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Naum Alves de Souza

NAUM ALVES DE SOUZA
(73 anos)
Artista Plástico, Autor, Cenógrafo, Diretor, Dramaturgo, Figurinista e Professor

☼ Pirajuí, SP (01/06/1942)
┼ São Paulo, SP (09/04/2016)

Naum Alves de Souza foi um artista plástico, autor, cenógrafo, figurinista, diretor, dramaturgo e professor brasileiro. Homem de teatro ligado a múltiplas atividades, não apenas no campo do teatro como também da televisão, cinema, ópera e balé.

Conquistou importantes prêmios teatrais brasileiros como o Moliére, Mambembe, APCA e Ziembinsky. Mereceu três prêmios, Serviço Nacional do Teatro (SNT), Mambembe e APCA, pelos figurinos e quatro prêmios Ziembinski, APCA, APETESP/Trófeu Zimba e Governador do Estado de São Paulo, pelo projeto cenográfico inspirado que concebeu para "Macunaíma" (1978), encenação de Antunes Filho (1978).

Pelo espetáculo "No Natal a Gente Vem Te Buscar" (1979) recebeu dois Moliéres: Direção e Autoria, e o Troféu APCA: Cenografia.

Em 2012, o curta-metragem "A Noite dos Palhaços Mudos", roteiro adaptado por Juliano Luccas e Naum, conquistou o prêmio de Melhor Filme Internacional no Festival Videobabel no Peru.

De formação religiosa presbiteriana, completou o curso colegial clássico em Lucélia, no interior paulista, e depois cursou apenas um mês numa faculdade paulistana de psicologia.

Mudou-se para São Paulo aos 18 anos de idade, onde, pouco depois, começou a dar aulas de educação artística e iniciação às artes plásticas para crianças e adolescentes. Mais tarde, por notório saber, deu aulas de cenografia na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP).

Em 1972, fundou o grupo teatral Pod Minoga, juntamente com seus alunos da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Carlos Moreno, Mira Haar, Flávio de Souza, Dionisio Jacob, Beto de Souza, Regina Wilke e Angela Grassi. Este grupo funcionou durante os anos 70, produzindo diversas montagens experimentais, causando furor e tornando-se um fenômeno cult.

Sua estreia profissional fora desse grupo se deu como cenógrafo e figurinista de "El Grande de Coca-Cola", um musical americano dirigido por Luíz Sérgio Person no Auditório Augusta, em 1974. Logo a seguir, executou os bonecos de "Vila Sésamo", programa infantil da TV Cultura de enorme sucesso, entre eles Garibaldo e Gugu.

Aos poucos vai se desdobrando em múltiplas atividades. Como autor escreveu e dirigiu "Maratona" (1977), "No Natal a Gente Vem Te Buscar" (1979), "A Aurora da Minha Vida" (1981), "Um Beijo, Um Abraço, Um Aperto de Mão" (1984).


Fazendo um perfil analítico sobre a produção teatral na década de 1980, escreveu o crítico Yan Michalski:

"A dramaturgia está sendo, sem dúvida, o elemento do teatro mais sacrificado [...] Apenas um autor de personalidade já claramente formada surgiu e firmou-se no panorama: Naum Alves de Souza, que através de uma interessante trilogia - 'No Natal a Gente Vem Te Buscar', 'A Aurora da Minha Vida', 'Um Beijo, Um Abraço, Um Aperto de Mão' - enfrenta corajosamente os seus fantasmas do passado, oriundos de uma formação pequeno-burguesa e religiosa, conservadora e preconceituosa."

Seguem-se "Nijinski", ainda em 1984, e "Suburbano Coração", com músicas de Chico Buarque, em 1989.

Através dessas realizações, Naum construiu uma sólida, reconhecida e premiada carreira como autor, que prosseguiu anos depois com "Água Com Açúcar" (1995), "Strippers" (1997), além de inéditas, entre as quais "Ódio a Mozart" e "As Festas do Amigo Secreto".

Como diretor, além de encenar seus próprios textos, destacou-se nas montagens de "Cenas de Outono", de Yukio Mishima, tendo Marieta Severo à frente do elenco, em 1987, "Lulu", de Frank Wedekind, com Maria Padilha no papel central, em 1989, "Longa Jornada de Um Dia Noite Adentro", de Eugene O'Neill, com Sérgio Britto e Cleyde Yáconis, em 2002. No ano seguinte, dirigiu "A Flor do Meu Bem Querer", de Juca de Oliveira, superprodução sobre corrupção política no Brasil, em 2003.

Sua colaboração para espetáculos alheios, na direção, roteirização, cenografia e figurinos é igualmente insuflada de criatividade, exemplo disso são os cenários e figurinos de "Falso Brilhante", show de Elis Regina, e, sobretudo, "Macunaíma", espetáculo internacionalmente consagrado, dirigido por Antunes Filho, em 1978.

Em 1983, roteirizou "O Grande Circo Místico", espetáculo de dança sobre trilha sonora de Chico Buarque e Edu Lobo, dirigido por Emílio Di Biasi para o Teatro Guaíra de Curitiba. Adaptou e dirigiu "Dona Doida", sobre poemas de Adélia Prado, espetáculo consagratório da atriz Fernanda Montenegro, em 1990. No mesmo ano, fez ainda a adaptação de texto e direção de "Big Loira", contos de Dorothy Parker, em montagem que destacou Cristina Mutarelli.


Em 1997, fez a direção cênica do espetáculo de dança "Muito Romântico", novas versões das canções do Roberto Carlos, com coreografias de Susana Yamauchi, em parceria com João Maurício, espetáculo que faz consecutivas viagens ao exterior.

Na área da ópera criou "Ópera do 500", "Os Pescadores de Pérolas" e "King Arthur", no Teatro Municipal de São Paulo, "Janufa", de Leos Janácek, além de versões compactas para "Carmen" e "Mme. Butterfly".

Na área da dança criou alguns espetáculos memoráveis, especialmente para o desempenho de J. C. Violla, entre os quais "Senhores das Sombras", "Valsa Para Vinte Veias", "Flippersports", "Petruchka", "Salão de Baile" e "Doze Movimentos Para Um Homem Só".

Naum escreveu o roteiro de "Romance da Empregada", filme de Bruno Barreto, em 1986. Na TV, dirigiu um sitcom à brasileira, "A Guerra dos Pintos", na TV Bandeirantes, em 1999.

Naum escreveu artigos para as revistas Vogue, Claudia, Revista do SESC, entre outras. Durante quase três anos teve uma coluna semanal de contos / crônicas no Diário Popular.

Em 2000 foi co-cenógrafo da exposição "Brasil 500 Anos" - módulos de arqueologia, arte indígena e bio-antropologia, realizada no Oca, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.

Em 2005, dirigiu a remontagem da ópera "Os Pescadores de Pérolas" no Teatro Municipal de São Paulo.

Em 2012, esteve internado num hospital por complicações causadas por miastenia, uma doença neuromuscular.

Em 2015 Naum lançou livro de contos "Tirando a Louca do Armário & Outras Histórias".

Morte

Naum Alves de Souza morreu no sábado, 09/04/2016, aos 73 anos. O velório ocorreu no Cemitério Gethsêmani, em São Paulo, no dia 10/04/2016, a partir das 9h00, e o sepultamento ocorreu às 17h00.

A causa da morte de Naum não foi divulgada.

Indicação: Miguel Sampaio

Manoel Carlos Karam

MANOEL CARLOS KARAM
(60 anos)
Escritor, Dramaturgo e Jornalista

☼ Rio do Sul, SC (1947)
┼ Curitiba, PR (01/12/2007)

Manoel Carlos Karam foi um escritor, dramaturgo e jornalista brasileiro. Viveu em Curitiba, no Paraná, desde 1966. Escreveu e dirigiu vinte peças de teatro na década de 70 e, a partir dos anos 80, passou a dedicar-se aos livros, vencendo o prêmio Cruz e Souza de Literatura, da Fundação Catarinense de Cultura, em 1995, com a obra "Cebola".

Como jornalista, trabalhou na RPC TV, nos jornais O Estado do Paraná, Tribuna do Paraná e na prefeitura de Curitiba. Trabalhou também em campanhas políticas, como a do ex-governador Jaime Lerner.

O escritor deixou crônicas inéditas, e outros textos que serão publicados no futuro.

Em 2008, foi lançado "Jornal da Guerra Contra os Taedos".

No dia 02/12/2008, a Casa da Leitura do Parque Barigui, mantida pela prefeitura de Curitiba, foi batizada com o nome do escritor. O espaço agora abriga a biblioteca particular de Manoel Carlos Karam, composta de mais de 3 mil volumes.

Morte

Manoel Carlos Karam morreu na madrugada de sábado, 01/12/2007, aos 60 anos, vítima de câncer no pulmão, no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, PR.

O corpo do jornalista foi velado na Capela Vaticano, atrás do Cemitério Municipal. O corpo foi cremado em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba.

O prefeito Beto Richa lamentou a morte do escritor:

"A morte de Manoel Carlos Karam é uma perda irreparável, pessoa brilhante que foi, amigo, respeitado, com quem tive o privilégio de conviver e dono de uma cultura ímpar!"

A presidente da Fundação de Ação Social (FAS), Fernanda Richa, disse que Manoel Carlos Karam deixa uma lacuna no espaço cultural e criativo da cidade.

"Ele fez a diferença em Curitiba, e vai deixar sempre uma marca indelével como jornalista, escritor e amigo!"

Livros Publicados

  • 1985 - Fontes Murmurante
  • 1992 - O Impostor no Baile de Máscaras
  • 1997 - Cebola
  • 1999 - Comendo Bolacha Maria no Dia de São Nunca
  • 2001 - Pescoço Ladeado Por Parafusos
  • 2002 - Encrenca
  • 2004 - Sujeito Oculto
  • 2008 - Jornal da Guerra Contra os Taedos
  • 2014 - Algum Tempo Depois

Felipe Pinheiro

FELIPE PINHEIRO
(33 anos)
Ator, Redator e Dramaturgo

☼ Rio de Janeiro, RJ (29/01/1960)
┼ Rio de Janeiro, RJ (01/11/1993)

Felipe Pinheiro foi ator e dramaturgo brasileiro. Estreou na TV participando do elenco do programa humorístico "TV Pirata" na TV Globo.

Teve uma carreira curta de apenas sete anos, mas se tornou um rosto conhecido do público por sua participação em várias campanhas publicitárias, a mais famosa delas a do Casal Unibanco.

Participou das minisséries "O Pagador de Promessas" (1988) e "Contos de Verão" (1993), e das novelas "Bebê a Bordo" (1988), "Vamp" (1991) e "Olho no Olho" (1993).

Pedro Cardoso e Felipe Pinheiro
A carreira de Felipe Pinheiro se desenvolveu mais no teatro, onde trabalhou por 11 anos ao lado do ator Pedro Cardoso, atuando, roteirizando, produzindo e dirigindo várias peças do estilo "besteirol" como "A Porta" e "C de Canastra". Como redatores, a dupla também fez parte do time de grandes nomes do humor que escreviam os quadros do famoso programa "TV Pirata", um marco do humorismo televisivo brasileiro.

Sua única experiência no cinema acabou sendo o seu último trabalho, o filme "O Judeu", onde interpretava o personagem principal. O filme só foi concluído e exibido alguns anos depois da sua morte.

Felipe Pinheiro participou também de muitos comerciais para a televisão.

Ele morreu repentinamente, em seu apartamento, no Jardim Botânico, no dia 01/11/1993, vítima de um ataque cardíaco, de acordo com o médico da família, sem concluir sua participação da novela "Olho no Olho". Seu personagem, o ator Bob Walter, que mal apareceu na novela, teve sua saída da trama explicada por uma viagem a Los Angeles.

Fonte: Wikipédia

Guilherme Figueiredo

GUILHERME DE OLIVEIRA FIGUEIREDO
(82 anos)
Autor e Dramaturgo

☼ Campinas, SP (13/02/1915)
┼ Rio de Janeiro, RJ (24/05/1997)

Guilherme de Oliveira Figueiredo, ou somente Guilherme Figueiredo foi um autor e dramaturgo brasileiro, irmão do último presidente militar João Baptista de Oliveira Figueiredo. Nasceu em Campinas, interior do Estado de São Paulo, em 13/02/1915.

Forma-se em Direito, pela Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, cidade em que iniciou sua carreira profissional como crítico de teatro e de literatura em O Jornal e no Diário de Notícias.

Em 1948, fez sua estreia como dramaturgo, com a montagem de dois textos pela Companhia do ator Procópio Ferreira: a comédia "Lady Godiva" e o drama "Greve Geral".

Suas peças são voltadas para temas mitológicos, em sua maioria, escritas com uma abordagem cômica.

Em 1949 montou a peça "Um Deus Dormiu Lá Em Casa", inspirada em temática grega, iniciando uma série que o aproximou do universo dos mitos. Dirigida por Silveira Sampaio, com Paulo Autran e Tônia Carrero à frente do elenco, a montagem alcançou repercussão e prêmios. Ainda em 1949, foi professor de história do teatro na Escola do Serviço Nacional de Teatro (SNT), bem como tradutor de inúmeros autores, como Molière, William Shakespeare e Bernard Shaw.

Com o Teatro de Revista em alta, na década de 50, escreveu as revistas "A Imprensa é Livre" e "Miss França", em co-autoria com Geysa Bôscoli. Em seguida, apresentou os textos "Don Juan" (1951).

Em 1952, "A Raposa e as Uvas" dirigida por Bibi Ferreira, tornou-se sua criação mais conhecida no Brasil e no exterior, onde conheceu diversas encenações e traduções, recebendo o Prêmio Municipal do Rio de Janeiro e da Associação Brasileira de Críticos Teatrais (ABCT).


Em 1957, fez "Menina Sem Nome", infantil. No volume "Xântias - Oito Diálogos Sobre a Arte Dramática", Guilherme Figueiredo resume seus ensinamentos sobre dramaturgia.

Em 1958, fez "A Muito Curiosa História da Virtuosa Matrona de Éfeso", montagem de sucesso empreendida pelo Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Novos textos são lançados, mas nenhum alcança grande repercussão: "Tragédia Para Rir", "Retrato de Amélia" e "Os Fantasmas".

Nos anos subsequentes criou as peças inéditas: "Napoleão", "Balada Para Satã", "O Herói", "Comédia Para Não Rir" e "Maria da Ponte", além de uma série de comédias curtas em um ato.

Em 1963, escreveu "Os Gigantes, Os Rios..." e "A Cidade de Cada Um", conto premiado no concurso "As Melhores Histórias Sobre a Cidade", instituído pelo Correio da Manhã, publicado pela Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro.

Com o livro "A Raposa e as Uvas" alcançou o Prêmio Artur Azevedo, da Academia Brasileira de Letras (ABL), e com o livro "Um Deus Dormiu Lá Em Casa", obteve a medalha de ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais (ABCT).

Guilherme Figueiredo morreu no dia 24/05/1997, aos 82 anos, no Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipédia

Chico de Assis

FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA
(81 anos)
Dramaturgo

* São Paulo, SP (10/12/1933)
+ São Paulo, SP (03/01/2015)

Francisco de Assis Pereira, mais conhecido como Chico de Assis, foi um dramaturgo brasileiro. Começou seus estudos no Colégio São Paulo. Depois foi aluno interno do Colégio Diocesano São Luiz em Bragança Paulista. Logo ao terminar o segundo grau foi trabalhar na TV Tupi de São Paulo como câmera-man. Ali conheceu o ambiente de televisão onde permaneceu trabalhando até 1957 nas mais variadas funções. Na TV Tupi teve sua primeira peça montada, uma adaptação de Machado de Assis: "Os Óculos de Pedro Antão". Na mesma TV Tupi escreveu seu primeiro original "Na Beira da Várzea".

Nesta época foi para o grupo do Teatro de Arena onde trabalhou como ator e fez parte da fundação do Seminário de Dramaturgia do Arena e do Laboratório de Interpretação.

Em 1960 foi para o Rio de Janeiro com o Teatro de Arena, onde fez sua segunda assistência de direção. A primeira tinha sido para Antunes Filho em "Plantão 21". Desta vez trabalhou com Zé Renato Pecora na peça "A Revolução na América do Sul", de Augusto Boal.

No Rio de Janeiro se desvinculou do Teatro de Arena e foi dirigir o grupo do Teatro Jovem na Faculdade de Arquitetura. Dirigiu uma peça de Oduvaldo Vianna Filho: "A Mais Valia Vai Acabar, Seu Edgard".

Chico de Assis foi um dos fundadores do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE) de São Paulo, Santo André e Bahia.


Chico de Assis dedicou-se ao estudo da literatura de cordel, nascendo deste trabalho uma trilogia experimental que consta das peças: "O Testamento do Cangaceiro", "As Aventuras de Ripió Lacraia" e "Farsa Com Cangaceiro Truco e Padre (Xandu Quaresma)".

Sua peça "Missa Leiga" foi montada com sucesso no Brasil e em Portugal. Foi levada para Angola e Moçambique, com elenco brasileiro.

Chico de Assis tem um repertório de teatro de mais de 30 peças. É fundador e coordenador do Seminário de Dramaturgia do Arena (SEMDA), que já funciona há treze anos, revelando novos nomes para a dramaturgia brasileira. Pertenceu à diretoria da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (APETESP) e é conselheiro da Sociedade Brasileira de Autores (SBAT). Foi também ex-professor da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), e tem o título de Notório Saber desde 1965, como professor.

Chico de Assis foi o ganhador da primeira edição do Prêmio Gastão Tojeiro em 1999. Foi professor do curso de dramaturgia e de preparação de atores Ação Dramática promovido pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo em 1999. No ano de 2001 continuou com o curso Ação Dramática, agora tomando o ano todo.

Em 2002 Chico de Assis ingressou na Companhia Ocamorana, como dramaturgo. Atualmente era mestre de dramaturgia do projeto de cidadania "Este País é Meu", da Sociedade Gastão Tojeiro, patrocinado pela Secretaria da Cultura do Município de São Paulo.

Em 2014 recebeu a condecoração da Ordem do Mérito Cultural do Brasil, pelo seu trabalho no teatro e no ensino da dramaturgia.

Morte

Aos 81 anos, o dramaturgo foi encontrado morto sem sinais de violência em seu apartamento, no bairro dos Jardins, em São Paulo, no dia 03/01/2015. Ele foi vítima de um infarto fulminante. Seu corpo foi velado no Teatro Arena, em São Paulo, e foi sepultado no Cemitério da Vila Alpina.


Teatro

  • Quebra-Vento e Dorminhoco ou o Triunfo da Amizade
  • O Testamento do Cangaceiro
  • As Aventuras de Ripió Lacraia
  • Farsa Com Cangaceiro, Truco e Padre (Xandu Quaresma)
  • Prometeu Engaiolado
  • Galileu da Galiléia
  • Na Toca da Raposa
  • As Aventuras e Desventuras de Maria Malazartes Durante a Grande Construção da Pirâmide
  • Missa Leiga
  • A Tentação do Templário
  • O Auto do Burrinho de Belém
  • Davi e Golias
  • Ópera Mineira
  • O Cocô do Cavalo do Bandido
  • CalifórniaFulano de Tal, Fiscal Federal
  • Conheça Seus Ídolos
  • EnigmaConcerto Nº 1 Para Solidão e Orchestra
  • Os Balões
  • Tremembé Jones Contra Kong Kong
  • Tio Sam'uca
  • O Auto da Rainha GingaPeças Íntimas
  • O caderno de Jó Estrobolofe o Ovo e a Galinha
  • A Ópera Trinassau (Tema: A Invasão Holandesa)


Telenovelas

  • Bicho do Mato (TV Globo - Chico de Assis e Renato Correa de Castro)
  • Ovelha Negra (TV Tupi - Chico de Assis e Walter Negrão)
  • Xeque Mate (TV Tupi - Chico de Assis e Walter Negrão)
  • Cinderela 77 (TV Tupi - Chico de Assis e Walter Negrão)
  • Salário Mínimo (TV Tupi - Chico de Assis)
  • O Coronel e o Lobisomem (TV Cultura - Chico de Assis)

Fonte: Wikipédia

Ariano Suassuna

ARIANO VILAR SUASSUNA
(87 anos)
Dramaturgo, Romancista, Poeta e Professor

* João Pessoa, PB (16/06/1927)
+ Recife, PE (23/07/2014)

Ariano Vilar Suassuna foi um dramaturgo, romancista e poeta brasileiro. Era o atual secretário de assessoria ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Foi defensor da cultura do Nordeste e autor do "Auto da Compadecida" e "A Pedra do Reino".

Ariano Suassuna nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa, PB, no dia 16/06/1927, filho de João Suassuna e Cássia Vilar. No ano seguinte, seu pai deixou o Governo da Paraíba e a família passou a morar no sertão, na Fazenda Acauã, em Aparecida, PB.

Com a Revolução de 1930, seu pai foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro e a família mudou-se para Taperoá, PB, onde morou de 1933 a 1937. Nessa cidade, Ariano Suassuna fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de "improvisação" seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral.

A partir de 1942 passou a viver no Recife, PE, onde terminou, em 1945, os estudos secundários no Ginásio Pernambucano, no Colégio Americano Batista e no Colégio Osvaldo Cruz.

Em 1943 iniciou a Faculdade de Direito, onde conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco.

Em 1947, escreveu sua primeira peça, "Uma Mulher Vestida de Sol".

Em 1948, sua peça "Cantam as Harpas de Sião" (ou "O Desertor de Princesa") foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. "Os Homens de Barro" foi montada no ano seguinte, em 1949. Seguiram-se "Auto de João da Cruz", de 1950, que recebeu o Prêmio Martins Pena, o aclamado "Auto da Compadecida", de 1955, "O Santo e a Porca - O Casamento Suspeitoso", de 1957, "A Pena e a Lei", de 1959, "A Farsa da Boa Preguiça", de 1960, e "A Caseira e a Catarina", de 1961.

Em 1950, formou-se na Faculdade de Direito e recebeu o Prêmio Martins Pena pelo "Auto de João da Cruz". Para curar-se de doença pulmonar, viu-se obrigado a mudar-se de novo para Taperoá. Lá escreveu e montou a peça "Torturas de um Coração" em 1951.


Em 1952, voltou a residir em Recife. Deste ano a 1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade teatral. São desta época "O Castigo da Soberba" (1953), "O Rico Avarento" (1954) e o "Auto da Compadecida" (1955), peça que o projetou em todo o país e que seria considerada, em 1962, por Sábato Magaldi "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro". Sua obra mais conhecida, já foi montada exaustivamente por grupos de todo o país, além de ter sido adaptada para a televisão e para o cinema.

Em 1956, abandonou a advocacia para tornar-se professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Em 1957 foi encenada a peça "O Casamento Suspeitoso", em São Paulo, pela Companhia Sérgio Cardoso, e "O Santo e a Porca".

Em 1958, foi encenada a peça "O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna".

Em 1959, foi encenada a peça "A Pena e a Lei", premiada dez anos depois no Festival Latino-Americano de Teatro. Ainda em 1959, em companhia de Hermilo Borba Filho, fundou o Teatro Popular do Nordeste, que montou em seguida a "Farsa da Boa Preguiça" (1960) e "A Caseira e a Catarina" (1962).

No início dos anos 60, interrompeu sua bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se às aulas de Estética na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ali, em 1976, defendeu a tese de livre-docência "A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira".

Aposentou-se como professor em 1994 pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Membro fundador do Conselho Federal de Cultura em 1967; nomeado, pelo reitor Murilo Guimarães, diretor do Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 1969.

Ligado diretamente à cultura, iniciou em 1970, em Recife, o "Movimento Armorial", interessado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares tradicionais. Convocou nomes expressivos da música para procurarem uma música erudita nordestina que viesse juntar-se ao movimento, lançado em Recife, em 18/10/1970, com o concerto "Três Séculos de Música Nordestina - do Barroco ao Armorial" e com uma exposição de gravura, pintura e escultura. Secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, no Governo Miguel Arraes (1994-1998).


Entre 1958 e 1979, dedicou-se também à prosa de ficção, publicando o "Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta" (1971) e "História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana" (1976), classificados por ele de "romance armorial-popular brasileiro".

Ariano Suassuna construiu em São José do Belmonte, PE, onde ocorre a cavalgada inspirada no "Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta", um santuário ao ar livre, constituído de 16 esculturas de pedra, com 3,50 m de altura cada, dispostas em círculo, representando o sagrado e o profano. As três primeiras são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São José, o padroeiro do município.

Foi membro da Academia Paraibana de Letras e e no ano de 2000, Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Em 2002, Ariano Suassuna foi tema de enredo no Carnaval carioca na escola de samba Império Serrano.

Em 2004, com o apoio da Academia Brasileira de Letras (ABL), a Trinca Filmes produziu um documentário intitulado "O Sertão: Mundo de Ariano Suassuna", dirigido por Douglas Machado e que foi exibido na Sala José de Alencar.

Em 2006, foi concedido título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará (UFC), mas que veio a ser entregue apenas em 10/06/2010, às vésperas de completar 83 anos. "Podia até parecer que não queria receber a honraria, mas era problemas de agenda", afirmou Ariano Suassuna, referindo-se ao tempo entre a concessão e o recebimento do título.

Em 2008, foi novamente tema de enredo, desta vez da escola de samba Mancha Verde no Carnaval paulista.

Em 2013 sua mais famosa obra, "Auto da Compadecida" foi o tema da escola de samba Pérola Negra em São Paulo.

Ariano Suassuna era um torcedor fanático do Sport Club do Recife.

De formação calvinista e posteriormente agnóstico, converteu-se ao catolicismo, o que viria a marcar definitivamente a sua obra.

Ariano Suassuna estreou seus dons literários precocemente no dia 07/10/1945, quando o seu poema "Noturno" foi publicado em destaque no Jornal do Commercio do Recife.


Movimento Armorial

Ariano Suassuna foi o idealizador do Movimento Armorial, que tem como objetivo criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro. Tal movimento procura orientar para esse fim todas as formas de expressões artísticas: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, entre outras expressões.

As obras de Ariano Suassuna já foram traduzidas para inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês.

Academias

Academia Pernambucana de Letras

Em 1993, foi eleito para a cadeira 18 da Academia Pernambucana de Letras, cujo patrono é o escritor Afonso Olindense.

Academia Brasileira de Letras

Desde 1990, ocupava a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Manuel José de Araújo Porto Alegre, o Barão de Santo Ângelo.

Academia Paraibana de Letras

Assumiu a cadeira 35 na Academia Paraibana de Letras em 09/10/2000, cujo patrono é Raul Campelo Machado, sendo recepcionado pelo acadêmico Joacil de Brito Pereira.


Morte

Segundo boletim médico divulgado pelo Real Hospital Português, do Recife, em 23/07/2014, às 11:00 hs, seu quadro seguia instável e grave. O escritor permanecia em coma, respirando com a ajuda de aparelhos.

Ariano Suassuna passou mal na noite de segunda-feira, 21/07/2014, por volta das 20:00 hs, e foi levado ao hospital com um sangramento intracraniano. Ele foi submetido a uma cirurgia e encaminhado para a UTI Neurológica. Na manhã do dia 22/07/2014, foi realizado outro procedimento médico. No boletim divulgado no período da noite, os médicos constataram a piora de seu estado de saúde, com queda da pressão arterial e aumento da pressão intracraniana.

O escritor já tinha sido internado duas vezes em 2013. No dia 21 de agosto, Ariano Suassuna passou mal em sua residência e foi hospitalizado. O diagnóstico médico apontou infarto agudo do miocárdio, de pequenas proporções. Após seis dias na unidade de saúde, recebeu alta. Poucos dias depois, foi detectado um aneurisma cerebral. Ele passou por um procedimento cirúrgico para tratar o problema e foi para casa novamente no dia 4 de setembro.

Ariano Suassuna morreu no Recife, PE, na quarta-feira, 23/07/2014, aos 87 anos. O velório do corpo do escritor começa ainda na noite de  quarta-feira, no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, que decretou luto oficial de três dias. A partir das 23:00 hs, será aberto o acesso do público ao local. O enterro está previsto para a tarde de quinta-feira, 24/07/2014, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife.


Obras Selecionadas

  • 1947 - Uma Mulher Vestida de Sol
  • 1948 - Cantam as Harpas de Sião ou O Desertor de Princesa
  • 1949 - Os Homens de Barro
  • 1950 - Auto de João da Cruz
  • 1951 - Torturas de um Coração
  • 1952 - O Arco Desolado
  • 1953 - O Castigo da Soberba
  • 1954 - O Rico Avarento
  • 1955 - Auto da Compadecida
  • 1957 - O Casamento Suspeitoso
  • 1957 - O Santo e a Porca
  • 1958 - O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna
  • 1959 - A Pena e a Lei
  • 1960 - Farsa da Boa Preguiça
  • 1962 - A Caseira e a Catarina
  • 1987 - As Conchambranças de Quaderna
  • 1956 - Fernando e Isaura (Inédito até 1994)

Romance

  • 1956 - A História de amor de Fernando e Isaura
  • 1971 - O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta
  • 1976 - História d'O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana

Palestras

  • Defesa contra a teoria da evolução.

Poesia

  • 1945 - O Pasto Incendiado
  • 1955 - Ode
  • 1970 - O Pasto Incendiado
  • 1980 - Sonetos Com Mote Alheio
  • 1985 - Sonetos de Albano Cervonegro
  • 1999 - Poemas (Antologia)

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio e Fadinha Veras

Ênio Gonçalves

ÊNIO GONÇALVES
(70 anos)
Ator, Dramaturgo e Diretor

* Porto Alegre, RS (28/08/1943)
+ São Paulo, SP (05/10/2013)

Ênio Gonçalves foi um ator e dramaturgo brasileiro. Nascido em 28/08/1943 em Porto Alegre, RS, Ênio Gonçalves se formou em jornalismo e trabalhou em mais de 40 filmes, 20 novelas e atuou em 50 peças de teatro.

Estudou direção de cinema no Centro Experimental de Cinematografia, em Roma, na Itália, e estreou no teatro em "Toda Nudez Será Castigada", sob direção de Ziembinski. Escreveu mais de 20 peças, entre elas, "Pedro e Domitila", "Cachorro!", "Até As Orelhas", e fez adaptações de obras literárias, como "Sorôco, Sua Mãe, Sua Filha", de Guimarães Rosa, e "Sonata" de Érico Veríssimo.


Entre os filmes de seu currículo estão "Filme Demência" (1986), "Anjos Do Arrabalde" (1987) e "Garotas do ABC" (2003), este último de Carlos Reichenbach, com o qual conquistou o Troféu Candango de melhor ator do Festival de Brasília, em 2003. Também recebeu dois prêmios no Rio Cine Festival, como protagonista do longa "Filme Demência" e do curta "Com O Andar De Robert Taylor".

Na TV trabalhou em mais de 30 novelas, como "Xeque Mate" (1976), "Pedra Sobre Pedra" (1992) e "Páginas Da Vida" (2006), da Rede Globo, mas também atuou na TV Bandeirantes, TV Cultura, além das extintas TV Tupi e Rede Manchete.

Ênio Gonçalves dirigiu peças como o espetáculo "Cachorro!", indicado ao Prêmio Shell, em 2000.

Ênio Gonçalves foi casado com as atrizes Miriam Mehler e Maria Isabel de Lizandra. Atualmente, vivia com a também atriz Maura Faustino. Deixou duas filhas, Fernanda Gonçalves e Manuella Gonçalves.


Morte

Ênio Gonçalves morreu na manhã de sábado, 05/10/2013, em São Paulo, aos 70 anos, vítima de falência renal. Ele estava internado no Hospital Sancta Maggiore, no bairro Paraíso.

O corpo de Ênio Gonçalves foi velado a partir das 20:00 hs de 05/10/2013, no Cemitério do Araçá. No domingo, na parte da manhã, ocorreu a cerimônia de cremação no Cemitério da Vila Alpina, na Zona Leste de São Paulo.


Cinema
  • 1964 - Sangue Na Madrugada
  • 1967 - Cara A Cara
  • 1967 - O Menino E O Vento
  • 1968 - Juventude E Ternura
  • 1969 - Águias Em Patrulha
  • 1969 - Brasil Ano 2000
  • 1975 - Eu Dou O Que Ela Gosta
  • 1977 - Belas E Corrompidas
  • 1979 - Viúvas Precisam De Consolo
  • 1980 - As Intimidades De Analu E Fernanda
  • 1980 - Força Estranha
  • 1981 - A Noite Dos Bacanais
  • 1981 - O Olho Mágico Do Amor
  • 1981 - P.S.: Post Scriptum
  • 1982 - A Noite Das Taras II
  • 1982 - Sete Dias De Agonia
  • 1982 - Sexo Às Avessas
  • 1983 - Doce Delírio
  • 1983 - Onda Nova
  • 1983 - Tudo Na Cama
  • 1984 - Elite Devassa
  • 1984 - Promiscuidade, Os Pivetes De Kátia
  • 1985 - Instinto Devasso
  • 1986 - Filme Demência
  • 1987 - Anjos Do Arrabalde
  • 1988 - Cio Dos Amantes
  • 1990 - Atração Satânica
  • 1992 - Gaiola Da Morte
  • 1997 - O Amor Está No Ar
  • 2003 - Garotas Do ABC
  • 2005 - Quanto Vale Ou É Por Quilo?
  • 2007 - A Volta Do Regresso
  • 2011 - O Livro Dos Espíritos


Maria Izabel de Lisandra e Ênio Gonçalves (Xeque Mate, 1976)
Televisão
  • 1965 - Ana Maria, Meu Amor
  • 1965 - O Moço Loiro ... Otávio
  • 1970 - Simplesmente Maria ... Roberto
  • 1971 - Hospital
  • 1976 - Xeque Mate ... Aldo Xavier
  • 1978 - Salário Mínimo ... Inácio
  • 1979 - Dinheiro Vivo ... Zé Mario (Guto)
  • 1980 - O Meu Pé De Laranja Lima ... Comandante Vicente Del Nero
  • 1981 - O Resto É Silêncio ... Marcelo
  • 1982 - Casa De Pensão
  • 1983 - Anjo Maldito ... Carlos
  • 1984 - Jerônimo ... Eduardo
  • 1986 - Novo Amor ... Léo
  • 1989 - Colônia Cecília ... Aníbal
  • 1990 - Boca do Lixo ... Gilson
  • 1992 - Pedra Sobre Pedra ... Diamantino
  • 1996 - Antônio Dos Milagres
  • 1998 - Estrela De Fogo ... Ramiro
  • 2006 - Páginas Da Vida ... Oscar (Participação Especial)
  • 2009 - João Miguel ... Coronel Nonato


Qorpo-Santo

JOSÉ JOAQUIM DE CAMPOS LEÃO
(54 anos)
Dramaturgo, Poeta, Jornalista, Tipógrafo e Gramático

* Triunfo, RS (19/04/1829)
+ Porto Alegre, RS (01/05/1883)

José Joaquim de Campos Leão, conhecido como Qorpo-Santo, foi um dramaturgo, poeta, jornalista, tipógrafo e gramático brasileiro. Era natural da Vila do Triunfo, interior do Rio Grande do Sul.

Após o assassinato do pai em episódio que envolvia a Revolução Farroupilha, em uma emboscada no ano de 1839, partiu para Porto Alegre, a fim de estudar gramática e conseguir emprego na capital. Inicialmente trabalhou no comércio e a partir de 1850 habilitou-se ao exercício do magistério público.

Em 1851 fundou um grupo dramático e a partir de 1852 começou a escrever regularmente para jornais da sua província. Em 1855 deixou o magistério público e passou a lecionar em vários colégios, a fim de amparar sua mãe que estava doente, assumiu a direção do Colégio São João no ano de 1856. No mesmo ano casou-se com Inácia de Campos Leão e, em 1857, mudou-se com a família para Alegrete, cidade na qual fundou um colégio, adquirindo respeitabilidade como figura pública, escrevendo para jornais locais e ocupando ainda cargos públicos de delegado de polícia e vereador.

Em 1861, de volta a Porto Alegre, seguiu a carreira de professor e começou a escrever  "Ensiqlopédia ou Seis Mezes de Huma Enfermidade" em 1862, quando pareceu manifestar-se, os primeiros sinais de seus transtornos psíquicos, rotulados então sob o diagnóstico de monomania, sendo afastado do ensino e interditado judicialmente a pedido da própria esposa e filhos.

Fundamentou-se a alegação de monomania na sua "superexcitação de atividade cerebral", sobretudo na compulsão de "tudo escrever", conforme os familiares. De fato, somente no mês de maio de 1866, Qorpo-Santo escreveu 8 peças teatrais, o que é destacado por Guilhermino César.

Os médicos de Porto Alegre, então, divergiram sobre a sanidade mental de Qorpo-Santo. Este não aceitou pacificamente seu controvertido, então, enquadramento psiquiátrico, recorrendo ao Rio de Janeiro, e sendo examinado então por médicos daquela capital, os quais diferiram do diagnóstico de monomania, após o autor passar um mês no Hospício Pedro II, não endossando sua interdição judicial.

Apesar da liberação pelos médicos considerados os maiores especialistas em saúde mental da época, com um salvo conduto de João Vicente Torres Homem, médico pessoal do Imperador Dom Pedro II, o qual considerou que "o paciente goza de boa saúde mental", a interdição permaneceu, conforme despacho judicial de 1868 do juiz Correia de Oliveira em Porto Alegre.

Todavia, o estigma estava posto, e o autor se viu cada vez mais isolado. Se disse perseguido ideologicamente e deixou suas atividades jornalísticas em 1873 em função disto. Passou por dificuldades financeiras e teve que abandonar seu trabalho como escritor por algum tempo. Fechou seu jornal A Justiça, que circulava em Porto Alegre e Alegrete e, posteriormente, constituiu sua própria gráfica, em Porto Alegre, em 1877, na qual viabilizou e editou a produção da sua "Enciclopédia".

Qorpo-Santo morreu vítima de Tuberculose em 01/05/1883.


Obras

  • Ensiqlopèdia Ou Seis Meses De Uma Enfermidade
  • Certa Identidade Em Busca De Outra
  • Eu Sou A Vida Eu Não Sou A Morte
  • Um Credor Da Fazenda Nacional
  • As Relações Naturais
  • Hoje Sou Um; E Amanhã Sou Outro
  • Um Assovio
  • Um Parto
  • Hóspede Atrevido Ou O Brilhante Escondido
  • A Impossibilidade Da Santificação Ou A Santificação Transformada
  • Dois Irmãos
  • A Separação De Dois Esposos
  • La
  • Lanterna De Fogo
  • Marinheiro Escritor
  • Marido Extremoso
  • Mateus E Mateusa
  • Elias E Sua Loucura Bíblica


Sobre a Obra

Foram necessários quase 100 anos, a partir da publicação original dos textos do autor gaúcho do século XIX, José Joaquim de Campos Leão, nome ao qual o próprio autor acrescentou a alcunha de Qorpo-Santo (QS), para que sua obra conquistasse reconhecimento devido aos esforços de muitos intelectuais que assim o quiseram e para tal trabalharam, na década de 1960.

Alguns críticos datando desta republicação, destacando-se o editor de seu teatro completo, Guilhermino César, buscaram situá-lo como precursor de modernas tendências da arte teatral, a princípio o teatro do absurdo - na época, pretendendo atribuir-lhe a paternidade desta moderna corrente teatral - e mais tarde querendo situá-lo como antecessor do movimento surrealista, pelo nonsense constante em sua obra.

Divergindo daqueles intelectuais, Flávio Aguiar descreveu a época do relançamento das obras, muito bem recebido, com análise profunda, ao seu "Os Homens Precários", ainda na década de 1970, bem como a tendência dos intelectuais de glorificá-lo como um criador do tão famoso e moderno teatro do absurdo.

Enquanto Eudinyr Fraga, em trabalho datado aos anos 80, defende que Qorpo-Santo seja enquadrado como autor surrealista, por fazer uso constante em seu texto do chamado "automatismo psíquico", que caracterizaria aquela corrente estética:

"Suas personagens são sempre projeção dele próprio, e com ele muitas vezes se confundem, como observamos pelo conhecimento de sua biografia. Inclusive, deixam a categoria de personagens e assumem um tom discursivo, lamentando as infelicidades e as injustiças sofridas pelo criador. Por outro lado, não tem preocupações estéticas. Suas lamúrias estão sempre a um nível existencial, ou melhor, individual. Sua obra visa satisfazer uma necessidade interior que a expressão determina."

Hoje, Qorpo-Santo é visto como um indivíduo criativo e fora de seu tempo, não se propõe mais sua suposta intenção como inovador da estética, mas como um artista envolvido e dedicado intimamente à sua obra, tanto que, por vezes, sua mente invade os personagens liberando seu discurso como uma colagem desconexa da lógica da personagem.

Flávio Aguiar analisa em detalhe o teatro de Qorpo-Santo, e seus argumentos fogem à discussão sobre ser Qorpo-Santo o precursor não reconhecido de modernas tendências do teatro moderno. Para Aguiar, Qorpo-Santo constrói um teatro da paralisia, em que o pano de fundo da moralidade vigente é antagonizado pelo desenrolar dos acontecimentos, em atropelo da possível lógica de seus enredos. Nas peças de Qorpo-Santo o ritmo do tempo se mostra caótico demais para que dele possa nascer, "espontaneamente", qualquer conclusão lógica.

Cabe ressaltar que, à exceção destes dois autores citados acima, é perceptível a ausência de uma reflexão sobre a questão da loucura, a qual foi julgado em vida pelo jurídico de Porto Alegre e pelos maiores especialistas médicos da corte, no Rio de Janeiro, sobre os limites da normalidade psíquica, no universo textual deste autor. Segundo Flávio Aguiar, a "desrazão" seria perceptível no próprio texto de Qorpo-Santo.

Fonte: Wikipédia

Luiz Baccelli

LUIZ BACCELLI
(69 anos)
Ator, Dramaturgo, Professor, Historiador e Diretor Teatral

+ São Paulo, SP (13/09/1943)
+ São Paulo, SP (25/02/2013)

Luiz Baccelli foi um ator, dramaturgo, professor, historiador e diretor do grupo teatral Ação Entre Amigos. Nascido em 13 de setembro de 1943, o paulistano Luiz Baccelli participou por mais de 40 anos de projetos de teatro, televisão e cinema. Segundo o site da Escola de Atores Wolf Maya, do qual foi professor, ele fez parte das equipes de novelas como "Top Model", "O Rei do Gado", "Esperança", "Laços de Família", "Celebridades", "A Favorita", "Caminho das índias" e "Araguaia", da TV Globo.

Luiz Baccelli iniciou sua carreira profissional com Antunes Filho, quando entrou para o Grupo de Teatro Macunaíma no final dos anos 60, participando dos espetáculos que percorreram vários países. Desde então, participou de mais de 60 peças como ator e diretor. Como diretor e professor, fez mais de 90 montagens teatrais em escolas. Ele se formou em história pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e também fez o curso do Teatro Suzuki, no Japão. Ganhou o Prêmio Molière de melhor ator por "Xica da Silva". Durante 10 anos fez parte do grupo Tapa/Cia.

Participou de novelas na TV Globo, no SBT, na TV Bandeirantes e na TV Record. Nas últimas novelas da TV Globo das quais participou, Luiz Baccelli interpretou o médico de Max (Lima Duarte) em "Araguaia", o personagem Darcy Queiroz em "A Favorita", e Barat Mugdaliar em "Caminho das Índias". Em 2012, fez uma pequena aparição em "Aquele Beijo".

Segundo Josemir Kowalick, coordenador pedagógico da Escola de Atores Wolf Maya, Luiz Baccelli tinha aulas de interpretação teatral agendadas para este fim de semana. "No semestre anterior, ele deu aulas normalmente. Ele veio até no dia 18/12/2012, na festa de confraternização de fim de ano. Estava feliz com a filha, parecia estar se recuperando", disse Josemir Kowalick.


Morte

Luiz Baccelli morreu na segunda-feira, 25/02/2013, em São Paulo, às 13:30 hs. Segundo o diretor do filme, "E a Vida Continua...", Oceano Vieira de Melo, Luiz Baccelli estava internado na UTI do Hospital São Camilo desde quinta-feira, 21/02/2013, quando teve uma parada cardíaca, decorrente de complicações renais que vinha enfrentando nos últimos meses. Recentemente, o ator descobriu que estava com um câncer no rim.

O velório começou a partir das 22:00 hs de segunda-feira, 25/02/2013, no Cemitério do Araçá, na Avenida Drº Arnaldo. Seu corpo será cremado no Cemitério da Vila Alpina, em Vila Prudente, às 15:30 de terça-feira, 26/02/2013.

Televisão

  • 1995 - Sangue do Meu Sangue ... Cuerro Verde
  • 1995 - As Pupilas do Senhor Reitor ... Joaquim
  • 1998 - Pérola Negra ... Benjamin Weinstein
  • 2000 - Laços de Família ... Drº Cláudio
  • 2001 - Amor e Ódio ... Severiano Cortes
  • 2004 - A Escrava Isaura ... Padre
  • 2006 - Cristal ... Erasmo
  • 2007 - Amazônia, de Galvez a Chico Mendes ... Campelo
  • 2008 - A Favorita ... Darcy Queiróz
  • 2009 - Caminho das Índias ... Barat Mugdaliar
  • 2009 - João Miguel ... Advogado
  • 2010 - Araguaia ... Médico de Max
  • 2011 - Amor e Revolução ... Monsenhor
  • 2012 - Aquele Beijo ... Juiz do julgamento de Olga


Cinema

  • 1998 - Ação Entre Amigos
  • 2001 - Mater Dei
  • 2006 - Os 12 Trabalhos ... Seu Moreira
  • 2012 - E a Vida Continua... ... Ernesto

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Miguel Sampaio

Augusto Boal

AUGUSTO PINTO BOAL
(78 anos)
Diretor, Dramaturgo e Ensaista

* Rio de Janeiro, RJ (16/03/1931)
+ Rio de Janeiro, RJ (02/05/2009)

Augusto Pinto Boal foi diretor de teatro, dramaturgo e ensaísta brasileiro, uma das grandes figuras do teatro contemporâneo internacional. Fundador do Teatro do Oprimido, que alia o teatro à ação social. Suas técnicas e práticas difundiram-se pelo mundo, notadamente nas três últimas décadas do século XX, sendo largamente empregadas não só por aqueles que entendem o teatro como instrumento de emancipação política mas também nas áreas de educação, saúde mental e no sistema prisional.

Nas palavras de Augusto Boal:

"O Teatro do Oprimido é o teatro no sentido mais arcaico do termo. Todos os seres humanos são atores - porque atuam - e espectadores - porque observam. Somos todos 'espect-atores'."

O dramaturgo é conhecido não só por sua participação no Teatro de Arena da cidade de São Paulo (1956 a 1970), mas sobretudo por suas teses do Teatro do Oprimido, inspiradas nas propostas do educador Paulo Freire.

Sua obra escrita é expressiva. Com 22 livros publicados e traduzidos em mais de vinte línguas, suas concepções são estudadas nas principais escolas de teatro do mundo. O livro "Jogos Para Atores E Não Atores" trata de um sistema de exercícios (monólogos corporais), jogos (diálogos corporais) e técnicas teatrais além de técnicas do teatro-imagem, que, segundo o autor, podem ser utilizadas não só por atores mas por todas as pessoas.

Apesar de existirem milhares grupos e centros de estudos sobre o Teatro do Oprimido no mundo (mais de 50 países nos cinco continentes), apenas o Centro de Teatro do Oprimido (CTO) do Rio de Janeiro é reconhecido como o ponto de referência mundial da metodologia. Localizado na Avenida Mem de Sá nº 31, bairro da Lapa, Rio de Janeiro, o CTO foi fundado em 1986 e dirigido por Augusto Boal até o seu falecimento, em maio de 2009.


Família e Estudos

Augusto Boal nasceu no subúrbio da Penha, Rio de Janeiro. Filho do padeiro português José Augusto Boal e da dona de casa Albertina Pinto, desde os nove anos dirigia peças familiares, com seus três irmãos. Aos 18 anos estudou Engenharia Química na antiga Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, e paralelamente escrevia textos teatrais.

Na década de 50 enquanto realizava estudos em nível de Ph.D em Engenharia Química, na Columbia University, em Nova York, estudou dramaturgia na School of Dramatics Arts, também na Columbia University, com John Gassner, professor de Tennessee Williams e Arthur Miller. Na mesma época, assistia às montagens do Actors Studio.

Teatro de Arena

De volta ao Brasil, em 1956, passou a integrar o Teatro de Arena de São Paulo, a convite de Sábato Magaldi e José Renato. O Teatro de Arena tornou-se uma das mais importantes companhias de teatro brasileiras, até o seu fechamento, no fim da década de 1960.

Sua primeira direção é "Ratos e Homens", de John Steinbeck, que lhe valeu o prêmio de revelação de direção da Associação Paulista de Críticos de Artes, em 1956. Seu primeiro texto encenado foi "Marido Magro, Mulher Chata", uma comédia de costumes.

Depois de uma série de insucessos comerciais e diante da perspectiva de fechamento do  Teatro de Arena, a companhia decidiu investir em textos de autores brasileiros. Superando as expectativas "Eles Não Usam Black-Tie", de Gianfrancesco Guarnieri, dirigido por José Renato, tornou-se um grande sucesso, salvando o Teatro de Arena da bancarrota. O grupo ressurgiu, provocando uma verdadeira revolução na cena brasileira, abrindo caminho para uma dramaturgia nacional.

Para prosseguir na investigação de um teatro voltado para a realidade do Brasil, Augusto Boal sugeriu a criação de um Seminário de Dramaturgia que se tornou o celeiro de vários novos dramaturgos. As produções, fruto desses encontros, comporiam o repertório da fase nacionalista do conjunto nos anos seguintes. Sob direção de Augusto Boal o Teatro de Arena apresentou "Chapetuba Futebol Clube", de Oduvaldo Vianna Filho, 1959, segundo êxito nessa vertente.


Arena e Oficina

Depois de dirigir em 1959 "A Farsa Da Esposa Perfeita", de Edy Lima, Augusto Boal apresentou "Fogo Frio", de Benedito Ruy Barbosa, em 1960, uma produção conjunta entre o Teatro de Arena e o Teatro Oficina, através da qual orientou um curso de interpretação. Dirigiu também, para o Teatro Oficina  "A Engrenagem", adaptação dele e de José Celso Martinez Corrêa do texto de Jean-Paul Sartre.

Em 1961, Antônio Abujamra dirigiu um outro texto de Augusto Boal, "José, do Parto à Sepultura", com os atores do Teatro Oficina, que estreou no Teatro de Arena. No mesmo ano, o espetáculo "Revolução na América do Sul" estreou, com direção de José Renato. Augusto Boal tornou-se um dos mais importantes dramaturgos do período.

Em 1962, o Teatro de Arena iniciou nova fase: a nacionalização dos clássicos. José Renato deixou a companhia e Augusto Boal tornou-se líder absoluto e sócio do empreendimento. Encerrou-se a leva de encenações dos textos produzidos no Seminário de Dramaturgia.

Em 1963 encenou "O Noviço", de Martins Pena e "Um Bonde Chamado Desejo", de Tennessee Williams, no Teatro Oficina, em colaboração com grandes artistas do teatro brasileiro, tais como o cenógrafo Flávio Império e Eugenio Kusnet, responsável pela preparação dos atores. Ainda desta fase são "O Melhor Juiz, O Rei", de Lope de Vega e "Tartufo", de Molière, produções de 1964.

Depois do golpe militar, Augusto Boal dirigiu no Rio de Janeiro o show "Opinião", com Zé Keti, João do Vale e Nara Leão, depois substituída por Maria Bethânia. A iniciativa surgiu de um grupo de autores, Oduvaldo Vianna Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, ligados ao Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes, posto na ilegalidade. O grupo pretendia criar um foco de resistência política através da arte. De fato evento foi um sucesso e contagiou diversos outros setores artísticos. O Opinião 65, exposição de artes plásticas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), surgiu na sequência, aglutinando os artistas ligados aos movimentos de arte popular. Esse é o nascedouro do Grupo Opinião.


Musicais

A partir do "Opinião", Augusto Boal iniciou o ciclo de musicais no Teatro de Arena, com Gianfrancesco Guarnieri e Edu Lobo, apresentando "Arena Conta Zumbi" (1965), primeiro experimento com o sistema curinga onde oito atores se revezavam, fazendo todas as personagens. O sucesso de público abriu caminho para "Arena Conta Bahia", com direção musical de Gilberto Gil e Caetano Veloso, e Maria Bethânia e Tom Zé no elenco.

Em seguida, foi encenado "Tempo de Guerra", no Teatro Oficina, com texto de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, poemas de Bertolt Brecht e vozes de Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé e Maria Bethânia, sob a direção de Augusto Boal.

No ano seguinte, foi a vez do espetáculo "Arena Conta Tiradentes", centrado em outro movimento histórico de luta nacional, a Inconfidência Mineira. Também uma aplicação do sistema curinga, a peça não propõe retratar os fatos de forma ortodoxa e cronológica, mas criar conexões com fatos, tipos e personagens que se referem constantemente ao período pré e pós-1964.

A Primeira Feira Paulista de Opinião, concebida e encenada por Augusto Boal no Teatro Ruth Escobar, foi uma reunião de textos curtos de vários autores - um depoimento teatral sobre o Brasil de 1968. Estão presentes textos de Lauro César Muniz, Bráulio Pedroso, Gianfrancesco Guarnieri, Jorge Andrade, Plínio Marcos e do próprio Augusto Boal. O diretor apresentou o espetáculo na íntegra, ignorando os mais de 70 cortes estabelecidos pela censura, incitando a desobediência civil e lutando arduamente pela permanência da peça em cartaz, depois de sua proibição.


Exílio

Com a decretação do Ato Institucional Nº 5, em fins de 1968, o Teatro Arena viajou para fora do país, excursionando, entre 1969 e 1970 pelos Estados Unidos, México, Peru e Argentina. Augusto Boal escreveu e dirigiu "Arena Conta Bolívar". Em seu retorno, com uma equipe de jovens recém-saídos de um curso no Teatro Arena, criaou o Teatro Jornal - 1ª Edição, experiência que aproveitou técnicas do Agitprop e do Living Newspaper, grupo norte-americano dos anos 30 que trabalhava com dramatizações a partir de notícias de jornal.

A "Resistível Ascensão De Arturo Ui", de Bertolt Brecht, foi a última incursão de Augusto Boal no sistema curinga, que entretanto não acrescentou grandes novidades na linguagem do grupo.

Em 1971, Augusto Boal foi preso e torturado. Na sequência, decidiu deixar o país, com destino à Argentina, terra de sua esposa, a psicanalista Cecília Boal. Lá permaneceu por cinco anos e desenvolveu o Teatro Invisível. Naquele mesmo ano, "Torquemada", um texto seu sobre a Inquisição, foi encenado em Buenos Aires.

Em 1973, foi para o Peru, onde aplicou suas técnicas num programa de alfabetização integral e começou a fazer o Teatro Fórum. Em 1974, seu texto "Tio Patinhas E A Pílula"  foi encenado em Nova York.

No Equador, desenvolveu, com populações indígenas, o Teatro Imagem. Esse período foi representado por Augusto Boal em seu texto "Murro Em Ponta De Faca".

Mudou-se para Portugal, onde permaneceu por dois anos. Ali, com o grupo A Barraca, realizou a montagem "A Barraca Conta Tiradentes", 1977. Lá também escreveu "Mulheres De Atenas", uma adaptação de Lisístrata, de Aristófanes, com músicas de Chico Buarque.

Finalmente, a partir de 1978 estabeleceu-se em Paris, onde criou um centro para pesquisa e difusão do Teatro do Oprimido, o Ceditade (Centre d'étude et de diffusion des techniques actives d'expression). Lá, com ajuda de sua esposa desenvolveu um teatro mais interiorizado e subjetivo, o Arco-íris do Desejo (Método Boal de Teatro e Terapia).

Enquanto isso, em São Paulo, no ano de 1978, Paulo José dirigiu, para a companhia de Othon Bastos, "Murro Em Ponta De Faca", texto em que Augusto Boal enfocou a vida dos exilados políticos.

Augusto Boal visitou o Brasil em 1979 para ministrar um curso no Rio de Janeiro, retornou, no ano seguinte, juntamente com seu grupo francês, para apresentar o Teatro do Oprimido, já consagrado em muitos países.

Em 1981, promoveu o I Festival Internacional de Teatro do Oprimido. Voltou ao Brasil definitivamente em 1986, instalando-se no Rio de Janeiro, onde iniciou o plano piloto da Fábrica de Teatro Popular, que tinha como principal objetivo tornar acessível a qualquer cidadão a linguagem teatral, e criou o Centro do Teatro do Oprimido.


Homenagem

Uma das canções de Chico Buarque é uma carta em forma de música - uma carta musicada que ele fez em homenagem a Augusto Boal, que vivia no exílio em Lisboa, quando o Brasil estava sob a ditadura militar. A canção "Meu Caro Amigo", dirigida a ele, foi gravada originalmente no disco "Meus Caros Amigos" (1976).

Augusto Pinto Boal é Patrono da Presidente da Academia de Letras do Brasil (Piracicaba, SP). A primeira escritora a imortalizar Augusto Boal em Academia de Letras foi a escritora Branca Tirollo aos 12 de agosto de 2009 na cidade de Piracicaba, SP.

Teatro Popular

Augusto Boal preconizava que o teatro deve ser um auxiliar das transformações sociais e formar lideranças nas comunidades rurais e nos subúrbios. Para isto organizou uma sucessão de exercícios simples, porém capazes de oferecer o desenvolvimento de uma boa técnica teatral amadora, auxiliando a formação do ator de teatro.

Nobel

Augusto Boal foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2008, em virtude de seu trabalho com o Teatro do Oprimido.

Em março de 2009, foi nomeado pela Unesco embaixador mundial do teatro.

Morte

Augusto Boal morreu por volta das 2:40 hs do dia 2 de maio de 2009, aos 78 anos, no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, por Insuficiência Respiratória. Augusto Boal sofria de Leucemia.

Sobre a Importância de Augusto Boal Para o Teatro

Suas ideias, adotadas em diversas iniciativas em todo o mundo, renderam-lhe um reconhecimento que pode ser expresso nos seguintes comentários, que figuram no seu livro "Teatro Do Oprimido e Outras Poéticas Políticas" (ISBN 85-2000-0265-X):

"Boal conseguiu fazer aquilo com que Brecht apenas sonhou e escreveu: um teatro alegre e instrutivo. Uma forma de terapia social. Mais do que qualquer outro homem de teatro vivo, Boal está tendo um enorme impacto mundial."
(Richard Schechner, diretor de The Drama Review)

"Augusto Boal reinventou o teatro político e é uma figura internacional tão importante quanto Brecht ou Stanislawski."
(The Guardian)


Prêmios

  • 1962 - Prêmio Padre Ventura, melhor diretor - São Paulo;
  • 1963 - Prêmio Saci, melhor diretor, São Paulo;
  • 1965 - Prêmio Saci, São Paulo;
  • 1959-1965 - Vários prêmios de Associações de Críticos de Teatro do Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre e São Paulo;
  • 1965 - Prêmio Molière pelo espetáculo "A Mandrágora" de Machiavel, Brasil;
  • 1967 - Prêmio Molière pela criação do "Sistema Curinga", Brasil;
  • 1971 - Obie Award para o melhor espetáculo Off-Broadway. Latin American Fair Of Opinion, EUA;
  • 1981 - Officier Des Arts Et Des Lettres - Ministère de la Culture, França;
  • 1981 - Prémio Ollantay, de Creación y Investigación Teatral, Celcit, Venezuela;
  • 1994 - Prêmio Cultural Award da cidade de Gävle, Suécia;
  • 1994 - Medalha Pablo Picasso da Unesco;
  • 1995 - Outstanding Cultural Contribution - Academy Of The Arts - Queensland University of Technology, Austrália;
  • 1995 - Prix Cultural - Institut Für Jugendarbeit - Gauting, Baviera;
  • 1995 - The Best Special Presentation - Manchester News, UK;
  • 1996 - Doctor Honoris Causa In Humane Letters, University of Nebraska, EUA;
  • 1996 - Tradita Innovare, Innovata Tradere, University of Göteborg, Suécia;
  • 1997 - Lifetime Achievement Award, American Theatre Association in Higher Education, Athe, EUA;
  • 1997 - Prix Du Mérite, Ministère de la Culture do Egito
  • 1998 - Premi D'Honor, Institutet de Teatre, Barcelona, Espanha;
  • 1998 - Premio de Honor, Instituto de Teatro, Ciudad de Puebla, México;
  • 1999 - Honra ao Mérito. União e Olho Vivo,  Brasil;
  • 2000 - Proclamation Of The City Of Bowling Green, Ohio, EUA;
  • 2000 - Doctor Honoris Causa in Fine Arts, Worcester State College, EUA;
  • 2000 - Montgomery Fellow, Dartmouth College, Hanover, EUA;
  • 2001 - Nominated (For July, 2001) Doctor Honoris Causa In Literature, University of London, Queen Mary, UK;
  • 2001 - International Award For Contribution Of Development Of Drama Education „Grozdanin kikot“.
  • 2002 - Baluarte do Samba, homenagem da Escola de Samba Acadêmicos da Barra da Tijuca;
  • 2005 - Comendador, Governo Federal, Brasil;
  • 2008 - Crossborder Award For Peace And Democracy.Irlanda;

Livros Publicados em Português

  • 1967 - Arena Conta Tiradentes - São Paulo: Sagarana
  • 1973 - Crônicas De Nuestra América - São Paulo: Codecri
  • 1975 - Técnicas Latino-Americanas De Teatro Popular: Uma Revolução Copernicana Ao Contrário - São Paulo: Hucitec
  • 1975 - Teatro Do Oprimido E Outras Poéticas Políticas - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 1977 - Jane Spitfire - Rio de Janeiro: Codecri
  • 1978 - Murro Em Ponta De Faca - São Paulo: Hucitec
  • 1979 - Milagre No Brasil - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 1980 - Stop: Ces’t Magique - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 1986 - Teatro De Augusto Boal. Vol. 1 - São Paulo: Hucitec
  • 1986 - Teatro De Augusto Boal. Vol. 2 - São Paulo: Hucitec
  • 1986 - O Corsário Do Rei - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 1990 - O Arco-Íris Do Desejo: Método Boal De Teatro E Terapia - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 1992 - O Suicida Com Medo Da Morte - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 1996 - Teatro Legislativo - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 1996 - Aqui Ninguém É Burro! - Rio de Janeiro: Revan
  • 1998 - Jogos Para Atores E Não-Atores - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 2000 - Hamlet E O Filho Do Padeiro - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • 2003 - O Teatro Como Arte Marcial - Rio de Janeiro: Garamond, 2003
  • "A Estética do Oprimido". Rio de Janeiro, 2009, numa parceria entre a Funarte, o Ministério da Cultura e a Editora Garamond.

Existem também diversos livros publicados em alemão, dinamarquês, espanhol, finlandês, francês, inglês, norueguês e sueco.

Fonte: Wikipédia