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Luiz Henrique

LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA
(75 anos)
Advogado e Político

☼ Blumenau, SC (25/02/1940)
┼ Joinville, SC (10/05/2015)

Luiz Henrique da Silveira foi um advogado e político brasileiro. Dentre seus cargos como político foi prefeito de Joinville, governador de Santa Catarina e senador por Santa Catarina.

Era filho de Moacir Iguatemy da Silveira e de Delcides Clímaco da Silveira, e descendente de Luís Maurício da Silveira.

Bacharelou-se em direito pela Universidade Federal de Santa Catarina, em 1965. Foi casado com Ivete Appel da Silveira, tinha dois filhos e netos.

Foi deputado estadual à Assembleia Legislativa de Santa Catarina na 7ª legislatura (1971-1975), como suplente convocado. Foi deputado federal por Santa Catarina na 45ª legislatura (1975-1979) e na 50ª legislatura (1995-1999).

Foi presidente nacional do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), prefeito de Joinville e governador de Santa Catarina por dois mandatos: o primeiro de 01/01/2003 a 09/04/2006, quando renunciou para se dedicar à reeleição. Reeleito, o segundo mandato iniciou em 01/01/2007, e perdurou até 25/03/2010, quando renunciou para ser candidato a senador.

Iniciou sua militância na política estudantil na Universidade Federal de Santa Catarina, onde se formou em direito. Foi professor de história geral do Colégio Coração de Jesus, em Florianópolis.

Em 1966 mudou-se para Joinville, onde montou banca de advocacia e ministrou aulas de língua portuguesa e história geral no Colégio Bom Jesus e de Direito Público e Privado na atual Univille.

Em 1971 foi eleito presidente do Diretório Municipal do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) de Joinville.


Assumiu o Ministério da Ciência e Tecnologia entre 1987 e 1988, durante o governo José Sarney

Exerceu a presidência do Diretório Nacional do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) entre 1993 e 1996.

Seu governo foi marcado pela criação de trinta secretarias de Desenvolvimento Regional em diversas regiões do estado, ato muitas vezes criticado devido à possibilidade de criação de cargos comissionados, onerando os cofres públicos.

Primeiro governador reeleito da história do estado de Santa Catarina, conseguiu a marca histórica em 29/10/2006 com 52,7% dos votos válidos, tendo sido derrotado em 108 municípios, destacando-se as principais cidades como Blumenau, São José, Itajaí, Jaraguá do Sul, Palhoça e Tubarão.

Renunciou ao cargo em 25/03/2010 em favor de Leonel Pavan para concorrer ao Senado Federal do Brasil nas eleições gerais no Brasil em 2010.

Correu no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um recurso que pedia a cassação do mandato do ex-governador Luiz Henrique da Silveira. Ele era acusado por adversários de abuso de poder econômico na divulgação de propaganda institucional durante a campanha eleitoral de 2006.

Em 15/02/2008, o julgamento foi interrompido por um pedido de vista do ministro Marcelo Ribeiro, sendo que três dos sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já haviam votado a favor da cassação do governador.

Em 28/05/2009, por seis votos a um, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) absolveu o governador da acusação.

Em 03/10/2010 se elegeu-se para ocupar uma das 2 vagas no senado de Santa Catarina. A 2° vaga foi preenchida pelo deputado federal e ex secretário de educação Paulo Roberto Bauer.

Luiz Henrique da Silveira foi candidato à presidência do senado em 2015, perdendo a eleição para Renan Calheiros.

Morte

Em 10/05/2015, logo após almoçar em seu apartamento em Itapema, Santa Catarina, passou mal e foi levado a um hospital de Joinville, onde acabou falecendo. De acordo com o secretário de comunicação de Joinville, Marco Aurélio Braga, ele estava em casa, em Joinville, e as primeiras informações é que teve um infarto fulminante após o almoço.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Fada Veras e Miguel Sampaio

Salgado Filho

JOAQUIM PEDRO SALGADO FILHO
(62 anos)
Advogado e Político

☼ Porto Alegre, RS (02/07/1888)
┼ São Francisco de Assis, RS (30/07/1950)

Joaquim Pedro Salgado Filho nasceu em Porto Alegre, RS, no dia 02/07/1888 e foi um advogado e político brasileiro. Era filho de Joaquim Pedro Salgado e de Maria Josefa Artayeta Palmeiro.

Advogado, concluiu a Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro em 1908.

Em 1930, deu apoio à candidatura oposicionista de Getúlio Vargas à presidência da República, lançada pela Aliança Liberal. Apesar de derrotado nas urnas, Getúlio Vargas acabou sendo levado ao poder pelo movimento político-militar que depôs o presidente Washington Luís e impediu a posse do candidato eleito, Júlio Prestes.

Com a posse do novo governo, em novembro de 1930, Salgado Filho foi nomeado delegado auxiliar de polícia na capital federal. Meses depois, assumiu a chefia da Polícia do Distrito Federal.

Em abril de 1932, foi nomeado ministro do Trabalho, Indústria e Comércio em substituição a Lindolfo Collor, após a crise política que afastou diversos representantes gaúchos do governo federal. Durante sua gestão no ministério, instituiu comissões mistas para julgar conflitos entre empregadores e empregados, promoveu a regulamentação do trabalho feminino e do horário de trabalho na indústria e no comércio, ocupou-se da organização de sindicatos profissionais e instituiu a carteira profissional.


Deixou o ministério em julho de 1934, elegendo-se, a seguir, deputado federal classista, representação prevista na Constituição promulgada naquele ano, como representante dos profissionais liberais.

Em novembro de 1937, apoiou o golpe de Estado promovido por Getúlio Vargas que implantou o Estado Novo.

Em 1938, foi nomeado ministro do Superior Tribunal Militar (STM), aposentando-se em janeiro de 1941. Dois dias depois foi designado para dirigir o recém-criado Ministério da Aeronáutica, tornando-se o seu primeiro titular. Desempenhou papel importante nas negociações entre os governos brasileiro e norte-americano que acabaram levando o Brasil a ceder pontos de seu litoral como bases militares dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Durante esse conflito, visitou as bases da Força Aérea Brasileira (FAB), na Itália. Deixou o ministério em outubro de 1945, após a deposição de Getúlio Vargas.

Em 1947, elegeu-se senador pelo Rio Grande do Sul na legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), agremiação estruturada sobre as bases sindicais vinculadas ao Ministério do Trabalho. Em 1948, passou a ocupar a vice-presidência nacional do PTB. Na prática, o cargo equivalia à presidência de fato, já que Getúlio Vargas exercia a presidência em caráter honorário.

Nas eleições presidenciais de 1950, exerceu importante papel de ligação entre Getúlio Vargas, novamente candidato, e elementos do Partido Social Democrático (PSD), que acabaram o apoiando. Nesse mesmo pleito foi indicado, pelo PTB, candidato ao governo gaúcho.

Salgado Filho foi um dos criadores do Correio Aéreo Nacional (CAN) e da Escola de Aeronáutica, que resultou na separação da Força Aérea Brasileira do Exército. Estimulou a criação de aeroportos para aviação comercial no Brasil.

Morte

Candidato a governador do Rio Grande do Sul, faleceu em um acidente aéreo, quando o bimotor Lodestar que o levava rumo a um encontro com Getúlio Vargas, na fazenda do ex-presidente em São Borja, se chocou com uma colina, Cerro dos Cortelini, no Rincão dos Dornelles, segundo distrito de São Francisco de Assis.

O piloto do avião era o comandante Gustavo Ernesto de Carvalho Cramer, pioneiro da aviação nacional, sendo fundador da Sociedade Anônima Viação Aérea Gaúcha (SAVAG). O avião foi o primeiro dos três aviões adquiridos da Panair, apelidado de "Cidade de São Pedro do Rio Grande".

Busto de Joaquim Pedro Salgado Filho, no Aeroporto Internacional Salgado Filho de Porto Alegre, RS.
Homenagens Póstumas

O Aeroporto Internacional Salgado Filho SBPA em Porto Alegre, e o Aeroporto Salgado Filho SDZC em São Carlos, SP, foram assim denominados em sua homenagem.

Além das homenagens supracitadas, são várias as manifestações de apreço ao político gaúcho espalhados pelo Brasil, como por exemplo:

  • O município paranaense de Salgado Filho.
  • O bairro Salgado Filho na cidade de Belo Horizonte, MG, e na cidade de Aracaju, SE.
  • A Escola Municipal Salgado Filho em Belo Horizonte, MG.
  • A Avenida Senador Salgado Filho em Curitiba, PR e em Natal, RN.
  • o Instituto Estadual de Educação Salgado Filho, em São Francisco de Assis, RS.
  • O Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro.
  • Praça Pedro Salgado, localizado na Vila Campesina em Osasco, SP.
  • Praça Ministro Salgado Filho onde se localiza o aeroporto do Recife, PE.
  • Na cidade de Porto Velho, RO, existe uma avenida que leva o seu nome.
  • E várias outras homenagens espalhadas pelo Brasil aqui não mencionadas.


O Documentário

O documentário "Salgado Filho - O Herói Esquecido" foi aplaudidíssimo no Teatro da Poupex, em Brasília, DF, em noite organizada pelo Ministério da Aeronáutica, pelos 70 anos de sua fundação. No dia anterior, foi mostrado no Festival do Rio, também muito elogiado.

O filme, com muitos depoimentos, conta a vida e a trajetória do político gaúcho, advogado, ex-ministro do Trabalho, ex-presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), ex-Senador, entre tantas outras coisas. É ele quem dá nome a um hospital municipal no Rio de Janeiro, o Hospital Salgado Filho, no Méier. Se vivo fosse, talvez preferisse não ver seu nome associado a tudo que se passa ali, com todo tipo de negligência.

O documentário é baseado numa biografia assinada por Maisa Salgado, sua nora, depois de 20 anos de pesquisa. O diretor é Ricky Ferreira, casado com Bia Salgado, neta de Salgado Filho.

Fonte: Wikipédia e Fundação Getúlio Vargas CPDOC

Ernani Satyro

ERNÂNI AIRES SÁTIRO E SOUSA
(74 anos)
Fazendeiro, Poeta, Cronista, Romancista, Ensaísta e Político

☼ Patos, PB (11/09/1911)
┼ Brasília, DF (08/05/1986)

Ernâni Aires Sátiro e Sousa foi um fazendeiro, poeta, cronista, romancista, ensaísta e político brasileiro, que exerceu oito mandatos de deputado federal pela Paraíba. Foi ainda prefeito de João Pessoa e governador da Paraíba.

Pertenceu à Academia Paraibana de Letras, à Academia Brasiliense de Letras e à Academia Campinense de Letras.

Filho de Miguel Sátiro e Sousa e Capitulina Ayres Sátiro e Sousa, formou-se em 1933 pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco.

Em 1934 elegeu-se deputado estadual pelo Partido Republicano Libertador (PRL) a exemplo do que fizera antes seu pai. Durante a vigência do Estado Novo getulista, dedicou-se à advocacia, fase interrompida apenas em 1940 quando foi nomeado prefeito de João Pessoa, cargo que exerceu por apenas dezoito dias.

Homem importante da União Democrática Nacional (UDN) foi eleito deputado federal para a Assembléia Nacional Constituinte em 1945 sendo reeleito em 1950, 1954, 1958 e 1962.

Partidário do Golpe Militar de 1964 foi eleito presidente da União Democrática Nacional (UDN), o último antes da instituição do bipartidarismo pelo Ato Institucional Número 2 em 27/10/1965. Ernâni Sátiro ingressou na Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e foi reeleito em 1966.

Líder do governo Costa e Silva na Câmara dos Deputados entre 1967 e 1968, renunciou ao mandato em 09/05/1969 após ser escolhido ministro do Superior Tribunal Militar.

Em 1970 foi escolhido governador da Paraíba pelo presidente Emílio Garrastazu Médici, fato que o levou a abdicar da toga ministerial.

De volta à política Ernâni Sátiro foi reeleito deputado federal em 1978 e 1982 quando já estava no Partido Democrático Social (PDS). Em seu último mandato ausentou-se da votação da Emenda Dante de Oliveira em 1984 e votou em Paulo Maluf no Colégio Eleitoral em 1985.

Ficou conhecido por tratar a todos que encontrava pela expressão "amigo velho".

Ernâni Sátiro faleceu vítima de derrame cerebral.

Academia Paraibana de Letras

É o fundador da cadeira número 32 da Academia Paraibana de Letras, que tem como patrono Carlos Dias Fernandes. Atualmente é ocupada por Wills Leal. Assumiu a sua cadeira em 03/08/1963, com saudação do acadêmico Ivan Bichara.


Obras

  • O Canto do Retardatário (Poesias)
  • 1954 - O Quadro-Negro (Romance)
  • 1957 - Mariana (Romance)

Fonte: Wikipédia

Visconde de Sousa Franco

BERNARDO SE SOUSA FRANCO
(69 anos)
Jornalista, Magistrado e Político

☼ Belém, PA (28/06/1805)
┼ Rio de Janeiro, RJ (28/05/1875)

Bernardo de Sousa Franco, o Visconde de Sousa Franco, foi um jornalista, magistrado e político brasileiro. Foi deputado geral, presidente da província do Rio de Janeiro, ministro, conselheiro de Estado e senador do Império do Brasil de 1855 a 1875.

Filho legítimo do negociante matriculado da província do Pará, Manuel João Franco, e de Catarina de Sousa Franco, nasceu na capital da mesma província em 28/06/1805.

Formado em Direito pela Faculdade de Olinda em 1835, foi Conselheiro de Estado e membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Em 1836 ocupou o lugar de procurador fiscal da Tesouraria de Pernambuco, cargo em que permaneceu por dois anos e de juiz do cível da Capital.

Exerceu a presidência das Províncias do Pará em 1839, de Alagoas em 1844 e a do Rio de janeiro em 1864.

Em 1848 foi Ministro da Fazenda interino e em 1857, com o Gabinete Olinda, convidado, ocupou pela segunda vez a pasta da Fazenda. Executou a Nova Tarifa Alfandegária. As moedas inglesas passaram a ser recebidas nas repartições públicas, pois era sua convicção de que a expansão das emissões fomentava a indústria e o comércio.

Filiado à escola da pluralidade bancária, sua gestão no Ministério da Fazenda foi denominada, por Joaquim Nabuco, de período de ensaio da chamada liberdade bancária, pois então se desenrolou a luta entre os partidários da pluralidade e os da unidade emissora.

Visconde de Sousa Franco foi Senador em 1855.

Além de muitos relatórios publicados, como Ministro de Estado e como Administrador de Província, escreveu artigos políticos editados em diversas folhas. Na sua bibliografia destaca-se o seguinte:

  • 1848 - Os Bancos do Brasil - Sua história, defeitos da organização atual e reforma do sistema bancário
  • 1863 - A Situação Econômica e Financeira do Brasil (Biblioteca Brasileira, Rio de Janeiro, I (1/2). Revista mensal editada por uma Associação de Homens de Letras)
  • 1857-1858 - Proposta e relatório apresentados à Assembléia Geral Legislativa (Rio de Janeiro, Tipografia Nacional)


Heitor Penteado

HEITOR TEIXEIRA PENTEADO
(68 anos)
Advogado e Político

☼ Campinas, SP (16/12/1878)
┼ Campinas, SP (08/05/1947)

Heitor Teixeira Penteado foi um advogado e político brasileiro, presidente interino do Estado de São Paulo, deposto em 24/10/1930 pela Revolução de 1930.

Notabilizou-se pela construção do Ginásio do Ibirapuera, hoje oficialmente denominado Ginásio Estadual Geraldo José de Almeida, em 1930. O ginásio foi construído ao lado da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Era filho de Salvador Leite de Camargo Penteado e de Leonor Teixeira Penteado. Fez seus estudos primários em sua terra natal, vindo para São Paulo, matriculou-se no Seminário Episcopal para completar a sua seus estudos.

Em 1896 matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo e bacharelou-se em 1900. Quando cursava o terceiro ano foi eleito presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto e redator da Revista Acadêmica. Depois de formado voltou a Campinas onde iniciou o exercício de sua profissão e logo depois foi nomeado promotor público daquela comarca, cargo que exerceu de 1901 a 1910. Neste tempo já se dedicava a política, filiou-se ao Partido Republicano Paulista (PRP), pelo qual candidatou-se a uma cadeira de vereador para a Câmara Municipal. Depois de eleito foi escolhido para ocupar o cargo de prefeito do município, sendo sucessivamente reeleito várias vezes.

Passando da atividade política municipal para a estadual, candidatou-se a uma cadeira de deputado na Câmara Paulista. Foi eleito em 1919 e em 1920 deixou o seu lugar na Câmara dos Deputados para ocupar o cargo de Secretário da Agricultura, Viação e Obras Públicas, no governo Washington Luis, quando recuperou as finanças da Estrada de Ferro Sorocabana e dirigiu a construção de diversas rodovias no estado.

Em 1924, quando deixou a secretaria, foi eleito representante de São Paulo na Câmara Federal, exercendo o seu mandato até 1927, quando foi escolhido para o cargo de vice-presidente do Estado, como companheiro de chapa de Júlio Prestes, a quem substituiu como presidente interino em 21/05/1930 na chefia do Executivo Paulista depois da vitória deste nas eleições para a presidência do Estado, mantendo-se no cargo até 24/10/1930, quando triunfou o movimento revolucionário da Aliança Liberal.

Depois da Revolução de 1930, Heitor Penteado abandonou a política, dedicando-se a lavoura. Só em 1936 é que retornou, recomeçando as suas atividades públicas na região municipal de Campinas, elegendo-se a vereador.

Durante muitos anos Heitor Penteado ocupou a presidência da Comissão Diretora do Partido Republicano e da Sociedade Anônima Correio Paulistano. Foi também diretor do Banco do Estado de São Paulo de 1938 até abril de 1939.

Era casado com Evelina de Queiroz Teles Penteado e tiveram dez filhos.

Homenagens

Foi homenageado na cidade de São Paulo com a Rua Heitor Penteado, uma importante via da zona oeste, e que liga a região da Avenida Paulista e Avenida Doutor Arnaldo à Lapa e o Alto de Pinheiros.

Foi homenageado na cidade de Campinas com a Avenida Heitor Penteado, na região da Lagoa do Taquaral, e com a Rodovia Heitor Penteado, na saída para o distrito de Sousas.

Heitor Penteado dá nome a uma escola na cidade de Americana, SP.

Fonte: Wikipédia

Rodolpho Tourinho

RODOLPHO TOURINHO NETO
(73 anos)
Político

☼ Salvador, BA (27/12/1941)
┼ São Paulo, SP (07/05/2015)

Rodolpho Tourinho Neto foi um político brasileiro filiado ao Democratas (DEM). Era formado em Economia pela Universidade de São Paulo, e pós-graduado em Economia e Administração de Empresas pela Bradley University, nos Estados Unidos.

Foi Secretário da Fazenda do Estado da Bahia entre 1991 e 1998.

Em 1998 chegou ao Senado como suplente do Senador baiano Paulo Souto.

Ocupou as pasta de ministro de Minas e Energia (1999-2001), no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Em 2003 assumiu a vaga de Paulo Souto no Senado, quando este tomou posse como Governador do Estado da Bahia, e permaneceu no Senado até 2007.

Rodolpho Tourinho disputou as eleições para o Senado em 2006 e perdeu a vaga para o candidato João Durval.

Morte

Rodolpho Tourinho morreu na manhã de quinta-feira, 07/05/2015, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, aos 73 anos, vítima de câncer. Segundo o filho, Rodolpho Tourinho Neto estava internado na unidade médica desde o final do mês novembro.

Ele deixa esposa e quatro filhos.

Fonte: Wikipédia e G1

Urbano Santos

URBANO SANTOS DA COSTA ARAÚJO
(63 anos)
Advogado, Escritor, Político e Vice Presidente do Brasil

* Guimarães, MA (03/02/1859)
+ Em viagem entre o Maranhão e o Rio de Janeiro (07/05/1922)

Advogado, escritor e político de prestígio brasileiro nascido na Comarca dos Guimarães, no Estado do Maranhão, vice-presidente da República, entre 15/11/1914 e 15/11/1918, no governo de Wenceslau Brás Pereira Gomes, 10º presidente do Brasil, que exerceu a presidência nos meses de setembro e outubro de 1917, durante o impedimento do titular.

Filho do advogado pela Faculdade do Recife, Coronel Antônio Brício de Araújo, também tornou-se advogado especialista, principalmente, nos estudos econômicos, financeiros e jurídicos. Depois de ser promotor público do Baixo-Mearim e da Câmara do Rosário e  juiz municipal de Croatá e de São Vicente Ferrer, foi nomeado promotor público e juiz do comércio em São Luís em 1892.

Entrou na política partidária e na Câmara Federal pelo Estado do Maranhão (1897-1906), foi o primeiro vice-presidente e membro da Comissão de Finanças.

Senador pelo Maranhão entre 1906 e 1914, exerceu o mandato de vice-presidente da República entre 1914 e 1918, período em que constitucionalmente foi presidente do Senado por ser o vice-presidente da República, e presidente interino da República em 1917.

Durante sua vida política foi por três vezes, escolhido governador do Maranhão, nos anos de 1898, 1913 e 1918. Nestes mandatos desenvolveu o setor de transportes, com a inauguração do tráfego na Estrada de Ferro São Luís-Teresina em 1921, e ainda o contrato com a Cia. Nacional de Navegação Costeira de uma linha de cabotagem entre os pequenos portos do Estado. No setor de obras públicas promoveu o abastecimento de água com regularidade, a construção da Escola Benedito Leite, a reforma da penitenciária, do quartel de Polícia Militar, do aprendizado agrícola e do teatro, cuja casa de espetáculos passou a se chamar Arthur Azevedo.

Também foi ministro da Justiça e Negócios Interiores entre 1918 e 1919, no Governo de Delfim Moreira, onde se destacou, principalmente, nos investimentos em saúde pública. Promoveu o serviço de profilaxia urbana e rural, instalou o Instituto Osvaldo Cruz em São Luís e celebrou um contrato com a Fundação Rockefeller para o combate à malária.

Finalmente, candidato pela segunda vez à vice-presidência da República na chapa de Arthur Bernardes para o mandato seguinte, entre 1922 e 1926, não chegou a tomar posse, vindo a falecer durante uma viagem do Maranhão para o Rio de Janeiro, a bordo do navio Minas Gerais.

O nome da cidade Urbano Santos, município brasileiro da microrregião de Chapadinha, no estado do Maranhão, com população estimada em 2004, em 23.222 habitantes, e que antes se chamava Ponte Nova, é uma homenagem ao político maranhense.

Aluízio Alves

ALUÍZIO ALVES
(84 anos)
Jornalista, Advogado e Político

* Angicos, RN (11/08/1921)
* Natal, RN (06/05/2006)

Aluízio Alves foi um jornalista, advogado e político brasileiro natural do Rio Grande do Norte, estado do qual foi governador entre 1961 e 1966 sendo depois cassado pelo Ato Institucional Número Cinco (AI-5) em 1969. É o decano do clã dos Alves, contraparte política da família Maia num embate que há anos domina a cena política potiguar, em especial a partir dos anos 80 do Século XX.

Filho de Manuel Alves Filho e Maria Fernandes Alves, advogado com Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Maceió com especialização em Serviço Social, voltou-se às atividades jornalísticas após a graduação: primeiro como funcionário dos jornais A Razão e A República, ambos em Natal, tendo se dirigido em 1949 ao Rio de Janeiro onde foi redator-chefe da Tribuna da Imprensa, que pertencia a Carlos Lacerda.

De volta ao seu estado natal, em 1950, fundou e dirigiu a Tribuna do Norte. Ainda no ramo de comunicação foi diretor da Rádio Cabugi, da TV Cabugi e da Rádio Difusora de Mossoró. Antes foi Oficial de Gabinete da Interventoria Potiguar, chefe do Serviço Estadual de Reeducação e Assistência Social (SERAS) e diretor estadual da Legião Brasileira de Assistência (LBA).

Sua vocação política surgiu em consequência das suas atividades profissionais e a estréia se deu sob as bênçãos de José Augusto Bezerra de Medeiros e Dinarte Mariz, líder-mor da União Democrática Nacional (UDN) potiguar e assim Aluízio Alves foi eleito deputado federal em 1945 e participou da Assembleia Nacional Constituinte que promulgaria a nova Constituição em 18/09/1946.


Reeleito em 1950, 1954 e 1958, chegou aos postos de secretário-geral da União Democrática Nacional (UDN) e vice-líder da bancada. Figura de proa na eleição de Dinarte Mariz para o governo do estado em 1955, rompeu com seu aliado em face de um episódio onde o governador recém-eleito ignorou uma série de ações de governo que foram reunidas por Aluízio Alves num extenso documento. Irritado, afastou-se politicamente de seu mentor e ingressou no PSD e foi eleito governador em 1960 para o desgosto de Dinarte Mariz.

A animosidade entre os dois líderes tornou-se cada dia mais férrea e com o advento do Regime Militar de 1964 foi Dinarte Mariz quem retomou o comando da cena política, o que não impediu, contudo, o ingresso de Aluízio Alves na Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e a conquista de seu quinto mandato de deputado federal em 1966 após Dinarte Mariz vetar sua candidatura a senador. No ano anterior Aluízio Alves derrotou o grupo de Dinarte Mariz ao eleger o monsenhor Valfredo Gurgel para governador.

Veio então o revés: Em 07/02/1969 teve seu mandato cassado pelo AI-5 sob a acusação de corrupção sendo indiciado em um processo que foi arquivado em fevereiro de 1973. Mesmo sem poder atuar diretamente na política usou sua experiência e se manteve influente ao levar seus correligionários para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1970, e ademais sua condição de empresário permitiu que mantivesse boas relações com os arenistas, à exceção de Dinarte Mariz.


Executivo da União das Empresas Brasileiras, expandiu suas atividades para além da área de comunicação e tão logo foi restaurado o pluripartidarismo ingressou no Partido Progressista (PP) e a seguir no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) sendo derrotado na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte em 1982 por José Agripino Maia do Partido Democrático Social (PDS).

Entusiasta da candidatura vitoriosa de Tancredo Neves à Presidência da República foi indicado Ministro da Administração pelo presidente eleito sendo confirmado no cargo por José Sarney e permaneceu à frente desse ministério entre 15/03/1985 e 15/02/1989 e durante a sua gestão foi criada a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).

Em 1990 foi eleito para o sexto mandato de deputado federal, cargo do qual esteve licenciado durante o governo Itamar Franco quando foi Ministro da Integração Regional entre 08/04/1994 e 01/01/1995. Como Ministro da Integração, Aluízio Alves retomou o projeto de transposição do Rio São Francisco.

Morte

Aluízio Alves morreu às 14:55 hs, do dia 06/05/2006, vítima de falência múltipla dos órgãos. Ele vinha agonizando desde quarta-feira, 03/05/2006, quando sofreu uma parada cardiorrespiratória em seu apartamento e foi socorrido pelo SAMU que o encaminhou para a Casa de Saúde São Lucas.

Na sexta-feira, 05/05/2006, o seu quadro clínico tinha apresentado uma pequena melhora e os médicos já tinham suspendido a medicação de indução a coma, no entanto na madrugada de sábado, 06/05/2006, o ex-governador apresentou novas complicações e teve a morte cerebral constatada.

O velório ocorreu no Palácio da Cultura, antigo Palácio da Esperança, local onde Aluízio Alves exerceu o cargo de governador do Estado entre 1961 e 1966. O enterro ocorreu às 16:00 hs no Cemitério Morada da Paz.

Aluízio Alves era pai do deputado federal Henrique Eduardo Alves.

João Alves

JOÃO ALVES DE ALMEIDA
(85 anos)
Político

* Maceió, AL (28/09/1919)
+ Salvador, BA (14/11/2004)

João Alves de Almeida foi um político brasileiro com base eleitoral no estado da Bahia. Foi deputado federal de 1963 até 1994.

Nascido em Maceió numa família muito humilde. Seu irmão mais velho Liberalino Alves de Almeida, por não querer mais dar despesa a família, fugiu de casa aos 12 anos de idade.

João Alves trabalhou como engraxate e ajudante numa padaria. Ascendeu socialmente e trouxe seus irmãos: Cícero, José Silvério e Analha até a Bahia, onde todos supostamente venceram na vida honestamente, ocupando importantes cargos públicos.

O Escândalo dos Anões do Orçamento

Em 1993, a CPI dos Anões do Orçamento investigou 37 parlamentares por suposto envolvimento em esquemas de fraudes na Comissão de Orçamento do Congresso Nacional. O relatório final de Roberto Magalhães (PFL-PE), pediu a cassação de 18 deles, mas apenas 6 foram para a degola:
  • Carlos Benevides (PMDB-CE)
  • Fábio Raunhetti (PTB-RJ)
  • Feres Nader (PTB-RJ)
  • Ibsen Pinheiro (PMDB-RS)
  • Raquel Cândido (PTB-RO)
  • José Geraldo (PMDB-MG)
Quatro renunciaram antes:
  • O chefe do bando, João Alves (Sem Partido-BA)
  • Manoel Moreira (PMDB-SP)
  • Genebaldo Correia (PMDB-BA)
  • Cid Carvalho (PMDB-MA)
Oito foram absolvidos:
  • Ricardo Fiúza (PFL-PE)
  • Ézio Ferreira (PFL-AM)
  • Ronaldo Aragão (PMDB-RO)
  • Daniel Silva (PPR-RS)
  • Aníbal Teixeira (PTB-MG)
  • Flávio Derzi (PP-MS)
  • Paulo Portugal (PP-RJ)
  • João de Deus (PPR-RS).



Os envolvidos roubaram mais de R$ 100 milhões públicos, com esquemas de propina, para favorecer governadores, ministros, senadores e deputados.

Em 2000, o Supremo Tribunal Federal arquivou o processo contra Ibsen Pinheiro, que retornou à política em 2004, ao eleger-se vereador em Porto Alegre. Em 2006, elegeu-se para a Câmara Federal.

Foi atribuído ao deputado João Alves a articulação do esquema, que conhecia desde 1972, quando passou a integrar a Comissão de Orçamento do Congresso, colaborando com o Executivo ao impedir que seus colegas parlamentares fizessem mudanças em projetos. Em troca, acertava a inclusão e aprovação de emendas parlamentares entre os gastos oficiais, cujas verbas eram direcionadas para seus redutos eleitorais.

Com a promulgação da nova Constituição, em outubro de 1988, os poderes da Comissão de Orçamento foram ampliados, o que resultou na formação do grupo dos "Sete Anões".

Segundo a Folha de S.Paulo, o grupo operava com três fontes de recursos. A primeira era formada pelas propinas pagas pelos prefeitos para incluir uma obra no Orçamento ou conseguir a liberação de uma verba já prevista. A execução dessas tarefas era realizada pela Seval, uma empresa criada pelo deputado João Alves, que cobrava uma "taxa" para fazer o serviço.

Uma segunda fonte vinha da cobrança de propinas de empreiteiras para que fossem incluídas obras no Orçamento da União ou que os Ministérios liberassem recursos para obras que elas executariam.


A terceira fonte, usada para financiar suas campanhas políticas, vinha com a aprovação de subvenções sociais dos Ministérios para entidades "fantasmas" registradas no Conselho Nacional do Serviço Social e controladas pelos próprios parlamentares.

O principal assessor dos "anões" era o economista José Carlos Alves dos Santos, que realizava os ajustes no projeto para incorporar as emendas dos congressistas. De 1989 a 1992, o número de emendas parlamentares cresceu quase 3000%.

Em 1989, foram 2.604 emendas; em 1990, 13 mil; em 1991, 15.638; e em 1992, 76 mil.

Para fazer a "lavagem" do dinheiro obtido ilegalmente, João Alves apostava milhares de dólares em loterias. Perdia mais do que ganhava, mas conseguia legalizar parte do dinheiro das propinas que recebia.

A edição nº 1.310, da revista Veja, do dia 20/10/1993, trouxe uma entrevista com o chefe da Assessoria Técnica da Comissão do Orçamento do Congresso, José Carlos Alves dos Santos, que estava preso na Delegacia de Homicídios de Brasília sob suspeita de ter assassinado sua mulher Ana Elizabeth, que estava desaparecida desde dezembro de 1992.

Além dos parlamentares, José Carlos Alves citou como envolvidos no esquema o então governador maranhense, Edison Lobão, Joaquim Roriz, do Distrito Federal, e a ministra Margarida Procópio, com quem João Alves tinha brigas homéricas, "porque ela era conhecida de infância e era gananciosa"

Morte

João Alves de Almeida, morreu aos 85 anos, no domingo, 14/11/2004, em Salvador, BA, vítima de um câncer pulmonar. O enterro ocorreu na segunda-feira, 15/11/2004, no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Brotas, onde o corpo foi velado.

João Alves estava internado há duas semanas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Português com um quadro de retenção de líquido nos pulmões.

Filinto Müller

FILINTO STRUBING MÜLLER
(73 anos)
Militar e Político

* Cuiabá, MT (11/07/1900)
+ Paris, França (11/07/1973)

Filinto Strubing Müller foi um militar e político brasileiro. Participou dos levantes tenentistas entre 1922 e 1924. Durante a ditadura Vargas, destacou-se por sua atuação como chefe da polícia política e por diversas vezes foi acusado de promover prisões arbitrárias e a tortura de prisioneiros. Ganhou repercussão internacional o caso da prisão da judia alemã Olga Benário, militante comunista e companheira de Luís Carlos Prestes, à época grávida quando deportada para a Alemanha, onde seria executada em Bernburg, em 1942.

Formou-se aspirante a oficial, arma de artilharia, pela Escola Militar de Realengo, no Rio de Janeiro. Bacharelou-se em Direito, na Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense em Niterói, em 1938.

Teve duas filhas biológicas: Maria Luiza Müller de Almeida, que também se bacharelou em Direito em 1951, e Rita Júlia Lastra Müller, que se bacharelou em psicologia, e uma filha adotiva, Maria Luísa Beatriz del Rio Lastra, sua sobrinha, que foi casada com Edgar Ferreira do Nascimento Filho (1928 - 1988), procurador da República.

Participou da Revolta Paulista de 1924, quando servia no Quartel de Quitaúna, em São Paulo, como primeiro tenente do Exército. Com a retirada dos revoltosos, em 28/07/1924, acompanhou o que viria a ser a Coluna Miguel Costa, principal comandante da revolta. Durante a Coluna Miguel Costa-Prestes, Filinto Müller foi promovido de capitão a major das forças revolucionárias, em 14/04/1925, por Luís Carlos Prestes. Entretanto, oito dias depois, Filinto Müller escreveu uma carta aos seus sargentos e soldados propondo deserção coletiva da Coluna, confessando que não tinha mais esperanças do seu sucesso. Essa carta acabou nas mãos de Luís Carlos Prestes, não chegando às mãos dos subordinados de Filinto MüllerLuís Carlos Prestes então exigiu que Miguel Costa, comandante da 1ª Divisão Revolucionária e superior de Filinto Müller, o expulsasse da Coluna, acusando Filinto Müller de covarde, desertor e indigno.

Filinto Müller tornou-se Chefe de Polícia do Distrito Federal, então no Rio de Janeiro, em 1933 e permaneceu no cargo durante o governo de Getúlio Vargas até 1942, período no qual há quem afirme que cerca de vinte mil pessoas foram presas.

O repórter David Nasser, no livro "Falta Alguém em Nuremberg", traça o perfil dos subordinados escolhidos por Filinto Müller para conduzir a sua polícia política, recrutados entre a escória do Exército, como o capitão Felisberto Batista Teixeira, delegado especial de Segurança Política e Social, capitão Afonso de Miranda Correia, delegado auxiliar, tenentes Emílio Romano, chefe da Segurança Política, Serafim Braga, chefe da Segurança Social, e, ainda, o tenente Amaury Kruel e seu irmão, capitão Riograndino Kruel, ambos da inspetoria da Guarda Civil, indivíduos cujo servilismo ao governo e brutalidade com os presos contribuíram, segundo David Nasser, para as violações dos direitos humanos ocorridas na época.

Em 1935, após a Intentona Comunista, ocorrida durante a vigência do regime constitucional da Constituição Federal de 1934, Filinto Müller participou das operações visando capturar os subversivos do movimento comunista. Conforme Fernando Morais, biógrafo de Olga Benário, investigadores da polícia comandados por Filinto Müller torturaram, por semanas, Arthur e Elise Ewert, ambos agentes da Komintern, como Olga Benário, enviados para o Brasil para promover a revolução, até conseguir chegar em Luís Carlos Prestes, eventualmente o prendendo, em março de 1936.

Fernando Morais especula que Filinto Müller se dedicou à caça de Luís Carlos Prestes também por causa do incidente que levou a sua expulsão da Coluna Prestes, e também o teria perseguido especialmente por este ter ordenado a morte da menor Elvira Cupelo Colonio, conhecida como Elza Fernandes, suspeita de ter traído os revolucionários comunistas. Filinto Müller também deportou a mulher de Luís Carlos Prestes, a referida militante comunista e agente do Komintern, a judia alemã Olga Benário, para a Alemanha nazista, onde foi morta numa câmara de gás no campo de concentração de Bernburg.

Porém, há controvérsias em relação à deportação de Olga Benário: Filinto Müller era somente chefe de polícia do Rio de Janeiro e obedecia as ordens do presidente Getúlio Vargas. Acresce que essa deportação foi decidida e autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, mesmo não havendo pedido de extradição de iniciativa da justiça alemã, contra a mencionada ré (Morais, 1994, pg 167, 17ª edição).

Fiel a Getúlio Vargas, perseguiu tanto comunistas como integralistas. Foi eleito quatro vezes senador pelo Estado de Mato Grosso entre 1947 a 1973.

Entre 1969 e 1973, foi presidente da Aliança Renovadora Nacional (ARENA), o partido de sustentação do governo no período militar. Foi presidente do Senado Federal em 1973.

Morte

Filinto Müller morreu em 11/07/1973, aos 73 anos, juntamente com sua esposa Dona Consuello e seu neto Pedro, num dos mais dramáticos acidentes aéreos da aviação internacional, o voo Varig 820, no aeroporto de Orly, em Paris. A aeronave realizou um pouso de emergência sobre uma plantação de cebolas em decorrência de um incêndio iniciado no banheiro e que chegou a invadir a cabine da aeronave. O incêndio, a fumaça e a aterrissagem forçada resultaram em 123 mortes, com apenas 11 sobreviventes, sendo 10 tripulantes e 1 passageiro.

Filinto Müller era, na época, líder do governo no Senado Federal. Recebeu mais de dezesseis condecorações oficiais. No Senado Federal há uma ala em sua homenagem.

Cargos

Filinto Müller exerceu os seguintes cargos na administração do país:
  • 1930 - Oficial de Gabinete do Ministro da Guerra
  • 1932 - Secretário da Interventoria João Alberto em São Paulo
  • 1932 - Oficial de Gabinete do Ministro da Guerra
  • 1932 - Diretor da Guarda Civil do Distrito Federal
  • 1933 - Delegado Especial de Segurança Política e Social (DF)
  • 1933-1942 - Chefe de Polícia do Distrito Federal
  • 1942 - Oficial de Gabinete do Ministro da Guerra
  • 1943-1945 - Presidente do Conselho Nacional do Trabalho
  • 1947 - Senador
  • 1954 - Senador
  • 1962 - Senador
  • 1970 - Senador
  • 1973 - Senador
  • 1955-1958 - Líder do Governo na Maioria
  • 1959-1961 - Vice-Presidente do Senado Federal
  • 1961 - Líder do PSD
  • 1964 - Líder do Governo
  • 1966-1968 - Líder da Arena
  • 1969 - Líder do Governo e da Maioria
  • 1969-1973 - Presidente da Arena

Fonte: Wikipédia

Prisco Viana

LUIZ HUMBERTO PRISCO VIANA
(82 anos)
Jornalista e Político

* Caetité, BA (04/06/1932)
+ Brasília, DF (26/02/2015)

Luiz Humberto Prisco Viana foi um jornalista e político brasileiro, tendo exercido sete mandatos de deputado federal pelo Estado da Bahia, Estado do qual foi candidato a governador em 2002. Foi também ministro de estado no governo José Sarney.

Filho de Alvino Viana e Zilda Borba Prisco Viana, nasceu no distrito de Caldeira. Órfão ainda novo, transferiu-se para o Rio de Janeiro onde ingressou no Colégio Pedro II por intercessão do presidente Getúlio Vargas.

Jornalista, foi diretor da Imprensa Oficial de Ilhéus e redator da Assembleia Legislativa da Bahia (1956-1962) sendo nomeado Secretário de Comunicação durante o governo Luís Viana Filho em 1967, cargo o qual deixou para ingressar na política.

Eleito deputado federal em 1970, 1974 e 1978, aproximou-se de Filinto Müller e com o tempo foi guindado ao cargo de secretário-geral da Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e a seguir do Partido Democrático Social (PDS), novo partido governista surgido em 1980.

Prisco Viana e José Sarney (1983)
Reeleito em 1982, tentou evitar, sem sucesso, a fragmentação do Partido Democrático Social (PDS) por ocasião da sucessão presidencial em 1985. Ausentou-se da votação da Emenda Dante de Oliveira que previa o restabelecimento da eleição direta para presidente.

Em 15/01/1985 votou em Paulo Maluf para presidente no Colégio Eleitoral no dia em que a vitória coube a Tancredo Neves que faleceria sem tomar posse. Efetivado José Sarney na presidência da República, Prisco Viana foi eleito líder do Partido Democrático Social (PDS), mas disputas internas o fizeram migrar para o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) pelo qual foi reeleito em 1986.

Na Assembleia Nacional Constituinte instalada em 01/02/1987 foi relator da Comissão de Organização Eleitoral, Partidária e de Garantia das Instituições e titular da Comissão de Sistematização.

Nomeado Ministro da Habitação pelo presidente José Sarney, sobre sua demissão do ministério relatou o cronista Sebastião Nery que:

"Estava Prisco Viana em sua casa com amigos, dizendo que o Presidente Sarney nada fazia sem o consultar. Neste momento tocou o telefone e era Sarney. Prisco atendeu e voltou dizendo que estava sendo comunicado de sua demissão - sem sua consulta."

Reeleito deputado federal em 1990, retornou ao Partido Democrático Social (PDS) no ano seguinte e com a extinção deste último migrou para o Partido Progressista Renovador (PPR), e a seguir para o PPB, obtendo seu último mandato em 1994.

Prisco Viana encerrou a carreira política candidatando-se ao governo da Bahia pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) em 2002, pleito vencido por seu conterrâneo de Caetité, Paulo Souto.

Morte

Prisco Viana morreu na manhã de quinta-feira, 26/02/2015, em Brasília, DF, aos 82 anos. Estava hospitalizado e faleceu após complicações decorrentes do Mal de Alzheimer.

Por meio de nota, o governador da Bahia, Rui Costa, lamentou morte:

"Prisco Viana foi um político influente, que por diversas vezes representou a Bahia no Congresso Nacional, merece todo o respeito e homenagem. Aos amigos e parentes, nossos sinceros sentimentos e que a memória deste grande homem possa superar a dor da perda!"

Fonte: Wikipédia
Indicação: Fada Veras

Pandiá Calógeras

JOÃO PANDIÁ CALÓGERAS
(63 anos)
Engenheiro, Geólogo, Jornalista, Escritor, Historiador e Politico

* Rio de Janeiro, RJ (19/06/1870)
+ Petrópolis, RJ (21/04/1934)

João Pandiá Calógeras nasceu no Rio de Janeiro, então capital do Império, em 19/06/1870, filho de Michel Calógeras e de Júlia Ralli Calógeras. Seu pai, de ascendência francesa, orientou a construção da Estrada de Ferro Mauá até Petrópolis, e dirigiu a ferrovia que ligava Macaé a Campos, na então província do Rio de Janeiro. A família Calógeras era de origem grega, proveniente de Chipre.

Pandiá Calógeras fez os primeiros estudos com professores particulares alemães, ingressando aos 14 anos no Colégio Pedro II, onde completou o curso secundário. Matriculou-se em seguida na Escola de Minas de Ouro Preto, em Minas Gerais, pela qual se formou engenheiro em 1890. Seu primeiro trabalho depois de formado foi a realização de pesquisas geológicas em Cariguaba, SC.

Casou-se em 1891 com Elisa da Silva Guimarães, filha de Joaquim Caetano da Silva Guimarães, ministro do Supremo Tribunal Federal, e sobrinha do escritor Bernardo Guimarães. Ainda em 1891, foi nomeado engenheiro, da então província de Minas Gerais e iniciou duradoura colaboração científica com publicações do Rio de Janeiro.

Em 1894, assumiu o cargo de consultor técnico do secretário de Agricultura, Comércio e Obras Públicas de Minas Gerais, Francisco Sá.

Foi eleito deputado federal na legenda do Partido Republicano Mineiro (PRM) para a legislatura de 1897-1899, logo destacou-se na Câmara por seu conhecimento dos problemas nacionais, especialmente os ligados à engenharia e à mineração. Defendeu a redução das tarifas alfandegárias, manifestou-se sobre a questão de fronteiras com a Guiana Francesa e se opôs à transferência da Escola de Minas para Barbacena, MG.

Tendo ficado contra o presidente da República, Prudente de Moraes, na cisão do Partido Republicano Federal (PR Federal), não conseguiu a reeleição para a Câmara no pleito de 1900 por lhe faltar o apoio dos grupos oligárquicos que, na época, controlavam as eleições no país.  

Depois de trabalhar algum tempo na mineração de manganês e de realizar uma viagem à Europa, Pandiá Calógeras retornou ao país e, em 1903, publicou "As Minas do Brasil e Sua Legislação", obra que lhe valeu projeção nacional. No livro, defendia a tese que mais tarde apresentou na Câmara e foi transformada na Lei Calógeras: propunha que se estabelecesse uma distinção entre a propriedade do solo e a do subsolo, assegurando ao governo o direito de desapropriar o subsolo para explorá-lo.

Retornou à Câmara ainda em 1903, eleito pelo Distrito de Ouro Preto na legenda do Partido Republicano Mineiro (PRM), e em pouco tempo adquiriu a reputação de uma das figuras mais expressivas do Congresso. Reeleito sucessivamente em 1906, 1909 e 1912, manteve-se no Parlamento até 1914, participando com destaque do debate de todas as principais questões nacionais da época.

Pronunciou-se sobre a valorização do café, a caixa de conversão, a reforma tributária, a política de transportes, a consolidação das fronteiras, a generalização de instrução pública de nível primário e, naturalmente, a mineração. Apresentou o projeto transformado na Lei Calógeras e, a convite do Barão do Rio Branco, integrou a delegação brasileira à III Conferência Pan-Americana, realizada no Rio de Janeiro em 1906. Interveio na questão do condomínio da Lagoa Mirim, na fronteira entre Brasil e Uruguai, e da livre navegação no rio Jaguarão no Rio Grande do Sul.

Em 1908, discursou na Câmara sobre o reaparelhamento bélico. Participou da IV Conferência Pan-Americana, realizada em Buenos Aires em 1910, e ainda nesse período converteu-se ao catolicismo, manifestando-se em debates parlamentares contra o divórcio e a favor da instalação de uma representação diplomática permanente junto ao Vaticano.

Em seu último mandato fez cerrada oposição ao governo do marechal Hermes da Fonseca, e colaborou com a revista Defesa Nacional, dirigida pelo grupo dos "jovens turcos", oficiais que haviam estagiado no Exército alemão e pretendiam modernizar as forças armadas brasileiras. Eram conhecidos assim em alusão ao movimento nacionalista que atuava no processo de modernização da Turquia na mesma época.

No Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio

Ao assumir o governo federal, em 15/11/1914, o presidente Wenceslau Brás aceitou a sugestão de militares ligados aos "jovens turcos" e nomeou Pandiá Calógeras para a pasta da Agricultura, Indústria e Comércio. Em sua gestão, que durou apenas até julho do ano seguinte, o novo titular promoveu a reorganização de todos os departamentos do ministério, fixou as bases do crédito agrícola, aplicou a lei de sua autoria na regulamentação da propriedade das minas e estudou o uso do álcool como substituto da gasolina, em virtude de problemas de abastecimento causados pela Primeira Guerra Mundial. Baixou ainda decretos reorganizando os serviços de veterinária e de inspeção de defesa agrícola.

No Ministério da Fazenda

Em junho de 1915, substituiu interinamente o ministro da Fazenda, Sabino Alves Barroso Júnior, impedido por motivo de doença. Após acumular as duas pastas durante um mês, foi efetivado no Ministério da Fazenda, onde encontrou uma situação precária, marcada pela carência de rendas para cobrir as necessidades mais urgentes, uma grande dívida flutuante, a arrecadação aduaneira reduzida a 1/3, a suspensão da cobrança de impostos até que se resolvessem alguns protestos e reclamações, a paralisia dos transportes marítimos e a existência de um segundo funding loan (consolidação dos empréstimos brasileiros junto aos credores ingleses).

Além desses problemas, Pandiá Calógeras enfrentou a incúria administrativa e a corrupção, o que lhe valeu ataques publicados na imprensa pelos beneficiários desse estado de coisas. Superando os obstáculos, o novo ministro regularizou a dívida flutuante, reorganizou a Casa da Moeda e assumiu a responsabilidade integral pelo funding, promovendo um acordo com os credores estrangeiros que impediu seu controle sobre as alfândegas brasileiras. Ao deixar a pasta, em setembro de 1917, recebeu da Casa Rothschild um documento atestando que nunca as finanças brasileiras tinham se apresentado tão florescentes.

Reconduzido à Câmara Federal em 1918, recebeu do presidente eleito Francisco de Paula Rodrigues Alves a incumbência de elaborar um relatório da situação do país, que viria a ser posteriormente publicado sob o título de "Problemas da Administração". Em novembro desse ano, motivos de saúde impediram a posse de Rodrigues Alves no seu segundo mandato à frente do governo federal, assumindo então, por pouco tempo, o vice-presidente eleito Delfim Moreira.

Com o término da Primeira Guerra Mundial, realizou-se em Versalhes, França, a Conferência de Paz. Pandiá Calógeras integrou a delegação brasileira ao congresso, presidida pelo senador Epitácio Pessoa. Entretanto, Epitácio Pessoa foi eleito presidente da República para completar o quadriênio, e retornou ao Brasil. Pandiá Calógeras assumiu a chefia da delegação e, após o encerramento do Congresso de Versalhes, permaneceu ainda algum tempo na Europa, representando o Brasil em alguns encontros internacionais e chefiando a missão comercial que esteve na Inglaterra em 1919.

No Ministério da Guerra

Regressando ao Brasil, Pandiá Calógeras não retomou seu mandato parlamentar em virtude de ter sido nomeado ministro da Guerra do governo de Epitácio Pessoa, tornando-se o único civil a ocupar esse cargo na história republicana do país. Sua escolha foi aprovada por um grande número de oficiais do Exército, que já lhe haviam prestado homenagens quando de sua atuação nos outros ministérios. Também repercutira favoravelmente um discurso que pronunciara na Câmara no ano anterior sobre a situação das forças armadas.

Em sua administração, iniciada em outubro de 1919, o Exército brasileiro experimentou intensa modernização, expansão e aperfeiçoamento em todos os setores, contando para isso, a partir de 1920, com a assessoria da missão militar francesa chefiada pelo general Maurice Gustave Gamelin, que teve profunda influência na reorganização do Exército e na formação de oficiais de estado-maior.

Pandiá Calógeras promoveu a reforma da instrução dos quadros e da tropa, tornando-a mais técnica com a criação de escolas para cada especialidade, entre elas a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Além disso, baixou nova regulamentação para as escolas de Estado-Maior, de Aviação, de Veterinária e para os colégios militares. Instituiu também a instrução física obrigatória para todas as armas.

Alterou ainda a divisão territorial militar e a organização das divisões do Exército, reorganizando a Artilharia de Costa e criando a Diretoria Geral de Intendência de Guerra.

Fez grandes aquisições de material bélico moderno para as diversas armas e serviços, incrementando a indústria militar nacional, sobretudo as fábricas instaladas em Realengo, no Rio de Janeiro, e em Piquete, SP.  Construiu 103 estabelecimentos militares espalhados por todo o país, tomando cuidados especiais com as instalações de serviços básicos nas casernas. No setor de aviação, montou novas esquadrilhas, inclusive de aviões de caça.

Por influência direta da missão francesa, surgiram em 1920 o Regulamento Disciplinar do Exército (RDE) e o Regulamento Interno de Serviços Gerais (RISG). Data também dessa época a formulação da primeira política de defesa nacional abrangendo todos os aspectos de vida do país, desde a preparação militar propriamente dita até o desenvolvimento de indústrias estratégicas, como a siderurgia. Foi o desdobramento dessa concepção que levou à criação, em 1927, do Conselho de Defesa Nacional.

Ainda em 1920 o Governo Federal adquiriu a Fazenda Quitaúna, em São Paulo, onde Pandiá Calógeras construiu um quartel-general que serviu de apoio à ampliação da força militar estacionada nesse estado.

No final de sua gestão à frente do Ministério da Guerra ocorreu o levante de 05/07/1922, inaugurando o ciclo de movimentos tenentistas que marcou a década. Pandiá Calógeras participou diretamente dos acontecimentos que antecederam a revolta, bem como da repressão ao levante. Foi ele que, a pedido do presidente Epitácio Pessoa, enviou em 1º de julho um aviso de repreensão ao marechal Hermes da Fonseca, presidente do Clube Militar, por suas declarações contra a participação de tropas federais no conflito entre forças políticas pernambucanas em torno do resultado das eleições estaduais ali realizadas. A polêmica então estabelecida entre o marechal e o governo levou à sua prisão e ao fechamento do Clube Militar no dia 2 de julho, o que revoltou parcela ponderável da juventude militar. Informado dos preparativos para uma revolta no forte de Copacabana, Pandiá Calógeras enviou o capitão José da Silva Barbosa, acompanhado pelo general Bonifácio Costa, para substituir Euclides Hermes da Fonseca, filho de Hermes da Fonseca, no comando dessa corporação. A prisão desses oficiais legalistas pela guarnição de Copacabana configurou o início do levante, que envolveu também a Escola Militar e algumas tropas da Vila Militar, no Rio de Janeiro, além do contingente estacionado em Mato Grosso.

Em todas essas frentes, a revolta foi rapidamente sufocada. Esperançosos de obter o apoio dos oficiais da Vila Militar, os alunos da Escola Militar, chefiados pelo coronel João Maria Xavier de Brito Júnior, começaram sua marcha sobre a cidade. Recebidos a tiros pela guarnição, recuaram para Realengo, onde se renderam. Como conseqüência, mais de quinhentos alunos foram expulsos da escola. Também em Mato Grosso a rebelião foi logo dominada, com o deslocamento de tropas da Força Pública de São Paulo, que obtiveram a rendição dos rebeldes.

No forte de Copacabana, a revolta teve início em um ambiente de desilusão, causado pela certeza de que não poderiam contar com o apoio dos companheiros de conspiração. Apesar disso, os revoltosos atingiram o prédio do Ministério da Guerra com tiros de canhão, o que alarmou as autoridades e levou à mudança do quartel-general legalista para a guarnição do Corpo de Bombeiros situada do outro lado da praça fronteiriça, o Campo de Santana. Em 6 de julho, o forte foi cercado e Pandiá Calógeras começou a ameaçar seus ocupantes com um ataque por terra e mar, caso não se rendessem. Diante da situação, o capitão Euclides Hermes liberou seus soldados e oficiais para optarem, permanecendo no quartel apenas 28 voluntários dispostos a lutar. Pouco depois, Euclides Hermes foi preso ao sair do forte para parlamentar com Pandiá Calógeras.

Sob o comando do tenente Antônio Siqueira Campos, os revoltosos resolveram então abandonar o quartel e continuar a luta marchando pela avenida Atlântica de encontro às forças legalistas, desencadeando então o episódio conhecido como Os 18 do Forte, última escaramuça da revolta de 1922, que resultou na morte de vários revoltosos e ferimentos nos restantes.

Depois de 1922

Com o fim do mandato de Epitácio Pessoa, 15/11/1922, Pandiá Calógeras deixou o ministério e se afastou da política por discordar da eleição de Arthur Bernardes para a presidência da República.

Entre 1923 e 1929, presidiu a Companhia Nacional de Artefatos de Cobre (Conac), desenvolvendo também grande atividade intelectual como jornalista, conferencista e escritor. Nesse período, publicou "A Política Exterior do Império", em três volumes, considerada sua obra mais importante como historiador e, em 1930, "Formação Histórica do Brasil". Em 1928, foi eleito presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia.

Quando das eleições presidenciais de março de 1930, apoiou Getúlio Vargas, candidato da Aliança Liberal (AL), coligação interpartidária de oposição. Com a vitória do situacionista Júlio Prestes, as forças oposicionistas aceleraram os preparativos para uma revolta armada que, deflagrada em 3 de outubro, foi vitoriosa ao cabo de 21 dias de luta. Convidado, Pandiá Calógeras recusou-se a participar da junta governativa que exerceu o poder até a formação, em 3 de novembro, do Governo Provisório, chefiado por Getúlio Vargas. Esse governo nomeou-o em 1931 relator do projeto sobre legislação de minas nas comissões legislativas então instituídas e membro da Comissão de Estudos Financeiros e Econômicos dos Estados e Municípios. No mesmo ano, a convite do governo mineiro, estudou a reforma do sistema tributário desse estado.

Em 1932 tornou-se presidente da Liga Eleitoral Católica e manifestou simpatias pela Revolução Constitucionalista, deflagrada em São Paulo para exigir a imediata reconstitucionalização do país e a devolução da autonomia estadual. Mesmo derrotada, a Revolução teve influência na convocação de eleições para a Assembléia Nacional Constituinte em 1933. Nesse pleito, concorrendo em Minas Gerais na legenda do Partido Progressista (PP), Pandiá Calógeras obteve a maior votação até aí alcançada no Brasil por um candidato a deputado. Pouco depois, seu nome foi incluído na lista apresentada por líderes mineiros a Getúlio Vargas para que este escolhesse o interventor que substituiria o governador Olegário Maciel, recém-falecido, na chefia do Executivo estadual. A escolha do chefe do Governo Provisório recaiu, entretanto, sobre Benedito Valadares.

Foi em Petrópolis, RJ, que Pandiá Calógeras viveu os últimos anos de sua profícua existência e onde provavelmente escreveu "Ascensões D'alma", obra publicada em 1934, com prefácio do Padre Leonel Franca, verdadeira obra-prima que revela seu amor pelo Criador e sua fidelidade aos ensinamentos do Evangelho.

Pandiá Calógeras faleceu em Petrópolis, no Sanatório São José, anexo aos Hospital Santa Tereza, onde se achava em tratamento havia poucos dias, às 20:30 hs do dia 21/04/1934. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Municipal, numa sepultura em cuja lápide ainda hoje podem-se ler os dizeres:

"Ad pedes tuos... Fiat voluntas tua..."
(Aos teus pés... Faça-se a tua vontade...)"

Dizeres que refletem a resignação e a humildade evangélica que acompanharam sua alma profundamente cristã nos estertores de sua existência.

Pandiá Calógeras faleceu na vigência de seu mandato constituinte.

Foi patrono da cadeira nº 7 e membro correspondente no exterior da Academia Carioca de Letras. Além de inúmeros discursos, relatórios e artigos, publicou obras sobre diferentes temas, nas áreas de sociologia, história, finanças, indústria, administração, engenharia, política e pedagogia, entre as quais "As Minas do Brasil e Sua Legislação" (3v., 1904-1905), "La Politique Monétaire du Brésil" (1910), "Os Jesuítas e o Ensino" (1911), "Novos Rumos Econômicos" (1912), "Rio Branco e a Política Exterior" (1916), "A Política Exterior do Império" (3v., 1927-1933), "A União Brasileira" (1927), "A Ordem de São Bento e a Civilização" (1927), "Problemas de Governo" (1928), "Formação Histórica do Brasil" (1930), "Conceito Cristão do Trabalho" (1932), "Problemas de Administração" (1933), "Estudos Históricos e Políticos (Res Nostra)" (2ª ed., 1936), "O Marquês de Barbacena" (1936), "Ascensões D'alma (Uma Página Íntima)", "As Relações Exteriores do Brasil" e "A Lei de Minas".  

Deixou vários inéditos, entre os quais "Diário da Conferência de Paz", um ensaio sobre a eucaristia, e um trabalho de caráter íntimo chamado "Méditations".

Muitos artigos e livros foram escritos sobre a vida de Pandiá Calógeras, entre os quais o de de E.M de Castro e Silva, "À Margem do Ministério Calógeras", a coletânea "Pandiá Calógeras na Opinião de Seus Contemporâneos" (1934), o de Antônio Gontijo de Carvalho, "Calógeras" (1935) e o de Luís Pinto, "Pandiá Calógeras" (1955).