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Airton Rodrigues

AIRTON RODRIGUES LEITE
(71 anos)
Jornalista, Repórter, Apresentador e Analista de TV

* Campinas, SP (06/10/1922)
+ São Paulo, SP (01/11/1993)

Um dos princípais críticos do "Diário da Noite" (dos "Diários Associados", São Paulo). Apresentou os programas "Clube dos Artistas", "Almoço Com as Estrelas" (até 1980, TV TUPI; o segundo também na Rede SBT) e "Os Comunicadores" (TV TUPI) - todos com sua esposa.

Nascido em Campinas, em 1922, gostava do ambiente, das pessoas, das coisas e o que queria era divulgar, levar para os Diários Associados, aquilo que via na televisão.

Sua função realmente era de critico de TV. Foi um dos principais críticos do Diário da Noite, um dos jornais dos Associados em São Paulo. Mas passou a ser um dos principais nomes da televisão. Respeitado e amado por todos, era de uma simpatia ímpar. E era ativo muito ativo. Para o programa: "Almoço com os Artistas", por exemplo, era ele quem fazia pessoalmente os convites para as 20 ou 30 pessoas que participariam no programa, aos sábados, na hora do almoço. Era ele quem os esperava na porta da Televisão Tupi, e quem pessoalmente os conduzia aos estúdios e às cadeiras, previamente selecionadas. Depois, em alguns segundos antes do início do programa, lavava o rosto, as mãos e se preparava para apresentar o programa, sem ter sequer uma dália ou referência nas mãos. Sabia a vida de todos e os tratava como irmãos. Por isso era amado e respeitado.

Foi casado com a atriz Lolita Rodrigues por trinta anos. Eles formavam o Casal 20 da televisão. E com ela apresentou na TV Tupi os programas "Clube dos Artistas" e "Almoço com as Estrelas", ambos até 1980, quando do fechamento do canal.

Posteriormente apresentou o "Almoço Com as Estrelas" no SBT. Após a separação do casal, terminou o programa. Ainda apresentaram, ainda que separados na vida real, na TV Tupi, o programa "Os Comunicadores".

Airton Rodrigues e Lolita, cujo nome na vida real é Silvia, tiveram uma filha, que hoje é médica e, segundo a mãe, dedica-se muito aos pobres. Airton Rodrigues, ao se afastar da televisão, morou muito anos na cidade mineira de Machado.

Faleceu vítima de um Ataque Cardíaco.

Fonte: Projeto VIP e Museu da TV

Geraldo Del Rey

GERALDO DEL REY
(62 anos)
Ator

* Ilhéus, BA (29/10/1930)
+ São Paulo, SP (25/04/1993)

Formado pela Escola de Teatro da Universidade da Bahia, ingressou no Teatro Oficina no início da década de 60.

Teve importantes participações nos palcos e na televisão, onde chegou a atuar em 25 novelas e outros tantos especiais.

Consagrou-se em 1962 por sua participação em "O Pagador de Promessas", filme brasileiro premiado com a Palma de Ouro em Cannes.

Além de "O Pagador de Promessas", Del Rey foi protagonista em dois filmes clássicos brasileiros: "A Grande Feira", de 1961, e "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de 1964, dirigido por Glauber Rocha. Outros filmes importantes foram: "Menino de Engenho"; "Lampião, o Rei do Cangaço" e "Ana Terra".

Era conhecido como o "Alain Delon brasileiro", devido a sua semelhança com o ator francês.

Na metade dos anos 60, Geraldo Del Rey passou a atuar na televisão, em diversas novelas. Em 1970, atuou ao lado de Regina Duarte em "Véu de Noiva", novela de Janete Clair.

No início dos anos 70, em virtude do seu engajamento político, foi mandado embora da Rede Globo e sua carreira entrou em declínio.

Del Rey fez também, as novelas "Lua Cheia de Amor", na Globo; "Pecado de Mulher" e "Anjo Marcado", na Excelsior.

Na Tupi estrelou "Roda de Fogo", em 1978 e antes perticipou de "Rosa dos Ventos". Na Bandeirantes, ele formou um trio médico, ao lado de Jorge Dória e Sebastião Campos ao protagonizar o Dr. Cláudio, em "O Todo Poderoso".

Em 1978, Geraldo chegou a trabalhar numa loja de aluguel de smokings e longos sofisticados. O ator se sentia à vontade ajudando os fregueses a experimentar os trajes e não via nenhum prejuízo à sua carreira artística.

Nos anos 90, voltou a Rede Globo. Sua última interpretação foi o jornalista Damasceno, na minissérie "Anos Rebeldes", produzida em 1992, cujo pano de fundo era a ditadura militar instalada no Brasil nos anos 60 e 70. Ainda na Bandeirantes participou da minissérie totalmemte rodada na Bahia, "Capitães da Areia".

Geraldo Del Rey faleceu aos 62 anos, vítima de câncer no pulmão, 25 de abril de 1993.

Fonte: Dramaturgia Brasileira - In Memoriam

Elisa Fernandes

ELISA FERNANDES
(42 anos)
Atriz

☼ Rio de Janeiro, RJ (14/02/1950)
┼ Rio de Janeiro, RJ (02/01/1993)

Elisa Fernandes foi uma atriz brasileira nascida no Rio de Janeiro, RJ, no dia 14/02/1950.

Elisa Fernandes, carioca do bairro do Leblon começou a carreira no cinema. A estréia dela como atriz foi em 1970 no filme "O Meu Pé de Laranja Lima" como a irmã do personagem Zezé.

Logo depois, Elisa Fernandes participou do premiado filme de Paulo Porto, "Em Família" (1970) e fez, com Renato Aragão e Dedé Santana, "Ali Babá e os Quarenta Ladrões" (1972).

Fez, ainda, "O Descarte" (1973) com Glória Menezes e Ronnie Von, e "Quem Tem Medo de Lobisomem?" (1975).

Na televisão, Elisa Fernandes ficou conhecida por interpretar jovens românticas em novelas de época como "Senhora" (1975), "Vejo a Lua no Céu" (1976), "A Escrava Isaura" (1976) e "Maria, Maria" (1978).

Elisa Fernandes fez um ensaio sensual na revista "Ele & Ela" em abril de 1976.

Seu último trabalho na televisão foi na novela "Carmem" (1987) da TV Manchete.

Elisa Fernandes faleceu no dia 02/01/1993, aos 42 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de câncer.

Fonte: Wikipédia

Wilson Grey

WILSON CHAVES
(69 anos)
Ator


☼ Rio de Janeiro, RJ (10/12/1923)
┼ Rio de Janeiro, RJ (03/10/1993)

Wilson Chaves era o verdadeiro nome do carioca Wilson GreyCom seu tipo franzino, sempre de cabelos gomalinados, Wilson Grey é o típico malandro carioca dos anos 1940.

Em 1942, quando Paschoal Carlos Magno começou a formar o Teatro do Estudante, fez teste, ganhando uma ponta em "Hamlet" como um soldado sem fala. Durante o dia, trabalha no balcão de uma perfumaria e à noite, o teatro. De tão cansado, chega um palco sem cochilar, apoiado na lança.

Estreou no cinema em uma ponta no filme "Hóspede De Uma Noite" (1951), de Ugo Lombardi, pai da atriz Bruna Lombardi. Wilson Grey fazia um paquerador num trem da central. Agradou tanto que logo foi convidado para atuar no filme "Amei Um Bicheiro" (1952), de Jorge Ileli e Paulo Wanderley. Com um papel pequeno, mesmo assim se destacou. Ele foi preso pela polícia durante as filmagens, confundido com um bicheiro.

Participou de quase todos os filmes produzidos pela Atlântida, na época áurea das chanchadas, invariavelmente no papel de vilão, ao lado de José LewgoyÉ ainda o ator brasileiro com filmografia mais extensa, com mais de 250 participações.

Seu tipo franzino e sua voz bem característica tornavam-no o ator perfeito para interpretar o malandro carioca típico das décadas de 1940 e 1950.


Naquela época fazia um filme a cada dois meses e, mesmo decorridos mais de uma década de sua morte, é ainda o ator brasileiro com a maior filmografia, construída em mais de quarenta anos de trabalho. Wilson Grey também considerava que seu recorde era mundial, mas a imprensa norte-americana especializada sempre o atribuía, para seu declarado desgosto, a um ator da Índia.

Somente viria a fazer um papel principal em 1982. Foi o professor Expedito Vitus, de "Segredo Da Múmia", de Ivan Cardoso, que lhe valeu o prêmio de melhor ator no Festival de Brasília.

Além das chanchadas, participou de filmes marcantes do cinema brasileiro, como "Memórias Do Cárcere" (1984) e o "O Beijo Da Mulher Aranha" (1985). Na televisão, foi um crupiê na minissérie "A, E, I, O… Urca", da Rede Globo e atuou também em "Guerra dos Sexos" (1983).

Afirmou em entrevistas que seu papel em "Vai Trabalhar, Vagabundo" (1974) era vagamente autobiográfico.

Na televisão, trabalhou muito pouco. Fez o Jeca Tatu do "Sítio do Pica-Pau Amarelo" (1977), participou do programa "Chico City", das novelas "Maria, Maria" (1978) e "Guerra dos Sexos" (1983), e atuou na minissérie "A, E, I, O... Urca", vivendo um crupiê de cassino.

Wilson Grey ainda estava na ativa quando faleceu às vésperas de completar 70 anos, em 03/10/1993, e em 1996, foi lançado, postumamente, seu último filme, "O Lado Certo Da Vida Errada".


Filmografia

  • 1952 - Carnaval Atlântida
  • 1953 - Carnaval Em Caxias
  • 1953 - A Dupla Do Barulho
  • 1953 - Balança Mas Não Cai
  • 1954 - O Petróleo é Nosso
  • 1954 - Malandros Em Quarta Dimensão
  • 1954 - Matar Ou Correr
  • 1954 - Nem Sansão Nem Dalila
  • 1955 - Chico Viola Não Morreu
  • 1955 - O Rei Do Movimento
  • 1955 - Paixão Nas Selvas
  • 1955 - O Primo Do Cangaceiro
  • 1956 - Fuzileiro Do Amor
  • 1956 - Quem Sabe, Sabe
  • 1956 - Vamos Com Calma
  • 1956 - O Contrabando
  • 1957 - Metido a Bacana
  • 1957 - Na Corda Bamba
  • 1957 - Canjerê (1957)
  • 1957 - Osso, Amor e Papagaios
  • 1957 - De Pernas Pro Ar
  • 1957 - Maluco Por Mulher
  • 1958 - O Camelô Da Rua Larga
  • 1958 - Quem Roubou Meu Samba?
  • 1958 - Sherlock De Araque
  • 1958 - Cala a Boca Etelvina
  • 1958 - Chico Fumaça
  • 1959 - Minervina Vem Aí
  • 1959 - Depois Do Carnaval
  • 1960 - Marido De Mulher Boa
  • 1960 - Tudo Legal
  • 1960 - Eu Sou o Tal
  • 1960 - Pistoleiro Bossa Nova
  • 1960 - A Viúva Valentina
  • 1961 - O Viúvo Alegre
  • 1962 - Os Cosmonautas
  • 1962 - Boca De Ouro
  • 1962 - O Assalto Ao Trem Pagador
  • 1965 - Paraíba - Vida e Morte De Um Bandido
  • 1967 - Mineirinho, Vivo Ou Morto
  • 1967 - Perpétuo Contra o Esquadrão Da Morte
  • 1967 - Na Mira Do Assassinato
  • 1968 - Maria Bonita, Rainha Do Cangaço
  • 1969 - Pedro Diabo Ama Rosa Meia-Noite
  • 1970 - Salário Mínimo
  • 1970 - O Abismo
  • 1970 - Pindorama
  • 1971 - O Barão Otelo No Barato Dos Bilhões
  • 1971 - O Capitão Bandeira Contra o Drº Moura Brasil
  • 1971 - Lúcia McCartney
  • 1972 - A Rainha Diaba
  • 1972 - Quando o Carnaval Chegar
  • 1972 - O Doce Esporte Do Sexo
  • 1972 - Ali Babá e Os 40 Ladrões
  • 1972 - Os Inconfidentes
  • 1973 - Tati, a Garota
  • 1973 - Sagarana, o Duelo
  • 1974 - Vai Trabalhar Vagabundo
  • 1974 - A Estrela Sobe
  • 1974 - As Alegres Vigaristas
  • 1975 - Com As Calças Na Mão
  • 1975 - Ana, José a Libertina
  • 1975 - Perdida
  • 1975 - Costinha - O Rei da Selva
  • 1976 - Anchieta, Do Brasil
  • 1976 - Ninguém Segura Essas Mulheres
  • 1976 - O Ibraim Do Subúrbio
  • 1976 - Ladrão De Bagdá
  • 1977 - Se Segura Malandro!
  • 1977 - Gordos e Magros
  • 1977 - Os Amores Da Pantera
  • 1977 - Jorden Er Flad
  • 1977 - Barra Pesada
  • 1977 - Ladrões De Cinema
  • 1977 - Empregada Para Todo o Serviço
  • 1978 - Não Bububu Bobobo
  • 1978 - Agonia
  • 1978 - A Noiva Da Cidade
  • 1978 - Crônica De Um Industrial
  • 1978 - Aventura Na Floresta Encantada
  • 1979 - Os Foragidos Da Violência
  • 1979 - República Dos Assassinos
  • 1979 - O Coronel e o Lobisomem
  • 1979 - Lerfa Mu
  • 1979 - A Virgem Camuflada
  • 1979 - As Borboletas Também Amam
  • 1980 - Insônia
  • 1980 - O Gigante Da América
  • 1980 - Parceiros Da Aventura
  • 1980 - O Incrível Monstro Trapalhão
  • 1981 - Bonitinha Mas Ordinária
  • 1981 - O Homem Do Pau-Brasil
  • 1981 - Engraçadinha
  • 1982 - Rio Babilônia
  • 1982 - O Segredo Da Múmia
  • 1982 - Os Trapalhões Na Serra Pelada
  • 1982 - O Santo e a Vedete
  • 1982 - Luz Del Fuego
  • 1983 - O Mágico e o Delegado
  • 1983 - Bar Esperança
  • 1984 - Os Bons Tempos Voltaram...
  • 1984 - Memórias Do Cárcere
  • 1985 - O Beijo Da Mulher Aranha
  • 1985 - Brás Cubas
  • 1985 - Águia Na Cabeça
  • 1985 - A Ópera Do Malandro
  • 1986 - A Dança Dos Bonecos
  • 1986 - As Sete Vampiras
  • 1986 - Baixo Gávea
  • 1987 - Leila Diniz
  • 1987 - Os Fantasmas Trapalhões
  • 1988 - Banana Split
  • 1989 - O Escorpião Escarlate
  • 1990 - Corpo Em Delito
  • 1992 - A Maldição De Sanpaku
  • 1993 - Vai Trabalhar Vagabundo II - A Volta
  • 1996 - O Lado Certo Da Vida Errada.

Fonte: Wikipédia

Tião Carreiro

JOSÉ DIAS NUNES
(58 anos)
Cantor

* Montes Claros, MG (13/12/1934)
+ São Paulo, SP (15/10/1993)

José Dias Nunes, conhecido como Tião Carreiro, foi um cantor, compositor e instrumentista brasileiro de música sertaneja de raiz e muitas duplas foram e são influenciadas por sua música.

Nascido na vila de Monte Azul, perto de Montes Claros, MG, teve infância difícil e foi criado em uma fazenda em Araçatuba, SP. Aos oito anos já tirava os primeiros acordes da viola depois do trabalho na lavoura, onde ajudava o pai.

Filho dos lavradores, seu pai Orcissio Dias Nunes e sua mãe Júlia Alves da Neves, tiveram 7 filhos, quatro homens, Cumercindo, Guilhermino, Jóse Dias Nunes e Valdomiro, e três mulheres, Ilda, Maria e Santina. Neto de Ricardo e Maria por parte do pai e de José Alves e Porcidonia por parte da mãe.

Tião Carreiro não teve na infância os brinquedos industrializados e caros que eram vistos nas mãos dos filhos dos coronéis de Monte Azul, na região Norte de Minas Gerais, nos pés da Serra do Espinhaço a encerrar o Vale do São Francisco, onde nasceu e passou os primeiros anos de vida. Mas desde cedo chamava a atenção nele a aptidão para inventar seus próprios brinquedos. Notadamente alguns que já permitiam vislumbrar toda a musicalidade adormecida em seu íntimo. Esticar o elástico reciclado do cano de botinas velhas ao longo de pedaços de madeira, e passar horas a fio tentando decifrar o som que produziam sob seus dedos, era um dos passatempos do mais célebre filho do casal de lavradores Orcissio Dias Nunes e Júlia Alves das Neves.

Seu irmão, Guilhermino, morreu ainda menino vítima de um sarampo recolhido.

A seca e a falta de perspectivas no Vale do São Francisco, próximo aos rios Pardo e Jequitinhonha, fizeram, porém, com que a família deixasse a região, a bordo de um caminhão pau-de-arara, quando Tião tinha apenas 10 anos, rumo a São Paulo. Tiveram de fazer antes uma parada forçada de três dias em Montes Claros, até que um juiz de menores autorizasse a viagem das crianças, que não tinham sequer certidões de nascimento.

Em Paulópolis e Oriente, as primeiras escalas em São Paulo, ficaram pouco: devido à morte de seu Orcissio. A avó materna de Tião, Dona Porcidonia, morava em Flórida Paulista e foi para lá que se mudaram nesta época. Algum tempo depois foram tocar roça em Valparaíso, SP.

O pai, quando morreu, deixou-lhe a primeira viola. Uma herança que o garoto saberia como ninguém valorizar. Seus dotes de músico já eram notados, aos oito anos de idade dedilhava no braço da enxada e com elástico nos dedos tentava tirar sons musicais.


O menino da viola nunca foi à escola, mas tinha sonho de ler e escrever. Começou então folheando jornais velhos. E foi dessa forma que Tião, juntando as letras, se alfabetizou. Da mesma maneira aprendeu a tocar, ou seja, sozinho, observando e juntando acordes e notas.

E foi lá em Valparaíso, SP, que Tião, aos 16 anos, decidiu trocar o cabo da enxada pelo braço da viola, e tomou a decisão que marcaria sua vida. Já apaixonado pela música decidiu deixar o trabalho no campo e se arriscar em outro mundo, em nova profissão.

Adotou o nome artístico de Palmeirinha e formou dupla com Coqueirinho, com quem se apresentou no Circo Giglio em 1951. Aperfeiçoou-se na viola e mudou-se para Valparaíso, onde trabalhou como garçom no restaurante de um hotel da cidade, onde ele costumava encantar a clientela dedilhando ao violão sambas e músicas populares da época.

Trocou o nome artístico para Zezinho, posteriormente para Zé Mineiro, e passou a se apresentar com Lenço Verde, com quem tocou no programa "Assim Canta o Sertão" e em diversos circos do interior de São Paulo e Mato Grosso.

O proprietário do circo onde ele tocava naquela época comentou que dupla de violeiros tinha que tocar viola, e ele tocava violão. No mesmo ano, na cidade de Araçatuba, SP, apresentaram-se Tonico & Tinoco, a dupla Coração do Brasil. Tonico deixou a viola no circo e foi para o hotel descansar, Tião pegou a viola e decorou a afinação.

Logo em seguida ganhou uma violinha de presente, pintada à mão pelo pintor Romeu de Araçatuba. E a partir daí, inspirando-se num dos melhores violeiros da época: Florêncio, da dupla Torres & Florêncio foi seguindo em frente, trilhando seu caminho.

O sucesso como artista, porém, só viria com força anos mais tarde ao lado de Pardinho, com quem formou a dupla que ficaria perpetuada como "Os Reis do Pagode".

Outra cidade fundamental para a formação musical e a vida de Tião foi Araçatuba. Foi lá que ele passou parte da juventude e conheceu Nair Avanço, durante as festas juninas de 1953, casando-se com ela 14 meses depois. Tiveram uma única filha, Alex Marli Dias, hoje casada com Gilberto Rodrigues da Silva e mãe de Renan Rodrigues da Silva, neto de Tião Carreiro.

Em 1955, separou-se de Lenço Verde, e nesse mesmo ano já se apresentando com o nome de Zé Mineiro, conheceu Pardinho, seu principal companheiro, no circo Rapa Rapa na cidade de Pirajuí, SP. Pardinho era ajudante braçal e cantava nas horas de folga. Passaram a cantar juntos com os nomes de Zé Mineiro & Pardinho, depois de dois anos a convite de Carreirinho mudam-se para São Paulo. Era Maio de 1956 e sua única filha Alex Marli Dias acabara de nascer.


Já em São Paulo conheceram Palmeira que os apresentou a Teddy Vieira, diretor sertanejo da RCA Victor, gravadora de grande projeção na época. No início, adotava ainda o nome de Zé Mineiro, passando a seguir para João Carreiro. O batismo definitivo veio por sugestão de Teddy Vieira que batizou José Dias de Tião Carreiro. Ele não simpatizou com o nome de imediato, mas acabou concordando. Começa então a história de Tião Carreiro.


Gravaram o primeiro disco, um 78 RPM, lançado em novembro de 1956. As músicas eram "Boiadeiro Punho de Aço", moda de viola e "Cavaleiros de Bom Jesus", um cururu, ambas composições de Teddy Vieira.

Após o primeiro registro, Tião Carreiro deu um tempo na parceria com Pardinho e formou dupla com Carreirinho. Foi uma época de grande produção. Antes de conhecer Antônio Henrique de Lima, o PardinhoTião já havia cantado usando os nomes de Zezinho, junto a Lenço Verde, e de Palmeirinha, primeiro com Coqueirinho e depois com Tietezinho. O novo nome caiu como luva também para a breve dobradinha formada entre Tião & Carreirinho, que registrou nove 78 RPM e um LP.

Em março de 1959 nasceu um novo ritmo, o pagode-de-viola. Tião Carreiro percebeu que naquele recortado mineiro que havia gravado misturado a outras batidas, a viola assumia um papel importante, e que havia encontrado algo realmente novo.

Tião Carreiro & Pardinho, novamente juntos, gravaram pela primeira vez "Pagode em Brasília" (Teddy Vieira e Lourival do Santos). Uma homenagem à nova capital do país. A composição fazia parte de um disco 78 RPM, do selo Sertanejo, lançado com grande sucesso em agosto de 1960.

Violeiro intuitivo, Tião Carreiro jamais frequentou escola de música. Foi autodidata também na escrita, ao ponto de criar letras com cheiro de terra e mato para várias músicas de seu vasto repertório. Não bastasse isso, também soube se cercar de poetas com "P" maiúsculo, do porte de Lourival dos Santos, Moacir dos Santos - que, apesar do sobrenome comum, não tinham nenhum parentesco -, Dino Franco e do próprio Teddy Vieira.

Mas fosse qual fosse o nome que adotasse, o destino de Tião parecia mesmo estar traçado nos braços da viola. Sobretudo depois que ele criou o pagode caipira, definido pelo cantador e produtor mineiro Teo Azevedo como uma feliz junção do coco nordestino com o calango de roda. Ambas as levadas, vale lembrar, eram e ainda são bastante praticadas na região em que Tião e o próprio Teo Azevedo nasceram, quase na divisa com a Bahia.


Há ainda quem perceba no pagode certo parentesco com a catira, só quem sem o pandeiro, o reco-reco e os temperos percussivos típicos desta outra levada violeira. O novo ritmo surgiu em março de 1959, embora seu primeiro registro em disco tenha se dado no ano seguinte, com "Pagode em Brasília" (Teddy Vieira e Lourival dos Santos). Para termos de comparação, o sucesso gravado por Tião Carreiro & Pardinho, em homenagem à recém-inaugurada Capital Federal, está para o pagode-de-viola assim como "Chega de Saudade" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), lançado dois anos antes por João Gilberto, está para a bossa nova. Em ambos o diferencial era dado pelas batidas inventadas por músicos virtuosos. No caso de Tião, também acabou pesando a favor o fato de ele compor e cantar magistralmente, como deixam ver (e ouvir) clássicos como "Amargurado" (Tião CarreiroDino Franco), "Rio de Lágrimas" (Tião CarreiroPiraci e Lourival dos Santos), "Cabelo Loiro" (Tião Carreiro e Zé Bonito) e tantos outros. Não desmerecendo os demais parceiros de Tião, sua segundona grave soava sob medida para a primeira voz refinada de Pardinho.

Tião Carreiro com sua habilidade e destreza criou inúmeras introduções e arranjos ao pagode-de-viola, verdadeiras preciosidades. Mas ele não parou por aí, desenvolvendo uma inconfundível batida, inovando com um estilo próprio. Na verdade Tião Carreiro inventou uma forma original para os violeiros que cantam em dupla e usam como acompanhamento a viola e o violão. Na riqueza de ritmos e estilos Tião Carreiro gravou moda de viola, cururu, cateretê, valseado, querumana e até tango.

E quando a música sertaneja se tornou mais urbana, ganhando outras influências, o violeiro se mostrou aberto a novas experiências e gravou guarânias, rasqueados e balanços. Ele nunca se preocupou com o gênero musical e sim com o que as pessoas queriam ouvir.

Tião Carreiro também aprimorou o estilo de cantar em dupla. A segunda voz que é a mais grave era colocada com mais destaque do que a primeira. Estilo que depois foi seguido por várias duplas.

O saldo desta carreira de sucesso são 25 discos 78 rpm com Pardinho e Carreirinho, mais de 50 LPs com variados parceiros, dois LPs em solos de viola caipira e mais de 300 composições com os mais importantes nomes como Teddy Vieira, Dino Franco, Moacyr dos Santos, Zé Carreiro, Zé Fortuna, Carreirinho e Lourival dos Santos, amigo, conselheiro e companheiro mais constante.

Tião Carreiro foi também um dos grandes responsáveis pela popularização da música sertaneja, tirando-a dos programas sertanejos das rádios nas madrugadas e colocando-a nos teatros, rodeios, exposições e no horário nobre da televisão.

Ainda em vida teve o prazer de possuir a viola vermelha de Florêncio e o violão de Torres. A viola foi cedida por Moreninho da dupla Moreno & Moreninho, e o violão ganhou de um amigo da cidade de São José do Rio Preto, Marco Aurélio Garcia, o Lelo, no dia 11/04/1992.

Morte

Tião Carreiro se foi como os grandes mestres, antes da hora, vítima de complicações advindas da diabetes que lhe consumiu lentamente, sem compreender a dimensão e o alcance de seu trabalho. Porém conseguiu o que todo artista sonha: Compôs com os melhores letristas, tocou seu instrumento como poucos e cantou como ninguém, era um músico completo. Honrou, sem dúvida a herança recebida de seu pai.
José Dias Nunes, Tião Carreiro, faleceu dia 15/10/1993, e foi sepultado no Cemitério da Lapa, onde foi construído um memorial em sua homenagem e onde todos os dias de finados, inúmeros fãs se reúnem em volta do túmulo do artista e passam horas e horas cantando seu repertório e relembrando alguma passagem de sua carreira.

Discografia


  • 1952 - Independente (78 RPM - Palmeirinha & Coqueirinho)
  • 1955 - Gravação Especial Casa Flávio Campana (78 RPM - Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1956 - Columbia - CB-10.302 (78 RPM - Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1957 - Columbia - CB-10.356 (78 RPM - Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1958 - Continental - Nº 17.544 (78 RPM - Tião Carreiro & Carreirinho)
  • 1958 - RCA Victor - Nº 802.016 (78 RPM - Tião Carreiro & Carreirinho)
  • 1959 - RCA Victor - Nº 802.072 (78 RPM - Tião Carreiro & Carreirinho)
  • 1959 - RCA Victor - Nº 802.108 (78 RPM - Tião Carreiro & Carreirinho)
  • 1959 - RCA Victor - Nº 802.132 (78 RPM - Tião Carreiro & Carreirinho)
  • 1960 - Chantecler - PTJ-10.066 (78 RPM - Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1960 - Chantecler - PTJ-10.113 (78 RPM - Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1960 - Chantecler - PTJ-10.134 (78 RPM - Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1960 - Chantecler - PTJ-10.149 (78 RPM - Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1960 - Chantecler - PTJ-10.066 (78 RPM - Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1961 - Chantecler - Nº 76.0530 (78 RPM - Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1961 - Chantecler - Nº 76.0630 (78 RPM - Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1961 - Rei do Gado (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1961 - RCA Camdem - Nº CAM-1089 (78 RPM - Tião Carreiro & Carreirinho)
  • 1962 - Chantecler - CH-10.310 (78 RPM - Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1962 - Chantecler - CH-10.265 (78 RPM - Tião Carreiro & Carreirinho)
  • 1962 - Chantecler - CH-10.282 (78 RPM - Tião Carreiro & Carreirinho)
  • 1962 - Continental - CS-266 (78 RPM - Tião Carreiro & Carreirinho)
  • 1962 - Meu Carro é Minha Viola (Tião Carreiro & Carreirinho)
  • 1963 - Casinha da Serra (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1963 - Chantecler - CH-10.333 (78 RPM - Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1964 - Linha de Frente (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1963 - Chantecler - CH-10.364 (78 RPM - Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1963 - Chantecler - CH-10.382 (78 RPM - Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1963 - Casinha da Serra (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1964 - Chantecler - CH-10.405 (78 RPM - Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1964 - Chantecler - CH-10.426 (78 RPM - Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1964 - Linha de Frente (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1964 - Repertório de Ouro (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1965 - Os Reis do Pagode (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1961 - Rei do Gado (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1962 - Meu Carro é Minha Viola (Tião Carreiro & Carreirinho)
  • 1963 - Casinha da Serra (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1964 - Linha de Frente (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1964 - Repertório de Ouro (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1965 - Os Reis do Pagode (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1966 - Boi Soberano (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1967 - Pagode na Praça (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1967 - Os Grandes Sucessos de Tião Carreiro & Pardinho
  • 1967 - Rancho dos Ipês (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1968 - Encantos da Natureza (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1968 - Tião Carreiro & Pardinho e Seus Grandes Sucessos
  • 1969 - Em Tempo de Avanço (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1970 - Sertão em Festa (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1970 - Show (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1970 - A Força do Perdão (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1971 - Abrindo Caminho (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1972 - Hoje Eu Não Posso Ir (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1973 - Sucessos de Tião Carreiro & Pardinho
  • 1973 - Viola Cabocla (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1973 - A Caminho do Sol (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1974 - Modas de Viola Classe "A" (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1974 - Esquina da Saudade (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1974 - Tangos em Dueto (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1975 - Modas de Viola Classe "A" - Volume 2 (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1975 - Duelo de Amor (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1976 - Rio de Pranto (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1976 - Os Grandes Sucessos de Tião Carreiro & Pardinho - Volume 2
  • 1976 - É Isto Que o Povo Quer (Tião Carreiro em Solos de Viola Caipira)
  • 1977 - Pagodes (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1977 - Rancho do Vale (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1978 - Terra Roxa (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1978 - Viola Divina (Tião Carreiro & Paraíso)
  • 1979 - Disco de Ouro (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1979 - Golpe de Mestre (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1979 - Pagodes - Volume 2 (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1979 - Tião Carreiro em Solo de Viola Caipira
  • 1979 - Seleção de Ouro (Tião Carreiro & Paraíso)
  • 1980 - Homem Até Debaixo D'água (Tião Carreiro & Paraíso)
  • 1981 - Prato do Dia (Tião Carreiro & Paraíso)
  • 1981 - 4 Azes (Tião Carreiro & Paraíso e Pardinho & Pardal)
  • 1981 - Modas de Viola Classe "A" - Volume 3 (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1982 - Navalha na Carne (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1983 - No Som da Viola (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1984 - Modas de Viola Classe "A" - Volume 4 (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1985 - Felicidade (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1986 - Estrela de Ouro (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1988 - A Majestade "O Pagode" (Tião Carreiro & Pardinho)
  • 1992 - O Fogo e a Brasa (Tião Carreiro & Praiano)
  • 1994 - Som da Terra - Tião Carreiro & Pardinho
  • 1994 - Som da Terra - Tião Carreiro & Pardinho - Volume 2 - Pagodes
  • 1994 - Som da Terra - Tião Carreiro & Pardinho - Volume 3 - Modas de Viola
  • 1996 - Saudades de Tião Carreiro (Diversas Duplas)
  • 1998 - Sucessos de Ouro de Tião Carreiro & Pardinho (As Românticas)
  • 1999 - Popularidade - Tião Carreiro & Pardinho
  • 2001 - Warner 25 Anos - Tião Carreiro & Pardinho
  • 2003 - Os Gigantes - Tião Carreiro & Pardinho
  • 2006 - Warner 30 anos - Tião Carreiro & Pardinho

Fonte: Wikipédia e Biografia produzida por Hedinan Victor de Oliveira e Alex Marli Dias (Filha de Tião Carreiro), com a colaboração de Cléber Toffoli e Eliana Arens

Tião Macalé

AUGUSTO TEMÍSTOCLES DA SILVA COSTA
(67 anos)
Humorista

* Rio de Janeiro, RJ (10/02/1926)
+ São José do Rio Preto, SP (26/10/1993)

Augusto Temístocles Silva, mais conhecido como Tião Macalé, foi um humorista brasileiro, célebre por suas participações no programa "Os Trapalhões". Com sotaque característico, era conhecido pelo bordão "Ih, Nojento, tcham!".

Na década de 1960, trabalhou com Ary Barroso, no Programa "Show do Gongo", na TV Rio, onde ao comando de Ary Barroso, gongava as pessoas.

Ficou nacionalmente conhecido no programa humorístico "Balança Mas Não Cai", como o "Crioulo Difícil" ao lado da atriz Marina Miranda, a "Crioula Difícil".

Tião Macalé, Roni Cócegas e Marina Miranda
(Balança Mas Não Cai)
Tião Macalé era personagem de poucas falas, tendo inclusive alguma dificuldade na articulação das palavras, fato que aumentava ainda mais a sua eficiente performance como humorista. A sua presença física como personagem era de extrema comicidade e o seu humor ingênuo, saudável e hilário.

Estreou no cinema em 1970, no filme "Os Caras De Pau", mas a grande base de trabalho é o programa "Os Trapalhões".

Entre 1988 e 1989 sua fama atingiu proporções maiores quando fez vários comerciais de paródias cômicas para a extinta rede de supermercados DiscoFoi neste comercial que o artista consagrou a expressão "nojento". Em 1989 atuou como garoto-propaganda na campanha do candidato Affonso Camargo Neto à Presidência da República.

Torcedor do Fluminense e assíduo frequentador dos estádios, Tião Macalé chegou a passar mal em 2 partidas do time carioca, antes de sofrer seu primeiro derrame. Entusiasta do futebol, organizava, treinava e às vezes arbitrava um time de futebol chamado Dínamo, na altura da rua Santa Clara, em Copacabana, Rio de Janeiro, de onde foi morador por muitos anos.

No final de 1992, Tião Macalé sofreu um derrame e passou a trabalhar com dificuldade. Faleceu em 26/10/1993, aos 67 anos de idade, vítima de infecção pulmonar, em São José do Rio Preto, SP.

Comerciais do Supermercado Disco

Algumas das paródias feitas por Tião Macalé nos comerciais do extinto Supermercado Disco (DISCO - Distribuidora de Comestíveis Disco S.A.) foram:

  • Luís Inácio Lula da Silva - Tião Macalé usava uma longa barba preta semelhante à de Lula e dizia no final: "Disco, PT saudações, nojento!" (dizendo "PT" em referência ao partido de Lula, o Partido dos Trabalhadores);
  • Geléia Mocotó Inbasa - Aqui era feita uma paródia de outro comercial. No original, uma mãe dizia junto a seu filho: "O Júnior fica com a geléia..." e então o filho respondia: "...e a mãe fica com o copo!", e logo após os dentes do menino brilhavam. Na versão de Tião Macalé, a atriz Marina Miranda representava a mãe e dizia: "O júnior fica com a saúde..." e Tião Macalé representando o menino dizia: "...e a mãe fica com o troco, tchan!" e logo depois o sorriso sem dentes de Tião Macalé brilhava.
  • Dan'up e Bliss - Os iogurtes Dan'up (Danone) e Bliss (Nestlé) tinham cada um seu comercial de televisão. No comercial de Dan'up, havia sempre alguém perguntando: "E agora?"; logo após várias pessoas cantavam "Agora beba iogurte ... Dan'up!". No comercial de Bliss havia um casal de jovens atletas fazendo exercícios pelas ruas, sempre com a música "Eu bebo Bliss, estou bebendo...". Então, na paródia dos comerciais do Disco, quando alguém perguntava "E agora?", Tião Macalé e Marina Miranda apareciam vestidos como o casal de atletas da propaganda do iogurte Bliss e cantavam como na propaganda do iogurte Dan'up: "Agora tem ofertas Disco... anote!"

Marina Miranda e Tião Macalé
Filmografia

  • 1990 - O Escorpião Escarlate
  • 1990 - O Mistério De Robin Hood
  • 1986 - As Sete Vampiras
  • 1983 - Atrapalhando A Suate
  • 1983 - A Longa Noite Do Prazer
  • 1978 - As 1001 Posições Do Amor
  • 1975 - Com As Calças Na Mão
  • 1975 - Com Um Grilo Na Cama
  • 1975 - Costinha O Rei Da Selva
  • 1975 - O Estranho Vicio Do Drº Cornélio
  • 1975 - O Padre Que Queria Pecar
  • 1974 - O Comprador De Fazendas
  • 1973 - Salve-se Quem Puder
  • 1973 - Café Na Cama
  • 1971 - Os Caras De Pau
  • 1969 - O Impossível Acontece

Fonte: Wikipédia

Milton Moraes

MANOELITO SOARES MORAES
(62 anos)
Ator

* Fortaleza, CE (04/09/1930)
+ Rio de Janeiro, RJ (15/02/1993)

Milton Moraes iniciou a carreira no circo, ainda em sua cidade natal, e mudou-se para o Rio de Janeiro aos 19 anos.

Sua estréia foi em 1947 com a montagem teatral "Rua Nova". Em 1957, junto ao Teatro Nacional de Comédia, protagonizou a bem sucedida montagem "Pedro Mico". Entre as mais de 100 peças em que atuou, destacam-se "Festival de Ladrões" (1979), "O Canto da Cotovia", "Casa de Chá do Luar de Agosto", "A Venerável Madame Goneau", "Um Edifício Chamado 200", entre outras.

Atuando em cinema desde os anos 50, o ator conta com cerca de 30 longas em sua carreira. Nos anos 60 participou de "Assassinato em Copacabana" (1962), "A Montanha dos Sete Ecos" (1963) , "Presidente dos Valentes" (1963), "Nudismo à Força" (1966) e "Mineirinho, Vivo ou Morto" (1967).


Seguiram-se "O Barão Otelo no Barato dos Bilhões" (1971), "Os Devassos" (1971), "Um Marido Contagiante" (1977), "Os Homens Que Eu Tive" (1973), "O Homem de Papel" (1976), "Bonitinha Mas Ordinária" (1981), "Beijo na Boca" (1982), entre outros.

"Os Trapalhões e o Rei do Futebol" (1986), foi seu último trabalho no cinema.

Na TV, o ator participou dos tele-teatros da Rede Tupi e popularizou-se em novelas produzidas pela Rede Globo. Seu papel principal foi em "O Espigão", onde interpretou o visionário Lauro Fontana, em 1974. Estreou na TV Globo onde participou também das novelas "Bandeira 2" (1971), "O Bofe" (1972), "Cavalo de Aço" (1973), "Escalada" (1975), "Saramandaia" (1976),  "Espelho Mágico" (1977), "Dancin' Days" (1978), "Cabocla" (1979), "Água Viva" (1980), "O Homem Proibido" (1982),  "Louco Amor" (1983)  e "De Quina Pra Lua" (1985).

Seu último desempenho foi em 1990, como o Vicente, da novela "Meu Bem, Meu Mal".

Seus personagens foram sempre marcados por um estilo descontraído e malandro.

Milton Moraes faleceu aos 62 anos, em 15/02/1993.

Foi casado com as atrizes Glauce Rocha, Norma Blum, Mara Regina e Carlota Pauline.


Cinema


  • 1986 - Os Trapalhões e o Rei do Futebol ... Dr. Barros Barreto
  • 1984 - Aguenta, Coração
  • 1983 - O Trapalhão na Arca de Noé ... Morel
  • 1982 - Beijo na Boca ... Pai de Celeste
  • 1982 - Pra Frente, Brasil ... Policial
  • 1981 - O Sequestro ... Argola
  • 1981 - Bonitinha Mas Ordinária ou Otto Lara Rezende ... Peixoto
  • 1980 - Os Paspalhões em Pinóquio 2000
  • 1979 - A República dos Assassinos
  • 1978 - O Amante de Minha Mulher
  • 1977 - Barra Pesada ... Florindo
  • 1977 - Um Marido Contagiante ... Mário
  • 1976 - O Homem de Papel ... Carlos
  • 1976 - Ninguém Segura Essas Mulheres ... Gil
  • 1973 - Um Edifício Chamado 200 ... Gamela
  • 1973 - Os Homens que Eu Tive ... Torres
  • 1973 - Sagarana, o Duelo
  • 1971 - Os Devassos
  • 1971 - O Barão Otelo no Barato dos Bilhões ... Alquimista
  • 1970 - Os Senhores da Terra
  • 1970 - É Simonal
  • 1969 - A Um Pulo da Morte
  • 1968 - Maria Bonita, Rainha do Cangaço ... Lampião
  • 1967 - Perpétuo contra o Esquadrão da Morte ... Perpétuo
  • 1967 - Mineirinho Vivo ou Morto ... Arubinha
  • 1966 - Nudista à Força
  • 1963 - A Montanha dos Sete Ecos
  • 1963 - Gimba, Presidente dos Valentes
  • 1962 - Assassinato em Copacabana ... Pascoal
  • 1956 - A Estrada



Teatro


  • Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues
  • O Berço do Herói, de Dias Gomes
  • Um Edifício Chamado 200, de Paulo Pontes



Televisão


  • 1991 - O Dono do Mundo ... Lopes Resende
  • 1990 - Rainha da Sucata ... Vicente
  • 1988 - Abolição ... Coronel Hipólito Macedo Tavares
  • 1986 - Anos Dourados ... Cláudio
  • 1985 - De Quina Pra Lua ... José João Batista
  • 1985 - A Gata Comeu (Participação Especial)
  • 1984 - Amor Com Amor Se Paga ... Barreto
  • 1983 - Louco Amor ... Sérgio
  • 1982 - Final Feliz ... Alaor
  • 1982 - O Homem Proibido ... Getúlio
  • 1982 - Caso Verdade
  • 1981 - O Amor é Nosso ... Roberto
  • 1980 - Plumas e Paetês (Participação Especial)
  • 1980 - Coração Alado ... Ângelo
  • 1980 - Marina ... Mário
  • 1980 - Água Viva ... Sérgio
  • 1979 - Cabocla ... Joaquim
  • 1979 - Feijão Maravilha
  • 1978 - Dancin' Days ... Jofre
  • 1977 - Espelho Mágico ... Vicente Drummond
  • 1976 - Duas Vidas ... Alexandre
  • 1976 - Saramandaia ... Carlito Prata
  • 1975 - Escalada ... Armando
  • 1974 - O Espigão ... Lauro Fontana
  • 1973 - Cavalo de Aço ... Carlito
  • 1972 - O Bofe ... Sérgio Marreta
  • 1971 - Bandeira 2 ... Quidoca
  • 1969 - Enquanto Houver Estrelas ... Gílson
  • 1969 - O Retrato de Laura ... Júlio
  • 1965 - 22-2000 Cidade Aberta



Curiosidade

Em seu primeiro trabalho no teatro, deveria subir ao palco com sapatos de verniz, comprados com dinheiro adiantado pela produção. Apaixonado pelos cavalos, perdeu tudo nas corridas e precisou entrar em cena com um par de galochas, o que lhe valeu por muito tempo o apelido de "Milton Galocha". Depois, acabou tornando-se proprietário de mais de 20 cavalos no Jockey Club do Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipédia

Grande Otelo

SEBASTIÃO BERNARDES DE SOUZA PRATA
(78 anos)
Ator, Humorista, Cantor e Compositor

* Uberlândia, MG (18/10/1915)
+ Paris, França (26/11/1993)

Grande Otelo foi um ator, cantor e compositor. Pai do também ator José Prata.

Grande artista de cassinos cariocas e do chamado Teatro de Revista, participou de diversos filmes brasileiros de sucesso, entre os quais as famosas comédias nos anos 1940/50, que estrelou em parceria com o cômico Oscarito, e a versão cinematográfica de "Macunaíma", realizada em 1969.

Grande Otelo e Ankito
Conheceu Orson Welles quando este veio filmar no Brasil, na década de 1940. O grande ator e diretor estadunidense considerava Grande Otelo o maior ator brasileiro.

Sua vida teve várias tragédias. Seu pai morreu esfaqueado e a mãe era alcoólatra. Quando já era um ator consagrado, sua mulher cometeu suicídio logo após matar com veneno seu filho de seis anos, que era enteado do ator.

Grande Otelo vivia em Uberlândia quando conheceu uma companhia de teatro mambembe e foi embora com eles, com o consentimento da diretora do grupo, Abigail Parecis, que o levou para São Paulo. Ele voltou a fugir, foi para o Juizado de Menores, onde foi adotado pela família do político Antonio de Queiroz. Grande Otelo estudou então no Liceu Coração de Jesus até a terceira série ginasial.

Participou na década de 1920 da Companhia Negra de Revistas, que tinha Pixinguinha como maestro.

Foi em 1932 que entrou para a Companhia Jardel Jércolis, um dos pioneiros do Teatro de Revista. Foi nessa época que ganhou o apelido de Grande Otelo, como ficou conhecido.

No cinema, participou em 1942 do filme "It's All True", de Orson Welles.

Grande Otelo fez inúmeras parcerias no cinema, sendo a mais conhecida a feita com Oscarito. Depois os produtores formariam uma nova dupla dele com o cômico paulista Ankito. No final dos anos 50, Grande Otelo apareceria em dupla em vários espetáculos musicais e também no cinema com Vera Regina, uma negra alta com semelhanças com a famosa dançarina americana Josephine Baker. Com o fim da dupla com Vera Regina, Grande Otelo passaria por um período de crise até que voltaria ao sucesso no cinema com sua grande atuação do personagem título de "Macunaíma" (1969), filme baseado na obra de Mário de Andrade.

Participou também do filme de Werner Herzog, "Fitzcarraldo", de 1982, filmado na floresta amazônica.

Desde os anos 1960 Grande Otelo era contratado da TV Globo, onde atuou em diversas telenovelas de grande sucesso, como "Uma Rosa Com Amor", entre várias outras. Também trabalhou no humorístico "Escolinha do Professor Raimundo", no início dos anos 1990. Seu último trabalho foi uma participação na telenovela "Renascer", pouco antes de morrer.

Grande Otelo faleceu em 26/11/1993 vítima de um Ataque Cardíaco fulminante, quando viajava para Paris onde participaria de uma homenagem que receberia no Festival de Cannes.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #GrandeOtelo

Jessé

JESSÉ FLORENTINO SANTOS
(41 anos)
Cantor

* Niterói, RJ (25/04/1952)
+ Cajati, SP (29/03/1993)

Jessé foi criado em Brasília. Mudou-se para São Paulo já adulto, e atuou como crooner em boates. Depois, integrou os grupos Corrente de Força e Placa Luminosa, animando bailes por todo o Brasil.

Ainda nos anos 70, também chegou a gravar em inglês com o pseudônimo de Tony Stevens. Foi revelado ao grande público em 1980, no Festival MPB Shell da Rede Globo com a música "Porto Solidão" (Zeca Bahia e Ginko), seu maior sucesso, ganhando prêmio de melhor intérprete.


Em 1983, ganhou o XII Festival da Canção Organização (ou Televisão Ibero-Americana) realizado em Washington, com os prêmios de melhor intérprete, melhor canção e melhor arranjo para "Estrelas de Papel" (Jessé e Elifas Andreato).

De voz muito potente, no decorrer de sua carreira Jessé gravou 12 discos, como os álbuns duplos "O Sorriso ao Pé da Escada" e "Sobre Todas as Coisas", mas nunca conseguiu os louros da crítica especializada.

Morreu aos 41 anos, em 29 de março de 1993 vítima de um Traumatismo Craniano sofrido em acidente automobilístico quando se dirigia para a cidade de Terra Rica, no Paraná, para fazer um espetáculo.

Fonte: Wikipédia
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Carlos Augusto Strazzer

CARLOS AUGUSTO STRAZZER
(46 anos)
Ator

☼ São Paulo, SP (04/08/1946)
┼ Petrópolis, RJ (19/02/1993)

Carlos Augusto Strazzer participou de diversas peças teatrais, entre elas "Cemitério de Automóveis" (Fernando Arrabal), "O Balcão" (Jean Genet), dirigidos por Victor Garcia e produzidos por Ruth Escobar, "A Moratória" (Jorge Andrade), o musical "Evita", um dos maiores sucessos da cena carioca dos anos 80, e "As Ligações Perigosas" (Choderlos de Laclos) outro êxito do final daquela década.

Ficou mais conhecido por sua participação na televisão, em muitas telenovelas e algumas minisséries na TV Globo, TV Tupi, TV Manchete, TV Bandeirantes e TV Record.

Era conhecido por interpretar vilões ou personagens misteriosos e místicos, aos quais impregnava de elegância e ambiguidade. Em "O Direito de Nascer" (1978), interpretou Alberto Limonta já adulto e cantou a música "Acalanto Para Dolores", o tema da personagem Mamãe Dolores (Cléa Simões).

Fez alguns filmes, como "Gaijin - Os Caminhos da Liberdade" (1980) de Tizuka Yamasaki, "Eles Não Usam Black-Tie" (1981) de Leon Hirszman, "Com Licença, Eu Vou à Luta" (1986) de Lui Farias e "O Mistério do Colégio Brasil" (1988) de José Frazão, além de participações especiais na produção internacional "Moon Over Parador" (1987) dirigido por Paul Mazursky e no documentário "Interprete Mais, Ganhe Mais", dirigido por Andrea Tonacci, que trata do cotidiano do grupo teatral de Ruth Escobar e que ficou embargado na justiça por vinte anos.

Carlos Augusto Strazzer faleceu vítima de complicações respiratórias em decorrência da AIDS em 19/02/1993, aos 46 anos, entre elas um câncer.

O ator, bissexual assumido, conviveu com a doença durante mais de 10 anos, embora só a houvesse descoberto quatro anos antes de sua morte e assumido-a apenas em 1992, sendo uma das primeiras celebridades a assumir que convivia com o vírus. Descobriu após concluir as gravações da novela "Que Rei Sou Eu?", onde deu vida ao pérfido conselheiro Crespy Aubriet.

Seu último trabalho foi na minissérie "O Sorriso do Lagarto" em 1991, como o Detetive Peçanha.

Um de seus filhos, Fábio Strazzer, atualmente faz parte da equipe de diretores da TV Globo.

Televisão

  • 1991 - O Sorriso do Lagarto ... Peçanha
  • 1989 - O Cometa ... Habib
  • 1989 - Que Rei Sou Eu? ... Crespy Aubriet
  • 1987 - Mandala ... Argemiro
  • 1986 - Mania de Querer ... Ângelo
  • 1984 - Livre para Voar ... Danilo
  • 1983 - Champagne ... Ronaldo
  • 1983 - Moinhos de Vento ... Leandro
  • 1981 - Jogo da Vida ... Adriano Sales
  • 1980 - Coração Alado ... Piero Camerino
  • 1978 - O Direito de Nascer ... Alberto Limonta (Albertinho)
  • 1977 - O Profeta ... Daniel do Prado
  • 1977 - Éramos Seis ... Carlos
  • 1976 - O Julgamento ... Narrador
  • 1975 - Ovelha Negra ... Alberto
  • 1972 - Vitória Bonelli ... Walter
  • 1971 - Os Deuses Estão Mortos ... Gabriel
  • 1970 - As Pupilas do Senhor Reitor ... Manuel do Alpendre


Cinema

  • 1980 - Gaijin - Os Caminhos da Liberdade
  • 1981 - Eles Não Usam Black-Tie
  • 1986 - Com Licença, Eu Vou à Luta
  • 1987 - Moon Over Parador
  • 1988 - O Mistério do Colégio Brasil
  • Interprete Mais, Ganhe Mais (Documentário)

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #CarlosAugustoStrazzer