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Câmara Cascudo

LUÍS DA CÂMARA CASCUDO
(87 anos)
Escritor, Historiador, Antropólogo, Advogado, Jornalista e Professor

* Natal, RN (30/12/1898)
+ Natal, RN (30/07/1986)

Luís da Câmara Cascudo foi um historiador, antropólogo, advogado e jornalista brasileiro. Câmara Cascudo passou toda a sua vida em Natal, RN e dedicou-se ao estudo da cultura brasileira. Foi professor da Faculdade de Direito de Natal, hoje Curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), cujo Instituto de Antropologia leva seu nome.

Pesquisador das manifestações culturais brasileiras, deixou uma extensa obra, inclusive o "Dicionário do Folclore Brasileiro" (1952). Entre seus muitos títulos destacam-se: "Alma Patrícia" (1921), obra de estreia, e "Contos Tradicionais do Brasil" (1946). Estudioso do período das invasões holandesas no Brasil, publicou "Geografia do Brasil Holandês" (1956). Suas memórias, "O Tempo e Eu" (1971) foram editadas postumamente.

Câmara Cascudo quase chegou a ser demitido de sua posição como professor por estudar figuras folclóricas como o Lobisomem.

Começou o trabalhou como jornalista aos 19 anos em A Imprensa, de propriedade de seu pai, e depois passou pelo A República e o Diário de Natal. Nos anos 60 já havia publicado quase 2000 textos.


Posições Políticas

Câmara Cascudo foi monarquista nas primeiras décadas do século XX e durante a década de 30 combateu a crescente influência marxista no Brasil. Também combateu, em parte, sob a impressão causada pela assim chamada Intentona Comunista de 1935, quando Natal foi palco e sede da primeira tentativa de um governo fundado nas ideias marxistas da América Latina, Câmara Cascudo aderiu ao integralismo brasileiro e foi membro destacado e Chefe Regional da Ação Integralista Brasileira, o movimento nacionalista encabeçado por Plínio Salgado.

Desencantou-se rapidamente com o Integralismo, tal como outro famoso ex-integralista, Dom Hélder Câmara, e já durante a Segunda Guerra Mundial favoreceu os Aliados, demonstrando sua antipatia aos fascistas italianos e aos nazistas alemães.

Fiel ao seu pensamento anticomunista, não se opôs ao Golpe Militar de 1964, mas protegeu e ajudou a diversos potiguares perseguidos pelos militares. Muito contribuiu para a cultura na gestão do prefeito de Natal, Djalma Maranhão.


Cultura

A TV Brasil fez um programa chamado "O Teco Teco", em que o personagem se chama Cascudo, em homenagem a Câmara Cascudo, que é amigo de Betinho, personagem em homenagem a Alberto Santos Dumont.

Luis da Câmara Cascudo aparece no anverso da nota de 50.000 Cruzeiros


Obra

O conjunto da obra de Luís da Câmara Cascudo é considerável em quantidade e qualidade. O autor escreveu 31 livros e 9 plaquetas sobre o folclore brasileiro, em um total de 8.533 páginas, o que o coloca entre os intelectuais brasileiros mais profícuos, ao lado de nomes como Pontes de Miranda e Mário Ferreira dos Santos.

É também notável que tenha obtido reconhecimento nacional e internacional publicando e vivendo distante do eixo Rio-São Paulo.


  • 1921 - Alma Patrícia
  • 1923 - Histórias Que o Tempo Leva
  • 1924 - Joio - Crítica e Literatura
  • 1927 - Lopez do Paraguay
  • 1933 - Conde d’Eu
  • 1933 - O Homem Americano e Seus Temas
  • 1933 - Dois Ensaios de História
  • 1934 - Viajando o Sertão
  • 1936 - Em Memória de Stradelli
  • 1938 - O Doutor Barata
  • 1938 - O Marquês de Olinda e Seu Tempo
  • 1939 - Governo do Rio Grande do Norte
  • 1939 - Vaqueiros e Cantadores
  • 1944 - Antologia do Folclore Brasileiro
  • 1944 - Os Melhores Contos Populares de Portugal
  • 1945 - Lendas Brasileiras
  • 1946 - Contos Tradicionais do Brasil
  • 1947 - Geografia dos Mitos Brasileiros
  • 1947 - História da Cidade do Natal
  • 1949 - Os Holandeses no Rio Grande do Norte
  • 1951 - Anubis e Outros Ensaios
  • 1951 - Meleagro
  • 1952 - Literatura Oral no Brasil
  • 1953 - Cinco Livros do Povo
  • 1953 - Em Sergipe Del Rey
  • 1954 - Dicionário do Folclore Brasileiro
  • 1954 - História de Um Homem - (João Câmara)
  • 1954 - Antologia de Pedro Velho
  • 1955 - História do Rio Grande do Norte
  • 1955 - Notas e Documentos Para a História de Mossoró
  • 1955 - Trinta "Estórias" Brasileiras
  • 1956 - Geografia do Brasil Holandês
  • 1956 - Tradições Populares da Pecuária Nordestina
  • 1957 - Jangada
  • 1957 - Jangadeiros
  • 1957 - Rede de Dormir
  • 1958 - Superstições e Costumes
  • 1959 - Canto de Muro
  • 1961 - Ateneu Norte-Rio-Grandense
  • 1961 - Vida Breve de Auta de Souza
  • 1963 - Dante Alighieri e a Tradição Popular no Brasil
  • 1963 - História da Alimentação no Brasil
  • 1965 - História da República do Rio Grande do Norte
  • 1965 - Made In África
  • 1965 - Nosso Amigo Castriciano
  • 1966 - Flor dos Romances Trágicos
  • 1966 - Voz de Nessus
  • 1967 - Folclore no Brasil
  • 1967 - Jerônimo Rosado (1861-1930)
  • 1967 - Seleta, Luís da Câmara Cascudo
  • 1968 - Coisas Que o Povo Diz
  • 1968 - Nomes da Terra
  • 1968 - O Tempo e Eu
  • 1968 - Prelúdio da Cachaça
  • 1969 - Pequeno Manual do Doente Aprendiz
  • 1970 - Gente Viva
  • 1970 - Locuções Tradicionais no Brasil
  • 1971 - Ensaios de Etnografia Brasileira
  • 1971 - Na Ronda do Tempo
  • 1971 - Sociologia do Açúcar
  • 1971 - Tradição, Ciência do Povo
  • 1972 - Ontem
  • 1972 - Uma História da Assembleia Legislativa do RN
  • 1973 - Civilização e Cultura (2 Volumes)
  • 1973 - Movimento da Independência no RN
  • 1974 - O Livro das Velhas Figuras (Vol. I)
  • 1974 - Prelúdio e Fuga do Real
  • 1974 - Religião no Povo
  • 1976 - História dos Nossos Gestos
  • 1976 - O Livro das Velhas Figuras (Vol. II)
  • 1977 - O Príncipe Maximiliano no Brasil
  • 1977 - Antologia da Alimentação no Brasil
  • 1977 - Três Ensaios Franceses
  • 1977 - O Livro das Velhas Figuras (Vol. III)
  • 1978 - Mouros e Judeus
  • 1978 - O Livro das Velhas Figuras (Vol. IV)
  • 1981 - O Livro das Velhas Figuras (Vol. V)
  • 1985 - Superstição no Brasil
  • 1989 - O Livro das Velhas Figuras (Vol. VI.)

Fonte: Wikipédia

Mário Henrique Simonsen

MÁRIO HENRIQUE SIMONSEN
(61 anos)
Economista, Professor e Banqueiro

* Rio de Janeiro, RJ (19/02/1935)
+ Rio de Janeiro, RJ (09/02/1997)

Mário Henrique Simonsen foi Ministro da Fazenda do Brasil durante o governo de Ernesto Geisel, entre 16/03/1974 e 15/03/1979, e Ministro do Planejamento no governo João Baptista de Oliveira Figueiredo. Antes disso, havia sido presidente do Banco Central do Brasil no governo Castelo Branco, nos idos de 1960.

Engenheiro Civil formado pela antiga Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, destacou-se, porém, ao longo de sua carreira, como professor de economia da Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a qual ajudou a fundar, a partir do Centro de Aperfeiçoamento de Economistas da mesma fundação. Era considerado brilhante por seus colegas. Suas aulas eram famosas pela baixa frequência de alunos, já que poucos conseguiam acompanhar seu ritmo de raciocínio. Dentre seus alunos, destacam-se Sérgio WerlangDaniel Valente DantasArmínio Fraga e Maria Silvia Bastos Marques.

Assumiu diversos postos de destaque no Governo Federal. Atuou também como sócio-consultor do banco de investimentos Banco Bozano, Simonsen e prestou consultoria para diversas empresas do setor financeiro nacional e internacional.

Segundo suas próprias palavras, ficou rico por acaso quando o amigo de infância Julio Bozano o convidou para ser sócio minoritário no Banco Bozano, Simonsen.

Vida

Mário Henrique Simonsen nasceu em família de classe média-alta da sociedade carioca. Era filho de Mário Simonsen, advogado, que também exerceu atividades financeiras, e de Carmem Roxo Simonsen, descendente da família Belford Roxo.

Devido às condições familiares favoráveis, Mário Henrique Simonsen pode desfrutar de boas escolas particulares do Rio de Janeiro, entre elas o Colégio Santo Inácio. Entretanto, Mário Henrique Simonsen não se destacou apenas por frequentar boas escolas, seu talento para o aprendizado sobressaiu desde criança.

No ginásio, manifestou curiosidade extraordinária sobre os assuntos mais complexos. Durante a adolescência, distinguiu-se dos demais colegas pelas boas notas em matemática, e mais tarde, no decurso de sua carreira, pelo autodidatismo.

Foi aluno do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva da Marinha no Rio de Janeiro em 1955.

Em 1959, casou-se com Iluska Simonsen com quem aprendeu a apreciar o jogo de xadrez e com quem teve três filhos. Seu sobrinho, Carlos Ivan Simonsen Leal, se tornou também economista e atualmente é o presidente da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Foi eleito economista do ano por duas vezes, em 1970 e 1995, prêmio concedido pela Ordem dos Economistas do Brasil (OEB).

Mário Henrique Simonsen era torcedor fanático do Club de Regatas Vasco da Gama e foi sócio do clube até o seu falecimento.

Carreira

Mário Henrique Simonsen era especialista em Macroeconomia. Em sua época de atuação profissional, muitas das preocupações envolviam temas como a inflação, nível de emprego e salários, contenção monetária, formação de expectativas dos agentes.

Alguns sustentam, portanto, que Mário Henrique Simonsen fora um dos principais nomes da corrente monetarista de Milton Friedman no Brasil. No entanto, a comparação reduz o raciocínio monetário de Mário Henrique Simonsen, que pode ser conferido em sua tese de Doutoramento: "Inflação: Gradualismo x Tratamento de Choque".

Em seus escritos, Mário Henrique Simonsen defendia sim o rigor monetário, mas o principal ponto que caracterizava os monetaristas, o controle do meio circulante de forma a doutrinar a formação de expectativas dos agentes, não era o ponto nevrálgico sustentado por Mário Henrique Simonsen. Enquanto que o raciocínio dos monetaristas estabelece que os agentes tomam como principal informação para a formação de expectativas a emissão dos agregados monetários, em seus escritos Mário Henrique Simonsen avocava que a formação de expectativas poderia se dar por uma série de outros motivos.

O economista brasileiro identificou as causas institucionais para a formação de expectativas inflacionárias no Brasil: A correção salarial implantada em 1964 com o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) e a correção monetária presentes em diversos títulos financeiros nas décadas de 1980 e 90 até os dias do controle do Plano Real.

Mário Henrique Simonsen foi um dos pioneiros na investigação do fenômeno que ele próprio denominava por realimentação inflacionária e o qual se convencionou chamar depois de inércia inflacionária. Entretanto, ele não abandonava a necessidade de também se corrigir a inflação por meio do controle fiscal e monetário. Dizia que o controle da inflação sustentava-se nos três elementos: equilíbrio fiscal, políticas de renda e reformulação da moeda.

Em sua carreira acadêmica, destacou-se como teórico das expectativas racionais. O argumento de Mário Henrique Simonsen baseava-se principalmente no ponto que sustentava uma inflação gerada por uma disputa onde cada agente tenta preservar o seu ganho real nos preços. A chamada estratégia maxmin. Tendo isso em consideração, pode-se afirmar que Mário Henrique Simonsen era adepto do gradualismo macroeconômico, de maneira que se houvesse a opção de arrefecer a economia causando mínimas perdas, essa seria a preferível. De todo modo, ele identificava que em muitos casos era inevitável se fugir de uma política de rendas mais distributiva, controlando o jogo inflacionário através do alinhamento dos agentes com a política macroeconômica adotada pelo governo.

Consultec

Além do lado acadêmico, destacava-se o lado do profissional prático do economista. No ínício de sua carreira foi convidado por Roberto Campos e Octávio Gouvêa Bulhões a fazer parte da empresa de consultoria de projetos Consultec. Lá destacou-se como excelente problem solver, vindo a ter atuação profissional de destaque, período importante para forjá-lo como economista.

Serviço Público

Durante o governo do general Emílio Garrastazu Médici, de 1969 a 1974, exerceu a presidência do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), que visava a educação de adultos na época em que a taxa de analfabetismo da população brasileira trespassava 20%.

O MOBRAL representou uma iniciativa de substituição do Método Paulo Freire, identificado com camadas de base e a esquerda, por algo mais próximo ideologicamente do Governo Militar. Obteve algum sucesso com a política de inserção educacional de adultos para a leitura. Durante sua vigência, não faltaram recursos para o projeto, conseguindo estar presente em todos os municípios do Brasil.

No entanto, a alfabetização de adultos é ponto de difícil correção e o sistema teve visível retrocesso nos anos 80.

Em seus ensaios para jornais e revistas, Mário Henrique Simonsen reservava espaço para dedicar-se ao problema educacional brasileiro, visto ainda hoje como um dos principais desafios para a promoção do desenvolvimento da força de trabalho brasileira.

Ministério da Fazenda

O destaque desempenhado na presidência do MOBRAL e seu sucesso inicial foram um dos fatores que levaram o presidente Ernesto Geisel a convidar Mário Henrique Simonsen para assumir a pasta do Ministério da Fazenda, função que exerceu durante todo o mandato do então presidente.

Apresentou-se nesse período a primeira, em outubro de 1973, e segunda crise do petróleo, em março de 1979. Durante sua gestão, com João Paulo dos Reis Velloso no Ministério do Planejamento, foi implementado o II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND). O plano visava dar seguimento ao processo de industrialização brasileiro no período mundial conturbado dos anos 70.

Nesse tempo, foi preciso administrar uma política de entrada de capitais com o fim de promover o desenvolvimento industrial da indústria de base e possibilitar uma economia mais ampla e diversificada, estruturada para a dimensão do país. O Brasil contraiu dívidas financiadas pelo dinheiro dos petrodólares.

Ministério do Planejamento

Em 1979, após a segunda crise, Mário Henrique Simonsen assumiu o Ministério do Planejamento, já no governo do general João Baptista de Oliveira Figueiredo.

Pediu exoneração do cargo após cinco meses, em um período revolto e de estagnação que se iniciava na América Latina. O presidente do Banco Central Norte-Americano, Paul Volcker, elevou a taxa de juros dos Estados Unidos, o que fez com que os empréstimos brasileiros atingissem proporções que levaram o Brasil recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) diversas vezes para tentar sanar o problema de insolvência, manejado pelo então Ministro da Fazenda Delfim Netto.

Em meio a informações e comentários que especulavam sobre seus desentendimentos com Delfim NettoMário Henrique Simonsen pediu exoneração do cargo. Esse episódio está documentado e possui relato do próprio Delfim Netto no livro de Depoimentos ao Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A posição de Mário Henrique Simonsen no ministério ajuda a compreender sua atuação como economista, profissional e acadêmico. Barbosa (1997, p. 127):

"A conclusão que se chega pela análise das principais contribuições acadêmicas de Simonsen é de que ele era um economista keynesiano. Em matéria de política econômica, qualquer análise de seu período como Ministro da Fazenda, no Governo Geisel, e como Ministro do Planejamento, no Governo Figueiredo, certamente mostrará que ele era um adepto da política de sintonia fina, e que ele preferia discricionarismo a regras, que também são duas características importantes de um economista keynesiano."

Ao lado de Eugênio GudinMário Henrique Simonsen é muito lembrado, por ser importante para a formação profissional e para o reconhecimento da ocupação de economista no Brasil. Incutiu na mentalidade dos economistas de sua geração, e de várias gerações posteriores, a consciência de que economia era uma carreira de mérito a ser seguida.

Curiosidades

Mário Henrique Simonsen dedicava-se também à Música Clássica, principalmente à ópera clássica. Seus conhecimentos na área formaram a base do capítulo de número cinco do livro "Ensaios Analíticos", em que ele discorre sobre vários assuntos de seu interesse ao longo da vida, tecendo considerações metodológicas acerca da economia.

Durante o Plebiscito de 1993 apoiou a Monarquia Parlamentarista, dando depoimento no horário eleitoral.

Mário Henrique Simonsen nunca tirou a carteira de habilitação (motorista) e era conhecido por ter um apetite pantagruélico, assim como o de ser fumante inveterado (fumava, inclusive, dentro da sala de aula, o que naquele tempo não era tão condenável como nos dias de hoje). O fumo foi a causa provável do câncer pulmonar que o levou à morte pouco antes de completar 62 anos.

Em entrevista à Revista Veja, em 1986, Mário Henrique Simonsen profetizava o caos urbano que se vê hoje no Rio de Janeiro:

"No dia em que eles descerem os morros do Rio, famintos e desnorteados, como soldados abandonados por seus generais, eles tomarão conta da cidade, da zona norte, sul e as classes médias e ricas serão prisioneiras de suas próprias avarezas e descuidos com os mais pobres. Será como um exército de centuriões romanos, de olhos arregalados, famélicos, entorpecidos e desesperados, tentando a última conquista antes da morte."

Morte

Em 1994, após realizar um exame de rotina, foi informado pelos médicos que tinha um tumor no pulmão que havia se espalhado pela cabeça. A partir do diagnóstico, começou a enfrentar uma rotina de internamentos, mas jamais perdeu o humor.

Após ficar quase três meses internado no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Samaritano, Mário Henrique Simonsen morreu de vítima de insuficiência respiratória no dia 09/02/1997, dez dias antes de completar 62 anos.

Leonor Bassères

LEONOR BASSERÈS
(78 anos)
Escritora, Jornalista, Crítica Literária, Professora e Autora de Novela

* Rio de Janeiro, RJ (15/12/1926)
* Rio de Janeiro, RJ (29/01/2004)

Foi uma escritora de literatura infanto-juvenil, jornalista, crítica literária, professora de línguas e autora de telenovelas brasileira.

Escreveu 16 livros juvenis de aventura, a partir da década de 1950, sendo também ghost-writer de várias celebridades.

Em 1980 foi convidada por Gilberto Braga para transformar sua telenovela "Água-Viva" (1980) em livro, lançado pela Editora Record no mesmo ano, o que inciou uma parceria de sucesso. Leonor Bassères foi co-autora de Gilberto Braga em todos os seus trabalhos posteriores, sendo os principais: "Vale Tudo" (1988), "O Dono do Mundo" (1991), "Labirinto" (1998), "Pátria Minha" (1994) e "Celebridade" (2003).

Como autora principal, Leonor Bassères escreveu, em 1990, a telenovela "Mico Preto", em parceria com Euclydes Marinho e Ricardo Linhares. Também com Ricardo Linhares, foi co-autora de "Meu Bem Querer", em 1998.


Em meados de 2003, apesar de ter descoberto um câncer no pulmão, continuou a escrever a novela "Celebridade".

Leonor Bassères faleceu na madrugada do dia 29 de janeiro de 2004, aos 78 anos.

"Celebridade" encerrou com uma mensagem homenageando Leonor Bassères.

Leonor Bassères deixou um texto em seu computador, datado de 7 de agosto de 2003, que foi encontrado pela família:

"Como curtir uma morte bem curtida. Fazia um dia lindo na manhã em que eu morri. Desses que a gente chamava "gloriosos". Próprios para ir à praia, jogar tênis, correr pela orla com o namorado, essas coisas. Sem nem mencionar que a pessoa precisa não estar numa cadeira de rodas, roída por um câncer do pulmão na metade de cima, e por uma hepatite medicamentosa no resto. Sempre pedi a Deus ou a essa autoridade que manda nos homens e na terra, morrer dormindo. Achava lindo e confortável. Mas morte em manhã linda de verão também servia, já que o que estava ficando insuportável era a vida. Fechei os olhos e pensei 'vamo nessa' e fui."

Visconde de Taunay

ALFREDO MARIA ADRIANO D'ESCRAGNOLLE TAUNAY
(56 anos)
Nobre, Escritor, Músico, Artista Plástico, Professor, Compositor, Instrumentista, Engenheiro Militar, Político, Historiador e Sociólogo

* Rio de Janeiro, RJ (22/01/1843)
+ Rio de Janeiro, RJ (25/01/1899)

Foi o primeiro e único Visconde de Taunay.

Alfredo Taunay nasceu em uma família aristocrática de origem francesa no Rio de Janeiro. Seu pai, Félix Émile Taunay, era pintor, professor e diretor da Academia Imperial de Belas Artes e seu avô paterno foi o conceituado Nicolas-Antoine Taunay. Sua mãe, Gabriela Hermínia Robert d'Escragnolle Taunay, fora uma dama da alta sociedade brasileira e era irmã do Barão d'Escragnolle e filha do Conde d'Escragnolle.

Família e Educação

Após obter seu bacharelado em literatura no Colégio Pedro II em 1858, aos quinze anos de idade, Taunay estudou física e matemática no Colégio Militar do Rio de Janeiro, tornando-se bacharel em matemática e ciências naturais em 1863.

Casou-se com Cristina Teixeira Leite, filha do Barão de Vassouras, neta do primeiro Barão de Itambé e sobrinha-neta do Barão de Aiuruoca. Seu filho foi o historiador Afonso d'Escragnolle Taunay, membro-fundador da Academia Brasileira de Letras.

Guerra do Paraguai e Carreira Política

Taunay lutou na Guerra do Paraguai como engenheiro militar, de 1864 a 1870. Desta experiência surgiu seu livro "A Retirada da Laguna" (1869).

Após seu retorno ao Rio de Janeiro, Taunay lecionou no Colégio Militar do Rio de Janeiro e iniciou simultaneamente sua carreira como político do Segundo Império.

Atingiu o posto de major em 1875. Foi eleito para a Câmara dos Deputados pela Província de Goiás em 1872, cargo para o qual seria reeleito três anos mais tarde.

No dia 26 de abril de 1876, foi nomeado presidente da Província de Santa Catarina. Assumiu o cargo de 7 de junho de 1876 a 2 de janeiro de 1877, quando o passou ao vice-presidente Hermínio Francisco do Espírito Santo, que presidiu a província por apenas um dia. Em 1 de janeiro de 1877, durante seu mandato como presidente, ele havia inaugurado, no Largo do Palácio, atual Praça Quinze de Novembro, o monumento aos heróis catarinenses da Guerra do Paraguai.

Inconformado com a queda do Partido Conservador, Taunay retirou-se da vida política em 1878, deixando o país para estudar, durante dois anos, na Europa.

Em 1881 é eleito deputado pela Província de Santa Catarina e, em 1885, nomeado presidente da Província do Paraná. Em Curitiba, foi um dos responsáveis pela criação do primeiro parque da cidade, o Passeio Público, inaugurado em 2 de maio de 1886 (véspera do dia da entrega do cargo).

Exerceu tal cargo até 3 de maio de 1886. Neste ano, torna-se senador por Santa Catarina, tendo sido escolhido de uma lista tríplice pelo Imperador em 6 de setembro de 1886, sucedendo Jesuíno Lamego da Costa.

Recebeu o título nobiliárquico de Visconde de Taunay de Dom Pedro II em 6 de setembro de 1889. Com a Proclamação da República naquele mesmo ano, Taunay deixou a política para sempre.

Carreira Literária e Artística

Crítico das influências da literatura francesa, Taunay buscava promover a arte brasileira no exterior. No dia 21 de agosto de 1883 propõe à Câmara dos Deputados a autorização de uma soma para a realização de uma sinfonia por Leopoldo Miguez em Paris, nos Concerts-Collone. Anteriormente fora responsável pela promoção de Carlos Gomes no exterior.

Taunay foi um autor prolífico, produzindo ficção, sociologia, música (compondo e tocando) e história. Na ficção, a obra Inocência é considerada pelos críticos como seu melhor livro.


Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, criou a Cadeira nº 13, que tem como patrono Francisco Otaviano.

Faleceu Diabetico no dia 25 de janeiro de 1899.

Paulo Villaça

PAULO VILLAÇA
(58 anos)
Ator, Professor, Jornalista e Publicitário

☼ Bauru, SP (1933)
┼ Rio de Janeiro, RJ (24/01/1992)

Paulo Villaça nasceu em Bauru, interior de São Paulo, em 1946. Professor de literatura, jornalista e publicitário, abandonou a profissão de professor de grego para, aos 32 anos, estrear na carreira artística.

Depois de passar pela Escola de Arte Dramática (EAD) e pelo Teatro Oficina, estreia no cinema, protagonizando um dos filmes mais importantes do Cinema Marginal e Clássico do cinema brasileiro, em 1968, "O Bandido da Luz Vermelha", de Rogério Sganzerla.

Na sequência, foi um dos atores mais presentes no cinema nacional, participando em mais de 20 filmes, como "A Mulher de Todos" (1969), "Lúcia McCartney, Uma Garota de Programa" (1971), "A Dama do Lotação" (1978), "Aventuras de um Paraíba" (1983), "A Dama do Cine Xangai" (1985), entre outros.

Paulo Villaça e Helena Ignes em cena do filme "O Bandido da Luz Vermelha"
No teatro, contracenou com Marília Pêra em 1969, na peça "Fala Baixo Senão Eu Grito", texto de estreia da dramaturga Leilah Assumpção, com direção de Clóvis Bueno. Mas seu grande momento nos palcos é na montagem de "Navalha na Carne", de Plínio Marcos, em 1968, ao lado de Ruthinéa de Moraes e Edgard Gurgel Aranha.

Na televisão, atuou nas novelas "O Bofe" (1972) e nas minisséries "Quem Ama Não Mata" (1982) e "Anos Dourados" (1986), da TV Globo.

Nos anos 70 foi casado com a atriz Marília Pêra.

Paulo Villaça morreu no dia 24/01/1992, no Rio de Janeiro, devido a complicações de saúde provocadas pelo vírus da AIDS, mas pediu para ser cremado em São Paulo.

Paulo Villaça e Sônia Braga em "A Dama do Lotação"
Cinema

  • 1992 - Perfume de Gardênia ... Ladrão
  • 1990 - O Quinto Macaco ... Watts
  • 1988 - Prisoner Of Rio ... Drº Falcão
  • 1988 - Banana Split
  • 1987 - A Dama do Cine Shanghai ... Desdino
  • 1987 - Leila Diniz
  • 1987 - Quincas Borba ... Quincas Borba
  • 1987 - Eternamente Pagu
  • 1986 - O Homem da Capa Preta ... Maragato
  • 1986 - Fulaninha
  • 1982 - Aventuras de um Paraíba
  • 1982 - Rio Babilônia ... Dante
  • 1981 - O Torturador
  • 1979 - Os Trombadinhas
  • 1979 - A República dos Assassinos
  • 1979 - O Princípio do Prazer
  • 1978 - O Gigante da América
  • 1978 - A Dama do Lotação
  • 1978 - Nos Embalos de Ipanema ... André
  • 1977 - Paranóia ... João
  • 1977 - Gente Fina é Outra Coisa
  • 1977 - Ajuricaba, o Rebelde da Amazônia
  • 1974 - O Forte
  • 1974 - O Lobisomem
  • 1973 - Sagarana, o Duelo
  • 1972 - Revólveres Não Cospem Flores
  • 1971 - Mangue Bangue
  • 1971 - Lúcia McCartney, Uma Garota de Programa ... O amigo
  • 1971 - Um Pistoleiro Chamado Caviúna
  • 1970 - OSS 117 Prend Des Vacances
  • 1970 - Copacabana Mon Amour ... Drº Grilo
  • 1970 - Beto Rockfeller
  • 1970 - Jardim de Guerra
  • 1970 - Perdidos e Malditos
  • 1970 - Os Senhores da Terras
  • 1969 - A Mulher de Todos ... Ramón
  • 1978 - O Bandido da Luz Vermelha ... O Bandido
  • 1968 - O Matador

Paulo Villaça e Denise Bandeira na minissérie "Anos Dourados"
Televisão

  • 1990 - Barriga de Aluguel
  • 1990 - Fronteiras do Desconhecido
  • 1989 - Colônia Cecília ... Delegado Tavares
  • 1988 - Vale Tudo ... Gustavo
  • 1988 - Chapadão do Bugre ... Perciva
  • 1987 - Helena ... Salvador
  • 1986 - Selva de Pedra ... Juiz
  • 1986 - Anos Dourados ... Joel
  • 1985 - Armação Ilimitada
  • 1985 - Tudo em Cima ... Drº Ciro Benetti
  • 1984 - A Máfia no Brasil ... Alfredo Adauto
  • 1982 - Quem Ama Não Mata ... Raul
  • 1981 - Os Adolescentes ... Odilon
  • 1972 - O Bofe ... Paulo
  • 1969 - Super Plá ... Cícero
  • 1967 - O Jardineiro Espanhol
  • 1967 - O Morro dos Ventos Uivantes ... José

Ubaldino do Amaral

UBALDINO DO AMARAL FONTOURA
(77 anos)
Orador, Professor, Advogado, Jurista e Político

☼ Lapa, SP (27/08/1842)
┼ Rio de Janeiro, RJ (22/01/1920)

Ubaldino do Amaral Fontoura foi um escritor, orador, professor, advogado, jurista e político brasileiro. Filho de Francisco das Chagas do Amaral e Gertrudes Pilar do Amaral, nasceu em 27/08/1842, na Vila da Lapa, então pertencente à Província de São Paulo.

Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito da capital da mesma província, recebendo, em 22/11/1867, o grau de Bacharel em Direito.

Depois de formado, fixou residência na cidade de Sorocaba, onde abriu banca de advogado, desenvolveu o Gabinete de Leitura dessa cidade, fundou os jornais Sorocabano e Ipanema, e levantou a ideia da construção da Estrada de Ferro Sorocabana.

Em 1874, aceitou o convite de Saldanha Marinho para trabalhar no Rio de Janeiro, em sua banca de advogado, onde, em curto tempo, destacava-se como Jurisconsulto, sendo seus pareceres aceitos e acatados entre os mais conspícuos cultores do Direito.

Em portaria de 12 de janeiro de 1884, do Ministro do Império, foi nomeado membro efetivo do Conselho Diretor da Instrução Primária e Secundária do município da Corte.

Proclamado o regime republicano, foi nomeado Inspetor da Alfândega do Rio de Janeiro, em decreto de 30/11/1889. Presidente da Comissão Inspetora da Casa de Correição da Capital Federal, em portaria de 26/02/1890, do Ministério da Justiça. Presidente do Conselho da Intendência Municipal, em decreto de 28/02/1890, sendo exonerado a pedido, em decreto de 11/08/1890.

Eleito Senador por nove anos pelo estado do Paraná, em janeiro de 1891, foi presidente da Comissão dos 21, encarregada de rever o projeto da Constituição da República.

Em 30/12/1891, renunciou a cadeira de Senador, porém foi reeleito em 15/06/1892, sendo reconhecido a 16/07/1893. Exerceu no Senado os cargos de 1º secretário e vice-presidente no período de maio de 1894 a maio de 1895.

Em decreto de 05/12/1894, foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal, tomando posse a 15/12/1894. Foi exonerado, a pedido, em decreto de 04/05/1896.

Foi nomeado Prefeito do Distrito Federal, em decreto de 23/11/1897, sendo exonerado em decreto de 15/11/1898.

Em 1903, foi nomeado Diretor do Banco da República e membro do Conselho da Junta Administrativa da Caixa de Amortização.

Exerceu, em 1909, a presidência do Banco do Brasil. Seus serviços foram aproveitados como Árbitro do Brasil nos tribunais mistos brasileiro-boliviano e brasileiro-peruano; Advogado do estado do Paraná na questão de limites com o estado de Santa Catarina; Embaixador da Comissão Permanente de Arbitramento do Tribunal de Haia; Lente da Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro; professor do Clube dos Guarda-Livros e da Escola Senador Correia; e presidente da Sociedade de Legislação Comparada.

Em todos os cargos de sua vida pública revelou sempre grande cultura e inteligência, e foi notável advogado.

Em Decreto Municipal nº 1.165, de 31/10/1917, foi dado o seu nome a uma das ruas abertas na esplanada do antigo morro do Senado.

Era casado com Rosa Cândida de Oliveira Amaral, deixando grande descendência.

Ubaldino do Amaral Fontoura faleceu em 22/01/1920, no Rio de Janeiro, sendo sepultado no Cemitério de São João Batista.

Abdias do Nascimento

ABDIAS DO NASCIMENTO
(97 anos)
Professor, Escritor, Artista Plástico, Dramaturgo, Político, Ator, Poeta, Escultor e Ativista Social

* Franca, SP (14/03/1914)
+ Rio de Janeiro, RJ (23/05/2011)

Foi um dos maiores defensores da defesa da cultura e igualdade para as populações afrodescendentes no Brasil. Nome de grande importância para a reflexão e atividade sobre a questão do negro na sociedade brasileira. Teve uma trajetória longa e produtiva, indo desde o Movimento Integralista, passando por atividade de poeta, com a Hermandad, grupo com o qual viajou de forma boêmia pela América do Sul, até ativista do Movimento Negro. Ator, criou em 1944 o Teatro Experimental do Negro, e escultor.

Após a volta do exílio (1968-1978), inseriu-se na vida política e foi Deputado Federal de 1983 a 1987, e Senador de 1997 a 1999, além de colaborar fortemente para a criação do Movimento Negro Unificado (1978).

Em 2006, em São Paulo, criou o dia 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Brasília.

É autor de vários livros: "Sortilégio", "Dramas Para Negros", "Prólogo Para Brancos", "O Negro Revoltado", e outros.

Foi também professor benemérito da Universidade de New York.

Foi casado quatro vezes. Sua terceira esposa foi a atriz Léa Garcia, com quem teve dois filhos, e a última a norte-americana Elizabeth Larkin, com quem teve um filho.

Morte

O ativista do Movimento Negro Abdias Nascimento morreu na noite de segunda-feira (23/05/2011). A informação foi confirmada pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap) na tarde desta terça-feira (24/05/2011).

Segundo Ivanir Santos, do conselho estratégico do Ceap, Abdias Nascimento, de 97 anos, estava internado no Hospital dos Servidores, no centro do Rio de Janeiro há dois meses e sofria de Diabetes.

De acordo com nota enviada pelo hospital, ele teve uma Insuficiênica Cardíaca na unidade. Ainda segundo o hospital, ele estava internado por complicações cardíacas desde o dia 15 de abril.

Filmografia


  • 2005 - Cinema de Preto
  • 1962 - Cinco Vezes Favela
  • 1962 - Terra da Perdição
  • 1959 - O Homem do Sputnik

Fonte: Wikipédia e G1

Benjamin Constant

BENJAMIN CONSTANT BOTELHO DE MAGALHÃES
(54 anos)
Militar, Engenheiro, Professor e Estadista

☼ Niterói, RJ (18/10/1836)
┼ Rio de Janeiro, RJ (22/01/1891)

Formado em engenharia pela Escola Militar, participou da Guerra do Paraguai (1865 - 1870) como engenheiro civil e militar. Benjamin Constant esteve no Paraguai de agosto de 1866 a setembro de 1867, de onde voltou, devido doença, acompanhado de sua mulher, que o fora buscar.

As suas cartas, escritas sobretudo para a esposa e o sogro, nas quais crítica duramente a direção da guerra em geral, e a Duque de Caxias, em especial, foram publicadas por Renato Lemos, no livro "Cartas da Guerra: Benjamin Constant na Campanha do Paraguai", editado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Museu Casa de Benjamin Constant, em 1999.

Como professor, lecionou nas escolas militar, predecessora do Instituto Militar de Engenharia, Politécnica, Normal e Escola Superior de Guerra, entre outras.

Adepto do positivismo, em suas vertentes filosófica e religiosa - cujas idéias difundiu entre a jovem oficialidade do Exército Brasileiro -, foi um dos principais articuladores do levante republicano de 1889. Foi nomeado Ministro da Guerra e, depois, Ministro da Instrução Pública no Governo Provisório. Na última função, promoveu uma importante reforma curricular.

As disposições transitórias da Constituição de 1891 consagraram-no como fundador da República brasileira.

Ação no Governo Provisório

A despeito de ter sido militar e ter sido condecorado como tal devido a sua participação na Guerra do Paraguai, era pacifista, pregando o fim das Forças Armadas em um futuro mais ou menos distante, reduzidas à mera atuação policial para manutenção da ordem pública. Essa opinião, calcada nas idéias de Auguste Comte, fundador do Positivismo, foi o que lhe permitiu criar a doutrina do Soldado-Cidadão, segundo a qual, antes de serem soldados, os membros das Forças Armadas eram cidadãos de um regime republicano e como tais deveriam comportar-se.

Por outro lado, foi em reação à "civilização" (no sentido de reforço do papel civil, em oposição à atuação propriamente militar) iniciada na gestão de Benjamin Constant à frente da pasta da Guerra que, a partir da I Guerra Mundial, surgiu uma nova geração de militares e de intelectuais militares que propôs a "profissionalização" do Exército.

Essa geração era a dos Jovens Turcos brasileiros e, procurando referências para suas doutrinas militares na Alemanha, constituiu o germe tanto do Tenentismo quanto dos militares que chegaram, de uma maneira ou de outra, ao poder no Brasil a partir de 1930 até 1985. Em outras palavras, as inúmeras intervenções e golpes militares ocorridos no Brasil ao longo do século XX não tiveram relação com a atuação de Benjamin Constant e, por extensão, com o Positivismo.

Museus e Instituições

Benjamin Constant também foi o terceiro diretor do antigo Imperial Instituto dos Meninos Cegos, instituição criada em 1854 por Dom Pedro II para cuidar da edução de crianças com deficiência visual.

Em virtude de ter permanecido por longos anos à frente dessa instituição, em 1890 o Governo Provisório da recém-proclamada República renomeou-a como Instituto Benjamin Constant - que, apesar de inativo em alguns períodos, permanece em franca atividade até os dias atuais.

Além disso, em 1972 o governo brasileiro transformou a antiga residência de Benjamin Constant, no bairro de Santa Teresa, no município do Rio de Janeiro, no Museu Casa de Benjamin Constant, como uma homenagem - ainda que tardia - a esse valoroso líder político. Esse museu expõe para o público em geral a casa conforme ela arrumava-se no final do século XIX, quando lá residia. Para o público acadêmico, realizam-se pesquisas de caráter histórico e sociológico sobre o Brasil de fins do século XIX e início do século XX.

Benjamin Constant morreu em extrema pobreza no Rio de Janeiro. Exemplo de grande idealista não conseguiu adaptar-se à política. Manteve-se firme nas suas opiniões e jamais deixou de defender seus ideais.

Roquette-Pinto

EDGAR ROQUETTE CARNEIRO DE MENDONÇA PINTO VIEIRA DE MELLO
(70 anos)
Médico, Professor, Antropólogo, Etnólogo, Escritor, Arqueólogo e Ensaísta

* Rio de Janeiro, RJ (25/09/1884)
+ Rio de Janeiro, RJ (18/10/1954)

Filho de Manuel Menelio Pinto e Josefina Roquette Carneiro de Mendonça, nasceu a 25 de setembro de 1884, em Botafogo, Rio de Janeiro.

Foi criado pelos avós maternos na Fazenda Bela Fama, próxima de Juiz de Fora, em Minas Gerais, até aos 10 anos, quando retornou ao Rio de Janeiro com os pais.

Fez o curso de humanidades no Colégio Aquino, entrando depois na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde se formou em 1905 com a tese O Exercício da Medicina Entre os Indígenas da América. O pouco contacto com a família do pai levou-o a alterar o nome de registo para Edgard Roquette-Pinto, que legalizou em 1905.

Além do avô João Roquette, que lhe pagou os estudos e lhe incutiu o gosto pela natureza, marcaram o seu destino o biólogo Francisco de Castro, que o fez desistir da ideia de ser oficial da Marinha e o orientou para a Medicina e a Biologia e o médico Henrique Batista, que o converteu ao Positivismo – doutrina fundada por Auguste Comte (1798-1857), segundo o qual a redenção do homem se daria pelo conhecimento. Embora estudioso, seguiu o trabalho de campo até à Antropologia.

Em 1906 torna-se professor assistente de Antropologia no Museu Nacional e foi, em setembro, ao Rio Grande do Sul, estudar os sambaquis – jazidas de conchas, ossos e utensílios do homem pré-histórico do litoral da América.

É nomeado médico-legista com o trabalho Fauna Cadavérica do Rio de Janeiro em 1908, abrindo um laboratório de análises clínicas. Neste ano, casa com Riza Batista, com quem teve os filhos Beatriz e Paulo Roquette-Pinto.

Após alguns anos como assistente de Henrique Batista e médico-legista, passa, por concurso, a professor de Antropologia e Etnografia do Museu Nacional, onde organizou a Sala Dom Pedro II em 1910.

Delegado do Brasil no Congresso de Raças, em Londres (1911), estuda na Europa com os professores Richet, Brumpt, Tuffier, Perrier e Luschan.

Expedições Com Rondon

Em 1907 surge a Comissão de Linhas Telegráficas e Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas, chamada Comissão Rondon devido à fama do Tenente-Coronel Rondon (1865-1958), que a comandava. Iria ligar pelo fio telegráfico os territórios do Amazonas, Acre, Alto Purus e Alto Juruá à capital do Mato Grosso, com os pontos extremos em Cuiabá e Santo António do Madeira.

Colaboraram militares, para execução de serviços técnicos e cientistas civis, para fazer o levantamento geográfico, botânico, zoológico, etnológico e antropológico da região a desbravar.

Ao voltar das expedições, Rondon depositava amostras de objectos paleolíticos no Museu Nacional. Roquette estudou vários e escreveu a Nota Sobre os Índios Nhambiquaras do Brasil Central. Fascinado, trabalhou alguns meses com Rondon em 1910, que o influenciou e lhe incutiu o desejo de estudar aquelas terras.

Roquette integrou a comitiva que seguiu, em Julho de 1912, ao encontro da Comissão à Serra do Norte, em Mato Grosso. Na expedição foi etnógrafo, sociólogo, antropólogo, geógrafo, arqueólogo, botânico, zoólogo, linguista, médico, farmacêutico, legista, fotógrafo, cineasta e folclorista. Anotou a aparência da região – da floresta à árvore e à folha – composição dos solos, contorno das montanhas, fluxo dos rios, intensidade das quedas e variedade da fauna.

Nas visitas às tribos, mediu os crânios dos índios, comparou o seu peso e altura, analisou doenças, efectuou a primeira dissecação de um indígena e relatou as formas de produção, comércio e transporte. Registou conhecimentos científicos, relações familiares, organização política, hábitos religiosos, formas linguisticas, habilidade manual e danças. Anotou musicalmente os cantos dos nativos e fez gravações in loco com o Fonógrafo portátil. Nos fonogramas, cilindros de cera, registou melodias indígenas Nhambiquaras e Parecís e música popular mato-grossense (Cururu e canções Sertanejas).

Filmou o que pôde e fotografou ou desenhou o resto. Recolheu pedras, pontas de setas e objectos indígenas levados por milhares de quilómetros através de rios, pântanos e picadas abertas na selva. Apressou-se a estudar a região pois temia a perda dos fenómenos etnográficos, usos, costumes, indústrias, técnicas, arte, religião e política dos povos, que cedo ocorreria, devido à chegada e influência de objectos da civilização.

A morte foi constante no percurso pelas selvas do Mato Grosso, Amazonas e nas bacias dos rios Paraguai, Juruena e Ji-Paraná, pelas dificuldades climáticas, geográficas e humanas. Os Nhambiquaras eram hostis, matando expedicionários e haviam as ameaças da selva: animais e doenças – varíola, beribéri, paludismo. Burros, cavalos e bois morriam, os homens eram enterrados pelo caminho e os locais batizados com os seus nomes. A sobrevivência deste intelectual da cidade à vida difícil da selva surpreendeu tudo e todos, devendo-se talvez à infância passada na fazenda (note-se a diferença entre mato e sertão!) e a ser jovem e saudável. Mas a principal razão terá sido a firme determinação em cumprir a tarefa a que se propôs.

Roquette dizia que Marechal Cândido Rondon era o "ideal feito homem". Mameluco por parte de avós indígenas, falava dialectos de várias tribos, passando aos índios a sua mensagem de paz. Roquette extraiu assim, uma compreensão do problema do índio ainda revolucionária: para ele, os índios deviam ser protegidos como tal e não forçados a ser brasileiros, sendo o papel da nação protegê-los como aos menores abandonados, presos ou doentes.

Os Nhambiquaras contactados viviam na Idade da Pedra: tinham machados de pedra mal polida e as facas eram lascas de madeira. Desconheciam navegação, cerâmica ou redes de dormir – atravessavam os rios a nado, comiam de mão em mão e dormiam no chão. Cobertos por bernes, pulgas e piolhos, não conheciam um homem branco ou negro. O mal que faziam era, às vezes, por ignorância. De volta ao Rio de Janeiro, em novembro desse ano, Roquette depositou no Museu Nacional cerca de tonelada e meia de objectos que trouxe da Serra do Norte, entre observações, fichas antropométricas, croquis, filmes documentais, material etnográfico, etc. Roquette trouxe também o paludismo, cujas sequelas contribuíram para a espondilose de que sofreu mais tarde.

Em 1915, propôs numa conferência do Museu Nacional a designação de Rondônia à região do Noroeste do Brasil limitada pelos meridianos 54 e 65 oeste, Greenwich e entre os paralelos 8 e 15 ao sul do Equador, cortada entre os rios Juruena e Madeira pela estrada Rondon, como homenagem a Rondon.

Com os resultados das suas investigações sobre Parecís e Nhambiquaras escreveu Rondônia (1916), tratado antropológico, botânico, geológico, etnográfico e climático da região compreendida entre os rios Juruena e Madeira, incluindo partes de Mato Grosso, Amazonas, Pará, Acre e Guaporé.

A vivência com índios e homens do sertão foi a base da sua campanha anti-racista contra o arianismo no Brasil. Segundo ele, o homem no Brasil precisava de "ser educado e não substituído".

Em 1915 concorre para Livre-Docente de História Natural, na Faculdade de Medicina, com o trabalho sobre Dinoponera Grandis, a formiga amazônica, continuando a atividade de pesquisa e ensino, lecionando História Natural na Escola Normal e no Colégio Aquino.

Empenhou-se na Fisiologia, sendo convidado, em 1920, como professor visitante para inaugurar a cadeira de Fisiologia Experimental na Faculdade de Medicina da Universidade de Assunção, conseguindo a admiração do povo numa época conturbada entre Brasil e Paraguai.

Fascínio Pela Rádio e Pelo Cinema

Prevendo a importância da rádio na educação do povo fundou, a 20 de Abril de 1923, na Academia Brasileira de Ciências (de que era membro, bem como de outras associações nacionais e estrangeiras), a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, só com fins educacionais e culturais. O fascínio de Roquette pela rádio deve-se, em parte, pela entrega à causa positivista e à profissionalização como antropólogo, factores que o colocaram ao serviço de causas científicas e sociais.

"A rádio é a escola dos que não têm escola. É o jornal de quem não sabe ler; (...) é o divertimento gratuito do pobre; (...) desde que o realizem com espírito altruísta e elevado."

E concluía sempre a sua emissão com o lema:

"Pela cultura dos que vivem em nossa terra. Pelo progresso do Brasil".

Em 1924 participa no Congresso Internacional de Americanistas, na Suécia, tornando-se responsável pela Seção de Antropologia, Etnografia e Arqueologia do Museu Nacional, do qual foi director de 1926 a 1935.

Candidata-se à Academia Brasileira de Letras em 1927 na vaga de Osório Estrada (cadeira 17), é eleito a 20 de outubro.

Em 1929 presidiu o 1º Congresso Brasileiro de Eugenia e realizou as primeiras demonstrações televisivas no Brasil.

Em 1932 funda a Revista Nacional de Educação e o Serviço de Censura Cinematográfica, criando em 1934 a Rádio Escola Municipal do Rio de Janeiro com Anísio Teixeira.

Em 1936 fundou e dirigiu o Instituto Nacional de Cinema Educativo onde esteve com Humberto Mauro, aposentando-se em 1947.

Orientou a parte histórica do filme O Descobrimento do Brasil (1937), dirigiu e gravou o comentário sobre arte marajoara do filme Argila (1940) e o filme Rondônia.

Eleito diretor do Instituto Indigenista Americano do México em 1940, foi membro fundador do Partido Socialista Brasileiro, em 1947.

Como homenagem, vários naturalistas deram o seu nome a algumas espécies, como Phylloscartes Roquettei, ave do Brasil Central.

Entre as suas obras escritas estão Guia de Antropologia (1915), Elementos de Mineralogia (1918), Seixos Rolados (1927), Samambaia (1934), além de muitos trabalhos científicos, artigos e conferências, publicados em vários jornais e revistas.

A 18 de Outubro de 1954 sofre um Derrame fatal no seu apartamento, no Rio de Janeiro, quando escrevia um artigo para o Jornal do Brasil, em que dizia: Aquele que conhece, aquele que cria, aquele que ama.

Fonte: Wikipédia e Ana Fernandes (Trabalho realizado no âmbito da disciplina de História das Ciências, Licenciatura em Bioquímica, Departamento de Química e Bioquímica, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 2002-2003)

Aníbal Machado

ANÍBAL MONTEIRO MACHADO
(69 anos)
Escritor, Professor, Jogador de Futebol e Homem de Teatro

☼ Sabará, MG (09/12/1894)
┼ Rio de Janeiro, RJ (20/01/1964)

Aníbal Monteiro Machado fez os estudos secundários em Belo Horizonte, no Colégio Dom Viçoso, e no Externato do Ginásio Mineiro, hoje Colégio Estadual. Iniciou o curso superior na Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro, transferindo-se depois para a de Belo Horizonte, onde se formou em dezembro de 1917.

Tornou-se então professor de História Universal num colégio estadual de Minas Gerais e crítico de artes plásticas no Diário de Minas, onde trabalhou com os poetas Carlos Drummond de Andrade e João Alphonsus de Guimaraens. Depois foi Promotor Público, primeiro em Minas Gerais, e em seguida no Rio de Janeiro, na época capital do país, em 1924.

Por não se sentir com vocação para a carreira jurídica, deixou a promotoria para ser professor de literatura do Colégio Pedro II. Exercia o magistério paralelamente a um cargo burocrático no Ministério da Justiça, do qual se demitiu diante da movimentação política que resultou na Revolução de 1930.

Começou na literatura quando estudante e, no Rio de Janeiro, ligou-se aos Modernistas, com assídua colaboração nos periódicos Revista de Antropofagia, Estética, Revista Acadêmica e Boletim de Ariel.

Eleito presidente da Associação Brasileira de Escritores organizou, com Sérgio Milliet, o I Congresso Brasileiro de Escritores, em 1945. Este congresso, ao defender a liberdade democrática, precipitou o fim da ditadura de Getúlio Vargas.


Apesar de sua atuação no meio literário, o primeiro livro, um ensaio sobre cinema, surgiu apenas em 1941 quando já tinha 46 anos. Na ficção, sua estreia em livro foi "Vida Feliz" (1944), seguindo-se "Histórias Reunidas" (1955), "Cadernos de João" (1957) e, postumamente, "João Ternura" (1965).

Marcou sua presença de destaque no panorama do conto brasileiro com textos antológicos, como "Viagem aos Seios de Duília", "Tati, a Garota" e "A Morte da Porta-Estandarte".

Ligado ao teatro, ajudou a fundar vários grupos teatrais, tais como Os Comediantes, o Teatro Experimental do Negro, Teatro O Tablado e o Teatro Popular Brasileiro.

Traduziu peças de Anton Checov e Franz Kafka e escreveu a peça "O Piano", adaptada da novela de mesmo nome. Por esta peça, recebeu o Prêmio Cláudio de Sousa, da Academia Brasileira de Letras (ABL). Também foi condecorado com a Legião de Honra.

Na década de 60, seus contos "A Morte da Porta-Estandarte", "Tati, a Garota" e "Viagem aos Seios de Duília" ganharam versões para o cinema, com colaboração do próprio Aníbal Machado nos roteiros. Manoel Carlos adaptou vários contos de sua obra na telenovela "Felicidade", exibida pela TV Globo em 1991.

Aníbal Machado teve seis filhas, entre elas a famosa escritora e teatróloga Maria Clara Machado, uma grande cultuadora e guardiã de sua obra.

Atlético

Aníbal Machado foi também jogador de futebol, e participou do primeiro time titular do Clube Atlético Mineiro, em 1909, entrando para a história do clube por ter marcado o primeiro gol da história do Atlético Mineiro. Jogou por três anos, até se formar em Direito, participando também da diretoria do clube.

Importância de Sua Obra

Tendo publicado apenas 13 contos, Aníbal Machado produziu, pelo menos, uma obra-prima, "Viagem aos Seios de Duília", além de uns cinco ou seis contos notáveis, como "O Iniciado do Vento", "O Piano", "Tati, a Garota" e "O Telegrama de Ataxerxes" (este com um forte acento Kafkiano, embora revestido de um certo humor).

"Viagem aos Seios de Duília", na opinião dos críticos, não é apenas um dos maiores contos brasileiros, mas merece figurar entre os maiores do conto universal.

Este conto narra as desventuras de José Maria, um funcionário público, que sublimou na dedicação ao trabalho a sua solidão, a falta de convívio com as mulheres, a incomunicabilidade. José Maria jamais se libertou da visão de um seio de Duília, quando ambos eram adolescentes. Ao se ver aposentado, depois de estéreis tentativas de, enfim, "viver a vida", o velho funcionário, mais do que nunca, se volta para aquela visão do passado e decide ir à procura da mocinha que lhe proporcionou, talvez, a única coisa boa da sua vida.

É um texto magistral sobre a coragem do ser e do vir a ser, sobre a busca de novos desafios e a recusa a considerar aposentadoria como sinônimo de morte, embora esta busca e esta recusa possam ser inúteis.

Fonte: Wikipédia