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Miss Biá

EDUARDO ALBARELLA
(81 anos)
Estilista, Maquiador, Ator Transformista e Drag Queen

☼ São Paulo, SP (1939)
┼ São Paulo, SP (03/06/2020)

Eduardo Albarella, conhecido artisticamente como Miss Biá, foi estilista, maquiador, ator transformista e uma das Drag Queens pioneiras no Brasil, com cerca de 60 anos de carreira, nascido em São Paulo, SP, no ano de 1939.

No início dos anos 60, Eduardo Albarella, office boy, na época com 21 anos, ficou surpreso com todo o glamour visto ao assistir um show de dançarinas, entre elas a travesti Geórgia, num show de cabaré da noite paulistana. A partir daquele momento, decidiu que o palco seria seu lugar e com ajuda de uma amiga, conseguiu roupas, perucas e jóias para construir seu alter-ego inspirador: a Biá. O nome já era seu apelido devido a música "Biá Tá Tá", cantada pela Carmen Miranda, e o miss é incorporado futuramente, após ser anunciada como "Miss".

Suas apresentações começam em casas de espetáculo, tendo sido convidada pela boate La Vie En Rose para sua primeira apresentação cantando a música "Diz Que Fui Por Aí" (Zé Keti e Hortêncio Rocha), interpretada pela cantora Nara Leão. No final da noite, foi escolhida a melhor e daí começou a fazer outros trabalhos. Essa foi a primeira vez que ocorreu um show só com travestis e o acontecimento parou o trânsito da capital paulistana, pois muitos ficaram curiosos com o espetáculo.


Com o interesse de alguns artistas e intelectuais, os shows, com muito brilho, orquestra e performances super produzidas, ganham espaço em boates e começam a surgir as primeiras boates LGBT's. As casas exibiam espetáculos de interpretações das divas clássicas, como Diana Ross, Gina Lollobrigida, Judy Garland e, a preferida da Biá, a Liza Minelli. Porém, como fazer isso durante o regime militar (1964-1985), quando um homem (biológico) poderia ser preso por não estar portando trajes destinados ao gênero masculino?

Assim como os homens e mulheres transexuais e travestis, os artistas transformistas eram perseguidos e assediados pelos repressores do Estado. Eram comuns as abordagens policiais e prisões por "Atentado Violento ao Pudor", acusados de prostituição se vistos dentro da personagem, quando transitavam de uma casa de show à outra.

Miss Biá conta que não tinha como sair montada pelas ruas, no máximo conseguiria usar maquiagem, disfarçada por estar "vestido de hominho". Em entrevista para Globo, relembra que "Tinha um delegado que era o tormento de todo gay, ele vinha aqui… e uma vez levou quase 600 presas!", se referindo ao delegado José Wilson Richetti, responsável por coordenar operações de "limpeza" em São Paulo.


O trabalho era difícil e as perseguições muitas. Miss Biá conta que nunca foi visto pela família, tendo que viver uma vida-dupla: de dia, jogava futebol com seus amigos e trabalhava nos escritórios. A noite, perdia sua timidez e medos encarnando a glamurosa Miss Biá, que só seria conhecida pela família mais de 50 anos depois, como contou Miss Biá em entrevista para o Museu da Diversidade Sexual.

Com o aumento da censura dos "Tempos de Chumbo", Eduardo Albarella pausou suas apresentações em seu alter-ego transformista e passou a se apresentar como dançarino junto à vedetes. Depois de anos de repressão acirrada, os show voltaram a acontecer mais livremente e Eduardo Albarella se torna um grande maquiador e estilista, conhecido pelas celebridades que entrevistava nos seus shows, interpretando uma sátira à apresentadora Hebe Camargo, para quem trabalhou como estilista por anos, chegando a ser premiado e ter seu vestido catalogado no Museu de Arte de São Paulo.

Falar da trajetória da Miss Biá é falar de muitas casas noturnas, como a Corinto, Medieval e a NostroMondo. Nessas boates, a grande Miss Biá levou alegria e inspiração por meio da sua arte e carisma para milhares de pessoas por diversas gerações nos mais de 60 anos de carreira.

Em cada uma das diversas casas que surgiram, os LGBT+ e artistas da noite podiam sentir um gosto de liberdade e aceitação, um sentimento de irmandade os uniam onde apoio e resistência andavam juntos frente à um país dominado pela repressão e preconceito.

Miss Biá, Por Ela Mesma

Meu nome é Eduardo Albarella, mas sou mais conhecido como Miss Biá, primeira e única. Nasci - e moro até hoje - em São Paulo, em uma família de classe média alta.

Meu pai morreu aos 27 anos, vítima de nefrite aguda. Eu estava com apenas 2 anos, não tive a oportunidade de chamá-lo de papai.

Estou na vida há 79 anos e na noite há 58. Passei pela ditadura, tive muitas rejeições, mas sempre me dei muito bem, graças a Deus, porque bonequinha nova e bonita sempre consegue abrir portas.

Na infância, fui um menininho comum: não tirava a sobrancelha, não tinha trejeitos, era natural. Minha família nunca retrucou minha maneira de viver. Quando adolescente, não imaginava que faria palco, nunca tive vontade de trabalhar em boate. Mudei de ideia quando fui a um cabaré, o Avenida, na Avenida Duque de Caxias, no centro de São Paulo, e vi um homem montado pela primeira vez. Fiquei encantada e pensei: "Nossa, que beleza, eu também quero!".


Estava com duas amigas "mulheres-veados". Assim que elas souberam, garantiram que me emprestariam tudo: peruca, roupa, jóias e até um anel de esmeralda, divino. Topei o desafio e falei com o pessoal da boate. Mesmo duvidando de minha coragem, me aceitaram. De peruca castanha, com mechas, penteada por Silvinho, o cabeleireiro das estrelas, cantei "Diz Que Fui Por Aí" (Zé Keti e Hortêncio Rocha). Na época, ou cantava ou não trabalhava. Essa história de dublar veio muito tempo depois.

Minha primeira apresentação foi um sucesso e me rendeu um contrato para o primeiro show de transformistas de São Paulo, na boate La Vie en Rose. Na época não existia boate gay. Trabalhei muitos anos em boates héteros. E, como não havia nada parecido, repercutiu muito e só não continuou com força porque a ditadura interrompeu.

Ser um ator transformista em tempos de censura era difícil. Não podíamos sair na rua de peruca, pois éramos taxadas de prostitutas. Tínhamos de ir com a peruca na mão às boates e só nos "transformávamos" lá dentro. Se a polícia encrencasse com alguma de nós, levava à prisão, e lá ficávamos por dias, sem justificativa. Tive a sorte de nunca ter passado por isso, mas muitos amigos passaram. Na época, nossos espetáculos eram submetidos à censura. Se não gostassem, não havia show. Para driblá-la, me apresentei por um tempo de "menino" com uma porção de artistas, como Wilza Carla e Sônia Mamede.

Morte

Eduardo Albarella faleceu na manhã de quarta-feira, 03 /06/2020, aos 81 anos, em São Paulo, SP, vítima de Covid-19. Estava internado há cerca de dez dias por causa da Covid-19.

A Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo emitiu uma nota de pesar:
"Miss, Biá, persona de Eduardo Albarella de 80 anos, começou na arte do transformismo no início da década de 60 e não parou mais. Arte, irreverência e bom humor. Estamos em luto. A saudade estará sempre presente!"

Rui Spohr

FLÁVIO SPOHR
(89 anos)
Estilista

☼ Novo Hamburgo, RS (23/11/1929)
┼ Porto Alegre, RS (30/04/2019)

Rui Spohr, pseudônimo de Flávio Spohr, foi um estilista nascido em Novo Hamburgo, RS, no dia 23/11/1929.

Rui Spohr foi o primeiro estilista gaúcho a estudar moda em Paris, primeiramente na Chambre Syndicale de la Couture Parisienne, e posteriormente na École Guerre Lavigne, atual ESMOD.

De família tradicional, Flavio Spohr, posteriormente assumiu o pseudônimo Rui Spohr, foi criado dentro de padrões germânicos, pelos seus pais Albino Alfredo Spohr, empresário do polo calçadista, e Maria Hortência Hennemann Spohr, dona de casa. Irmão de José Gastão, Dulce Maria e Fredo Luiz, Rui nasceu fadado a ser padre ou militar, de acordo com os costumes da época. Com uma mente criativa e inconformada, ele acreditava que tivesse nascido cedo demais no século XX e no lugar errado.

Em 1943, aos 14 anos, Flávio Spohr começa a trabalhar na fábrica de calçados do pai.

Em 1948, Flávio Spohr cria o pseudônimo Rui ao assinar uma coluna sobre moda para o jornal semanal NH, de Novo Hamburgo.

Em 1949, Flávio muda-se para a capital do Estado, Porto Alegre, a fim de estudar Belas Artes na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e trabalhar no Citybank. Ainda em 1949 realiza seu primeiro desfile de moda com suas criações, em Novo Hamburgo, que ganhou destaque na Revista Globo, com suas próprias criações.


Em 1951, começou a trabalhar com a costureira Elaine CaldasRui é o desenhista da casa.

Em 1952, foi de navio para a França para estudar moda em Paris, sem ter fluência no idioma local, apenas com um nome e endereço de uma pessoa que o ajudaria e a referência dos seus familiares por parte de mãe na Alemanha. Nesse período, foi contemporâneo de nomes como Karl Lagerfeld e Yves Saint LaurentComeçou seu curso na Chambre Syndicale de La Couture Parisienne e posteriormente na École Guerre Lavigne (atual ESMOD) em Paris.

Em seu primeiro Natal longe de casa viajou até o vale do rio Mosela, afluente do Reno na Alemanha, a fim de encontrar seus parentes da família Treis - donos de vinhedos que passam de pai para filho desde 1602. Além de estreitar os laços com seus parentes alemães, Rui aprendeu in loco tudo o que sabia sobre vinho.

Em 1953, ainda em Paris, trabalhou como estagiário do chapeleiro Jean Barthet, que atendia as grandes grifes da capital francesa, além de criar para atrizes Josephine Baker, Catherine Deneuve, Sofia Loren, Brigitte Bardot, entre outras.

No ano de 1955, retornou ao Brasil, abriu seu primeiro ateliê especializado em chapéus e começou a assinar uma página dominical sobre moda no jornal A Hora, importante diário que originou o jornal Zero Hora. Ainda em 1955, apresentou suas criações em chapéus no Cotillon Club em Porto Alegre.


Três anos mais tarde, em 1958, passou a confeccionar roupas femininas em seu ateliê e realizou seu primeiro desfile de alta-costura, dentro do próprio ateliê, na Rua Pinto Bandeira, para clientes e mídia da local.

Em 04/02/1960, já em Porto Alegre, casou-se com Dóris Uhr Spohr, que primeiramente trabalhou como sua auxiliar no ateliê.

Em 1961, vestiu Bibi Ferreira (guarda-roupa particular) enquanto a atriz e cantora estava em cartaz no musical "My Fair Lady" no Theatro São Pedro, em Porto Alegre.

Em 1962, entrou para o "Time da Rhodia", grupo que reunia grandes nomes da moda no Brasil criando modelos que seriam produzidos com os tecidos que utilizavam os fios da empresa. Estas criações estrearam em um grande desfile na Feira Nacional da Indústria Têxtil (FENIT) e depois, viajaram ao exterior, para participar de desfiles e sessões de fotos das coleções a fim de divulgar a moda brasileira.

Em 1963, com o nascimento de Maria Paula Spohr, Rui tornou-se pai e em 1985 avô de Antônia Spohr Moro.

Em 1964, ganhou um editorial na revista Manchete, intitulado "Moda Gaúcha"


No ano de 1968, já consagrado como costureiro, criou o vestido de noiva para a brasileira Ieda Maria Vargas, Miss Universo 1963.

Em 1970 inaugurou sua Maison na Rua Miguel Tostes, em Porto Alegre, RS.

Em 1971, durante o governo do presidente da República Emílio Garrastazu Médici, Rui Spohr é o responsável pelos trajes da primeira-dama, Srª Scyla MédiciVeste oficialmente também a primeira-dama do Rio Grande do Sul, Srª. Ecléa Fernandes Guazzelli.

Em 1974, inaugura Confecções RD Ltda. Prêt-à-Porter para Rui Boutique.

Em 1986 criou os uniformes femininos da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, a polícia militar gaúcha, que são os mesmos usados até hoje.

No ano de 1988 começou a lecionar no curso de Estilismo do Calçado na Universidade Feevale (Federação de Estabelecimentos de Ensino Superior) em Novo Hamburgo. Foi professor da cadeira Teoria dos Estilos. Permaneceu na instituição de ensino por oito anos.

Em 1989 criou o vestido de noiva para a modelo Deise Nunes, Miss Brasil 1986 e primeira mulher negra a receber o título de beleza no país.

Em 1995, o atelier Rui Spohr comemora 40 anos de atividades em moda. A etiqueta Rui e o Escritório de Arte Alto da Bronze realizam a exposição "Rui, Estilo em Fotos" reunindo trabalhos de diversos fotógrafos.


Em 1997 lançou sua biografia, "Memórias Alinhavadas", escrita em conjunto com a jornalista Beatriz Viegas-Farias.

Em 2000, participou da mostra "500 Anos de Design Brasileiro" na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Rui Spohr participou com dois vestidos em modelos geométricos retratando a década de 70, sendo o único estilista gaúcho a participar da exposição.

Entre 2004 e 2005 o Senac apresentou a mostra "Estilistas Brasileiros - Uma História de Moda", que "retrata a carreira de 34 grandes criadores da moda brasileira".

Em 2011 um vestido de sua autoria integrou a exposição "Moda no Brasil: Criadores Contemporâneos e Memórias", apresentada no Museu de Arte Brasileira em São Paulo, mantido pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).

Em 2015 foi lançada a coleção Cápsula Croquis, com uma variedade de lenços e camisetas estampadas pelos croquis do estilista. Destinado a um público jovem, essa coletânea incluiu um vídeo teaser com as novidades e com peças históricas do acervo da Maison. No mesmo ano, o livro "Moda e Estilo Para Colorir" foi criado, composto por 20 lâminas com desenhos icônicos de Rui Spohr para pintar.


Em matéria no jornal Zero Hora, Rui Spohr foi chamado de "O mais emblemático estilista do Sul. [...] Difícil haver em Porto Alegre alguém verdadeiramente interessado em moda que desconheça a trajetória de seu maior estilista".

Em 2017, entrou para a Academia Brasileira de Moda, em cerimônia no Rio de Janeiro.

Em 2018, encerrou as atividades comerciais da loja Rui Spohr.

Seu trabalho já é estudado academicamente como uma referência, e participou de mostras de abrangência nacional, como a 500 Anos de Design Brasileiro (2000), na Pinacoteca do Estado de São Paulo, contribuindo com dois vestidos em modelos geométricos retratando a década de 70, sendo o único estilista gaúcho a participar da exposição.

Por muitos anos seu estilo ditou a moda porto-alegrense, e Renata Fratton Noronha, em artigo apresentado no 4º Encontro Nacional de Pesquisa Em Moda, relata o prestígio que adquiriu:
"Formou-se então junto ao público uma frase que marcou e que as pessoas repetiam: 'O Rui disse'. Querendo afirmar que com isso se 'Rui disse' não se discute. Outra expressão que ficou famosa, ainda naquela época: 'Rui é Rui'. Se uma pessoa admirasse uma roupa e a elogiasse para a dona, perguntando quem tinha feito ou onde ela havia comprado traje tão bonito, se a resposta fosse 'Rui', o comentário logo se seguia: 'Ah, bom! Rui é Rui'".
Morte

Rui Spohr faleceu na terça-feira, 30/04/2019, aos 89 anos Porto Alegre, RS. Ele estava internado desde a quarta-feira, 24/04/2019, no Hospital Mãe de Deus, debilitado pelo Mal de Parkinson e não resistiu a uma brônquio pneumonia.

O velório foi realizado no Theatro São Pedro, em cerimônia aberta ao público, das 12h30 às 17h00. A cerimônia de cremação foi reservada à família.

Livros

  • 1997 - Memórias Alinhavadas
  • 2015 - Moda & Estilo Para Colorir

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #RuiSpohr

Aparício Basílio

APARÍCIO ANTÔNIO BASÍLIO DA SILVA
(56 anos)
Empresário, Escultor e Estilista

☼ Itajaí, SC (Novembro de 1936)
┼ São Paulo, SP (19/10/1992)

Aparício Antonio Basílio da Silva foi um empresário brasileiro nascido em Itajaí, SC, em novembro de 1936.

Aparício Basílio veio com a família para São Paulo ainda criança, de Itajaí, SC. Nos anos 50, estudou pintura, mas desistiu da carreira quando viu artistas como Di Cavalcanti e Aldemir Martins passando dificuldades financeiras.

Mais tarde, cercou-se de obras de arte, colecionando telas de Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Carlos Prado e outros. Tornou-se comerciante, industrial e, em 1981, inaugurou uma exposição de 23 esculturas e 78 múltiplos (esculturas reproduzidas mais de uma vez) numa galeria de New York.

Escultor, estilista, ex-presidente do Museu de Arte Moderna de São Paulo e empresário de sucesso, tendo sido responsável pela criação da linha de perfumes Rastro, a segunda perfumaria nacional, logo depois da Phebo. Aparício Basílio era frequentador assíduo da alta sociedade paulista, sua vaidade se refletia na vestimenta, possuindo mais de 200 camisas, 240 pares de meia e 60 pares de sapato. Era capaz de reunir em poucos minutos um dos grupos mais animados da cidade para uma festa e contar histórias que deixavam indiferentemente bem ou mal as mais conhecidas figuras do país.


Em 1978, ele fez uma incursão no campo teatral, tornando-se produtor da peça "Chuva", de Somerset Maugham, protagonizada por Consuelo Leandro, Sergio Mambert e Raul Cortez, no Teatro Anchieta, em São Paulo. Ouviu críticas da classe teatral que o recebeu como um intruso no meio.

Sua perfumaria nasceu no fundo de um quintal de uma loja de presentes com o mesmo nome, Rastro, na Rua Augusta, em 1956, que veio a ser a primeira butique da cidade. Ali, em sociedade com uma amiga, ele começou vendendo praticamente tudo na área de roupas e adereços, e acabou desenhando moda para as clientes.

Em 1960, com o irmão João Carlos, químico, começou a fazer a colônia Rastro. O sucesso foi imediato. Depois de algum tempo, a colônia, num conjunto que também compunha sabonete e desodorante, tornou-se um negócio mais importante do que a loja que lhe dera origem, colocando-se bem num mercado altamente competitivo.

Em 1978, quando vigorava o autoritarismo, uma campanha publicitária lançada para promover o perfume Rastro, aconselhava sugestivamente para todos os contatos irresistíveis de primeiro, segundo, terceiro ou qualquer grau. Emoldurando a peça, três fotografias eram apresentadas: a de um elegante casal, a de uma cena de carícia entre duas mulheres e a de um jovem e um homem de meia-idade posando juntos.


Um dos mais bem sucedidos Self Made Man do país, Aparício Basílio comercializava também louças sob a marca Faiança, tecidos sob a marca Trama, bijuterias finas com pedras brasileiras e sachês, tudo encomendado a terceiros.

Escreveu também um livro em inglês "A Romantic Is Born" e outro em francês "Moi Tout Nu Ou Presque Nu". Em 1989 escreveu o livro de crônicas "Escritos Visantes".

Muito antes das celebridades tomarem conta das badalações, das revistas especializadas e dos programas de TV, Aparício Basílio já se comportava como uma celebridade. Ia a tantos eventos da noite paulistana que tinha até um lema: "O segredo é surgir, sorrir e sumir!".

Ele reinou por mais de três décadas, do início dos anos 1960 até 1992, quando teve uma morte trágica, aos 56 anos em 19/10/1992.

Morte

Aparício Basílio foi brutalmente assassinado com 97 perfurações, a maioria no peito, rosto e pescoço, provocadas por uma tesoura, no dia 19/10/1992, aos 56 anos, no bairro de Riacho Grande, em São Bernardo do Campo, SP, região do ABCD.

Na noite fatídica, Aparício Basílio, havia conhecido um rapaz chamado Arlindo na boate Rave Dinner Club, na Rua Bela Cintra, uma das únicas boates gays da cidade naquela época, sem imaginar que ele era um criminoso à espreita de uma vítima. Na saída, esse bandido e um casal de comparsas entraram com Aparício Basílio em seu Fiat Tempra. Eles mataram o empresário e roubaram o seu carro. O corpo foi encontrado em uma vala à beira de uma represa.

Segundo a polícia, é provável que a vítima tenha reagido à tentativa de roubo, como mostrou uma reportagem da revista na época. Os assaltantes foram condenados por latrocínio. Cada um deles ficou 11 anos na cadeia.

A Condenação dos Assassinos

Os assassinos do empresário Aparício Antonio Basílio da Silva foram condenados no dia 23/05/1994 a penas que variaram de 27 a 29 anos e meio de reclusão em regime fechado.

A sentença foi dada pela juíza Sandra Regina Nostre Marques, da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.

Os assassinos foram Arlindo Cajazeira de Carvalho, 21 anos, Alexandre Santamaria Mendes, 22 anos, e Kátia Valéria Moretto Mello, 23 anos.

Arlindo Cajazeira de Carvalho foi condenado a 29 anos e seis meses de reclusão e seus cúmplices a 27 anos.

A juíza baseou-se na Lei dos Crimes Hediondos, que torna mais grave as penas e retira benefícios para quem comete os seguintes delitos: tráfico de drogas, estupro, atentando violento ao pudor, sequestro e latrocínio (roubo seguido de morte).

Na sentença, a juíza negou a possibilidade de os condenados apelarem em liberdade.

Com base na lei, as penas deverão ser cumpridas em presídio (regime fechado). Os condenados não poderão gozar de benefícios como liberdade condicional ou prisão agrícola.

Fonte: Wikipédia e Grisalhos  e Folha de S.Paulo
#FamososQuePartiram #AparicioBasilio

Di Paula

DI PAULA
(72 anos)
Estilista e Apresentador de TV

* (1942)
+ Salvador, BA (11/02/2014)

Di Paula começou a atuar na moda baiana no final da década de 1970 e se destacou com figurinos para o carnaval. Marcou época na moda e na cultura baiana onde teve destacada atuação no final da década de 70 e nos anos 80. O estilista já elaborou figurinos de concursos de miss e fantasias de luxo para os bailes carnavalescos.

Durante muitos anos, assinou coluna em jornal impresso e comandou um programa de televisão. Di Paula havia deixado de fazer desfiles e de criar coleções, mas ainda desenhava roupas para blocos de carnaval, como as "As Muquiranas".

Morte

Di Paula estava internado desde o dia 29/12/2013 após sofrer uma crise de soluço, dores no estômago e vômitos constantes, mas seu estado de saúde se agravou e ele entrou em coma no dia 19/01/2014. Internado, os médicos realizaram diversos exames, mas a causa do problema de saúde do estilista ainda permanência desconhecida.

Di Paula morreu na terça-feira, 11/02/2014, por volta de 05:30 hs, em Salvador, BA. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas, no Canela, desde dezembro de 2013, depois de sofrer um ataque cardíaco. Di Paula tinha 72 anos.

O bloco de travestidos "As Muquiranas", em nota, lamentou a morte do estilista baiano, que atuou por mais de 20 anos na entidade carnavalesca.

Bloco as Muquiranas em 2013 travestidos de Afrodite, fantasia criada por Di Paula.

"Durante esse período, Di Paula criou fantasias que para sempre ficarão na memória do folião e na história do grupo carnavalesco. Baiana (1991), She-Ha (2009), Gueixa (2011), Afrodite (2013) e Mosqueteiras (2014), a última criação do estilista para o bloco, foram alguns dos temas que encantaram pela beleza e graciosidade das fantasias. Hoje, é um dia de tristeza, para os familiares, amigos e admiradores do estilista, e também para a equipe "As Muquiranas" que perde um grande amigo e parceiro de longas datas. Mais do que criar fantasias, Di Paula sabia e sentia a essência das Muquiranas e sua trajetória para sempre ficará marcada na história do nosso bloco".

Fonte: Globo e A Tarde
Indicação: Fadinha Veras

Zuzu Angel

ZULEIKA ANGEL JONES
(54 anos)
Estilista

* Curvelo, MG (05/06/1921)
+ Rio de Janeiro, RJ (14/04/1976)

Zuleika de Souza Neto (nome de solteira), conhecida como Zuzu Angel, foi uma estilista brasileira, mãe do militante político Stuart Edgard Angel Jones e da jornalista Hildegard Angel.

Nascida no interior de Minas Gerais, mudou-se quando criança para Belo Horizonte, onde começou a costurar e criar modelos, fazendo roupas para as primas, mudando-se depois para Salvador, BA, onde passou a juventude. A cultura e cores desse estado influenciaram significativamente o estilo das suas criações. Pioneira na moda brasileira, fez sucesso com seu estilo em todo o mundo, principalmente nos Estados Unidos.

Em 1947, foi morar no Rio de Janeiro e nos anos 50 iniciou seu trabalho como costureira, quando fazia roupas principalmente para alguns familiares próximos. No princípio dos anos 70, após muitos anos de costura e ganhando um dinheiro que teve que juntar a vida toda abriu uma loja de roupas em Ipanema.

Seu estilo misturava renda, seda, fitas e chitas com temas regionais e do folclore, com estampados de pássaros, borboletas e papagaios. Zuzu também trouxe para a moda as pedras brasileiras, fragmentos de bambu, de madeira e conchas.

Trabalhando muito, com o tempo fez algumas amizades importantes no bairro e através de ajudas de pessoas ricas e bem intencionadas que reconheciam seu trabalho teve a oportunidade de expandir seus negócios e começou a realizar desfiles de moda nos Estados Unidos. Nestes desfiles, sempre abordou a alegria e riqueza de cores da cultura brasileira, fazendo sucesso no universo da moda daquela época. Suas roupas eram bem costuradas e muito coloridas, pois ela passou a, além de costurar, desenhar e pintar suas roupas. O anjo, de seu sobrenome, passou a ser uma das marcas registradas de suas criações.

Nessa época de desfiles no exterior, Zuzu conheceu o americano Norman Jones, com quem iniciou um relacionamento. Após alguns anos juntos, voltaram para o Rio de Janeiro e se casaram, mudando-se depois para Salvador, onde ela morou muitos anos. Lá, Zuzu engravidou e deu à luz seu filho, chamado Stuart Edgard Angel Jones.

Confronto Com a Ditadura

Na virada dos anos 60 para os anos 70, Stuart, filho de Zuzu e então estudante de economia, passou a integrar as organizações clandestinas que combatiam a Ditadura Militar instalada no país desde 1964, filiando-se ao MR-8, grupo guerrilheiro do Rio de Janeiro. Preso em 14 de abril de 1971, Stuart foi torturado e morto pelo Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (CISA) no Aeroporto do Galeão e dado como desaparecido pelas autoridades.

A partir daí, a apolítica Zuzu entraria em uma guerra contra o regime pela recuperação do corpo de seu filho, envolvendo até os Estados Unidos, país de seu ex-marido e pai de Stuart. Como estilista, ela criou uma coleção estampada com manchas vermelhas, pássaros engaiolados e motivos bélicos. O anjo, ferido e amordaçado em suas estampas, tornou-se também o símbolo do filho. Zuzu chegou a realizar, também em Nova York, um desfile-protesto, realizado no consulado do Brasil na cidade.

Usando de sua relativa notoriedade internacional, ela envolveu celebridades de Hollywood que eram suas clientes, como Joan Crawford, Liza Minelli e Kim Novak, em sua causa, e durante a visita de Henry Kissinger, então secretário de estado norte-americano, ao Brasil, chegou a furar a segurança para entregar-lhe um dossiê com os fatos sobre a morte do filho, também portador da cidadania americana.

Foram anos em busca do corpo do filho, sem poder dar-lhe um enterro, pois o corpo de Stuart nunca foi encontrado e consta como desaparecido político brasileiro.

Morte

A busca de Zuzu pelas explicações, pelos culpados e pelo corpo do filho só terminou com sua morte, ocorrida na madrugada de 14 de abril de 1976, num acidente de carro na Estrada da Gávea, à saída do Túnel Dois Irmãos, RJ, hoje batizado com seu nome, em circunstâncias até hoje mal esclarecidas.

O carro dirigido por ela, um Karmann Ghia, derrapou na saída do túnel e saiu da pista, chocou-se contra a mureta de proteção, capotando e caindo na estrada abaixo, matando-a instantaneamente. Uma semana antes do acidente, Zuzu deixara na casa de Chico Buarque de Hollanda um documento que deveria ser publicado caso algo lhe acontecesse, em que escreveu:

"Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho"

Na Cultura Popular

Depois de sua morte, Zuzu foi homenageada em livros, música e filme. O mesmo Chico Buarque compôs, sobre melodia de Miltinho (MPB4), a música Angélica, em 1977, em homenagem à estilista.

Em 1988, o escritor José Louzeiro escreveu o romance Em Carne Viva, com personagens e situações que lembram o drama de Zuzu Angel.

Em 2006, o cineasta Sérgio Rezende dirigiu Zuzu Angel, filme que retrata a vida da estilista, protagonizada por Patrícia Pillar e com Daniel de Oliveira, Luana Piovani, Paulo Betti, Juca de Oliveira e Elke Maravilha, entre outros, no elenco.

Em 1993, a filha de Zuzu, a jornalista Hildegard Angel, criou o Instituto Zuzu Angel de Moda do Rio de Janeiro, em memória da mãe.

Citações
  • Eu sou a moda brasileira.
  • Eu não tenho coragem, coragem tinha meu filho. Eu tenho legitimidade.

Fonte: Wikipédia

David Azulay

DAVID AZULAY
(56 anos)
Empresário e Estilista

* Belém, PA (1953)
+ Visconde de Mauá, RJ (09/02/2009)

Azulay, foi um dos pioneiros e principais divulgadores da moda praia do município do Rio de Janeiro, com destaque para o biquíni de lacinho. Criador do sungão e do sunkini, David era irmão de Simão Azulay, também do ramo da moda, falecido em 1988.

O estilista desenhou o primeiro biquíni no ano de 1972, para uma namorada. Fabricado de jeans, de dimensões pequenas, tornou-se muito popular nas praias cariocas. Depois Rose di Primo tornou-se garota propaganda da grife do estilista, espalhando a marca pelo litoral do país. Funda a Blue Man especializada em moda praia. A partir de 1979, estampas tropicais ganharam a Europa.

Morreu aos 56 anos, em sua casa em Visconde de Mauá, interior do Rio de Janeiro, segundo comunicado oficial da assessoria de imprensa. A causa da morte não foi divulgada.

Fonte: Wikipédia e www1.folha.uol.com.br

Ney Galvão

NEY GALVÃO
(39 anos)
Estilista e Apresentador de TV

* Itabuna, BA (11/01/1952)
+ São Paulo, SP (15/09/1991)

Em janeiro de 1974, surgia na Bahia um estilista que, em poucos meses, se revelaria um dos grandes profissionais da alta costura. Criando um estilo bem pessoal, Ney Galvão conquistou, de imediato, a preferência da mulher baiana na arte do bem vestir.

Nascido em Itabuna, em 1952, caçula de sete irmãos, mescla de índio e português. Ney Galvão, que sonhava ser médico psiquiatra, formou-se em Belas Artes na UFBA e jamais podia imaginar que o destino reservava outro caminho.

O interesse por moda surgiu como conseqüência do fascínio exercido por ela nos anos 60, quando as quatro irmãs se arrumavam a qualquer hora do dia para sair. Então ele dava palpites, interferindo sempre nas roupas.

Aos poucos, era visto como um personagem exótico – pintava o rosto com teia de aranha, usava macacões dourados, sandália havaiana (que foi feita para mulheres), amarrava um bolso e um cós na calça Lee (customização): o seu pulsar criativo interferia na sua própria maneira de apresentar-se ao mundo.

Já em Salvador, nos anos 70, começou a trabalhar com artesanato, o que aprimoria ainda mais o seu fazer artístico. Desde então, começou a costurar para sua amiga Fátima Costa Teixeira, e ela foi ficando com fama de ser "louca" e bem vestida. No corpo desnudo da modelo e amiga, Ney iniciava seu trabalho com tecidos, criava a escultura da roupa (moulage) e, aos poucos, iam surgindo os frutos do seu talento.

Focado na mulher e demonstrando pouco interesse na moda masculina, Ney se revelava antimachista: o seu objeto de arte era o corpo feminino. Sempre buscava, nas formas, maneiras de como a mulher poderia transcender sua beleza e sensualidade libertando-se das amarras opressoras da figura masculina. Como chegou a declarar em uma entrevista à jornalista Eleonora Ramos: "A culpa é do homem. A causa é o marido repressor. Algumas dizem: Olha, segura o decote, senão na hora ele não me deixa sair. Isso até prejudica meu trabalho. Não fico à vontade. Tem horas que gostaria de fazer um vestido louquíssimo, pernas de fora, peito saindo, essas coisas, e não posso..."

"A Moda é Cultura, Sonho e História" Ney Galvão

Na década de 70, Ney começou a fazer desfiles e a aparecer no vídeo, em Salvador, falando de moda. Nilza Barude o lançou num programa de variedades, "Ponto Cinco", na TV Itapoan, antiga Tupi.

Ney já era denominado em 1977, por importantes jornais locais de "Fashion Designer", mesclando temas como cultura afro-brasileira, praia, artesanato, tropicália e sensualidade a materiais como cetim, algodão, crepe, brocados, sedas, palha da costa e penas, entre outros. Ele tentava criar uma moda genuinamente brasileira, uma moda local, resgatando as Gabrielas cravo e canela, as Marias Bonitas adormecidas, assim conseguia valorizar a silhueta da mulher brasileira, sem se preocupar com as tendências da moda européia.

Como declarou, certa feita, ao Jornal da Bahia, em 1973: "Não poupe as riquezas do Brasil nas criações das suas roupas. Viva a tropicália. Abuse do algodão brasileiro, dos chitões floridos, dos babados" e, em seguida, completa "Leve adiante na sua roupa toda a alegria do circo, o sorriso de um clown".

Ney Galvão foi morar em São Paulo nos anos 80. Lá torna-se apresentador de TV fazendo quadros fixos e dando dicas de moda. Contudo, o êxito e reconhecimento nacional só foram alcançados quando foi convidado para substituir Clodovil no programa TV Mulher da Rede Globo, onde, com as dicas de moda, comportamento e beleza, tentava diagnosticar as necessidades de suas telespectadoras.

Ney conquistou o Brasil e rondou o imaginário popular com seu jargão: "Um cheiro com sabor de dendê" e com a piscada de olho que se torna marca registrada. Ney invadia os lares todas as manhãs, tornando-se uma celebridade, convivendo com artistas e socialites, conquistando espaço, respeito e credibilidade de todos, atingindo todas as camadas sociais. Ney vira um ídolo, uma espécie de "consultor de moda" das massas.

Com seu conceito que ele denominava de "anti-moda", questionava os limites impostos pela indústria da moda e beleza. Que é moda afinal? Segundo ele próprio, moda tem a ver com personalidade, ninguém é obrigado a seguir a última moda, pois o que está na moda está fadado a morrer. Assim, vestir-se bem é respeitar o seu biotipo físico, o que combina, o que gosta, cada pessoa deveria seguir a sua própria moda. Cada corpo pede uma determinada roupa, a roupa tem a ver com o humor do dia da pessoa.

Com butique instalada na rica região do Jardim América, em São Paulo, chegou a comercializar dez mil peças de roupas por mês. No campo artístico, chegou a participar da programação vespertina da TV Bandeirantes.

Mas, ele continuava paralelo ao sucesso da TV a criar, a confeccionar seus looks, além de ter uma fábrica de jeans, cosméticos e malharia. Ney declarou, em 83, à jornalista Patrícia Grillo, do Jornal de Florianópolis: "As pessoas negam o luxo que temos aqui, como o tropicalismo" e, mais adiante, completa: A última coleção de Dior, inclusive, eu passei no meu programa. A noiva entrava ao som de Jorge Bem cantando "País tropical" de mini e cheia de babados. Mostrei vestidos amarelos com laços verdes. E a brasileira nega o ritmo brasileiro, o tropicalismo." A luta continuava, na batalha travada para construir uma moda brasileira.

Chegou a fazer incursões no teatro profissional, 1984, com as peças "O Terceiro Beijo", ao lado da atriz Nicole Puzzi e ao lado de Jofre Soares e Sandra Pêra na comédia teatral "A Feira do Adultério", da autoria de Jô Soares e montada no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) em São Paulo. Sua passagem por Nova York, onde visitou a boate Malícia, acompanhado por Sônia Braga, causou sensação na imprensa.

Ney foi um visionário. Aquele menino retraído do interior que vivia costurando roupas de bonecas e dando dicas de moda para todos entrou para a história da moda brasileira como exemplo de gênio e força criativa.

Ney é o próprio Dionísio, Baco, o encontro com a vida e sua obra provoca em nós, meros mortais, uma catarse, ao som dos címbalos e dos tambores africanos. É preciso dançar, criar, fazer em homenagem a ele. A sua vida e profissão operam em forças não humanas, aquelas flechas que tocam a alma e fazem a gente refletir quanta importância damos a tantas tolices cotidianas.

O estilista, que na infância desenhava roupas para bonecas, atuou agressivamente no marketing da beleza, tendo incluído seu nome num enorme leque de produtos, desde óculos e perfumes até um sofisticado estojo de maquiagem.

Aos 39 anos, de forma precoce, Ney Galvão faleceu no Hospital Albert Einstein, em 15 de setembro de 1991.

Fonte: UOL

Dener Pamplona

DENER PAMPLONA DE ABREU
(42 anos)
Estilista

* Belém, PA (03/08/1936)
+ São Paulo, SP (09/11/1978)

Dener Pamplona de Abreu foi um estilista brasileiro, um dos pioneiros da moda no Brasil. Em 1945 sua família mudou-se para o Rio de Janeiro, onde começou a desenhar seus primeiros vestidos. Seu primeiro contato com a moda teve lugar em 1948, com apenas 13 anos de idade, na Casa Canadá, então importante butique carioca.

Dois anos depois, em 1950, após fazer o vestido de debutante de Danuza Leão, foi contratado para um estágio com Ruth Silveira, dona de um importante ateliê, onde aprimorou seus desenhos. Em 1954 transferiu-se para São Paulo para trabalhar na butique Scarlett. Três anos depois, inaugurou seu próprio ateliê, denominado Dener Alta-Costura, na praça da República. No ano seguinte ganhou dois prêmios por sua coleção, sendo descoberto pelos meios de comunicação. Seu ateliê foi então transferido para a avenida Paulista.

Ao abrir seu primeiro ateliê em São Paulo, quebrou um tabu, criando para socialites quando era moda mulher de bem vestir-se em Paris e quando no Brasil só existiam modistas que copiavam as criações francesas. Este foi o marco inicial da roupa brasileira com estilo próprio.



Dener foi o grande percursor da alta-costura brasileira: fugia da comodidade do copismo, desenhando para clientes de acordo com seu físico, idade, gosto e em consonância com o nosso clima tropical.

Como seu ídolo, Balenciaga, defendia o estilo clássico, de bases simples, embora nos modelos de festa e noiva recorresse a bordados suntuosos e a certa dramaticidade. Requinte a parte, realizava-se mesmo fazendo taieres bem cortados.

Mesmo vivendo cercado de glamour, Dener demostrou ter visão também para o marketing e os negócios. Tanto que foi o primeiro estilista a usar a força da mídia para promover e divulgar seu nome e suas coleções. Com a mesma sensibilidade e inteligência, percebeu, nos anos 60, que era hora de lançar sua grife em produtos industrializados.

Pálido, frágil, de gestos delicados e atitudes excêntricas, o costureiro despertou raiva e paixão. Dener, naquela displicente e bem dosada arrogância de retocador de Deus, embelezava as mulheres e enfurecia os homens. Os homens, principalmente os recalcados, odiavam Dener e tudo o que o genial figurinista representava na frescura de sua masculinidade, escreveu o jornalista David Nasser.


Em 1963, já prestigiado, foi escolhido o estilista oficial da primeira-dama da República, Maria Teresa Fontela, esposa de João Goulart. Era também amigo da primeira-dama, que disse sobre ele: "Dener foi muito importante nesta minha vida, a pública, porque a gente pode pensar que não é, mas postura é uma coisa importante!"

Dener casou-se em 1965 com Maria Stella Splendore, uma de suas manequins (como se chamavam à época as modelos de passarela), de quem se separaria quatro anos mais tarde. Teve dois filhos do casamento, Frederico Augusto (morto em 1992) e Maria Leopoldina, que em 2007 morava com a mãe numa comunidade Hare Krishna no interior de São Paulo.

Em 1968, fundou a Dener Difusão Industrial de Moda, considerada a primeira grife de moda criada no Brasil. Em 1970 foi convidado a participar do júri do "Programa Flávio Cavalcanti". Dois anos depois lançou sua autobiografia, "Dener - O Luxo", e o livro "Curso Básico de Corte e Costura".

Ao longo dos anos 70, Dener disputou com Clodovil Hernandes o titulo de papa da alta costura brasileira.

Clodovil Hernandes e Dener Pamplona
Em 1975 casou-se novamente, desta vez com uma cliente, Vera Helena Camargo, separando-se em 1977.

Quando o mundo começou a mudar, o dinheiro trocou de mãos e surgiu o noveau riche, sentiu os pilares da educação e elegância corretas que sempre defendeu, ruírem como castelos de areia. Foi um golpe duro. Considerado o último dos românticos, começou uma triste derrocada voluntária. 

Identificando-se com a personagem de "A Dama das Camélias", que tanto admirava, recusou-se a aceitar as regras de um mundo que fugia dos parâmetros que tinha estabelecido como ideais.

Seus problemas com o alcoolismo agravaram-se em 1978, morrendo em 09 de novembro do mesmo ano em decorrência de uma cirrose hepática. Morreu jovem, empobrecido e triste.


Cronologia

  • 1937 - Nasce no dia 3 de agosto em Belém do Pará;
  • 1948 - Inicia sua vida profissional na Casa Canadá, com apenas 13 anos;
  • 1950 - Faz o vestido de debutante de Danuza Leão, que o apresenta a Ruth Silveira com quem vai trabalhar;
  • 1957 - Com 21 anos, abre seu primeiro ateliê, na Praça da República;
  • 1958 - Muda o ateliê para a aristocrática Avenida Paulista. Veste clientes famosas, inclusive a primeira dama, Sarah Kubitschek;
  • 1959 - Ganha os prêmios de Agulha de Ouro e Agulha de Platina, no Festival da Moda, patrocinado pela Tecidos Matarasso Boussac. Entre os concorrentes figurava até o costureiro Christian Dior. Após a morte desse criador, Dener foi convidado para dirigir a criação da maison francesa. Por motivos incertos recusou a oferta;
  • 1962 - Dener é responsável pelo guarda-roupa da primeira-dama Maria Teresa Goulart;
  • 1963 - Com o apoio da revista Manchete, da Cia Brasileira de Tecidos Rhodiaceta e do Instituto Brasileiro do Café, Dener e outros estilistas lançam em conjunto a coleção Brazilian Look, com mais de cem modelos que foram apresentados na Europa;
  • 1964 - Recebe a Palma de Ouro, no Festival Internacional da Moda, em Las Vegas, com um vestido de cauda rebordade de águas marinhas naturais;
  • 1965 - Casa-se com uma de suas manequins, Maria Stela Splendore na época com 16 anos;
  • 1966 - Nasce seu filho Frederico Augusto;
  • 1967 - Nasce sua filha Maria Leopoldina;
  • 1968 - É criada a empresa Dener Difusão Industrial de Moda. Fica oficializada a criação da primeira grife de moda nacional;
  • 1969 - Termina seu casamento com Maria Stela Splendore;
  • 1970 - É o fim dos anos áureos da alta-costura. Transfere seu ateliê para a Alameda Jaú. Estréia como jurado do "Programa Flávio Cavalcanti";
  • 1971 - Transfere seu ateliê para a Alameda Franca;
  • 1972 - Lança o livro autobiográfico "Dener, o Luxo", e o manual "Curso Básico de Corte e Costura";
  • 1973 - Uni-se a outros costureiros para formar as bases da Associação da Moda Brasileira, cujo objetivo seria lutar contra a evasão de divisas;
  • 1975 - Casa-se com Vera Helena Pires de Oliveira Carvalho. Tranfere seu ateliê para Rua Groelândia;
  • 1976 - Separa-se de Vera Helena Pires de Oliveira Carvalho, desativa seu ateliê e atende em sua casa algumas clientes fiéis da alta-costura;
  • 1977 - Vive tempos difíceis. Já doente, lança a coleção "A Grande Valsa", inspirada no filme "A Viúva Alegre";
  • 1978 - Desgostoso com os rumos da moda, optou pelo exílio voluntário. Morreu no dia 09 de novembro em São Paulo aos 42 anos.
Fonte: Wikipédia e Deise Sabbag

Clodovil

CLODOVIL HERNANDES
(71 anos)
Estilista, Apresentador de TV e Político

☼ Elisário, SP (17/06/1937)
┼ Brasília, DF (17/03/2009)

Atuou como estilista e apresentador de programas em diversas emissoras. Tornou-se o terceiro deputado federal mais votado do país, com 493.951 votos ou 2.43% os votos válidos.

Foi conhecido principalmente pela postura de polemizador e por declarações consideradas impróprias ou indelicadas, muitas vezes dirigidas a outras personalidades famosas. Entre outras polêmicas, estão acusações de racismo e antissemitismo.

Clodovil Hernandes nasceu em Elisiário, no interior do estado de São Paulo. Era filho adotivo de Domingo Hernández e Isabel Sánchez, um casal de imigrantes espanhóis naturais da região da Andaluzia. Logo após seu nascimento, a família se mudou para Floreal, onde Domingo Hernández se tornou dono de uma loja de tecidos. Clodovil descobriu que não era filho biológico de seus pais adotivos aos onze anos de idade, quando uma tia lhe contou. Segundo ele próprio, a adoção nunca foi um problema, e seus pais morreram sem saber que ele sabia. Ele também jamais soube quem foram seus pais biológicos.

Clodovil sempre teve um relacionamento mais próximo com sua mãe, que foi "a única mulher que amou em sua vida". Segundo Clodovil, a mãe não lhe quis quando chegou, porque não queria aquela "coisa feia". Felizmente, porém, Isabel aprendeu a amá-lo com o convívio. Clodovil dizia que, apesar de nunca ter gostado muito do pai, sempre o respeitou. Certo dia, quando lhe respondeu de maneira atravessada, levou um forte tapa na orelha que lhe deixou com um problema de audição. Aos treze anos, Clodovil viu seu pai tendo relações sexuais com outro homem, um cunhado. Clodovil diz que nunca tocou no assunto com o pai, o qual morreu sem saber que ele viu a cena. Por causa desse episódio, Clodovil disse que "devia o norte de sua vida" a seu pai.

"Mas devo o norte da minha vida ao meu pai, apesar de eu nunca ter gostado muito dele. Digo isso porque a primeira vez que vi um homem com outro foi o meu pai. Eu tinha treze anos. E nunca desrespeitei o meu pai."
(Clodovil)

Clodovil aos 5 anos com os pais adotivos e aos 15 anos
Juventude

O interesse de Clodovil por moda começou ainda criança, quando ele dava palpites de vestuário para a mãe, as tias e as primas, escondido do pai, que não podia saber. Quando estava estudando em um colégio interno católico, recebeu o apelido de Jacques Fath, um costureiro francês famoso da época. No último ano do normal, aos dezesseis anos, uma colega lhe perguntou por que não desenhava vestidos, embora Clodovil nem sequer conhecesse essa profissão. Pegou então uma página de caderno e desenhou onze vestidos. Numa loja do centro de São Paulo, vendeu seis desses. Diz que ganhou mais dinheiro do que a mesada que o pai lhe mandava, e iniciou assim sua trajetória na moda.

Desistiu então da Faculdade de Filosofia e, em 1960, conquistou seu primeiro Prêmio Agulha de Ouro. Com talento, ele conquistou clientes da alta sociedade de São Paulo. Na época também começou a chamar atenção a "rivalidade" de Clodovil com Dener Pamplona de Abreu, outro estilista conhecido da época. Na realidade, eles eram mais amigos e colegas de profissão do que competidores.

Um passaporte de Clodovil Hernandes comprova que seu nome verdadeiro era Clodovir Hernández.

Início da Carreira Artística

O talento de Clodovil para a moda foi reconhecido por mulheres de variadas origens sociais, desde artistas como Elis Regina e Cacilda Becker a empresárias como Hebe Alves, antiga proprietária das Lojas Mappin, e às famílias Diniz e Matarazzo, para as quais a linha prêt-à-porter era muito apreciada.

Pioneiro, por anos seria um dos pilares da alta-costura, numa sociedade que importava modelos europeus, inaugurou uma moda made in brazil. Segundo Constanza Pascolato, "Esse termo alta-costura cabe especificamente às coleções de Paris. Podemos dizer que o Clô fez uma 'moda de ateliê' muito requintada e luxuosa, destinada a ocasiões específicas, como casamentos e coquetéis", define.

Clodovil formou-se professor, mas ainda jovem se tornou um estilista conhecido no país e logo passou a trabalhar também na televisão, na qual acumulou mais de 45 anos de carreira em quase todas as emissoras de TV do país. Ficou famoso em 1976, ao ganhar o prêmio máximo no programa "8 ou 800?", apresentado por Paulo Gracindo, ao responder perguntas sobre Dona Beja.

No início dos anos 80, apresentou na Rede Globo o programa feminino "TV Mulher", considerado revolucionário na época, ao lado da então sexóloga Marta Suplicy, que viria, posteriormente, tornar-se prefeita da cidade de São Paulo. Em 1992, apresentou o programa "Clodovil Abre o Jogo" da extinta Rede Manchete.

Clodovil foi também premiado figurinista de teatro, além de ter trabalhado como ator. Possuía registro como cantor.

Em maio de 2001, Clodovil estreou no comando do programa "Mulheres" da TV Gazeta, ao lado de Christina Rocha. Polêmico como sempre, Clodovil fazia críticas à colega, ao vivo. Após alguns meses, a parceria foi desfeita e Clodovil passou a comandar um talk-show nas noites da TV Gazeta, durante as quais preparava receitas para receber seus convidados e tratava de temas polêmicos como por exemplo a briga de Xuxa com Marlene Mattos.

Programas

  • 1980 / 1982 - TV Mulher (Rede Globo)
  • 1983 - Clodovil (Rede Bandeirantes)
  • 1983 / 1985 - Manchete Shopping Show (Rede Manchete)
  • 1985 / 1988 - Clô Para os Íntimos (Rede Manchete)
  • 1991 / 1993 - Clodovil Abre o Jogo (Rede Manchete)
  • 1993 / 1994 - Clodovil Frente e Verso (CNT)
  • 1993 / 1994 - Clodovil em Noite de Gala (CNT)
  • 1995 / 1996 - Retratos (CNT)
  • 1998 - Clodovil Soft (Rede Bandeirantes)
  • 1999 - Clodovil (Rede Mulher)
  • 2001 - Clodovil Frente e Verso (CNT)
  • 2001 / 2002 - Mulheres (Rede Gazeta)
  • 2002 - Clodovil (Rede Gazeta)
  • 2003 / 2005 - A Casa é Sua (RedeTV!)
  • 2007 - Por Excelência (TV JB)

Polêmicas

A despeito da vida de "glamour" e fama, fazia questão de demonstrar sua espiritualidade e sempre evidenciar o amor recíproco entre ele e seu grande amor, citando Deus de forma recorrente nos diálogos e entrevistas: "Eu não sou briguento. Como eu poderia ser? Eu sou temente a Deus!".

- Na RedeTV!

Em 2004, já na RedeTV!, passou por uma fase polêmica devido ao desentendimento com integrantes do programa "Pânico na TV". Um dos quadros do programa propunha que personalidades consideradas arrogantes pela equipe calçassem as "sandálias da humildade", e em certo momento Clodovil tornou-se o alvo dos humoristas. O apresentador se esquivou de duas investidas dos repórteres do "Pânico na TV". Na terceira tentativa, foi perseguido por dois carros, um helicóptero e um trio elétrico. Seguido desde os estúdios da emissora, em Barueri, na Grande São Paulo, o veículo do apresentador foi fechado no meio da Marginal Pinheiros, e acabou por escapar. No dia seguinte à apresentação de todo o incidente no "Pânico na TV", Clodovil fez um desabafo ao vivo em seu próprio programa, "A Casa é Sua", que apresentava desde 2003. Seu programa passou a ser gravado.

Meses depois, ao criticar uma apresentadora da casa pelo modo que aparecera vestida em uma festa, foi demitido. Em abril de 2007, Clodovil voltou à televisão com o programa "Por Excelência", na TV JB. O nome do programa fazia referência à sua então condição de deputado federal. Pediu demissão por causa de alguns problemas de saúde.

- Acusação de Racismo

Em 2004, durante o programa "A Casa é Sua", Clodovil chamou a vereadora Claudete Alves de "macaca de tailleur metida a besta". A vereadora entrou com uma queixa-crime e o apresentador respondeu por dois processos criminais no Tribunal de Justiça de São Paulo. Clodovil alegou em sua defesa que a palavra "macaca" foi usada com o intuito de demonstrar que a vereadora "gostava de aparecer", e não com conotação racista. O apresentador, porém, foi condenado a pagar indenização por danos morais.

- Acusação de Antissemitismo e Novamente de Racismo

Em uma entrevista à Rádio Tupi, em 27 de outubro de 2006, Clodovil declarou que os judeus teriam manipulado o Holocausto e forjado o atentado de 11 de setembro contra o World Trade Center. Na mesma entrevista, referiu-se a um negro como "crioulo cheio de complexo". Para suportar suas opiniões, disse à rádio carioca que existe um "poder escuso, que está no subsolo das coisas". Segundo o apresentador, "as pessoas são induzidas a acreditar. Quando houve aquele incidente com as torres gêmeas lá não tinha americano nenhum e nem judeu".

O presidente da Federação Israelita do Rio de Janeiro, Osias Wurman, declarou-se indignado com as declarações, sobretudo por virem de uma pessoa advinda de uma minoria que também sofre preconceito. Wurman entrou com uma interpelação judicial contra Clodovil, acusando-o de racista, além de enviar cópias do áudio da entrevista à Secretaria Estadual de Direitos Humanos, a deputados estaduais e a organizações não-governamentais ligadas ao movimento negro.

- Polêmica Com Cida Diogo

Em 2007, envolveu-se em nova polêmica no Congresso, após discutir com a deputada Cida Diogo, do PT do Rio de Janeiro. A discussão iniciou por conta das declarações de Clodovil de que "as mulheres ficaram muito ordinárias, ficaram vulgares, cheias de silicone" e ainda que atualmente "as mulheres trabalham deitadas e descansam em pé". Ao ser questionado pela deputada quanto à declaração, respondeu: "Digamos que uma moça bonita se ofendesse porque ela pode se prostituir. Não é o seu caso. A senhora é uma mulher feia".

Carreira Política

Em 2006 entrou para a política após candidatar-se e eleger-se deputado federal pelo Partido Trabalhista Cristão, possuindo inclusive o terceiro maior número de votos em São Paulo, estado por onde se candidatou. Usou bastante ironia em sua campanha, como a frase: "Vocês acham que eu sou passivo? Pisa no meu calo para você ver…"

Tornou-se então o primeiro homossexual assumido a ser eleito deputado federal. Apesar disso, declarava-se contra a Parada do Orgulho GLBT, o casamento gay e o movimento homossexual brasileiro.

Em setembro de 2007 o deputado decidiu trocar de partido e filiou-se ao Partido da República, correndo desde então o risco de perder o mandato por infidelidade partidária, pois o TSE decidiu no dia 27 de março de 2007, que o mandato pertence ao partido e não ao eleito. No entanto, em 12 de março de 2009, foi absolvido por unanimidade dos votos. Clodovil deixou o partido alegando ter sido abandonado pela legenda desde a eleição, quando não recebeu material de campanha, e posteriormente, quando não recebeu assessoria jurídica do partido. Devido a isso, os ministros do TSE concordaram que houve perseguição interna, uma das condições que permitem que o parlamentar troque de legenda.

Projetos Propostos

Em julho de 2008, apresentou proposta de emenda constitucional pretendendo reduzir o número de deputados de 513 para 250.

Em 27 de março de 2009, dez dias depois da sua morte, três de seus projetos foram aprovados na Comissão de Constituição e Justiça:
  • A obrigatoriedade das escolas divulgarem a lista de material escolar 45 dias antes da data final para a matrícula.
  • A criação do Dia da Mãe Adotiva, uma homenagem à sua mãe adotiva Isabel Hernandes.
  • A obrigatoriedade da menção dos nomes dos dubladores nos créditos das obras audiovisuais dos quais eles tenham participado.

Morte

Clodovil Hernandes morreu em 17 de março de 2009, após ser registrada sua morte cerebral causada por um Acidente Vascular Cerebral. O velório ocorreu no Salão Nobre da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e o sepultamento ocorreu no dia seguinte à morte no Cemitério do Morumbi na capital paulista, onde já se encontravam os restos mortais de sua mãe adotiva.

Fonte: Wikipédia
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