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Arnaldo Jabor

ARNALDO JABOR
(81 anos)
Cineasta, Roteirista, Diretor de Cinema e Televisão, Produtor Cinematográfico, Dramaturgo, Crítico, Jornalista e Escritor

☼ Rio de Janeiro, RJ (12/12/1940)
┼ São Paulo, SP (15/02/2022)

Arnaldo Jabor foi um cineasta, roteirista, diretor de cinema e televisão, produtor cinematográfico, dramaturgo, crítico, jornalista e escritor nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 12/12/1940.

Filho de Salomão Jabor Sobrinho, um oficial da Aeronáutica, e Diva Hess, uma dona de casa, Arnaldo Jabor nasceu numa família de classe média. Seu pai descendia por linha paterna de libaneses, mas sua ascendência era bastante diversa, com ancestrais portugueses e alemães.

Era ligado por parentesco de afinidade ao crítico literário Agrippino Grieco, cujo filho primogênito Donatello era casado com sua tia paterna, Diva Jabor.

Formado no ambiente do Cinema Novo, participou da segunda fase do movimento, que buscava analisar a realidade nacional, inspirando-se no neorrealismo italiano e na nouvelle vague francesa. Seu primeiro longa metragem foi o inovador documentário "Opinião Pública" (1967), uma espécie de mosaico sobre como o brasileiro olha sua própria realidade.

No início dos anos 70, com o recrudescimento da repressão política e da censura, os antigos autores cinemanovistas procuraram caminhos metafóricos, alegóricos, para driblar a ação do Governo e poder expor suas propostas e Arnaldo Jabor fez o mesmo com "Pindorama" (1970). Mas aqui o excesso de barroquismo e de radicalismo contra o cinema clássico comprometeram a qualidade da obra, como o próprio Arnaldo Jabor admitiria mais tarde.


Seu próximo filme o redime completamente e se converte num dos grandes sucessos de bilheteria do cinema brasileiro: "Toda Nudez Será Castigada" (1973), adaptado da peça homônima de Nelson Rodrigues, possui um enfoque mais humano, mas ainda assim não poupa implacáveis críticas à hipocrisia da moral burguesa e de seus costumes, na história do envolvimento da prostituta Geni (Darlene Glória, no papel que lhe valeu o Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim) com o viúvo Herculano (Paulo Porto).

O filme seguinte, dessa vez adaptado de um romance de Nelson Rodrigues, é ainda mais forte nas suas investidas contra as deformidades comportamentais e sexuais da sociedade: "O Casamento" (1975), último filme da atriz Adriana Prieto, também foi bem recebido por crítica e público e rendeu a atriz Camila Amado o Kikito de ouro de melhor atriz coadjuvante. Com "Tudo Bem" (1978), iniciou a chamada "Trilogia do Apartamento". Talvez seu filme mais célebre, investiga, num tom de forte sátira e ironia, as contradições da sociedade brasileira já vitimada pelo fracasso do milagre econômico, isso no espaço restrito de um apartamento de classe média. A obra ganhou o prêmio de Melhor Filme no Festival de Brasília e proporcionou a Paulo Gracindo e Fernanda Montenegro, entre outros atores, grandes desempenhos.

A película seguinte se dedicou mais a uma análise intimista e sexual: "Eu Te Amo" (1980), obra que consagrou Paulo César Pereio e Sônia Braga no cinema, concentrando-se nas crises amorosas e existenciais de um homem e uma mulher.

O próximo filme, "Eu Sei Que Vou Te Amar" (1986), com os jovens Fernanda Torres (ganhadora do prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes na ocasião) e Thales Pan Chacon na pele de um casal em crise, guarda semelhanças de forma e conteúdo com "Eu Te Amo". Ambos os filmes se consagraram como grandes sucessos de bilheteria.


No início da década de 1990, com o fim do fomento estatal para a produção cinematográfica nacional no Governo de Fernando Collor, Arnaldo Jabor foi obrigado a procurar novos rumos e encontrou na imprensa o seu ganha-pão. Estreou como colunista de O Globo no final de 1995 e mais tarde foi para a TV Globo, atuando como colunista em vários telejornais da casa, como Jornal Nacional, Jornal da Globo, Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Fantástico e também na Rádio CBN, levando para televisão e rádio o estilo irônico com que comentava os fatos da atualidade brasileira.

Seus dois últimos livros "Amor é Prosa, Sexo é Poesia" (Editora Objetiva, 2004) e "Pornopolítica" (Editora Objetiva, 2006) se tornaram best-sellers instantâneos.

Abordando os mais variados temas como cinema, artes, sexualidade, política nacional e internacional, economia, amor, filosofia, preconceito, suas intervenções "apimentadas" na televisão e em suas colunas lhe renderam admiradores e muitos críticos.

Diversos textos que circulam pela internet são falsamente assinados por Arnaldo Jabor. No dia 03/11/2009, o próprio autor escreveu uma coluna negando essas autorias e fazendo uma crítica sobre o assunto, reclamando que a era digital não era para ele. E no jornal O Sul, escreveu na sua coluna "A Paranoia Está Batendo", em 05/10/2011, que iPhones e outros aparelhos modernos lhe deixam com sentimento de solidão, por escrever para uma pessoa e nem saber onde ela está.

Morte

Arnaldo Jabor faleceu na terça-feira, 15/02/2022, aos de 81 anos, em São Paulo, SP. Ele estava internado desde 16/12/2021 no Hospital Sírio-Libanês. Arnaldo Jabor sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e não se recuperou.

Filmografia

  • 1965 - O Circo (Curta-metragem)
  • 1967 - A Opinião Pública
  • 1970 - Pindorama
  • 1973 - Toda Nudez Será Castigada
  • 1975 - O Casamento
  • 1978 - Tudo Bem
  • 1980 - Eu Te Amo
  • 1986 - Eu Sei Que Vou Te Amar
  • 1990 - Carnaval (Curta-metragem)
  • 2010 - A Suprema Felicidade

Prêmios e Nomeações

  • Ganhou o Urso de Prata, no Festival de Berlim, por "Toda Nudez Será Castigada" (1973)
  • Ganhou o Kikito de Ouro de Melhor Filme, no Festival de Gramado, por "Toda Nudez Será Castigada" (1973)
  • Ganhou o Prêmio Especial do Júri, no Festival de Gramado, por "O Casamento" (1975)
  • Ganhou o Candango de Melhor Filme, no Festival de Brasília, por "Tudo Bem" (1978)

Livros

  • 1993 - Os Canibais Estão na Sala de Jantar (Editora Siciliano)
  • 1997 - Sanduíches de Realidade (Editora Objetiva)
  • 2001 - A Invasão das Salsichas Gigantes (Editora Objetiva)
  • 2004 - Amor é Prosa, Sexo é Poesia (Editora Objetiva)
  • 2006 - Pornopolítica (Editora Objetiva)
  • 2007 - Eu Sei Que Vou Te Amar (Editora Objetiva)
  • 2009 - Amigos Ouvintes (Editora Globo)
  • 2014 - O Malabarista - Os Melhores Textos de Arnaldo Jabor (Editora Objetiva)

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #ArnaldoJabor

Zé do Caixão

JOSÉ MOJICA MARINS
(83 anos)
Ator, Cineasta e Roteirista de Cinema e Televisão

☼ São Paulo, SP (13/03/1936)
┼ São Paulo, SP (19/02/2020)

José Mojica Marins foi um cineasta, ator, roteirista de cinema e televisão, mais conhecido como Zé do Caixão, seu personagem mais famoso, nascido em São Paulo, SP, no dia 13/03/1936. É considerado o "Pai do Terror Nacional", tendo sua obra grande importância para o gênero, influenciando várias gerações.

Nascido em uma fazenda pertencente à fábrica de cigarros Caruso, na Vila Mariana, em São Paulo, era filho dos artistas circenses Antônio André e Carmen Marins, primo de Fernando Marins, e neto do espanhol José Marins que chegou ao Brasil em 1904. Seu tio, Miguel, também filho de José Marins, foi toureiro enquanto o avô, José Marins, fazia performance de toureiro vestido de palhaço no picadeiro.

José Mojica Marins ainda criança, passava horas lendo gibis, assistindo a filmes na sala de projeção do cinema em que seu pai trabalhava, brincava de teatro de bonecos e montava peças com fantasias feitas de papelão e tecido.

Quando tinha 3 anos, a família de José Mojica veio a se mudar para os fundos de um cinema na Vila Anastácio. Seu pai passou a ser gerente do cinema.

Depois que ganhou uma Câmera V-8, aos 12 anos, não mais parou de fazer cinema. Essa era a sua vida. Muitos de seus filmes artesanais feitos nessa época eram exibidos em cidades pequenas, cobrindo assim os custos de produção.

Autodidata, montou uma escola de interpretação para amigos e vizinhos e quando tinha 17 anos, depois de vários filmes amadores, fundou com ajuda de amigos, a Companhia Cinematográfica Atlas. Especializado em terror escatológico, criou uma escola de atores em 1956, onde na década seguinte, em 1964, montaria uma sinagoga, no bairro do Brás, onde fazia experiências com atores amadores, usando insetos para medir sua coragem.


Embora José Mojica tenha sido conhecido principalmente como diretor de cinema de terror, teve trabalhos anteriores cujos gêneros variavam entre faroestes, dramas, aventura, dentre outros, incluindo filmes do gênero pornochanchada, no Brasil, durante aquela época.

José Mojica desenvolveu um estilo próprio de filmar que, inicialmente desprezado pela crítica nacional, passou a ser reverenciado após seus filmes começarem a ser considerados cult no circuito internacional. José Mojica é considerado como um dos inspiradores do movimento marginal no Brasil.

Em todos seus filmes, com exceção de "Encarnação do Demônio" (2008), José Mojica foi dublado. Na década de 1960, diversos filmes nacionais necessitavam serem dublados, por diversas razões: Nitidez de som nas externas e até realçar uma melhor interpretação. Algumas vezes o próprio ator dublava o seu personagem, mas em outras ocasiões necessitava de um profissional qualificado para um melhor desempenho.

Na Odil Fono Brasil, lhe mostraram vários filmes, para que escolhesse um dublador. José Mojica ficou particularmente impressionado com a voz usada para dublar o ator italiano Mario Carotenuto: A voz de Laercio Laurelli.

Laercio Laurelli fez a voz de Zé do Caixão em "À Meia-Noite Levarei Sua Alma" (1964), "Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver" (1967) e "O Estranho Mundo de Zé do Caixão" (1968). Enquanto "O Ritual dos Sádicos" (1970), "Finis Hominis" (1971), "Quando os Deuses Adormecem" (1972), foram dublados por Araken Saldanha, na AIC. Já "Exorcismo Negro" (1974) e "Delírios de um Anormal" (1978) tiveram a voz de João Paulo Ramalho, também na AIC.

Anos 1950

Depois da fundação de sua escola, a carreira profissional de José Mojica Marins passou a ficar cada vez mais mais próxima. José Mojica tentou realizar o filme "Sentença de Deus" (1954/1956) por três vezes e o filme acabou como inacabado. Semiprofissional, o filme "Sentença de Deus" (1954/1956) é experimental no sentido mais genuíno e revela os primeiros passos de José Mojica na arte do cinema.

Em 1958, veio a ser concluído "A Sina do Aventureiro", em lente 75 mm, com apenas duas pessoas que não eram da escola de atores de José Mojica, mas que depois vieram a ter aulas, Ruth FerreiraShirley Alvez. "A Sina do Aventureiro" (1958) é um faroeste caboclo (ou western feijoada, na definição do pesquisador Rodrigo Pereira), vertente prolífica, mas desprezada pela historiografia clássica do cinema brasileiro. Insere-se, portanto, na tradição mais ampla dos filmes rurais de aventura, território que compreende nomes tão heterogêneos quanto significativos como E. C. Kerrigan, Amilar Alves, Luiz de Barros, Humberto Mauro, Eurides Ramos, Antoninho Hossri, Victor Lima Barreto, Carlos Coimbra, Wilson Silva, Osvaldo de Oliveira, Reynaldo Paes de Barros, Edward Freund, Ozualdo Candeias, Tony Vieira e Rubens Prado.

Para lançar o filme "A Sina do Aventureiro" (1958), José Mojica Marins contou com a ajuda dos irmãos Valancy, que eram proprietários do Cine Coral, em São Paulo, aonde o filme permaneceu em cartaz por muito tempo. O realizador do filme, Mojica Marins explicou, posteriormente, como foi o sucesso do filme:
"Para fazer sucesso, eu usei um estratagema, porque já era difícil você entrar uma semana, e ficar três semanas em cartaz num cinema era mais difícil ainda. O que eu fiz? Eu pegava os meus alunos, numa época em que os cinemas tinham fila, e dividia um grupo de alunos numa fila, outro grupo em outra e mais outra. Todos eram atores, né? Então ficavam todos no meio da fila e diziam: 'Pô, a gente perdendo tempo nessa fila, passando uma fita tão boa no Cine Coral!'. Com isso, eles saíam de lá e levavam o pessoal da fila. E ia todo mundo para o Cine Coral. A fita foi muito bem nas capitais. Estourou em Salvador, em Porto Alegre. Porque ela tem uma miscelânea de Nordeste, de roupa nordestina com roupa gaúcha, com roupa americana. Eu misturo tudo, tem uma miscelânea. No final, tem uma curiosidade: a fita realmente agradou, só não agradou aos padres. Aí eu tive uma desavença com os padres que me acompanharia a vida toda!"
(José Mojica Marins)


Depois de aceitar a proposta de Augusto de Cervantes, de fazer um filme que agradasse aos padres, José Mojica criou a história de "Meu Destino em Tuas Mãos" (1963) e procurou Ozualdo Candeias para fazer o roteiro - que não foi creditado.

As tragédias familiares são apresentadas pelo cineasta com requintes de maldade, temperados por aquele neo-realismo involuntário das produções sem dinheiro. A direção de José Mojica deixou o filme ainda mais cru e violento.

O filme conta o drama de cinco crianças pobres que vivem infelizes com suas respectivas famílias. Cansados de abuso e desprezo, os amigos fogem de casa e saem pelas estradas, acompanhados do violão e da cantoria de Carlito (vivido por Franquito), o mais velho deles. O jovem Franquito, o "garoto da voz de ouro", foi uma aposta para embarcar no estrondoso sucesso de Pablito Calvo, astro-mirim de "Marcelino, Pão e Vinho" (1955).

José Mojica compôs três das dez canções interpretadas por Franquito"Meu Destino em Tuas Mãos" (1963) foi realizado com o dinheiro da venda dos Long Plays de Franquito, hoje uma raridade por ser um dos primeiros filmes a ter disco com todas as músicas lançado pela gravadora Copacabana. O filme, apesar de ter agradado os padres, não teve repercussão nenhum e acabou esquecido.

Algum tempo depois, o produtor Nelson Teixeira Mendes contratou José Mojica para ser ator no "O Diabo de Vila Velha" (1966), um bang-bang. Como condição, José Mojica pediu para poder levar o pai, que estava muito doente, para o Paraná, onde o filme ia ser feito. Após muitas discussões com o diretor Ody Fraga, este veio a se afastar e José Mojica assumiu a direção filme, aonde demonstrou afinidade com o gênero faroeste, que já havia exercitado em "A Sina do Aventureiro" (1958) e ao qual voltaria em "D'Gajão Mata Para Vingar" (1971).

Anos 1960

José Mojica Marins criou um personagem popular sem basear-se em nenhum mito do horror conhecido mundialmente. Zé do Caixão, seu personagem mais conhecido, foi criado por ele em 11/10/1963, após ser atormentado por um pesadelo no qual um vulto o arrastava até seu próprio túmulo.

Segundo o próprio José Mojica Marins, o nome Zé do Caixão veio de uma lenda de um ser que viveu há milhões de anos no planeta Terra, que se transformou em luz e, depois de anos esta luz voltou a Terra.

A primeira aparição do personagem foi no filme "À Meia-Noite Levarei Sua Alma" (1963). Desde então, ele apareceu em diversos filmes, ganhou popularidade e tem sido retratado em diversas outras mídias.

Embora raramente mencionada nos filmes, o nome verdadeiro Zé do Caixão é Josefel Zanatas. José Mojica Marins dá uma explicação para o nome em uma entrevista para o Portal Brasileiro de Cinema:
"Eu fui achando um nome: Josefel - 'fel' por ser amargo - e achei também o Zanatas legal, porque de trás para frente dava Satanás!"
(José Mojica Marins)


Zé do Caixão é um personagem amoral e niilista que se considera superior aos outros e os explora para atender seus objetivos. Zé do Caixão é um descrente obsessivo, um personagem humano, que não crê em Deus ou no diabo.

O cruel e sádico agente funerário Zé do Caixão é temido e odiado pelos habitantes da cidade onde mora. O tema principal da saga do personagem é sua obsessão pela continuidade do sangue: Ele quer ser o pai da criança superior a partir da "mulher perfeita". Sua ideia de uma mulher perfeita não é exatamente físico, mas alguém que ele considera intelectualmente superior à média. E nessa busca ele está disposto a matar quem cruza seu caminho.

Quanto à concepção visual do Zé do Caixão, fica evidente a inspiração do personagem clássico Drácula, interpretado por Bela Lugosi na versão da década de 30, dos estúdios Universal. Entretanto, José Mojica acrescentou aos trajes negros e elegantes do personagem, características psicológicas profundas e enraizadas nas tradições brasileiras. Além disso, as unhas grandes foram claramente inspiradas no personagem-título de "Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens" (1922).

José Mojica Marins afirma que a idéia do personagem surgiu em um sonho:
"Certa noite, ao chegar em casa bem cansado, fui jantar. Em seguida, estava meio sonolento, entre dormindo e acordado, e foi aí que tudo aconteceu: vi num sonho um vulto me arrastando para um cemitério. Logo ele me deixou em frente a uma lápide, lá havia duas datas, a do meu nascimento e a da minha morte. As pessoas em casa ficaram bastante assustadas, chamaram até um pai-de-santo por achar que eu estava com o diabo no corpo. Acordei aos berros, e naquele momento decidi que faria um filme diferente de tudo que já havia realizado. Estava nascendo naquele momento o personagem que se tornaria uma lenda: Zé do Caixão. O personagem começava a tomar forma na minha mente e na minha vida. O cemitério me deu o nome; completavam a indumentária do Zé, a capa preta da macumba e a cartola, que era o símbolo de uma marca de cigarros clássicos. Ele seria um agente funerário!"
(José Mojica Marins)


Futuramente, José Mojica Marins definiria melhor a origem de seu personagem:

"Josefel Zanatas nasceu em berço de ouro, seus pais tinham uma rede de agências funerárias, fato que fez com que Josefel fosse uma criança muito sozinha, pois seus colegas os discriminaram por causa da profissão de seus pais.
Na escola era um ótimo aluno e, como não tinha amigos, fez dos livros seus grandes companheiros. Foi na escola que conheceu Sara, uma menina muito bonita e de boa família. Logo se tornaram grandes amigos, não se separavam por nada. Cresceram juntos e com o passar do tempo a amizade se transformou em amor. Decidiram que iriam se casar e mudar para uma cidade maior onde teriam mais chances de crescer na vida. Sara queria se casar fora do país, então tanto os pais de Sara quanto de Josefel resolveram viajar antes para começarem os preparativos para cerimônia.
Durante o voo, uma tragédia acontece: o avião com os pais de Sara e Josefel sofre um acidente e não há sobreviventes. Por causa do luto eles decidem adiar o casamento. Em decorrência da II Guerra Mundial, em agosto de 1943, cria-se a Força Expedicionária Brasileira (FEB). Somente vinte e oito mil pessoas se alistaram, Josefel era um deles e em conversa com Sara decidem juntos que só casariam quando ele voltasse da guerra.
E assim, na noite de 30 de junho, Josefel parte para a Itália. Durante o tempo que ficou lá, Josefel sofreu muito, e as saudades de Sara foram aumentando depois que ele parou de receber cartas dela. Depois que Josefel partiu para a Guerra, Sara continuou cuidando da funerária. Sempre escrevia para ele, mas depois de muitas cartas sem resposta, acabou concluindo que ele deveria estar morto. Como a vida não estava fácil, Sara aceitou o convite que havia recebido do prefeito e se casou com ele.
No dia 18 de julho de 1945, Josefel desembarca na estação de sua cidade e percebe que a cidade está vazia e sua casa fechada. Desesperado para encontrar Sara, decide perguntar a um bêbado onde estavam todos. O bêbado informa que a cidade inteira estava na casa do prefeito, pois havia uma festa para comemorar a volta dos "Pracinhas". Chegando na festa ele encontra Sara sentada no colo do prefeito e, antes que ela pudesse se explicar, ele saca o revólver e mata os dois. Josefel não é condenado pelo crime pois foi alegado que ele estava traumatizado pela guerra. Para ele não importava ser preso ou não, ele havia perdido Sara e com ela perderia também o sentimento chamado amor.
Josefel, que até então era um homem doce e bondoso, se torna uma pessoa amarga e sem sentimentos. Passa então a aterrorizar os moradores da cidade e logo recebe o apelido de Zé do Caixão. Zé do Caixão é um homem sem crenças, não acredita em Deus nem no Diabo, só acredita nele mesmo, acha que é o único que pode fazer justiça. Seu objetivo é encontrar uma mulher que compartilhe seus pensamentos e juntos tenham um filho, que possa dar continuidade à sua espécie, que ele acredita ser superior. Para Zé do Caixão, as crianças são os únicos seres puros, sem maldade no coração. Em busca pela mulher superior, ele passa por cima de todos aqueles que atrapalharem seus planos, não tem dó nem piedade e mata se for preciso!"
(José Mojica Marins)

À Meia Noite Levarei Sua Alma

Por falta de um ator, pois não havia nenhum que se submetesse à caracterização do personagem, o autor transformou-se em Zé do Caixão. José Mojica, na época, estava de barba, por causa de uma promessa de família. Com o tempo o nome do personagem passou a confundir-se com o do próprio autor e lhe trouxe praticamente toda sua fama. Com dificuldade, pois os atores não confiavam nem acreditam em Mojica, ele realizou as filmagens de "À Meia Noite Levarei Sua Alma" (1964), com apenas atores de sua escola de teatro.

O filme marca a maturidade de José Mojica Marins como diretor, que se relaciona perfeitamente com o domínio da linguagem cinematográfica. Em "À Meia Noite Levarei Sua Alma" (1964) há todo um requintado trabalho de construção de espaços diferenciados para Zé do Caixão, e esse é o modo como o filme logra distinguir este personagem dos outros.

Após a etapa de montagem com Luiz Elias, José Mojica Marins iria atrás do distribuidor da Bahia que havia levado "A Sina do Aventureiro" (1958), que estava em São Paulo e havia ido à Boca do Lixo.

Após assistir o filme montado, o distribuidor passou a divulgar o filme que já era tido como um grande sucesso. Na mesma época, José Mojica Marins relançou "A Sina do Aventureiro" (1958) e teve um retorno lucrativo grande.

Ele havia feito amizade como um cineasta cubano que realizava filmes pornográficos que pediu a José Mojica que acrescentasse mais dez minutos de cenas mais fortes, onde José Mojica colocou algumas cenas de nudez de algumas moças.

O filme foi vendido por cerca de 20% do que havia sido gasto.

Dificuldades, Auge, Decadência e Retorno

José Mojica Marins apresentou, na década de 1990, o programa "Cine Trash", que obteve alta audiência, e as apresentações macabras de Zé do Caixão se tornaram um marco na televisão, o programa foi exibido na TV Bandeirantes.

José Mojica teve seus títulos lançados na Europa e nos Estados Unidos, onde participou de mostras, festivais e recebeu prêmios. No Brasil, José Mojica não conseguiu o mesmo sucesso e reconhecimento. Existem poucos títulos de seus filmes disponíveis no mercado, o que tornou sua obra pouco conhecida. Sua participação na mídia se dá quase sempre de maneira cômica, fato que teve que abraçar por necessidades financeiras.

José Mojica Marins tinha um programa de entrevistas chamado "O Estranho Mundo de Zé do Caixão", no Canal Brasil. Zé do Caixão tem uma filha chamada Liz Vamp.

Em 2009 interpretou um personagem diferente no longa-metragem de "Cesar Nero", em vez de Zé do Caixão. O nome de seu personagem era Dark Morton, porém o visual do personagem era o mesmo de Zé do Caixão, com a tradicional cartola e capa preta.

No Carnaval carioca de 2011, José Mojica Marins foi homenageado e participou do desfile da Escola Unidos da Tijuca, vice-campeã.


Em 2012, prefaciou o livro "3355 Situações Que Você Deve Saber Para Não Morrer Como Nos Filmes de Terror", do escritor Gerson Couto.

Em 2013, apareceu na capa do disco "Expulsos do Purgatório", curiosamente ano 13, da lendária banda punk Excomungados e nos encartes, juntamente com os integrantes, sendo que o vocalista Pekinez Garcia, que toca nu inspirado no personagem principal do filme "Finis Hominis" (1971).

Em 2014, José Mojica Marins ficou por quase um mês internado no Incor, em São Paulo, onde passou por um cateterismo cardíaco planejado e desobstrução de uma artéria que estava com bloqueio. Na ocasião, ele foi submetido a uma angioplastia, procedimento para desobstruir vasos entupidos, e colocou três stents, tubo inserido para normalizar a passagem de sangue dentro da artéria. Por conta disso, José Mojica Marins passou a fazer diálises (filtragem do sangue) três por semana.

Em 2015, o canal por assinatura Space fez uma minissérie biográfica sobre José Mojica Marins intitulada "Zé do Caixão", com o cineasta interpretado por Matheus Nachtergaele.

Em 2019, José Mojica Marins apareceu em uma homenagem no "Domingo Show", da TV Record, onde mostrou-se muito debilitado, apresentando um suposto quadro de Alzheimer.

Morte

José Mojica Marins faleceu às 15h46 de quarta-feira, 19/02/2020, aos 83 anos, no Hospital Sancta Maggiore, em São Paulo, SP, vítima de uma broncopneumonia. A morte foi confirmada pela filha de José Mojica, a atriz Liz MarinsJosé Mojica Marins estava internado desde o dia 28/01/2020 para tratar de uma broncopneumonia.

Filmografia

Como Diretor
  • 1945 - A Mágica Do Mágico
  • 1946 - Beijos A Granel
  • 1947 - Sonhos De Vagabundo
  • 1948 - A Voz Do Coveiro
  • 1955 - Sentença De Deus (Inacabado)
  • 1958 - A Sina Do Aventureiro
  • 1962 - Meu Destino Em Tuas Mãos
  • 1963 - À Meia-Noite Levarei Sua Alma
  • 1965 - O Diabo De Vila Velha
  • 1966 - Esta Noite Encarnarei No Teu Cadáver
  • 1967 - O Estranho Mundo De Zé do Caixão
  • 1968 - Trilogia Do Terror
  • 1969 - O Despertar Da Besta
  • 1971 - Finis Hominis
  • 1972 - Dgajão Mata Para Vingar
  • 1972 - Quando Os Deuses Adormecem
  • 1972 - Sexo E Sangue Na Trilha Do Tesouro
  • 1974 - A Virgem E O Machão
  • 1974 - Exorcismo Negro
  • 1975 - O Fracasso De Um Homem Nas Duas Noites De Núpcias
  • 1976 - Como Consolar Viúvas
  • 1976 - Inferno Carnal
  • 1976 - Mulheres Do Sexo Violento
  • 1977 - A Mulher Que Põe A Pomba No Ar
  • 1977 - Delírios De Um Anormal
  • 1977 - A Estranha Hospedaria Dos Prazeres
  • 1978 - Mundo-Mercado Do Sexo
  • 1978 - Perversão
  • 1980 - A Praga
  • 1981 - A Encarnação Do Demônio
  • 1983 - Horas Fatais - Cabeças Cortadas (Horas Fatais)
  • 1984 - A Quinta Dimensão Do Sexo
  • 1985 - 24 Horas De Sexo Explícito
  • 1986 - Dr. Frank Na Clínica Das Taras
  • 1987 - 48 Horas De Sexo Alucinante
  • 1994 - Demônios E Maravilhas
  • 1996 - Adolescência Em Transe
  • 2004 - Fim
  • 2008 - Encarnação Do Demônio
  • 2015 - As Fábulas Negras - Segmento O Saci


Como Ator
  • 1960 - Éramos Irmãos
  • 1966 - O Diabo De Vila Velha
  • 1969 - O Cangaceiro Sem Deus
  • 1970 - O Profeta Da Fome
  • 1976 - A Estranha Hospedaria Dos Prazeres
  • 1977 - O Abismo
  • 1977 - O Vampiro Da Cinemateca
  • 1978 - A Deusa De Mármore
  • 1980 - Chapeuzinho Vermelho
  • 1982 - O Segredo Da Múmia
  • 1984 - Padre Pedro E A Revolta Das Crianças
  • 1985 - O Filho Do Sexo Explícito
  • 1986 - A Hora Do Medo
  • 1987 - As Belas Da Billings
  • 1987 - Horas Fatais
  • 1989 - Dama De Paus
  • 1990 - O Gato De Botas Extraterrestre
  • 1996 - Babu E A Vingança Maldita
  • 1997 - Ed Mort
  • 1997 - A Filha Do Pavor
  • 2001 - Drº Bartolomeu e a Clínica do Sexo
  • 2001 - Tortura Selvagem
  • 2004 - Um Show De Verão
  • 2004 - Lâmia, Vampiro!
  • 2005 - A Marca Do Terror
  • 2009 - A Cruz E O Pentagrama
  • 2013 - Carniçal
  • 2013 - Mal Passado
  • 2015 - As Fábulas Negras - Segmento O Saci


Principais Prêmios e Indicações

À Meia-Noite Levarei Sua Alma
  • 1973 - Prêmio Especial no Festival Internacional de Cine Fantástico y de Terror Sitges (Espanha);
  • 1974 - Prêmio L’Ecran Fantastique para originalidade;
  • 1974 - Prêmio Tiers Monde da imprensa mundial, na III Convention du Cinéma Fantastique (França).


Ritual dos Sádicos (O Despertar da Besta)
  • 1986 - Melhor Ator (José Mojica Marins) e Melhor Roteiro (Rubens Lucchetti), no Rio-Cine Festival.


Encarnação do Demônio
  • 2008 - Troféu Menina de Ouro de Melhor Filme de Ficção por júri oficial e crítica, Melhor Fotografia (José Roberto Eliezer), Melhor Montagem (Paulo Sacramento), Melhor Edição de Som (Ricardo Reis), Melhor Direção de Arte (Cássio Amarante) e Melhor Trilha Sonora (André Abujamra e Marcio Nigro) no 1º Festival Paulínia de Cinema;
  • 2008 - Melhor Diretor de Cinema (José Mojica Marins), no 2º Prêmio Quem de Cinema;
  • 2008 - Melhor Direção de Arte (Cassio Amarante) e Prêmio Especial de Atuação pelo Conjunto da Obra, no Prêmio de Cinema do Paraná;
  • 2008 - Indicação a Melhor Direção de Arte (Cassio Amarante) e Efeitos Especiais (Kapel Furman, Rogério Marinho, Robson Sartori), no Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro;

  • 2008 - Prêmio do Júri Carnet Jove do Sitges - Catalonian International Film Festival.
  • 2009 - Melhor Ator (José Mojica Marins) e Melhor Direção de Arte (Cassio Amarante), tendo sido indicado a Melhor Direção (José Mojica Marins), Melhor Roteiro (Dennison Ramalho e José Moijica Marins), Melhor Atriz (Cléo de Paris), Melhor Ator Coadjuvante (Jece Valadão), Melhor Atriz Coadjuvante (Helena Ignez) e Melhor Trilha Sonora (André Abujamra e Marcio Nigro), no V Prêmio FIESP/SESI-SP de Cinema Paulista;
  • Prêmio de Melhor Fotografia (José Roberto Eliezer) e indicado a Melhor Filme, no Prêmio Contigo de Cinema;
  • 2009 - Segundo lugar no Fant-Asia Film Festival, na categoria de Melhor Filme Internacional;


Outros

2000 - Prêmio Fantasporto por Carreira e Conjunto da Obra.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #ZeDoCaixao #JoseMojicaMarins

Fábio Barreto

FÁBIO VILLELA BARRETO BORGES
(62 anos)
Cineasta, Ator, Produtor e Roteirista

☼ Rio de Janeiro, RJ (06/06/1957)
┼ Rio de Janeiro, RJ (20/11/2019)

Fábio Villela Barreto Borges foi um cineasta, ator, produtor e roteirista nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 06/06/1957.

Fábio Barreto era mais conhecido por dirigir "O Quatrilho" (1995), indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e por dirigir e co-escrever "Lula, o Filho do Brasil" (2009), um drama biográfico sobre a vida de Luiz Inácio Lula da Silva, considerado um dos filmes mais caros da história do cinema brasileiro.

Filho de Luís Carlos Barreto e Lucy Barreto, irmão do também cineasta Bruno Barreto. Atuou no primeiro curta-metragem, "Três Amigos Que Não Se Separam" (1966), quando tinha nove anos. No filme também atuaram sua irmã, Paula Barreto, e a cadela Baleia, coadjuvante no filme "Vidas Secas" (1963).

Fábio Barreto foi assistente de direção de Carlos Diegues em "Bye Bye Brasil" (1979). Iniciou sua carreira no cinema aos 20 anos, dirigindo o curta-metragem "A Estória de José e Maria" (1977). E estreou como diretor de longa-metragem no Festival de Cannes de 1982, com "Índia, a Filha do Sol" (1982), inscrito na Quinzena dos Realizadores. Tinha 24 anos.

Seu filme "O Quatrilho" (1995) foi indicado para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 1995.

Fábio Barreto trabalhou como ator em dois filmes, "For All - O Trampolim da Vitória" (1997) e "Memórias do Cárcere" (1984), e dirigiu 9 longas-metragens.

Fábio Barreto era casado desde 2003 com a atriz Déborah Kalume.

Acidente

O guarda-vidas Wagner Generoso, participou do resgate ao cineasta Fábio Barreto, vítima de um acidente de carro em que teve traumatismo craniano.

Wagner Generoso disse que, no sábado, dia 19/12/2009, por volta de 22h50, estava na janela de sua casa quando viu o carro de Fábio Barreto, uma Pajero Mitsubishi, ser fechado por outro veículo, que ele não identificou. De acordo com Wagner, Fábio Barreto perdeu o controle, atravessou a mureta divisória da Rua Real Grandeza, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, perto do acesso ao Túnel Velho e próximo ao Cemitério São João Batista. Após bater numa grade, ele capotou.

Wagner desceu para prestar socorro. Um taxista parou seu carro e emprestou uma lanterna para tentar verificar a situação. Wagner chegou a achar que o cineasta estava morto, mas verificou que ele ainda respirava. Em seguida, o Corpo de Bombeiros foi acionado.

Wagner disse que tentou se comunicar com Fábio Barreto, mas ele estava completamente inconsciente.

Inicialmente, Fábio Barreto foi levado para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, onde foi operado. A cirurgia, a pedido da família, foi acompanhada pelo neurocirurgião Paulo Niemeyer. Segundo Paulo NiemeyerFábio Barreto teve várias contusões na cabeça.


Fábio Barreto foi transferido na manhã de domingo, 20/12/2009, para o Copa D´Or, e passou por exames. Seu estado era grave, e ele ficou internado na UTI neurológica do hospital.

No dia 13/01/2010 um boletim médico divulgou a melhora em seu estado de saúde, e no dia 21/01/2010 ele foi submetido a uma nova cirurgia para colocação de uma válvula cerebral como parte do tratamento da hidrocefalia provocada pelo traumatismo crânio-encefálico. Fábio Barreto recebeu alta dia 22/03/2010 e continuou seu tratamento em casa.

Mesmo recebendo tratamento especial em casa, Fábio Barreto não teve mais a vida de antes e ainda continuava inconsciente após esses anos todos até sua morte. Segundo sua esposa, a atriz Deborah Kalume, que se dedicou a ajudá-lo também: "Às vezes ele responde do jeito dele. Suspira, fica com a respiração diferente. Em determinados momentos acho que ele está ali. Em outros, não!".

Morte

Fábio Barreto faleceu na quarta-feira, 20/11/2019, aos 62 anos, após ficar em coma por nove anos. A informação foi confirmada pelo Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde ele estava internado. A causa da morte não foi informada.

Ele sofreu um acidente grave de carro em dezembro de 2009 e estava em coma desde então.

O velório foi realizado na sexta-feira, 22/11/2019, a partir das 10h00, no Memorial do Carmo, no Caju. O corpo foi cremado no período da tarde.

Carreira

Diretor
  • 2009 - Lula, o Filho do Brasil
  • 2007 - Donas de Casa Desesperadas (Série de TV)
  • 2007 - Nossa Senhora de Caravaggio
  • 2002 - A Paixão de Jacobina
  • 2000 - De Conversa em Conversa (Curta-metragem)
  • 1997 - Bela Donna
  • 1995 - O Quatrilho
  • 1991 - Lambada
  • 1988 - Luzia Homem
  • 1986 - O Rei do Rio
  • 1984 - Índia, a Filha do Sol
  • 1978 - Mané Garrincha (Curta-metragem)
  • 1977 - A Estória de José e Maria (Curta-metragem)

Ator
  • 1997 - For All - O Trampolim da Vitória
  • 1984 - Memórias do Cárcere ... Siqueira Campos

Elenco de "O Quatrilho", indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Premiações

  • 1995 - Indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, por "O Quatrilho"
  • 1984 - Indicação ao Prêmio de Melhor Filme no Festival de Havana, por "Índia, a Filha do Sol"
  • 1977 - Prêmio de Melhor Direção no Festival de Brasília, por "A Estória de José e Maria"

Fonte: Wikipédia

Geraldo Vietri

GERALDO VIETRI
(68 anos)
Diretor, Autor, Novelista, Escritor, Roteirista, Produtor, Cineasta e Dramaturgo

☼ São Paulo, SP (27/08/1927)
┼ São Paulo, SP (01/08/1996)

Geraldo Vietri foi um diretor e dramaturgo nascido em São Paulo, SP, no dia 27/08/1927.

Personalidade controversa dentro da televisão, pioneiro, de temperamento difícil e politicamente conservador, Geraldo Vietri começou sua carreira na TV Tupi, em 1958, quando um de seus textos, "Este Mundo é dos Loucos", foi aprovado e produzido pela emissora paulista. Depois disso, Geraldo Vietri viria a ser contratado para trabalhar no "TV de Comédia", como autor e diretor. Em "TV de Comédia", ganhou notoriedade e respeito.

Quando a emissora resolveu produzir telenovela, o nome de Geraldo Vietri foi logo lembrado. Na primeira produção diária, "Alma Cigana" (1964), atuou como diretor. Dois anos depois escreveu A Inimiga" (1966), adaptando um original argentino. Consagrado como autor/diretor, mostraria uma inquietação para reformular o gênero com "Os Rebeldes" (1967).

Geraldo Vietri alcançou sucesso e projeção nacional com as telenovelas "Antônio Maria" (1968) e "Nino, o Italianinho" (1969), duas marcas registradas de sua trajetória pelo mundo das telenovelas. Além destas duas, também escreveu "Meu Rico Português" (1975), última novela a derrotar a TV Globo no horário das 19h, feito imbatível durante muito tempo.

Outro grande sucesso foi "Vitória Bonelli" (1972), intensa história de decadência econômica e superação ambientada na colônia italiana de São Paulo que contou com um memorável desempenho de Berta Zemel no papel-título.


Com a falência da TV Tupi, Geraldo Vietri se revezou entre algumas emissoras, dentre elas a TV Globo, TV Bandeirantes, TV Cultura, Rede Manchete e CNT.

Geraldo Vietri lançou e formou vários nomes importantes da história de nossa televisão, como Juca de Oliveira, Aracy Balabanian, Tony Ramos, Denis Carvalho e Paulo Figueiredo. Extremamente centralizador, Geraldo Vietri produzia, escrevia e dirigia suas novelas. Essa característica dificultou seu trabalho na esquemática TV Globo, em 1980, quando começou a adaptar o romance "Olhai Os Lírios do Campo", de Érico Veríssimo, para o horário das 18h00. Geraldo Vietri desentendeu-se com o diretor Herval Rossano e não concluiu a novela.

Geraldo Vietri também produziu para o cinema, usando em seus elencos os mesmos amigos que atuavam em suas novelas na TV Tupi. Como exemplo, "Senhora" (1976), com Elaine Cristina e Paulo Figueiredo, e "Tiradentes, o Mártir da Independência" (1976), com Adriano Reys. Contudo, não obteve no meio a mesma qualidade e a mesma repercussão de suas incursões na televisão, estabelecendo-se, meramente, como um artesão de produções comerciais.

No cinema, Geraldo Vietri mencionou pela única vez sua própria homossexualidade. No filme "Os Imorais" (1979), mostrou de forma positiva o amor entre dois rapazes.

Geraldo Vietri foi proprietário de restaurantes, um com o ator Flamínio Fávero chamado La Sorella Pizza Bar, inaugurado em 1972, e outro chamado Il Fratello, inaugurado também nos anos 70.

Geraldo Vietri sofria de enfisema pulmonar.

Morte

Geraldo Vietri faleceu na quinta-feira, 01/08/1996, aos 68 anos, vítima de broncopneumonia.

Carreira

CNT
  • 1996 - Antônio dos Milagres ... Autor
  • 1996 - Irmã Catarina ... Co-autor
  • 1995 - A Verdadeira História de Papai Noel ... Autor

Manchete
  • 1991 - O Fantasma da Ópera ... Supervisor de Texto
  • 1991 - Floradas na Serra ... Autor (Remake)
  • 1991 - Na Rede de Intrigas ... Autor
  • 1985 - Antônio Maria ... Autor e Diretor
  • 1984 - Santa Marta Fabril S.A. ... Autor e Diretor

TV Bandeirantes
  • 1983/1984 - Casa de Irene ... Autor e Diretor
  • 1982 - Renúncia ... Autor e Diretor
  • 1981/1982 - Dona Santa ... Autor e Diretor

TV Cultura
  • 1981 - Floradas na Serra ... Autor
  • 1981 - O Homem Que Sabia Javanês ... (Adaptação para o Teleconto)

TV Globo
  • 1980 - Olhai os Lírios do Campo ... Autor
  • 1986 - A Única Chance (Teletema) ... Autor
  • 1990 - Iaiá Garcia (Teletema) ... Autor

TV Tupi
  • 1978 - João Brasileiro, o Bom Baiano ... Diretor e Supervisor
  • 1976 - Os Apóstolos de Judas ... Autor e Diretor
  • 1975 - Meu Rico Português ... Autor e Diretor
  • 1972 - Vitória Bonelli ... Autor e Diretor
  • 1971 - A Fábrica ... Autor e Diretor
  • 1971 - A Selvagem ... Autor e Diretor
  • 1969 - Nino, o Italianinho ... Autor e Diretor
  • 1968 - Antônio Maria ... Autor e Diretor
  • 1967 - Os Rebeldes ... Autor e Diretor
  • 1967 - Paixão Proibida ... Diretor
  • 1967 - A Ponte de Waterloo ... Autor e Diretor (Remake)
  • 1967 - A Intrusa ... Autor e Diretor
  • 1967 - Angústia de Amar ... Diretor
  • 1966 - Ciúme ... Diretor
  • 1966 - A Ré Misteriosa ... Autor e Diretor
  • 1966 - A Inimiga ... Autor e Diretor
  • 1965 - Um Rosto Perdido ... Diretor
  • 1965 - A Outra ... Diretor
  • 1965 - O Cara Suja ... Diretor
  • 1965 - Teresa ... Diretor
  • 1964 - O Sorriso de Helena ... Diretor
  • 1964 - Quando o Amor é Mais Forte ... Diretor
  • 1964 - Se o Mar Contasse ... Diretor
  • 1964 - A Gata ... Diretor
  • 1964 - Alma Cigana ... Diretor
  • 1963 - Klauss, o Loiro ... Autor e Diretor
  • 1963 - Moulin Rouge, a Vida de Tolouse Lautrec ... Autor e Diretor
  • 1963 - Terror nas Trevas ... Autor e Diretor
  • 1963 - A Sublime Aventura ... Autor e Diretor
  • 1963 - As Chaves do Reino ... Autor e Diretor
  • 1962 - Prelúdio, a Vida de Chopin ... Autor e Diretor
  • 1962 - A Única Verdade ... Autor e Diretor (Remake)
  • 1962 - A Estranha Clementine ... Autor e Diretor
  • 1962 - A Noite Eterna ... Autor e Diretor
  • 1959 - Adolescência ... Autor e Diretor
  • 1959 - A Ponte de Waterloo ... Autor
  • 1958 - A Única Verdade ... Autor
Argentina

  • 1971 - Nino, Las Cosas Simples de La Vida (Adaptação de "Nino, o Italianinho")
  • 1984 - Lúcia Bonelli (Adaptação de "Vitória Bonelli")
  • 1987 - El Duende Azul (Foi exibida em 1989 pela Band com o título de "Desencontros")
Peru

  • 1972 - La Fábrica (Adaptação de "A Fábrica")
  • 1996 - Nino (Adaptação de "Nino, o Italianinho")

Domingos de Oliveira

DOMINGOS JOSÉ SOARES DE OLIVEIRA
(82 anos)
Ator, Diretor, Cineasta, Poeta e Dramaturgo de Cinema e Teatro

☼ Rio de Janeiro, RJ (28/09/1936)
┼ Rio de Janeiro, RJ (23/03/2019)

Domingos José Soares de Oliveira foi um ator, diretor, dramaturgo de cinema e teatro, poeta e cineasta nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 28/09/1936.

Domingos de Oliveira iniciou no teatro e projeta-se no cinema e na televisão. A partir da década de 1980, não abandonou mais o palco, atuando como autor e diretor em pelo menos um espetáculo anual.

Licenciado em Engenharia pelo ENE, nunca trabalhou nessa área já que depois de se ter envolvido no teatro amador, começou a escrever e a realizar para cinema. Fez duas assistências de direção para Joaquim Pedro de Andrade, "Manuel Bandeira, O Poeta do Castelo" e "Couro de Gato".

Estreou como autor com "Somos Todos do Jardim da Infância", em 1963.

Em 1964, dirigiu outro texto seu, "A Estória de Muitos Amores". Chamou a atenção no cinema com os filmes "Todas As Mulheres do Mundo" (1966), que lançou Leila Diniz, e "Edu, Coração de Ouro" (1968), sendo já autor de mais de 20 peças teatrais e tendo dirigido vários filmes.

Nos primeiros anos da década de 1980, Domingos Oliveira se tornou um dos mais atuantes diretores do teatro carioca, voltando assim à atividade na qual dera seus primeiros passos na década de 1960.


Dirigiu grandes atores como Henriette Morineau em "Ensina-me a Viver" (1981), de Colin Higgins, Jorge Dória em "Amor Vagabundo" (1981), de Felipe Wagner, Tônia Carrero em "A Volta Por Cima" (1982), de Domingos de Oliveira e Lenita Plonczynski, Marília Pêra em "Adorável Júlia" (1983), de Somerset Maugham e Marc-Gilbert Sauvajon.

Em 1980, recebeu o Prêmio Mambembe de melhor autor com "Assunto de Família". Com direção de Paulo José, a montagem teve no elenco Fernanda Montenegro e Fernando Torres. O texto procurava fazer uma radiografia da alma pequeno-burguesa no cotidiano de uma família tradicional no início dos anos 1950, exemplar da mentalidade de uma classe social que decidiu em vários momentos os rumos da história brasileira. O crítico Yan Michalski analisou a peça, sequenciando pequenos e banais acontecimentos familiares:
"Essa pequenez dos episódios causa certa sensação de saturação [...]. Ao mesmo tempo, porém, é na manipulação dessa pequenez que reside uma das qualidades da obra. Com muita sensibilidade, Domingos transforma cada um desses inócuos incidentes do passado num autêntico mini-drama, que machuca surdamente os seus protagonistas. Mas, simultaneamente, cada draminha comporta a semente de uma mini-comédia. Com um espírito bem tchekhoviano, o autor mistura extrema simpatia pelas suas personagens com uma exposição bem-humorada dos seus ridículos."
Em 1983, Domingos de Oliveira escreveu o policial "No Brilho da Gota de Sangue", com o qual ganhou os prêmios de direção e cenografia, com Juarez Puig), com desempenhos elogiados dos atores, entre eles Carlos Vereza, Francisco Milani e Clemente Viscaíno.


Segundo o crítico Macksen Luiz, o maior mérito da encenação é o cuidado com o acabamento:
"Há cuidados que chegam a ser comoventes, como um personagem manuseando um exemplar de 'O Correio da Manhã' ou o luto usado na lapela do delegado pela morte da esposa [...]. E esses cuidados se transferem para o trabalho dos atores [...]"
Domingos de Oliveira recebeu o Prêmio Molière de direção pelo conjunto de trabalhos - "Conversas Íntimas", "Escola de Mulheres" e "Irresistível Aventura" - realizados em 1984.

Em "Irresistível Aventura"Domingos de Oliveira reuniu quatro peças curtas - de Federico García Lorca, Artur Azevedo, Tennessee Williams e Anton Tchekhov - e, tendo Dina Sfat e José Mayer como atores centrais, conseguiu, na opinião do crítico Macksen Luiz, "manter aguçados os sentimentos e a inteligência para criar o verdadeiro jogo teatral".

Em 1985, Domingos de Oliveira dirigiu o texto de um autor estreante, "A Fonte da Eterna Juventude", de Tiago Santiago, e "Do Amor", nova coletânea de textos.


Em 1992, lançou "Confissões de Adolescente", espetáculo que foi sucesso de bilheteria e propôs um formato que o inspirava a escrever e dirigir, no ano seguinte, "Confissões das Mulheres de 30".

Na segunda metade da década de 1990, assumiu a direção do Teatro Planetário, onde realizou seus espetáculos até 2000. Ali escreveu, dirigiu, interpretou e organizou eventos. É dessa fase a sequência de cabarés filosóficos, em que misturava música, humor e crítica em espetáculos de diálogo direto com o público.

Domingos de Oliveira teve, durante anos, programas no Canal Brasil, que denominou de jornalismo autoral: "Todas as Mulheres do Mundo", "Todos os Homens do Mundo", "Swing", sempre em parceria com sua companheira, Priscilla Rozenbaum.

Domingos de Oliveira é pai da atriz e escritora Maria Mariana, a caçula da família. Foi casado também com Nazaré Ohana, mãe da atriz Claudia Ohana.

Morte

Domingos de Oliveira faleceu no sábado, 23/03/2019, aos 82 anos, no Rio de Janeiro, RJ. Ele estava em sua casa, no bairro do Leblon. Segundo familiares, ele sentiu falta de ar. Uma ambulância foi acionada, mas não chegou a tempo. Ele passou mal por volta das 14h00 e não resistiu.

Domingos de Oliveira foi diagnosticado com Mal de Parkinson há anos. O velório e o sepultamento ocorreram no próprio sábado, 23/03/2019, no Planetário da Gávea, no Rio de Janeiro, RJ.

Carreira Cinema

Como Diretor

  • 2017 - Os 8 Magníficos
  • 2016 - Barata Ribeiro, 716
  • 2014 - Infância
  • 2012 - Paixão e Acaso
  • 2012 - Primeiro Dia De Um Ano Qualquer
  • 2008 - Todo Mundo Tem Problemas Sexuais
  • 2008 - Juventude
  • 2006 - Carreiras
  • 2005 - Feminices
  • 2002 - Separações
  • 1997 - Amores
  • 1978 - Vida, Vida
  • 1977 - Teu Tua
  • 1973 - Deliciosas Traições do Amor
  • 1971 - A Culpa
  • 1970 - É Simonal
  • 1969 - As Duas Faces da Moeda
  • 1967 - Edu, Coração de Ouro
  • 1966 - Todas as Mulheres do Mundo

Como Roteirista

  • 2016 - Barata Ribeiro, 716
  • 2014 - Infância
  • 2012 - Primeiro Dia De Um Ano Qualquer
  • 2008 - Era Uma Vez...
  • 2008 - Todo Mundo Tem Problemas Sexuais
  • 2008 - Juventude
  • 2005 - Dois Filhos de Francisco
  • 2006 - Carreiras
  • 2005 - Feminices
  • 2002 - Separações
  • 1997 - Amores
  • 1975 - As Deliciosas Traições do Amor (Segmentos "Os Divinos Sons da Música do Prazer" e "O Olhar")
  • 1971 - A Culpa
  • 1970 - É Simonal
  • 1969 - As Duas Faces da Moeda
  • 1967 - Edu, Coração de Ouro
  • 1966 - Todas as Mulheres do Mundo
  • 1962 - Cinco Vezes Favela (Segmento "Couro de Gato")

Como Ator

  • 2008 - Juventude
  • 2006 - Carreiras
  • 2005 - Feminices
  • 2002 - Separações
  • 2004 - Redentor
  • 1997 - Amores
  • 1975 - Os Maniacos Eróticos
  • 1973 - Deliciosas Traições do Amor
  • 1972 - Sambizanga

Carreira Televisão

Como Diretor

  • 1994-1996 - Confissões de Adolescente (TV Cultura)

Como Roteirista

  • 2011 - Os Anjos do Sexo (Bandeirantes)
  • 2007 - Confissões de Mulheres de 30 (TVI)
  • 1994 - 74.5 Uma Onda no Ar (Manchete)
  • 1993 - Contos de Verão (TV Globo)
  • 1981 - Amizade Colorida (Episódio: 'Das Dificuldades de Ser Homem', TV Globo)
  • 1979 - Vestido de Noiva (TV Globo)
  • 1978 - Ciranda, Cirandinha (TV Globo)
  • 1977 - A Ordem Natural das Coisas (TV Globo)
  • 1973 - O Duelo (TV Globo)
  • 1972 - Somos Todos do Jardim de Infância (TV Globo)
  • 1972 - O Médico e o Monstro (TV Globo)
  • 1965 - 22-2000 Cidade Aberta (TV Globo)

Como Ator

  • 2006 - JK ... Jayme Ovalle
  • 1992 - As Noivas de Copacabana ... Indalécio Piolho
  • 1987 - Helena

Fonte: Wikipédia e Enciclopedia Itaú Cultural e Veja Abril
Indicação: Miguel Sampaio e Neyde Almeida
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