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Chico de Oliveira

FRANCISCO MARIA CAVALCANTI DE OLIVEIRA
(85 anos)
Sociólogo

☼ Recife, PR (07/11/1933)
┼ São Paulo, SP (10/07/2019)

Francisco Maria Cavalcanti de Oliveira, mais conhecido como Chico de Oliveira, foi um sociólogo nascido em Recife, PE, no dia 07/11/1933.

Doutor por notório saber pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) em 1992, participou do grupo inicial de pesquisadores do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP) e foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), com o qual rompeu em 2003.

Graduado em Ciências Sociais em 1956 na Faculdade de Filosofia da Universidade do Recife, atual Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), pertenceu aos quadros técnicos do Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB), entre 1956 e 1957, e da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) entre 1959 e 1964, onde trabalhou com Celso Furtado.

Após o golpe de 1964, ficou preso por dois meses. Posteriormente, deixou a cidade do Recife e mudou-se para o Rio de Janeiro.

Professor de Sociologia do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), foi aposentado compulsoriamente pelo Ato Institucional Número Cinco (AI-5).

Ingressou no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP) em 1970, a convite de Octavio Ianni. Do grupo inicial do CEBRAP, também fizeram parte Boris Fausto, Cândido Procópio Ferreira de Camargo, Carlos Estevam Martins, Elza Berquó, Fernando Henrique Cardoso, Francisco Weffort, José Arthur Giannotti, José Reginaldo Prandi, Juarez Rubens Brandão Lopes, Leôncio Martins Rodrigues, Luciano Martins, Octavio Ianni, Paul Singer e Roberto Schwarz.

No Partido dos Trabalhadores (PT), integrou 1ª Diretoria Executiva da Fundação Wilson Pinheiro - fundação de apoio partidária instituída pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em 1981, antecessora da Fundação Perseu Abramo. Coordenador-executivo do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania (CENEDIC) da Universidade de São Paulo (USP), deixou o Partido dos Trabalhadores (PT) e filiou-se ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).


Em 2003, ano em que deixou o Partido dos Trabalhadores (PT), Chico de Oliveira disse que Lula nunca foi de esquerda.

Em 25/08/2006, foi-lhe concedido o título de Doutor Honoris Causa na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por iniciativa do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Em 28/08/2008, foi-lhe concedido o título de Professor Emérito pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP).

Nas eleições de 2010 afirmou que "Lula é mais privatista que FHC. Privatista numa escala que o Brasil nunca conheceu!".

Em 22/11/2010, foi-lhe concedido o título de Doutor Honoris Causa na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Em 2012, durante entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, desabafou: "Lula é sem caráter e oportunista!".

Em 2016 disse não acreditar nas acusações contra o ex-presidente: "Não é verdade. Lula não é nenhum ladrão, para meter a mão no dinheiro público!", disse ao Zero Hora.

Chico de Oliveira foi candidato a reitor da Universidade de São Paulo (USP), representando a chapa de oposição. Contudo, não poderia se eleger segundo o estatuto da Universidade, pois era aposentado. Ele reconheceu, contudo, que o problema da Universidade de São Paulo se explicava mais pelo "anacronismo de suas regras estatutárias e legais, e menos pela má qualidade de seus gestores" e era forte crítico do estatuto disciplinar da Universidade, que ele avaliava como sendo uma herança do período ditatorial. Também defendia a autonomia universitária e seu caráter de conquista popular, posicionando contra o corte ou deslocamento de verbas públicas: "Isso é conversa de economista liberal!".

Morte

Chico de Oliveira faleceu na madrugada de quarta-feira, 10/07/2019, aos 85 anos, enquanto se recuperava, em casa, de uma pneumonia. A causa da morte não foi divulgada.

Prêmios Homenagens

Chico de Oliveira recebeu o prêmio Jabuti em 2004, na categoria Ciências Humanas, pelo livro "Crítica à Razão Dualista / O Ornitorrinco", publicado pela editora Boitempo.

Em 2013, foi o homenageado do IV Curso Livre Marx-Engels, organizado pela editora Boitempo e pelo Serviço Social do Comércio (SESC).

Bibliografia

Entre suas principais obras, destacam-se:
  • Hegemonia às Avessas: Economia, Política e Cultura na Era da Servidão Financeira
  • A Economia Brasileira: Crítica à Razão Dualista / O Ornitorrinco
  • Elegia Para Uma Re(li)gião
  • O Elo Perdido: Classe e Identidade de Classe em Salvador
  • Os Direitos do Antivalor
  • Os Cavaleiros do Antiapocalipse (Em colaboração com Álvaro Comin)
  • Os Sentidos da Democracia (Em colaboração com Maria Célia Paoli)
  • Brasil: Uma Biografia Não Autorizada


Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #ChicodeOliveira

Salomão Schvartzman

SALOMÃO SCHVARTZMAN
(88 anos)
Jornalista, Advogado e Sociólogo

☼ Niterói, RJ (04/06/1931)
┼ São Paulo, SP (06/07/2019)

Salomão Schvartzman foi um jornalista e sociólogo nascido em Niterói, RJ, no dia 04/06/1931.

Salomão Schvartzman começou como um repórter do jornal O Globo do Rio de Janeiro. Trabalhou também na Rádio Globo, tendo coberto inclusive o julgamento do nazista Adolph Eichman em 1961.

Salomão Schvartzman graduou-se em Ciências Políticas e Sociais em 1983 na Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

Em seguida, trabalhou na revista Manchete, tendo sido chefe da sucursal paulista da revista. Posteriormente, foi âncora do programa "Frente a Frente" da TV Manchete durante onze anos. Também apresentava, na mesma emissora, o programa "Momento Econômico" e o musical "Clássicos em Manchete".

Em 2000, após o fim da Rede Manchete, Salomão Schvartzman transferiu-se para a Fundação Padre Anchieta, responsável pela TV Cultura e pelas rádios Cultura AM e FM. Na Cultura FM, apresentou durante sete anos o programa "Diário da Manhã". Saiu da emissora em 2007, indo logo em sequência para a rádio Scalla FM de São Paulo, onde seguiu apresentando o "Diário da Manhã". Porém, a emissora saiu da cidade e Salomão Schvartzman também saiu da emissora. Posteriormente, passou a atuar na rádio BandNews FM como um colunista e cronista.


Em outubro de 2013, Salomão Schvartzman voltou a apresentar o "Diário da Manhã" na rádio Cultura FM além de seguir com seus programas nas rádios BandNews FM e Bandeirantes.

Salomão Schvartzman apresentou no canal por assinatura Arte 1 o programa "Arte 1 In Concert" além de ser a voz padrão da emissora, e apresentou no canal BandNews o programa "Salomão:" (lê-se "Salomão Dois Pontos").

Salomão Schvartzman participou do documentário poético "Memória de Rio", sob direção do cineasta Roney Freitas e produção da Superfilmes Cinematográfica, em que faz uma meditação sobre o Rio Tietê na cidade de São Paulo.

Ao longo de sua carreira, Salomão Schvartzman sempre finalizava seus programas com o bordão "Seja feliz!".

Salomão Schvartzman recebeu menção honrosa do Prêmio Esso com a matéria "Doca Doca: Por Que Mataria a Mulher Que Amava?", sobre o caso Ângela Diniz, socialite assassinada em 1976, publicada na revista Manchete.

Salomão Schvartzman foi ainda conselheiro do Museu de Arte de São Paulo (MASP).

De família judaica, - o seu avô e os tios maternos morreram no campo de extermínio alemão de Auschwitz, na Polônia -, era crítico do antissemitismo e abordava, em seus trabalhos, as discussões sobre Israel.

Morte

Salomão Schvartzman faleceu na na manhã de sábado, 06/07/2019, aos 83 anos, em São Paulo, SP. Ele teve a morte declarada às 11h35, logo depois de dar entrada no pronto atendimento do Hospital Albert Einstein. O hospital confirmou a morte do jornalista, mas não informou a causa.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #SalomaoSchvartzman

Marielle Franco

MARIELLE FRANCISCO DA SILVA
(38 anos)
Socióloga, Feminista, Política e Militante dos Direitos Humanos

☼ Rio de Janeiro, RJ (27/07/1979)
┼ Rio de Janeiro, RJ (14/03/2018)

Marielle Francisco da Silva foi uma socióloga, feminista, política brasileira e militante dos direitos humanos, nascida no Rio de Janeiro, RJ, no dia 27/07/1979.

Graduada em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), que cursou como bolsista integral, Marielle Franco era mestre em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Sua militância na defesa dos direitos humanos e contra ações violentas na favela foi impulsionada após a morte de uma amiga, vítima de bala perdida, durante um tiroteio envolvendo policiais e traficantes de drogas no Complexo da Maré, bairro onde Marielle nasceu e viveu.


Em 2006, integrou a equipe de campanha que elegeu Marcelo Freixo à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ). Com a posse de Marcelo Freixo, foi nomeada assessora parlamentar do deputado. Anos depois assumiu a coordenação da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Em 2016, sua primeira disputa eleitoral, foi eleita vereadora na capital fluminense pela coligação Mudar é Possível, formada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB). Com mais de 46 mil votos, foi a quinta candidata mais votada na cidade.

Marielle Franco exercia o mandato de vereadora na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, eleita pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Crítica da intervenção federal no Rio de Janeiro, no dia 10 de março ela havia denunciado policiais do 41º Batalhão de Polícia Militar por abusos de autoridade contra os moradores do bairro de Acari.

Morte

Marielle Franco foi morta a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio de Janeiro, por volta das 21h30 de quarta-feira, 14/03/2018. Além de Marielle, o motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu. Uma outra passageira, assessora de Marielle, foi atingida por estilhaços. A principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios é execução.

Segundo as primeiras informações da polícia, bandidos em um carro emparelharam ao lado do veículo onde estava Marielle e dispararam. Marielle foi atingida com pelo menos quatro tiros na cabeça. A perícia encontrou nove cápsulas de tiros no local. Os criminosos fugiram sem levar nada.

A passageira atingida pelos estilhaços foi levada para o Hospital Souza Aguiar e liberada. Em seguida, ela foi levada para prestar depoimento na Delegacia de Homicídios, que terminou por volta de 4h00 de quinta-feira, 15/03/2018. A polícia não deu detalhes do depoimento.

Marielle havia participado no início da noite de um evento chamado "Jovens Negras Movendo As Estruturas", na Rua dos Inválidos, na Lapa, Rio de Janeiro.

No momento do crime, Marielle estava no banco de trás do carro, no lado do carona. Como o veículo tem filme escuro nos vidros, a polícia trabalha com a hipótese de os criminosos terem acompanhado o grupo por algum tempo, tendo conhecimento da posição exata das pessoas. O motorista foi atingido por pelo menos 3 tiros na lateral das costas.

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Taís Veras
#FamososQuePartiram #MarielleFranco

Luiz Felipe Lampreia

LUIZ FELIPE PALMEIRA LAMPREIA
(74 anos)
Sociólogo e Diplomata

☼ Rio de Janeiro, RJ (19/10/1941)
┼ Rio de Janeiro, RJ (02/02/2016)

Luiz Felipe Palmeira Lampreia foi um sociólogo e diplomata brasileiro. Filho de João Gracie Lampreia e Maria Carolina Palmeira Lampreia, graduado em sociologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), em 1962. Ingressou no Instituto Rio Branco (IRBr) no mesmo ano.

Foi nomeado terceiro-secretário em novembro de 1963, foi embaixador em Paramaribo, Suriname, em Lisboa, Portugal, e em Genebra, Organização Mundial do Comércio (OMC) e outros organismos internacionais.

Foi Secretário Geral do Itamaraty entre 1992 e 1993 e Ministro das Relações Exteriores no governo Fernando Henrique Cardoso entre 1995 e 2001.

Era também professor associado de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-Rio).

Foi ligado institucionalmente ao Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), um think tank de relações internacionais, do qual foi vice-presidente emérito.

Foi também presidente do Conselho de Relações Internacionais da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN). Além disso, foi membro dos conselhos de várias empresas internacionais de consultoria em planejamento estratégico, como McLarty Associates e Oxford Analytica, empresas industriais, como Partex Oil And Gas, Souza Cruz e Coca-Cola, e do banco português Caixa Geral de Depósitos.


A objetividade e o pragmatismo sempre foram marcantes no embaixador. Quando era ministro das Relações Exteriores no governo Fernando Henrique Cardoso, Luiz Felipe Lampreia não gostava de conversas longas. Costumava resolver tudo em menos de meia hora, enquanto ouvia cantos gregorianos em seu gabinete.

Crítico ao governo do Partidos dos Trabalhadores (PT), Luiz Felipe Lampreia escreveu artigos contra a entrada da Venezuela no Mercosul e os passos dados pelo seu sucessor, Celso Amorim, no Itamaraty. Um deles foi o fim das negociações para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA).

Apesar das divergências, Luiz Felipe Lampreia sempre teve o Estado como prioridade. Assim, há cerca de um mês, assinou, junto com mais 40 embaixadores aposentados de todas as tendências políticas, um manifesto em favor do governo brasileiro no impasse com Israel. As autoridades israelenses tornaram público o nome do líder de assentamentos em territórios palestinos, Dani Dayan, para ser embaixador em Brasília, antes mesmo da concessão do agrément, ou seja, da autorização do Brasil.

Mesmo aposentado, Luiz Felipe Lampreia nunca parou. Mantinha um blog sobre Política Internacional na página de O Globo, escrevia artigos e participava de debates e entrevistas sobre política externa com frequência. Era vinculado ao Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e presidente do Conselho de Relações Internacionais da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN).

Morte

Luiz Felipe Lampreia morreu aos 74 anos, na terça-feira, 02/02/2016, após uma parada cardíaca durante a manhã, um mês depois de ter alta do Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. Ele havia sido internado para tratar um tumor de pulmão.

Deolindo Amorim

DEOLINDO AMORIM
(78 anos)
Jornalista, Sociólogo, Publicitário, Escritor e Conferencista Espírita

* Baixa Grande, BA (23/01/1906)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/04/1984)

Deolindo Amorim foi um jornalista, sociólogo, publicitário, escritor e conferencista espírita brasileiro. Colaborou no Jornal do Commercio e em praticamente toda a imprensa espírita do país.

Deolindo Amorim nasceu no seio de uma família pobre e católica, vindo a tornar-se presbiteriano fervoroso. Rompeu com a sua igreja e permaneceu muitos anos sem definição filosófica ou religiosa. Mudou-se para o Rio de Janeiro, então capital do país. Graduou-se em Sociologia, pela Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, tendo feito, ainda, outros cursos de nível superior. Tornou-se jornalista e, posteriormente, funcionário público, tendo galgado elevada posição funcional no Ministério da Fazenda.

Um de seus três filhos é o jornalista Paulo Henrique Amorim.

O Ativista Espírita

Por volta de 1935, já no Rio de Janeiro, passou a frequentar o Centro Espírita Jorge Niemeyer, onde entrou em contato com o acervo da Doutrina Espírita, mostrando-se profundo admirador das obras de Léon Denis.

Já em 1939 idealizou e promoveu o I Congresso de Jornalistas e Escritores Espíritas, realizado no auditório da sede da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro em 15 de novembro. A importância da iniciativa pode ser avaliada considerando-se que, no plano externo, iniciava-se a Segunda Guerra Mundial, e que, no plano interno, o Espiritismo era perseguido por setores da igreja Católica e pela polícia do Estado Novo.

Também esteve ao lado de Leopoldo Machado na promoção do I Congresso de Mocidades e Juventudes Espíritas do Brasil, ocorrido no Rio de Janeiro, em julho de 1948, e na criação do Conselho Consultivo de Mocidades Espíritas.

Privou da amizade de grandes vultos do Espiritismo no Brasil e no exterior, como, por exemplo, Carlos Imbassahy, Leopoldo Machado, Herculano Pires, Leôncio Correia e Humberto Mariotti.

Um dos mais ardorosos defensores das obras codificadas por Allan Kardec e profundo admirador de Léon Denis, foi presidente do Instituto de Cultura Espírita do Brasil e presidente de honra da Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas.

Levou o Espiritismo ao meio universitário, proferindo bela conferência no Instituto Pinel da Universidade do Brasil, focalizando o tema: "O Suicídio à Luz do Espiritismo".

Umberto Mariotti e Deolindo Amorim
Em Defesa do Conceito de Espiritismo

Um dos problemas mais emergentes relativos ao bom entendimento da Doutrina Espírita, em meados do século XX, foi a constante tentativa de confundi-lo quer seja com o Candomblé, quer com a Umbanda, quer com as diversas doutrinas espiritualistas. As confusões eram muito grandes, principalmente com os cultos afro-brasileiros. A própria Federação Espírita Brasileira (FEB) pretendeu chamar de "Espiritismo" todas as práticas mediúnicas ou assemelhadas e de "Doutrina Espírita", os conceitos decorrentes da obra codificada por Allan Kardec.

Para dirimir dúvidas, lançando luz sobre o assunto, em 1947 Deolindo Amorim publicou "Africanismo e Espiritismo", obra onde deixa clara a inexistência de ligações filosóficas, práticas ou doutrinárias entre o Espiritismo e as correntes espiritualistas apoiadas na cultura africana, trazida pelos escravos e que se converteram em vários cultos de gosto popular.

Posteriormente, determinado a explanar didaticamente as bases da doutrina de Allan Kardec, escreveu "O Espiritismo e os Problemas Humanos" e o "O Espiritismo à Luz da Crítica", este último em resposta a um padre que escrevera uma obra criticando a Doutrina. Segui-se-lhes "Espiritismo e Criminologia", oriundo de uma conferência no Instituto de Criminologia da Universidade do Rio de Janeiro.

Por fim, em 1958, lançou a obra "O Espiritismo e as Doutrina Espiritualistas", onde sem combater nenhuma corrente ou filosofia espiritualista, como a Teosofia, a Rosacruz, e as diversas seitas de origem asiática e africana, embora ressaltando eventuais coincidências de pontos filosóficos, simplesmente define, separa e identifica o que é o Espiritismo, mostrando a sua independência.

Sobre a questão religiosa no Espiritismo, a sua posição foi a mesma de Allan Kardec. Citando as palavras do fundador, concluía que, como qualquer filosofia espiritualista, o Espiritismo tinha consequências religiosas, mas de forma alguma se tornava uma religião constituída.

Herculano Pires (sentado) com Deolindo Amorim no Instituto de Cultura Espírita do Brasil.
A Fundação do Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB)

Tendo existido, no Rio de Janeiro, a Faculdade Brasileira de Estudos Psíquicos a que pertenceu e foi seu último presidente, quando a instituição se tornou insubsistente Deolindo Amorim promoveu a criação do Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB), fundado em 07 /12/1957 e por ele dirigido até sua morte.

Quanto à questão da unificação do movimento, Deolindo Amorim nunca se ligou à Federação Espírita Brasileira, tendo mantido laços com a Liga Espírita do Brasil, entidade criada em 1927 por Aurino Barbosa Souto e da qual Deolindo Amorim foi o último 2º vice-presidente.

Em 1949, com a assinatura do "Pacto Áureo", a Liga Espírita do Brasil, que não tinha representatividade nacional, deixou de existir, transformando-se numa entidade federativa estadual. Atualmente, após várias denominações, é denominada União das Sociedades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro (USEERJ).

Deolindo Amorim foi contra o acordo, à época, referindo:

"Quando a Liga [Espírita do Brasil] aceitou o Acordo de 5 de outubro [de 1949], acordo que se denominou depois, Pacto Áureo, tomei posição contrária (...) votei contra a resolução, porque não concordei com o modo pelo qual se firmara esse documento. E o fiz em voz alta, de pé, na Assembleia, com mais doze companheiros que pensavam da mesma forma."

Obras
  • Africanismo e Espiritismo
  • Allan Kardec
  • Análises Espíritas
  • Doutrina Espírita
  • Espiritismo à Luz da Crítica
  • Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas
  • Espiritismo e Criminologia
  • Idéias e Reminiscências Espíritas (Documentário)
  • Ponderações Doutrinárias
  • Relembrando Deolindo Vol. 1
  • Relembrando Deolindo Vol. 2

Fonte: Wikipédia

Gabriela Leite

GABRIELA SILVA LEITE
(62 anos)
Socióloga e Prostituta

* São Paulo, SP (22/04/1951)
+ Rio de Janeiro, RJ (10/10/2013)

Gabriela Silva Leite foi socióloga e prostituta brasileira. Foi prostituta da Boca do Lixo, em São Paulo, Zona Boêmia, em Belo Horizonte e da Vila Mimosa, no Rio de Janeiro. Estudou ciências sociais na Universidade de São Paulo mas não chegou a concluir, começou a cursar em 1969.

Fundou, 1992, a ONG Davida, que defende os direitos das prostitutas, a regulamentação da profissão e é contra a idéia de vitimização, de tratar a prostituição apenas como falta de opção para mulheres em situação de pobreza.

Em 1987, ela organizou o primeiro encontro nacional de prostitutas, no Rio de janeiro.

Em 2005, Gabriela Leite, idealizou a grife Daspu, desenvolvida por prostitutas, e cujo nome é uma provocação à Daslu, a maior loja de artigos de luxo do Brasil, pertencente à empresária Eliana Tranchesi.

Em 2009, Gabriela Leite escreveu a sua história no livro "Filha, Mãe, Avó e Puta", mais tarde adaptado para o teatro.

Em 2010, Gabriela Leite foi candidata à deputada federal pelo Partido Verde (PV).


Morte

Gabriela Leite, morreu vítima de câncer, aos 62 anos, às 19:00 hs do dia 10/10/2013, no Rio de Janeiro.

Na quinta-feira, 10/10/2013, o deputado Jean Willis apresentou no Congresso Nacional o Projeto Gabriela Leite, que regulamenta a atividade dos profissionais do sexo.

"Gabriela foi uma pessoa pública muito importante, que fez a diferença" - disse Flávio Lenz, assessor e amigo de Gabriela Leite.

Indicação: Miguel Sampaio

Joelmir Beting

JOELMIR JOSÉ BETING
(75 anos)
Jornalista e Sociólogo

* Tambaú, SP (21/12/1936)
+ São Paulo, SP (29/11/2012)

Nascido em Tambaú, interior de São Paulo, começou a trabalhar nas plantações da propriedade de sua família aos sete anos. "A minha origem é, de certa forma, de boia-fria", lembraria o jornalista em entrevista à revista Imprensa em julho de 2012. Depois de ser coroinha na igreja da cidade, o padre Donizetti Tavares de Lima arrumou-lhe o primeiro emprego, na rádio de Tambaú, aos quinze anos.

Carreira

Em 1957, aos dezenove anos de idade, Joelmir Beting foi para São Paulo onde estudou Sociologia na Universidade de São Paulo, na mesma turma de nomes como Ruth Cardoso e Francisco Weffort.

Ainda em 1957, durante o período universitário, iniciou sua carreira jornalística, como repórter esportivo nos jornais O Esporte e Diário Popular. Deixou a área esportiva dois anos depois, quando deixou sua paixão pelo Palmeiras falar mais alto na transmissão de um Derby Paulista pela Rádio Panamericana e quase foi agredido pela torcida corintiana.

Foi contratado em 1966 pela Folha de São Paulo para lançar a editoria de "Automóveis", fruto da repercussão de sua tese do curso de Sociologia, "Adaptação da mão de obra nordestina na indústria automobilística de São Paulo", que fora publicada pelo Diário Popular na íntegra. Dois anos depois lançou a editoria de "Economia" do mesmo jornal, lançando uma coluna diária a partir de 1970. A coluna tornou-se célebre por desmistificar a economia numa época de inflação astronômica e reiteradas medidas desastradas do governo. É de lá que nasceram alguns dos bordões de Joelmir Beting, como "Quem não deve não tem" e "Na prática, a teoria é outra".

Paralelamente à coluna na Folha de São Paulo, que transferiu para O Estado de São Paulo em 1991, Joelmir Beting passou, ainda em 1970, a participar de programas de rádio, na Jovem Pan, e de televisão, na TV Record, e com participações nos telejornais da TV Globo, onde permaneceu entre agosto de 1985 e julho de 2003, onde se tornaria conhecido do grande público.

O início na TV foi em 1970, com o programa "Multiplicação do Dinheiro", que funcionava como uma mesa-redonda sobre assuntos econômicos, com participação dos economistas Eduardo Suplicy e Miguel Colassuono. Em 1974 foi contratado pela TV Bandeirantes, onde ficaria até a sua estreia na TV Globo. Na TV Bandeirantes, ancorou o "Jornal Bandeirantes", ao lado de Ferreira Martins, além de fazer comentários de economia e reportagens especiais.

O mesmo aconteceu na Rádio Bandeirantes, onde fazia um comentário diário no programa "O Trabuco", de Vicente Leporace. Com a morte deste, em abril de 1978, juntou-se a José Paulo de Andrade e Salomão Ésper para apresentar o Jornal Gente, criado no dia seguinte ao acontecido. O trio voltaria a reunir-se em 2003, quando Joelmir Beting foi novamente contratado pela Bandeirantes. Entre os anos 1980 e 1990 foi também comentarista das rádios Excelsior e CBN. No início do canal por assinatura Globonews, em 1996, foi um dos apresentadores do programa "Espaço Aberto".

Alguns de seus mais célebres trabalhos na TV são o primeiro debate entre candidatos a eleições, na TV Bandeirantes, e a entrevista com os membros da equipe econômica de Fernando Collor em março de 1990, quando Zélia Cardoso de Mello e Ibrahim Eris, entre outros, foram surpreendidos por Joelmir Beting, Lilian Witte Fibe e Paulo Henrique Amorim, então especialistas em economia da emissora. Quando Paulo Henrique Amorim detalhou uma das principais medidas do Plano Collor, o confisco, Joelmir Beting teve uma curiosa reação, como descrita pela revista Imprensa:

"Encarando a câmera, (ele) arregalou os olhos e escancarou a boca, como se informasse, bem didaticamente, a reação apropriada para a medida: espanto."

A imagem seria usada pelo Jornal do Brasil no dia seguinte, sob a manchete "A Cara da Nação".

Exerceu a função de editor e comentarista econômico do Jornal da Band, apresentado por Ricardo Boechat, participou do Jornal Gente e do Jornal Três Tempos, da Rádio Bandeirantes, e participou do programa esportivo Beting&Beting com seu filho Mauro e seu sobrinho Erich, no canal fechado BandSports, além de fazer comentários para o Primeiro Jornal e o Jornal da Noite, na Bandeirantes, e para o canal de notícias BandNews. Joelmir Beting também apresentou o "Canal Livre", programa que trata dos principais assuntos atuais, exibido aos domingos.

O Caso Bradesco

O jornalista foi centro de uma polêmica em 2003 ao aceitar convite do Bradesco para participar de uma campanha publicitária. Os jornais onde ele mantinha coluna, O Estado de São Paulo e O Globo, consideraram a prática incompatível com o exercício de jornalista e suspenderam a publicação de sua coluna diária.

Em 4 de dezembro Joelmir Beting publicou um artigo intitulado "Posso Falar?", em que deu explicações acerca do episódio. Joelmir Beting alegou que o produto que vendia aos jornais era "um produto isolado, tido como de boa qualidade e isento". No mesmo texto, afirmou também que "o jornalismo não deveria se envergonhar da publicidade". Na entrevista à Imprensa em julho de 2012 Joelmir Beting disse que já tinha comunicado à época que iria deixar de escrever as colunas nos jornais, por estar "sobrecarregado". Teria sido apenas depois de essa notícia se espalhar pelo mercado que surgiu o convite do Bradesco. "Os jornais já sabiam que a coluna ia parar, assim como já sabiam que eu não fazia mais televisão", explicou. A coluna seguiria sendo distribuída pela Agência Estado para cerca de trinta jornais até janeiro de 2004, quando resolveu suspendê-la depois de 34 anos.

Desde o episódio até a sua morte, Joelmir Beting se dedicou prioritariamente ao rádio e à TV, além de sua agenda de palestrante e debatedor de assuntos macroeconômicos.

Joelmir Beting ao lado do filho Mauro (Foto: Paulo Bareta)
Morte

Joelmir Beting morreu  no início da madrugada de quinta-feira (29/11/2012) em São Paulo. Ele estava internado desde o dia 22 de outubro no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e, no domingo (25/11/2012), sofreu um Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico (AVE). Na quarta-feira (28/11/2012), o hospital Albert Einstein informou que o jornalista estava em coma irreversível.

Joelmir Beting tinha dois filhos, Gianfranco, publicitário e especialista em aviação, e Mauro, jornalista e comentarista esportivo da Rede Bandeirantes.

O corpo de Joelmir Beting será velado a partir das 8:00 hs, no Cemitério do Morumbi, na Zona Sul. O velório vai ser aberto ao público. A cremação ocorrerá no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, às 16:00 hs, numa cerimônia restrita à família.

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Fada Veras

Maurício Tragtenberg

MAURÍCIO TRAGTENBERG
(69 anos)
Sociólogo e Professor

* Getúlio Vargas, RS (04/11/1929)
+ São Paulo, SP (17/11/1998)

Seus avós, imigrantes judeus, instalaram-se no interior do Rio Grande do Sul cultivando como unidade familiar uma agricultura de subsistência, e foi lá que Maurício Tragtenberg iniciou sua aprendizagem de português, espanhol, esperanto e russo, além das leituras de autores russos como Piotr Kropotkin, Mikhail Bakunin, Liev TolstóiMaurício Tragtenberg frequentou o grupo escolar, em Porto Alegre, mas não foi além da terceira série do primário.

Após a morte precoce do pai, transferiu-se com sua mãe para São Paulo, onde ainda jovem começou a trabalhar. Filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro / Partido Comunista do Brasil, mas foi expulso com base em um artigo que proibia ao militante contato direto ou indireto com trotskistas ou com a obra de Leon Trotsky, autor por ele lido e relido. Tornou-se dirigente do recém-fundado Partido Socialista Revolucionário (PSR), então seção brasileira da IV Internacional, fundada por Leon Trotsky, junto com inúmeros camaradas como Herminio Sacchetta, Febus Gikovate, Alberto da Rocha Barros, Vítor Azevedo, Patricia Galvão (Pagu), Florestan Fernandes, entre outros.

Trabalhou no Departamento das Águas de São Paulo, onde teve toda a sua experiência prática com a burocracia, posteriormente criticada em seu livro "Burocracia e Ideologia". Neste período frequentou a Biblioteca Municipal Mário de Andrade, onde lhe foi possível ler o que lhe interessasse e discutir assuntos diversos com um grupo de intelectuais que também frequentavam a biblioteca, entre eles Antônio Cândido de Mello e Souza, que o convenceu a prestar vestibular na Universidade de São Paulo.

Escreveu o ensaio "Planificação - Desafio Do Século XX", que seria posteriormente transformado em livro. Com a aceitação desse texto pela Universidade de São Paulo, habilitou-se a prestar o vestibular. Aprovado, começou a frequentar o curso de Ciências Sociais. Um ano depois prestou novamente vestibular, desta vez para o curso de História, que concluiu.

Hermínio Sacchetta e Maurício Tragtenberg (1956)
Durante a ditadura militar escreveu sua tese de doutorado em Política, também pela Universidade de São Paulo. Começou então a se dedicar à carreira de professor, lecionando na graduação e pós-graduação de universidades como Pontifícia Universidade Católica de São PauloUniversidade de São Paulo, Universidade Estadual de Campinas e Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV).

No meio acadêmico, Maurício Tragtenberg ficou conhecido como um autodidata, o que era apenas parcialmente verdadeiro, embora ele próprio costumasse alardear, provocativamente, o seu "primário incompleto". Preferia definir-se como um socialista libertário, ao contrário de "anarquista", e radical. Irreverente com relação aos símbolos e às artimanhas do poder autoritário, foi um intelectual independente e crítico em relação à burocracia acadêmica, que desprezava.

Fumante inveterado, suas classes eram frequentadas não só por alunos regulares mas também por numerosos ouvintes não matriculados, não só por seu espírito rebelde e senso de humor frequentemente sarcástico, mas sobretudo por sua profunda generosidade intelectual. A compulsão pela palavra escrita somada à facilidade de guardar nomes e citações, fizeram-no ser lembrado por um saber enciclopédico.

Para a professora Drª. Dóris Accioly e Silva, da Universidade Estadual Paulista de Marília, e coorganizadora da biografia de Maurício Tragtenberg, o vasto conhecimento do filósofo era presenciado em sala de aula. "Ele não era popular entre os alunos. Falava muito, citava bastante gente e não seguia ordem cronológica nas explicações."

Maurício Tragtenberg foi casado com a atriz Beatriz Tragtenberg e pai do compositor Lívio Tragtenberg.


Trabalhos Publicados

Maurício Tragtenberg deixou publicados pelo menos 8 livros e inúmeros artigos em jornais e revistas de grande circulação no país, abrangendo diversos assuntos como educação, política, sociologia, história e administração.

Escreveu por vários anos a coluna "No Batente" para o jornal Notícias Populares, um tabloide popular de São Paulo.

Sua obra completa que inclui livros, artigos, apresentações, prefácios e textos esparsos está sendo editada pela Editora UNESP, tendo sido publicados quatro volumes da coleção Maurício Tragtenberg - dirigida por Evaldo Amaro Vieira: "Administração, Poder E Ideologia", "Sobre Educação, Política E Sindicalismo", "Burocracia E Ideologia" e o mais recente "A Revolução Russa".

Teoria da Pedagogia Libertária

Através de uma crítica incisiva ao modelo pedagógico burocrático, Maurício Tragtenberg chegou à Teoria da Pedagogia Libertária, que se expressa pelo questionamento de toda e qualquer relação de poder estabelecida no processo educativo e das estruturas que proporcionam as condições para que essas relações se reproduzam no cotidiano das instituições escolares.

Em sua visão, a própria prática de ensino pedagógica-burocrática permite a dominação na medida em que reduz o aluno ao papel de mero receptáculo de conhecimento e fixa uma hierarquia rígida e burocrática na qual o principal interessado encontra-se numa posição submissa. E nessa ordem o professor é o símbolo vivo da dominação.

Maurício Tragtenberg criticou duramente a realidade das universidades, "a delinquência acadêmica", que a seu ver, acabam exprimindo uma "concepção capitalista do saber" através da busca desenfreada por titulações, publicações, pontos. Paga-se para apresentar trabalhos a si mesmo ou aos poucos amigos que se revezam entre falantes e ouvintes, não interessando o conteúdo e a qualidade do que se publica, mas sim quantos pontos vale; também não importa se alguém lerá o artigo; que seja de preferência uma publicação em algum país vizinho, pois as publicações internacionais valem mais pontos.

Em resposta a tudo isso, a pedagogia libertária propõe uma série de mudanças nas instituições de ensino, fundadas na:

  • Autogestão, gestão da educação pelos diretamente envolvidos no processo educacional e a "devolução do processo de aprendizagem às comunidades onde o indivíduo se desenvolve (bairro, local de trabalho)";
  • Autonomia do indivíduo, "o indivíduo não é um meio, é o fim em si mesmo. No universo das coisas (mercadorias) tudo tem um preço, porém só o homem tem uma dignidade"; negação total de prêmios ou punições;
  • Solidariedade, crítica permanente de todas as formas educativas que estimulam ou fundamentem-se na competição;
  • Crítica a todas as normas pedagógicas autoritárias.

Essa proposta pedagógica pressupõe ainda: educação gratuita para todos, superação da divisão dos professores em categorias; liberdade de organização para os trabalhadores da educação.


Obras

  • 1967 - Planificação: Desafio Do Século XX
  • 1974 - Burocracia e Ideologia
  • 1980 - Administração, Poder E Ideologia
  • 1988 - A Revolução Russa
  • 1999 - Memórias De Um Autodidata No Brasil
  • Escreveu a introdução do livro "Organismo Econômico da Revolução: A Autogestão Na Revolução Espanhola", de Diego Abad de Santillán

Fonte: Wikipédia

Gilberto Freyre

GILBERTO DE MELLO FREYRE
(87 anos)
Sociólogo, Antropólogo, Historiador, Escritor e Pintor

* Recife, PE (15/03/1900)
+ Recife, PE (18/07/1987)

Gilberto de Mello Freyre foi um sociólogo, antropólogo, historiador, escritor e pintor, considerado um dos mais importantes sociólogos do século XX.

Filho de Alfredo Freyre juiz e catedrático de Economia Política da Faculdade de Direito do Recife e de Francisca de Mello Freyre. Gilberto Freyre é de família brasileira antiga, descendente dos primeiros colonizadores portugueses do Brasil. Em suas palavras: "um brasileiro que descende de gente quase tôda ibérica, com algum sangue ameríndio e fixada há longo tempo no país". Tem antepassados portugueses, espanhóis, indígenas e holandeses.

Gilberto Freyre iniciou seus estudos frequentando, em 1908, o jardim da infância do Colégio Americano Batista Gilreath, que seu pai havia ajudado a fundar. Teve seu primeiro contato com a literatura por meio de As Viagens de Gulliver. Todavia, apesar de seu interesse, não conseguiu aprender a escrever, fazendo-se notar pelos desenhos. Tomou aulas particulares com o pintor Telles Júnior, que reclama contra sua insistência em deformar os modelos. Começou a aprender a ler e escrever em inglês com Mr. Williams, que elogia seus desenhos.

Em 1909 faleceu sua avó materna, que vivia a mimá-lo por supor que ele tinha problemas sérios de aprendizado, pela dificuldade em aprender a escrever. Ocorreram suas primeiras experiências rurais de menino de engenho, nessa época, quando passa temporada no Engenho São Severino do Ramo, pertencente a parentes seus. Mais tarde escreveu sobre essa primeira experiência numa de suas melhores páginas, incluída em "Pessoas, Coisas & Animais".

Gilberto Freyre estudou na Universidade de Columbia nos Estados Unidos onde conheceu Franz Boas, sua principal referência intelectual. Em 1922 publicou sua tese de mestrado "Social Life In Brazil In The Middle Of The 19th Century" (Vida Social No Brasil Nos Meados Do Século XIX), dentro do periódico Hispanic American Historical Rewiew, Volume 5. Com isto obteve o título Masters Of Arts.

Seu primeiro e mais conhecido livro é Casa-Grande & Senzala, publicado no ano de 1933 e escrito em Portugal. Em 1946, Gilberto Freyre é eleito pela União Democrática Nacional para a Assembléia Constituinte e, em 1964, apoiou o golpe militar que derrubou João Goulart. A seu respeito disse Monteiro Lobato:

"O Brasil do futuro não vai ser o que os velhos historiadores disserem e os de hoje repetem. Vai ser o que Gilberto Freyre disser. Freyre é um dos gênios de palheta mais rica e iluminante que estas terras antárticas ainda produziram."

Gilberto Freyre foi também reconhecido por seu estilo literário. Foi até poeta, sendo que o seu poema "Bahia de Todos os Santos e de Quase Todos os Pecados", escrito inspirado por sua primeira visita à cidade de Salvador, impresso em reduzidíssima edição da recifense Revista do Norte, deixou Manuel Bandeira entusiasmado. Tanto que em carta de 4 de junho de 1927, Manuel Bandeira escreveu: "Teu poema, Gilberto, será a minha eterna dor de corno. Não posso me conformar com aquela galinhagem tão gozada, tão senvergonhamente lírica, trescalando a baunilha de mulata asseada. S!" (cf. Manuel Bandeira, Poesia e Prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1958, v. II: Prosa, p. 1398).

O poema tem três versões: a primeira foi reproduzida por Manuel Bandeira em sua "Antologia dos Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos" (1946), a segunda, modificada pelo autor, foi publicada na revista carioca O Cruzeiro de 20 de janeiro de 1942, e a terceira aparece nos livros "Talvez Poesia" (1962) e "Poesia Reunida" (1980).

Portugal ocupou um lugar importante no pensamento de Gilberto Freyre. Em vários de seus livros, como em "O Mundo Que o Português Criou", "O Luso e o Trópico" demonstra o importante papel que os portugueses tiveram na criação da "primeira civilização moderna nos trópicos". Gilberto Freyre foi um dos pioneiros no estudo histórico e sociológico dos territórios de colonização portuguesa como um todo, chegando mesmo a desenvolver um ramo de pesquisa que denominou de Lusotropicologia.


Ocupou a cadeira 23 da Academia Pernambucana de Letras em 1986. Foi protestante batista, chegando a ser missionário e a frequentar igrejas batistas norte-americanas, quando jovem. Este fato costuma ser ocultado pelos biógrafos e adeptos das teorias de Gilberto Freyre que retornou ao catolicismo posteriormente.

Obras

  • 1933 - Casa-Grande & Senzala
  • 1934 - Guia Prático, Histórico e Sentimental da Cidade do Recife
  • 1936 - Sobrados e Mucambos
  • 1937 - Nordeste: Aspectos da Influência da Cana Sobre a Vida e a Paisagem…
  • 1939 - Assucar
  • 1939 - Olinda
  • 1940 - O Mundo Que o Português Criou
  • 1941 - A História de um Engenheiro Francês no Brasil
  • 1943 - Problemas Brasileiros de Antropologia
  • 1945 - Sociologia
  • 1947 - Interpretação do Brasil
  • 1948 - Ingleses no Brasil
  • 1957 - Ordem e Progresso
  • 1960 - O Recife Sim, Recife Não
  • 1963 - Os Escravos nos Anúncios de Jornais Brasileiros do Século XIX
  • 1964 - Vida Social no Brasil nos Meados do Século XIX
  • 1968 - Brasis, Brasil e Brasília
  • 1975 - O Brasileiro Entre os Outros Hispanos
  • 1987 - Homens, Engenharias e Rumos Sociais

Prêmios e Títulos

  • 1934 - Prêmio da Sociedade Filipe d'Oliveira, Rio de Janeiro
  • 1957 - Prêmio Anisfield-Wolf, USA
  • 1961 - Prêmio de Excelência Literária, da Academia Paulista de Letras
  • 1962 - Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (conjunto de obras)
  • 1964 - Prêmio Moinho Santista de "Ciências Sociais em Geral"
  • 1967 - Prêmio Aspen, do Instituto Aspen, USA
  • 1969 - Prêmio Internacional La Madonnina, Itália
  • 1971 - Sir - "Cavaleiro Comandante do Império Britânico", distinção conferida pela Rainha da Inglaterra
  • 1972 - Medalha Joaquim Nabuco, Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco
  • 1973 - Troféu Novo Mundo, por "Obras Notáveis em Sociologia e História", São Paulo
  • 1973 - Troféu Diários Associados, por "Maior Distinção Atual em Artes Pláticas"
  • 1973 - Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro
  • 1974 - Medalha de Ouro José Vasconcelos, Frente de Afirmación Hispanista de México
  • 1974 - Educador do Ano, Sindicato dos Professores do Ensino Primário e Secundário em Pernambuco e Associação dos Professores do Ensino Oficial
  • 1974 - Medalha Massangana, Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais
  • 1978 - Grã-Cruz Andrés Bello da Venezela
  • 1978 - Grã-Cruz da Ordem do Mérito dos Guararapes do Estado de Pernambuco
  • 1979 - Prêmio Brasília de Literatura para Conjunto de Obras, Fundação Cultural do Distrito Federal
  • 1980 - Prêmio Moinho Recife
  • 1980 - Medalha da Ordem do Ipiranga do Estado de São Paulo
  • 1984 - Medalha Biblioteca Nacional
  • 1983 - Grã-Cruz de D. Alfonso, El Sabio, Espanha
  • 1983 - Grã-Cruz de Santiago da Espada, Portugal
  • 1985 - Grã-Cruz da Ordem do Mérito Capibaribe da Cidade do Recife
  • 2005 - Vencedor do Prêmio Esso
  • 2008 - Grande Oficial da Legião de Honra, França

Fonte: Wikipédia

Florestan Fernandes

FLORESTAN FERNANDES
(75 anos)
Sociólogo, Professor e Político

* São Paulo, SP (22/07/1920)
+ São Paulo, SP (10/08/1995)

Foi um sociólogo e político brasileiro. Por duas vezes foi Deputado Federal pelo Partido dos Trabalhadores.

Segundo seus próprios relatos, Florestan Fernandes enfrentou, ainda criança, enormes dificuldades para estudar. Filho de mãe solteira, não conheceu o pai. Começou a trabalhar, como auxiliar numa barbearia, aos seis anos. Também foi engraxate.

Estudou até o terceiro ano do primeiro grau. Só mais tarde, voltaria a estudar, fazendo curso de madureza, estimulado por frequentadores do Bar Bidu, no centro de São Paulo, onde trabalhava como garçom.

Em 1941, ingressou na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, formando-se em Ciências Sociais. Iniciou sua carreira docente em 1945, como assistente do professor Fernando de Azevedo, na cadeira de Sociologia II.

Na Escola Livre de Sociologia e Política, obteve o título de mestre com a dissertação "A Organização Social dos Tupinambá". Em 1951, defendeu, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, a tese de doutoramento "A Função Social da Guerra na Sociedade Tupinambá", posteriormente consagrado como clássico da etnologia brasileira, que explora com maestria o método funcionalista.

Uma linha de trabalho característica de Florestan nos anos 50 foi o estudo das perspectivas teórico-metodológicas da sociologia. Seus ensaios mais importantes acerca da fundamentação da sociologia como ciência foram, posteriormente, reunidos no livro Fundamentos Empíricos da Explicação Sociológica.

Seu comprometimento intelectual com o desenvolvimento da ciência no Brasil, entendido como requisito básico para a inserção do país na civilização moderna, científica e tecnológica, situa sua atuação na Campanha de Defesa da Escola Pública, em prol do ensino público, laico e gratuito enquanto direito fundamental do cidadão do mundo moderno.

Durante o período, foi assistente catedrático, livre docente e professor titular na cadeira de Sociologia, substituindo o sociólogo e professor francês Roger Bastide em caráter interino até 1964, ano em que se efetivou na cátedra, com a tese "A Integração do Negro na Sociedade de Classes". Como o título da obra permite entrever, o período caracteriza-se pelo estudo da inserção da sociedade nacional na civilização moderna, em um programa de pesquisa voltado para o desenvolvimento de uma sociologia brasileira.

Nesse âmbito, orientou dezenas de dissertações e teses acerca dos processos de industrialização e mudança social no país e teorizou os dilemas do subdesenvolvimento capitalista. Inicialmente no bojo dos debates em torno das reformas de base e, posteriormente, após o golpe de Estado, nos termos da reforma universitária coordenada pelos militares, produziu diagnósticos substanciais sobre a situação educacional e a questão da universidade pública, identificando os obstáculos históricos e sociais ao desenvolvimento da ciência e da cultura na sociedade brasileira inserida na periferia do capitalismo monopolista.

Aposentado compulsoriamente pela Ditadura Militar em 1969, foi Visiting Scholar na Universidade de Columbia, professor titular na Universidade de Toronto e Visiting Professor na Universidade de Yale e, a partir de 1978, professor na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Em 1975, veio a público a obra A Revolução Burguesa no Brasil, que renova radicalmente concepções tradicionais e contemporâneas da burguesia e do desenvolvimento do capitalismo no país, em uma análise tecida com diferentes perspectivas teóricas da sociologia, que faz dialogar problemas formulados em tom Max Weber com interpretações alinhadas à dialética marxista.

No inicio de 1979, retornou a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, agora reformada, para um curso de férias sobre a experiência socialista em Cuba, a convite dos estudantes do Centro Acadêmico de Ciências Sociais.

Em suas análises sobre o socialismo, apropriou-se de variadas perspectivas do Marxismo clássico e moderno, forjando uma concepção teórico-prática que se diferencia a um só tempo do dogmatismo teórico e da prática de concessões da esquerda.

Em 1986 foi eleito Deputado Constituinte pelo Partido dos Trabalhadores, tendo atuação destacada em discussões nos debates sobre a educação pública e gratuita.

Em 1990, foi reeleito para a Câmara dos Deputados. Tendo colaborado com a Folha de São Paulo desde a década de 1940, passou, em junho de 1989, a ter uma coluna semanal nesse jornal.

O nome de Florestan Fernandes está obrigatoriamente associado à pesquisa sociológica no Brasil e na América Latina. Sociólogo e professor universitário, com mais de cinquenta obras publicadas, ele transformou o pensamento social no país e estabeleceu um novo estilo de investigação sociológica, marcado pelo rigor analítico e crítico, e um novo padrão de atuação intelectual.

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que foi orientado em seus trabalhos acadêmicos por Florestan, estabeleceu com ele forte relação afetiva, mantida até a morte do sociólogo.

Florestan, com graves problemas no fígado, em 1995, submeteu-se a um transplante de fígado mal sucedido na Hospital das Clínicas de São Paulo, realizado pelo professor Silvano Raia.

A causa da morte foi Embolia Gasosa Maciça (bolhas de ar no sangue), 6 dias após sofrer um transplante de fígado.