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Café Filho

JOÃO AUGUSTO FERNANDES CAMPOS CAFÉ FILHO
(71 anos)
Advogado, Jornalista, Político e Presidente do Brasil

☼ Natal, RN (03/02/1899)
┼ Rio de Janeiro, RJ (20/02/1970)

João Augusto Fernandes Campos Café Filho foi um advogado e político brasileiro, sendo presidente do Brasil entre 24/08/1954 e 08/11/1955, quando foi deposto. Foi o único potiguar e o primeiro protestante a ocupar a presidência da República do Brasil.

Café Filho nasceu em Natal, RN no dia 03/02/1899, filho de João Fernandes Campos Café e de Florência Amélia Campos Café. Mudou-se para Recife em 1917, passando a trabalhar como comerciário para custear os estudos na Academia de Ciências Jurídicas e Comerciais. Retornou a Natal sem concluir seus estudos superiores mas, mesmo assim, baseado na sua experiência prática junto aos tribunais, prestou concurso para advogado do Tribunal de Justiça, obtendo êxito.

A atividade regular de Café Filho no campo do jornalismo começou em 1921, quando fundou o Jornal do Norte, impresso nas oficinas de A Opinião, órgão oposicionista. Disputou, sem êxito, uma cadeira de vereador em Natal no ano de 1923. Mudou-se para Recife em 1925, tornando-se diretor do jornal A Noite, onde passou a escrever reportagens e propaganda política. Viajou para a Bahia e, durante o ano de 1927, viveu nas cidades de Campo Formoso e ltabuna.

Mudou-se para o Rio de Janeiro no início de 1929, tornando-se redator do jornal A Manhã. Durante a Revolução de 1930 Café Filho transferiu-se para o Rio Grande do Norte, onde foi nomeado chefe de polícia.

Fundou em abril de 1933 o Partido Social Nacionalista (PSN) do Rio Grande do Norte, organizado para concorrer às eleições de maio seguinte para a Assembléia Nacional Constituinte. Afastado da chefia de polícia, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como inspetor no Ministério do Trabalho até julho de 1934.

GetulioVargas e Café Filho
Com o fim dos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte e a fixação da data de 14 de outubro para a realização de eleições para a Câmara Federal e as assembleias constituintes estaduais, Café Filho retornou ao Rio Grande do Norte e foi eleito deputado federal para a legislatura iniciada em 03/05/1935.

Com o desgaste do Estado Novo, Getúlio Vargas adotou no início desse ano uma estratégia reformista que visava garantir para o próprio governo o controle da transição em curso na política nacional. Decidido a concorrer ao parlamento em dezembro, Café Filho viajou para o Rio Grande do Norte a fim de reagrupar seus antigos correligionários em uma nova agremiação.

Suspeito de realizar manobras continuístas, Getúlio Vargas foi deposto por um golpe militar em 29/10/1945. José Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), assumiu temporariamente a chefia do governo e as eleições de 2 de dezembro foram mantidas, resultando na vitória de Eurico Gaspar Dutra. O Partido Republicano Progressista (PRP) teve um desempenho muito fraco, elegendo apenas Café Filho e Romeu dos Santos Vergal para a Assembléia Nacional Constituinte, que se reuniria a partir de 05/02/1946.

Quando Getúlio Vargas foi reeleito em outubro de 1950, Café Filho obteve a vice-presidência. Além disso, também foi reeleito deputado federal pelo Rio Grande do Norte.

Em 22/08/1954 um grupo de oficiais da Aeronáutica liderados pelo brigadeiro Eduardo Gomes, lançou um manifesto, assinado também por oficiais do Exército, exigindo a renúncia do presidente que, mesmo assim, manteve sua posição de permanecer no cargo. No dia seguinte Café Filho discursou no Senado comunicando a negativa de Getúlio Vargas em aceitar a renúncia conjunta, e seu pronunciamento foi considerado um rompimento público com o presidente.

Café Filho visita Portugal em 1955 e é recebido pelo Presidente luso António Oliveira Salazar
A situação se agravou com a divulgação, no dia 23/08/1954, de um manifesto assinado por 27 generais exigindo a renúncia de Getúlio Vargas. Na madrugada seguinte, Café Filho deixou clara sua disposição de assumir a presidência, ao mesmo tempo que Getúlio Vargas comunicava a seu ministério a decisão de licenciar-se.

Procurado por jornalistas e líderes políticos, Café Filho mostrou-se disposto a organizar um governo de coalizão nacional caso o presidente se afastasse em caráter definitivo. Nas primeiras horas do dia 24/08/1954, depois de receber um ultimato dos militares para que renunciasse, Getúlio Vargas suicidou-se. A grande mobilização popular então ocorrida desarmou a ofensiva golpista e inviabilizou a intervenção militar direta no governo, garantindo a posse de Café Filho no mesmo dia.

Procurando diminuir o impacto produzido pela divulgação da Carta Testamento de Vargas, Café Filho emitiu logo sua primeira nota oficial, afirmando seu compromisso com a proteção dos humildes, "preocupação máxima do presidente Getúlio Vargas".

No início de 1955 recebeu do ministro da Marinha um documento sigiloso assinado pelos ministros militares e por destacados oficiais das três armas, defendendo que a sucessão presidencial fosse tratada "em um nível de colaboração interpartidária" que resultasse em um candidato único, civil e apoiado pelas forças armadas.

Tratava-se, indiretamente, de uma crítica à candidatura de Juscelino Kubitschek. O presidente apoiou o teor do documento e, diante dos comentários da imprensa sobre sua existência, obteve a aprovação dos signatários para divulgá-lo na íntegra pelo programa veiculado em cadeia radiofônica nacional "A Voz do Brasil". Apesar dessa demonstração da oposição militar à sua candidatura, Juscelino Kubitschek prosseguiu em campanha e seu nome foi homologado pela convenção nacional do Partido Social Democrático (PSD) em 10/02/1955.

Juscelino Kubitschek foi eleito e, com a divulgação dos resultados oficiais do pleito, a União Democrática Nacional (UDN) deflagrou uma campanha contra a posse dos candidatos eleitos, voltando a sustentar a tese da necessidade de maioria absoluta. Os setores mais extremados do partido, liderados por Carlos Lacerda, intensificaram sua pregação favorável à deflagração de um golpe militar. Entretanto, Café Filho e o general Henrique Teixeira Lott reafirmaram seu compromisso com a legalidade.

Café Filho, Getulio Vargas e Bento Munhoz da Rocha
Na manhã do dia 03/11/1955 Café Filho foi internado no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, acometido de um distúrbio cardiovascular que forçou seu afastamento das atividades políticas. No decorrer do dia 11/11/1955 o Congresso Nacional, reunido em sessão extraordinária, aprovou o impedimento de Carlos Luz para assumir o cargo, empossando Nereu Ramos, vice-presidente do Senado em exercício, na presidência da República.

No dia 13/11/1955, Nereu Ramos visitou Café Filho no hospital, afirmando que permaneceria no governo apenas até sua recuperação. Entretanto, Henrique Teixeira Lott e outros generais decidiram vetar o retorno do presidente por considerá-lo suspeito de envolvimento na conspiração contra a posse dos candidatos eleitos. Mesmo assim, no dia 21/11/1955 Café Filho enviou a Nereu Ramos e aos presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF) uma declaração de que pretendia reassumir imediatamente seu cargo, o que provocou nova movimentação de tropas fiéis a Henrique Teixeira Lott em direção ao Palácio do Catete e a outros pontos da capital. Café Filho dirigiu-se então à sua residência, também cercada por forte aparato militar, que incluía grande número de veículos blindados.

Na madrugada de 22/11/1955, o Congresso aprovou o impedimento de Café Filho, confirmando Nereu Ramos como presidente até a posse de Juscelino Kubitschek em janeiro seguinte. Em 14/12/1955 essa decisão foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que recusou o mandado de segurança impetrado por Prado Kelly em favor da posse de Café Filho.

Afastado da presidência, trabalhou entre 1957 e 1959 em uma empresa imobiliária no Rio de Janeiro.

Em 1961, foi nomeado pelo governador Carlos Lacerda ministro do Tribunal de Contas do Estado da Guanabara, onde permaneceu até aposentar-se em 1969.

Café Filho casou-se com Jandira Fernandes de Oliveira Café, com quem teve um filho.

Café Filho faleceu no Rio de Janeiro no dia 20/02/1970.

Francisco Morato

FRANCISCO ANTÔNIO DE ALMEIDA MORATO
(79 anos)
Advogado, Jurista e Político

☼ Piracicaba, SP (17/10/1868)
┼ São Paulo, SP (12/05/1948)

Francisco Antônio de Almeida Morato foi um advogado, jurista e político brasileiro. Foi promotor público e fundador da Ordem dos Advogados de São Paulo, a qual presidiu de 1916 a 1922 e de 1925 a 1927. Foi também membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e professor da Faculdade de Direito de São Paulo, da qual foi diretor entre 1935 e 1938.

Na política foi deputado federal pelo estado de São Paulo em 1930 e secretário da Justiça e Negócios do Interior durante a interventoria de Macedo Soares.

Estudou Humanidades no Colégio Moretzsohn, prestando exames preparatórios no Curso Anexo da Faculdade de Direito de São Paulo, na qual matriculou-se em 1884, recebendo o grau de bacharel em 1888.

Em sua terra natal exerceu a profissão de advogado, ocupando também os cargos de promotor público, vereador, inspetor escolar e provedor da Santa Casa de Misericórdia.

Transferindo-se para São Paulo, foi um dos fundadores da Ordem dos Advogados de São Paulo, tendo sido eleito seu primeiro presidente, função que ocupou de 1916 a 1922 e de 1925 a 1927.

Aprovado em concurso, foi nomeado professor substituto da sétima seção da Faculdade de Direito de São Paulo, em 1917. Em novembro de 1918, tomou posse da cadeira e recebeu o grau de doutor. Em outubro de 1922, assumiu a cátedra de Prática do Processo Civil e Comercial.


Como advogado, ganhou fama por um caso constantemente lembrado: Conseguiu a absolvição de José de Almeida Sampaio, assassino de Almeida Júnior em frente ao Hotel Central, em 1899.

Na órbita política, foi fundador do Partido Democrático, eleito deputado federal em 1927, tendo sido um dos organizadores da Frente Única de 1932, com destacado papel no Movimento Constitucionalista.

Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e presidente do Tribunal de Ética Profissional. Jubilado na cadeira de Direito Judiciário Civil, foi-lhe conferido o título de professor emérito.

Após a Revolução, no período de 1932-1933 esteve exilado na França e em Portugal.

No período de 1935 a 1938, foi diretor da Faculdade de Direito de São Paulo.

Recusou a presidência do Estado, aceitando porém o cargo de secretário da Justiça e Negócios do Interior na interventoria Macedo Soares.

Fonte: Wikipédia

Luiz Henrique

LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA
(75 anos)
Advogado e Político

☼ Blumenau, SC (25/02/1940)
┼ Joinville, SC (10/05/2015)

Luiz Henrique da Silveira foi um advogado e político brasileiro. Dentre seus cargos como político foi prefeito de Joinville, governador de Santa Catarina e senador por Santa Catarina.

Era filho de Moacir Iguatemy da Silveira e de Delcides Clímaco da Silveira, e descendente de Luís Maurício da Silveira.

Bacharelou-se em direito pela Universidade Federal de Santa Catarina, em 1965. Foi casado com Ivete Appel da Silveira, tinha dois filhos e netos.

Foi deputado estadual à Assembleia Legislativa de Santa Catarina na 7ª legislatura (1971-1975), como suplente convocado. Foi deputado federal por Santa Catarina na 45ª legislatura (1975-1979) e na 50ª legislatura (1995-1999).

Foi presidente nacional do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), prefeito de Joinville e governador de Santa Catarina por dois mandatos: o primeiro de 01/01/2003 a 09/04/2006, quando renunciou para se dedicar à reeleição. Reeleito, o segundo mandato iniciou em 01/01/2007, e perdurou até 25/03/2010, quando renunciou para ser candidato a senador.

Iniciou sua militância na política estudantil na Universidade Federal de Santa Catarina, onde se formou em direito. Foi professor de história geral do Colégio Coração de Jesus, em Florianópolis.

Em 1966 mudou-se para Joinville, onde montou banca de advocacia e ministrou aulas de língua portuguesa e história geral no Colégio Bom Jesus e de Direito Público e Privado na atual Univille.

Em 1971 foi eleito presidente do Diretório Municipal do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) de Joinville.


Assumiu o Ministério da Ciência e Tecnologia entre 1987 e 1988, durante o governo José Sarney

Exerceu a presidência do Diretório Nacional do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) entre 1993 e 1996.

Seu governo foi marcado pela criação de trinta secretarias de Desenvolvimento Regional em diversas regiões do estado, ato muitas vezes criticado devido à possibilidade de criação de cargos comissionados, onerando os cofres públicos.

Primeiro governador reeleito da história do estado de Santa Catarina, conseguiu a marca histórica em 29/10/2006 com 52,7% dos votos válidos, tendo sido derrotado em 108 municípios, destacando-se as principais cidades como Blumenau, São José, Itajaí, Jaraguá do Sul, Palhoça e Tubarão.

Renunciou ao cargo em 25/03/2010 em favor de Leonel Pavan para concorrer ao Senado Federal do Brasil nas eleições gerais no Brasil em 2010.

Correu no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um recurso que pedia a cassação do mandato do ex-governador Luiz Henrique da Silveira. Ele era acusado por adversários de abuso de poder econômico na divulgação de propaganda institucional durante a campanha eleitoral de 2006.

Em 15/02/2008, o julgamento foi interrompido por um pedido de vista do ministro Marcelo Ribeiro, sendo que três dos sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já haviam votado a favor da cassação do governador.

Em 28/05/2009, por seis votos a um, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) absolveu o governador da acusação.

Em 03/10/2010 se elegeu-se para ocupar uma das 2 vagas no senado de Santa Catarina. A 2° vaga foi preenchida pelo deputado federal e ex secretário de educação Paulo Roberto Bauer.

Luiz Henrique da Silveira foi candidato à presidência do senado em 2015, perdendo a eleição para Renan Calheiros.

Morte

Em 10/05/2015, logo após almoçar em seu apartamento em Itapema, Santa Catarina, passou mal e foi levado a um hospital de Joinville, onde acabou falecendo. De acordo com o secretário de comunicação de Joinville, Marco Aurélio Braga, ele estava em casa, em Joinville, e as primeiras informações é que teve um infarto fulminante após o almoço.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Fada Veras e Miguel Sampaio

Salgado Filho

JOAQUIM PEDRO SALGADO FILHO
(62 anos)
Advogado e Político

☼ Porto Alegre, RS (02/07/1888)
┼ São Francisco de Assis, RS (30/07/1950)

Joaquim Pedro Salgado Filho nasceu em Porto Alegre, RS, no dia 02/07/1888 e foi um advogado e político brasileiro. Era filho de Joaquim Pedro Salgado e de Maria Josefa Artayeta Palmeiro.

Advogado, concluiu a Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro em 1908.

Em 1930, deu apoio à candidatura oposicionista de Getúlio Vargas à presidência da República, lançada pela Aliança Liberal. Apesar de derrotado nas urnas, Getúlio Vargas acabou sendo levado ao poder pelo movimento político-militar que depôs o presidente Washington Luís e impediu a posse do candidato eleito, Júlio Prestes.

Com a posse do novo governo, em novembro de 1930, Salgado Filho foi nomeado delegado auxiliar de polícia na capital federal. Meses depois, assumiu a chefia da Polícia do Distrito Federal.

Em abril de 1932, foi nomeado ministro do Trabalho, Indústria e Comércio em substituição a Lindolfo Collor, após a crise política que afastou diversos representantes gaúchos do governo federal. Durante sua gestão no ministério, instituiu comissões mistas para julgar conflitos entre empregadores e empregados, promoveu a regulamentação do trabalho feminino e do horário de trabalho na indústria e no comércio, ocupou-se da organização de sindicatos profissionais e instituiu a carteira profissional.


Deixou o ministério em julho de 1934, elegendo-se, a seguir, deputado federal classista, representação prevista na Constituição promulgada naquele ano, como representante dos profissionais liberais.

Em novembro de 1937, apoiou o golpe de Estado promovido por Getúlio Vargas que implantou o Estado Novo.

Em 1938, foi nomeado ministro do Superior Tribunal Militar (STM), aposentando-se em janeiro de 1941. Dois dias depois foi designado para dirigir o recém-criado Ministério da Aeronáutica, tornando-se o seu primeiro titular. Desempenhou papel importante nas negociações entre os governos brasileiro e norte-americano que acabaram levando o Brasil a ceder pontos de seu litoral como bases militares dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Durante esse conflito, visitou as bases da Força Aérea Brasileira (FAB), na Itália. Deixou o ministério em outubro de 1945, após a deposição de Getúlio Vargas.

Em 1947, elegeu-se senador pelo Rio Grande do Sul na legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), agremiação estruturada sobre as bases sindicais vinculadas ao Ministério do Trabalho. Em 1948, passou a ocupar a vice-presidência nacional do PTB. Na prática, o cargo equivalia à presidência de fato, já que Getúlio Vargas exercia a presidência em caráter honorário.

Nas eleições presidenciais de 1950, exerceu importante papel de ligação entre Getúlio Vargas, novamente candidato, e elementos do Partido Social Democrático (PSD), que acabaram o apoiando. Nesse mesmo pleito foi indicado, pelo PTB, candidato ao governo gaúcho.

Salgado Filho foi um dos criadores do Correio Aéreo Nacional (CAN) e da Escola de Aeronáutica, que resultou na separação da Força Aérea Brasileira do Exército. Estimulou a criação de aeroportos para aviação comercial no Brasil.

Morte

Candidato a governador do Rio Grande do Sul, faleceu em um acidente aéreo, quando o bimotor Lodestar que o levava rumo a um encontro com Getúlio Vargas, na fazenda do ex-presidente em São Borja, se chocou com uma colina, Cerro dos Cortelini, no Rincão dos Dornelles, segundo distrito de São Francisco de Assis.

O piloto do avião era o comandante Gustavo Ernesto de Carvalho Cramer, pioneiro da aviação nacional, sendo fundador da Sociedade Anônima Viação Aérea Gaúcha (SAVAG). O avião foi o primeiro dos três aviões adquiridos da Panair, apelidado de "Cidade de São Pedro do Rio Grande".

Busto de Joaquim Pedro Salgado Filho, no Aeroporto Internacional Salgado Filho de Porto Alegre, RS.
Homenagens Póstumas

O Aeroporto Internacional Salgado Filho SBPA em Porto Alegre, e o Aeroporto Salgado Filho SDZC em São Carlos, SP, foram assim denominados em sua homenagem.

Além das homenagens supracitadas, são várias as manifestações de apreço ao político gaúcho espalhados pelo Brasil, como por exemplo:

  • O município paranaense de Salgado Filho.
  • O bairro Salgado Filho na cidade de Belo Horizonte, MG, e na cidade de Aracaju, SE.
  • A Escola Municipal Salgado Filho em Belo Horizonte, MG.
  • A Avenida Senador Salgado Filho em Curitiba, PR e em Natal, RN.
  • o Instituto Estadual de Educação Salgado Filho, em São Francisco de Assis, RS.
  • O Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro.
  • Praça Pedro Salgado, localizado na Vila Campesina em Osasco, SP.
  • Praça Ministro Salgado Filho onde se localiza o aeroporto do Recife, PE.
  • Na cidade de Porto Velho, RO, existe uma avenida que leva o seu nome.
  • E várias outras homenagens espalhadas pelo Brasil aqui não mencionadas.


O Documentário

O documentário "Salgado Filho - O Herói Esquecido" foi aplaudidíssimo no Teatro da Poupex, em Brasília, DF, em noite organizada pelo Ministério da Aeronáutica, pelos 70 anos de sua fundação. No dia anterior, foi mostrado no Festival do Rio, também muito elogiado.

O filme, com muitos depoimentos, conta a vida e a trajetória do político gaúcho, advogado, ex-ministro do Trabalho, ex-presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), ex-Senador, entre tantas outras coisas. É ele quem dá nome a um hospital municipal no Rio de Janeiro, o Hospital Salgado Filho, no Méier. Se vivo fosse, talvez preferisse não ver seu nome associado a tudo que se passa ali, com todo tipo de negligência.

O documentário é baseado numa biografia assinada por Maisa Salgado, sua nora, depois de 20 anos de pesquisa. O diretor é Ricky Ferreira, casado com Bia Salgado, neta de Salgado Filho.

Fonte: Wikipédia e Fundação Getúlio Vargas CPDOC

Heitor Penteado

HEITOR TEIXEIRA PENTEADO
(68 anos)
Advogado e Político

☼ Campinas, SP (16/12/1878)
┼ Campinas, SP (08/05/1947)

Heitor Teixeira Penteado foi um advogado e político brasileiro, presidente interino do Estado de São Paulo, deposto em 24/10/1930 pela Revolução de 1930.

Notabilizou-se pela construção do Ginásio do Ibirapuera, hoje oficialmente denominado Ginásio Estadual Geraldo José de Almeida, em 1930. O ginásio foi construído ao lado da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Era filho de Salvador Leite de Camargo Penteado e de Leonor Teixeira Penteado. Fez seus estudos primários em sua terra natal, vindo para São Paulo, matriculou-se no Seminário Episcopal para completar a sua seus estudos.

Em 1896 matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo e bacharelou-se em 1900. Quando cursava o terceiro ano foi eleito presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto e redator da Revista Acadêmica. Depois de formado voltou a Campinas onde iniciou o exercício de sua profissão e logo depois foi nomeado promotor público daquela comarca, cargo que exerceu de 1901 a 1910. Neste tempo já se dedicava a política, filiou-se ao Partido Republicano Paulista (PRP), pelo qual candidatou-se a uma cadeira de vereador para a Câmara Municipal. Depois de eleito foi escolhido para ocupar o cargo de prefeito do município, sendo sucessivamente reeleito várias vezes.

Passando da atividade política municipal para a estadual, candidatou-se a uma cadeira de deputado na Câmara Paulista. Foi eleito em 1919 e em 1920 deixou o seu lugar na Câmara dos Deputados para ocupar o cargo de Secretário da Agricultura, Viação e Obras Públicas, no governo Washington Luis, quando recuperou as finanças da Estrada de Ferro Sorocabana e dirigiu a construção de diversas rodovias no estado.

Em 1924, quando deixou a secretaria, foi eleito representante de São Paulo na Câmara Federal, exercendo o seu mandato até 1927, quando foi escolhido para o cargo de vice-presidente do Estado, como companheiro de chapa de Júlio Prestes, a quem substituiu como presidente interino em 21/05/1930 na chefia do Executivo Paulista depois da vitória deste nas eleições para a presidência do Estado, mantendo-se no cargo até 24/10/1930, quando triunfou o movimento revolucionário da Aliança Liberal.

Depois da Revolução de 1930, Heitor Penteado abandonou a política, dedicando-se a lavoura. Só em 1936 é que retornou, recomeçando as suas atividades públicas na região municipal de Campinas, elegendo-se a vereador.

Durante muitos anos Heitor Penteado ocupou a presidência da Comissão Diretora do Partido Republicano e da Sociedade Anônima Correio Paulistano. Foi também diretor do Banco do Estado de São Paulo de 1938 até abril de 1939.

Era casado com Evelina de Queiroz Teles Penteado e tiveram dez filhos.

Homenagens

Foi homenageado na cidade de São Paulo com a Rua Heitor Penteado, uma importante via da zona oeste, e que liga a região da Avenida Paulista e Avenida Doutor Arnaldo à Lapa e o Alto de Pinheiros.

Foi homenageado na cidade de Campinas com a Avenida Heitor Penteado, na região da Lagoa do Taquaral, e com a Rodovia Heitor Penteado, na saída para o distrito de Sousas.

Heitor Penteado dá nome a uma escola na cidade de Americana, SP.

Fonte: Wikipédia

Urbano Santos

URBANO SANTOS DA COSTA ARAÚJO
(63 anos)
Advogado, Escritor, Político e Vice Presidente do Brasil

* Guimarães, MA (03/02/1859)
+ Em viagem entre o Maranhão e o Rio de Janeiro (07/05/1922)

Advogado, escritor e político de prestígio brasileiro nascido na Comarca dos Guimarães, no Estado do Maranhão, vice-presidente da República, entre 15/11/1914 e 15/11/1918, no governo de Wenceslau Brás Pereira Gomes, 10º presidente do Brasil, que exerceu a presidência nos meses de setembro e outubro de 1917, durante o impedimento do titular.

Filho do advogado pela Faculdade do Recife, Coronel Antônio Brício de Araújo, também tornou-se advogado especialista, principalmente, nos estudos econômicos, financeiros e jurídicos. Depois de ser promotor público do Baixo-Mearim e da Câmara do Rosário e  juiz municipal de Croatá e de São Vicente Ferrer, foi nomeado promotor público e juiz do comércio em São Luís em 1892.

Entrou na política partidária e na Câmara Federal pelo Estado do Maranhão (1897-1906), foi o primeiro vice-presidente e membro da Comissão de Finanças.

Senador pelo Maranhão entre 1906 e 1914, exerceu o mandato de vice-presidente da República entre 1914 e 1918, período em que constitucionalmente foi presidente do Senado por ser o vice-presidente da República, e presidente interino da República em 1917.

Durante sua vida política foi por três vezes, escolhido governador do Maranhão, nos anos de 1898, 1913 e 1918. Nestes mandatos desenvolveu o setor de transportes, com a inauguração do tráfego na Estrada de Ferro São Luís-Teresina em 1921, e ainda o contrato com a Cia. Nacional de Navegação Costeira de uma linha de cabotagem entre os pequenos portos do Estado. No setor de obras públicas promoveu o abastecimento de água com regularidade, a construção da Escola Benedito Leite, a reforma da penitenciária, do quartel de Polícia Militar, do aprendizado agrícola e do teatro, cuja casa de espetáculos passou a se chamar Arthur Azevedo.

Também foi ministro da Justiça e Negócios Interiores entre 1918 e 1919, no Governo de Delfim Moreira, onde se destacou, principalmente, nos investimentos em saúde pública. Promoveu o serviço de profilaxia urbana e rural, instalou o Instituto Osvaldo Cruz em São Luís e celebrou um contrato com a Fundação Rockefeller para o combate à malária.

Finalmente, candidato pela segunda vez à vice-presidência da República na chapa de Arthur Bernardes para o mandato seguinte, entre 1922 e 1926, não chegou a tomar posse, vindo a falecer durante uma viagem do Maranhão para o Rio de Janeiro, a bordo do navio Minas Gerais.

O nome da cidade Urbano Santos, município brasileiro da microrregião de Chapadinha, no estado do Maranhão, com população estimada em 2004, em 23.222 habitantes, e que antes se chamava Ponte Nova, é uma homenagem ao político maranhense.

Aluízio Alves

ALUÍZIO ALVES
(84 anos)
Jornalista, Advogado e Político

* Angicos, RN (11/08/1921)
* Natal, RN (06/05/2006)

Aluízio Alves foi um jornalista, advogado e político brasileiro natural do Rio Grande do Norte, estado do qual foi governador entre 1961 e 1966 sendo depois cassado pelo Ato Institucional Número Cinco (AI-5) em 1969. É o decano do clã dos Alves, contraparte política da família Maia num embate que há anos domina a cena política potiguar, em especial a partir dos anos 80 do Século XX.

Filho de Manuel Alves Filho e Maria Fernandes Alves, advogado com Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Maceió com especialização em Serviço Social, voltou-se às atividades jornalísticas após a graduação: primeiro como funcionário dos jornais A Razão e A República, ambos em Natal, tendo se dirigido em 1949 ao Rio de Janeiro onde foi redator-chefe da Tribuna da Imprensa, que pertencia a Carlos Lacerda.

De volta ao seu estado natal, em 1950, fundou e dirigiu a Tribuna do Norte. Ainda no ramo de comunicação foi diretor da Rádio Cabugi, da TV Cabugi e da Rádio Difusora de Mossoró. Antes foi Oficial de Gabinete da Interventoria Potiguar, chefe do Serviço Estadual de Reeducação e Assistência Social (SERAS) e diretor estadual da Legião Brasileira de Assistência (LBA).

Sua vocação política surgiu em consequência das suas atividades profissionais e a estréia se deu sob as bênçãos de José Augusto Bezerra de Medeiros e Dinarte Mariz, líder-mor da União Democrática Nacional (UDN) potiguar e assim Aluízio Alves foi eleito deputado federal em 1945 e participou da Assembleia Nacional Constituinte que promulgaria a nova Constituição em 18/09/1946.


Reeleito em 1950, 1954 e 1958, chegou aos postos de secretário-geral da União Democrática Nacional (UDN) e vice-líder da bancada. Figura de proa na eleição de Dinarte Mariz para o governo do estado em 1955, rompeu com seu aliado em face de um episódio onde o governador recém-eleito ignorou uma série de ações de governo que foram reunidas por Aluízio Alves num extenso documento. Irritado, afastou-se politicamente de seu mentor e ingressou no PSD e foi eleito governador em 1960 para o desgosto de Dinarte Mariz.

A animosidade entre os dois líderes tornou-se cada dia mais férrea e com o advento do Regime Militar de 1964 foi Dinarte Mariz quem retomou o comando da cena política, o que não impediu, contudo, o ingresso de Aluízio Alves na Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e a conquista de seu quinto mandato de deputado federal em 1966 após Dinarte Mariz vetar sua candidatura a senador. No ano anterior Aluízio Alves derrotou o grupo de Dinarte Mariz ao eleger o monsenhor Valfredo Gurgel para governador.

Veio então o revés: Em 07/02/1969 teve seu mandato cassado pelo AI-5 sob a acusação de corrupção sendo indiciado em um processo que foi arquivado em fevereiro de 1973. Mesmo sem poder atuar diretamente na política usou sua experiência e se manteve influente ao levar seus correligionários para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1970, e ademais sua condição de empresário permitiu que mantivesse boas relações com os arenistas, à exceção de Dinarte Mariz.


Executivo da União das Empresas Brasileiras, expandiu suas atividades para além da área de comunicação e tão logo foi restaurado o pluripartidarismo ingressou no Partido Progressista (PP) e a seguir no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) sendo derrotado na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte em 1982 por José Agripino Maia do Partido Democrático Social (PDS).

Entusiasta da candidatura vitoriosa de Tancredo Neves à Presidência da República foi indicado Ministro da Administração pelo presidente eleito sendo confirmado no cargo por José Sarney e permaneceu à frente desse ministério entre 15/03/1985 e 15/02/1989 e durante a sua gestão foi criada a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).

Em 1990 foi eleito para o sexto mandato de deputado federal, cargo do qual esteve licenciado durante o governo Itamar Franco quando foi Ministro da Integração Regional entre 08/04/1994 e 01/01/1995. Como Ministro da Integração, Aluízio Alves retomou o projeto de transposição do Rio São Francisco.

Morte

Aluízio Alves morreu às 14:55 hs, do dia 06/05/2006, vítima de falência múltipla dos órgãos. Ele vinha agonizando desde quarta-feira, 03/05/2006, quando sofreu uma parada cardiorrespiratória em seu apartamento e foi socorrido pelo SAMU que o encaminhou para a Casa de Saúde São Lucas.

Na sexta-feira, 05/05/2006, o seu quadro clínico tinha apresentado uma pequena melhora e os médicos já tinham suspendido a medicação de indução a coma, no entanto na madrugada de sábado, 06/05/2006, o ex-governador apresentou novas complicações e teve a morte cerebral constatada.

O velório ocorreu no Palácio da Cultura, antigo Palácio da Esperança, local onde Aluízio Alves exerceu o cargo de governador do Estado entre 1961 e 1966. O enterro ocorreu às 16:00 hs no Cemitério Morada da Paz.

Aluízio Alves era pai do deputado federal Henrique Eduardo Alves.

Therezinha Zerbini

THEREZINHA DE GODOY ZERBINI
(86 anos)
Assistente Social, Advogada e Ativista de Direitos Humanos

* São Paulo, SP (16/04/1928)
+ São Paulo, SP (14/03/2015)

Therezinha de Godoy Zerbini foi uma assistente social, advogada e ativista de direitos humanos brasileira, fundadora e líder do Movimento Feminino Pela Anistia.

Foi casada com o general Euryale de Jesus Zerbini, irmão do cardiologista Euryclides de Jesus Zerbini, pioneiro em cirurgia cardíaca, vinte anos mais velho que ela. Eles se conheceram em 1951, quando ele comandava a Força Pública e Therezinha trabalhava como assistente social do Hospital Mandaqui, no atendimento a crianças tuberculosas. Ela própria havia tido a doença, alguns anos antes.

O general Euryale de Jesus Zerbini comandava a unidade de Caçapava à época do golpe militar de 1964 e foi um dos quatro generais, o único com comando de tropa, a assumir uma posição legalista, contrária aos golpistas. Por isso acabou por ter seus direitos políticos cassados e foi reformado.

Por ter ajudado Frei Tito a conseguir o sítio, pertencente a um amigo da família Zerbini, em Ibiúna, onde seria realizado o congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), organização proscrita pelo regime, Therezinha respondeu a um inquérito policial militar. Foi indiciada em dezembro de 1969 e afinal enquadrada na Lei de Segurança Nacional. Foi presa em sua casa, no dia 11/02/1970 e ficou na prisão por oito meses, seis dos quais no presídio Tiradentes, em São Paulo. Na prisão, conviveu com a então guerrilheira Dilma Roussef.

Em 1975, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU), Ano Internacional da Mulher, criou o Movimento Feminino Pela Anistia (MFPA), unido à luta pela redemocratização do Brasil. No mesmo ano, ocorreu a morte do jornalista Vladimir Herzog na prisão, seguindo-se, na Catedral da Sé, a primeira grande manifestação popular de protesto, desde o AI-5.

Ainda em 1975, o Movimento lançou seu manifesto em favor da anistia ampla e geral, conseguindo colher 16.000 assinaturas de apoio, e empenhou-se nas denúncias sobre a existência de presos, torturados e perseguidos políticos no Brasil, fato que por muito tempo fora sistematicamente negado pelo governo militar. Daí por diante foram sendo formados Comitês Femininos Pela Anistia nas principais cidades do país.

"Comecei pelo Rio Grande do Sul. Coloquei os manifestos numa caixa e mandei pelo correio para a Dilma, que foi muito habilidosa."
(Therezinha Zerbini)

O Movimento Pela Anistia

O Movimento Feminino Pela Anistia (MFPA), como movimento de oposição, surge num momento em que a luta armada refluía, e a "democracia passa a ser valorizada como um objetivo em si e, com ela, a organização da sociedade e a participação no jogo eleitoral, mesmo sob limitações". O movimento é o marco da virada: a atividade política volta ao espaço público, agregando e mobilizando vários setores, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e outros partidos políticos ainda clandestinos, a esquerda católica, acadêmicos, associações de classe, além dos exilados, presos políticos e suas famílias. Fazia oposição às claras: era um movimento legalizado, com ata de fundação e estatuto registrado em 1976, constituído basicamente por mulheres católicas, como a própria Therezinha Zerbini, e de classe média, a mesma classe que, dez anos antes, marchara contra o governo João Goulart e apoiara a instauração do regime militar que agora exilava, prendia, torturava e matava seus filhos e netos. Nesse sentido, fazia oposição "por dentro" do regime, jogando contra ele a sua própria justificativa inicial: Preservar a democracia ameaçada pelo totalitarismo.

Em fevereiro de 1978, o Movimento Feminino Pela Anistia seria ampliado com a criação do Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA) no Rio de Janeiro, formado inicialmente por advogados de presos políticos e com apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Comitê pedia a anistia ampla, geral e irrestrita.

Em março de 1978, durante a visita do então presidente norte-americano Jimmy Carter a Brasília, Therezinha Zerbini conseguiu driblar a segurança e entregar uma carta à primeira-dama, Rosalynn Carter, em nome das mulheres brasileiras do Movimento Feminino Pela Anistia. A carta, sem fazer referências diretas ao regime, dizia, na abertura: "Nós, que lutamos por justiça e paz..."

Embora considerada comunista, pelos órgãos de segurança, e como feminista, pela imprensa, Therezinha Zerbini declarou nunca ter aderido a nenhuma dessas correntes.

Militância Política Após a Anistia

Após a revogação do AI-5 em 1978, esteve ao lado de Leonel Brizola no processo de refundação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em São Paulo, e depois, na criação do Partido Democrático Trabalhista (PDT), em 1979, quando Leonel Brizola perdeu a sigla para Ivete Vargas.

Mais recentemente, em setembro de 2010, pouco antes das eleições presidenciais de novembro, Therezinha Zerbini foi a quinta pessoa a assinar o "Manifesto Pela Defesa da Democracia", lançado por intelectuais e políticos contrários ao Partido dos Trabalhadores (PT). Na prática, o manifesto deveria reforçar a posição do candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) José Serra, que, entretanto, acabou por perder as eleições.

"Criar a Comissão da Verdade é bom. Não espero coisas novas, porque já vi tudo por dentro. Mas é preciso dar a oportunidade para os outros sentirem e verem. Como diz Santo Agostinho, o coração é a sede da memória!"
(Therezinha Zerbini)


Therezinha Zerbini morreu no sábado, 14/03/2015, aos 87 anos. Seu corpo foi velado no Cemitério do Araçá e depois levado ao crematório da Vila Alpina, onde foi cremado.

Em nota, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção São Paulo (OAB-SP), Marcos da Costa, afirmou que Therezinha "teve um papel expressivo ao longo de toda a ditadura militar pela coragem e força que demonstrou em situações difíceis e complexas".

Fonte: Wikipédia
Indicação: Fadinha Veras

Ricardo Gumbleton Daunt

RICARDO GUMBLETON DAUNT
(82 anos)
Advogado e Jurista

* Casa Branca, SP (27/02/1894)
+ São Paulo, SP (17/02/1977)

Ricardo Gumbleton Daunt foi um advogado, precursor da Polícia Científica e um dos pioneiros da datiloscopia no Brasil.

Cursou o Ginásio de São Bento e a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, bacharelando-se em 1919. Foi promotor público de Santa Cruz do Rio Pardo e de Itápolis.

Por muitos anos foi diretor do Serviço de Identificação do Estado de São Paulo, idealizando e criando, nesta repartição, os laboratórios de Antropologia Criminal, Odontologia Legal, Química Legal, Arquivo Monodatilar e o Arquivo Dactiloscópico, totalmente reestruturado com as "Mesas Daunt". Foi o inspirador da instituição do Registro Criminal do Estado, da Sessão de Passaportes, da Biblioteca, e da Sessão de Identificação de Estrangeiros. Foi o criador das chamadas "Mesas Acácio Nogueira", destinadas ao registro de impressões digitais.

Em 1938, Ricardo Gumbleton Daunt revolucionou o Instituto de Identificação Criminal do Estado de São Paulo, dividindo-o em quatro secções: Fotografia, Antropometria, Datiloscopia e Aplicação (de vários recursos da ciência da identidade). Este Instituto, que mais tarde levaria seu nome, desde a sua criação, já identificou mais de quarenta milhões de pessoas, e, atualmente, emite mais de dez mil cédulas de identidade por dia, entre primeiras e segundas vias.

Em 1934, Ricardo Gumbleton Daunt, participou do Congresso Nacional de Identificação, realizado no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em julho de 1937, da Semana Paulista de Medicina Legal.

Em julho de 1938, do Primeiro Congresso Paulista de Psicologia, Neurologia, Psiquiatria, Endocrinologia, Identificação, Medicina Legal e Criminologia. 

Em janeiro de 1941 participou do Segundo Congresso Latino-Americano de Criminologia, realizado em Santiago, sempre representando o Serviço de Identificação do Estado de São Paulo, elaborando trabalhos e teses inéditas.

Ricardo Gumbleton Daunt foi membro de diversas identidades científicas, tais como:
  • Sociedade de Medicina Legal e Criminologia de São Paulo
  • Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
  • Instituto de Estudos Genealógicos de São Paulo (Instituto Heráldico e Genealógico)
  • Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (Membro Honorário)

Dedicou-se, também, a profundos estudos de História, Heráldica e Genealogia, realizando pesquisas inéditas nestas áreas, também. Foi comendador da Ordem Soberana e Militar de Malta. Um exemplo é o livro que fez mostrando toda a linhagem histórica de uma das famílias mais importantes do município paulista de Casa Branca, a família Carvalho, da qual o mais famoso era o Drº Francisco Tomás de Carvalho, patrono da Escola Normal que leva o seu nome, Escola Normal Doutor Francisco Tomás de Carvalho.

Bibliografia

Ricardo Gumbleton Daunt foi autor de numerosos trabalhos sobre a Ciência da Identidade, tendo obras divulgadas na França, por Edmond Locard e em Portugal, por Luís de Pina. Destacam-se:
  • Revista de Identificação e Ciências Penais e do Museu Vucetich de La Plata, na Argentina - Diversos artigos;
  • Revista de Derecho Penal, da Argentina - Diversos artigos;
  • Arquivos de Polícia e Identificação de São Paulo (Fundador e diretor) - Diversos artigos;
  • Herschel e a Dactiloscopia, considerada obra precursora desta especialidade;
  • O Padre Diogo Antônio Feijó na Tradição da Família Camargo
  • Diário da Princesa Isabel
  • O Capitão Diogo Garcia da Cruz e Sua Geração
  • Tradições Paulistas - A Baronesa de Monte Santo
  • Tenente Urias Emídio Nogueira de Barros
  • O Capitão Diogo Garcia da Cruz - Edição revista, ampliada e atualizada por Caio Figueiredo Silva, em 1974


Genealogia

Ascendência:

Era filho de Rogério O'Connor de Camargo Dauntre (grafia original, conforme o próprio Ricardo Gumbleton Daunt explica, em sua obra genealógica) e de Iria Leopoldina de Figueiredo Dauntre.

Pelo lado paterno, descendia da antiga aristocracia francesa, da Normandia, que passou à Irlanda, onde a família ligou-se aos O’Connor, de uma longa linhagem de patriotas, descendentes de Roderick O’Connor, o 183º Monarca Suserano da Irlanda, falecido em 1198. Era neto paterno de Ana Francelina de Camargo e do médico irlandês Ricardo Gumbleton Daunt (Dauntre), radicado em Campinas, este filho de Richard Gumbleton Dauntre e de Anna Dixon Raines.

Era neto materno do comendador Urias Gonçalves dos Santos e de Ana Jacinta de Figueiredo, esta filha do Barão de Monte Santo e de sua sobrinha Maria Carolina de Figueiredo. O Barão e seu irmão Joaquim, pai de Maria Carolina, eram filhos do capitão Diogo Garcia da Cruz e de Inocência Constância de Figueiredo; esta, filha do capitão-mor José Álvares de Figueiredo - o fundador de Boa Esperança - e de Maria Vilela do Espírito Santo, esta neta da Ilhoa Júlia Maria da Caridade. Por este lado materno, Ricardo Gumbleton Daunt descendia de uma complexa rede de endogamia formada pelos descendentes do capitão-mor José Álvares de Figueiredo.

Descendência:

Casou-se com Maria Amália Ferreira de Abreu Teixeira Leomil, com quem teve três filhos: Ricardo Gumbleton Daunt Filho (pai do escritor Ricardo Gumbleton Daunt Neto), Alicia Maria Daunt de Campos Salles e Maria Elisa Leomil Daunt.

Colaterais:

Era sobrinho do monsenhor Fergus O'Connor de Camargo Dauntre (1849-1911), que foi vigário-geral da Arquidiocese de São Paulo. Foi primo de diversas personalidades, como: Antônio Aureliano Chaves de Mendonça, Danton Mello, Eduardo Carlos Figueiredo Ferraz, Ester de Figueiredo Ferraz, José Carlos de Figueiredo Ferraz, Fátima Freire, Geraldo Freire, Morvan Aloísio Acaiaba de Resende, Nelson Freire, Newton Freire Maia, Selton MelloWagner Tiso, dentre outros.

Fonte: Wikiédia
Indicação: Adolpho Legnaro Filho

Nelson Carneiro

NELSON DE SOUZA CARNEIRO
(85 anos)
Advogado, Jornalista e Político

* Salvador, BA (08/04/1910)
+ Niterói, RJ (06/02/1996)

Nelson de Souza Carneiro foi um político e jornalista brasileiro com larga atuação parlamentar. Tornou-se conhecido pela defesa da causa do divórcio, aprovada no ano de 1977.

Nascido em Salvador, BA, filho de Antônio Joaquim de Souza Carneiro, primeiro especialista a reconhecer a existência de petróleo em Lobato, e de Laura Coelho de Souza Carneiro. Iniciou sua vida pública como repórter em O Jornal, ligado a oposição democrática na Bahia, em 1929. Advogado formado na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia em 1932, foi preso ao apoiar a Revolução Constitucionalista contra os esbirros de Getúlio Vargas cumprindo pena no Rio de Janeiro, então capital do país.

Com a redemocratização do país em 1945, filiou-se à União Democrática Nacional (UDN) e disputou uma vaga na Assembléia Constituinte destinada a elaborar a nova Constituição ficando apenas na suplência.

Passada a refrega político-eleitoral cobriu os trabalhos constituintes para dois impressos baianos: o Jornal da Bahia e O Imparcial.

Convocado para exercer o mandato parlamentar em abril de 1947, foi reeleito em 1950 numa coligação com o antigo Partido Social Democrático (PSD). No ano seguinte apresentou seu primeiro projeto divorcista e um outro desígnio que igualava a mulher casada ao marido, protagonizando debates acerbos com o Padre Arruda Câmara, frontal adversário de tais inovações.

Já filiado ao Partido Libertador (PL) não foi reeleito em 1954, derrota atribuída à firme oposição da Igreja Católica às teses encampadas por Nelson Carneiro.


Em 1958 Nelson Carneiro transferiu-se para o Rio de Janeiro com o fito de concorrer às eleições pelo então Distrito Federal, apostando que um eleitorado de perfil menos conservador assimilaria suas propostas.

Foi eleito deputado federal pelo Partido Social Democrático (PSD) em 1958 e a partir de 21/04/1960 passou a representar a Guanabara sendo reeleito em 1962.

Em meio à crise desencadeada pela renúncia do presidente Jânio Quadros em 25/08/1961, foi o autor da emenda que instituiu o parlamentarismo no Brasil de modo a assegurar a posse do vice-presidente João Goulart na presidência desde que o governo estivesse nas mãos de um primeiro-ministro, neste caso o mineiro Tancredo Neves. Com a deposição do presidente João Goulart por um golpe militar em 31/03/1964 e a subsequente adoção do bipartidarismo, Nelson Carneiro ingressou Movimento Democrático Brasileiro (MDB) sendo reeleito deputado federal em 1966.

Eleito senador pela Guanabara em 1970, passou a representar o Rio de Janeiro após a fusão entre essas unidades federativas em 15/03/1975 em face de lei sancionada pelo presidente Ernesto Geisel.

Após 26 anos de espera Nelson Carneiro obteve a aprovação da Lei 6.515 que instituiu o divórcio no Brasil em 26/12/1977 em virtude de sua tenacidade e ainda beneficiado pela mudança de quórum para aprovação de emendas constitucionais, que passou de dois terços para maioria absoluta dentre o total de parlamentares eleitos graças ao Pacote de Abril baixado pelo governo.


Reeleito em 1978, prescindiu da orientação do governador Chagas Freitas que fundou o Partido Popular (PP) e aportou no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) de Ivete Vargas, cuja candidata ao governo do Rio de Janeiro em 1982 era Sandra Cavalcanti, outrora adversária do senador. Por ocasião da eleição presidencial indireta de 1985 votou em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral. De volta ao convívio de antigos companheiros ingressou no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e disputou a convenção do partido como candidato ao governo, todavia a vitória de Moreira Franco o levou a disputar seu terceiro mandato como senador em 1986 numa campanha vitoriosa.

Membro da Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição de 1988, foi eleito presidente do Senado Federal no ano seguinte e empossou Fernando Collor na Presidência da República em 15/03/1990, sendo que nesse mesmo ano ficou em terceiro lugar na eleição para governador do Rio de Janeiro num pleito marcado pelo triunfo de Leonel Brizola. Disputou a reeleição em 1994 pelo Partido Progressista (PP), mas não obteve a vitória.

Viúvo, casou-se com Maria Luísa Monteza de Souza Carneiro, natural do Peru, com quem teve uma filha, Laura Carneiro. Divorciado, veio a casar-se com Carmem Perim Casagrande de Souza Carneiro.

Nelson Carneiro se despediu do Senado Federal, em 18/01/1995, depois de 43 anos de atividade parlamentar. Em discurso de três horas, durante o qual chorou diversas vezes, disse ter sido derrotado pelo "Judas do Rio", referindo-se ao governador Marcello Alencar (PSDB), que apoiou a candidatura de Artur da Távola (PSDB).

"Os traidores passam. Nós conhecemos agora a verdadeira fisionomia do Judas. Saio da vida pública não pela vontade do povo do Rio, mas pela vontade do Judas do Rio"

Morte

Nelson Carneiro morreu por volta das 18:00 hs, do dia 06/02/1996, em sua casa, em Niterói, RJ, aos 85 anos. Ele se recuperava de uma cirurgia abdominal a que havia sido submetido em dezembro de 1995.

Fonte: Wikipédia