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Ivan Junqueira

IVAN JUNQUEIRA
(79 anos)
Jornalista, Poeta e Crítico Literário

* Rio de Janeiro, RJ (03/11/1934)
+ Rio de Janeiro, RJ (03/07/2014)

Ivan Junqueira foi um jornalista, poeta e crítico literário brasileiro. Era membro da Academia Brasileira de Letras.

Nasceu e realizou seus primeiros estudos no Rio de Janeiro, no Colégio Notre Dame, em Ipanema, posteriormente tendo ingressado nas faculdades de Medicina e Filosofia da Universidade do Brasil, não chegando a concluí-las.

Em 1963 tornou-se jornalista, atuando como redator da Tribuna da Imprensa. Atuou depois no Correio da Manhã, Jornal do Brasil e O Globo, nos quais foi redator e sub-editor até 1987.

Foi assessor de imprensa e depois diretor do Centro de Informações das Nações Unidas no Rio de Janeiro entre 1970 e 1977, e tornou-se mais tarde supervisor editorial da Editora Expressão e Cultura e diretor do Núcleo Editorial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), além de colaborador da Enciclopédia Barsa, Encyclopædia Britannica, Enciclopédia Delta Larousse, Enciclopédia do Século XX, Enciclopédia Mirador Internacional e Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro, este último editado pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi também assessor de Rubem Fonseca na Fundação Rio.


Como crítico literário e ensaísta, colaborou com jornais e revistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, e também com publicações especializadas nacionais e estrangeiras, entre elas: Colóquio Letras, Revista do Brasil, Senhor, Leitura e Iberomania.

Em 1984 foi escolhido como a "Personalidade do Ano" pela União Brasileira de Escritores (UBE).

Foi assessor da Fundação Nacional de Artes Cênicas (Fundacen) de 1987 a 1990. Em 1991 transferiu-se para a Fundação Nacional de Arte (Funarte), onde foi editor da revista Piracema e chefe da Divisão de Texto da Coordenação de Edições até 1997, quando se aposentou do serviço público. Foi ainda editor adjunto e depois editor executivo da revista Poesia Sempre, da Fundação Biblioteca Nacional.

Como poeta, já teve seus livros traduzidos para o alemão, chinês, dinamarquês, espanhol, francês, inglês, italiano e russo.

Ivan Junqueira foi membro do Pen Clube do Brasil.


Morte

Ivan Junqueira morreu na quinta-feira, 03/07/2014, aos 79 anos no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele estava internado há um mês e teve insuficiência respiratória. O corpo do acadêmico foi sepultado no Cemitério São João Batista.


Prêmios Recebidos

  • 1981 - Prêmio Nacional de Poesia, do Instituto Nacional do Livro (INL)
  • 1985 - Prêmio Assis Chateaubriand, da Academia Brasileira de Letras
  • 1985 - Prêmio Nacional de Ensaísmo Literário, do Instituto Nacional do Livro (INL)
  • 1991 - Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte
  • 1992 - Prêmio da Biblioteca Nacional
  • 1994 - Prêmio José Sarney de poesia inédita, do Memorial José Sarney
  • 1995 - Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro
  • 1995 - Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, do Pen Clube do Brasil
  • 1999 - Prêmio Oliveira Lima, da União Brasileira de Escritores (UBE)
  • 2000 - Prêmio Jorge de Lima, da União Brasileira de Escritores (UBE)


Em 1998 recebeu a Medalha Cruz e Sousa, da municipalidade de Florianópolis, e, em 1999, a Medalha Paul Claudel, da União Brasileira de Escritores (UBE). Em 2002 foi patrono do IV Concurso Nacional de Poesia Viva, patrocinado pelo jornal Poesia Viva.


Academia Brasileira de Letras

Ivan Junqueira ocupava a cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Manoelita Lustosa

MANOELITA LUSTOSA
(72 anos)
Atriz, Cantora, Radialista, Escritora e Poetisa

☼ Pirapora, MG (25/03/1942)
┼ Belo Horizonte, MG (01/07/2014)

Atriz, cantora e radialista, Manoelita Lustosa, mineira de Pirapora e criada em Sete Lagoas, tem uma história de vida repleta de lutas que acabaram levando-a a viver momentos especiais na área artística.

Filha de pai pernambucano e mãe mineira, ainda menina ela vivia em cima de uma cadeira imitando os ídolos do rádio.

Já casada, ao mudar-se para Timóteo, MG, no Vale do Aço, Manoelita Lustosa entrou para a carreira política, assumindo em períodos distintos as secretarias municipais de cultura de Timóteo e Coronel Fabriciano.

Graduada em Letras e Filosofia, Manoelita Lustosa também foi jornalista e escritora de contos e poemas, cuja maioria ainda se mantém inédita.

A mudança para Belo Horizonte no início da década de 90 marcou mais um capítulo na vida da atriz, que estreou profissionalmente no teatro em 1994, no espetáculo "Tio Vânia", de Tchecov, sob a direção de Luiz Carlos Garrocho e Walmir José.

Posteriormente, fez o musical "Na Era do Rádio", com direção de Pedro Paulo Cava, seguido de uma série de comédias ao lado de Ílvio Amaral, entre as quais "A Comédia dos Sexos" e "É Dando Que Se Recebe".

Na TV, fez participação em "Laços de Família" (2000) e trabalhou em "Mulheres Apaixonadas" (2003), "JK", na TV Globo, e "Esmeralda" (2004)  no SBT.

No cinema, Manoelita Lustosa participou dos filmes "Depois Daquele Baile" (2006) e "Os 12 Trabalhos" (2007).

Em 2007, participou da novela "Maria Esperança", do SBT. Em seguida, transferiu-se para a TV Record onde integrou o elenco da novela "Amor e Intrigas" (2007), "Poder Paralelo" (2009) , "Vidas em Jogo" (2011) e "Balacobaco" (2012).

Seu último trabalho foi como a japonesa Terezinha Cho na novela "Dona Xepa" (2013) também da TV Record.

Morte

Manoelita Lustosa morreu em sua casa em Minas Gerais na terça-feira, 01/07/2014, por volta das 09:00 hs, vítima de insuficiência respiratória. A notícia foi informada pela TV Record. O corpo de Manoelita Lustosa foi velado e sepultado no Cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte, MG.

Manoelita Lustosa era viúva e deixou três filhas Manoela, Maria Bethânia e Mariana, e seis netos.

Televisão

  • 2003 - Mulheres Apaixonadas ... Inês Oliveira
  • 2004 - Esmeralda ... Rosário
  • 2006 - JK ... Parteira
  • 2007 - Maria Esperança ... Filomena Beiju (Filó)
  • 2007 - Amor e Intrigas ... Telma Dias
  • 2009 - Poder Paralelo ... Lurdes Leme
  • 2011 - Vidas em Jogo ... Nelize
  • 2012 - Balacobaco ... Etelvina Pedrosa
  • 2013 - Dona Xepa ... Terezinha Cho


Cinema

  • 2007 - Os Doze Trabalhos ... Norma
  • 2006 - Depois Daquele Baile ... Dona Cleide

Fonte: Wikipédia

Chico Doido de Caicó

FRANCISCO MANOEL DE SOUZA FORTE
(69 anos)
Poeta

* Caicó, RN (1922)
+ Duque de Caxias, RJ (1991)

Francisco Manoel de Souza Forte, conhecido como Chico Doido de Caicó, foi um poeta brasileiro, autor de poesias erótico/debochadas.

Pouco se sabe sobre a vida de Francisco Manoel de Souza Forte. Nos anos 40, saiu de Caicó e foi servir na Marinha Mercante. Nos anos 50, residiu em Natal, RN.

Chico Doido nos últimos anos de vida frequentou a famosa Feira de São Cristovão, no Rio de Janeiro, onde divulgava seu trabalho. Pouco antes de sua morte foi descoberto por Nei Leandro de Castro e Moacy Cirne, que passou a divulgar seus poemas.


Repercussão

Após ser apresentado aos poemas de Chico Doido por Nei Leandro de CastroMoacy Cirne passou a publicá-los em seu fanzine-panfleto "Balaio Porreta" a partir de 1991.

Em 1993, foi lançado postumamente à Academia Brasileira de Letras. Em 1994, foi postumamente, e representado por Moacy Cirne, patrono da turma de formandos de Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Em 2002, Moacy Cirne e Nei Leandro publicaram a coletânea "69 Poemas de Chico Doido de Caicó" (Natal, Sebo Vermelho)

Teatro

Pouco após a publicação da coletânea, foi tema da peça "Chico Doido de Caicó", dirigida pelo ator Leon Góes, permanecendo em cartaz por dois meses no Teatro Vila Lobos. A peça gerou repercussão suficiente para que fosse publicado um artigo sobre Chico Doido no jornal francês Le Monde.

Fonte: Wikipédia

Moacy Cirne

MOACY CIRNE
(70 anos)
Poeta, Artista Visual e Professor

* São José do Seridó, RN (1943)
+ Natal, RN (11/01/2014)

Moacy Cirne foi um poeta, artista visual e professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF), sendo considerado o maior estudioso brasileiro das histórias em quadrinhos, tendo escrito inúmeros livros sobre o assunto, além de ter sido um dos fundadores do poema/processo.

Em 1967 participou do lançamento do poema/processo, em Natal e no Rio de Janeiro, movimento de vanguarda literária próxima das artes plásticas, ao lado de Wlademir Dias-Pino, Alvaro de Sá, Neide Dias de Sá, Anselmo Santos, Dailor Varela, Anchieta Fernandes, Falves Silva, Nei Leandro de Castro, Sanderson Negreiros, Pedro Bertolino, Hugo Mund Jr., e outros. Em seguida, Joaquim Branco, Sebastião Carvalho, José Arimathéa, Ronaldo Werneck e, mais tarde, Jota Medeiros e Bianor Paulino se incorporaram ao movimento, com seus poemas semiótico-gráfico-visuais, além dos projetos semântico-verbais.

Na década de 1970 escreveu a coluna EQ, juntamente com Marcio Ehrlich, no jornal carioca Tribuna da Imprensa. Foi editor da Revista de Cultura Vozes, de Petrópolis (1971-1980), e colaborador do suplemento Livro do Jornal do Brasil (Rio de Janeiro, 1972-1976).

Professor aposentado do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde lecionava disciplinas sobre Histórias em Quadrinhos e Ficção Científica, dentre outras, era famoso no Instituto de Arte e Comunicação Social da UFF por editar e distribuir um fanzine independente de uma única página, o Balaio PorretaMoacy Cirne costumava organizar comemorações chamadas "Balaiadas", com distribuição de brindes como livros de arte e poesia entre os alunos do curso de Comunicação Social, para divulgar as edições especiais do Balaio.

Desde 2007 o fanzine, que une textos provocativos, listagens de filmes, pensamentos e poesias, se transferiu para a internet sob a forma de um blog, o Balaio Vermelho. O fanzine Balaio foi um dos principais meios de divulgação no Rio de Janeiro das poesias eróticas do polêmico Chico Doido de Caicó, durante muito tempo considerado um personagem fictício e alter-ego do próprio Moacy Cirne.

A Poética na Prática e na Teoria

Considerando a história em quadrinhos a literatura por excelência do século XX, Moacy Cirne considerava, em 1968, que "A poesia não poderia ficar presa ao jogo fácil das palavras, que puxam palavras – associações paranomásticas que não mais funcionam" numa referência direta à teoria da poesia concreta, "nem a falsa engenharia estrutural / que termina na mais pura esterilidade", acrescentando que "A crise da poesia é simplesmente a crise da palavra (no poema)".

Intencionando criar uma arte radical e revolucionária marxista-leninista, voltada para a ação, Moacy Cirne pretendia criar uma poesia próxima das artes plásticas, porém de alta "voltagem semântica". De teoria bastante complexa, o poema/processo, na visão de Moacy Cirne, desejava criar um poema dialógico, obra aberta permitindo "várias leituras, a partir de um ponto dado, inicial ou não". Assim, o poema de processo permite ao leitor decifrar relações semióticas entre signos não necessariamente verbais, ou criar novas.

Por outro lado, conforme o manifesto do poema/processo, de 1967, assinado por Moacy Cirne, entre outros, "nem todo poema de processo, embora sempre concrecionando a linguagem, é concreto, no sentido empregado pelo grupo noigandres (São Paulo). mas todo poema concreto, para ser realmente válido, precisa encerrar um processo". Dessa forma, mantendo-se fiel ao projeto inicial do poema/processo, quando este faz uso da palavra, nem sempre é possível distinguir um poema/processo de um poema concreto na obra de Moacy Cirne.

Ainda assim, podemos considerar, ao vislumbrar poemas como "Correnteza em Noite de Lua Vermelha" e "Dadá Pra Cá, Dadá Pra Lá", o quanto a melhor poesia de Moacy Cirne pode ser devedora do Dadaísmo e Surrealismo, divergindo, por sua essência mais expressiva do que comunicativa do projeto dos concretistas paulistas.

Prêmio Moacy Cirne de Quadrinhos

Em 2009 o governo do Estado do Rio Grande do Norte, através da Fundação José Augusto, lançou o Prêmio Moacy Cirne de Quadrinhos, que objetiva selecionar 10 quadrinistas potiguares para integrarem uma coletânea de quadrinhos. O prêmio tem como objetivo revelar e premiar o talento dos artistas profissionais ou amadores do Rio Grande do Norte, além de impulsionar a produção artística nessa área.

Morte

No final de 2013, Moacy Cirne descobriu um câncer de fígado, do qual começou a se tratar, passando por um procedimento cirúrgico no sábado, 11/01/2014. Pouco tempo depois da operação, teve uma parada cardíaca, ficando em coma induzido por pouco tempo, ao que não resistiu e morreu por volta das 13:00 hs, aos 70 anos, no Hospital da Unimed, em Natal, RN.

O corpo foi velado no Centro de Velório do Morada da Paz, no bairro Lagoa Seca, e o sepultamento foi realizado no domingo, 12/01/2014, em São José do Seridó, sua cidade natal.

Principais Obras

Antologias Organizadas, Ensaios e Trabalhos Visuais

  • 1970 - A Explosão Criativa dos Quadrinhos
  • 1972 - Para Ler os Quadrinhos
  • 1975 - Vanguarda: Um Projeto Semiológico
  • 1979 - A Poesia e o Poema do Rio Grande do Norte
  • 1982 - Uma Introdução Política Aos Quadrinhos
  • 1983 - A Biblioteca de Caicó
  • 1990 - História e Crítica dos Quadrinhos Brasileiros
  • 2000 - Quadrinhos, Sedução e Paixão
  • 2002 - Cinema Cinema
  • 2002 - A Poética das Águas (Com Candinha Bezerra)
  • 2002 - 69 Poemas de Chico Doido de Caicó (Com Nei Leandro de Castro)
  • 2006 - A Escrita dos Quadrinhos

Poesia

  • 1979 - Objetos Verbais
  • 1983 - Cinema Pax
  • 1988 - Docemente Experimental
  • 1993 - Qualquer Tudo
  • 1994 - Continua na Próxima
  • 1998 - Rio Vermelho
  • 2004 - A Invenção de Caicó
  • 2006 - Almanaque do Balaio
  • 2007 - Poemas Inaugurais

Teatro

  • Escreveu o auto natalino "Jesus de Natal", em 2006, apresentado na capital potiguar com direção de Paulo Jorge Dumaresq.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Douglas Bachine

Brandão, o Popularíssimo

JOÃO AUGUSTO SOARES BRANDÃO
(77 anos)
Ator, Teatrólogo e Poeta

* Lomba da Maia, Açores (19/06/1844)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/11/1921)

João Augusto Soares Brandão, conhecido pelo nome artístico de Brandão, o Popularíssimo, foi um poeta, teatrólogo e ator. Celebrizou-se na comédia de costumes, sendo um dos mais conhecidos e populares atores do panorama teatral brasileiro do final do século XIX e início do século XX.

Emigrou dos Açores para o Brasil em 1855, quando tinha 11 anos. Por algum tempo trabalhou no comércio do Rio de Janeiro. Iniciou a sua carreira de ator aos 16 anos, quando resolveu entrar para um grêmio teatral amador por estar empolgado com as atuações do ator brasileiro João Caetano.

Sua estreia, ainda como amador, aconteceu em um pequeno teatro particular no bairro carioca de Botafogo. Posteriormente, se apresentou em diversos teatros na cidade, incluindo o Teatro São Januário, localizado próximo ao Paço Imperial, onde participou, por volta de 1862 da montagem da peça "Caravaggio". Por esta época, foi contratado pela atriz e empresária Maria da Glória para fazer parte de sua companhia teatral itinerante.

Por cerca de 30 anos, passou a percorrer os teatros das cidades e vilas do interior brasileiro, especialmente de Minas Gerais, São Paulo e Estado do Rio de Janeiro, apresentando-se em peças de caráter burlesco e em comédia de costumes. Durante este tempo, viveu diversas aventuras, conforme foi retratado, por exemplo, na peça "O Mambembe", de Arthur Azevedo, cujo personagem Frazão, foi claramente inspirado nele, conforme garantiu o próprio autor.

Brandão estava com sua companhia teatral sediada na cidade de Sabará, em Minas Gerais, quando, em 1891, recebeu um convite para ir ao Rio de Janeiro, para atuar na peça "Viagem Ao Parnaso", de Arthur Azevedo, a ser apresentada no Teatro Apolo. Com o estrondoso sucesso que fez, mandou buscar a família que tinha ficado em Sabará e radicou-se na então capital brasileira. A partir dali, fez tanto sucesso que o jornalista Feliciano Prazeres, do Jornal do Brasil, o chamou de "Popularíssimo", apelido que acabou adotando e com ele foi conhecido em muitos lugares do Brasil e até fora dele.

Brandão contracenando com a atriz Julia Lopes.
Entre suas peças de maior sucesso, se destacam "A Pera de Satanás", de Eduardo Garrido, "Abacaxi", de Moreira Sampaio, "Tribofe", de Arthur Azevedo, onde atuou com Francisco Vasques, outro notável ator comediante, "Rio Nu", de Moreira Sampaio, "A Capital Federal", de Arthur Azevedo, "Tim Tim Por Tim Tim", de Souza Bastos, "O Esfolado", de Raul Pederneiras e Vicente Reis, "O Mambembe", de Arthur Azevedo, e "A Última do Dudu", de Raul Pederneiras.

No fim de sua carreira, foi convidado por Leopoldo Fróes para ser o ensaiador da Companhia do Teatro Trianon, que apresentava um repertório de comédias leves.

Brandão pretendia publicar um livro de suas memórias teatrais, intitulado "Último Ato", mas após sua morte, a viúva vendeu os originais e o livro acabou sendo irremediavelmente perdido.

Em 16/11/1921, quando estava na plateia do Democrata Circo, foi acometido de um forte acesso de tosse, vindo a falecer vítima de Síncope Cardíaca. Brandão deixou a viúva, Beatriz, e nove filhos, sendo dois de seu segundo casamento, um do terceiro e seis do quarto matrimônio.

O único de seus filhos que seguiria carreira de ator foi Brandão Filho, que conquistou enorme popularidade no circo, no rádio, no teatro, no cinema e na televisão, especialmente com o personagem "Primo Pobre", do programa "Balança Mas Não Cai".

A freguesia de Lomba da Maia, na ilha de São Miguel, nos Açores, sua terra natal, prestou-lhe homenagem em 1983, com um monumento feito por um artista local.

Brandão, o Popularíssimo
Obras Publicadas

  • 1894 - Cenas Realistas (Teatro)
  • 1895 - Lamentações De Um Porteiro: Cena Cômica
  • 1895 - O Boiadeiro (Poesia)
  • 1895 - Capenga Não Forma (Teatro)
  • 1895 - O Tio Geriva (Comédia de Costumes)
  • 1919 - O Barão Das Crioulas (Burleta-Revista)

Fonte: Wikipédia

Cacaso

ANTÔNIO CARLOS FERREIRA DE BRITO
(43 anos)
Professor, Compositor, Poeta, Crítico e Ensaísta

* Uberaba, MG (13/03/1944)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/12/1987)

Antônio Carlos de Brito, conhecido como Cacaso, foi um professor universitário, letrista e poeta brasileiro. Filho de Carlos Ferreira de Brito e Wanda Aparecida Lóes de Brito, nasceu em Uberaba, MG, e passou a infância em Alfredo de Castilho e Barretos, interior de São Paulo.

Aos 12, chegou a ser matéria de jornal, por causa de suas caricaturas de políticos e personagens da vida pública, prática que cultivaria por toda a vida. Costumava ilustrar seus poemas, crônicas e letras de músicas com nanquim e lápis de cera.

Com grande talento para o desenho, já aos 12 anos ganhou página inteira de jornal por causa de suas caricaturas de políticos. Antes dos 20 anos veio a poesia, através de letras de sambas que colocava em músicas de amigos como Elton Medeiros e Maurício Tapajós.

Estudou violão clássico, cursou Direito e formou-se em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fez pós-graduação na Universidade de São Paulo (USP). Lecionou teoria literária e literatura brasileira na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi também crítico e ensaísta.


Cacaso teve dois filhos: Pedro de Brito, do primeiro casamento com a antropóloga, professora e pesquisadora Leilah Landim Assumpção de Brito, e Paula, do segundo casamento com a cantora Rosa Emília Machado Dias. Pedro de Brito, jornalista, assim como o pai, seguiu a carreira de poeta, tendo publicado alguns poemas no Jornal de Letras e Artes. Como jornalista, Pedro de Brito, especializou-se na área de música, tendo atuado em vários jornais como, Jornal do Brasil, O Estado de São Paulo, Gazeta Mercantil e no jornal O Dia, assinando Pedro Landim.

Em 1967, José Álvaro Editor publicou de Cacaso, ainda usando o nome Antônio Carlos de Brito, "A Palavra Cerzida", seu primeiro livro de poemas, que já havia sido publicado nas principais antologias da nova poesia brasileira.

Publicou artigos em vários jornais, entre eles, Jornal do Brasil, Folha de São Paulo, Jornal Movimento e Jornal Opinião.

Publicou os livros de poesias "Grupo Escolar" (1974), "Beijo Na Boca" (1975), "Segunda Classe" (1975) em parceria com Luís Olavo Fontes, "Na Corda Bamba" (1978), "3 Poetas" (1979), com Eudoro Augusto e Letícia Moreira de Souza, "Mar De Mineiro" (1982) e a coletânea "Beijo Na Boca E Outros Poemas" (1985).

Pouco antes de falecer, vitimado por um infarto do miocárdio, estava trabalhando junto com Edu Lobo e Ruy Guerra em um roteiro sobre Canudos. Anos depois, em 1997, Edu Lobo, em homenagem ao poeta, incluiu uma das parcerias de ambos, "Canudos", no filme homônimo de Sérgio Rezende.

Maurício Tapajós e Cacaso
Em 1997, foi editada pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) / Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma coletânea de seus ensaios, poemas inéditos, crônicas e artigos publicados em jornais intitulada "Não Quero Prosa", com seleção e organização de Vilma Arêas e lançada na Bienal do Livro no Rio de Janeiro.

Compôs em parceria com Nelson Ângelo o musical "Táxi", ainda inédito.

No ano 2000, a Editora Sette Letras reeditou "Beijo Na Boca".

Em 2002 foi publicado pela Editora Sette Letras e Cosac & Naify, a antologia "Lero Lero", sua obra poética reunida, incluindo sete livros seus e ainda parte de um material que estava inédito entre poemas e desenhos. O livro fez parte da coleção "Às De Colete" e foi lançado na Livraria da Travessa, no Rio de Janeiro. Ainda em 2002, os jornalistas Renato Fagundes e Paulo Mussoi produziram o filme de animação digital "Cidadelas", baseado em poemas sobre Canudos ('Auto de Canudos') deixados pelo poeta e nunca publicados, além de desenhos sobre o mesmo tema. A trilha sonora do curta-metragem foi composta por Igor Araújo, com base nos poemas de Cacaso.

Em novembro de 2004 foi relançado o livro "Na Corda Bamba", desta vez com ilustrações do cineasta e amigo José Joaquim Salles. As ilustrações eram para ser entregues para a primeira edição em 1978, mas só ficaram prontas 26 anos mais tarde. O convite para o que Joaquim Salles ilustrasse o livro foi feito no ano de 1975, quando Cacaso, em Paris, visitou o ex-colega de faculdade de Filosofia, que por esta época encontrava-se exilado na França. Como as ilustações não ficaram prontas a tempo, o livro foi publicado com ilustrações do filho Pedro Landim, então com 7 anos. Na reedição do "Na Corda Bamba" o ilustrador José Joaquim Salles contou com a colaboração do próprio filho, o designer gráfico Tomás. Sobre as novas ilustrações José Joaquim relatou:

"Se Cacaso fosse vivo, provavelmente usaria o computador para compor e divulgar sua poesia. Tenho certeza de que estaria ao meu lado fazendo um livro com esta nova ferramenta!"

Sua obra de letrista foi objeto de dissertação de mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O poeta deixou mais de 20 cadernos, muitos deles em forma de diários, com poemas, fotos e ilustrações.

Em 1987, no dia 27 de dezembro, Cacaso partiu prematuramente. Um jornal escreveu: "Poesia rápida como a vida".

Ana Cristina Cesar

ANA CRISTINA CRUZ CESAR
(31 anos)
Poetisa e Tradutora

* Rio de Janeiro, RJ (02/06/1952)
+ Rio de Janeiro, RJ (29/10/1983)

Ana Cristina César era um dos nomes mais representativos de uma nova poesia que se estava produzindo no Brasil a partir dos anos 70, e se afirmando na década seguinte. Foi, segundo Eucanaã Ferraz, "personagem fundamental no ambiente artístico e cultural do Rio de Janeiro nos anos 1970". Segundo Heloisa Buarque de Hollanda, doutora em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), "no meio dos poetas marginais era e se comportava como musa, um pouco distante como devem ser a musas".

Ela foi uma poetisa e tradutora brasileira, conhecida como Ana Cristina Cesar, ou Ana C., é considerada um dos principais nomes da geração mimeógrafo da década de 1970, e tem o seu nome muitas vezes vinculado ao movimento de Poesia Marginal.

Filha do sociólogo e jornalista Waldo Aranha Lenz Cesar e de Maria Luiza Cruz, Ana Cristina nasceu em uma família culta e protestante de classe média. Tinha dois irmãos, Flávio e Filipe.

Antes mesmo de ser alfabetizada, aos 6 anos de idade, ela ditava poemas para sua mãe. Em 1969, Ana Cristina Cesar viajou à Inglaterra em intercâmbio e passou um período em Londres, onde travou contato com a literatura em língua inglesa. Quando regressou ao Brasil, com livros de Emily Dickinson, Sylvia Plath e Katherine Mansfield nas malas, dedicou-se a escrever e a traduzir, entrando para a Faculdade de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), aos 19 anos.


Ana Cristina começou a publicar poemas e textos de prosa poética na década de 1970 em coletâneas, revistas e jornais alternativos. Seus primeiros livros, "Cenas de Abril" e "Correspondência Completa", foram lançados em edições independentes. As atividades de Ana Cristina  não pararam: pesquisa literária, um mestrado em comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), outra temporada na Inglaterra para um mestrado em tradução literária, na Universidade de Essex, em 1980, e a volta ao Rio de Janeiro, onde publicou "Luvas de Pelica", escrito na Inglaterra. Em suas obras, Ana Cristina Cesar mantém uma fina linha entre o ficcional e o autobiográfico.

Ana Cristina cometeu suicídio aos 31 anos, atirando-se pela janela do apartamento dos pais, no oitavo andar de um edifício da Rua Tonelero, em Copacabana.

Armando Freitas Filho, poeta brasileiro, foi o melhor amigo de Ana Cristina Cesar, para quem ela deixou a responsabilidade de cuidar postumamente das suas publicações. O acervo pessoal da autora está sob tutela do Instituto Moreira Salles. A família fez a doação mediante a promessa dos escritos ficarem no Rio de Janeiro. Contudo, sabe-se que muitas cartas de Ana Cristina Cesar foram censuradas pela família, principalmente as recebidas do escritor Caio Fernando Abreu.

Ítalo Moriconi escreveu: "Ana Cristina dizia que uma das facetas do seu desbunde fora abandonar a ideia de ser escritora, livrar-se do que ela naquele momento julgava ser sua face herdada, o estigma princesa bem-comportada, alguém marcada para escrever."


Em 1987, ao ser lançado seu livro póstumo "A Seus Pés", o poeta e amigo Armando Freitas Filho escreveu esse texto, sobre a obra e a autora e amiga:

"Olhos azuis, a flor da pele. A Teus Pés (Ana Cristina César) foi escrito na rua e pelo telefone. Num caderno preto, pautado, de capa dura, desses que antigamente, eram usados por pequenas firmas para registro, sempre caligráfico, de suas atividades, do seu 'dever & haver'. Foi escrito com canetas de vários tipos e cores, como se, inconscientemente se desejasse sublinhar e fixar as muitas intenções e nuances, a pegada mais forte ou mais suave de cada texto.
Seu primeiro nome foi 'Meios de Transporte', logo abandonado por ter um segundo sentido demasiadamente explícito. A escolha definitiva me foi comunicada num telefonema extra, de tarde, pois nos falávamos diariamente pela manhã, quando Ana me disse que tinha achado o título, afinal, num poema meu, no último verso.
À princípio achei meio bolero, mas depois fui me acostumando, na medida em que acompanhava literalmente, passo a passo, a feitura do livro. Na época escrevia também o meu, que se chamava '3X4'. Esses 'telefonemas de consulta' eram discussões pormenorizadas sobre os escritos de cada um, quando tudo era visto sem nenhum rigor fetichizado, de colarinho branco, mas sim meio na contramão, a la diable.
Hoje, quando me lembro desse tempo, não poderia dizer, com exatidão, quem telefonava pra quem. Ora um, ora outro. Ou o telefone tocava sozinho numa ligação telepática?
A Teus Pés, também, foi escrito andando, ao meu lado, pelas ruas do Rio, viajando em 'frescões' ou sentado em mesas de chá transitórias. Foi, aliás, na Confeitaria Colombo que ela me levou a versão final, impecavelmente datilografada em máquina elétrica, às vésperas de enviar os originais para a Brasiliense. Sugeri cortes, supressões de alguns textos. Foram aceitos depressa. Fiquei arrependido, liguei à noite e disse que era melhor considerar com mais calma a eliminação deles. Ela disse não. Os originais já tinham sido remetidos. Dois anos depois penitenciei-me incluindo muitos desses poemas em 'Inéditos e Dispersos' (Ana Cristina César).
Agora estou aqui recordando esses pequenos acontecimentos, publicando intimidades delicadas, O telefone telepático, na ponta do trampolim, não bate mais. É uma caixa-preta, for ever. Nunca pensei que na minha vida acontecesse uma coisa tão forte, tão brusca e selvagem, e que uma ausência pudesse ser tão viva."


Principais Obras

Poesia
  • 1982 - A Teus Pés
  • 1985 - Inéditos e Dispersos
  • Novas Seletas (Póstumo, organizado por Armando Freitas Filho)


Crítica
  • 1980 - Literatura Não é Documento
  • 1999 - Crítica e Tradução


Variados
  • Correspondência Incompleta
  • Escritos no Rio (Póstumo, organizado por Armando Freitas Filho)
  • Escritos em Londres (Póstumo, organizado por Armando Freitas Filho)
  • Antologia 26 Poetas Hoje, de Heloísa Buarque


Fonte: Wikipédia

Lucinha Medeiros

MARIA LÚCIA FERNANDES MEDEIROS
(63 anos)
Escritora, Poetisa e Professora

* Bragança, PA (15/02/1942)
+ Belém, PA (08/09/2005)

Maria Lúcia Fernandes Medeiros ou mais popularmente chamada de Lucinha Medeiros foi uma escritora, poeta e professora paraense.

Apaixonada por sua terra natal, morou em Bragança até os 12 anos, quando se mudou com parte da família para Belém, onde graduou-se em Licenciatura Plena em Letras, pela Universidade Federal do Pará (UFPA), aonde atuou como pesquisadora e docente. Sempre que podia, visitava seus conterrâneos e distribuía carinho e conversas à tarde com seus amigos.

Foi a primeira professora de Redação e de Literatura Infanto-juvenil, disciplina que ajudou a inserir no desenho curricular do Curso de Letras da Universidade Federal do Pará, à época. Era também uma grande colaboradora da Universidade da Amazônia (UNAMA) em Belém, envolvida em projetos e palestras, chegando a publicar textos de sua autoria na revista da UNAMA intitulada "Asas da Palavra", desde 1995.

Estreou na ficção com o livro de contos "Zeus Ou A Menina E Os Óculos" (1988). Depois publicou "Velas, Por Quem?" (1990), "Quarto De Hora" (1994), "Horizonte Silencioso" (2000) e "Céu Caótico" (2005).

Sobre Bragança, Maria Lúcia deixa uma pista em seu depoimento no documentário intitulado "A Escritura Veloz", de Mariano Klautau Filho (produção independente, em VHS, de 1994):

"Eu nasci em Bragança, uma cidade simples do interior, com um trem de ferro e um rio na frente. Tive, portanto, uma infância bem brasileira: quintal, primos, frutas, tios, igreja, cinema Olympia. Em Belém já cheguei quase adolescente e meus fantasmas viviam sob as mangueiras, nas ruas largas, na arquitetura imponente de uma cidade de 250 mil habitantes que era Belém dos anos 50.
Quando descobri os livros, descobri um outro jeito de viver. Personagens, situações, lugares ajudavam meu aprendizado do mundo. Ler para mim sempre foi uma salvação. Agora, escrever, acho que sempre escrevi. Lembro que muito menina eu me recolhia e escrevia, escrevia para mim."

Com sua seriedade foi uma escritora de excelente produção literária, além da função de professora e poeta. Reconhecida como uma das maiores contistas paraenses, tornou-se um dos mais importantes ícones literários do Pará.

Seus livros falam de sentimentos, entre eles a angústia e a solidão, com destaque para o viés emocional e da personalidade da escritora bragantina e são ambientados numa época chamada por ela de "modernidade". Um exemplo disso é o livro "Horizonte Silencioso", em que se destaca uma linguagem de enorme nostalgia, quando Lucinha Medeiros abordava a mudança do tempo, aspectos de sua infância e adolescência.


Seus textos eram fortes e quase autobiográficos. Sua escrita marcante era facilmente descoberta por seus leitores e admiradores da sua obra. Entre seus livros mais lidos estão os contos em "Velas Por Quem?" e "Zeus Ou A Menina E Os Óculos".

Em sua atuação como professora, ajudou a realizar o processo de registro e de tombamento em nível de Estado da Residência da família Medeiros, situada em Bragança, local onde ela costumava se hospedar nas suas visitas à terra natal.

Alguns de seus livros já foram listados entre as leituras obrigatórias de processos seletivos da Universidade Federal do Pará (UFPA), assim como em salas de aulas do ensino médio por todo o Estado. Lucinha Medeiros também ajudou a fundar a Casa da Linguagem, sendo uma de suas consultoras.

Foi homenageada na Feira Pan-Amazônica do Livro no ano de 2004, com um sarau intitulado "O Elemento Fabuloso Da Narrativa De Maria Lúcia Medeiros". No mesmo evento, o curta-metragem "Chuvas e Trovoadas", filme baseado na obra homônima de Lucinha Medeiros foi apresentado, sob a direção de Flávia Alfinito. No filme ambientando em Belém, quatro moças são estudantes de corte e costura em algumas tardes do período da Belle-Époque amazônica.

A película de Flávia Alfinito, produzida de forma independente, conta com a narração do ator José Mayer e a participação das atrizes Patrícia França, Suzana Faine, Andréia Rezende, Andreia Paiva e Francis, recebendo o prêmio de Melhor Fotografia no Festival de Gramado, principal premiação do cinema brasileiro, em 1995.

O último texto escrito por Maria Lúcia Medeiros, na Ilha de Mosqueiro, em abril de 2005, tinha como título "Don Quixote Veio De Trem", momento em que ela já estava bastante doente e com boa parte de seus movimentos comprometidos.

Em suas passagens por Bragança, sempre visitava amigos e conversava com seus contemporâneos, além de participar de eventos.

Morte

Maria Lúcia Medeiros foi acometida por uma doença degenerativa conhecida como Esclerose Lateral Amiotrófica, por alguns anos antes de seu falecimento, que paralisou gradativamente seus movimentos, impedindo-a de falar e se expressar, mesmo mantendo a lucidez, o que lhe causou uma situação de séria debilidade. Internada por mais de 30 dias, faleceu às 15:00hs do dia 08/09/2005, uma quinta-feira, em Belém, PA, aos 63 anos. Ela deixou 3 filhos.

Seu velório aconteceu no Núcleo de Artes da Universidade Federal do Pará (UFPA), na Praça da República. Seu corpo foi cremado no Cemitério Max Domini, no dia 08/09/2005, e no dia 11/09/2005, seus familiares depositaram suas cinzas pela Ilha de Mosqueiro, região metropolitana de Belém, um dos lugares prediletos da escritora.

Foi uma das escritoras paraenses homenageadas pelo Instituto de Artes do Pará na edição do Prêmio IAP de Artes Literárias de 2011, na categoria Contos.

Cruz Cordeiro

JOSÉ DA CRUZ CORDEIRO FILHO
(79 anos)
Escritor, Poeta, Tradutor e Compositor

* Recife, PE (12/03/1905)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/07/1984)

Cruz Cordeiro nasceu em Recife, PE, em 12/03/1905. Era filho de José da Cruz Cordeiro e Carolina Sabóia de Albuquerque Cordeiro. Tinha cinco irmãs e um irmão: Lourdes,  Augusta, Carmem, Carozinha, Bernadete e Humberto.  Aos 7 anos mudou-se com a família para o Estado do Rio de Janeiro.

Cruz Cordeiro, aos 13 anos de idade, em foto de 9.10.1918
De família abastada, Cruz Cordeiro foi internado, na época, num famoso colégio de padres, tendo sido "educado" dentro de uma prejudicial formação católica tradicional.  Em seu único romance escrito aos 33 anos, publicado com sucesso em 1938, intitulado "Uma Sombra Que Desce", no último capítulo Solidão,  ele escreve sobre a sua permanência no conhecido colégio:

"O pai gastara fortuna na sua instrução, à moda do tempo, internando-o em um dos mais famosos colégios de padres do país. Arrancado pequeno e para muito longe de casa, Jorge pouco ou nada aprendera. Desde então não gozara mais saúde. A comida era de inferior qualidade. Não nutria. Feita como si fosse para cachorro. E depois das frugalíssimas refeições seria castigado todo aquele que não participasse do futebol, da barra-bandeira, ou de qualquer outra brincadeira assim congestionante imposta àquelas crianças afastadas do convívio e da responsabilidade de quem as botou no mundo. Do colégio não podia se queixar. As cartas eram censuradas e a vergonha de uma expulsão tolhia os mais audazes. Aos domingos, em dias de visitação, a bóia era atacada de súbita melhora. O ardil surtia o efeito desejado: eram os alunos que reclamavam sem base, meninos vadios que inventavam tramas para dar o fora do colégio... Nas férias, diante da alegria de rever a casa paterna, esquecia-se de reagir, dizer o que não podia fazer por carta, do internato. E voltava no ano seguinte para continuar a estudar sem se alimentar. Foi se enfraquecendo. Sarampo, caxumba, e um violento tifo, devolveram-no, afinal, aos seus. A sua educação se completara..."

Durante a sua juventude, iniciou na Faculdade de Engenharia e no aprendizado do violino, ambos abandonados para mais tarde dar lugar a atividades multifacetadas no campo da cultura brasileira. Foi o sócio remido nº 7 do Clube de Regadas Guanabara onde praticou vários esportes, e onde mais tarde colocou seus quatro filhos como sócios para aprender natação e frequentar o clube recreativo.

Cruz Cordeiro, o filho José Roberto e sua esposa Dora Alencar Vasconcellos (Passeio Público, RJ)
Cruz Cordeiro casou-se com Dora Alencar Vasconcellos, nascendo da união o único filho José Roberto Cordeiro, falecido aos 31 anos nos Estados Unidos, em 1969. A Embaixadora Dora Alencar Vasconcellos faleceu aos 62 anos, em 1973, como representante do Brasil junto à República de Trinidad-Tobago, sendo sepultada com honras de estado no Cemitério de São João Batista, na aléa 10, jazigo numero 3782.

Dora Vasconcellos era poetiza, e em vida deixou três livros publicados: "O Grande Caminho do Branco", "Palavra Sem Eco" e "Surdina do Contemplado". Ela iniciou parcerias com o compositor brasileiro erudito Heitor Villa-Lobos, durante a sua primeira permanência nos Estados Unidos em 1952. Dora criou inspiradas letras para algumas das belas canções da grande suíte "Floresta do Amazonas" (1958), sendo as mais conhecidas "Tarde Azul (Canção do Amor)" e "Canção do Amor (Melodia Sentimental)".


Com o falecimento de Dora Alencar Vasconcellos em 1973, Cruz Cordeiro casou-se em 05/12/1973 com Angelita Silva, companheira de longa data com a qual viveu até o dia do seu falecimento em 16/07/1984. Angelita Silva, com o casamento, passou a se chamar Angelita Silva da Cruz Cordeiro. Ela nasceu na Bahia, em 22/06/1910, filha de Canuto Silva Laureano e de Martinha Costa Maranhão. Da união entre Cruz Cordeiro e Angelita nasceram quatro filhos: Márcio (19/02/1943), Antônio José (23/l2/l944), Mário Eduardo (29/07/1949), e Ricardo (26/06/1951). Márcio Silva da Cruz Cordeiro, divorciado de Eliane Bastos Cordeiro, faleceu em 18/09/1995, aos 52 anos, em seu apartamento, em Botafogo, RJ. Segundo a médica atestante Drª Virgínia da Conceição Sencades Alves, a causa mortis foi desnutrição: esquizofrenia paranoide. Márcio foi enterrado no Cemitério de São João Batista, na sepultura perpétua da família de seu genitor.

Cruz Cordeiro e Angelita no Sanatório em Correias, Rio de Janeiro
Angelita formou-se em enfermagem pela Cruz Vermelha Brasileira, conhecendo Cruz Cordeiro na condição de enfermeira num hospital de cirurgia no Rio de Janeiro. Angelita e Dora tornaram-se amigas no hospital, e Dora, após acompanhar o marido durante a existência de sua prolongada enfermidade, seguiu o seu destino, a sua ambição, a sua carreira. Contratada pela família, Angelita assistiu Cruz Cordeiro também em sua recuperação num sanatório em Correias. Angelita, depois de ter sido uma das enfermeiras de Cruz Cordeiro no hospital, e sua enfermeira particular no sanatório, abandonou a profissão de enfermagem para dedicar-se ao companheiro, aos quatro filhos e à vida doméstica. Angelita faleceu em 21/03/2005, aos 94 anos, na UTI da Clínica de São Gonçalo S.A, em Niterói, RJ, tendo sido enterrada no Cemitério São João Batista na sepultura da família de seu marido.

Cruz Cordeiro, em parceria com Sérgio Alencar Vasconcellos, irmão de Dora Alencar Vasconcellos, fundou a pioneira Revista Phono-Arte, como editor e redator.  A revista teve o apoio das gravadoras e representantes de disco e de músicas impressas, inaugurando a crítica sistemática da música popular e erudita impressa e gravada no Brasil. A revista também iniciou comentários sobre filmes musicados do então chamado "cinema falado", logo que começou o filme sonoro no cinema. A Phono-Arte foi publicada com sucesso até o número 50, no período de 1928 a 1931, havendo coleções completas da revista no Museu do Som e da Imagem no Rio de Janeiro.


Logo após o término da sua importante Revista Phono-Arte, Cruz Cordeiro ingressou na RCA Victor Brasileira Inc., então recém-fundada no Brasil. No período de 1931 a 1936, exerceu cargo de publicidade e orientador artístico da empresa, na qual, por motivo de moléstia, aposentou-se prematuramente. Eram os tempos áureos de compositores como Lamartine Babo, Noel Rosa, João de Barrro, o Braguinha, Almirante, Joubert de Carvalho, e artistas como Carmen Miranda, Mário Reis e muitos outros. Cruz Cordeiro aumentou muito a venda de discos nacionais no seu período de atuação, passando a venda de 3 mil discos por  mês para 35 mil discos, conforme controlava em fichários adequados.

No auge de sua atuação bem sucedida na RCA Victor, Cruz Cordeiro foi acometido por uma doença incapacitante, forçando-o a se afastar do importante cargo que ocupava na recém-fundada empresa brasileira. Como pessoa enferma passou por vários consultórios médicos, por diversos diagnósticos equivocados e por algumas operações inúteis, até a descoberta da verdadeira causa da misteriosa doença: "um enorme abscesso nas suas nádegas, que tinham virado panelas de pus durante os dias de febre". O sofrimento físico e psíquico vivido pelo doente durante a duradoura moléstia levou Cruz Cordeiro ainda em recuperação a escrever o único romance intitulado "Uma Sombra Que Desce". O livro foi publicado em 1938 pela Cultura Moderna - Sociedade Editora Ltda., São Paulo, obtendo grande êxito ao ser lançado em 1939. Pelo seu grande sucesso e elevada qualidade literária, o romance foi traduzido para o espanhol por Bráulio Sánches Saez, e editado na Argentina pela Editorial Araújo, Buenos Aires, em 1942, na sua "Colección Universal" com o título de "Peregrinos Del Dolor".

Cruz Cordeiro, Angelita, Márcio e Antônio José, em Barbacena, MG.
Em consequência de sua prolongada enfermidade, Cruz Cordeiro foi aposentado na época por invalidez com 1 salário mínimo. O seu salário da RCA Victor foi pago durante um bom tempo mesmo após o início de sua doença, em razão da generosidade do diretor da empresa no Brasil, o norte-americano Mr. Evans. Após a sua aposentadoria por invalidez e completa recuperação, Cruz Cordeiro trabalhou até a velhice como datilógrafo na firma Werco Comércio e Indústria S.A., de seu parente Paulo Fernando Marcondes Ferraz. Além de ser um exímio datilógrafo, Cruz Cordeiro era conhecedor do inglês e do francês, tendo inclusive trabalhado como tradutor para aumentar a renda doméstica.

Como tradutor do inglês e do francês, a Casa Editora Vecchi Ltda., Rio de Janeiro, lançou suas traduções: "Abandonados" (1943) de Nevil Shute; "O Flagelo de Deus" (1953) de  Maurice Leblanc; "A Ilha dos 30 Ataúdes" (1952) de Maurice Leblanc; "Falso Testemunho" (1956) de Irving Stone; "Um Retrato de Mulher" (1945) de J.H. Wallis; "Os Mais Belos Contos Terroríficos" (1945) de famosos autores (Tradução de 4 dos 23 contos); "A Grande Audácia" (1955) de Maurice Leblanc.


Nos seus números de agosto 1941, novembro/dezembro de 1942, janeiro 1943 e janeiro/fevereiro 1944, a revista de cultura A Ordem, sob a direção de Alceu Amoroso Lima, revelou Cruz Cordeiro como poeta, publicando seus poemas: "Regresso", "História de Jangadeiro", "Aquele Velho", "Luz e Sombra", "Prece" e o "Problema do Poeta".

Anonimamente e
Na intimidade de cada pouso,
Silenciosamente e
No indevassável de cada alma,
Tudo vai tendo o seu próprio desconhecido
No concerto da beleza universal.
E assim somos como os búzios,
Que não falam: a vida em nós,
Como nas conchas diante do mar profundo,
É ressonância que a palavra,
Embora dom milagroso,
Jamais traduz exatamente.
E se tudo é silêncio e anonimato,
Se tudo ressoa sem palavras,
Se tudo é harmonia e beleza,
Por que então fazer poemas,
Que pedem títulos,
Que levam palavras e que
Se endereçam à alma de todas as criações?
(Poema - O Problema do Poeta)

Ainda, de 1939 a 1957, exerceu inúmeras outras atividades, conforme o texto abaixo escrito pelo próprio Cruz Cordeiro.

  • 1939 - Na revista Cine-Rádio Jornal, de Celestino Silveira, Rio de Janeiro, colaborou, frequente e animadamente, na seção "Fala o Amigo Fan", com seu nome literário Cruz Cordeiro  e, posteriormente, sob o pseudônimo de Tupiniquim, sempre em defesa da música brasileira popular, de que se tornou um dos seus melhores conhecedores e críticos.
  • 09/03/1940 - No famoso jornal crítico-literário de Brício de Abreu, Dom Casmurro, estreou com um trabalho de Linguística e Filologia, que passariam a ser a sua principal especialidade desde então, intitulado "A Ortografia dos Vocábulos Indígenas e Afro-negros". No mesmo periódico seguiu colaborando longo tempo até, praticamente, sua extinção.
  • 1941 - Colaborou com artigos para Diretrizes, publicação de Samuel Wainer e de projeção na época. Passou  a ser um dos colaboradores efetivos da Revista Filológica, publicação mensal sob a direção de Rui Almeida, que publicou até 1944. Ainda, tornou-se colaborador da Revista do Arquivo Municipal, publicação do Departamento de Cultura de São Paulo, onde se publicaram trabalhos seus como "Os Fundamentos Econômicos nas Origens dos Nomes Brasil e América" (Vol. LXXVIII de agosto/setembro 1941) e "Terminações Mineralógicas" (Vol. CII, 1945). Tornou-se colaborador do conceituado suplemento literário do Diário de Notícias, do Rio de Janeiro, sob a direção de Raul Lima, tendo sua colaboração sido variada, focalizando de preferência, porém, temas linguísticos, filológicos e de música popular e folclórica brasileira.
  • Janeiro de 1942 – A Revista do Brasil (Ano V, 3ª fase, nº 43) publicou seu importante trabalho "A Língua Brasileira".
  • 1945 - Ingressa como colaborador dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, em constante colaboração através do suplemento literário do seu órgão líder no Rio de Janeiro: O Jornal, de preferência sobre assuntos de linguística, filologia, folclore e música popular brasileira.
  • 1955/1956 – Convidado por Lúcio Rangel, criador da Revista da Música Popular, Cruz Cordeiro escreve sobre folcmúsica e música popular brasileira, e apresenta uma discografia mensal da Produção Nacional.
  • 1957 -  Passa a colaborar também no suplemento literário do Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro.

O Jornal do Brasil, no Caderno Especial, em 26/01/1975, publica a Carta de Leitor de Cruz Cordeiro, intitulada "Fato Social e Fato Artístico", referindo-se às análises de caráter sociológico do historiador e crítico José Ramos Tinhorão, relativas aos compositores e letristas da nossa música popular.


O jornalista, escritor, crítico e historiador Sérgio Cabral entrevistou Cruz Cordeiro em sua residência, na Rua General Góis Monteiro, nº 88, apto 303, Botafogo, RJ. A extensa entrevista foi publicada no jornal O Globo, em 22/07/76, com o título "Cruz Cordeiro – O Primeiro Colunista de Discos do Brasil". A grande reportagem também foi publicada no livro "ABC do Sérgio Cabral – Um Desfile dos Craques da MPB" (Editora Codecri - Rio de Janeiro, 1979). Quando Cruz Cordeiro foi entrevistado por Sérgio Cabral, ele já tinha a idade avançada de 71 anos.

Entre os 72 e 73 anos de idade (1977/1978), Cruz Cordeiro foi internato no Hospital da Lagoa do Rio de Janeiro para a retirada de um coágulo no cérebro. Apesar de a cirurgia invasiva ter sido bem sucedida pela competência dos médicos na época, mais tarde Cruz Cordeiro sofreu um derrame cerebral que paralisou o seu lado esquerdo. Ele permaneceu em sua residência neste lamentável estado irreversível até o dia de seu falecimento, assistido por uma enfermeira e por sua sempre dedicada Angelita. Tendo ido visitar meu querido pai neste dia, estava em seu quarto e ao lado da sua cama, e junto à minha mãe presenciei a sua vida se esvaindo através de uma dispneia.

José da Cruz Cordeiro Filho faleceu em 16/07/1984 às 22:00 hs, aos 79 anos de idade. Segundo a Certidão de Óbito atestada pelo médico Drº Ismar Fernandes, a causa mortis foi Insuficiência Cardiorrespiratória e Arterioesclerose Cerebral.

Cruz Cordeiro foi sepultado no Cemitério São João Batista, no túmulo perpétuo da família, de mármore preto, encimado por uma grande imagem branca de Santa de Lourdes. A antiga sepultura, que tem espaço para três urnas funerárias, fica à esquerda logo após a entrada do Cemitério São João Batista, e da rua principal já pode se ver não muito distante a imagem bonita da alta escultura.

Meu pai era um homem de poucas palavras e não dado a manifestações físicas de carinho, embora fosse muito atento aos estudos dos seus quatro filhos. Eu mesmo tive professores particulares de português, francês e matemática, quando não ia bem nestas matérias durante o curso primário e básico comercial.  E comprou um piano para que eu fizesse o curso completo do instrumento, pois uma professora de música afirmou que eu tinha muito talento para o piano, embora mais adiante tenha abandonado o curso por não me sentir motivado. Todos os filhos, sem exceção, no momento próprio, foram inscritos no Instituto Brasil-Estados-Unidos (IBEU), e ao contrário dos demais irmãos abandonei o curso de inglês logo no início.

Estou cansado de presenciar fatos consumados,
De ter notícias de desgraças ou de vitórias,

Acabei por detestar os acontecimentos.
Queria que Deus me desse a pré-ciência
O dom divinatório e a mais absoluta vidência,
Que me fizesse entrar no espírito de todas as coisas,
Que me coordenasse com a essência universal e
me concedesse, desde logo,
A paz imensa que pressinto no infinito.
(Poema - Prece)

Antônio José, ao lado de seus pais Cruz Cordeiro e Angelita, na sua primeira exposição individual no Foyer da Sala Cecília Meireles, realizada no período de 06/07 a 06/08/1979
O filho de Cruz Cordeiro, Antônio José Silva da Cruz Cordeiro, autor da presente biografia resumida, homenageando o seu querido, saudoso e admirado pai, organizou, anteriormente, o site Revista Phono-Arte,  e do qual retirou  a maioria das informações desta biografia à pedido de Marcos Carvalho, criador deste blog.

Fonte: Antônio José Silva da Cruz Cordeiro e Revista Phono-Arte