Mostrando postagens com marcador Escritor. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Escritor. Mostrar todas as postagens

Aldir Blanc

ALDIR BLANC MENDES
(73 anos)
Compositor, Escritor e Cronista

☼ Rio de Janeiro, RJ (02/09/1946)
┼ Rio de Janeiro, RJ (04/05/2020)

Aldir Blanc Mendes foi um compositor, escritor e cronista nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 02/09/1946. Médico de formação, com especialização em psiquiatria, abandonou a profissão para se tornar compositor e um dos grandes letristas da história da música brasileira.

Em cinco décadas de atividade como compositor, foi autor de mais de 600 canções, com cerca de 50 parceiros, dentre os principais: João Bosco, Guinga, Moacyr Luz, Cristovão Bastos, Maurício Tapajós e Carlos Lyra.

Entre seus trabalhos mais notáveis como compositor estão "Bala Com Bala", "O Mestre-Sala dos Mares", "Dois Pra Lá, Dois Pra Cá", "De Frente Pro Crime", "Kid Cavaquinho", "Incompatibilidade de Gênios", "O Ronco da Cuíca", "Transversal do Tempo", "Corsário", "O Bêbado e a Equilibrista", "Catavento e Girassol", "Coração do Agreste" e "Resposta ao Tempo".

Além de compositor, Aldir Blanc foi também cronista, tendo escrito colunas em publicações como as revistas O Pasquim e Bundas, e os jornais O Globo, Jornal do Brasil e O Dia. Muitas dessas crônicas foram lançadas mais tarde como livros, como são os casos de "Rua dos Artistas e Arredores", "Porta de Tinturaria" e "Vila Isabel, Inventário da Infância".

Apaixonado pelo Vasco da Gama escreveu, em parceria com José Reinaldo Marques, o livro "Vasco - a Cruz do Bacalhau".

Salgueirense boêmio por muitos anos, acabou se tornando uma pessoa quase totalmente reclusa em seu apartamento na Muda, no bairro carioca da Tijuca. Segundo o próprio Aldir Blanc, usar a reclusão era consequência de uma fobia social desenvolvida a partir de um grave acidente de carro, em 1991, que limitara os movimentos da perna esquerda.

Em 2010, ao descobrir sofrer de diabetes tipo 2 e pressão alta, parou de fumar e consumir álcool.

Aldir Blanc e João Bosco
Vida Pessoal

Aldir Blanc nasceu no dia 02/09/1946, no bairro do Estácio, no décimo mês de gestação de sua mãe, Helena, cujo trauma deixou uma espécie de depressão pós-parto na mãe. Nunca mais engravidou e quase não saía de casa - comportamento mais tarde adotado pelo filho - até sua morte, em 2002, com 80 anos.

Seu pai, Alceu, era funcionário do antigo Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Estivadores e Transportes de Cargas (IAPTEC) e amava jogar sinuca e nos cavalinhos. Sujeito de poucas palavras, tornou-se o maior amigo de Aldir com o tempo. Filho único, teve no avô materno, o português Antônio Aguiar, a presença mais afetuosa em sua infância, que praticamente criou o neto na casa de Vila Isabel, bairro onde estariam tipos e cenários fundamentais para os textos e as letras do futuro compositor e cronista.

Tinha 11 anos, na época em que os avós foram morar no Estácio. Com o passar dos anos, o contato com os malandros da área ficava cada vez pior, o que levou os avós a persuadi-lo a morar com um primo um pouco mais velho, na Tijuca, que o levou a conhecer bailes, noitadas boêmias, mulheres, futebol, os blocos de Carnaval e a quadra da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, que se tornaria a escola do coração de Aldir Blanc.

Aluno exemplar em biologia, conseguiu ingressar em 1965 na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, de onde saiu em 1971 com especialização em psiquiatria. Fez residência dentro do Centro Psiquiátrico Pedro II, no Hospital Gustavo Riedel, em Engenho de Dentro. Mas como se negava constantemente à rotina de eletrochoques em pacientes do manicômio, saiu de lá após um ano para abrir seu próprio consultório, no centro do Rio de Janeiro. Às vezes, chamava o paciente para conversar na rua ou num bar.

Assim foi até 1973, época em que já era um parceiro de João Bosco e, gravado por Elis Regina tinha vontade de se dedicar exclusivamente à carreira de compositor. Concretizou a decisão em 1974, logo após o trauma deixado pelas mortes de Maria e Alexandra, as filhas gêmeas prematuras de sete meses que seriam as primeiras de seu casamento com a professora Ana Lúcia.


Dessa relação, eles teriam mais tarde as filhas Mariana (nascida em 1975) e Isabel (nascida em 1981). Quando Aldir Blanc se casou com a professora Mary Sá Freire, em 1988, ela já tinha duas filhas, Tatiana e Patrícia, que foram criadas como suas também.

Aldir Blanc viveu por muitos anos em seu apartamento na Rua Garibaldi, na Muda, onde frequentou assiduamente os botequins da região. Nunca viajou para fora do Brasil.

Durante a década de 1980, passou a beber com maior frequência, foi se afastando de alguns hábitos sociais e foi desenvolvendo fobia social, chegando a ser diagnosticado com depressão. O quadro piorou e o levou a viver em reclusão quase permanente na década seguinte, agravada por um grave acidente de automóvel, sofrido em 1991, que lhe dificultou para sempre o movimento da perna esquerda.

Sem poder andar nas ruas com a frequência de outrora, Às vésperas da Copa do Mundo FIFA de 2010, recebeu diagnóstico de Diabetes Tipo 2, o que lhe exigiu o fim do consumo de álcool e de cigarros. Embora recluso, adorava falar pelo telefone com os amigos, onde comentava o noticiário e compartilhava informações sobre a família.

Além do tempo dedicado ao convívio com a família e às conversas por telefone com os amigos, passava muito tempo em seu espaçoso escritório lendo seus livros e ouvindo seus discos. Ateu, adorava ler obras sobre mitologia grega, Segunda Guerra Mundial, psicanálise, além de romances policiais. Aldir Blanc era também grande apreciador de discos de jazz.

Em 2013, o jornalista Luiz Fernando Vianna lançou uma biografia autorizada sobre Aldir Blanc.

Aldir Blanc e João Bosco
Música

Aldir Blanc deu seus primeiros passos na música em meados da década de 1960, quando começou a compor aos 16 anos e aos 17 aprendeu a tocar bateria, fundando o grupo Rio Bossa Trio, que com a entrada do músico Sílvio da Silva seria rebatizado para GB-4. Com o novo integrante, Aldir Blanc firmou sua primeira parceria musical. Uma dessas parcerias, "A Noite, a Maré e o Amor", competiu no III Festival Internacional da Canção em 1968.

A partir de 1969, surgiu uma nova parceria com César Costa Filho, compositor do qual foi colega no Movimento Artístico Universitário, que integrou ao lado de nomes como Ivan Lins e Gonzaguinha. Dessa parceria, classificou duas canções no II Festival Universitário da Música Popular Brasileira: "De Esquina em Esquina", interpretada por Clara Nunes, e "Mirante", interpretada por Maria Creuza.

Também nesse festival teve "Nada Sei de Eterno", defendida por Taiguara e fruto da parceria com Sílvio da Silva.

Em 1970, com a co-autoria de Sílvio da Silva, despontou o primeiro grande sucesso, "Amigo é Pra Essas Coisas", que chegou ao segundo lugar no III Festival Universitário de Música Popular Brasileira, da TV Tupi, na interpretação do grupo MPB-4. Ainda em 1970, teve no V Festival Internacional da Canção a composição "Diva", feita com César Costa Filho - mas desentendimento entre os compositores por questões ideológicas ceifou essa parceria em 1971.

Aldir Blanc em sua casa no Rio de Janeiro, em 1993
Em 1971, por intermédio de um amigo, conheceu o então estudante de engenharia civil João Bosco. Desse encontro, surgiu uma das mais importantes parcerias da música brasileira. Como o violonista morava em Ouro Preto, MG, a primeira leva de composições deu-se por correspondência, como é o caso de "Agnus Sei", lançada como lado B de um compacto do jornal O Pasquim, em 1972, que tinha como lado A a inédita "Águas de Março", interpretada por Tom Jobim. Ainda naquele ano, a dupla mostrou algumas músicas para Elis Regina, que gostou de "Bala Com Bala" e a incluiu no seu LP "Elis". A partir dali, a cantora gaúcha tornar-se-ia uma das principais intérpretes da dupla, tendo gravado 20 músicas da parceria, além de ter a primazia de ouvir antes a produção da dupla naquela década para escolher o que queria lançar.

Um dos seus maiores sucessos da carreira foi "O Bêbado e a Equilibrista", lançado no LP "Essa Mulher", cuja melodia de João Bosco foi inspirada inicialmente em "Smile", do ator e cineasta Charlie Chaplin, e cuja letra ganhou forma com outros deslocados na história, como os exilados pela ditadura militar brasileira. Assim que foi lançada por Elis Regina, a canção tornou-se símbolo do movimento pela anistia, de 1979.

A parceria João BoscoAldir Blanc rendeu outras canções marcantes, como "O Mestre-Sala dos Mares", "Dois Pra Lá, Dois Pra Cá", "De Frente Pro Crime", "Kid Cavaquinho", "Incompatibilidade de Gênios", "O Ronco da Cuíca", "Transversal do Tempo", "Corsário", "Bijuterias", "Nação" (esta em parceria Paulo Emílio e gravada por Clara Nunes), "De Frente Pro Crime" (sucesso na voz de Simone) e "Caça à Raposa". No entanto, a partir da década de 1980, os amigos foram se afastando gradualmente, tendo voltado a se aproximar em 2002, quando João Bosco convidou o velho parceiro para uma gravação de "O Bêbado e a Equilibrista" em seu songbook, e dali voltaram a se falar por telefone diariamente, além de às vezes comporem. Ao todo, realizaram mais de 100 músicas.


Outros parceiros importantes na carreira de Aldir Blanc foram o violonista Guinga (mais de 80 parcerias), o sambista Moacyr Luz (mais de 60 parcerias) e o pianista Cristovão Bastos (mais de 30 parcerias).

Contendo apenas canções compostas com Aldir Blanc, Guinga lançou o seu disco de estreia, "Simples e Absurdo", início de uma parceria que renderia músicas como "Catavento e Girassol", "Nítido e Obscuro" e "Baião de Lacan".

Da parceria com Moacyr Luz vieram "Medalha de São Jorge" e "Coração do Agreste", esta um dos maiores sucessos da carreira de Fafá de Belém e tema da novela "Tieta" (1989). Compôs "Resposta ao Tempo", parceria com Cristovão Bastos gravada por Nana Caymmi, que virou tema de abertura da minissérie "Hilda Furacão" (1998).

Aldir Blanc também é autor, com Cleberson Horsth, da canção "A Viagem", sucesso gravado pelo grupo Roupa Nova e tema da novela com o mesmo nome, sucesso em 1994.


Embora tenha sido letrista de centenas de músicas, Aldir Blanc gravou como cantor apenas dois álbuns de estúdio. O primeiro deles em 1984, "Aldir Blanc e Maurício Tapajós", com Maurício Tapajós. E o segundo deles em 2005, "Vida Noturna", onde interpretou 12 faixas de sua autoria. Além desses, participou do tributo em sua homenagem, "Aldir Blanc - 50 Anos", lançado em 1996, que contou com a participação de Betinho ao lado do MPB-4 em "O Bêbado e a Equilibrista", e diversas participações especiais, como de Edu Lobo, Paulinho da Viola, Danilo Caymmi e Nana Caymmi.

Outra de suas grandes paixões, o futebol, foi também inspiração para diversas canções, como é o caso de "Gol Anulado" (Aldir Blanc e João Bosco). Vascaíno fanático, homenageou Roberto Dinamite em "Siri Recheado e o Cacete" (Aldir Blanc e João Bosco) e Romário "Yes, Zé-Manés" (Aldir Blanc e Guinga). Ainda compôs "Coração Verde e Amarelo" (Aldir Blanc e Tavito), que virou tema de uma emissora de televisão para a Copa do Mundo FIFA de 1994.

Um dos últimos trabalhos de Aldir Blanc foi compor, em parceria com Carlos Lyra, a trilha do musical "Era no Tempo do Rei", baseado no romance de Ruy Castro e com adaptação de Heloisa Seixas e Júlia Romeu.

Literatura

Paralelamente a sua carreira como compositor, Aldir Blanc começou a escrever crônicas inspiradas na sua vida nos subúrbios cariocas para os jornais Última Hora, Tribuna da Imprensa e a revista Homem, até fixar-se em O Pasquim, em 1975.

Da compilação de crônicas escritas para este último nasceriam os livros "Rua dos Artistas e Arredores" (1978) e "Porta de Tinturaria" (1981), que seriam reunidos em um só volume como o título "Rua dos Artistas e Transversais" (2006). Em suas crônicas, Aldir Blanc reconstruía cenas do cotidiano de ruas e personagens da sua infância em Vila Isabel, que segundo o cronista, existiram de fato, como o primo Esmeraldo (conhecido pelas domésticas da Penha como "Simpatia é Quase Amor", cognome que inspirou a criação do famoso bloco de Carnaval de Ipanema), Lindauro, Belizário, Pelópidas, Tatinha, Gogó de Ouro, Paulo Amarelo, Waldir Iapetec, Tuninho Sorvete. Também foi cronista dos jornais O Globo, Jornal do Brasil e O Dia, além da revista Bundas.

Outras antologias de crônicas lançadas foram "Brasil Passado a Sujo: A Trajetória de Uma Porrada de Farsantes" (1993), "Vila Isabel - Inventário de Infância" (1996) e "Um Cara Bacana na 19ª"(1996).

Aldir Blanc teve em 2008 publicado "Guimbas", uma coleção de aforismos, e no ano seguinte o lançamento de "Uma Caixinha de Surpresas", sua estreia na literatura infantil.

Em 2009, foi publicado o livro "Vasco - A Cruz do Bacalhau", escrito em parceira com o jornalista José Reinaldo Marques, em homenagem ao time do coração de Aldir Blanc.

Na década de 2010, teve alguns títulos reeditados, além do lançamento de duas antologias de crônicas inéditas: "O Gabinete do Doutor Blanc: Sobre Jazz, Literatura e Outros Improvisos", compilação de textos saídos na revista eletrônica No, e "Direto do Balcão" reunião de colunas publicadas na imprensa.

Morte

Em 10/04/2020, Aldir Blanc deu entrada no Hospital Municipal Miguel Couto com infecção urinária e pneumonia. Com o agravamento do seu quadro clínico, ele foi transferido dias depois para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário Pedro Ernesto, onde um exame revelou uma infecção pelo COVID-19.

Na madrugada de segunda-feira, 04/05/2020, Aldir Blanc acabou por não resistir e faleceu aos  73 anos, vítima de complicações da Covid-19, no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Aldir Blanc foi cremado na tarde de terça-feira, 05/05/2020, no Crematório do Caju, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Por conta da pandemia de coronavírus, não houve velório.

Aldir Blanc deixou a esposa Mari Lucia, quatro filhas, cinco netos e um bisneto.

Discografia

Álbuns de Estúdio

  • 1984 - Aldir Blanc e Maurício Tapajós
  • 2005 - Vida Noturna

Coletâneas

  • 1984 - Rio, Ruas e Risos (Com Maurício Tapajós)
  • 1994 - Aldir Blanc e Maurício Tapajós

Tributos

  • 1991 - Simples e Absurdo (De Guinga)
  • 1996 - Aldir Blanc - 50 Anos (Com vários artistas)
  • 1996 - Catavento e Girassol (De Leila Pinheiro)
  • 1999 - Pequeno Círculo Íntimo (De Adriana Capparelli)
  • 2006 - Dorina Canta Sambas de Aldir e Ouvir Ao Vivo

Trilha Sonora

  • 2010 - Era no Tempo do Rei (Com vários artistas)


Livros


  • 1978 - Rua dos Artistas e Arredores (Ed. Codecri)
  • 1981 - Porta de Tinturaria
  • 1993 - Brasil Passado a Sujo (Ed. Geração)
  • 1996 - Vila Isabel - Inventário de Infância (Ed. Relume-Dumará)
  • 1996 - Um Cara Bacana na 19ª (Ed. Record)
  • 2004 - Heranças do Samba (Parceria com Hugo Sukman e Luiz Fernando Vianna)
  • 2006 - Rua dos Artistas e Transversais
  • 2008 - Guimbas
  • 2009 - Vasco - A Cruz do Bacalhau (Parceria com José Reinaldo Marques)
  • 2010 - Uma Caixinha de Surpresas
  • 2016 - O Gabinete do Doutor Blanc - Sobre Jazz, Literatura e Outros Improvisos
  • 2017 - Direto do Balcão

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #AldirBlanc

Daniel Azulay

DANIEL AZULAY
(72 anos)
Artista Plástico, Desenhista, Cartunista, Compositor, Educador, Apresentador de Televisão e Escritor

☼ Rio de Janeiro, RJ (30/05/1947)
┼ Rio de Janeiro, RJ (27/03/2020)

Daniel Azulay foi um artista plástico, educador com vasta e diversificada atuação na Imprensa e na televisão como desenhista, compositor, autor de livros infantojuvenis e videogames interativos, criador da Turma do Lambe-Lambe, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 30/05/1947.

Em 1968, criou a tira de jornal "Capitão Cipó", publicada no jornal Correio da Manhã.

Desenhista autodidata, Daniel Azulay formou-se em direito pela Universidade Cândido Mendes em 1969.

Daniel Azulay foi um dos criadores da vinheta de abertura do Jornal Nacional de 1972-1974. No final dos anos 70 apresentou um dos quadros do programa infantil "Pirlimpimpim", que era transmitido pelas emissoras educativas como a TV Cultura e a TVE. Entre outros, também fazia parte do programa, com bastante popularidade, o quadro "Mãos Mágicas".

Em 1975, lançou a "Turma do Lambe-Lambe", sendo precursor em 1976 apresentando durante dez anos seguidos, programas de televisão educativos e inteligentes para o público infantil.


Premiado na Grécia, em 1975, na exposição internacional de caricaturas em Atenas com sua charge contra o autoritarismo e o fascismo, charge esta, que só foi publicada no Brasil 10 anos depois em um livro do professor Darcy Ribeiro "Aos Trancos e Barrancos" (Capítulo - O Golpe de 64), devido a força da representação contra todo tipo de opressão, sua publicação foi impedida na época pelo então governo militar.

A "Turma do Lambe-Lambe" era formada por um grupo de personagens infantis criado por Daniel Azulay: o sábio Professor Pirajá; a galinha cozinheira, Xicória; a sonhadora Ritinha; o tagarela e o grande mágico Pipa; o tímido Piparote; a arteira Damiana; o malabarista Tristinho e a vaquinha vaidosa e metida a cantora, Gilda.

Entre os quadros que encantavam a garotada estava o que ensinava a desenhar e a fazer dobraduras (Origami), e confecção de brinquedos feitos com materiais reciclados, sendo o pioneiro neste tipo de trabalho, incentivando a imaginação infantil e se preocupando também com a reciclagem destes materiais para a preservação da nossa natureza.


Muitos artistas se apresentaram no programa como Barão Vermelho, Roupa Nova, Olívia Hime e Moraes Moreira. No encerramento do programa, Daniel Azulay se despedia da criançada dizendo: "Fiu, algodão doce pra vocês!".

Daniel Azulay influenciou de forma construtiva a geração dos anos 1980 que aprendeu com ele a desenhar, construir brinquedos com a sucata doméstica, e a importância da reciclagem e sustentabilidade em defesa do meio ambiente.

Isso tudo resultou em sucesso para a "Turma do Lambe-Lambe" na forma de livros, produtos licenciados, shows de teatro e discos musicais, e para Daniel Azulay, que acumulou prêmios nacionais e internacionais.

Com suas roupas de moleque traquina, sorriso simpático e voz aguda, Daniel Azulay era o meninão que agradava aos pais e cativava a meninada como se fosse o amigo mais velho dos pequenos.

No início dos anos 1980, foi para a TV Bandeirantes e continuou até 1992 divertindo as crianças em esquetes que incluíam atores vestidos como os personagens.


As revistas em quadrinhos foram publicadas no Brasil pela editora Abril, entre 1982 a 1984. Foram 20 edições. É interessante notar que, como não era Daniel Azulay quem desenhava as HQs do gibi - em todas as 20 edições lançadas - e a equipe do Estúdio de Quadrinhos da Editora Abril assumira a arte, alguns personagens coadjuvantes se pareciam com os figurantes que costumavam fazer pontas nas histórias da Disney produzidas no Brasil.

O humor ingênuo das HQs, bem ao gosto de seu público-alvo, certamente não despertava o interesse dos adultos, na época. No entanto, passados quase 30 anos de sua chegada às bancas, ganhou um gosto de saudade capaz de fazer qualquer marmanjo escancarar um largo sorriso de reverência aos bons tempos de infância.

Dedicou-se ainda a produção independente de televisão e de home-vídeos para toda América Latina. Sua versão da estória de Chapeuzinho Vermelho, foi exibido no Disney Channel de Miami e foi presenteado pelo próprio Daniel Azulay à princesa Anne da Inglaterra em 1987.


Daniel Azulay viajou pelo oriente médio e teve os seus cartuns publicados nos Estados Unidos, sendo o primeiro artista brasileiro admitido no National Cartoonists Society. Convidado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, desenhou selos, carimbos e aerogramas de Natal, divulgando a imagem do Brasil no exterior, ilustrou a produção gráfica e artística para os congressos da American Society Of Travel Agents (ASTA) realizados pelo Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR).

Personalidade do Ano Internacional da Criança, foi convidado pelo governo americano para representar o Brasil no International Symposium Of Books And Broadcasting For Children. Promoveu o Prêmio de Literatura Infantil na Dinamarca sendo ainda recebido pelas crianças dinamarquesas que traziam a bandeira brasileira na Legoland em Billund.

Em 2000, recebeu o prêmio Voluntário do Ano, na categoria artista.

"Sempre encarei meu trabalho de forma lúdica e solidária para com os menos favorecidos: os que não têm o que comer, os que não sabem o que é auto-estima e perderam a fé na vida. Recuperar o interesse dessas pessoas para uma atividade construtiva e de capacitação profissional através da arte é mais do que gratificante!"
(Disse Daniel Azulay na época do prêmio)


O esforço que realizava com um programa dedicado às crianças, era complementado com o trabalho voluntário que prestava para as Aldeias SOS, instituição que assiste a população carente no Brasil e no exterior.

Daniel Azulay também realizou trabalhos e campanhas sociais para a United Nations Children's Fund (UNICEF); Campanha Ação Contra a Fome (Betinho IBase); McDonald`s (McDia Feliz); Movimento Sorrio; Fundação S. Martinho; Hospital Miguel Couto; Hemorio; Hospital do Câncer/ INCA e Instituto Padre Severino.

Desenvolveu seu projeto de Oficina de Desenho e se lançou na produção de micros e vídeo-games em um evento pioneiro na América Latina. Como pintor realizou exposições com obras adquiridas por vários colecionadores e empresas.

O trabalho de Daniel Azulay teve como prioridade o incentivo da criatividade das nossas crianças, a eterna preocupação com a preservação da natureza e o sonho de patriotismo com a criação de personagens genuinamente brasileiros. Consolidou a expansão de várias unidades do curso no Rio de Janeiro da sua Oficina de Desenho Daniel Azulay.


A Oficina de Desenho Daniel Azulay procura incentivar a expressão criativa através da arte de desenhar. O método desenvolvido por Daniel Azulay busca motivar os alunos, utilizando um espaço bonito, alegre e colorido, especialmente criado com esse objetivo.

Durante as aulas, as crianças embarcam numa viagem de aventura, passando por vários cenários que acendem a imaginação, de forma espontânea. Segundo Daniel Azulay, a assimilação dos temas estimula o processo de criação através do Alfabeto Visual (Trabalhado no 1º ano do curso).

Trabalhando de forma lúdica e passo a passo, a auto-confiança e a criatividade dos alunos vão sendo desenvolvidas, bem como as noções de disciplina, responsabilidade e pontualidade.


Utilizando gravações em vídeo, Daniel Azulay apresentava os temas de cada lição. Presente na sala de aula, por sua vez, a Amiga Desenhista (Facilitadora) orientava, desenhava, estimulava, esclarecia dúvidas e brincava com as crianças. Ela as ensinava também a utilizar corretamente os exclusivos Banco de Idéias e Folha do Jardineiro.

Oficina de Desenho Daniel Azulay procurava motivar através da diversão e tinha como objetivo desenvolver os lados criativo, cognitivo, psíquico, emocional, motor e cultural dos alunos.

Em 2009, ensinou desenho em vídeos para o site UOL, fez especiais pro Canal Futura e chegou a participar da TV Rá-Tim-Bum.

Em 2013, lançou o site Diboo (www.diboo.com.br), um curso de desenho online para crianças.

Daniel Azulay e a Turma do Lambe-Lambe na TVE do Rio
Personagens da Turma do Lambe-Lambe

  • Damiana: Muito alegre, intrometida e arteira. Especialista em provocar confusões, está sempre inventando uma maneira diferente de fazer as coisas. É capaz de fazer o impossível para ajudar os outros.
  • Pita: Alegre, vivo e tagarela. Quer ser um grande mágico, mas não tem o menor jeito. Adora meter o nariz onde não é chamado, por essa razão vive se metendo em confusões.
  • Gilda: Vaidosa e sentimental, é a cantora da Turma do Lambe- Lambe cujo talento exercita nos seus banhos de banheira. Como dona de casa é muito desastrada e péssima cozinheira. Compra tudo o que vê nos anúncios de televisão e adora andar na moda, sem se dar conta da cafonice de suas roupas esquisitas.
  • Piparote: O mais tímido da turma. Sonha em ser um domador de leões, mas tem pavor de cachorros. Pita é o seu grande companheiro de travessuras.
  • Prof. Pirajá: O sábio que conhece diversas ciências e a linguagem dos animais. Habilidoso engenheiro, transformou uma árvore da Floresta Amazônica em seu refúgio particular, e num laboratório de pesquisas científicas. É também defensor da Ecologia.
  • Ritinha: Tem sonhos de ter um negócio próprio. Vive dando asas a sua imaginação de empresária e comerciante. Muito gulosa, adora sorvetes, doces, etc…
  • Tristinho: Malabarista do Circo Lambe-Lambe. O astro do picadeiro, é trapezista, tratador de animais, equilibrista e grande companheiro de todos na turma.
  • Xicória: Uma galinha simpática e ótima cozinheira. Mora na árvore do Prof. Pirajá, onde é sua secretária, servindo, às vezes, de cobaia em suas pesquisas.


Morte

Daniel Azulay faleceu na tarde de sexta-feira, 27/03/2020, aos 72 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima no Coronavírus. Daniel Azulay estava internado havia duas semanas no CTI da Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele lutava contra uma leucemia e estava internada tratando da mesma quando contraiu o Covid-19. 

Exposições e Eventos Internacionais

  • 1968 - Montreal Exhibition, Canadá;
  • 1969 - 33° Salon International d’Humoristes - Bruxelas, Bélgica;
  • 1970 - Recebeu menção honrosa em exposição no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ) com seus primeiros trabalhos gráficos em caleidoscópios de acrílico no Salão da Bússola;
  • 1970 - Participou de exibição no Salone lnternazionale dei Comics - Lucca, Itália;
  • 1973 - Produziu o álbum "Jerusalém/Desenhos de Humor", resultado de sua viagem a Israel;
  • 1974 - Expôs desenhos de Jerusalém na Galeria lpanema, no Rio de Janeiro e no Gabinete de Artes Gráficas em São Paulo;
  • 1975 - Agraciado com o 1º lugar na lnternational Cartoon Exhibition Athens - Atenas, Grécia e teve seu desenho publicado na capa do catálogo da exposição;
  • 1977 - Produziu cartões, aerogramas e selos comemorativos para os Correios;
  • 1977 - Ilustrou cartazes do Congresso da ASIA realizados pela Embratur;
  • 1979 - Representou o Brasil, a convite dos Estados Unidos no lnternational Symposium Of Books And Broadcasting for Chilldren;
  • 1989 - Exposição organizada pelo Consulado Britânico no Hotel Rio Palace, no Rio de Janeiro. A exposição contou com a presença da Princesa Anne.

#FamososQuePartiram #DanielAzulay

Nelson Hoineff

NELSON HOINEFF
(71 anos)
Jornalista, Escritor, Crítico de Cinema, Produtor e Diretor de Televisão e Cinema

☼ Rio de Janeiro, RJ (04/09/1948)
┼ Rio de Janeiro, RJ (15/12/2019)

Nelson Hoineff foi um jornalista, produtor e diretor de televisão e cinema, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 04/09/1948.

Nelson Hoineff especializou-se em HDTV e novas tecnologias de distribuição de TV em New York, onde fez seu mestrado e doutorado, e Tóquio. Ele estagiou na produção de conteúdo em HDTV analógico na Nippon Hōsō Kyōkai (NHK), oficialmente em inglês, Japan Broadcasting Corporation, organização nacional de radiodifusão pública do Japão, em 1988.

Além de fundador e por quatro vezes presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ), Nelson Hoineff era co-fundador, da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Televisão (ABPITV), da qual foi vice-presidente por duas gestões. Participou ainda da fundação do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro (CPCB). Foi membro do Conselho Consultivo da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura. Foi membro também do Conselho Superior de Cinema da Presidência da República e do Conselho Consultivo do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD)

Diretor de Televisão

Na televisão, Nelson Hoineff, dirigiu o Departamento de Programas Jornalísticos da Rede Manchete e foi diretor de programas jornalísticos no SBT, Rede Bandeirantes, GNT, TV Cultura e TVE do Rio de Janeiro, onde também atuou como consultor de programação.

Entre as séries e programas que dirigiu destaca-se o "Documento Especial". Premiado várias vezes no Brasil, e também em Monte-Carlo e Berlim, foi ao ar em três redes abertas, tornando-se em cada uma um dos líderes de audiência: Rede Manchete (1989-1992), SBT (1992-1995) e Bandeirantes (1996-1997). Ao todo, foram produzidos 430 programas. Entre 2008 e 2010, cerca de 80 programas foram reprisados pelo Canal Brasil, em versões ligeiramente reduzidas de 45 para 30 minutos.

Também dirigiu "Primeiro Plano" (GNT, depois Cultura, sobre as vanguardas artísticas brasileiras), "Programa de Domingo" (Manchete), "Realidade" (Bandeirantes), "Curto-Circuito" (TVE), e inúmeras séries, entre as quais "Celebridades do Brasil" (Canal Brasil), "As Chacretes" (Canal Brasil) e "Vanguardas" (Canal Brasil).

Produtor

Como produtor, Nelson Hoineff, realizou em 2000 o primeiro filme brasileiro inteiramente gravado, editado e exibido em alta definição: "Antes: Uma Viagem Pela Pré-História Brasileira". Exibido durante todo o ano de 2000 na Mostra do Redescobrimento, "Brasil+500", no Ibirapuera, São Paulo, foi visto por mais de 1,8 milhão de pessoas. Para tal exibição, criou, com Marcello Dantas, o Cinecaverna, um cinema digital temático em forma de caverna para 450 espectadores, que se constituiu em um dos 14 módulos da exposição.

Em 2012, produziu e fez a supervisão geral da série "Trash!", dirigida por Cristian Caselli, para o Canal Brasil; a série "Marcados Para Morrer", dirigida por Luis Santoro, para a TruTV; a série "Teoria da Conspiração", dirigida por Daniel Camargo e Lúcio Fernandes, para a TruTV. No mesmo ano, iniciou a produção das séries "Televisão e Grandes Autores" e "A Televisão Que o Brasil Está Pensando", ambas para a TV Brasil/EBC, idealizadas pelo Instituto de Estudos de Televisão.

Em 2013, produziu a série "Cinema de Bordas", dirigida por Leonardo Luiz Ferreira para o Canal Brasil.

Ao todo, dirigiu mais de 700 documentários, seja na forma de séries de televisão, produtos isolados para televisão ou filmes de longa-metragem. Dentre os feitos especialmente para televisão, figuram: "O Século de Barbosa Lima Sobrinho", "TV Ano Zero", "O Filtro da Imprensa", "Nilo Machado - Um Cineasta Brasileiro" e "Timóteo, Política e Paixão".

Para o "Retratos Brasileiros" foi também produtor e supervisor-geral de "Antonio Meliande - Pau Pra Toda Obra", dirigido por Daniel Camargo em 2011, "Boca do Lixo", também dirigido por Daniel Camargo, em 2012, "Trash!" e "Cinema de Bordas".

Diretor de Cinema

Seu primeiro documentário de longa-metragem foi "O Homem Pode Voar", sobre a obra de Alberto Santos-Dumont, que teve como roteirista o físico brasileiro Henrique Lins de Barros.

Dirigiu ainda "Alô, Alô, Terezinha!", exibido inicialmente no Festival de Cinema do Recife em 2009, onde levantou os prêmios de Melhor Filme do júri oficial, Melhor Filme do júri popular, Melhor Montagem e o Troféu Gilberto Freire. Lançado em 30/10/2009, foi um dos indicados ao prêmio de Melhor Documentário do Ano da Academia Brasileira de Cinema.

Também dirigiu "Caro Francis", sobre Paulo Francis, um dos maiores jornalistas brasileiros, filmado no Rio de Janeiro, São Paulo e New York. Foi lançado em DVD durante a entrega do Prêmio Esso de Jornalismo no Rio de Janeiro. A versão para cinema, ligeiramente modificada, foi exibida pela primeira vez no Festival de Cinema de Paulínia, em julho de 2009, onde conquistou o prêmio de Melhor Documentário pelo Júri do Público. O filme foi também exibido no Festival do Rio e na Mostra Internacional de São Paulo de 2009. Foi exibido em outras mostras antes de ser lançado nacionalmente em 08/01/2010.

Em 2013, terminou "Cauby - Começaria Tudo Outra Vez", sobre o cantor Cauby Peixoto. O filme foi lançado nacionalmente em 28/05/2015, e ficou 16 semanas em cartaz, um recorde para documentários independentes.

Em março de 2014, iniciou a produção de um novo documentário de longa-metragem, "82 Minutos", sobre os preparativos do Carnaval da Portela para 2015. O filme foi concluído em maio de 2015. Foi convidado para participar do Festival Internacional de Programas Audiovisuais (FIPA), em Biarritz, França, em janeiro de 2016, e foi lançado nacionalmente no segundo semestre de 2016.

Seu mais recente longa-metragem, "Eu, Pecador", baseia-se no cantor, compositor e político Agnaldo Timóteo, e tem lançamento previsto para 2019.

Seus documentários são comumente exibidos em festivais, como Festival do Rio, Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Festival Internacional de Brasília, Vitória Cine Video, dentre outros.

Outras Atividades

Nelson Hoineff foi editor-executivo do Jornal do Brasil, além de ter passado, como editor, redator, colunista ou articulista, por veículos como Veja, O Globo, Folha de S.Paulo, Bravo!, Última Hora, Diário de Noticias, O Jornal, O Cruzeiro, Observatório da Imprensa, entre muitos outros.

No Jornal do Brasil e no Observatório da Imprensa publicou mais de 800 artigos sobre televisão, políticas do audiovisual e cultura brasileira. Foi editor-chefe dos Cadernos de Televisão, revista quadrimestral sobre estudos avançados de televisão, publicada pelo Instituto de Estudos de Televisão (IETV).

Como crítico de cinema, atuou desde 1968 em veículos como O Jornal, Diário de Noticias, Última Hora, O Cruzeiro, Manchete, Filme Cultura, O Globo, IstoÉ, Veja, A Noticia, O Dia, Jornal do Brasil e criticos.com, entre outros. Foi crítico e correspondente no Brasil do Variety, dos Estados Unidos.

No início da carreira, teve passagem pela imprensa esportiva, como repórter, redator e editor de esportes no O Jornal e Última Hora, para onde cobriu a Copa do Mundo de 1974. Nesses veículos e em outros, foi editor de cultura, editor internacional, secretário de redação e editor-chefe.

Autor de vários livros sobre televisão, muitos deles antecipando em anos o advento de novas tecnologias, descrevendo-as e discutindo o seu futuro impacto sobre o meio. Neste caso figuram "TV em Expansão - Novas Tecnologias, Segmentação, Abrangência e Acesso na Televisão Moderna" (ed. Record) onde, ainda no final dos anos 80, discutia temas como TV por Assinatura, operações satelitais domésticas e TV de Alta Definição (HDTV).

Em "A Nova Televisão - Desmassificação e o Impasse das Grandes Redes" (ed. Relume-Dumará), debatia assuntos como a iminência da convergência de meios e a implantação das plataformas digitais.


Nelson Hoineff foi coordenador do curso de Radialismo (Audiovisual) da Faculdade de Comunicação Helio Alonso (FACHA) e, na mesma instituição, fundou e coordenou da Faculdade de Cinema e Audiovisual, que começou a operar no segundo semestre de 2015. Nelson Hoineff  lecionou durante 30 anos na instituição, deixando-a em 2017.

Lecionou também Televisão Digital em MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Universidade Cândido Mendes, ambas no Rio de Janeiro. Antes disso, foi professor de jornalismo na Sociedade Barramansense de Ensino Universitário (SOBEU).

Em 2001, Nelson Hoineff  criou o Instituto de Estudos de Televisão (IETV), do qual foi presidente. O Instituto promove eventos permanentes como o Festival Internacional de Televisão, o Fórum Internacional de TV Digital e o Seminário Esso-IETV de Telejornalismo. Também em 2001, foi curador de uma grande retrospectiva de Nam June Paik no Oi Futuro, no Rio de Janeiro, eleito pelo Jornal do Brasil como uma das dez melhores exposições no Rio daquele ano.

Nelson Hoineff criou em 2007 séries em episódios para celulares: "E aí, Dr Py?", "Por Onde Andam As Chacretes" e "É Com Você, JP".

Em 2011 realizou, também para o Canal Brasil, a série de quatro episódios "As Vanguardas", sobre as vanguardas brasileiras contemporâneas. No mesmo ano dirigiu o média-metragem "Primeiro Mundo", e foi supervisor-geral do documentário "Hijas del Monte", sobre a vida das mulheres que abandonam as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), dirigido por Patrizia Landi.

Entre mais de 50 júris em que teve participação, figuram os do Prêmio Esso de Telejornalismo, Festival Internacional de Televisão de Monte-Carlo, Festival Internacional de Cinema de Tel-Aviv, júri da Fipresci no Festival Internacional de Cinema de Berlim, Festival Internacional de Cinema de Londres (presidente), Festival Internacional de Documentários de Yamagata, Festival Internacional de Documentários de Amsterdã (presidente), Festival Internacional de Cinema de Sochi, além de vários festivais brasileiros, como os do Rio de Janeiro, Gramado, Brasília, Fortaleza, Recife, Florianópolis, Goiânia e muitos outros.

Morte

Nelson Hoineff faleceu no domingo, 15/12/2019, aos 71 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de complicações causadas pelo diabetes.

O sepultamento ocorreu na segunda-feira, 16/12/2019, no Cemitério Israelita do Caju.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #NelsonHoineff

Raul Longras

RAUL DA SILVA LONGRAS
(76 anos)
Radialista, Locutor, Apresentador, Jornalista, Repórter, Letrista, Compositor, Escritor e Comissário de Polícia

☼ Rio de Janeiro, RJ (05/01/1914)
┼ Juiz de Fora, MG (04/04/1990)

Raul Longras foi um radialista, locutor, apresentador, jornalista, repórter, letrista, compositor e escritor, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 05/01/1914.

Filho de José da Silva Longras e Leonor Copelli da Silva Longras, foi casado com Zilda da Silva Longras (in memoriam) e posteriormente, com Marlene Lomba. Pai de José da Silva Longras Neto (in memoriam), cujo um dos filhos é o advogado Raul da Silva Longras Neto, do seu casamento com Zilda e pai da Monalisa Longras, nascida em Brasília em 1983, do casamento com Marlene. Além do advogado Raul Neto, é avô de Márcia Longras.

Raul Longras foi era torcedor do Flamengo, simpatizante do América e ligado à Escola de Samba Império Serrano, pela qual foi homenageado.


No rádio, foi narrador esportivo, introduzindo o "pimba", na hora do gol. Antes de se tornar narrador esportivo, foi apresentador de um programa de nome "Para Você Recordar" e de "Cancioneiros Famosos", ambos de Januário Ferrari, levados ao ar pela Rádio Educadora do Brasil, que se transformou em Rádio Tamoio. Esses programas passaram depois para a Rádio Ipanema (depois Mauá) e terminaram na Rádio Rio de Janeiro. Somente depois, Raul Longras passou a locutor esportivo e chefe da equipe de esportes da Rádio Mundial.

Na televisão, apresentou o  "Casamento na TV", programa de auditório, exibido na TV Globo, TV Excelsior e TV Rio, cujo objetivo era unir casais, tendo contabilizado 1.380 casamentos.

Como compositor, Raul Longras compôs, com Ari Monteiro, o samba "Rua das Ilusões", gravado por Carlos Galhardo.

Em Juiz de Fora, MG, Raul Longras residiu na rua Julieta Andrade, no bairro Granbery, Zona Sul da cidade e foi proprietário de loja e de colégio.

Casamento na TV

"Casamento na TV" foi um programa de auditório exibido de 06/08/1967 à 06/07/1969 na TV Globo. O programa realizava entrevistas com mulheres e homens solteiros que desejavam se casar. Com 45 minutos de duração, o programa era transmitido ao vivo no período das 19h00 aos domingos.

Apresentado e dirigido por Raul Longras, "Casamento na TV" contava também com a direção de Mário FrancoAugusto César Vannucci entre outros. Já a produção ficou por conta de Ruy Mattos.

Produzido e transmitido inicialmente no Rio de Janeiro, com o tempo passou a ser transmito em São Paulo através de video-tape. O programa também foi apresentado por Silvio Santos.

Os candidatos do programa eram dispostos no auditório em fileiras separadas de homens e mulheres. O apresentador Raul Longras andava pelo auditório com seu microfone na mão e ia até um candidato ou candidata e perguntava as características que essa pessoa pretendia encontrar de sua futura noiva ou noivo. A pessoa descrevia todas as características que considerava importante, como por exemplo no caso de uma candidata os atributos esperados poderiam ser "bonito, trabalhador, bom marido, que cuide de nossos filhos".


E assim o programa seguia com o apresentador fazendo a pergunta aos demais participantes. Os candidatos que encontrasse alguém que gostasse e decidissem casar, tinham todas as despesas do casamentos bancadas pela TV Globo. A emissora organizava a cerimônia do casamento em uma igreja perto de suas instalações. Já a festa ocorria dentro da própria emissora, em um terraço que era todo enfeitado para a recepção dos noivos. Os patrocinadores tinham uma participação muito importante durante a cerimônia de casamento e na vida do casal após o enlace. Presenteavam os noivos com toda a alimentação e bebida do casamento, as roupas dos noivos, alianças, viagem de lua-de-mel e também móveis e enxovais para a casa do casal. Em seu auge o programa chegou a realizar de 10 a 15 casamentos por mês.

Os telespectadores acabavam acompanhando o namoro do casal pela televisão, muitas vezes se emocionando com as declarações de amor dos participantes. O apego com os candidatos era tanto, que muitos telespectadores acabavam comparecendo na igreja no dia do casamento.

No começo de sua exibição o programa não fez tanto sucesso, porém um escândalo no meio do programa despertou o interesse de novos telespectadores, causando um aumento significativo da audiência. Em um dos programas uma mulher grávida, com a devida autorização da produção, parou o programa para delatar um dos candidatos a noivos como pai de seu filho. Essa acusação surpreendeu muito o rapaz e segundo o produtor Ruy Mattos estava em todos os jornais no dia seguinte. Com o aumento da popularidade o programa que antes era transmitido em 45 minutos passou a ter uma hora de duração e contava agora com apresentações musicais.

Morte

Raul Longras faleceu na quarta-feira, 04/04/1990, aos 76 anos, em Juiz de Fora, MG, no Hospital Cotrel, vítima de um infarto agudo do miocárdio, sendo sepultado em 05/04/1990, no Cemitério Municipal Nossa Senhora Aparecida, no bairro do Poço Rico.

Indicação: Carlos Ferreira

Saulo Gomes

SAULO GOMES
(91 anos)
Escritor e Jornalista

☼ Rio de Janeiro, RJ (02/05/1928)
┼ Ribeirão Preto, SP (23/10/2019)

Saulo Gomes foi um escritor e jornalista nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 02/05/1928. Ocupou a cadeira 28 da Academia Ribeirão-Pretana de Letras.

Foi Saulo Gomes quem inovou ao introduzir o uso do helicóptero nas reportagens jornalísticas, em 1967.

Iniciou sua atividade jornalística em janeiro de 1956, quando foi o primeiro colocado em um concurso no qual disputavam cerca de 200 jovens para uma vaga de repórter da Rádio Continental.

Como repórter investigativo, Saulo Gomes iniciou suas atividades em 1958 graças aos diversos casos de mortes e chacinas no Rio de Janeiro, promovidos pelo Esquadrão da Morte.

Em 1960 conseguiu desvendar, em primeira mão, o misterioso "Crime da Fera da Penha" que ganhou repercussão nacional. Por conta dessa investigação, sofreu 2 atentados.

Saulo Gomes entrevistando o médium Chico Xavier, em 1968, em Uberaba, MG.
Em 02/05/1980, protagonizou um momento histórico, informando ao vivo, às 16:21 horas, que a central paulista da extinta TV Tupi deixava, naquele instante, de gerar suas imagens.

Em 1964, ele tornou-se o primeiro jornalista proibido de exercer a profissão pelos militares.

Em 1968, Saulo Gomes começou sua amizade com Chico Xavier, quando, então repórter da TV Tupi, ele conseguiu convencer o médium a romper longo período de silêncio com a imprensa brasileira, ressabiado com a parte dela que o tratava como uma fraude. A partir daí, Saulo Gomes teria acesso privilegiado a Chico Xavier, além da convivência como amigos até a morte do espírita, em 30/06/2002. Desde então, escreveu dois livros sobre Chico Xavier, e faz palestras sobre o mesmo Brasil afora.

É de sua autoria uma reportagem especial sobre o "Maníaco do Parque", que marcou uma das maiores audiências da TV Record: Foram 38 pontos, contra 16 da TV Globo.

Em 2011, Saulo Gomes foi homenageado como autor local, na 11ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto.

O Último Vôo
Uma Investigação Sem Limites

"O Último Vôo - Uma Investigação Sem Limites" é um livro escrito por Saulo Gomes em 1996, baseado nas canalizações espirituais de Monica Buonfiglio, que denuncia erros técnicos e humanos da queda do avião que vitimou os Mamonas Assassinas.

As canalizações espirituais de Monica Buonfiglio nortearam as investigações de Saulo Gomes, que acabaram por inocentar o piloto. Alguns meses após o lançamento do livro, a Revista Manchete publicou uma reportagem com a seguinte chamada:
"Monica Buonfiglio Tinha Razão: O piloto não falhou sozinho na queda do avião que matou os rapazes. A verdade sobre a tragédia dos Mamonas"
Segundo a mediúnica Monica Buonfiglio, no dia 04/03/1996, enquanto preparava o café da manhã na sua casa, ela visualizou ao seu lado esquerdo o guitarrista Bento Hinoto. Ela relata que, com as duas mãos juntas, como numa súplica, ele a pedia que falasse às pessoas que o piloto não era o culpado e que havia sido mal orientado pela Torre de Controle do Aeroporto.

Sinopse do Livro:
"O que teria acontecido na Torre de Comando na noite de 02/03/1996, por volta de 23:30 hs, nos poucos minutos que antecederam a chegada do 'Lima Serra Delta' ao Aeroporto de Guarulhos? O que teria acontecido a bordo do Learjet durante o percorrer das últimas 15 milhas?
Baseado nas canalizações espirituais de Monica Buonfiglio, o jornalista Saulo Gomes desvenda esse mistério através de informações obtidas nas entrevistas, análises de relatórios e contatos com as pessoas envolvidas.
O Piloto é culpado! - todos diziam... mas ele não pode responder... mas será mesmo que os mortos não estão em condição de responder?
Partindo desse princípio, o autor investigou as canalizações espirituais de Monica Buonfiglio, chamadas de Holografia."

Saulo Gomes na Câmara de Ribeirão Preto, SP
Morte

Saulo Gomes faleceu na madrugada do dia 23/10/2019, aos 91 anos, em sua residência na cidade de Ribeirão Preto, interior do estado de São Paulo. De acordo com familiares, Saulo Gomes sofreu um infarto enquanto dormia.

Prêmios e Indicações

  • 1958 - Revista do Rádio - Melhor rádio-repórter do ano ... Venceu

Livros

  • 1996 - O Último Vôo - Uma Investigação Sem Limites
  • 2000 - Quem Matou Che Guevara
  • 2009 - Pinga-Fogo Com Chico Xavier
  • 2010 - As Mães de Chico Xavier
  • 2014 - A Coragem da Inocência de Madre Maurina Borges da Silveira
  • 2018 - Nosso Chico

Fonte: Wikipédia