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Alfredo Rizzotti

ALFREDO RULLO RIZZOTTI
(62 anos)
Pintor, Desenhista, Decorador, Gravador, Torneiro Mecânico e Mecânico

☼ Serrana, SP (15/08/1909)
┼ São Paulo, SP (12/05/1972)

Alfredo Rullo Rizzotti foi um pintor, desenhista e decorador brasileiro. Antes de se dedicar à arte, foi torneiro mecânico, mecânico de automóveis e fresador.

Entre 1924 e 1935, frequentou a Academia Albertina de Turim e a Escola Profissional de Novaresa, na Itália.

De volta ao Brasil, trabalhou como torneiro mecânico e mecânico de automóveis.

Em São Paulo, por volta de 1937, integrou o Grupo Santa Helena, formado por Aldo Bonadei (1906-1974), Francisco Rebolo (1902-1980), Mário Zanini (1907-1971) e Alfredo Volpi (1896-1988), entre outros, todos artistas de origem proletária que praticavam pintura, desenho e modelo vivo nas horas livres, e participou das exposições da Família Artística Paulista em 1939 e 1940.

Em 1942, foi premiado no Salão Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e apresentou trabalhos no 8º Salão Paulista de Belas Artes, em São Paulo.

Apesar de sofrer intoxicações causadas pela alergia à tinta, continuou a pintar até o fim da vida.

Após sua morte, suas obras integraram várias mostras do Grupo Santa Helena: em São Paulo, no Museu da Imagem e do Som (MIS), em 1975, no Museu de Arte Moderna (MAM/SP), em 1995, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em 1996, no Rio de Janeiro, entre outras.

Heitor dos Prazeres

HEITOR DOS PRAZERES
(68 anos)
Cantor, Compositor e Pintor

* Rio de Janeiro, RJ (23/09/1898)
+ Rio de Janeiro, RJ (04/10/1966)

Heitor dos Prazeres foi um compositor, cantor e pintor autodidata brasileiro. Nascido da família simples do marceneiro e clarinetista da banda da Guarda Nacional, Eduardo Alexandre dos Prazeres, e da costureira Celestina Gonçalves Martins, moradores da Rua Presidente Barroso, no bairro da Cidade Nova (Praça Onze), Heitor dos Prazeres nasceu no dia 23/09/1898, somente uma década após a abolição da escravatura.

Sua chegada trouxe muita alegria a seu pai, esperançoso de que o filho desse continuidade ao nome Prazeres, pois na ocasião o casal tinha duas filhas: Acirema e Iraci, que ajudavam a mãe nos serviços caseiros e nas encomendas de costuras.

E Lino, como era chamado carinhosamente por suas irmãs, foi crescendo e aprendendo os primeiros passos e as primeiras palavras no convívio daquela família, onde todos procuravam manter a união no trabalho para que pudessem conservar aquele nível social e não acontecesse como em outras famílias negras que, marginalizadas por perseguições raciais e sociais, não arranjavam empregos, moradias e escolas e passavam a se agrupar em morros perto dos grandes centros, criando assim as favelas.

E Heitor dos Prazeres foi crescendo, e com ele as favelas. Ao completar sete anos de idade foi surpreendido com a morte de seu admirável pai, que naquela época já começava a lhe ensinar os primeiros passos na profissão de marceneiro e alegrava as longas tardes e noites daquela casa, solando, em seu clarinete, dobrados, polcas, valsas e choros, provocando, assim, o ouvido musical de seu filho Lino.

As ferramentas no armário do quintal, o clarinete em cima da cristaleira e o piano trancado em um canto da sala traziam para o menino Heitor fortes lembranças de seu pai, cuja morte ele questionava. Dona Celestina, mulher forte e dinâmica, respondia ao menino contando a história de seus antepassados, escravos vindos da África, numa jornada sofrida e desumana. E comparava a situação de sua família, até certo ponto privilegiada, graças à dedicação e ao trabalho do pai, em comparação a outros irmãos negros. E justificava a morte do pai Eduardo Alexandre dos Prazeres, atribuindo à vontade de Deus, consolando assim as suas crianças.


Com a ajuda de suas filhas, de parentes e amigos, entre eles o tio Hilário Jovino (Lalu de Ouro) que, entusiasmado com a vocação musical de Lino, deu-lhe o primeiro cavaquinho -, Dona Celestina conseguiu matricular o menino numa escola profissionalizante, onde cursava o primário e aprendia a profissão de marceneiro. Heitor desenvolveu-se tendo como modelo o tio, cujo modo de compor ele admirava, sendo mais tarde influenciado por ele em suas primeiras composições, despertando o interesse do pianista Sinhô por aquele estilo de composição.

Heitor engraxate, Prazeres jornaleiro e Lino ajudante de marceneiro e lustrador de móveis, todos esses personagens dentro de um corpo negro, franzino e arisco, com gingado de capoeira, na fase dos seus 12 anos, deram força ao Heitor do Cavaquinho, que na época já participava das reuniões nas casas das tias, onde se cultuavam ritmos afros como candomblé, jongo, lundu, cateretê, samba etc., destacando-se como um grande ogã-ilu e ogã-alabé, improvisando versos, ritmando nos instrumentos de percussão e harmonizando em seu cavaquinho, presenteado por tio Lalu, instrumento este que se tornou o amigo inseparável do menino Heitor dos Prazeres. A essas reuniões geralmente Lino era levado por seus familiares, especialmente por seu tio Hilário, que sempre o incentivava no instrumento, fazendo com que Heitor o acompanhasse em seus improvisos. Esses encontros eram feitos nos fins de semanas em casas de parentes e amigos, como na casa da própria vovó Celi, tia Esther, de Oswaldo Cruz, tia Ciata (Maria Hilária Batista de Almeida), onde aconteciam reuniões das mais famosas da época e onde se encontravam vários bambas, como Lalu de Ouro, José Luiz de Moraes (Caninha), João Machado Guedes (João da Baiana), José Barbosa da Silva (Sinhô), Getúlio Marinho (Amor), Ernesto Joaquim Maria dos Santos (Donga), Saturnino Gonçalves (Satur), Alfredo da Rocha Viana (Pixinguinha), Paulo Benjamim de Oliveira (Paulo da Portela) e muitos outros sambistas daquela época.

A partir daí Heitor caiu no mundo: cavaquinho em punho, caixa de engraxate e a bolsa ao lado de carregar os jornais, saiu ele na conquista de sua cidade e de sua formação nesta grande escola da vida, dedilhando seu instrumento, deixando-se levar pela magia daquele som, descobrindo acordes, tentando conhecê-los mais intimamente.


Nas redondezas de seu bairro, preferia os pontos onde existia música, como as cervejarias da Praça Onze, com suas sessões de cinema mudo, animadas por pianistas ou pequenos conjuntos musicais que fascinavam o garoto Lino, ali assistindo do lado de fora, atento aos movimentos dos músicos que tiravam sons de seus instrumentos a cada movimento das cenas filmadas. Ele gostava também dos cafés nos arredores da Lapa, onde ia ouvir as orquestras de valsas e choros que animavam as noites da bela época do Rio de Janeiro. Ao fim de cada apresentação, o maestro passava seu elegante chapéu de palha entre os frequentadores, arrecadando dinheiro para os instrumentistas, que geralmente no fim das noitadas arranjavam propostas para serenatas dedicadas às pretendidas dos mais românticos frequentadores daqueles requintados cafés.

Nos prazeres das noites cariocas ele foi crescendo. E nos carnavais, já rapazinho e se destacando entre os bambas, Heitor dos Prazeres costumava sair fantasiado de baiana, levando nos ombros um pano da costa em cores vivas, cantando e tocando seu cavaquinho, arrastando foliões que dançavam animadamente segurando as extremidades do pano como uma bandeira, fato esse que inspirou Heitor dos Prazeres a criar um estandarte para outros carnavais.

Na década de 20, passou a ser conhecido como Mano Heitor do Estácio, devido ao fato de andar sempre acompanhado de bambas de sua amizade como os sambistas e compositores João da Baiana, Caninha, Ismael Silva, Alcebíades Barcelos (Bide), Marçal, ajudando a fundar e a organizar vários agrupamentos de samba no Rio Comprido, no Estácio e nas imediações. Chegando até a Mangueira e Oswaldo Cruz, onde havia reuniões a que compareciam Cartola, Paulo de Oliveira, conhecido mais tarde como Paulo da Portela, João da Gente, Mané Bambambam e muitos outros, participando assim da criação das primeiras escolas de samba: Deixa Falar, De Mim Ninguém Se Lembra e Vizinha Faladeira, no Estácio; Prazer Da Moreninha e Sai Como Pode, em Madureira, que se transformaram na sua querida Portela, à qual ele deu as cores azul e branco.

Heitor dos Prazeres participou também dos primeiros passos da Estação Primeira de Mangueira, aonde ia contratar as pastoras para apresentações em festas e cassinos com seu amigo e parceiro Cartola.

Paulo Benjamim de Oliveira (Paulo da Portela), Heitor dos Prazeres, Gilberto Alves, Alcebíades Barcelos (Bide) e Armando Marçal caminham no bairro Engenho de Dentro
Sua popularidade crescia. Heitor vivia e amava muito. Em 1925 compôs "Deixaste Meu Lar" e "Estás Farto de Minha Vida", gravada por Francisco Alves. Uma de suas paixões o censurava muito por sua vida boêmia, e por causa disso ele se inspirou e fez "Deixe a Malandragem Se És Capaz".

Em 1927 começou sua famosa polêmica com Sinhô, a primeira polêmica na Música Popular Brasileira. Apresentando-se em uma das mais populares festas do Rio de Janeiro, a de Nossa Senhora da Penha, onde eram lançadas as músicas que o povo cantaria durante o carnaval, foi surpreendido quando ouviu a música "Cassino Maxixe", gravada por Francisco Alves, sendo a autoria atribuída exclusivamente a Sinhô. Heitor dos Prazeres ficou chateado e foi reivindicar sua parceria na música. Sinhô, meio desconcertado, desculpou-se com aquela célebre frase no mundo do samba: "Samba é como passarinho, a gente pega no ar!"

Heitor dos Prazeres, então, fez um samba de alerta aos companheiros, "Olha Ele, Cuidado", obtendo como resposta o samba "Segura o Boi"Sinhô, na época, era chamado Rei do Samba, o que levou Heitor dos Prazeres a compor a música "Rei Dos Meus Sambas"Sinhô tentou inutilmente impedir que o samba fosse gravado e distribuído. Embora tivesse vencido a questão, e com isso o reconhecimento público pela autoria, Heitor dos Prazeres não conseguiu a indenização prometida por Sinhô.

Em 1931, casou-se com Glória, com quem viveu até 1936, nascendo como fruto desta união três filhas: Ivete, Iriete e Ionete Maria.

A prefeitura do Distrito Federal, em 1943, promoveu o Primeiro Concurso Oficial de Música para o Carnaval, do qual Heitor dos Prazeres foi vencedor com o samba "Mulher De Malandro", interpretado por Francisco Alves. Nessa época Heitor dos Prazeres já trabalhava nas primeiras emissoras de rádio do Rio de Janeiro, fazendo apresentações com seu cavaquinho, acompanhado de vozes femininas, ritmistas e passistas, grupo este que se denominava Heitor dos Prazeres e Sua Gente.


Em 1933, compôs a célebre "Canção Do Jornaleiro", na qual descrevia a vida dos meninos que andavam pelas ruas da cidade vendendo jornais, numa lembrança de sua infância. A música deu origem à campanha em prol da construção da Casa do Pequeno Jornaleiro.

Com a morte da esposa em 1936, da paixão e tristeza de Heitor dos Prazeres surgiu uma nova maneira de se expressar artisticamente. O compositor descobriu o pintor ao ilustrar, através de um desenho colorido, sua mais nova criação musical: "O Pierrot Apaixonado".

Nessa ocasião o artista morava num quarto na Praça Tiradentes, que era frequentado por pessoas atraídas pela fama de Heitor no meio dos bambas e pelo conhecimento que tinha dos lugares onde aconteciam as reuniões mais importantes da cultura afro-brasileira: candomblés, umbandas, jongadas, capoeiras e rodas de sambas, entre outras. Entre tais frequentadores, na maioria universitários, lá estava um estudante de medicina que se lançava como grande boêmio e sensível compositor de sucesso no mundo fonográfico, Noel Rosa, que fora procurar o amigo bom de briga, famoso também por sua habilidade no jogo da capoeira nas imediações, onde um marinheiro grande e forte queria tomar a sua namorada. E Heitor dos Prazeres então foi lá resolver o problema do companheiro.

Chegando ao bar onde já era conhecida sua fama de capoeirista dos bons, o tal marinheiro percebeu que tinha embarcado em uma canoa furada, e foi se desculpando com o bamba, que o mandou ancorar em outra praia, para felicidade do casal. Ao voltarem contentes, Heitor dos Prazeres foi cantarolando a marcha que estava compondo, tendo despertado a curiosidade de Noel Rosa, que disse ter gostado muito da letra, em cuja segunda parte havia uma frase que ele considerava muito forte e triste: "Depois de tanta desgraça, ele pegou na taça e começou a rir".


Noel Rosa sugeriu que ele modificasse aquela parte da letra, e escreveu: "Levando este grande chute foi tomar vermute com amendoim", entrando assim na parceria de uma das músicas de maior sucesso de Heitor dos Prazeres. Na mesma noite chegaram outros estudantes à procura do mestre, entre eles Carlos Drummond de Andrade, que levava nas mãos um poema dedicado ao amigo para que fosse transformado em música. O compositor não conseguiu musicá-lo, porém mais tarde o pintor se inspiraria a criar um quadro com o nome do poema que Carlos Drummond de Andrade lhe dedicara: "O Homem e Seu Carnaval" (1934). Este ilustre estudante e um outro - não menos ilustre - estudante de jornalismo, além de desenhista, Carlos Cavalcante, foram, juntamente com o pintor Augusto Rodrigues, os incentivadores e lançadores do artista plástico Heitor dos Prazeres. Artista plástico porque sua plasticidade não se resumia ao desenho de figuras e às cores de sua pintura, abrangendo também a criação e confecção de instrumentos musicais de percussão, chegando até a costura - nos modelos de seus ternos, nas roupas de seu grupo de shows -, o mobiliário e a tapeçaria decorativa.

Em 1937 começou a se projetar como pintor, participando de exposições, sempre incentivado pelos amigos. Começava assim a dupla atividade de sambista e pintor.

No ano de 1939, participou em São Paulo, nas rádios Cruzeiro do Sul e Cosmo, do Carnaval do Povo, com mais de 100 artistas, entre os quais Paulo da Portela, Cartola, Carmem Costa, Dalva de Oliveira, Aracy de Almeida, Francisco Alves, Carlos Galhardo, Bide, Marçal, Henricão, Herivelto Martins e Nilo Chagas (Dupla Branco e Preto, mais tarde Trio de Ouro com Dalva de Oliveira) e muitos outros sambistas e cantores, que foram recebidos pelo então locutor e baliza Adoniran Barbosa, o anfitrião daquele grande evento de cultura brasileira, realizado em praça pública, marcando a entrada do samba na terra da garoa. Dali a excursão se estendeu a Buenos Aires e Montevidéu.

Heitor dos Prazeres: Favela Com Tintureiro
Devido ao sucesso de tais espetáculos, esse tipo de música começou a ser requisitado pelos grandes salões. E ao voltar das excursões o elenco foi contratado por cassinos, teatros, rádios, etc.

No final da década de 30, além de trabalhar em emissora de rádio, Heitor dos Prazeres fazia parte do elenco do Cassino da Urca, onde tocava, cantava e dançava em companhia de Grande Otelo e Josephine Backer, daí vindo a conhecer o cineasta Orson Welles, que o contratou como arregimentador de figurantes para um filme sobre a cultura afro-brasileira, mais precisamente o samba e o carnaval.

Novo casamento aconteceu nessa época, Heitor dos Prazeres e Nativa Paiva, uma de suas pastoras, que lhe deu dois filhos: Idrolete e Heitorzinho dos Prazeres, um menino tão esperado que o inspirou na composição da música "A Coisa Melhorou", onde, em versos, dizia: "É mais um guerreiro, é mais um carioca, é mais um brasileiro". A música foi gravada numa das primeiras produções independentes, lançando a cantora Carmen Costa em sua carreira solo como intérprete. No começo da década de 30, Heitor dos Prazeres já havia produzido um disco independente para o carnaval com as músicas "Gata Borralheira" e "Me Forçou a Dormir Cedo", com um detalhe curioso: o disco matriz era colocado na eletrola de trás pra frente.

Heitor dos Prazeres, talvez por influência do sobrenome, além do prazer pela arte da música, da dança e da pintura, cultivava o grande prazer de estar sempre rodeado de belas mulheres, tratadas carinhosamente de "Minhas Cabrochas", geralmente mais de dez moças que ele treinava para dançar e cantar com seus músicos e ritmistas e que o acompanhavam em suas excursões.

Heitor dos Prazeres: Três Malandros Na Sinuca
Numa dessas apresentações em São Paulo, onde Heitor dos Prazeres fazia muito sucesso nos programas de rádio, em teatros, circos e festas populares de rua, conheceu uma bela jovem, com nome de flor, que lhe deu a filha Dirce e o inspirou na marcha-rancho "Linda Rosa". Seus amores eram suas musas, como nas músicas "Deixa a Malandragem", "Gosto Que Me Enrosco" e "Mulher de Malandro", inspiradas em tia Carlinda, com quem teve um romance nos idos de 1927 e tiveram uma filha: Laura, a mais velha.

Outro destaque em sua obra musical foi o samba "Lá Em Mangueira", de 1943, com parceria de Herivelto Martins, gravado originalmente pela dupla Branco e Preto e Dalva de Oliveira. No mesmo ano, Heitor dos Prazeres passou a integrar o elenco da Rádio Nacional do Rio de Janeiro e a participar de exposições de pinturas pelo Brasil e o exterior. Uma delas foi a exposição da RAF em benefício das vítimas da II Guerra Mundial, na qual apresentou sua tela "Festa de São João", indicada pelo amigo e admirador Augusto Rodrigues, também participante da coletiva, que reunia artistas de vários países. O quadro de Heitor dos Prazeres foi adquirido pela então princesa Elizabeth, em Londres. Com isso a fama do pintor cresceu e no mesmo ano foi convidado a expor individualmente no diretório acadêmico da Escola de Belas Artes, em Belo Horizonte.

A I Bienal de Arte Moderna, em São Paulo. Incentivado novamente pelo amigo, jornalista e crítico de artes Carlos Cavalcante a participar desse evento de arte de repercussão internacional, que reuniu, em 1951, artistas de várias expressões do Brasil e do mundo, proporcionando uma grande alegria na sua carreira com a contemplação do terceiro prêmio para artistas nacionais através do quadro intitulado "Moenda", que até hoje faz parte do acervo do museu.

Heitor dos Prazeres morreu no Rio de Janeiro no dia 04/10/1966.

Discografia
  • 1954 - Cosme e Damião / Iemanjá (Columbia)
  • 1955 - Pai Benedito / Santa Bárbara (Columbia)
  • 1955 - Vamos Brincar No Terreiro / Nego Véio (Sinter)
  • 1957 - Heitor dos Prazeres e Sua Gente (Sinter)
  • 1957 - Nada de Rock Rock / Eta Seu Mano! (Todamerica)

Lasar Segall

LASAR SEGALL
(66 anos)
Pintor, Escultor e Gravurista

* Vilnius, Lituânia (21/07/1891)
+ São Paulo, SP (02/08/1957)

"Tinha somente a convicção de estar enamorado desse país e que a dedicação que eu lhe devotava, era demais profunda e violenta para ser superficial."
(Lasar Segall)

Lasar Segall - em russo, Лазарь Сегал, em lituano, Lozarius Segalas, foi um pintor, escultor e gravurista nascido na Lituânia e naturalizado brasileiro. O trabalho de Segall teve influências do impressionismo, expressionismo e modernismo. Seus temas mais significativos foram representações pictóricas do sofrimento humano: a guerra e a perseguição.

No ano de 1923, aos 32 anos, Lasar Segall mudou-se definitivamente para o Brasil. Já era um artista conhecido. Contudo, foi aqui que, segundo suas próprias palavras, sua arte ficou como o "Milagre da Luz e da Cor". Foi um dos primeiros artistas modernistas a expor no Brasil.

Iniciou seus estudos em 1905, quando entrou para a Academia de Desenho de Vilnius, sua cidade natal. No ano seguinte, mudou-se para Berlim, passando a estudar na Academia Imperial de Berlim, durante cinco anos. Mudou-se, a seguir, para Dresden, estudando na Academia de Belas Artes.

Em fins de 1912, Lasar Segall veio ao Brasil, encontrar-se com seus irmãos, que moravam no país, entre eles a irmã Luba Segall Klabin, que havia se casado com Salomão Klabin e tiveram três filhos: Esther Klabin, Samuel Klabin e Horácio Klabin.

Lasar Segall em seu ateliê
Realizou suas primeiras exposições individuais em São Paulo e em Campinas, em 1913. Pela primeira vez o Brasil vinha a conhecer a arte expressionista europeia. Entretanto a repercussão junto ao público e à crítica foi mínima.

Logo depois ele voltou para à Europa, casando-se, em 1918, com Margarete Quack.

Fundou, com um grupo de artistas, o movimento "Secessão de Dresden", em 1919, realizando, a seguir, diversas exposições na Europa.

Lasar Segall mudou-se para o Brasil em 1923, dedicando-se, além da pintura, às artes decorativas. Criou a decoração do Baile Futurista, no Automóvel Clube de São Paulo, e os murais para o Pavilhão de Arte Moderna de Olívia Guedes Penteado.

Já separado de sua primeira esposa, casou-se em 1925 com Jenny Klabin, filha de Maurício Freeman Klabin, que era irmão de Salomão Klabin, portando Lasar Segall casou-se com a sobrinha do seu cunhado, com quem teve os filhos Maurício Klabin Segall (que se casaria nos anos 50 com a atriz Beatriz de Toledo, posteriormente Beatriz Segall) e Oscar Klabin Segall. Nessa época, passou a viver com a família em Paris, onde se dedicou também à escultura. Suas obras nessa fase remetem à atmosfera familiar e de intimidade. Suas cores fortes procuram expressar as paixões e sofrimentos dos seres humanos. Seus personagens são mulatas, prostitutas e marinheiros. Suas paisagens, favelas e bananeiras. Anos mais tarde dedicou-se à escultura em madeira, pedra e gesso.

Lasar Segall pintando o óleo "Navio de Emigrantes"
Em 1932, Lasar Segall retornou Brasil, vagou por todo tempo, instalando-se em São Paulo na casa projetada pelo arquiteto Gregori Warchavchik, seu concunhado. Essa casa abriga, atualmente, o Museu Lasar Segall. Nesse mesmo ano foi um dos criadores da Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM) na capital paulista.

Sua produção na década de 1930 incluiu uma série de paisagens de Campos do Jordão e retratos da pintora Lucy Citti Ferreira.

Em 1938, Lasar Segall realizou os figurinos para o balé "Sonho de uma Noite de Verão", encenado no Teatro Municipal de São Paulo.

Uma retrospectiva de sua obra no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, foi realizada em 1943. Nesse mesmo ano, foi publicado um álbum com textos de Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Jorge de Lima.

Em 1951, Lasar Segall realizou uma exposição no Museu de Arte de São Paulo. Três anos depois, criou os figurinos e cenários do balé "O Mandarim Maravilhoso".

O Museu Nacional de Arte Moderna preparou uma grande retrospectiva de sua obra em 1957, em Paris. Lasar Segall morreu nesse mesmo ano, vítima de problemas cardíacos, em sua casa, aos 66 anos.

Lasar Segall pintando
O Museu Lasar Segall, idealizado por Jenny Klabin Segall - viúva de Lasar Segall - foi criado como uma associação civil sem fins lucrativos, em 1967, por seus filhos Mauricio e Oscar. Está instalado na antiga residência e ateliê do artista, projetados em 1932, por seu concunhado, o arquiteto de origem russa Gregori Warchavchik que era casado com Mina Klabin, irmã de Jenny Klabin, cunhada de Lasar Segall.

Em 1985, o Museu foi incorporado à Fundação Nacional Pró-Memória, integrou até 2009 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) do Ministério da Cultura, como unidade especial.

A partir de 2010 converteu-se em uma das unidades museológicas do recém criado Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), do Ministério da Cultura.

Além de seu acervo museológico, o Museu constitui-se como um centro de atividades culturais, oferecendo programas de visitas monitoradas para escolas, cursos e oficinas nas áreas de gravura, fotografia e criação literária, programação de cinema. Abriga a Biblioteca Jenny Klabin Segall, que mantém acervo único nas áreas das Artes do Espetáculo (Cinema, Teatro, Rádio e Televisão, Dança, Ópera e Circo) e de Fotografia. A Biblioteca, ainda, possui a mais completa documentação sobre a vida e a obra de Lasar Segall.

O Museu, como órgão federal, é apoiado pela Associação Cultural de Amigos do Museu Lasar Segall (ACAMLS), uma sociedade civil sem fins lucrativos, viabilizada pela colaboração de instituições públicas e privadas, além de pessoas físicas que cooperam com o Museu.

Fonte: Wikipédia

Lourival Vargas

LOURIVAL BARROSO VARGAS
(56 anos)
Artista Plástico e Pintor

* Ibertioga, MG (23/08/1952)
+ Barbacena, MG (20/11/2008)

Lourival Barroso Vargas foi um artista plástico e pintor brasileiro. Autodidata, destacou-se como pintor de temas sacros, contudo, era autor de obras ecléticas, com temas como paisagens bucólicas e natureza, motivos esotéricos, abstratos, com diversas inspirações. Também era retratista. Nascido em Ibertioga, MG, a 23/08/1952, teve contato com a arte desde a infância quando começou a desenvolver seu talento para o desenho e pintura.

Lourival possuía um traço característico, bem como o uso das cores, especialmente ao abordar a natureza em suas obras. A vista da Serra de Ibitipoca a partir de Barbacena era uma paisagem muito apreciada pelo artista, além das redondezas da terra natal Ibertioga, e também a cidade de Barbacena, onde viveu por muitos anos, que eram temas recorrentes de suas obras.

Lembrança do Bonde (Óleo Sobre Tela)
É relevante também sua visão do universo urbano e da sociedade, pois em várias telas o artista fez seu autorretrato demonstrando um sentimento de marginalização e incompreensão, como artista e pensador, em relação à sociedade falida e hipócrita em que viveu.

Uma das principais obras do artista e que o imortalizaram são os afrescos da Catedral de Ibertioga. A magnífica mão de Deus retratada mostra a mão calejada de um trabalhador. A inspiração se deu numa tarde ao deixar a catedral. Após dias pensando em como seria a mão divina, deparou com um lavrador sentado na calçada da praça e nesse momento ele percebeu que a mão do Criador deveria ser como aquela, calejada pelo trabalho árduo da grande criação do mundo. Pediu ao homem que deixasse que ele desenhasse sua mão. Ao se ver a obra pronta percebe-se como foi sensível e precisa a observação do artista.

Algumas pessoas do círculo íntimo do artista emprestaram seus rostos para que ele compusesse as figuras ali retratadas como anjos e arcanjos. Essa obra foi um marco importante na sua carreira, e depois dela foi convidado para fazer a pintura do teto de capelas nas fazendas da região.

Morte

Lourival Vargas faleceu em Barbacena, MG, em 20/11/2008, aos 56 anos, depois de ficar 58 dia internado na Santa Casa de Misericórdia de Barbacena. Ele teve um AVC hemorrágico e foi colocado em coma induzido. Durante este período Lourival Vargas ficou ligado a aparelhos. O velório do artista plástico ocorreu na Capela de Santa Terezinha e o sepultamento aconteceu em Ibertioga, MG, sua cidade natal.

Fonte: Wikipédia

Albery

ALBERY SEIXAS DA CUNHA
(58 anos)
Pintor e Artista Plástico

* Belém, PA (04/10/1944)
+ Rio de Janeiro, RJ (07/04/2003)

Albery Seixas da Cunha foi um pintor e artista plástico brasileiro. Seus quadros mais famosos são de mulheres nuas. Ele nasceu no dia 04/10/1944 na cidade de Belém, PA, onde revelou sua vocação para pintura já na infância.

Seus primeiros óleos foram feitos em 1959, no Rio de Janeiro, onde morou até 1970. Neste ano, ele se transferiu para Paris, onde é até hoje um dos poucos artistas brasileiros realmente reconhecidos. Albery figura entre os mais importantes artistas da arte contemporânea brasileira. O artista sabe como poucos mesclar na dose certa a flora e a fauna brasileira colocando-as com perfeição nas formas e cores que cria. Muitas vezes registra em suas telas imagens que parecem sair de um sonho, como se quisesse desvendar seus mistérios.

No Rio de Janeiro, Albery despontou para a fama quando ganhou o primeiro prêmio, em uma galeria de arte, pintando o tema "Carolina", para a música de Chico Buarque. De acordo com a crítica, ele criou uma figura coerente com a música, ao mesmo tempo comunicativa, popular, simples e sofisticada. Ficou expresso nesse quadro que Albery estava atento à linguagem para a comunicação de massa utilizada na época.

Albery está sempre homenageando a mulher em seus quadros. O artista trabalha o corpo feminino sempre com um tratamento renovado e atual, acrescentando toques expressivos onde sobressaem os relevos da anatomia podendo-se quase perceber sua textura. Em suas viagens pelo mundo, o artista soube perceber as diferentes raça e formas faciais independente das classes sociais e cria rostos universais, como disse Walmir Ayala:

"O rosto de uma princesa contemporânea, ou de uma artista famosa, parece ter passado pelo carbono das histórias em quadrinhos, deixando assomar o lado heroico e mitológico subjacentes no lado da beleza feminina."

"Pintar é antes de tudo para mim um ato vital. Foi desde minha infància, a principal maneira de me expressar. Meu ideal de criança, era tornar-me no futuro um verdadeiro pintor e viver de minha arte. Sempre tive tendência inata para o surrealismo, e um gosto pelo mórbido que foi se diluindo com o tempo. Acho extremamente importante a qualidade técnica de minha obra e a temática sempre criada, baseando-me na natureza, no animal e na mulher. Dedico esta exposição a todos os mestres com os quais tive contato, em especial Salvador Dali."
(Albery - Texto do folder "25 Anos de Arte". Exposição individual do artista em novembro de 1992, na Bolsa do Rio)



Em 1962, Albery ingressou na Escola Nacional de Belas Artes.

Em 1965, participou dos Salões de Desenho na ENBA, de Gravura da Feira do Atlântico e o de Pintura da ENBA.

Em 1966, participou dos Salões Sesquicentenário da ENBA, de Gravura da Feira Industrial e da Gravura da ENBA. Fez sua primeira exposição coletiva na GEAD.

Em 1967, participou dos Salões da Jovem Pintura SBPC e de Desenhos e Gravuras da PUC. Realizou sua primeira individual na Galeria L'Atelier. Conquistou o primeiro prêmio do Concurso Nacional criado por Ruth Lauss e pela Galeria Domus. Participou do XVII Salão de Arte Moderna e do Salão da PUC e foi convidado pelo governo do Pará para realizar uma mostra em seu estado natal.

Em 1968 expôs na Galeria Meia Pataca, no Rio de Janeiro.

Em 1969, expôs nas Galerias Vice Rey em São Paulo e na Petite Galerie no Rio de Janeiro.

Em 1971, Realizou sua primeira exposição em Paris na Galeria André Weil.

Em 1972, expôs na Galeria Copacabana Palace. Apresentou uma individual na Galeria Pre-Design, de Bruxelas.

Em 1973, expôs na Galeria Albertus Magnus, de Paris, seguido de Happening com os mais destacados nomes da pintura francesa. Mostra na Galeria Chelsea em São Paulo.

Em 1974 expôs na Galeria Boris Orekhoff em Paris.

Em 1975, expôs na Galeria Debret e na Galeria Les Roseaux, ambas em Paris.

Sônia Braga e Albery (Participação Novela Dancin' Days)
Em 1976, realizou uma individual na Galeria Jacques Carrie em Paris.

Em 1977, expôs na Galeria Les Roseaux em Paris.

Em 1978 voltou ao Brasil para individual na Galeria B-75 Concorde, no Rio de Janeiro e na Galeria Acaiaca de Curitiba.

Em 1979, apresentou individuais nas Galerias Oscar Seraphico em Brasilia, Casa Grande em Goiània e Realidade Galeria de Arte no Rio de Janeiro. Participou da Coletiva Itinerante Brasileira no Hotel Le Meridien e outra coletiva no Othon Palace Hotel no Rio de Janeiro.

Em 1980, expôs na Don Camilo Galeria de Arte em Salvador e recebeu a Medalha Mérito Legionário conferida pela PRONAVE-LBA.

Em 1981, expôs na Galeria Realidade e numa Coletiva no Hotel Meridien no Rio de Janeiro.

Em 1982, expôs no Espaço Planetário do Rio e na Galeria Espaço Delfin no Rio de Janeiro.

Em 1983, expôs na Galeria Casa Branka em Curitiba e na Galeria Carimã em Foz do Iguaçu.

Participou em 1984, da Coletiva na Casa do Estudante Universitário, expôs na Galeria Engenho e Arte da Cidade, na Galeria Promorio e na Galeria Antonio Goulart no Rio de Janeiro. Recebeu ainda no mesmo ano homenagem de Dom Grenough e Jean Pierre Dutilleu no Clube Chez Moi, Beverly Hills, Los Angeles, Estados Unidos.

Em 1985, recebeu homenagem dos Salões de Arte CERJ e FCEB, participou do 1º Congresso Brasileiro de Serigrafia no Rio e Janeiro, expôs no seleto "Clube 1" e ainda pintou painéis para a Academia da Cidade no Rio de Janeiro.

Sônia Braga e Albery (Participação Novela Dancin' Days)
Em 1986, expôs na Galeria People, Coletiva na Cia. das Índias no Rio de Janeiro e realizou performance pictural na Academia GYM Center no Rio de Janeiro.

Em 1987, expôs na Galeria José de Alencar em Fortaleza.

Em 1988, expôs nas Galerias Art e Design em Maceió e Borghese no Rio de Janeiro. Participou da Expo Coletiva no Salão Nobre do Hotel Copacabana Palace no Rio de Janeiro.

Em 1989, exposição em Jarí, PA.

Em 1990 exposição na Ciudad de Leste, Paraguai.

Em 1991, fez uma nova viagem a Paris para execução de novos trabalhos.

Em 1992, de volta ao Brasil, participou do Projeto Jangada das Sete - Coco Beach Performance. Exposição Galeria de Arte da Biblioteca Pública Câmara Cascudo em Natal. Performance Trajano Shopping no Rio de Janeiro. Exposição Individual no Espaço Bolsa do Rio.

Em 1993, exposição individual em Natal, RN.

Em 1994, exposição individual em Campos, RJ.

Em 1995, exposição individual na Century's Gallery, no Rio de Janeiro.

Em 1997 foi para Miami e expôs individualmente na Foundation For The Contemporary Arts Gallery. Participou de coletiva na Lopez Negro Gallery, Dania, Flórida. Individual na Hidden Bay, Aventura, Flórida.

Em 1998, individual na Santayana Gallery, Key Biscayne, Florida, e no Gable's Club, Coral Gables, Flórida.

Em 1999, individual no BarRoom, em Miami Beach, Flórida. No mesmo ano, individuais no Pine Bank Bricckell, no Gran Bay Hotel , Coconut Grove, Flórida, e no Santa Maria, Brickell.

Em 2001 individual na Galeria Jordi no Rio de Janeiro e a Exposição "Retratos", mobilizando a alta sociedade carioca no Shopping Fashion Mall.

"O mundo deveria ser:

Todos para arte!

Todos pela arte!
Tudo sobre arte!"

Sônia Braga e Albery (Participação Novela Dancin' Days)
Morte

Albery morreu numa manhã chuvosa no dia 07/04/2003, no outono, na estação que tem as cores estilizadas marrom-vermelho-dourado, os mesmos tons que o artista utilizava para pintar seus cavalos também estilizados.

Exposições Individuais

  • 1967 - Rio de Janeiro - Primeira individual, na Galeria L'Atelier
  • 1970 - Paris, França - Individual, na Galeria Andre Weil
  • 1974 - Paris, França - Individual, na Galeria Boris Orekhoff
  • 1975 - Paris, França - Individual, na Galeria Debret
  • 1975 - Paris, França - Individual, na Galeria Les Roseaux
  • 1976 - Paris, França - Individual, na Galeria Jacques Carrie
  • 1977 - Paris, França - Individual, na Galeria Les Roseaux
  • 1977 - Flórida, Estados Unidos - Individual, na Hidden Bay
  • 1978 - Rio de Janeiro - Individual, na Galeria B-75 Concorde
  • 1978 - Curitiba - Individual, na Galeria Acaiaca
  • 1979 - Brasília - Individual, na Galeria Oscar Seraphico
  • 1979 - Goiânia - Individual, na Casa Grande
  • 1979 - Rio de Janeiro - Individual, na Realidade Galeria de Arte
  • 1980 - Salvador - Individual, na Don Camilo Galeria de Arte
  • 1981 - Rio de Janeiro - Individual, na Realidade Galeria de Arte
  • 1983 - Rio de Janeiro - Individual, na Galeria Pau Brasil
  • 1984 - Rio de Janeiro - Individual, no Estúdio Antônio Goulart
  • 1985 - Rio de Janeiro - Individual, na Forma Livre Academia da Cidade
  • 1987 - Fortaleza - Individual, na Galeria José de Alencar
  • 1988 - Rio de Janeiro - Individual, na Galeria de Arte Borguese no Shopping da Gávea
  • 1998 - Key Biscayne, Flórida, Estados Unidos - Individual, na Santayana Gallery
  • 1998 - Coral Gables, Flórida, Estados Unidos - Individual, no Gable´s Club
  • 1999 - Miami Beach, Flórida, Estados Unidos - Individual, no BarRoom
  • 1999 - Coconut Grove, Flórida, Estados Unidos - Individual, no Gran Bay Hotel
  • 1999 - Brickell, Estados Unidos - Individual, no Brickel
  • 2001 - Rio de Janeiro - Individual, na Galeria Jordi 

Exposições Coletivas

  • 1964 - Rio de Janeiro - 2ª O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana
  • 1965 - Rio de Janeiro - Salão de Desenho da Enba
  • 1965 - Rio de Janeiro - Salão de Gravura da Feira do Atlântico
  • 1965 - Rio de Janeiro - Salão de Pintura da Enba
  • 1966 - Rio de Janeiro - Salão do Sesquicentenário da Enba
  • 1966 - Rio de Janeiro - Salão de Gravura da Feira Industrial
  • 1966 - Rio de Janeiro - Salão de Gravura da Enba
  • 1967 - Rio de Janeiro - Salão Jovem Pintura SBPC
  • 1967 - Rio de Janeiro - Salão de Desenhos e Gravuras da PUC/RJ
  • 1973 - Paris, França - Coletiva, na Galeria Albertus Magnus
  • 1977 - Flórida, Estados Unidos - Coletiva, na Lopez Negro Gallery
  • 1979 - Rio de Janeiro - Coletiva Itinerante Brasileira, no Hotel Le Meridien
  • 1979 - Rio de Janeiro - Coletiva, no Othon Palace Hotel
  • 1981 - Rio de Janeiro - Coletiva, no Hotel Meredien
  • 1984 - Foz do Iguaçu - Coletiva, na Casa do Estudante Universitário
  • 1987 - Rio de Janeiro - Coletiva, no Salão Nobre do Hotel Copacabana Palace

Exposições Póstumas

  • 2003 - Rio de Janeiro - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte

Indicação: Cidia Martins

Monsueto

MONSUETO CAMPOS MENEZES
(48 anos)
Cantor, Compositor, Instrumentista, Ator e Pintor

* Rio de Janeiro, RJ (04/11/1924)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/02/1973)

Monsueto Campos de Menezes foi um sambista, cantor, compositor, instrumentista, pintor e ator brasileiro. Nasceu na Gávea e foi criado no Morro do Pinto. Com menos de três anos ficou órfão de mãe e pai e foi criado pela avó e por uma tia. Na adolescência, trabalhou como guardador de carros no Jockey Club.

Monsueto estudou até o quinto ano primário, aos 15 anos, já tocava em baterias de escola de samba e aos 17 começou a trabalhar como baterista free lancer em bailes de gafieira e cabarés.

Prestou serviço militar no Forte de Copacabana e ao sair casou-se com Maria Aparecida Carlos, indo morar em Vieira Fazenda, subúrbio carioca. Lá, abriu uma tinturaria, a exemplo de seu irmão Francisco, que também fora proprietário de uma tinturaria na qual chegou a trabalhar. Apesar de ter seu próprio negócio, continuou tocando na noite, frequentando os pontos de encontro de músicos, principalmente nas redondezas do Teatro João Caetano.

Monsueto teve seis filhos.

Na década de 40, atuou como baterista em vários conjuntos, entre os quais, a Orquestra de Copinha, que tocava no Copacabana Palace Hotel. Teve sua primeira composição gravada em 1951, o samba "Me Deixe Em Paz" (Monsueto e Aírton Amorim), lançado por Linda Batista na RCA Victor e que fez bastante sucesso no carnaval do ano seguinte. Em seguida, teve várias músicas incluídas no show "Fantasia, Fantasias", do Copacabana Palace Hotel.

Em 1953, teve os sambas "Mulher de Mau Pensar" (Monsueto e Elói Marques) e "A Fonte Secou",(Monsueto, Tufyc Lauar e Marcléo) gravadas por Raul Moreno na Todamérica. O samba "A Fonte Secou" foi o grande sucesso no carnaval seguinte e seu maior êxito.

Em 1954, compôs com R. Filho o samba "Maldição" gravado por Francisco Carlos na RCA Victor. Nesse ano, seu samba "Quando Vem a Noite" (Monsueto e Álvaro Gonçalves) foi gravado na Todamérica por Virgínia Lane, os sambas "Rosto Bonito" (Monsueto e Caribé da Rocha) e "Carrasco" (Monsueto, Raul Marques e F. Fernandes) foram lançados por Carlos Augusto na Sinter e o xote "Sem Amor" (Monsueto e João do Vale) foi gravado na Columbia por Índio e Seu Conjunto. Ainda em 1954, Marlene gravou para o carnaval o samba "Mora na Filosofia" (Monsueto e Arnaldo Passos), que fez muito sucesso, fazendo com que a expressão "mora", no sentido de percebe, entrasse para o vocabulário popular carioca. Esta música, aliás, havia substituído uma outra, "Couro do Falecido", em show do Copacabana Palace, apresentado pela mesma Marlene, em virtude do suicídio de Getúlio Vargas, um pouco antes.

Teve mais dois sambas gravados por Raul Moreno na Todamérica em 1955, "Me Empresta Teu Lenço" (MonsuetoElano de Paula e Nicolau Durso) e "Cachimbo da Paz" (MonsuetoRaul Moreno e Plínio Gesta). Nesse ano, Marlene lançou na Sinter os sambas "Canta, Menina, Canta" e "Na Casa de Corongondó", ambos parcerias de Monsueto com Arnaldo Passos. Ainda em 1955, Monsueto gravou seu primeiro disco, pelo selo pernambucano Mocambo, com os sambas "Nega Pompéia" (Estanislau Silva e Ferreira Gomes) e "Q.G. do Samba" (MonsuetoRossini Pacheco e Sebastião Nunes). Também em 1955, seu samba "Mora na Filosofiafoi escolhido por uma comissão julgadora reunida no Teatro João Caetano como uma das cinco melhores letras e melodias do carnaval daquele ano.

Em 1956, Linda Batista gravou o samba "Levou Fermento" (Monsueto e José Batista). Nesse ano, teve mais três sambas gravados na Todamérica, "Rua Dom Manoel" e "Senhor Juiz" (Monsueto e Jorge de Castro) na voz de Raul Moreno, e "Tô Chegando Agora" (Monsueto e José Batista) na voz de Odete Amaral. Na SinterMarlene gravou o samba "O Lamento da Lavadeira" (MonsuetoNilo ChagasJoão Violão).


Em 1957 Monsueto teve três sambas gravados na RCA Victor, foram eles, "O Gemido da Saudade" (Monsueto e José Batista), por Linda Batista, "Fogo na Marmita" (MonsuetoAldacir Louro e Amado Régis), por Marlene e "Não se Sabe a Hora" (Monsueto e José Batista), por Dircinha Batista. Nesse ano, atuou no filme "13 Cadeiras", com Oscarito, dirigido por Franz Eichhorn. Também gravou um disco pela Copacabana com os sambas "Prova Real" (Odelandes Rodrigues, Amado Régis e Edson Santana) e "Bola Branca" (Estanislau Silva, Otávio Lima e Antônio Guedes).

Em 1958, participou como cantor nos números musicais do filme "Na Corda Bamba", de Eurides Ramos e compôs músicas para os filmes "O Cantor Milionário" e "Quem Roubou Meu Samba?", ambos de José Carlos Burle. Ao todo, Monsueto teve participação em dez filmes brasileiros, três argentinos e um filme italiano. Ainda em 1958, teve gravados na Todamérica o samba-canção "Boa Noite", por Ted Moreno, o samba "Giro Pelo Norte", por Ari Cordovil e o choro "Trote" (Monsueto e Dilermando Rodrigues), por Cora Mar. Por essa época, fez vários shows com Herivelto Martins. Pouco depois criou seu próprio grupo com o qual excursionou pelo Brasil e países da América, Europa e África.

Em 1959, foi convidado a participar do programa humorístico "Noites Cariocas", da TV Rio, onde recebeu o apelido de "Comandante" e fez muito sucesso com seu quadro, lançando gírias como: "Castiga", "Vô Botá Pra Jambrá", "Mora" "Ziriguidum". Nesse ano, seus sambas "O Bafo do Gato" e "Comício no Morro" foram lançados por Edgardo Luiz na gravadora Polydor. Ao final da década de 50, teve composições incluídas em espetáculos de Carlos Machado como "Copacabana de Tal" e "Zelão Boca Rica"

Em 1961, gravou pela Odeon os sambas "Ajudai o Próximo" e "Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo", ambos de sua autoria. Nesse ano, Agostinho dos Santos gravou "Na Casa do Antônio Jó" (Monsueto e Venâncio).

Em 1962, lançou seu único LP, "Mora na Filosofia dos Sambas de Monsueto", lançado pela Odeon e cujo destaque foi o samba "Lamento da Lavadeira" (MonsuetoNilo Chagas e João Violão).

Em 1963, também na Odeon, gravou os sambas "Chica da Silva" (Anescar e Noel Rosa de Oliveira) e "Mané João" (Monsueto e José Batista). Nesse ano, teve o samba "Ai Meu Calo" (Monsueto e José Batista) gravado por Ivon Curi na Odeon. Ainda em 1963, gravou pelo selo Orion os sambas "Sambamba" (Monsueto) e "Retrato de Cabral" (Monsueto e Raul Marques) e o samba "Mora na Filosofia" foi regravado por Walter Santos no LP "Bossa Nova - Walter Santos", com acompanhamento do conjunto de Walter Wanderley.

Por volta de 1964, tentou sem sucesso criar um selo de gravações com seu nome, mas que, no entanto, somente lançou um disco com ele mesmo interpretando os sambas "O Sucesso Está na Cara" (Monsueto e Linda Batista) e "Larga o Meu Pé" (Monsueto e Aloísio França).

Em meados da década de 60, começou a ser redescoberto pelos grandes nomes da Música Popular Brasileira. Em 1968, Maria Bethânia regravou "Mora na Filosofia". Em 1971, Caetano Veloso também gravou "Mora na Filosofia", em seu LP "Transa".

Em 1969 Milton Nascimento gravou "Me Deixa Em Paz", em seu LP "Clube da Esquina" ao lado de Alaíde Costa. Nessa época, passou a se interessar por pintura e acabou tornando-se profissional, sendo premiado com uma medalha de bronze no Salão Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, em 1972. Seu quadro mais conhecido é uma Santa Ceia em que Jesus e seus apóstolos são negros.

Sem nunca ter se ligado oficialmente a nenhuma escola de samba, passou por várias delas, a última, foi a Unidos Vila Isabel.


Morte

Em 1973, quando participava na Bahia das filmagem do filme "O Forte", de Olney São Paulo, passou mal, foi hospitalizado e veio a falecer, em decorrência de um câncer no fígado. Nesse ano, Caetano Veloso regravou "Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo", em seu LP "Araçá Azul" com um arranjo de rock, popularizando ainda mais o compositor entre os jovens. Na mesma época, pot-pourris com composições suas foram gravados por Martinho da Vila e MPB-4.

Na década de 90, teve o samba "Lamento da Lavadeira" regravado pela cantora Marisa Monte.

Em maio de 2002, foi um dos grandes homenageados no show "Marleníssima", estreado pela cantora Marlene no Teatro Rival BR, escrito e dirigido por Ricardo Cravo Albin, quando, em cena, eram lembrados e cantados um a um dos seus sucessos criados por ela, tais como "Aperta o Cinto", "Lamento da Lavadeira" e "Fogo na Marmita".

Em 2004, recebeu homenagem especial durante a entrega do Prêmio Rival BR de Música que foi dedicado a ele. Na ocasião foram cantadas músicas de sua autoria e exibidos trechos de filmes nos quais atuou.


Discografia

  • 1964 - O Sucesso Está na Cara / Larga o Meu Pé (Monsueto, 78)
  • 1963 - Chica da Silva / Mané João (Odeon, 78)
  • 1963 - Sambamba / Retrato de Cabral (Orion, 78)
  • 1962 - Mora na Filosofia dos Sambas de Monsueto (Odeon, LP)
  • 1961 - Ajudai o Próximo / Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo (Odeon, 78)
  • 1957 - Prova Real / Bola Branca (Copacabana, 78)
  • 1955 - Nega Pompéia / Q.G. do Samba (Mocambo, 78)

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB

Gilvan Samico

GILVAN JOSÉ DE MEIRA LINS SAMICO
(85 anos)
Pintor, Desenhista e Gravurista

* Recife, PE (15/06/1928)
+ Recife, PE (25/11/2013)

Gilvan José de Meira Lins Samico foi um pintor, desenhista e gravurista brasileiro. Gilvan Samico era um dos maiores gravuristas do Brasil.

Nascido na capital pernambucana, Gilvan Samico era o penúltimo de seis filhos de um casal de classe média do bairro de Afogados. Na adolescência, depois de dois empregos frustrados, o pai percebeu a aptidão do filho para a ilustração e o levou ao professor, pintor e arquiteto Hélio Feijó.

Gilvan Samico iniciou-se na pintura como autodidata, influenciado pelo expressionismo de artistas como Oswaldo Goeldi e Lívio Abramo, mas atualmente era conhecido por suas meticulosas xilogravuras, inspiradas na temática e estilo da gravura popular do nordeste do Brasil.

Em 1948, começou a frequentar a Sociedade de Arte Moderna do Recife. Em 1952, fundou, juntamente com outros artistas, o Ateliê Coletivo da Sociedade, idealizado por Abelardo da Hora

Em 1957, estudou xilogravura com Lívio Abramo, na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo. No ano seguinte, estudou gravura com Oswaldo Goeldi, na Escola Nacional de Belas Artes, na cidade do Rio de Janeiro.

Em 1968, recebeu de prêmio uma viagem ao exterior no 17º Salão Nacional de Arte Moderna do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e permaneceu por dois anos na Europa. Em 1965, fixou residência em Olinda, PE. Lecionou xilogravura na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Em 1971, convidado por Ariano Suassuna, passou a integrar o Movimento Armorial, voltado à cultura popular. Sua produção é particularmente pela recuperação do romanceiro popular e pela literatura de cordel. Suas gravuras são povoadas por personagens da Bíblia, de lendas e por animais fantásticos, com reduzido uso da cor e de texturas.

Os 40 anos de gravura do artista foram comemorados em 1997 com importante exposição no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro.

Gilvan Samico tem obras no Museum Of Modern Art (MoMA) de Nova York e participou duas vezes de Bienal de Veneza tendo sido premiado em uma delas.


Crítica

Ferreira Gullar em seu livro "Relâmpagos" dedica um capítulo inteiro para tratar da obra de Gilvan Samico que começa assim:

"É uma linguagem clara, límpida, mas plena de ecos. Ela é assim jovem e arcaica. A linha, que Samico traça, para definir as figuras é também expressiva em si mesma como linha, tem intensidade e melodia. É uma gravura sem truques, sem retórica, sem falsas emoções. É tudo gráfico: o que está ali está ali, à nossa vista."
(Ferreira Gullar, Relâmpagos, p. 1275)

É exaltado por Ariano Suassuna ao dizer:

"É, então, por ter encontrado seu caminho dentro da maravilha que é a arte popular brasileira, que o mundo de Samico aparece com tanta força e novidade, harmonizados, nela, todos os contrastes e violências."

Gilvan Samico, com a esposa Célida, em seu ateliê em Olinda, em imagem de 2008
Morte

Gilvan Samico morreu, na manhã de segunda-feira, 25/11/2013, no Recife, PE, aos 85 anos. Ele estava internado há uma semana no Hospital Português, no bairro do Paissandu, devido a um câncer na bexiga. A doença, segundo os médicos, era incurável e ele recebia tratamentos paliativos.

Ele foi internado por várias vezes nos últimos meses para tratar do câncer. Gilvan Samico morava em Olinda, PE onde também funcionava seu ateliê. O velório ocorreu no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife. O corpo dele foi encaminhado para cremação.

Fonte: Wikipédia