & Gustavo.

Paulista, nascido em Santa Fé do Sul, Sandro começou a carreira na dupla Sandro & Saulo e depois gravou um disco solo com músicas evangélicas. Em 1990 começou a se apresentar ao lado do cunhado Gustavo Coutinho Borges.

Sandro & Gustavo lançaram um CD no início de 2000 no programa do Faustão na TV Globo, estourando a partir de então em todo o Brasil. O disco de estreia da dupla vinha puxado pelo sucesso "A Garagem da Vizinha", com letra de duplo sentido, trazendo ainda as inéditas e românticas "Prá Não Morrer de Amor", "Por Amor", e a regravação de "Prá Te Esquecer Não Dá", de Zezé Di Camargo.

A dupla estava com o repertório pronto para iniciar a gravação do segundo CD. O primeiro disco vendeu mais de 150 mil cópias e o sucesso "A Garagem da Vizinha" foi regravado pelo forrozeiro Frank Aguiar, o que valeu para a dupla o primeiro Disco de Ouro. Em outubro de 2000 gravaram um vídeo-clipe.

Morte

Sandro faleceu na quinta-feira, 14/12/2000, aos 31 anos, vítima de hepatite C no Instituto Neurológico de Goiânia. Sandro havia descoberto a doença há cinco meses e teve morte cerebral atestada no domingo. O cantor estava internado desde quinta-feira, 07/12/2000, com um coágulo no cérebro e era mantido vivo por equipamentos.

Todas as funções de seu corpo cessaram por volta das 20h30 de quinta-feira, 14/12/2000. Sandro sofria de hepatite C e há cinco meses havia se afastado de seu parceiro na tentativa de superar a doença.

O Parceiro


Gustavo seguiu carreira solo e chegou a se apresentar no programa do Faustão como artista solo, um bom tempo depois da morte do parceiro.

Sem um grande investimento por trás, o cantor começou tudo do zero novamente e saiu para a estrada como se fosse um artista em começo de carreira.

Em 2008 Gustavo gravou seu primeiro DVD, com releituras de canções gravadas durante sua parceria com Sandro, em um trabalho bem mais focado na música romântica. Apesar do perfil escolhido, algumas canções de duplo sentido se mantiveram no repertório, inclusive uma inédita chamada "Ela Vai Me Dar'', que foi utilizada como música de trabalho desse projeto. Em suas apresentações atuais, o repertório de Gustavo é baseado nesse DVD.

Júpiter Maçã

FLÁVIO BASSO
(47 anos)
Cantor, Compositor e Cineasta

☼ Porto Alegre, RS (26/01/1968)
┼ Porto Alegre, RS (21/12/2015)

Flávio Basso, também conhecido como Júpiter Maçã ou Jupiter Apple, foi um cantor, compositor, cineasta de carreira solo. Ainda utilizando o nome artístico de Flávio Basso, integrou as bandas TNT e Os Cascavelletes.

Seu primeiro disco solo, "A Sétima Efervescência" (1997), é calcado nos moldes de The Piper At The Gates Of Dawn, do Pink Floyd, com psicodelia e experimentação, e por um leve momento, um prenúncio de sua obra ulterior, o final de "Sociedades Humanóides Fantásticas", uma bossa-nova psicodélica. As músicas desse disco são grandes referências do rock gaúcho. Contém algumas fixadas no imaginário underground, como "Um Lugar do Caralho", regravada por Wander Wildner no disco "Baladas Sangrentas" (1996), "Eu e Minha Ex", com a parceria de Marcelo Birck nos arranjos, "As Tortas e as Cucas" e "Essência Interior".

Após experimentar um grande sucesso com o lançamento desse disco, tornou-se Jupiter Apple, compõe em inglês e decidiu misturar bossa-nova e vanguarda. Muitos fãs não o entenderam, preferindo a psicodelia mais acessível de "A Sétima Efervescência". Essa mistura inusitada está muito bem feita no seu segundo disco, "Plastic Soda" (1999). Ele começou com uma canção de nove minutos, "A Lad And a Maid In The Bloom", que define o caráter inovador do disco.


Em 2002 foi lançado "Hisscivilization", o disco mais ambicioso, e talvez incompreendido, de Jupiter Apple. Longas experimentações eletrônicas com destaque para "The Homeless And The Jet Boots Boy", bossas elétricas e lounge, valsa, cítaras e moogs, condensados em momentos, ora de leveza, ora de paranóia. É seu disco mais hermético: se, para os que estavam acostumados com o rock'n roll de Os Cascavelletes, a "A Sétima Efervescência" já era algo inesperado, psicodelia em doses cavalares, a reação causada pelos dois discos da fase Apple são ainda mais dramáticas.

Em 2006 era esperado o lançamento do disco "Uma Tarde Na Fruteira". Nele, o "Apple" volta a ser "Maçã", mas continua explorando o lado brasileiro e experimental, com músicas já eternizadas no subconsciente do underground porto-alegrense, como "A Marchinha Psicótica de Dr. Soup". Esse álbum pode ser considerado o mais acessível do autor. De certa forma, tudo que já foi composto por Júpiter Maçã está resumido neste disco: desde canções mod sessentistas, levezas jazz, baladas domingueiras à Bob Dylan com concretismos e timbres eletrônicos.

No dia 23/11/2011, Jupiter Apple gravou seu primeiro DVD ao vivo no Opinião, em Porto Alegre, RS. O show também marcou a inauguração da Jupiter Apple Corporation And Kingdom (J.A.C.K.).


Em 19/07/2012 caiu do segundo andar do prédio onde morava em Porto Alegre, ficando internado em de saúde regular no setor de traumatologia do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre.

Apoiado por sua banda, formada por Júlio Sasquatt (bateria), Júlio Cascaes (guitarra), Felipe Faraco (baixo) e Astronauta Pinguim (teclados), o show foi gravado em Porto Alegre, na noite da quarta-feira, 23/11/2011 no Bar Opinião. Com participações mais do que especiais de Nei Van Soria, Lucio Vassarath, Hique Gomes, Marcio Petracco, Clara Averbuck, Hamburg Black Cats e Bibiana Graeff, o DVD apresenta um registro de 20 canções que sintetizam a carreira de Jupiter Apple, mostrando hits de seus álbuns solo e também relembrando momentos dos tempos de TNT e Os Cascavelettes.

Depois de quase 2 anos sem dar notícias aos fãs e ficar afastado dos palcos, após a queda, Júpiter Maçã, retornou e lançou, em julho de 2014, o DVD "Six Colours Frenesi". O set-list completo do show tem 20 músicas, clássicos do rock gaúcho e mais de duas horas de show. O DVD possui uma versão de "Lovely Riverside" que conta com a participação do grupo Gaúcho Bluegrass, que mostra uma faceta nova a música.

Morte

Flávio Basso morreu na segunda-feira, 21/12/2015, em Porto Alegre, aos 47 anos. A causa da morte informada pelo Departamento Médico Legal (DML) foi falência múltipla dos órgãos, segundo informou a produtora Cida Pimentel, amiga do músico.

Segundo a produtora do artista, ele bateu a cabeça após cair no banheiro da casa onde morava. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado, mas não houve tempo de levar o artista ao hospital.

O velório foi realizado às 8h30min de terça-feira, 22/12/2015, no Teatro Renascença, local cedido pela prefeitura.

Discografia

Com a TNT
  • 1985 - Rock Grande do Sul


Com Os Cascavelletes
  • 1987 - Vórtex Demo
  • 1988 - Os Cascavelletes
  • 1988 - Rio Grande do Rock
  • 1989 - Pré-Rock'a'ula
  • 1989 - Rock'a'ula
  • 1989 - Ao Vivo no Ocidente
  • 1990 - Demo Tape 1990-1991
  • 1992 - Sob um Céu de Blues
  • 1992 - Ao Vivo em Viamão
  • 2006 - Ao Vivo em Santo Ângelo


Carreira Solo
  • 1995 - Ao Vivo na Brasil 2000 FM
  • 1997 - A Sétima Efervescência
  • 1999 - Plastic Soda
  • 2001 - Muquifo Records Apresenta: COMP 01/02 (Orgânico/Sintético)
  • 2002 - Hisscivilization
  • 2007 - Jupiter Apple And Bibmo Presents: Bitter
  • 2008 - Uma Tarde na Fruteira
  • 2008 - Little Darla Has a Treat For You
  • 201? - Underground Years


Singles
  • 1997 - Um Lugar do Caralho
  • 1997 - Miss Lexotan 6mg Garota
  • 1997 - Eu e Minha Ex
  • 1998 - As Tortas e as Cucas
  • 1998 - Querida Superhist x Mr. Frog
  • 2003 - A Marchinha Psicótica de Dr. Soup
  • 2005 - Beatle George
  • 2007 - Síndrome de Pânico
  • 2007 - Mademoiselle Marchand
  • 2007 - Lovely River Side
  • 2009 - Modern Kid
  • 2009 - Gregorian Fish
  • 2010 - Calling All Bands
  • 2012 - Gothic Love - Urban Blue


DVD
  • 2014 - Six Colours Frenesi - Ao Vivo no Opinião


Formação da Banda
  • Júpiter Maçã / Flávio Basso ... Vocal, Guitarra e Violão
  • Julio Cascaes ... Guitarra
  • Felipe Faraco ... Baixo
  • Felipe Maia ... Bateria


Influências
  • Syd Barrett
  • The Beatles
  • Rolling Stones
  • Os Mutantes
  • Tom Zé
  • Françoise Hardy
  • Pink Floyd
  • Nico
  • Nina Simone
  • Stereolab
  • David Bowie
  • Serge Gainsbourg

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Miguel Sampaio

Waldir 59

WALDIR DE SOUZA
(88 anos)
Cantor e Compositor

☼ Rio de Janeiro, RJ (03/03/1927)
┼ Rio de Janeiro, RJ (25/11/2015)

Waldir de Souza, mais conhecido como Waldir 59, foi um cantor e compositor brasileiro. Foi integrante da Ala de Compositores da Portela a partir da década de 1950, tendo vencido vários carnavais na Escola em 1955, 1956, 1957, 1959 e 1965.

Seu pseudônimo se originou devido a ter três pessoas com o mesmo nome "Waldir" na Ala de Compositores da Portela, assim ficou conhecido como o Waldir que morava no número 59, em uma casa próxima à escola.

Trabalhou como ferroviário e também integrou a Ala de Compositores do Bloco Recreativo Embalo de Madureira a partir de 1963.

Waldir 59 era considerado o responsável por Clara Nunes e Paulinho da Viola terem integrado a Portela.

Participou do filme "Orfeu do Carnaval", sendo responsável por toda parte musical do samba. Era integrante da Velha-Guarda da Portela desde sua fundação no ano de 1970. Atuou como Diretor de Harmonia da Portela a partir do ano de 1973 e em 1990 foi premiado com o "Troféu O Dia" por sua atuação.

No ano de 1955 a Portela desfilou com samba-enredo de sua autoria em parceria com Candeia "Festas Juninas em Fevereiro", com o qual a escola classificou-se em 3º lugar no Grupo 1.

Em 1956 a Portela foi a Vice-campeã do Grupo 1 desfilando com o samba-enredo "Tesouros do Brasil, Riquezas do Brasil ou Gigante Pela Própria Natureza" (Waldir 59Candeia). Apesar do nome, um pouco grande, o samba-enredo logo após o desfile transformou-se em um clássico do gênero e ficou mais conhecido, em diversas gravações, por "Riquezas do Meu Brasil",  também, em outras tantas gravações de vários intérpretes, por "Riquezas do Brasil" e ainda por "Riquezas do Nosso Brasil". Ainda em 1956 compôs com Candeia o samba de terreiro "Vem Amenizar", apresentado pela primeira vez na Portelinha - primeira sede da escola.


Em 1957, compôs com Candeia e Picolino da Portela o samba-enredo "Legados de D. João VI", com o qual a Portela foi campeã. Neste mesmo ano foi lançado o disco "A Vitoriosa Escola de Samba da Portela", pela Gravadora Sinter, no qual foram incluídos os sambas "Legados de D. João VI" (Waldir 59Candeia e Picolino da Portela), "Despertar de um Gigante" (Waldir 59Candeia e Picolino da Portela) e "Riquezas do Brasil" que foi editado no disco como "Brasil Poderoso", aparecendo nas três composições, estranhamente, o nome de Picolino da Portela como parceiro de Candeia e Waldir 59, tendo como intérprete As Pastoras da Portela.

No ano de 1959, compôs com Casquinha, BubuCandeia e Picolino da Portela, o samba-enredo "Brasil, Panteão de Glórias", com o qual a escola voltou a ser campeã.

Em 1965, no aniversário dos 400 anos da cidade do Rio de Janeiro, compôs com Candeia "Histórias e Tradições do Rio Quatrocentão", com o qual a Portela se classificou em terceiro lugar no desfile daquele ano.

Em 1971 no LP "Quem Samba Fica... Adelzon Alves Mete Bronca e a Rapaziada do Samba dá o Recado", da gravadora Odeon, produzido por Adelzon Alves, o cantor Nadinho da Ilha interpretou "Lapa" (Waldir 59 e Ari Guarda).

Em 1974 no LP "História das Escolas de Samba - Portela", lançado pela gravadora Discos Marcus Pereira, foi incluído o samba-enredo "Brasil, Panteão de Glórias" (Waldir 59Candeia, Casquinha e Bubu da Portela), não aparecendo nesta gravação o nome de Picolino da Portela, sendo a faixa interpretada por Altair e Bubu da Portela.

Em 1977 o parceiro Candeia, no LP "Luz da Inspiração", da gravadora WEA, interpretou de autoria de ambos "Riquezas do Nosso Brasil".

Em 1978, Candeia no disco "Axé! Gente Amiga do Samba" incluiu "Vem Amenizar", outra parceria com Waldir 59, desta vez com participações especiais de Dona Ivone Lara e Chico Santana.

Em 1980 Martinho da Vila no LP "Samba Enredo", pela gravadora RCA Victor, interpretou "Legados de D. João VI" (Waldir 59Candeia e Picolino da Portela).


No ano de 1991, Waldir 59 ganhou o prêmio "Estandarte de Ouro", do jornal O Globo, na categoria "Personalidade do Carnaval".

No ano de 2002 Zeca Pagodinho, no disco "Deixa a Vida me Levar", da Universal Music, regravou "Riqueza do Nosso Brasil" (Waldir 59 e Candeia), faixa na qual contou com a participação especial da Velha-Guarda da Portela.

Em 2008 foi lançado o filme "Eu Sou Povo", com direção de Bruno Barcellar, Regina Rocha e Luís Fernando Couto, documentário sobre a vida e obra de Candeia, no qual Waldir 59, ao lado de Carlos MonteJoão Batista M. Vargens, Teresa Cristina, Tantinho da Mangueira e Sérgio Cabral, prestou depoimento sobre o parceiro.

Em 2010 Cristina Buarque e Grupo Terreiro Grande no CD "Terreiro Grande e Cristina Buarque Cantam Candeia" regravaram "Brasil, Panteão de Glórias" (Waldir 59CandeiaCasquinha e Bubu da Portela), não aparecendo o nome de Picolino da Portela nesta gravação, e "Riquezas do Brasil" (Waldir 59 e Candeia). Neste mesmo ano participou do show "Samba do Ouvidor Visita as Escolas de Samba!", no Teatro Rival Petrobras, Rio de Janeiro, ao lado do também convidado especial Ledi Goulart, puxador oficial da Aprendizes de Lucas e da Unidos de Lucas na década de 1960. Ainda em 2010 concorreu com samba-enredo "Rio, Azul da Cor do Mar" (Waldir 59, PQD e Fernando Cabelo) para o carnaval da Portela, não se classificando para o desfile da escola para o ano de 2011.

No ano de 2012 os cineastas Anita Ekman e Alberto Bellezia deram início às filmagens do documentário "Waldir 59", contando sua vida e obra.

Em 2013, o show-palestra "Lapa em Três Tempos", acompanhado pela cantora Nina Wirtti, o bandolinista Luis Barcellos, o violonista Rafael Mallmith e o percussionista Sandro Carioca, em palco montado embaixo dos Arcos da Lapa, no centro do Rio de Janeiro, em projeto realizado com patrocínio do Governo do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura, idealizado pela artista plástica Anita Ekman Simões em parceria com o músico Sérgio Krakowski. Neste mesmo ano era considerado o compositor mais antigo da Portela ainda vivo, quando o cantor e compositor Monarco o convidou para integrar a "Velha-Guarda Show" da escola. Ainda em 2013 fez show solo no Cordão da Bola Preta, também na Lapa.

Há anos, com a visão prejudicada por conta de cataratas nos dois olhos, o poeta nunca deixou de frequentar a quadra da escola. Participou este ano, como integrante de uma das parcerias, do concurso que escolheu o samba para 2016.

Morte

Waldir 59 morreu, na madrugada de quarta-feira, 25/11/2015, aos 87 anos, vítima de insuficiência respiratória, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro do Engenho de Dentro, Rio de Janeiro. De acordo com a escola de samba, ele foi atendido com problemas respiratórios no local, sendo liberado. Horas depois, teve uma piora, foi levado pela família de volta à UPA, e não resistiu.

Seu corpo foi velado, a partir das 15h00min, na antiga quadra da escola, a Portelinha, na Estrada do Portela, em Oswaldo Cruz, Zona Norte do Rio de Janeiro. O enterro de Waldir 59 ocorreu às 10h00min da manhã de quinta-feira, 26/11/2015, no Cemitério de Inhaúma, Zona Norte do Rio de Janeiro.

"Waldir era um bom letrista e excelente pesquisador. Estudava muito antes de fazer uma letra. Fez uns 10 sambas-enredo pra Portela, mas o de 57, na minha opinião, é o mais belo de todos. Waldir seguiu muito bem os ensinamentos de Paulo da Portela, que dizia que o sambista tinha que estar sempre bem arrumado. Ele sempre foi um portelense educado e elegante. Estava sempre muito bem vestido. Nunca apareceu na Portela vestindo short. Nunca vi o Waldir levantando a voz para ninguém!"
(Monarco, líder da Velha Guarda Show e presidente de honra da Portela)

Monarco acrescentou que Waldir chegou a se afastar por breve tempo da escola onde fez história. "Nos anos 80, ele se aborreceu na Portela e foi para Unidos da Tijuca. Ficou lá por pouco tempo, mas não aceitou escrever samba para disputar com a Portela. Logo voltou pra nossa escola", afirmou o presidente de honra portelense, que convidou Waldir 59 a integrar a "Velha Guarda Show" em 2013, para, segundo ele, reparar uma injustiça histórica da escola.

Indicação: Miguel Sampaio

Bob Lester

EDGARD DE ALMEIDA NEGRÃO DE LIMA
(102 anos)
Cantor, Sapateador e Dançarino

☼ Santa Maria, RS (17/01/1913)
┼ Rio de Janeiro, RJ (06/11/2015)

Edgard de Almeida Negrão de Lima, nome artístico Bob Lester, foi um cantor, dançarino e sapateador brasileiro que se destacou nas décadas de 30 e 40.

Bob Lester nasceu Edgard de Almeida Negrão de Lima, em 17/01/1913, na cidade de Santa Maria, RS. Suas tendências musicais surgiram desde muito cedo, pois sua mãe Maria do Carmo era musicista de uma orquestra em Porto Alegre. Em meados da década de 30, ainda com o pseudônimo de Almeida, participou do programa de rádio "A Hora do Gongo", apresentado por Ary Barroso. Nas duas primeiras participações, por estar muito nervoso, acabou sendo gongado. Quando já pensava em desistir, amigos o convenceram a fazer uma terceira tentativa. E foi desta vez que Edgard recebeu a nota máxima do programa, sendo contratado para cantar e sapatear no Cassino da Urca, apresentando-se ao lado de artistas como Oscarito, Grande Otelo e da famosa vedete Mistinguett.

Bob Lester foi o primeiro sapateador do Cassino da Urca e nessa mesma época, atuou também em vários espetáculos do Copacabana Palace e do Quintandinha, em Petrópolis, RJ, além de ser contratado pela Rádio Cajuti.

Por volta de 1937, Bob Lester recebeu convite para atuar na Espanha e Portugal, mas acabou por conhecer toda a Europa numa excursão que fez com a orquestra "Suspiro de Espanha". De volta ao Brasil, o artista não ficou muito tempo por aqui.

Em 1942, viajou novamente para Portugal, Espanha e, finalmente, chegou aos Estados Unidos onde passou a residir. Bob Lester também se apresentou nos cassinos da França, Suíça, Itália, Escócia, Monte Carlos e Filadélfia e atuou como dançarino em espetáculos de Frank Sinatra, Bob Hope e Doris Day, realizados em New York. Foi também nos Estados Unidos que, por sugestão de Bob Hope, adotou o pseudônimo Bob Lester.

Bob Lester permaneceu no exterior por um bom tempo, mas, atendendo ao chamado de sua mãe que estava enferma e gostaria de vê-lo, retornou a seu país. Com o falecimento de sua progenitora, o artista decidiu não mais voltar aos Estados Unidos, embora ainda tenha se apresentado no Uruguai, (Teatro Solis), Paraguai (Clube Biguá), e em cassinos e emissoras de televisão da Argentina e da Bolívia. No Brasil, atuou com sucesso ao lado de ídolos populares como Leny Eversong, Trigêmeos Vocalistas e na Companhia Teatral de Procópio Ferreira. Com relação à gravação de músicas, não se encontra nenhum registro em nome de Bob Lester.

Mudando-se para o Rio Grande do Sul, Bob Lester começou a encontrar dificuldades para se apresentar, embora atuasse como jurado numa emissora de rádio local. Em inícios dos anos 60, foi contratado pelo empresário Fernando Eiras Morales para uma temporada na Argentina e Uruguai, e foi neste país que recebeu a trágica notícia do falecimento de sua família, esposa e duas filhas, num acidente automobilístico. O cantor nem mesmo conseguiu chegar a tempo para o enterro. Traumatizado, iniciou um longo período de tratamento em hospital psiquiátrico de Porto Alegre e, posteriormente, no Rio de Janeiro. Parcialmente recuperado, mas já arruinado financeiramente por seu último empresário, tentou sem êxito retornar ao estrelato do anos 30 e 40, apresentando-se em programas de TV que lhe renderam algumas homenagens.

Na década de 80, mais uma fatalidade abalou a vida de Bob Lester: Uma enchente no bairro de Jacarepaguá onde morava, deixou sua residência inabitável e destruiu quase todos os seus pertences, inclusive instrumentos musicais de trabalho, reportagens e material fotográfico trazidos dos Estados Unidos.

Por um longo período que começou em meados dos anos 80, o cantor foi completamente esquecido pelos meios de comunicação, apresentando-se esporadicamente em uma ou outra emissora de televisão.

Após se recuperar de um tumor na bexiga, já no início da década de 2000, Bob Lester retomou seus trabalhos, sendo assunto principal de várias revistas e jornais das pequenas cidades por onde se apresentou em praça pública, com seus shows de música, sapateado e imitações dos quais ainda sobrevivia.

O artista também voltou a marcar presença em programas de TV de grande audiência como o "Programa do Jô", "Mais Você", "Pânico na TV", entre outros, além de ser convidado para participar de apresentações de cantores nos mais variados estilos tais como Lobão e Agnaldo Timóteo.

Entre 2002 e 2004, Hanna Godoy e Mariana Silveira começam a produzir o curta metragem "Bob Lester". O filme, cujo roteiro foi premiado, traz o ator Stênio Garcia no papel principal, e exibe cenas com apresentações do conjunto "Bando da Lua". Por falta de verba, no entanto, somente em 2010 é que se pôde concluí-lo. A estréia se deu no Cine Odeon, na 20ª edição do Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, e contou com a presença do próprio Bob Lester e de Stênio Garcia.

Em dezembro de 2010, Bob Lester gravou a marchinha carnavalesca "Cuidado Com o Pereira", do cantor e compositor Luiz Henrique. A gravação foi um acontecimento inédito em sua carreira, já que o artista nunca havia gravado antes como solista.

Em 2011, com 98 anos, ao lado dos artistas Luiz Henrique e Marion Duarte, participou, cantando e sapateando, do show "Tributo ao Rei do Samba Sinhô", que foi apresentado em vários locais do Rio de Janeiro como o Salão Vip do Amarelinho da Cinelândia, o Teatro do SESC de Madureira e a Estudantina Musical da Praça Tiradentes.

Não tendo residência fixa, Bob Lester costumava viver entre Rio de Janeiro e São Paulo e, quando se encontrava no Rio de Janeiro, era de praxe que fizesse seus shows, aos finais de semana, na Praia do Arpoador. Segundo declarações do próprio Bob Lester, sobrevivia com a ajuda financeira de artistas amigos.

Morte

Bob Lester morreu na sexta-feira, 06/11/2015, vítima de insuficiência cardíaca, aos 102 anos de idade, no Rio de Janeiro. O enterro ocorreu no sábado, 07/11/2015, às 13:00 hs no Cemitério do Pechincha, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Bob Lester estava hospedado no Retiro dos Artistas, no Pechincha, com saúde debilitada. Foi internado na quarta-feira, 04/11/2015, no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Segundo a administradora do Retiro dos Artistas, Cida Cabral, era a terceira vez que Bob Lester ficava no retiro:

"Ele era um cidadão do mundo e não gostava de ficar parado. Morava na quitinete de um amigo em Niterói, mas estava muito debilitado. Então, o trouxeram para cá, na terça-feira passada. Infelizmente, na madrugada de quarta-feira, precisamos levá-lo às pressas para a emergência."

Controvérsias

O primeiro ponto obscuro na carreira de Bob Lester seria com relação à atuação do músico no "Bando da Lua", acompanhando Carmen Miranda, quando da estada da cantora nos Estados Unidos. Ruy Castro, autor da mais recente biografia de Carmen Miranda, em estrevista dada ao jornalista Adriano Quadrado, do Jornal da Cidade, nega a participação do artista no renomado conjunto. Nos livros já publicados sobre Carmen Miranda, pouquíssimas são as referências ao nome Bob Lester. No entanto na obra "Carmen Miranda, a Cantora do Brasil", Abel Cardoso Júnior, a respeito do grupo, relata que, a partir de 1944, "a troca de elementos foi constante", inclusive com a participação de alguns componentes do conjunto "Anjos dos Inferno". Somente por volta de 1949 é que o conjunto liderado por Aloísio de Oliveira, já com formação completamente diferente, passa a usar novamente o nome "Bando da Lua", o que inclusive em muito desagradou os primitivos componentes do conjunto.

Ao serem entrevistados pela Revista Manchete, de 27/05/2000, o pesquisador musical Ricardo Cravo Albin, o percussionista Vadeco, integrante da primeira formação do "Bando da Lua", e Ricardo Quartin, produtor musical de Frank Sinatra, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, endossam as palavras de Bob Lester, ao afirmarem que ele realmente tocou com Carmen MirandaRicardo Quartin inclusive não descarta a possibilidade de Bob Lester ter caído no ostracismo devido à grande inimizade entre ele e o líder do "Bando da Lua", Aloísio de Oliveira. Já Ricardo Cravo Albin esclarece que Bob Lester não foi uma figura permanente no grupo. Em matéria da Revista Contigo, publicada em 28/04/2010, Bob Lester confessa que não foi propriamente um componente do conjunto, com a seguinte afirmação sobre Carmen Miranda e o seu "Bando da Lua":

"É que eu subia ao palco com ela, acompanhado do Bando da Lua... isso sim... Fui amigo do pessoal todo."

E a essa conclusão também nos faz chegar a "Enciclopédia de Música Brasileira, Erudita e Folclórica Popular - Vol. 1" (Art Editora Ltda, 1977), em seu verbete sobre o artista:

"Em 1939, trabalhou em vários 'shows' nos cassinos da Urca, do Quitandinha de Petrópolis, RJ, e do Copacabana Palace Hotel. Acompanhou Carmen Miranda e o Bando da Lua quando a cantora foi para os Estados Unidos."

A segunda controvérsia é o fato de Bob Lester ter sido mesmo dançarino nos shows de Frank Sinatra. Alguns estudiosos contestam esta informação, no entanto, quando da vinda do astro americano ao Brasil, segundo matéria do jornal O Estado de S. Paulo, de 24/01/1980, Bob Lester, já em sua fase de penúria, foi reconhecido na rua pelo músico Shepard Coleman, da banda de Frank Sinatra. Jornalistas que presenciaram a cena, comoveram-se com a situação de Bob Lester e lhe compraram terno e sapatos para que ele pudesse assistir ao show de Frank Sinatra, e uma foto de Bob Lester sorrindo ao lado do grande artista americano foi imediatamente levada à suíte do cantor por um assessor zeloso, que também prometeu um encontro dos velhos companheiros, conforme reportagem da revista Veja, de 30/01/1980.

E, por fim, teríamos a polêmica no que se refere ao acidente automobilístico ocorrido com a família do cantor. Não é possível saber ao certo a data do ocorrido, muito menos quais os familiares que faleceram. As matérias que tratam sobre o assunto não são precisas. Acredita-se que o acidente tenha ocorrido antes de 1970, data em que a revista O Cruzeiro publicou uma grande reportagem sobre o artista e já relatando a fatalidade, cujos detalhes são narrados por um Bob Lester já abalado mentalmente. Outra hipótese seria a de que o próprio cantor é quem estaria dirigindo o automóvel e, por ter se sentido culpado pela morte da família, abdicou totalmente de sua existência, passando a viver como mendigo. Esta última hipótese, inclusive, justificaria a falta de precisão encontrada nas declarações do artista ao falar sobre este assunto.

Curiosidades

  • No inicio dos anos 90, Bob Lester passou por Blumenau e conseguiu com a prefeitura municipal, hospedagem, por três dias, no asilo municipal. Em retribuição, Bob Lester promoveu um show para todos os hospedes do asilo. Para que o show acontecesse a prefeitura de Blumenau pediu para que a banda Ximya de Ovo tocasse.
  • Com o falecimento do cantor de operetas Johannes Heesters, em 24/12-2011, Bob Lester passou a ser o mais velho cantor e sapateador em atividade no mundo.
  • De acordo com matéria publicada no jornal O Globo, de 22/05/2011, o hotel onde Bob Lester morava, era pago pelo cantor Roberto Carlos, fato que foi confirmado ao jornal pela assessoria de Roberto Carlos.
  • Em 24/08/2011, no Largo da Carioca, RJ, Bob Lester, aos 98 anos, levou uma surra de guardas municipais e foi parar no Hospital Souza Aguiar para tratar os ferimentos. Bob Lester tentava impedir que os guardas covardemente espancassem um camelô que estava trabalhando. O fato foi noticiado pelo jornal O Dia e pelas Rádio Globo e Rádio Nacional.
  • Em maio de 2013, Bob Lester deu entrevista ao programa de Antônio Carlos, da Rádio Globo do Rio de Janeiro, informando que, por ter sido cortada a ajuda que recebia da produção do cantor Roberto Carlos, não tendo mais como pagar sua hospedagem em hotel, conseguiu ser abrigado no Retiro dos Artista, em Jacarépagua, RJ, de onde teve que fugir logo em seguida, visto que lá não lhe davam a liberdade de sair quando quisesse.
  • Em 01/10/2013, Bob Lester foi assessorado por advogados voluntários na 5º DP, na Lapa, após sofrer devido a intoxicação por gás lacrimogênio ao participar de protesto na Câmara dos Deputados apoiando os professores. Ele emocionou a todos os presentes com a sua simpatia. 

Indicação: Miguel Sampaio