Mostrando postagens com marcador 1978. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 1978. Mostrar todas as postagens

Olga Nobre

OLGA NOBRE ALACID
(61 anos)
Locutora, Atriz e Narradora

* Manaus, AM (29/10/1916)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/09/1978)

Olga Nobre era filha de Sara Nobre, uma atriz portuguesa que atuou no Brasil.

Estreou no rádio aos 13 anos de idade, foi locutora na Rádio Nacional de 1937 a 1969 e atriz de radionovelas, telenovelas e cinema.

Trabalhou no cinema, tendo estrelado os filmes Tererê Não Resolve (1938) de Luís de Barros, Futebol em Família (1939) de Rui Costa. Já no fim da sua carreira, em 1970, trabalhou no filme Os Herdeiros, de Cacá Diegues.

Fonte: Projeto VIP

Vicente Rao

VICENTE PAULO FRANCISCO RAO
(85 anos)
Advogado, Político e Jurista

☼ São Paulo, SP (16/06/1892)
┼ São Paulo, SP (19/01/1978)


Vicente Rao foi um advogado, político e jurista brasileiro, nascido em São Paulo, SP, no dia 16/06/1892. Era filho de Nunciato Rao e Raquel di Sicila Rao. Casou-se com Ana Apodias Rao.

Formou-se em filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Paulo em 1911. Em 1912 formou-se em direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

Começou no escritório de Estevam de Almeida, pai do poeta Guilherme de Almeida e de Tácito de Almeida. Colaborou no Diário do Comércio, fazendo comentários jurídicos, assim como Plínio Barreto, até se tornar redator.

Atuação e Serviço Público

Em 1926 participou da criação do Partido Democrático (PD) de São Paulo, organização descontente com o predomínio do Partido Republicano Paulista (PRP).

Partidário de Getúlio Vargas, com a vitória da Revolução de 1930, assumiu como chefe de polícia de São Paulo.

O Partido Democrático (PD) rompeu com Getúlio Vargas em janeiro de 1932 e formou, junto com o Partido Republicano Paulista (PRP), a Frente Única Paulista (FUP), reivindicando a Constituição do país e a restituição da autonomia a São Paulo.

Em julho de 1932 ocorreu em São Paulo a Revolução Constitucionalista, organizado pela Frente Única Paulista (FUP). O movimento foi derrotado em outubro de 1932 e Vicente Rao foi exilado para a França.

Em 1934, de volta ao Brasil, fundou com Armando de Sales Oliveira o Partido Constitucionalista de São Paulo. Vicente Rao foi indicado para o Ministério da Justiça e Negócios Interiores do governo de Getúlio Vargas (1934-1937).

Em 1934, Vicente Rao participou da fundação da Universidade de São Paulo (USP), tornando-se professor da Faculdade de Direito.

Vicente Rao elaborou a Lei de Segurança Nacional de 1935 que estabeleceu sanções para jornais e emissoras de rádio subversivos, além de permitir a cassação de patentes de oficiais das forças armadas. Foi também o responsável pelo fechamento da Aliança Nacional Libertadora (ANL), alegando o caráter comunista da organização.

Em janeiro de 1936, Vicente Rao criou a Comissão Nacional de Repressão ao Comunismo. Em fevereiro, a comissão requereu a prisão de Pedro Ernesto Baptista, então prefeito do Distrito Federal, do coronel Filipe Moreira Lima, do jornalista Maurício Paiva de Lacerda e do educador Anísio Teixeira, entre outros.

Saiu do ministério em janeiro de 1937 e continuou suas atividades como advogado e professor da Universidade de São Paulo (USP). Com o Estado Novo, em 10/11/1937, sofreu perseguições políticas. Foi demitido da Faculdade de Direito, por ter manifestado contra o novo regime.

Vicente Rao retornou à vida pública em 1951 no segundo governo Getúlio Vargas assumindo o Ministério das Relações Exteriores. Como ministro, promoveu o reconhecimento da Organização dos Estados Americanos (OEA) para a solução dos conflitos surgidos na América Latina.

Vicente Rao deixou o ministério após a morte de Getúlio Vargas em 24/08/1954.

Homenageado em São Paulo com a Avenida Professor Vicente Rao, no bairro do Brooklin Velho.

Fonte: Wikipédia

Zanoni Ferrite

ZANONI FERRITE
(32 anos)
Ator

* Tupi Paulista, SP (01/03/1946)
+ São Paulo, SP (25/07/1978)

Ele iniciou sua carreira no teatro amador, no interior de São Paulo, nos anos 60. Ao mudar-se para a cidade de São Paulo, cursou a Escola de Arte Dramática (EAD), quando recebeu o Prêmio Chinita Ulmann de "Melhor Ator".

Em 1967, entrou para o Teatro de Arena, onde atuou em "Arena Conta Tiradentes", de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, com direção de Augusto Boal, e, em 1968 fez "MacBird", de Bárbara Garson, dirigida por Augusto Boal. Em 1969, atuou em "Hamlet", de William Shakespeare.

Em 1970, ganhou o Prêmio Molière, concedido pela Air France às personalidades que mais se destacaram em teatro, em São Paulo e Rio de Janeiro. Sua premiação foi resultado de seu trabalho em "As Alegres Comadres De Windsor", "A Longa Noite De Cristal" e "O Interrogatório".


Em 1971, faz um de seus papéis marcantes ao protagonizar, ao lado de Antônio Fagundes "Castro Alves Pede Passagem", de Gianfrancesco Guarnieri.

No Rio de Janeiro, participou da montagem de "Encontro No Bar", de Bráulio Pedroso, direção de Celso Nunes, em 1973.

Em 1975, fez parte do elenco de "A Noite dos Campeões", de Jason Miller e direção de Cecil Thiré.

Em 1977, atuou no espetáculo "A Mais Sólida Mansão", de Eugene O'Neill, com direção de Fernando Torres, ao lado de Fernanda Montenegro e Yara Amaral.

Seu último papel no teatro foi em "O Santo Inquérito", de Dias Gomes, com direção de Flávio Rangel, no papel do Padre Bernardo, ao lado de Regina Duarte.


Zanoni Ferrite também participou de diversas novelas. Estreou em "Pingo De Gente" (1971), na TV Record. Na TV Globo, participou de "Escalada" (1975), "Pecado Capital" (1975), "Anjo Mau" (1976) e "Estúpido Cupido" (1976).

Em 1977, contratado pela TV Tupi, foi incluído no elenco de "Um Sol Maior" e na segunda versão de "O Direito de Nascer", onde interpretava o papel de Dom Jorge Luís. Ele morreu duas semanas após o início das gravações e foi substituído pelo ator Adriano Reys.

Um dos mais promissores atores de sua geração, Zanoni Ferrite teve sua carreira interrompida no dia 2 de agosto de 1978, aos 32 anos, quando morreu em um acidente automobilístico.

No dia dia 11 de junho de 2010, a Prefeitura da Cidade de São Paulo inaugurou o Teatro Zanoni Ferrite, em homenagem ao ator, na Avenida Renata, 163, na Vila Formosa.

Ziembinski

ZBIGNIEW MARIAN ZIEMBINSKI
(70 anos)
Ator, Diretor, Pintor e Fotógrafo

* Wieliczka, Polônia (07/03/1908)
+ Rio de Janeiro, RJ (18/10/1978)

Desde os doze anos envolvido com o mundo teatral, deixa sua terra natal em 1941, com 33 anos, quando emigra para o Brasil.

Chamado carinhosamente de Zimba, é considerado um dos fundadores do moderno teatro brasileiro por sua encenação inovadora do texto "Vestido de Noiva", em 1943 do dramaturgo Nelson Rodrigues. Com esta montagem e por seu processo de ensaio, introduz-se a noção de diretor no teatro brasileiro, aquele que cria uma encenação, quase como um pintor da cena, substituindo a de ensaiador, aquele que se preocupava apenas em distribuir papéis e ordenar a movimentação em cena.

A direção de Ziembiński de "Vestido de Noiva", soube equacionar os vários planos propostos por Nelson Rodrigues, que contrastam entre o imaginário, o sonho e a realidade de forma brilhante, aliada à cenografia de Tomás Santa Rosa, com enorme quantidade de variações de luz - fala-se em 132 diferentes efeitos utilizados na encenação, fato marcante na história do teatro brasileiro da época. Outra novidade introduzida por Zimba foi o extenso processo de ensaios no grupo amador que encenou a peça "Os Comediantes", que consumiu muitos meses. Até aquela peça, o usual no teatro brasileiro era ensaiar uma semana e apresentar-se na seguinte, com poucos ensaios e com os atores recebendo apenas as suas falas, método comum no teatro profissional de Procópio Ferreira e de seus contemporâneos.

Antes de chegar ao Brasil, formou-se em letras e cursou a Escola de Arte Dramática do Teatro Municipal de Cracóvia, atuando em mais de vinte papéis entre 1927-1929. Depois desloca-se para Varsóvia onde trabalha como diretor e ator no "Teatr Polski" (Teatro Polaco) e "Teatr Mały" (Teatro Pequeno).

Em 1931, já em Łódź atua e dirige algumas peças no Teatro Municipal e no Teatro de Câmara. Em 1933 retorna a Varsóvia, onde trabalha intensamente até o início da Segunda Guerra Mundial. O repertório das peças dirigidas por Ziembinski na Polônia foi majoritariamente de textos de autores poloneses, o inverso do que fará em nosso país, procurando encenar autores de muita importância na dramaturgia universal.

Este fato pode ser acompanhado pelos espetáculos que se seguiram a "Vestido de Noiva": "Pelleas e Melisande", de Maurice Maeterlinck (1943), com a mesma companhia, e "Anjo Negro", retornando a Nelson Rodrigues, em 1948, com o Teatro Popular de Arte (TPA), onde Ziembinski retoma o estilo expressionista introduzido em sua primeira peça brasileira. Se este texto de Nelson Rodrigues, expõe acidamente a questão do racismo, Ziembinski irá sobrepor efeitos que engrossarão o caldo da polêmica e do escândalo. No mesmo ano e na mesma companhia, dirige e protagoniza "Woyzeck", de Georg Büchner.

Antes de se mudar para São Paulo, convidado a participar do Teatro Brasileiro de Comédia, Ziembinski dirige em Recife o simbólico "Nossa Cidade", de Thornton Wilder (1949), "Pais e Filhos", de Ivan Turgueniev, e "Esquina Perigosa", de J. B. Priestley, no Teatro de Amadores de Pernambuco TAP. Outra incursão, agora no Teatro Universitário de Pernambuco (TUP), será "Além do Horizonte", de Eugene O'Neill, e "Fim de Jornada", de Robert Sheriff.

Em 1950 além de trabalhar no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) de Franco Zampari, fez vários trabalhos com Cacilda Becker e também leciona arte dramática na então Escola de Arte Dramática (EAD), de Alfredo Mesquita, entre 1951 e 1957.

No cinema participa do filme "Tico-tico no Fubá", com Anselmo Duarte e Tônha Carrero. Tendo participado em mais de cem espetáculos em solo brasileiro e trabalhado com importantes atores como Cacilda Becker, Walmor Chagas, Cleide Yáconis, Nicete Bruno, Paulo Goulart, Fernando Torres, marcou uma geração inteira de artistas, ao mesmo tempo que trouxe a cena uma quantidade importantes de importantes dramaturgos da cena internacional.

Já nos anos setenta será contratado pela Rede Globo onde coordenou diversos núcleos de produção, especialmente o Departamento de Casos Especiais.

Foram 50 anos de teatro, 35 deles no Brasil dirigindo 94 peças. Também foi pintor e fotógrafo até 1978.

Morreu aos 70 anos. Para o crítico Sábato Magaldi, Ziembiński foi "um monstro do teatro, figura extraordinária que pairou sobre a beleza do Rio de Janeiro".

Fonte: Wikipédia

Orlando Silva

ORLANDO GARCIA DA SILVA
(62 anos)
Cantor

* Rio de Janeiro, RJ (03/10/1915)
+ Rio de Janeiro, RJ (07/08/1978)

Orlando Garcia da Silva nasceu em 1915, no Engenho de Dentro, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, e foi criado nas camadas mais humildes do subúrbio carioca.

Sua casa respirava música popular. Seu pai, ferroviário, era ótimo violonista, tendo tocado com Pixinguinha. Mas morreu quando ele tinha apenas três anos, vítima da Gripe Espanhola, em 1918. Sua mãe, lavadeira, casou-se de novo - com um guarda municipal, com quem teve quatro filhos, além dos três do primeiro casamento.

A infância e a adolescência de Orlando Silva foram sacrificadas. Muito cedo, logo após o primeiro ano do primeiro grau, ele viu-se obrigado a parar de estudar, indo trabalhar para ajudar no sustento da casa. Foi carregador de marmitas, estafeta, operário numa fábrica de cerâmica, aprendiz de sapateiro e trocador de ônibus.

Quando tinha 16 anos de idade, seu padrasto morreu louco e aconteceu o mais trágico de sua vida. Ele tentou tomar um bonde em movimento e sofreu um acidente - a roda pegou seu pé esquerdo - que lhe custou a amputação de alguns dedos. Permaneceu quatro meses internado numa enfermaria, onde, para aliviá-lo das fortes dores, os médicos lhe aplicaram morfina. Orlando Silva ficou com um defeito para o resto da vida, o de puxar da perna.

Moço introvertido, ele só superava a timidez quando cantava em festinhas e rodas de amigos. A ideia de cantar profissionalmente veio depois do acidente. Era uma saída, para quem tinha o seu problema físico. De início, ele foi ser trocador de ônibus, onde podia trabalhar sentado e onde cantarolava: assim, logo se tornou conhecido de muitos passageiros, que passaram a incentivá-lo a tentar a carreira artística.


Mulato claro, trajando-se modestamente, o tipo exato do carioca suburbano da época, ele fazia "o modelo do antimodelo de artista e de grande ídolo, ainda mais puxando de uma perna", nas palavras de seu biógrafo Jonas Vieira. Por isso mesmo, os diretores de rádios negaram-lhe crédito naqueles tempos.

O compositor e grande boêmio carioca Bororó foi quem se dispôs a ouvi-lo cantar atentamente. Em seguida, tomou a iniciativa de apresentá-lo ao cantor Francisco Alves, insistindo para que este o escutasse.

Francisco Alves o lançou no programa que tinha na Rádio Cajuti, em 1934, e o ajudou no início de carreira, instruindo-o na forma de usar o microfone e na condução dos negócios.

Quis também lhe dar o nome artístico de Orlando Navarro. Com isso o jovem cantor não concordou, acatando, sim, a sugestão de Orestes Barbosa, de se chamar simplesmente Orlando Silva.

Orlando Silva foi o primeiro grande ídolo de massas que apareceu no Brasil. Nos anos do auge de sua trajetória, nenhum outro artista obteve tanta popularidade quanto ele no país. Suas apresentações ao ar livre atraíam então imensas concentrações de pessoas, daí ele ter recebido o epíteto de "O Cantor das Multidões".

Seu sucesso nessa fase - segunda metade da década de 30, primeira da seguinte - já foi comparado ao que Frank Sinatra teve, mas somente alguns anos depois, nos Estados Unidos. Moças e mulheres gritavam e desmaiavam à sua aparição, correndo atrás dele para agarrá-lo ou rasgar-lhe a roupa.


Nesse sentido, no contexto nacional, ele precedeu também, em quase trinta anos, a Roberto Carlos.

Mesmo com tanto êxito, Orlando Silva nunca abriu mão da qualidade do trabalho, a começar do repertório que gravou e cantou.

O ponto alto da sua carreira e da sua voz coincidiu com o tempo de contratado pela RCA Victor, hoje BMG, de 1935 a 1942. Mais ou menos a partir de 1945, porém, a voz começou a dar mostras de um problema que afetou a sua sonoridade cristalina, seu timbre perfeito e os seus agudos suavíssimos.

Orlando Silva se tornou o primeiro nome consagrado da música brasileira que sucumbiu ao uso de drogas pesadas. A sua ascensão meteórica teve um relativo ostracismo subsequente; da glória, consolidada pela paixão das massas, ele quase conheceu a obscuridade. Foi portanto uma trajetória tormentosa - e uma existência atribulada - a sua.

Apesar do problema vocal, sua interpretação se manteve a mesma até o fim de sua carreira, nos anos 70. Embora alguns, jornalistas sobretudo, considerem vertiginoso o declínio de sua voz, para outros, artistas principalmente, nenhum outro cantor do passado se comparou a ele mesmo em sua fase decadente.

Orlando Silva morreu em 07/08/1978, aos 62 anos, vítima de um ataque cardíaco. A notícia causou comoção nacional e arrastou uma multidão às ruas, para prestar a última homenagem ao artista.

Fonte: Wikipédia, Geraldo Freire (UOL) e Projeto VIP

Ipojucan

IPOJUCAN LINS DE ARAÚJO
(52 anos)
Jogador de Futebol

* Maceió, AL (03/06/1926)
+ São Paulo, SP (19/06/1978)

Apesar de ter sido um dos jogadores mais altos do seu tempo, com 1,90m, Ipojucan era um meia habilidoso e criativo, comparado por muitos a um malabarista com a bola. Seus dribles de efeito, passes de calcanhar e lançamentos inteligentes eram sensacionais e, graças as suas jogadas surpreendentes, Ademir marcou dezenas de gols. Além disso, Ipojucan também sabia fazer gols. Arredio, detestava treinar e era psicologicamente frágil. Durante o intervalo da final do campeonato estadual de 1950, não queria voltar a campo alegando sentir-se mal, mas foi forçado debaixo de safanões do técnico Flavio Costa. Mesmo alheio a partida, caído pela ponta direita, deu um magnífico passe para Ademir marcar o gol do título. Depois de participar da conquista de vários títulos pelo Vasco, e de integrar a Seleção Brasileira, foi para a Portuguesa de Desportos.

Na infância jogava no Canto do Rio, um clube de Niterói-RJ, com 11 anos foi treinar no Club de Regatas Vasco da Gama, onde ficou durante 20 anos. Marcou 225 gols em 413 partidas pela equipe principal do Vasco tornando-se o quinto maior artilheiro da equipe Vascaína. Em 1954 transferiu-se para a Portuguesa de Desportos-SP.

Foi convocado para jogar pela Seleção Brasileira por 8 vezes.

Morreu de complicações renais.

Fonte: Wikipédia e www.netvasco.com.br

Candeia

ANTÔNIO CANDEIA FILHO
(43 anos)
Cantor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (17/08/1935)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/11/1978)

Era de filho de sambista. Em seus aniversários, a festa era mesmo com feijoada, limão e muito partido alto. No Natal, a situação se repetia.

Seu pai, tipógrafo e flautista, foi, segundo alguns, o criador das Comissões de Frente das escolas de samba. Passava os domingos cantando com os amigos debaixo das amendoeiras do bairro de Oswaldo Cruz. Assim, nascido em casa de bamba, o garoto já freqüentava as rodas onde conheceria Zé Com Fome, Luperce Miranda, Claudionor Cruz e outros. Com o tempo, aprendeu violão e cavaquinho, começou a jogar capoeira e a freqüentar terreiros de candomblé. Estava se forjando ali o líder que mais tarde seria um dos maiores defensores da cultura afro-brasileira.

Candeia começou a fazer músicas ainda na adolescência. Seu pai tocava flauta e carregava o filho para rodas de samba e de choro em Oswaldo Cruz e Madureira.

Compôs em 1953, aos 17 anos, seu primeiro enredo, Seis Datas Magnas, com Altair Prego: foi quando a Portela realizou a façanha inédita de obter nota máxima em todos os quesitos do desfile (total 400 pontos). É até hoje um dos grandes nomes no panteão da Portela.

No início dos anos 60, dirigiu o conjunto Mensageiros do Samba, no qual participavam Arlindo, Jorge do violão, Picolino, Casquinha e Casemiro.

Em 1961, entrou para a polícia. Tinha fama de truculento e suas atitudes começaram a causar ressentimentos entre seus antigos companheiros. Provavelmente, não imaginava que começava a se abrir caminho para a tragédia que mudaria sua vida. Diz-se que, ao esbofetear uma prostituta no ano de 1965, ela rogou-lhe uma praga; na noite seguinte, após bater em um caminhão de peixe e atirar nos pneus do caminhão, Candeia levou cinco tiros entre eles um atingiu a medula óssea que paralisou para sempre suas pernas.

Viveu os seus últimos treze anos de vida numa cadeira de rodas, em decorrência daquele tiro.

Candeia se aposentou por invalidez após o acidente e pôde, então, se dedicar exclusivamente à música.

Sua vida e obra se transformaram completamente. Em seus sambas, podemos assistir seu doloroso e sereno diálogo com a deficiência e com a morte pressentida: Pintura sem Arte, Peso dos Anos, Anjo Moreno e Eterna Paz são só alguns exemplos.

Recolheu-se em sua casa; não recebia praticamente ninguém. Foi um custo para os amigos como Martinho da Vila e Bibi Ferreira trazerem-no de volta. "De qualquer maneira, meu amor, eu canto", diria ele depois num dos versos que marcaram seu reencontro com a vida.

No curto reinado que lhe restava, dono de uma personalidade rica e forte, Candeia foi líder carismático, afinado com as amarguras e aspirações de seu povo. Fiel à sua vocação de sambista, cantou sua luta em músicas como Dia de Graça e Minha Gente do Morro. Coerente com seus ideais, em dezembro de 1975 fundou a Escola de Samba Quilombo, que deveria carregar a bandeira do samba autêntico. O documento que delineava os objetivos de sua nova escola dizia: "Escola de Samba é povo na sua manifestação mais autêntica! Quando o samba se submete a influências externas, a escola de samba deixa de representar a cultura de nosso povo".

No mesmo ano de 75, Candeia compunha seu Testamento de Partideiro, onde dizia: "Quem rezar por mim que o faça sambando".

Em 1978, ano de sua morte, gravou Axé um dos mais importantes discos da história do Samba, porém não chegou a ver o disco pronto. Ainda viu publicado seu livro escrito juntamente com Isnard: Escola de Samba, Árvore que Esqueceu a Raiz.

No dia 16 de Novembro de 1978 decorrente de uma infecção generalizada Candeia parte deixando esposa, filhos, amigos e fãs inconsoláveis.

Porém o maior reconhecimento veio da passarela paulistana durante o ano de 1981, com o enredo "Axé, Sonho de Candeia", a Escola de Samba Nenê de Vila Matilde, homenageou o grande baluarte em seu desfile...

Voltou a ser lembrado em 1995, quando Martinho da Vila gravou o disco Tá delícia, tá gostoso, no qual incluiu um pot-pourri chamado Em memória de Candeia, que tinha as faixas Dia de graça, Filosofia do samba, De qualquer maneira, Peixeiro grã-fino e Não tem vencedor.

Em 1997 foram relançados em CD três discos de Candeia: Samba da antiga, de 1970, Filosofia do samba, lançado originalmente em 1971, e Samba de roda, de 1974.

Fonte: Wikipedia

Dener Pamplona

DENER PAMPLONA DE ABREU
(42 anos)
Estilista

* Belém, PA (03/08/1936)
+ São Paulo, SP (09/11/1978)

Dener Pamplona de Abreu foi um estilista brasileiro, um dos pioneiros da moda no Brasil. Em 1945 sua família mudou-se para o Rio de Janeiro, onde começou a desenhar seus primeiros vestidos. Seu primeiro contato com a moda teve lugar em 1948, com apenas 13 anos de idade, na Casa Canadá, então importante butique carioca.

Dois anos depois, em 1950, após fazer o vestido de debutante de Danuza Leão, foi contratado para um estágio com Ruth Silveira, dona de um importante ateliê, onde aprimorou seus desenhos. Em 1954 transferiu-se para São Paulo para trabalhar na butique Scarlett. Três anos depois, inaugurou seu próprio ateliê, denominado Dener Alta-Costura, na praça da República. No ano seguinte ganhou dois prêmios por sua coleção, sendo descoberto pelos meios de comunicação. Seu ateliê foi então transferido para a avenida Paulista.

Ao abrir seu primeiro ateliê em São Paulo, quebrou um tabu, criando para socialites quando era moda mulher de bem vestir-se em Paris e quando no Brasil só existiam modistas que copiavam as criações francesas. Este foi o marco inicial da roupa brasileira com estilo próprio.



Dener foi o grande percursor da alta-costura brasileira: fugia da comodidade do copismo, desenhando para clientes de acordo com seu físico, idade, gosto e em consonância com o nosso clima tropical.

Como seu ídolo, Balenciaga, defendia o estilo clássico, de bases simples, embora nos modelos de festa e noiva recorresse a bordados suntuosos e a certa dramaticidade. Requinte a parte, realizava-se mesmo fazendo taieres bem cortados.

Mesmo vivendo cercado de glamour, Dener demostrou ter visão também para o marketing e os negócios. Tanto que foi o primeiro estilista a usar a força da mídia para promover e divulgar seu nome e suas coleções. Com a mesma sensibilidade e inteligência, percebeu, nos anos 60, que era hora de lançar sua grife em produtos industrializados.

Pálido, frágil, de gestos delicados e atitudes excêntricas, o costureiro despertou raiva e paixão. Dener, naquela displicente e bem dosada arrogância de retocador de Deus, embelezava as mulheres e enfurecia os homens. Os homens, principalmente os recalcados, odiavam Dener e tudo o que o genial figurinista representava na frescura de sua masculinidade, escreveu o jornalista David Nasser.


Em 1963, já prestigiado, foi escolhido o estilista oficial da primeira-dama da República, Maria Teresa Fontela, esposa de João Goulart. Era também amigo da primeira-dama, que disse sobre ele: "Dener foi muito importante nesta minha vida, a pública, porque a gente pode pensar que não é, mas postura é uma coisa importante!"

Dener casou-se em 1965 com Maria Stella Splendore, uma de suas manequins (como se chamavam à época as modelos de passarela), de quem se separaria quatro anos mais tarde. Teve dois filhos do casamento, Frederico Augusto (morto em 1992) e Maria Leopoldina, que em 2007 morava com a mãe numa comunidade Hare Krishna no interior de São Paulo.

Em 1968, fundou a Dener Difusão Industrial de Moda, considerada a primeira grife de moda criada no Brasil. Em 1970 foi convidado a participar do júri do "Programa Flávio Cavalcanti". Dois anos depois lançou sua autobiografia, "Dener - O Luxo", e o livro "Curso Básico de Corte e Costura".

Ao longo dos anos 70, Dener disputou com Clodovil Hernandes o titulo de papa da alta costura brasileira.

Clodovil Hernandes e Dener Pamplona
Em 1975 casou-se novamente, desta vez com uma cliente, Vera Helena Camargo, separando-se em 1977.

Quando o mundo começou a mudar, o dinheiro trocou de mãos e surgiu o noveau riche, sentiu os pilares da educação e elegância corretas que sempre defendeu, ruírem como castelos de areia. Foi um golpe duro. Considerado o último dos românticos, começou uma triste derrocada voluntária. 

Identificando-se com a personagem de "A Dama das Camélias", que tanto admirava, recusou-se a aceitar as regras de um mundo que fugia dos parâmetros que tinha estabelecido como ideais.

Seus problemas com o alcoolismo agravaram-se em 1978, morrendo em 09 de novembro do mesmo ano em decorrência de uma cirrose hepática. Morreu jovem, empobrecido e triste.


Cronologia

  • 1937 - Nasce no dia 3 de agosto em Belém do Pará;
  • 1948 - Inicia sua vida profissional na Casa Canadá, com apenas 13 anos;
  • 1950 - Faz o vestido de debutante de Danuza Leão, que o apresenta a Ruth Silveira com quem vai trabalhar;
  • 1957 - Com 21 anos, abre seu primeiro ateliê, na Praça da República;
  • 1958 - Muda o ateliê para a aristocrática Avenida Paulista. Veste clientes famosas, inclusive a primeira dama, Sarah Kubitschek;
  • 1959 - Ganha os prêmios de Agulha de Ouro e Agulha de Platina, no Festival da Moda, patrocinado pela Tecidos Matarasso Boussac. Entre os concorrentes figurava até o costureiro Christian Dior. Após a morte desse criador, Dener foi convidado para dirigir a criação da maison francesa. Por motivos incertos recusou a oferta;
  • 1962 - Dener é responsável pelo guarda-roupa da primeira-dama Maria Teresa Goulart;
  • 1963 - Com o apoio da revista Manchete, da Cia Brasileira de Tecidos Rhodiaceta e do Instituto Brasileiro do Café, Dener e outros estilistas lançam em conjunto a coleção Brazilian Look, com mais de cem modelos que foram apresentados na Europa;
  • 1964 - Recebe a Palma de Ouro, no Festival Internacional da Moda, em Las Vegas, com um vestido de cauda rebordade de águas marinhas naturais;
  • 1965 - Casa-se com uma de suas manequins, Maria Stela Splendore na época com 16 anos;
  • 1966 - Nasce seu filho Frederico Augusto;
  • 1967 - Nasce sua filha Maria Leopoldina;
  • 1968 - É criada a empresa Dener Difusão Industrial de Moda. Fica oficializada a criação da primeira grife de moda nacional;
  • 1969 - Termina seu casamento com Maria Stela Splendore;
  • 1970 - É o fim dos anos áureos da alta-costura. Transfere seu ateliê para a Alameda Jaú. Estréia como jurado do "Programa Flávio Cavalcanti";
  • 1971 - Transfere seu ateliê para a Alameda Franca;
  • 1972 - Lança o livro autobiográfico "Dener, o Luxo", e o manual "Curso Básico de Corte e Costura";
  • 1973 - Uni-se a outros costureiros para formar as bases da Associação da Moda Brasileira, cujo objetivo seria lutar contra a evasão de divisas;
  • 1975 - Casa-se com Vera Helena Pires de Oliveira Carvalho. Tranfere seu ateliê para Rua Groelândia;
  • 1976 - Separa-se de Vera Helena Pires de Oliveira Carvalho, desativa seu ateliê e atende em sua casa algumas clientes fiéis da alta-costura;
  • 1977 - Vive tempos difíceis. Já doente, lança a coleção "A Grande Valsa", inspirada no filme "A Viúva Alegre";
  • 1978 - Desgostoso com os rumos da moda, optou pelo exílio voluntário. Morreu no dia 09 de novembro em São Paulo aos 42 anos.
Fonte: Wikipédia e Deise Sabbag