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Newton Cruz

NEWTON ARAÚJO DE OLIVEIRA E CRUZ
(97 anos)
Militar

☼ Rio de Janeiro, RJ (24/10/1924)
┼ Rio de Janeiro, RJ (15/04/2022)

Newton Araújo de Oliveira e Cruz foi um general de divisão reformado do Exército Brasileiro, notado por sua participação nos serviços de repressão da Ditadura Militar no Brasil entre 1964 e 1985, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 30/10/1924.

Filho de Sebastião Claudino de Oliveira e Cruz, sentou praça em março de 1941, oriundo da arma de artilharia, sendo declarado aspirante-a-oficial em janeiro de 1944. Em abril do mesmo ano, foi promovido a segundo-tenente e a primeiro-tenente em junho do ano seguinte.

Em março de 1946 iniciou curso na Escola de Artilharia da Costa (EAC). Após concluí-lo, em junho de 1947 foi nomeado auxiliar de instrutor da Escola de Artilharia da Costa (EAC).

Em janeiro de 1949, foi promovido a capitão e nomeado instrutor desta mesma escola.

Entre janeiro e dezembro de 1951, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO). Em seguida, comandou o Forte Tamandaré até fevereiro de 1954, quando iniciou curso na Escola de Estado-Maior, encerrando-o em dezembro de 1956.

Em julho de 1958, foi designado para o I Exército, guarnição da Capital Federal, como comandante da 1ª Seção.

Em fevereiro de 1960, foi nomeado instrutor da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), onde permaneceu até fevereiro de 1962, quando foi exonerado para assumir o comando da 3ª Seção do I Exército.

Em março de 1963, foi nomeado instrutor da Escola e Comando do Estado-Maior do Exército (ECEME), e em agosto promovido a tenente-coronel. Permaneceu um ano como instrutor da Escola e Comando do Estado-Maior do Exército (ECEME), sendo exonerado em março de 1964, por ter sido nomeado para servir no Conselho de Segurança Nacional (CSN), como adjunto do Serviço Federal de Informação e Contra-Informação. Em setembro foi dispensado desse órgão e designado para adjunto do Serviço Nacional de Informações (SNI).


Após deixar o Serviço Nacional de Informações (SNI) em maio de 1967, ficou à disposição do Estado-Maior do Exército (EME). Em dezembro recebeu a patente de coronel.

Em março de 1968, foi matriculado no curso de Estado-Maior e Comando das Forças Armadas da Escola Superior de Guerra (ESG), terminando-o em dezembro do mesmo ano.

Em janeiro de 1969, foi nomeado comandante do Regimento Floriano (1º RO-105), na Vila Militar, no Estado da Guanabara.

Adido das forças armadas junto à embaixada do Brasil na Bolívia de novembro de 1970 a fevereiro de 1973, foi então nomeado diretor de Assuntos Especiais, Educação Física e Desportos. Permaneceu como chefe desse gabinete até março de 1974, quando novamente ficou lotado no Serviço Nacional de Informações (SNI).

Em fevereiro de 1975, foi nomeado chefe do gabinete desse órgão. Promovido a general-de-brigada em abril de 1976, foi nomeado comandante da Artilharia Divisionária - 4ª DE, Pouso Alegre (MG). Deixou o regimento de cavalaria que comandava em Minas Gerais em setembro de 1977, sendo nomeado para exercer o cargo de chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI).

Em 1981 recebeu a patente de general-de-divisão.

Em 1983, Newton Cruz viu-se envolvido no rumoroso caso do assassinato do jornalista Alexandre von Baumgarten, ex-diretor da extinta revista O Cruzeiro. O chamado Caso Baumgarten teve início na madrugada do dia 13/10/1982, quando o jornalista e sua mulher, Jeannete Hansen, foram sequestrados, por volta das 4h00, no cais de embarque da praça XV de Novembro, no Rio de Janeiro, onde foram obrigados a entrar numa traineira, de propriedade de Manuel Augusto Pires, e levados para local ignorado.

No dia 15/10/1982, o barqueiro foi executado em Teresópolis, RJ, e a mulher de Alexandre von Baumgarten foi morta dias depois. O corpo do jornalista apareceu semanas depois numa praia do Recreio dos Bandeirantes, RJ, com marcas de tiros, embora o laudo do Instituto Médico Legal (IML) tenha informado que a morte fora causada por afogamento.


Em janeiro de 1983, a revista Veja publicou um dossiê preparado por Alexandre von Baumgarten, no qual este acusava Newton Cruz de ser o principal interessado em sua morte, após o fracasso das negociações entre O Cruzeiro e o Serviço Nacional de Informações (SNI), que repassara uma verba secreta para a revista com o objetivo de promover a imagem do Governo. No dossiê, o jornalista revelava ter estado com Newton Cruz para obter verbas para a revista, da qual era diretor. Ele dizia nas primeiras linhas:
"A esta altura já deve ter sido decidida minha eliminação. A minha dúvida é se foi pelo chefe da Agência Central do SNI (Newton Cruz) ou pelo titular (Otávio Medeiros)."
(Alexandre von Baumgarten)

Em agosto de 1983, Newton Cruz deixou a chefia da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI) e nesse mesmo mês, assumiu o Comando Militar do Planalto (CMP) e a 11ª Região Militar, em substituição ao general-de-exército Adhemar da Costa Machado.

Durante o tempo em que Newton Cruz exerceu esse cargo, em duas ocasiões Brasília foi submetida a medidas de emergência: Entre outubro e dezembro de 1983, quando o Governo militarizou a Capital Federal sob o argumento de que era necessário dar segurança ao Congresso Nacional durante a votação da nova lei salarial, e em abril de 1984, quando os congressistas votaram a emenda Dante de Oliveira, que propunha a realização de eleições diretas em novembro daquele ano.

Diversos incidentes ocorreram enquanto o Comando Militar do Planalto (CMP) esteve sob sua responsabilidade. No dia 24/10/1983, por determinação sua, a polícia do Distrito Federal teria interditado e invadido a sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), apreendendo algumas fitas e papéis a pretexto de que ali seria realizada uma manifestação contrária ao regime militar. Mais tarde, essa informação seria desmentida pelo próprio Newton Cruz. Em 17/12/1983, as medidas deixaram de vigorar, mas no mesmo dia aconteceu um segundo incidente, envolvendo Newton Cruz e o repórter de rádio Honório Dantas. Durante uma entrevista coletiva sobre o fim das medidas de emergência, Newton Cruz irritou-se com as perguntas do jornalista e mandou-o desligar o gravador. O repórter obedeceu, mas retirou-se do recinto, comentando, em voz baixa, sobre o empurrão que havia levado do general. Ao ouvir os comentários, Newton Cruz, chamou o repórter de moleque e obrigou-o a pedir desculpas, torcendo-lhe o braço. Já em abril de 1984, quando da votação da emenda Dante de Oliveira, novamente como executor das medidas de emergência, o general Newton Cruz, irritado por estar sendo fotografado durante um atrito com estudantes, sacou o revólver e encostou-o na barriga de um fotógrafo.

Esses acontecimentos, principalmente a ordem de interdição da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), deixaram os militares insatisfeitos com Newton Cruz. Os ministros do Exército, general Valter Pires, da Aeronáutica, brigadeiro Délio Jardim de Mattos, e da Marinha, almirante Maximiano Eduardo da Silva Fonseca, pediram ao presidente da República, general João Batista Figueiredo, a substituição do general na função de executor das medidas de emergência.

Newton Cruz  e Ivan de Souza Mendes
Em novembro de 1984, Newton Cruz foi exonerado do Comando Militar do Planalto (CMP), sendo substituído pelo general Mário Orlando Sampaio Ribeiro, e nomeado vice-chefe do Departamento Geral do Pessoal (DGP), cargo que o afastou do comando de tropa e também da privilegiada condição de participante das reuniões do alto comando do Exército.

Em março de 1985, o ministro do Exército general Leônidas Pires Gonçalves entregou ao presidente José Sarney - vice-presidente em exercício e primeiro civil a exercer a chefia do Executivo Federal desde abril de 1964 -, a lista votada pelo alto comando do Exército que continha o nome de sete generais-de-divisão, candidatos às três vagas de general-de-exército existentes. Newton Cruz deveria ser o quinto dessa lista, mas seu nome foi excluído em votação unânime. No mesmo mês, Newton Cruz deu entrada no pedido de transferência para a reserva. Decidido a ingressar na vida política, em maio de 1985 filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS), agremiação governista.

Em agosto de 1986, o promotor Murilo Bernardes Miguel entrou com denúncia contra Newton Cruz, acusando-o de ter participado do assassinato do jornalista Alexandre von Baumgarten, de sua mulher e do barqueiro Manuel Pires e encaminhou ao juiz Carlos Augusto Lopes Filho o requerimento para que a Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro prosseguisse as investigações sobre o caso.

O caso teve como principal testemunha o bailarino Cláudio Verner Polila, que garantiu ter visto Newton Cruz na praça XV de Novembro, na madrugada do sequestro. Em setembro, os advogados de Newton Cruz entraram com um pedido de habeas-corpus, visando obter o trancamento da ação penal, cuja denúncia, segundo o criminalista Clóvis Saione, estava fundamentada unicamente no depoimento de uma testemunha considerada incapaz. Segundo o advogado, Cláudio Verner Polila tinha problemas mentais. Os desembargadores da 4ª Câmara votaram contra o habeas-corpus, acatando o parecer do procurador Rafael Carneiro, que afirmara que a denúncia estava bastante detalhada e fundamentada e que o depoimento de Cláudio Verner Polila tinha sido válido, pois não existia nenhum laudo sobre sua sanidade mental no processo.

No pleito de novembro de 1986, Newton Cruz candidatou-se a uma cadeira de deputado federal constituinte pelo Rio de Janeiro, pelo Partido Democrático Social (PDS), não logrando êxito.

Em dezembro de 1987, o juiz Carlos Augusto Lopes Filho apresentou a sentença de pronúncia do Caso Baumgarten, o que levou os acusados - o general Newton Cruz e o agente do Serviço Nacional de Informações (SNI) Mozart Belo e Silva - a julgamento pelo Tribunal do Júri, por homicídio, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver do jornalista Alexandre von Baumgarten, de sua mulher e do barqueiro. Os advogados dos acusados alegaram que o Tribunal do Júri era incompetente para julgar o caso, e que o processo deveria ser remetido para a Justiça Militar. Essa tese não foi aceita pelo juiz, que declarou terem os delitos ocorrido a partir de divergências surgidas em operações comerciais, de natureza civil, e não em missão militar. Embora os acusados fossem militares, isto não lhes outorgava o direito de serem julgados pela Justiça Militar.


Em maio de 1990, o ministro do Exército general Carlos Tinoco Ribeiro Gomes puniu com dez dias de prisão Newton Cruz, e com uma advertência o general, também da reserva, Euclides Figueiredo, em virtude de declarações à imprensa contra o presidente Fernando Collor de Melo. Newton Cruz declarou que "um estadista que só tivesse uma bala na agulha deveria usá-la na cabeça!". Esta foi a segunda vez que o general ocupou as celas do Comando Militar do Planalto (CMP), pois no ano anterior passou três dias preso no mesmo local, por ter ofendido o então ministro do Exército, general Leônidas Pires Gonçalves.

Em julho de 1992, depois de 30 horas de julgamento, os jurados do I Tribunal do Júri absolveram, por sete votos a zero, Newton Cruz e Mozart Belo e Silva, da acusação de terem matado o jornalista Alexandre von Baumgarten, sua mulher e o barqueiro.

Por longo tempo, Newton Cruz foi relacionado ao atentado a bomba do Riocentro, ocorrido em 30/04/1981. Sobre esse atentado, Newton Cruz afirmou que o grupo de militares envolvidos atuou de modo independente com o objetivo de soltar a bomba nas imediações do evento, e que o atentado não teve a intenção de matar ninguém, teria sido apenas um ato de presença.

Em entrevista para o canal de televisão por assinatura Globo News, Newton Cruz disse que impediu um outro atentado, planejado na sequência do Atentado do Riocentro, extrapolando as funções de seu cargo.

Em maio de 2014, Newton Cruz foi denunciado, juntamente com quatro oficiais da reserva do Exército e outros dois réus, por crimes no atentado a bomba no Riocentro, em 1981. Contudo, em julho de 2014 recebeu habeas corpus emitido pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, por este ter considerado que o crime já estaria prescrito.

Newton Cruz voltou a se candidatar no pleito de outubro de 1994, dessa feita ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, na legenda do Partido Social Democrático (PSD), em coligação com o Partido Progressista Reformador (PPR), agremiação resultante da fusão do Partido Democrático Social (PDS) com o Partido Democrata Cristão (PDC) em abril de 1993.

Sua candidatura provocou resistências no Partido Progressista Reformador (PPR), destacando-se a dos deputados federais Sandra Cavalcanti e Amaral Netto. O general, que contou com o apoio do ex-presidente João Baptista Figueiredo, anunciou durante a campanha que uma de suas principais metas seria o de acabar com os bandidos do Rio de Janeiro em apenas três meses. Para isso, contaria com a ajuda do Exército e criaria o Serviço Estadual de Informações.


Em setembro, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) suspendeu o programa de Newton Cruz na televisão, por utilização de recursos proibidos na veiculação do boneco de duas cabeças "Garocelo", que se referia aos candidatos Anthony Garotinho, do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e Marcelo Alencar, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). No pleito de outubro, Newton Cruz ficou em terceiro lugar, atrás do vencedor Marcelo Alencar e de Anthony Garotinho.

Em março de 1995, Newton Cruz, que chegou a declarar que abandonaria a vida pública, resolveu disputar a prefeitura do Rio de Janeiro no pleito de outubro do ano seguinte.

Em junho de 1996, Cláudio Verner Polila foi encontrado morto com três tiros e com o rosto desfigurado, em Caxias, RJ. A família do bailarino declarou que ele sofreu vários atentados e que dizia sempre que eram a mando do general Newton Cruz.

Newton Cruz ameaçou processar a irmã do bailarino, Cleide Verner, por danos morais. Apesar de ter citado suas suspeitas em relação ao general, Cleide Verner preferiu não inseri-las em seu depoimento à polícia.

No mês seguinte, após quase um ano de campanha, Newton Cruz teve sua candidatura retirada pelo Partido Social Democrático (PSD), que decidiu apoiar o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). O presidente regional do Partido Social Democrático (PSD), Ademar Furtado, alegou que o general não tinha chances de ganhar e que por ser um partido com forte poder de barganha junto ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), poderia transferir os votos do general para o candidato Sérgio Cabral Filho. Após ser comunicado da decisão do partido através de carta, o general disse que apoiaria o candidato do Partido da Frente Liberal (PFL), Luís Paulo Conde.

Em fevereiro de 1997, em uma cerimônia que contou com a presença de deputados, vereadores e do ministro da Indústria e Comércio Francisco Dornelles, o general Newton Cruz assinou a ficha de filiação ao Partido Progressista Brasileiro (PPB), agremiação resultante da fusão do Partido Progressista Reformador (PPR) com o Partido Progressista (PP) em agosto de 1995. Por esta legenda, Newton Cruz se candidatou à Câmara dos Deputados em outubro de 1998, mas novamente não obteve êxito.

Newton Cruz disse em entrevista que em 1985, o então candidato indireto à presidência do Brasil, Paulo Maluf, foi a sua casa para uma conversa. Começou falando que o certo era impedir a posse de Tancredo Neves e pediu efetivamente a morte de seu adversário político, imaginando que fosse um assassino. Paulo Maluf negou, e processou Newton Cruz.

Newton Cruz foi casado com com Leni da Costa Raimundo, com quem teve quatro filhos.

Morte

Newton Cruz faleceu na sexta-feira, 15/04/2022, aos 97 anos, de causas naturais, no Hospital Central do Exército, em Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro, RJ, onde estava internado.

#FamososQuePartiram #NewtonCruz

Cabo Anselmo

JOSÉ ANSELMO DOS SANTOS
(80 anos)
Militar

☼  Itaporanga d'Ajuda, SE (13/02/1942)
┼ Jundiaí, SP (15/03/2022)

José Anselmo dos Santos, conhecido como Cabo Anselmo, foi um militar nascido em Itaporanga d'Ajuda, SE, no dia 13/02/1942. Cabo Anselmo foi líder durante a Revolta dos Marinheiros, que deu início à série de eventos que culminariam na derrubada do presidente eleito João Goulart pelo golpe de Estado de 1964, e na ditadura militar que governaria o Brasil nos vinte e um anos seguintes.

Agente infiltrado das forças de repressão do Governo Militar, Anselmo coletava e fornecia aos militares informações que lhes permitiram capturar guerrilheiros e opositores da esquerda, incluindo sua noiva, que, mesmo grávida, foi brutalmente torturada e morreu em uma prisão militar.

Carreira na Marinha

Anselmo entrou na Marinha através da Escola de Aprendizes-Marinheiros da Bahia, no ano de 1958, servindo na graduação de marinheiro de primeira classe. Apesar do apelido, não era cabo. O título foi erroneamente atribuído por jornalistas.

Em março de 1962, filiou-se à Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB), onde foi eleito diretor de relações públicas. A AMFNB era uma das principais associações de classe dentro dos movimentos dos subalternos militares, responsáveis também pela Revolta dos Sargentos de 1963. Ela exigia direitos negados aos marinheiros e fuzileiros navais abaixo da graduação de cabo, como o casamento, voto e uso de trajes civis fora do expediente, e a reforma dos regulamentos disciplinares.

Em abril de 1963, foi eleito presidente da AMFNB graças à desistência de três outros candidatos mais fortes. Sua eleição foi apoiada por uma facção mais militante que criticava o presidente anterior, João Barbosa de Almeida, por sua atitude conciliatória. Anselmo era conhecido entre a esquerda e os militares como líder mais radical. Mas pelas fontes dos marinheiros, o mais combativo era o vice-presidente Marcos Antônio da Silva Lima. Segundo Pedro Viegas, cabo envolvido em A Tribuna do Mar, o jornal da AMFNB, Anselmo tinha função principal como representante de relações públicas, com o poder efetivo nas mãos de Marcos Antônio.

Depoimentos dos marinheiros são unânimes em afirmar a habilidade oratória de Anselmo. Ele ganhou notoriedade e a AMFNB crescia rapidamente. Ela radicalizou-se à esquerda, aproximou-se de movimentos fora da Marinha e apoiou as reformas propostas pelo presidente João Goulart. Ao mesmo tempo, entrou em conflito com o Conselho do Almirantado.

A Marinha dispersou os diretores para dificultar a reunião e em janeiro de 1964, Anselmo foi transferido do Centro de Instrução da Marinha para uma pequena unidade em terra, isolado da massa dos marinheiros.

Como parte do conflito com as autoridades navais, protestou contra o ministro da Marinha Sílvio Mota no Sindicato dos Bancários, em 20/03/1964. Nos dias seguintes o ministro respondeu com ordens de prisão a diretores da AMFNB, incluindo Anselmo.

Por já ter sido enquadrado várias vezes no regulamento disciplinar, sua expulsão da Marinha já era esperada. Ele e outros dois diretores ficaram escondidos para participarem do 2º aniversário da AMFNB, marcado para 25/03/1964 no Sindicato dos Metalúrgicos, no Rio de Janeiro.

Na presença dos marinheiros e de amplos setores civis, como os sindicalistas do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), Anselmo pronunciou um discurso redigido com a ajuda de Carlos Marighella e representativo das causas da esquerda da época.

O marinheiro Otacílio dos Anjos Santos e o cabo Cláudio Ribeiro sugeriram a permanência dos marinheiros dentro do Sindicato em solidariedade aos diretores presos. O ministro da Marinha determinou a prontidão rigorosa, exigindo a presença de todo o pessoal em suas unidades, mas essa ordem foi desobedecida. A esse ponto, o aniversário já havia se tornado rebelião. Seu desfecho foi a nomeação de um novo ministro da Marinha, o almirante Paulo Mário da Cunha Rodrigues, que anistiou os marinheiros.

Em 30/03/1964, Anselmo foi destaque na reunião no Automóvel Clube, na presença de João Goulart. A anistia concedida pelo Governo, mais do que o discurso de Anselmo, ofendeu a oficialidade. Os jornais registravam que o próprio presidente da República incentivava a quebra da disciplina e hierarquia militares. A preocupação com a disciplina permitiu aos conspiradores militares conseguirem o apoio dos legalistas, unificando as Forças Armadas contra o presidente e abrindo o caminho para a deflagração do golpe de Estado ao final do mês.

Anselmo tentou resistir ao golpe, recolhendo armas no Corpo de Fuzileiros Navais e levando-as ao Sindicato dos Metalúrgicos com a ajuda do sindicalista Hércules Corrêa. Ele traçou planos junto com os outros diretores e o apoio da União Nacional dos Estudantes (UNE) e operários marítimos.

Acusações de Ser Agente Infiltrado Antes do Golpe

Somente após sua prisão nos anos 70, na qual foi coagido e torturado, Anselmo reconheceu ter aceitado trabalhar para o Governo Militar, quando infiltrou-se em grupos de esquerda e movimentos sindicalistas. Porém, havia suspeitas de que antes de 1964, Anselmo já fosse um agente infiltrado nesses movimentos, sendo sua função fornecer informações para os órgãos de repressão do Governo. Tal suspeita tem base em depoimentos como o do policial Cecil Borer, ex-diretor do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) do Rio de Janeiro. Cecil Borer afirma que Cabo Anselmo já possuía treinamento específico para trabalhos de infiltração antes do golpe militar.

Apesar das negativas de Anselmo e seus apoiadores, citam-se evidências documentais das próprias Forças Armadas de que ele realmente já fosse agente de infiltração, antes de 1964 e da Revolta dos Marinheiros. Um documento do Centro de Informações da Aeronáutica, datado de 1966, corrobora as afirmações de Cecil Borer de que a fuga de Anselmo naquele ano foi falsa. Já o chefe do Serviço Federal de Informações e Contrainformação no governo João Goulart, Ivo Acioly Corseuil, declarou em 1977 que Anselmo era, à época, agente da Central Intelligence Agency (CIA) americana. Segundo o fuzileiro naval Narciso Júlio Gonçalves, ele e outros companheiros suspeitavam à época de Anselmo ser um agente provocador.

No século XXI, a explicação da Revolta dos Marinheiros como obra de um agente provocador tornou-se comum, mas é criticada por novos estudos que preferem enfatizar o contexto social dentro da Marinha. Mais ainda, questionam que Anselmo fosse de fato agente provocador. Flávio Luís Rodrigues, autor de "Vozes do Mar" (2004), então o único livro de um historiador voltado especificamente para o movimento dos marinheiros, não encontrou evidência para as acusações de Ivo Acioly Corseuil e afirma que a associação à CIA, citada até recentemente, é feita sem uma análise profunda do movimento.

Anderson da Silva Almeida, outro historiador dos marinheiros, também não encontrou evidência documental da Central Intelligence Agency (CIA), Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) ou Centro de Informações da Marinha (CENIMAR) e caracteriza as acusações como uma interpretação que trata os marinheiros como enganados, desconsidera a totalidade dos eventos e ignora a relação da Revolta com a esquerda e a sociedade. Para outro trabalho, "Muitos interpretaram as atitudes de Anselmo em 1964 em função de suas atitudes em 1969, sem jamais apresentar fontes, no máximo, o conhecido ouvi dizer!".

Roberto Ferreira Teixeira de Freitas, diretor do Centro de Informações da Marinha (CENIMAR) em 1964, nega veementemente as acusações de Cecil Borer. Segundo Antônio Duarte dos Santos, que politizou Anselmo e ajudou a trazê-lo à AMFNB, não há prova de que ele fosse agente dentro da Marinha, ele não era a autoridade mais importante entre os marinheiros e nem mesmo tem tanta importância histórica.

O cabo Pedro Viegas, argumentando com base nas circunstâncias da eleição de Anselmo em 1963, não vê sentido em afirmar que ele trabalhasse à época para a Marinha. Para Raimundo Porfírio da Costa, delegado da Associação e Cabos e Marinheiros do Brasil, as acusações são forma de menosprezar o movimento. Anselmo concorreu por insistência de outros marinheiros e todas as suas ações foram resultado de deliberação coletiva.

Ações Durante a Ditadura Militar

Com a vitória do golpe, teve seus direitos políticos suspensos por 10 anos pelo Comando Supremo da Revolução. A AMFNB foi dissolvida, e todos os seus dirigentes, expulsos da Marinha. Anselmo foi julgado pelos crimes de motim e revolta. Chegou a ser preso, mas fugiu, exilando-se por último em Cuba e voltando ao Brasil somente em 1970, quando tornou-se membro atuante do movimento guerrilheiro brasileiro que combatia a ditadura. Acabou preso por Sérgio Fernando Paranhos Fleury e levado para o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).

Mesmo considerada apenas sua atuação assumida como agente da repressão, Anselmo levantou com sucesso uma grande quantidade de dados sobre os movimentos dos guerrilheiros brasileiros, resultando na prisão, morte e tortura de vários de seus integrantes. Entre eles, estava a noiva de Anselmo, Soledad Barrett Viedma, grávida de quatro meses. Mesmo assim, Anselmo, que seria justiçado e assassinado pelos companheiros da noiva, a entregou para o delegado Sérgio Fleury. Soledad Barrett Viedma não resistiu as torturas e morreu.

Após sua função de agente infiltrado ser descoberta pelos guerrilheiros, Anselmo desapareceu entre 1972 e 1973, época que foi dado oficialmente como morto, pelas forças de segurança do Governo Militar.

Volta Após a Redemocratização

A desconfiança a respeito de sua morte desapareceu a partir do momento em que o Cabo Anselmo foi entrevistado pelo jornalista Octavio Ribeiro, com sua publicação pela revista Isto É, na edição de 28/03/1984.

Cabo Anselmo foi entrevistado pelo jornalista Percival de Souza, em 1999.

Em 30/08/2009, Cabo Anselmo participou do programa Canal Livre, da Rede Bandeirantes de Televisão.

Em 17/10/2011, participou do Programa Roda Viva da TV Cultura. Na entrevista revelou detalhes sobre episódios ocorridos durante o período da Ditadura e afirmou não sentir culpa por entregar militantes.

Aposentadoria

Cabo Anselmo pleiteava uma identidade formal, pois desde que foi cassado nunca mais conseguiu documentos que provassem ser ele José Anselmo dos Santos. Requereu junto ao Governo de São Paulo o pagamento de indenização pago aos que foram presos e torturados no Estado, durante a Ditadura Militar.

Cabo Anselmo reivindicou ainda uma aposentadoria condizente com o posto que ocuparia hoje na Marinha, que seria o de suboficial aposentado. O argumento de Anselmo é que a indenização da Comissão de Anistia não deve beneficiar apenas os militantes de esquerda. Ele alega que todos que foram de alguma forma prejudicados ou cassados em seus postos em razão do golpe militar deveriam ser beneficiados.

O então ministro durante o Governo Lula, Paulo Vannuchi, afirmou em 2009 que era remota a possibilidade de Cabo Anselmo vir a receber qualquer tipo de indenização ou aposentadoria. Ele afirmou que a reivindicação de Anselmo não procedia porque desde o início da Ditadura o ex-marinheiro teria sido um agente do Estado.

Morte

Anselmo faleceu na terça-feira, 15/03/2022, aos 80 anos, em Jundiaí, SP, vítima de uma infecção renal. O sepultamento aconteceu na quarta-feira, 16/03/2022.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #CaboAnselmo

Tobias de Aguiar

RAFAEL TOBIAS DE AGUIAR
(64 anos)
Militar e Político

☼ Sorocaba, SP (04/10/1793)
197 Litoral do Rio de Janeiro, RJ (07/10/1857)

Rafael Tobias de Aguiar foi um político e militar nascido em Sorocaba, SP, no dia 04/10/1794. Conhecido como "Brigadeiro Tobias de Aguiar", foi um dos chefes do Partido Liberal paulista na primeira metade do Século XIX e um dos líderes da Revolução Liberal de 1842, em São Paulo.

Filho de Antônio Francisco de Aguiar e de Gertrudes Eufrosina Aires, nasceu numa família de fazendeiros que possuíam um respeitável patrimônio, e iniciou seus estudos em São Paulo.

Tobias de Aguiar passou apenas sua infância na cidade natal, logo foi para São Paulo, onde iniciou seus estudos e foi colega de escola do Padre Diogo Antônio Feijó. Após concluí-los, não tardou muito também para iniciasse sua vida pública como representante da comarca de Itu, aos 26 anos de idade. 

Um dos líderes liberais da primeira metade do século XIX, elegeu-se conselheiro do governo provincial em 1827. Foi deputado provincial e geral em numerosas legislaturas. Somente pela Província de São Paulo, foi eleito em dez legislaturas, entre 1838 e 1861, sendo em quatro delas como suplente.

Foi escolhido presidente da Província de São Paulo por duas vezes, de 17/11/1831 a 11/05/1835 e de 06/08/1840 a 15/07/1841, acumulando neste segundo mandato, os cargos de presidente e deputado provincial.

Entre seus amigos figurava outro liberal famoso, o padre Diogo Antônio Feijó, de quem foi colega de escola.

Em virtude de sua administração, quando aplicou até mesmo seu salário em escolas, obras públicas e de caridade, recebeu o posto de Brigadeiro Honorário do império.

Em 1842, comandou a Revolução Liberal juntamente com o padre Diogo Antônio Feijó para combater a ascensão dos conservadores durante o início do reinado de Dom Pedro II.

Em 17/05/1842, foi proclamado pelos rebeldes presidente interino em Sorocaba, que foi declarada capital provisória da Província pelos revolucionários. Foi ele quem se encarregou de reunir a chamada Coluna Libertadora, com 1.500 homens, com a qual tentou invadir São Paulo para depor o presidente da Província, o Barão de Monte Alegre.

Antes da batalha, casou-se com Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, ex-amante de Dom Pedro I e com quem já tinha seis filhos. De seu relacionamento anterior com Dom Pedro I tinha tido cinco filhos, dos quais duas filhas ainda eram vivas.

Tobias de Aguiar foi derrotado pelas forças imperiais e tentou a fuga para o Rio Grande do Sul, para juntar-se ao rebelados da Guerra dos Farrapos. Levou para o Rio Grande do Sul o primeiro cavalo malhado de que se tem notícia e, por essa razão, até hoje esse pelo de equino é ali chamado de Tobiano.

Tobias de Aguiar foi preso em Palmeira das Missões e levado para a Fortaleza da Laje, no Rio de Janeiro. Foi anistiado e saiu da prisão em 1844, retornando a São Paulo, onde foi recebido perto da capital por uma grande massa popular.

Tobias de Aguiar é considerado o patrono da Polícia Militar do Estado de São Paulo e seu nome homenageia o primeiro batalhão de Choque, chamado Batalhão Tobias de Aguiar, responsável pela Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA).

Tobias de Aguiar faleceu em viagem da cidade de Santos para a capital do Império, a bordo do vapor Piratininga, no dia 07/10/1857, aos 63 anos, vítima de uma dolorosa moléstia.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #TobiasdeAguiar

Góis Monteiro

PEDRO AURÉLIO DE GÓIS MONTEIRO
(66 anos)
Militar e Político

* São Luiz de Quitunde, AL (12/12/1889)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/10/1956)

Pedro Aurélio de Góis Monteiro foi um militar general-de-exército e político brasileiro. Era filho de Pedro Aureliano Monteiro dos Santos e Constança Cavalcanti de Góis Monteiro.

Oriundo de família com ascendência militar iniciou sua carreira na Escola de Guerra de Porto Alegre chegando ao posto de General-de-exército. Ao longo dos anos adotou um viés legalista ao combater os Dezoito do Forte, o Tenentismo e a Coluna Prestes durante os anos 20.

O irromper da Revolução de 1930 o levou a exercer o comando militar da mesma contribuindo sobremaneira para o seu êxito. Pouco tempo depois comandou as tropas Federais que debelaram a Revolução Constitucionalista de 1932 e, durante os combates com os paulistas, perdeu seu irmão, o capitão Cícero Augusto de Góis Monteiro que era integrante do 9º Regimento de Infantaria do Exército Brasileiro.

Após esse evento, foi ungido Ministro da Guerra (1934-1935) do governo Getúlio Vargas ocupando tal posição até a escolha de Eurico Gaspar Dutra como seu sucessor, o que não impediu Góis Monteiro de participar ativamente da decretação e manutenção do Estado Novo (1937-1945) evento que ajudou a consolidar seu clã como a força política dominante em Alagoas, Estado governado por dois de seus irmãos entre 1941 e 1945.

Na época em que foi ministro da Guerra, elaborou a Doutrina de Segurança Nacional que inspirou várias leis a esse respeito tanto na Era Vargas quanto no Regime Militar de 1964.

Em setembro de 1937, Góis Monteiro descobre o Plano Cohen, que foi um planejamento falso, forjado pelo então capitão Olympio Mourão Filho, de uma Revolução Comunista no Brasil. Esse plano foi posteriormente utilizado por Getúlio Vargas como justificativa do golpe que deu origem ao Estado Novo.

Góis Monteiro foi Chefe do Estado Maior do Exército Brasileiro entre 1937 e 1943, retornando ao ministério nos últimos dias de Getúlio Vargas no poder em 1945. Foi mantido no cargo no governo José Linhares e nos primeiros meses da gestão de Eurico Gaspar Dutra.

Após deixar o poder foi eleito senador pelo Partido Social Democrático (PSD) em 1947. No ano de 1945 seu irmão Ismar de Góis Monteiro havia sido eleito para esse mesmo cargo e em 1958 foi a vez de Silvestre Péricles chegar à Câmara Alta do país. No entanto, em 1950 Góis Monteiro não conseguiu se reeleger e ainda rejeitou um convite para ser vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas.

Góis Monteiro foi chefe do Estado-Maior das Forças Armadas entre 15/02/1951 e 01/12/1952. A seguir, foi ministro do Superior Tribunal Militar (STM), de 15/12/1952 até seu falecimento em 16/10/1956.

Homenagens Recebidas
  • Grã-Cruz da Ordem de Quetzal (México)
  • Grã-Cruz da Ordem de Vasco Nunez de Balboa (Panamá)
  • Grã-Cruz da Ordem da Estrela Polar
  • Grã-Cruz da Ordem de Manoel de Cespedes (Cuba)

Idálio Sardenberg

IDÁLIO SARDENBERG
(81 anos)
Militar

☼ Porto Alegre, RS (18/04/1906)
┼ Rio de Janeiro, RJ (30/05/1987)

Idálio Sardenberg foi um militar, general brasileiro, nascido em Porto Alegre, RS, no dia 18/04/1906. Era filho de Olinto Nunes Sardenberg, oficial do Exército, e de Etelvina Maria Sardenberg.

Fez seus estudos secundários no Colégio Militar do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, e ingressou em abril de 1924 na Escola Militar do Realengo, também no Rio de Janeiro, saindo aspirante-a-oficial de arma de artilharia em janeiro de 1927.

Em julho de 1927 foi promovido a segundo-tenente e, em julho de 1929, a primeiro-tenente. Nesse mesmo ano fez parte da Aliança Liberal (AL), movimento político que lançou a candidatura de Getúlio Vargas à presidência da República e promoveu a revolução que eclodiu em 03/10/1930. Idálio Sardenberg atuou ao lado das forças revolucionárias na região de Sengés, PR.

Cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais ainda como primeiro-tenente.

Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, combateu ao lado das forças legalistas atuando no quartel-general do Exército do Sul. A partir dessa atuação no Paraná tornou-se prestigiado no Estado, onde se radicou e contraiu matrimônio.

No pleito de maio de 1933, elegeu-se primeiro suplente de deputado pelo Paraná à Assembléia Nacional Constituinte na legenda do Partido Social Democrático (PSD). Assumindo o mandato em novembro de 1933, foi representante do Paraná na Comissão dos 26, encarregada de coordenar as propostas destinadas à elaboração da Constituição de 1934.

Com a aprovação da nova Carta em julho de 1934, teve, como os demais constituintes, seu mandato prorrogado até abril de 1935, quando tomaram posse os deputados eleitos em outubro do ano anterior. Ainda em outubro de 1935, chegou ao posto de capitão. Deixando a Constituinte, retornou à carreira militar fazendo o curso da Escola de Estado-Maior do Exército.


Em abril de 1943 e em março de 1948 foi promovido às patentes de major e tenente-coronel, respectivamente. No ano de 1949, foi um dos fundadores da Escola Superior de Guerra (ESG), onde exerceria as funções de adjunto da Divisão de Assuntos Militares e de chefe do Departamento de Estudos. Assessor da missão brasileira chefiada pelo general Pedro Aurélio de Góis Monteiro que negociou com os Estados Unidos o Acordo Militar assinado em 1952.

Em janeiro de 1953 atingiu a patente de coronel.

Em 11/12/1958, no governo do presidente Juscelino Kubitschek, foi nomeado presidente da Petrobras em substituição a Janari Nunes. Durante sua gestão, foram feitas várias obras de vulto, como a construção de novas unidades na refinaria Landulfo Alves, na Bahia, da refinaria Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro, do terminal da Ilha d’Água, no estado da Guanabara, do terminal Madre de Deus, na Bahia, da Fábrica de Borracha Sintética, em Duque de Caxias, e do oleoduto da Ilha d’Água, na refinaria Duque de Caxias. Além disso, conseguiu a elevação ao dobro da capacidade da refinaria de Cubatão, em São Paulo, e a produção total de petróleo passou de 60 mil barris/dia em 1959 para 72 mil barris/dia em 1960. Também em 1960 a capacidade de refino atingiu trezentos mil barris diários.

Ainda como presidente da Petrobras, foi membro da missão comercial brasileira à União Soviética em dezembro de 1959.

Em março de 1960, foi promovido a general-de-brigada.

Em 02/02/1961, logo em seguida à posse de Jânio Quadros na presidência da República, deixou a presidência da Petrobras, sendo substituído pelo engenheiro Geonísio Barroso.

Em 13/03/1961, Jânio Quadros anunciou a reforma cambial, segundo a Instrução nº 204 da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), que modificava a sistemática da política cambial brasileira, passando de um sistema de taxas múltiplas - fixas e variáveis - para um sistema de taxa única e flutuante, sendo que as importações passariam a ser feitas pelo sistema de taxas livres, com exceção do trigo, do petróleo e de outros poucos produtos essenciais.

Nessa oportunidade, o presidente criticou a situação financeira da Petrobras, herdada da gestão anterior. Diante disso, Idálio Sardenberg levou a público um manifesto à nação no qual declarava que o empréstimo por ele solicitado ao Banco do Brasil não fora feito para pagar compromissos atrasados e sim para cobrir um aumento do capital de giro resultante da expansão da produção de petróleo. Esse documento teve grande repercussão por se tratar de um desmentido às palavras do presidente Jânio Quadros, e foi considerado também um ato de indisciplina. Em decorrência, o general Nestor Souto de Oliveira, comandante do I Exército, sediado no Rio de Janeiro, decretou a prisão de Idálio Sardenberg em 15/04/1961, sendo ele recolhido ao Forte de Copacabana. Diante da repercussão de sua prisão, várias vozes se levantaram a seu favor, entre as quais as de alguns deputados e senadores.

Juscelino Kubitschek, o presidente da Petrobras Idálio Sardenberg e demais autoridade durante a inauguração da Refinaria Duque de Caxias em 1961
Ainda no ano de 1961, Idálio Sardenberg assumiu o comando da Artilharia Divisionária da 3ª Divisão do Exército, no Rio Grande do Sul.

Em 1964, passou ao comando da Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de Exército, na Vila Militar do Rio de Janeiro.

Promovido a general-de-divisão em março de 1966, foi diretor-geral de Ensino do Exército entre 1967 e 1968.

Em 1967 assumiu a função de presidente da Comissão Brasil-Estados Unidos, no Rio de Janeiro, e, em novembro, foi promovido a general-de-exército.

Nomeado em setembro de 1971 para a chefia do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), em substituição ao almirante Murilo do Vale e Silva, permaneceu no cargo até maio do ano seguinte, quando foi transferido para a reserva remunerada, passando a chefia do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA) ao general Artur Candal Fonseca.

Em 1976 foi escolhido diretor-presidente da Delfim Crédito Imobiliário, cargo que ainda ocupava no início de 1983, quando a empresa sofreu intervenção do Banco Central.

Ao longo de sua carreira militar foi instrutor da Escola de Estado-Maior do Exército, da Escola de Estado-Maior de Fort Leavenworth, nos Estados Unidos, onde fez o curso de Estado-Maior, chefe da 3ª seção do Estado-Maior da III Região Militar, chefe de divisão do gabinete do ministro do Exército, adjunto da 2ª seção e chefe de gabinete do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), diretor do Material de Engenharia do Exército e diretor de Ensino e de Formação do Exército.

Idálio Sardenberg faleceu no Rio de Janeiro, RJ, no dia 30/05/1987, aos 81 anos. Era casado com Ivone Faria Sardenberg, com quem teve um filho.

Max Wolf Filho

MAX WOLF FILHO
(33 anos)
Militar e Herói Brasileiro

☼ Rio Negro, PR (29/07/1911)
┼ Biscaia, Espanha (12/04/1945)

Max Wolf Filho foi um militar do Exército Brasileiro, nascido em Rio Negro, PR, no dia 29/07/1911. Participou da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na frente de combate italiana durante a II Guerra Mundial.

Era filho de Max Wolf, descendente de alemães e de Etelvina, natural de Lapa, PR. Até os 4 anos viveu as tensões da Guerra do Contestado. Aos 5 anos, durante a I Guerra Mundial, frequentava a escola em Rio Negro, PR. Aos 11 anos já era o principal auxiliar de seu pai na torrefação e moagem de café. Aos 16 anos passou a trabalhar como escriturário de uma companhia que explorava a navegação no Rio Iguaçu. Nas horas de folga, juntava-se aos carregadores para ensacar erva-mate, carregar e descarregar vapores.

Max Wolf alistou-se em Curitiba, aos 18 anos, no 15º Batalhão de Caçadores (15º BC), hoje 20º Batalhão de Infantaria Blindado Sargento Max Wolf Filho (20º BIB), onde participou da Revolução de 1930.

Na década de 1930 mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, e ingressou na Polícia Militar na qual permaneceu por uma década. Combateu a Revolução de 1932 no Vale do Paraíba. Foi professor de Educação Física e Defesa Pessoal.

No ano de 1944 apresentou-se voluntariamente para compor a Força Expedicionária Brasileira (FEB), integrando a então 1ª Companhia do 11º Regimento de Infantaria (11º RI), em São João del-Rei, MG.

Ingressou na Força Expedicionária Brasileira (FEB) como 3° Sargento, desde cedo tornou-se muito popular e querido, dada as suas atitudes desassombradas e a maneira carinhosa e paternalista com que tratava seus subordinados. Com o passar do tempo passou a ser admirado não só pelos seus camaradas, mas pelos superiores tanto da Força Expedicionária Brasileira (FEB) como do V Exército de Campanha Americano, pelas suas inegáveis qualidades.

Todas as vezes que se apresentava para missões difíceis de serem cumpridas, lá estava o Sgt Wolf se declarando voluntário, principalmente participando de patrulhas. Fazia parte da Companhia de Comando e, portanto, sem estar ligado diretamente às atividades de combate, participou de todas as ações de seu Batalhão no ataque de 12 de dezembro a Monte Castelo, levando, de forma incessante, munição para a frente de batalha e retornando com feridos e, na falta deste, com mortos.

Indicado por sua coragem invulgar e pelo excepcional senso de responsabilidade, passou a ser presença obrigatória de todas as ações de patrulha de todas as companhias, como condição indispensável ao êxito das incursões.

Um desses exemplos está contido no episódio em que o General Zenóbio da Costa, ao saber do desaparecimento do seu Ajudante-de-Ordens, Capitão João Tarciso Bueno, que foi colocado à disposição do escalão de ataque, pelo general, por absoluta falta de recompletamento de oficiais, ordenou ao comandante do Batalhão que formasse uma patrulha para resgatar o corpo do seu auxiliar. O comandante adiantou ao emissário que a missão seria muito difícil, mas que tentaria. Para tanto, sabedor que só um Wolf poderia cumpri-la, o chamou, deu a ordem e ouviu do Sargento Wolf, com a serenidade, a firmeza e a lealdade que só os homens excepcionalmente dotados podem ter:

''Coronel, por favor, diga ao General que, desde o escurecer, este padioleiro e eu estamos indo e voltando às posições inimigas para trazer os nossos companheiros feridos. Faremos isto até que a luz do dia nos impeça de fazer. Se, numa dessas viagens, encontrarmos o corpo do Capitão Bueno, nós o traremos também!"

Não logrou o Sargento Wolf trazer o corpo do Capitão João Tarciso Bueno que, apenas ferido, havia sido resgatado por um soldado, mas ainda lhe foi possível, naquela madrugada, salvar muitas outras vidas.

Max Wolf Filho momentos antes de ser morto em combate
A Última Missão

O Sargento Max Wolf Filho foi elevado ao comando de um pelotão de choque, integrado por homens de elevados atributos de combate, especializado para as missões de patrulha, que marcharia sobre o acidente capital "Ponto Cotado 747", ação fundamental nos planos concebidos para a conquista de Montese.

Foi-lhe lembrado sobre a poupança da munição para usá-la no momento devido, pois, certamente, os nazistas iriam se opor à nossa vontade. Foi-lhe aconselhado que se precavesse, pois a missão seria à luz do dia.

Partiu às 12h00 de Monteporte, passou pelo "Ponto Cotado 732" e foi a Maiorani, de onde saiu às 13h10 para abordar o "Ponto Cotado 747". Tomou, o Sargento Wolf todas as precauções, conseguindo aproximar-se muito do casario, tentando envolve-lo pelo norte. Estavam a 20 metros e o Sargento Wolf, provavelmente, tendo se convencido de que o inimigo recuava, estando longe, abandonou o caminho previsto para, desassombradamente, à frente de seus homens, com duas fitas de munição trançadas sobre seus ombros, alcançar o terço superior da elevação.

O inimigo deixou que ele chegasse bem perto, até quando não podiam mais errar. Eram 13h15 do dia 12/04/1945. O inimigo abriu uma rajada, atingindo e ferindo o comandante no peito que, ao cair, recebeu nova rajada de arma automática, tendo caído mortalmente também o soldado que estava ao seu lado.

Após esta cena, sucedeu-se a ação quase suicida de seus liderados para resgatar o corpo do comandante. A rajada da metralha inimiga rasgava um alarido de sangue. A patrulha procurava neutralizar a arma que calara o herói. Dois homens puxaram o corpo pelas penas. Um deles ficou abatido nessa tentativa. O outro, esquálido e ousado, trouxe o Sargento Wolf à primeira cratera que se lhe ofereceu.

Ali, mortos e vivos se confundiam. A patrulha, exausta, iniciava o penoso regresso às nossas linhas, pedindo que a artilharia cegasse o inimigo com os fogos fumígenos e de neutralização. Os soldados do 11º Regimento de Infantaria (11º RI) queriam, a qualquer custo, buscar o companheiro na cratera para onde tinha sido trazido, lembrando a ação que ele mesmo praticara tantas vezes. Queriam trazer o paciente artesão das tramas e armadilhas da vida e da morte das patrulhas. Foi impossível resgatá-lo no mesmo dia face a eficácia dos fogos inimigos, inclusive de artilharia.

Somente vários dias após sua morte, o corpo do Sargento Max Wolf Filho foi encontrado. Foi agraciado post mortem com as medalhas de Campanha de Sangue e Cruz de Combate, do Brasil e com a medalha Bronze Star, dos Estados Unidos da América.

Montese foi conquistada e seu nome será sempre presente pois as grandes ações resistem ao tempo e são eternas. Foi promovido "post-mortem" ao posto de 2º Tenente (Decreto Presidencial, de 28/06/1945).

Max Wolf Filho deixou na orfandade sua filha Hilda, seu elevo e a maior afeição de sua vida de soldado. Da Itália, escreveu a sua irmã Isabel, relatando seu orgulho em pertencer ao Exército Brasileiro e que, se a morte o visitasse, morreria com satisfação.

Max Wolf Filho foi sepultado no Cemitério Militar Brasileiro, em Pistóia, na Itália. Posteriormente, seus restos mortais foram trasladados para o Brasil.

Eis a síntese do heroísmo de um homem simples e valoroso. Seus restos mortais encontram-se no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Jazigo 32, Quadra G.

Carta comunicando a morte em combate do Sgt Max Wolf Filho
Reconhecimento

Em sua homenagem, a Escola de Sargentos das Armas (EsSA) leva seu nome como patrono.

Em 2010, foi criada a Medalha Sargento Max Wolf Filho pelo Decreto nº 7118. Tal medalha é conferida a Subtenentes e Sargentos do Exército brasileiro, em reconhecimento à dedicação e interesse pelo aprimoramento profissional, que efetivamente se tenham destacado no seu desempenho profissional, evidenciando características e atitudes inerentes ao 2º Sargento Max Wolf Filho.

Em São Paulo, a Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Max Wolf Filho, Sgt. também leva o seu nome.

O 20º Batalhão de Infantaria Blindado (20º BIB), em Curitiba, PR, tem a denominação histórica de Batalhão Sargento Max Wolf Filho.

Condecorações
  • Cruz de Combate
  • Medalha Sangue do Brasil
  • Medalha de Campanha
  • Estrela de Bronze (Estados Unidos)

Jarbas Passarinho

JARBAS GONÇALVES PASSARINHO
(96 anos)
Militar e Político

☼ Xapuri, AC (11/01/1920)
┼ Brasília, DF (05/06/2016)

Jarbas Gonçalves Passarinho foi um militar e político brasileiro. Nasceu em Xapuri, AC, no dia 11/01/1920, filho de Inácio de Loiola Passarinho e de Júlia Gonçalves Passarinho.

Aos três anos de idade, foi com a família para Belém, PA. Seguiu depois para o Sul, onde cursou a Escola Preparatória de Cadetes de Porto Alegre. Mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1940, ingressando, no ano seguinte, na Escola Militar de Realengo.

Chegando a major em 1953, fez o curso da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), que concluiu em 1955.

De 1956 a 1957 foi estagiário, adjunto e chefe de seção do quartel-general do Comando Militar da Amazônia e, em 1958, foi nomeado superintendente-adjunto da Petrobrás na região amazônica, tornando-se seu superintendente em 1959.

Em agosto de 1962, alcançou o posto de tenente-coronel quando da deposição de João Goulart e a subsequente instauração do Regime Militar de 1964, por meio do qual foi alçado à política.

Indicado por Castelo Branco, em 15/06/1964, foi empossado governador do Pará, eleito pela Assembléia do Estado, em lugar do deposto Aurélio do Carmo cuja presença à frente do executivo foi dispensada pelo novo regime.


Em janeiro de 1966 transmitiu o Governo do Pará a Alacid Nunes e, dois meses depois, ao serem criados a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), agremiação política de apoio ao Governo, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), filiou-se à primeira, tornando-se presidente de sua seção paraense e membro do seu diretório nacional e da sua comissão executiva.

Após deixar o governo foi eleito senador em novembro de 1966, pelo Pará, na legenda da ARENA, mas em seguida foi nomeado ministro do Trabalho e Previdência Social no governo Costa e Silva sendo mantido no cargo pela Junta Militar de 1969 que assumiu o poder após o afastamento do presidente da República até que o presidente Emílio Garrastazu Médici o nomeou ministro da Educação, de 30/10/1969 a 15/03/1974.

Em 15/03/1967 foi convidado pelo novo presidente da República, Artur da Costa e Silva, para o Ministério do Trabalho e Previdência Social. Nesse mesmo ano passou para a reserva, com a patente de coronel.

Em sua atuação como ministro de Estado foi signatário do Ato Institucional Número Cinco (AI-5) em 13/12/1968. É de autoria, do então ministro Jarbas Passarinho, a célebre frase que dirigiu ao presidente Costa e Silva por ocasião da assinatura do AI-5:

"Sei que a Vossa Excelência repugna, como a mim e a todos os membros desse Conselho, enveredar pelo caminho da ditadura pura e simples, mas me parece que claramente é esta que está diante de nós. [...] Às favas, senhor presidente, neste momento, todos os escrúpulos de consciência."


Em 30/10/1969, em virtude do agravamento do estado de saúde de Costa e Silva, tomou posse na presidência da República o general Emílio Garrastazu Médici, que convidou Jarbas Passarinho para a Pasta da Educação.

Em 14/11/1969 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, em 02/03/1971 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e em 02/11/1972 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública de Portugal.

Reeleito senador em 1974 foi um dos poucos arenistas a vencer no pleito daquele ano e com o passar dos anos foi um dos fundadores do Partido Democrático Social (PDS) e presidiu o Senado Federal de 1981 a 1983, durante o governo João Baptista de Oliveira Figueiredo.

Em fevereiro de 1981 foi eleito Presidente do Senado Federal.

Sua liderança foi posta à prova a partir da cisma entre ele e Alacid Nunes, outrora seu maior aliado. Progressivamente afastados, cada um usou de influência para controlar o Partido Democrático Social (PDS) local e como Jarbas Passarinho dispunha do apoio de Brasília os alacidistas apoiaram e elegeram o deputado federal Jader Barbalho governador do Pará em 1982, mesmo ele sendo filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). No mesmo ano Jarbas Passarinho foi derrotado por Hélio Gueiros na disputa pelo Senado. Um ano depois, em 1983, foi nomeado ministro da Previdência Social pelo presidente João Figueiredo entre 14/11/1983 e 15/03/1985.


Por ocasião das eleições de 1986 aceitou uma coligação com o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) de Jader Barbalho e nisso Hélio Gueiros foi eleito governador com Almir Gabriel e Jarbas Passarinho eleitos senadores, porém o acerto não o demoveu de fazer oposição ao governo José Sarney.

Em 26/11/1987 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito de Portugal.

Eleito presidente do diretório nacional do Partido Democrático Social (PDS), renunciou pouco antes das eleição presidencial de 1989.

Ministro da Justiça no governo Fernando Collor de 13/10/1990 a 02/04/1992, quando retornou ao Senado, para concluir seu mandato em janeiro de 1995. Deixou o cargo antes das investigações que resultariam no impeachment presidencial.

Seu papel de maior relevo foi o de presidente da CPI do Orçamento, todavia esse fato não impediu sua derrota quando concorreu ao governo do Pará pelo Partido Progressista Reformador (PPR) em 1994 derrotado por Almir Gabriel.

Jarbas Passarinho casou-se com Ruth de Castro Gonçalves Passarinho, com quem teve cinco filhos.

Morte

Jarbas Passarinho morreu na manhã de domingo, 05/06/2016, aos 96 anos, em Brasília, DF, em decorrência de problemas de saúde devido à idade avançada, segundo nota divulgada pelo governo do Pará.

O velório teve início a partir das 13h00 na Paróquia Militar do Oratório do Soldado, na Capital Federal, cidade onde morava havia muitos anos. O enterro, com honras militares, ocorreu no fim da tarde, no cemitério Campo da Esperança, também em Brasília.

Foram disparados tiros de fuzil e de canhão. O corpo foi enterrado ao som da "Canção da Artilharia", que representa a arma do Exército da qual Jarbas Passarinho fez parte durante a carreira militar.

Por meio de nota, o Governo do Pará informou que decretou luto oficial de três dias.