Eduardo Viana

EDUARDO VIANA
(68 anos)
Dirigente Esportivo

* (1938)
+ Rio de Janeiro, RJ (21/08/2006)

Mais conhecido como Caixa D'Água, foi um ex-presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) de 1984 até sua morte em 21 de agosto de 2006. Formado em História, Filosofia, Direito e Educação Física, Eduardo Viana era mestre em Antropologia pela Vanderbilt University e doutor em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde foi professor.

Eduardo Viana estava há 20 anos no comando da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e se transformou ao longo de duas décadas num dos dirigentes mais polêmicos e contestados pela crítica esportiva. Assumiu o poder substituindo Otávio Pinto Guimarães e defendendo a modernização do calendário do futebol e da própria federação, com propostas inovadoras. Mas, a principal delas até hoje não foi cumprida: um estádio para 50 mil torcedores como alternativa ao Maracanã.

Caixa D'Água também era contrário à influência do antigo Conselho Nacional de Desportos (CND), órgão criado pelo regime militar para controlar o esporte brasileiro. Segundo ele, era uma "tutela arbitrária". Mas, na prática, o dirigente tinha como base eleitoral nos pleitos para presidência da FERJ os votos de 36 ligas esportivas sempre colocadas sob suspeita pelos seus opositores como sendo entidades fantasmas.

O dirigente também era professor, de pós-graduação na Universidade do Estado do Rio de Janeiro e na Fundação Getúlio Vargas, lecionando sociologia do esporte e gestão esportiva. Porém, foi afastado da FERJ pela primeira vez em outubro de 2004 por suspeita de evasão de renda no Maracanã com outros cinco membros da entidade.

Conseguiu voltar ao poder em agosto de 2005. Em março de 2006, a justiça o tirou de novo do cargo por violação do Estatuto do Torcedor. Mas Vianna conseguiu retornar mais uma vez ao comando.

Caixa D'Água foi acusado dos crimes de formação de quadrilha, estelionato, fraude processual, falsidade ideológica e desvio de R$ 866 mil da receita da venda de ingressos no Maracanã em 2003, com a emissão de recibos e notas fiscais fraudulentas.

Morte

Caixa D'Água, de 67 anos, participava da reunião sobre a seletiva para o campeonato estadual de 2007 quando passou mal por volta de 16hs. Na semana anterior, já havia sofrido problemas respiratórios no avião que levava a Seleção Brasileira para Oslo, no primeiro amistoso de Dunga - o dirigente era o chefe da delegação nacional.

Morreu às 18:50 hs. do dia 21/08/2006 após ter sofrido quatro paradas cardíacas. Eduardo Viana foi internado após ter passado mal na sede da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) no Maracanã. Foi levado para o Hospital Quinta D'or, em São Cristóvão, não resistiu porque já estava bastante debilitado.

Maria Quitéria

MARIA QUITÉRIA DE JESUS MEDEIROS
(61 anos)
Militar e Heroína

* Feira de Santana, BA (27/07/1792)
+ Salvador, BA (21/08/1853)

Foi uma militar brasileira, heroína da Guerra da independência do Brasil. Considerada a Joana d'Arc brasileira, é a patronesse do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro (Decreto de 28/06/1996).

Infância e Juventude

Maria Quitéria nasceu no Sítio do Licurizeiro, uma pequena propriedade no Arraial de São José das Itapororocas, na comarca de Nossa Senhora do Rosário do Porto de Cachoeira, atual município de Feira de Santana no estado da Bahia. Foi a filha primogênita dos brasileiros Gonçalo Alves de Almeida e Quitéria Maria de Jesus. A data mais aceita pelos pesquisadores para o seu nascimento é a de 1792.

Em 1803, tendo cerca de dez ou onze anos de idade, perdeu a mãe. Cinco meses após enviuvar, o pai casou-se em segundas núpcias com Eugênia Maria dos Santos, que veio a falecer pouco tempo depois, sem que da união nascessem filhos. A família mudou-se então para a Fazenda Serra da Agulha.

Na nova residência, Gonçalo Alves casou-se pela terceira vez, com Maria Rosa de Brito, com quem teve mais três filhos. A nova madrasta, afirma-se, nunca concordou com os modos independentes de Maria Quitéria. Embora sem uma educação formal, uma vez que à época as escolas eram poucas e restritas aos grandes centros urbanos, Maria Quitéria aprendera a montar, a caçar e a usar armas de fogo, conhecimentos essenciais à época.

As Lutas Pela Independência

Maria Quitéria encontrava-se noiva quando, entre 1821 e 1822, iniciaram-se na Província da Bahia as agitações contra o domínio de Portugal. Em Janeiro de 1822 transferiram-se para Salvador as tropas portuguesas, sob o comando do Governador das Armas Inácio Luís Madeira de Melo, registrando-se em fevereiro o martírio de Joana Angélica, no Convento da Lapa, naquela Capital.

Em 25 de junho, a Câmara Municipal da Vila de Cachoeira aclamou o Príncipe Regente Dom Pedro I como "Regente Perpétuo" do Brasil. Por essa razão, em julho, uma canhoneira portuguesa, fundeada na barra do Rio Paraguaçu, alvejou Vila de Cachoeira, reduto dos independistas baianos. A 6 de setembro, instalou-se na vila o Conselho Interino do Governo da Província, que defendia o movimento pró-independência da Bahia ativamente, enviando emissários a toda a Província em busca de adesões, recursos e voluntários para formação de um Exército Libertador.

Praça da Soledade - Bairro da Liberdade, Salvador, BA
O "Soldado Medeiros"

Tendo o velho Gonçalo, viúvo, sem filho varão, se escusado a colaborar, para a sua surpresa, a filha Maria Quitéria, pediu-lhe autorização para se alistar. Tendo o pedido negado pelo pai, fugiu, dirigindo-se a casa de sua meia-irmã Teresa Maria, casada com José Cordeiro de Medeiros e, com o auxílio de ambos, cortou os cabelos. Vestindo-se como um homem, dirigiu-se à Vila de Cachoeira, onde se alistou sob o nome de Medeiros, no Regimento de Artilharia, onde permaneceu até ser descoberta pelo pai, duas semanas mais tarde.

Defendida pelo major José Antônio da Silva Castro (avô do poeta Castro Alves), comandante do Batalhão dos Voluntários do Príncipe (popularmente apelidado de Batalhão dos Periquitos, devido aos punhos e gola de cor verde de seu uniforme), foi incorporada a esta tropa, em virtude de sua facilidade no manejo das armas e de sua reconhecida disciplina militar. Aqui, ao seu uniforme, foi acrescentado um saiote à escocesa.

A 29 de outubro seguiu com o seu batalhão para participar da defesa da Ilha de Maré e, logo depois, para Conceição, Pituba e Itapuã, integrando a Primeira Divisão de Direita. Em fevereiro de 1823, participou com bravura do combate da Pituba, quando atacou uma trincheira inimiga, onde fez vários prisioneiros portugueses (dois, segundo alguns autores), escoltando-os, sozinha, ao acampamento.

Em 31 de março, no posto de cadete, recebeu, por ordem do Conselho Interino da Província, uma espada e seus acessórios.

Finalmente, a 2 de julho de 1823, quando o Exército Libertador entrou em triunfo na cidade do Salvador, Maria Quitéria foi saudada e homenageada pela população em festa. O governo da Província dera-lhe o direito de portar espada. Na condição de cadete, envergava uniforme de cor azul, com saiote por ela elaborado, além de capacete com penacho.

A Heroína da Independência

Por seus atos de bravura em combate, o general Pedro Labatut, enviado por Dom Pedro I para o comando geral da resistência, conferiu-lhe as honras de 1º Cadete.

No dia 20 de agosto foi recebida no Rio de Janeiro pelo Imperador em pessoa, que a condecorou com a Imperial Ordem do Cruzeiro, no grau de Cavaleiro, com seguinte pronunciamento:

"Querendo conceder a Dona Maria Quitéria de Jesus o distintivo que assinala os Serviços Militares que com denodo raro, entre as mais do seu sexo, prestara à Causa da Independência deste Império, na porfiosa restauração da Capital da Bahia, hei de permitir-lhe o uso da insígnia de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro."

Além da comenda, foi promovida a Alferes de Linha, posto em que se reformou, tendo aproveitado a ocasião para pedir ao Imperador uma carta solicitando ao pai que a perdoasse por sua desobediência.

Os Últimos Anos

Perdoada pelo pai, Maria Quitéria casou-se com o lavrador Gabriel Pereira de Brito, o antigo namorado, com quem teve uma filha, Luísa Maria da Conceição.

Viúva, mudou-se para Feira de Santana em 1835, onde tentou receber a parte que lhe cabia na herança pelo falecimento do pai no ano anterior. Desistindo do inventário, devido à morosidade da justiça, mudou-se com a filha para Salvador, nas imediações de onde veio a falecer aos 61 anos de idade, quase cega e no anonimato.

Os seus restos mortais estão sepultados na Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento e Sant'Ana, no bairro de Nazaré em Salvador.

Testemunhos

O pesquisador Aristides Milton, nas Efemérides Cachoeiranas, considera Maria Quitéria "tão valente quanto honesta senhora".

A inglesa Maria Graham, por sua vez, deixou registrado:

"Maria de Jesus é iletrada, mas viva. Tem inteligência clara e percepção aguda. Penso que, se a educassem, ela se tornaria uma personalidade notável. Nada se observa de masculino nos seus modos, antes os possui gentis e amáveis." (Journal Of a Voyage To Brazil)

Homenagens

Maria Quitéria é homenageada por uma medalha militar e por uma comenda com o seu nome, na Câmara Municipal de Salvador. Do mesmo modo, a Câmara Municipal de Feira de Santana instituiu a Comenda Maria Quitéria, para distinguir personalidades com reconhecida contribuição à municipalidade, e ergueu-lhe um monumento na cidade, no cruzamento da avenida Maria Quitéria com a Getúlio Vargas.

A sua iconografia mais conhecida é um retrato de corpo inteiro, pintado por Domenico Failutti (1920). Presenteado pela Câmara Municipal de Cachoeira, integra atualmente o acervo do Museu Paulista, em São Paulo.

Por decreto da Presidência da República, datado de 28 de junho de 1996, Maria Quitéria foi reconhecida como Patrono do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro. A sua imagem encontra-se em todos os quartéis, estabelecimentos e repartições militares da Força, por determinação ministerial.

Fonte: Wikipédia

Visconde de Cairu

JOSÉ DA SILVA LISBOA
(79 anos)
Economista, Historiador, Jurista, Publicista e Político

* Salvador, BA (16/07/1756)
+ Rio de Janeiro, RJ (20/08/1835)

Primeiro Barão e Visconde de Cairu, foi um economista, historiador, jurista, publicista e político brasileiro, ativo na época da Independência do Brasil.

Sempre apoiou ardorosamente Dom João VI e Dom Pedro I. Ocupou diversos cargos na administração econômica e política do Brasil, deputado da Real Junta do Comércio e desembargador da Casa da Suplicação, após a instalação da corte no Rio de Janeiro, em 1808.

Diz-se na página 321 de Portugal como Problema - A Economia como Solução, Público-Fundação Luso-Americana, Lisboa, 2006:

"Impulsionou a criação de uma aula de economia política e colaborou directamente na redacção dos decretos que ditaram a abertura dos portos brasileiros e o levantamento da proibição de instalação de manufacturas no Brasil. A sua atitude favorável ao desenvolvimento económico da colónia acabaria por contribuir para a criação das condições indispensáveis à independência política do Brasil, em 1822, figurando Silva Lisboa - entretanto agraciado com o título de Visconde Cairú - como um dos nomes com lugar de honra no panteão dos heróis da pátria brasileira."

Estátua Visconde de Cairu, Mercado Modelo - Salvador, BA
Dados Biográficos

Era filho de um arquiteto português, Henrique da Silva Lisboa e de Helena Nunes de Jesus. Fez os preparatórios na Bahia desde seus oito anos, estudando filosofia, música e piano. Concluiu os estudos em Lisboa, pois como o governo português não permitia universidades na colônia, todos eram obrigados a se formar em Portugal, na Universidade de Coimbra.

Ali seguiu os cursos jurídico e filosófico a partir de 1774, formando-se em 1778. Nesse ano, foi nomeado substituto das cadeiras de grego e de hebraico do Colégio das Artes de Coimbra. Bacharel em cânones pela Universidade de Coimbra, onde concluiu os cursos de filosofia e medicina.

Ainda em Coimbra, bem à moda do século XVIII, estudou hebraico e grego. Em 1778 ainda, foi nomeado professor de filosofia nacional e moral, para a cidade de Salvador, na Bahia, cuja cadeira regeu 19 anos, e a da língua grega, que ali criou, por cinco anos.

Carreira Pública

Visconde de Cairu, economista brasileiro acompanhava as últimas teorias européias, como as de Adam Smith, que mencionavam que um país só progride se seus industriais e comerciantes dispõem do máximo de liberdade para ganhar dinheiro. Assim tão logo Dom João VI desembarcou no Brasil, pediu audiência para lhe propor a abertura dos portos brasileiros. Talvez Dom João VI tenha achado graça pela primeira vez, desde que fugiu de Lisboa, uma vez que a abertura já estava decidida pela Convenção Secreta de Londres.

Em 1797 voltou a Portugal, obtendo sua aposentadoria e a nomeação para o lugar de deputado e secretário da Mesa da Inspeção da Bahia, para onde partiu de novo. Tomou posse do cargo em 1798, ficando em exercício até 1808.

Em 1801 publicou em Lisboa sua primeira obra, Princípios do Direito Mercantil e Leis da Marinha para uso da mocidade portuguesa, que compreende o seguro maritimo, o câmbio maritimo, as avarias, as letras de câmbio, os contratos mercantes, os tribunais e as causas de comércio.

Em 1804 publicou sua obra capital, o tratado Princípios de Economia Politica, o primeiro livro que sobre semelhante assunto se escrevia em português, inspirado nos princípios da nova ciência, fundada por Adam Smith. Em 1804 escreveu as famosas "Observações apologéticas acerca da crítica que faz contra Smith o autor das Memórias Políticas sobre as Verdadeiras Bases da Grandeza das Nações."

De 1801 a 1808 continuou a publicar sua obra em sete volumes Principios de Direito Mercantil e Leis de Marinha.

No Rio de Janeiro, publicaria em 1808 as Observações Sobre o Comércio Franco no Brasil, três partes em dois volumes.

Quando o Príncipe Regente chegou à Bahia, Silva Lisboa era funcionário da Mesa de Inspeção da Agricultura e Comércio da Bahia e lhe coube redigir a Representação dos Comerciantes de Salvador, na qual pediam levantar o embargo do comércio com Portugal, ocupado pela França. Assim, hebraista, helenista, economista e jurista, seria o divulgador no Brasil dos princípios clássicos da economia liberal e ao mesmo tempo da ortodoxia católica em matéria de política.

O Original da Carta Régia de 28 de janeiro de 1808
Apresentou assim a Dom João VI, Príncipe Regente, as vantagens da abertura dos portos brasileiros às nações amigas de Portugal. Disto resultou a Carta Régia de 28 de janeiro de 1808, que oficializou o ato. Ocupava, na época, o cargo de professor de Economia Política.

No Rio de Janeiro Com a Corte

Dom João VI ordenou a Silva Lisboa que o acompanhasse ao Rio de Janeiro, para auxiliá-lo. Distinguido desta forma, chegou ao Rio de Janeiro a 7 de Março de 1808, e logo em abril seguinte foi nomeado desembargador da Mesa do Desembargo do Paço e da Consciência e Ordens.

Visconde de Cairu e José Bonifácio
Em agosto de 1808, foi feito deputado da Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação do Estado do Brasil. Em 1809 foi incumbido de organizar um código de comércio. Em 1810 recebeu a mercê do hábito de Cristo. Em 1815 foi encarregado do exame das obras para a impressão. Em 1821, foi incluído na lista dos membros da junta de cortes para o exame das leis constitucionais discutidas então em Lisboa, e inspetor-geral dos estabelecimentos literários e director dos estudos.

Silva Lisboa tentou reconciliar Portugal e o Brasil, e impedir a separação, e para isso fundou um jornal, O Conciliador do Reino Unido, em que defendeu os direitos do príncipe e ponderou as vantagens da monarquia continental. Quando a esperança de conciliação desapareceu, e para não perder a coroa, o Príncipe Regente Dom Pedro de Alcântara se pôs à frente do movimento independentista, Lisboa não hesitou e principiou a combater pela independência. Escreveu uma obra, As Reclamações, de grande efeito.

Defensor da centralização do poder, Silva Lisboa combateu na imprensa os revolucionários da Confederação do Equador e no seu rebate brasileiro polemizou com o Typhis Pernambucano de Frei Caneca. No mesmo ano, 1824, publicou o Apelo à Honra Brasileira Contra a Facção Federalista de Pernambuco.

Homenagem no Bilhete da Loteria Federal
Depois da Independência, continuou a exercer cargos elevados, recebendo distinções honoríficas. Foi agraciado em 1825 pelo Imperador Dom Pedro I com o título de Barão e depois em 1826 de Visconde de Cairu, sendo ainda escolhido mais tarde Senador do Império.

Foi desembargador da Mesa do Paço e da Casa de Rogo, deputado e senador. Em 1832, lutou pela criação de uma Universidade no Rio de Janeiro, fato só concretizado quase cem anos depois, com a fundação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Comentário Sobre Sua Obra

Diz a introdução, página 321 da obra Portugal Como Problema - A Economia Como Solução, Público-Fundação Luso-Americana, Lisboa, 2006:

"Nos seus diversos livros e panfletos, recorre abundantemente a uma concepção de economia política fiel aos ensinamentos de Smith e assente num conjunto coerente de ideias e princípios fundamentais. Nomeadamente, a ideia de progresso e de busca incessante da prosperidade e da felicidade social, da qual faz parte integrante a educação, a instrução pública, a produção e a divulgação do conhecimento científico e dos resultados da inteligência humana. Também presente a ideia de que o Estado deve assegurar uma proteção ao bem comum, sem interferência excessiva nos assuntos particulares e com o permanente cuidado de não utilizar de forma abusiva os recursos gerados pela sociedade civil. Daqui decorre um outro princípio, o da valorização da concorrência entre agentes económicos como condição essencial do bom funcionamento da economia nacional, a par da defesa intransigente da liberdade de trabalho e de iniciativa individual.

Foi em nome da ortodoxia smithiana que José da Silva Lisboa invectivou, em 1804, as teses que Rodrigues de Brito explanara nos primeiros tomos de sua obra publicados em 1803. Este autor, por sua vez, respondeu a Silva Lisboa no ano seguinte, em 1805, no terceiro tomo das suas Memórias Políticas. A polémica e a discussão não ficaram por aqui. Silva Lisboa contra-argumentou e voltou a rebater o seu opositor num liongo apêndice aos Princípios de Economia Política que até recentemente se manteve inédito."

Estátua Visconde de Cairu - Salvador, BA
Obra Historiográfica

Silva Lisboa escreveu diversos livros de história que acompanhavam a conturbada conjuntura política em que viveu. Em 1815 publicou as Memória Sobre a Vida de Lord Wellington, em 1818 as Memórias Sobre os Benefícios Políticos de El-Rei Dom João VI, na década de 1820 publicou diversos volumes de sua inacabada História dos Principais Sucessos Políticos do Império do Brasil.

Academia Brasileira de Letras

Com a inovação da Academia Brasileira de Letras em criar os "Sócios Correspondentes", mais adiante foram sugeridos que se fizesse também o patronato de suas 20 cadeiras, cabendo a última delas ao Visconde de Cairu, seu patrono.

Fonte: Wikipédia

Tavares de Miranda

JOSÉ TAVARES DE MIRANDA
(75 anos)
Jornalista, Escritor e Colunista Social

☼ Vitória de Santo Antão, PE (16/11/1916)
┼ São Paulo, SP (20/08/1992)

José Tavares de Miranda, mais conhecido como Tavares de Miranda, foi um jornalista, escritor e colunista social, natural de Pernambuco e radicado em São Paulo, onde se projetou.

Chegou em São Paulo com uma carta de apresentação em 1938. Ao chegar em São Paulo, trabalhou por 5 anos, no jornal Diário da Noite, como repórter policial, transferiu-se, posteriormente, para a Folha de S.Paulo, onde trabalhou por 42 anos, assinando a coluna social que o notabilizou. Em São Paulo, também, concluiu seus estudos de Direito na Faculdade de Direito do  Largo de São Francisco.

Tavares de Miranda tornou-se uma lenda viva do jornalismo, ao longo desses 47 anos. Lançava novas expressões, gírias, moda, modismos, divulgava furos de reportagem, selecionava as mais elegantes de São Paulo, sua importância era equivalente a de Maneco Muller, Jacinto de Thormes e Ibrahim Sued na imprensa de São Paulo.

Tavares de Miranda foi membro da Academia Paulista de Letras, ocupando a Cadeira nº 36, cujo patrono é Euclides da Cunha, e o fundador, Raul Soares de Moura, teve como antecessores, Afonso d'Escragnolle Taunay e Sérgio Buarque de Holanda, e, como sucessores, Oracy Nogueira e Esther de Figueiredo Ferraz.

Tavares de Miranda foi casado com Emerentina Lúcia de Oliveira Ribeiro, Dona Nini, por 45 anos, e teve três filhas.

Sua atividade profissional o levou a constituir um eclético arco de amizades, Lygia Fagundes Telles, Miguel Reale, Giba Um, Hebe Camargo, Alik Kostakis, Erasmo Dias e Alice Carta integravam seu circulo de amigos, entre muitas outras personalidades.

Tavares de Miranda nasceu em família católica, tornou-se ateu e comunista na juventude, e retornou ao seio do catolicismo. Frequentava a missa todos os dias na Igreja de Santa Terezinha na capital paulista.

O Repórter Zé, como se denominava, era um apaixonado pela poesia, escreveu seis livros de poesia, dois romances, dentre os quais "O Nojo" (1946), e um guia de etiqueta intitulado "Boas Maneiras e Outras Maneiras".

Sua saída da Folha de S.Paulo, em 1985, foi o culminar de um processo de transformação editorial que apontava para um colunismo mais contemporâneo, mais ágil, segundo a nova filosofia da direção, fato que o deixou muito deprimido.

Tavares de Miranda faleceu aos 75 anos, em São Paulo, SP, no dia 20/08/1992.

A prefeitura de São Paulo homenageou Tavares de Miranda batizando uma rua com seu nome em 1993.

Fonte: Wikipédia

Dom Aureliano Matos

AURELIANO MATOS
(78 anos)
Bispo

* Itapajé, CE (17/06/1889)
+ Limoeiro do Norte, CE (19/08/1967)

Dom Aureliano Matos, ingressou no Seminário da Prainha em Fortaleza aos 17 anos de idade e em 30 de novembro de 1914 ordenava-se sacerdote.

Em 1915 foi nomeado vigário de Pentecoste, em 1917 de Uruburetama e em 1927 de Itapipoca e em 29 de setembro de 1940, foi sagrado bispo de Limoeiro do Norte.

Em 29 de setembro de 1940 seguido por fieis e autoridades civis e religiosas do estado do Ceará e demais estados, numa solenidade presidida por Dom Manoel da Silva Gomes, arcebispo de Fortaleza, assistido pelos bispos Dom José Tupinambá da Frota de Sobral e Dom Francisco de Assis Pires de Crato, Dom Aureliano Matos seguiu para à catedral, para ser nomeado como o 1° bispo do município de Limoeiro do Norte.

Contribuições

Por iniciativas de Dom Aureliano Matos, foram feitas muitas construções e instalações no município de Limoeiro do Norte, entre elas estão: a Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (FAFIDAM), o Ginásio Diocesano, o Liceu de Artes e Ofícios, a ponte sobre o Rio Jaguaribe, o Seminário, o Tiro de Guerra, entre outras.

Morreu no dia 19 de agosto de 1967, com 78 anos, e teve seu cortejo fúnebre em 20 de agosto de 1967.

Fonte: Wikipédia

Dom Lino Deodato

LINO DEODATO RODRIGUES DE CARVALHO
(67 anos)
Bispo

* São Bernardo das Russas, CE (23/09/1826)
+ Aparecida, SP (19/08/1894)

Foi um sacerdote católico e nono bispo de São Paulo. Era filho de Joaquim José Rodrigues de Carvalho e de Alexandrina Rodrigues de Carvalho. Seus pais eram professores e com eles teve os primeiros estudos.

Em 1848 partiu para Olinda, sede do bispado, onde ingressou no seminário, numa época de reformas empreendidas principalmente por Dom João da Purificação Marques Perdigão (Ordem de Santo Agostinho), bispo de Olinda, e por Dom Romualdo Antônio Seixas, arcebispo da Bahia. Este espírito reformador marcou muito a personalidade do seminarista Lino.

Foi ordenado pelo próprio Dom João da Purificação Marques Perdigão. Após a ordenação, foi nomeado pároco de Russas, CE, onde também lecionou. Foi secretário do bispo do Ceará e deputado provincial pelo Partido Conservador em 1856.

Tendo sido indicado bispo de São Paulo por Dom Pedro II, imperador do Brasil, a 21/05/1871, aos 44 anos, e foi confirmado, por breve do Papa Pio IX, em 28/07/1872.

Foi sagrado bispo em São Paulo no dia 09/03/1873, sendo sagrante principal Dom Luís Antônio dos Santos, então bispo do Ceará e depois arcebispo da Bahia.

Tendo a saúde debilitada, solicitou a Roma um bispo auxiliar, no que foi atendido em 26/08/1892, com a nomeação de Dom Arcoverde.

Dom Lino Deodato foi bispo de São Paulo até 19/08/1894, quando veio a falecer, em Aparecida, aos 67 anos, durante uma Visita Pastoral.

Atividade e Contribuições

Dom Lino Deodato de Carvalho tomou posse em 06/01/1873, por seu procurador o cônego Drº Joaquim Manuel Gonçalves de Andrade, assumindo pessoalmente a 29/06/1873.

Ele foi o último bispo de São Paulo indicado pelo Imperador, porto que foi durante o seu governo que foi proclamada a República do Brasil, havendo a conseqüente separação entre a Igreja e o Estado.

Reformou a diocese, começando pelo seminário, trocando a direção, que até então era dos Frades Capuchinhos de Sabóia, e passando-a ao padre João Evangelista Braga.

Em 1888 convocou um Sínodo diocesano, insistiu na necessidade da boa formação do clero celibatário, na fidelidade doutrinária e na submissão total ao Romano Pontífice.

Exigiu dos párocos a residência, de fato, em suas paróquias. Fomentou a catequese e criou trinta e oito novas paróquias. Instituiu a província do Paraná, com vigários gerais forenses sediados em Curitiba.

Dom Lino Deodato sediou, em São Paulo a Conferência do Episcopado Brasileiro de 1890.

Em 28/11/1893, Dom Lino Deodato criou a paróquia de Aparecida, retirada do território de Guaratinguetá, e também concedeu à sua matriz o título de Santuário Episcopal.

Com a imigração italiana, Dom Lino Deodato procurou seguir as orientações do Papa Leão XIII para o trato dos imigrantes. Dom Lino Deodato recebeu muitos padres estrangeiros, sendo que a maioria dos seculares eram italianos. Também recebeu o clero religioso, destacando-se os Salesianos e Escalabrinianos. Porém, nenhum dos padres italianos foram admitidos no seminário.

Empreendeu, com diligência, suas Vistas Pastorais, tendo atenção extrema para com os "Livros do Tombo". Escreveu vinte e uma Cartas Pastorais e inúmeras cartas circulares. Soube conduzir a igreja de São Paulo na difícil transição do Império para a República. Teve sucesso na sua reforma da diocese, conseguindo aproximá-la do modelo romano desejado e mudando a mentalidade do clero.

Ordenações Episcopais

Dom Lino Deodato foi o principal sagrante dos seguintes bispos:

  • Dom Antônio Cândido de Alvarenga
  • Dom José Pereira da Silva Barros
  • Dom Joaquim José Vieira
  • Dom Manuel dos Santos Pereira

Fonte: Wikipédia

Torresmo

BRASIL JOSÉ CARLOS QUEIROLO
(78 anos)
Ator e Palhaço

* Espírito Santo do Pinhal, SP (04/04/1918)
+ São Paulo, SP (19/08/1996)


Torresmo nasceu no circo de seus pais e tios, o Circo Irmãos Queirolo, que excursionava pelo interior de São Paulo. Seu pai, José Carlos Queirolo (conhecido como palhaço Chicharrão — do espanhol Chicharrón, "torresmo") era uruguaio, e sua mãe, Graciana Cassano Queirolo, atriz, era argentina.

Na infância, era chamado de Chicharrãozinho. Estudou no Colégio Caetano de Campos e no Colégio Ipiranga. Viajou com o circo por todo o Brasil e em alguns outros países.

Foi também cantor de tangos e tocava saxofone e violino.

Estréia no Circo

Em 1943, a família se mudou para o Rio de Janeiro, e Torresmo foi trabalhar no Teatro Recreio, a convite de Jardel Jercolis. No ano seguinte, voltou a São Paulo e, em Ibirarema, se casou com Otília Piedade, com quem viveria por toda a vida. Desse casamento, vieram os filhos Gladismary e Brasil José Carlos, o futuro palhaço Pururuca. Nesse período, até 1949, trabalhou em rádios de Adamantina e Lucélia.

Depois, foi trabalhar no Circo Alcebíades, do pai do amigo Fuzarca, com quem fez dupla cômica e se apresentava antes da dupla principal: os palhaços Piolim e Arrelia.

A família Queirolo faria outros palhaços, como Chic-Chic, Otelo Queirolo e seus filhos.

Finalmente, a Televisão

Em 1950, Torresmo passou a morar no bairro do Mandaqui, na cidade de São Paulo. Era a época do início da televisão no Brasil, e Torresmo acreditou em seu sucesso. Apresentou-se no programa de Luiz Gonzaga, no Cine-Teatro Odeon, e seu talento foi reconhecido por um produtor da TV Tupi, Humberto Simões, na época famoso como ventríloco, que o levou ao diretor Cassiano Gabus Mendes.

Sua estréia na televisão foi no Dia das Crianças (12 de outubro) de 1950. Desde então, não saiu mais da TV, e trabalhou em programas infantis de todos as emissoras da época, incluindo Zás Trás na TV Paulista, apresentado por Márcia Cardeal. Trabalhou em outros programas: Calouros Mepacolan, Gurilândia, Recreio do Torresmo na TV Cultura, Torresmolândia na TV Excelsior, Tic-Tac e Pururuca na TV Bandeirantes, Gincana Kibon na TV Record e muitos outros, até 1964.

Em 1964, morreu seu parceiro, Albano (Fuzarca), e ele passou a se apresentar com seu filho Pururuca, então com apenas 15 anos.

O programa O Grande Circo, com Pururuca e mais os palhaços Chupeta, Chupetinha, Pimentinha e outros, ficou no ar de 1973 a 1982, na TV Bandeirantes, levando o mundo circense à televisão.

Em 1983, retirou-se para tratamento de saúde em Mairiporã, e Pururuca passou a cuidar de seu restaurante, na Serra da Cantareira.

Em 1987, Torresmo voltou à TV e passou a apresentar o Programa Bombril, ainda da TV Bandeirantes.

Torresmo trabalhou na televisão durante 30 anos, período em que gravou 80 discos infantis.

Seu bordão favorito era:

- Assim eu não aguento! (e a criançada respondia: - Agueeeeeentaaaaa!)

Reconhecimento

Torresmo foi condecorado com a Medalha Anchieta e recebeu um Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo, conferido pela câmara dos vereadores.

Em 1982, recebeu o título de Pinhalense Emérito da câmara municipal de Espírito Santo do Pinhal.

A TV Bandeirantes lhe daria o Troféu Bandeirantes.

Filmografia

  • 1981 - Partidas Dobradas
  • 1979 - O Todo-Poderoso
  • 1954 - Falcão Negro
  • As Aventuras de Berloque Kolmes
  • TV de Vanguarda


Fonte: Wikipédia

Franklin Távora

JOÃO FRANKLIN DA SILVEIRA TÁVORA
(46 anos)
Advogado, Jornalista, Político, Romancista e Teatrólogo

* Baturité, CE (13/01/1842)
+ Rio de Janeiro, RJ (18/08/1888)

Filho de Camilo Henrique da Silveira Távora e de Maria de Santana, em 1844 transferiu-se com os pais para Pernambuco. Fez preparatórios em Goiana e Recife, em cuja Faculdade de Direito matriculou-se em 1859, formando-se em 1863.

Em Recife viveu até 1874, tendo sido funcionário público, deputado provincial e advogado, com breve intervalo em 1873 no Pará, como secretário de governo. Em 1874, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi funcionário da Secretaria do Império.

Iniciou o romantismo de caráter regionalista no Nordeste. Uma de suas obras mais marcantes é "O Cabeleira", romance passado em Pernambuco do século XVIII. Foi crítico ferrenho de outros grandes autores brasileiros, como José de Alencar.

Homenageado pela Academia Brasileira de Letras, é o patrono da cadeira 14, escolhido por Clóvis Beviláqua.

Obras

Fase Literária Recifense
  • 1861 - Trindade Maldita (Contos)
  • 1862 - Os Índios do Jaguaribe (Romance)
  • 1866 - A Casa de Palha (Romance)
  • 1869 - Um Casamento no Arrabalde (Romance)
  • 1862 - Um Mistério de Família (Drama)
  • 1870 - Três Lágrimas (Drama)

Fase Carioca
  • 1871 - Cartas de Semprônio a Cincinato (Crítica)
  • 1876 - O Cabeleira (Romance - Considerado um de seus melhores livros)
  • 1878 - O Matuto (Crônica)
  • 1878 - Lourenço (Romance)
  • 1878 - Lendas e Tradições do Norte (Folclore)
  • 1879 - O Sacrifício (Romance)

Fonte: Wikipédia

Marquês de Itanhaém

MANUEL INÁCIO DE ANDRADE SOUTO MAYOR PINTO COELHO
(85 anos)
Militar, Político, Juiz e Proprietário Rural

☼ Marapicu, RJ (05/05/1782)
┼ Rio de Janeiro, RJ (17/08/1867)

Manuel Inácio de Andrade Souto Mayor Pinto Coelho, o Marquês de Itanhaém, foi um militar, político e proprietário rural brasileiro nascido em Marapicu, RJ, no dia 05/05/1782.

Foi primeiro e único barão com grandeza e Marquês de Itanhaém, no Brasil, e primeiro barão do mesmo título, em Portugal.

Manuel Inácio nasceu na Fazenda de Marapicu, pertencente ao seu pai, o brigadeiro do exército português Inácio de Andrade Souto Mayor. Durante sua carreira militar, foi apontado general e conquistou várias medalhas e comendas entre elas a Grã-Cruz da Legião de Honra da França.

Tendo estudado direito, tornou-se juiz. Ele falava ao menos cinco línguas.

Tutor da Família Imperial

Manuel Inácio foi feito Barão de Itanhaém tanto por Portugal quanto pelo Brasil. Recebeu primeiramente o título de Dom João VI, por decreto de 03/05/1819. Depois o foi por Dom Pedro I, por decreto de 01/12/1822, em gratidão à sua lealdade ao Império. Ainda em 1822, serviu como alferes-mor na sagração e coroação de Dom Pedro I, que, aos 12/10/1826, o titulou Marquês de Itanhaém.

Com a prisão de José Bonifácio em 1834, o marquês substituiu-o como tutor do jovem Dom Pedro de Alcântara, então com 8 anos. Tutor do príncipe regente, ele residia em um quarto do Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro.

Manuel Inácio de Andrade, marquês de Itanhaém, com sua esposa e netos
Casamentos

Aos 25 anos, o Marquês de Itanhaém desposou, por procuração de sua família, sua prima, Teodora Egina Arnaut. Sua esposa morreu em 1828, depois de uma união insossa de quase 21 anos.

Aos 49 anos, o marquês casou-se com Francisca Matilde, de 30 anos. Com a morte de Francisca no ano seguinte, Manuel Inácio casou-se, menos de seis meses depois, com a cunhada, Joana Severina. Assim como a irmã, ela morreu aos 30 anos, seis meses depois.

Em 05/07/1834, na capela da casa de uma amiga na Rua da Quitanda, o Marquês de Itanhaém, com 52 anos, idade elevada na época em que homens morriam aos 40 anos, casou-se secretamente com Maria Angelina Beltrão, uma pobre faxineira lisboeta de 29 anos. Maria Angelina o acordava todas as manhãs cedo no palácio, sempre limpando seu quarto. Em junho daquele ano, depois de uma conversa, o Marquês pediu sua mão em casamento, e ela, surpresa, aceitou.

No mesmo ano ainda, o Marquês candidatou-se ao Senado por Minas Gerais. Para ser eleito, exigiu sigilo de seu quarto casamento. Maria Angelina continuou a trabalhar como faxineira do palácio, sem que ninguém soubesse de suas relações com ele. A farsa continuou mesmo com a vitória do Marquês, mas chegou ao fim no início de 1835, quando revelou seu casamento secreto a Dom Pedro II e a gravidez de Maria Angelina.

O Imperador aceitou a união entre os dois e, inclusive, permitiu que o primogênito do casal, Manuel Inácio, fosse batizado na capela imperial do palácio, em 25/05/1835. A cerimônia contou com a presença das principais famílias nobres do Império.

Manuel Inácio faleceu no Rio de Janeiro, RJ, no dia 17/08/1867, aos 85 anos. Maria Angelina viria a falecer exatamente um mês depois, em 17/09/1867, aos 62 anos.

Fonte: Wikipédia

Pedro Ludovico

PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA
(87 anos)
Político

* Cidade de Goiás - Goiás Velho, GO (23/10/1891)
+ Goiânia, GO (16/08/1979)

Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1915). Um dos líderes da Revolução de 1930 em Goiás, interventor federal no estado (1930-1933) e governador de 1935 a 1937, foi responsável direto pela mudança da capital da Cidade de Goiás para Goiânia.

Pedro Ludovico Teixeira, político goiano, fazia parte do núcleo de oposição em Goiás que se esboçava em Rio Verde, Inhumas e Anápolis, contra o poderio político dos Caiado.

Pedro Ludovico reuniu um grupo de 120 voluntários de Goiás e Triângulo Mineiro com a intenção de invadir o sudoeste goiano. Perto de Rio Verde, Pedro Ludovico foi preso pelas tropas caiadistas (04/10/1930), sendo solto logo que chegou a notícia em Goiás da vitória da revolução.

O objetivo político do governo de Pedro Ludovico era impulsionar a ocupação do Estado de Goiás, direcionando os excedentes populacionais para os espaços demográficos vazios na tentativa de aumentar a produção econômica.

A implantação de tal projeto só seria possível com a garantia de uma infra-estrutura básica ligando a região Centro-Oeste a região Sul do Brasil.

As Medidas Adotadas Por Pedro Ludovico

  1. Mudança da capital
  2. Construção de estradas internas
  3. Reforma agrária
  4. Marcha para o Oeste
A pedra fundamental da cidade de Goiânia foi lançada em 3 de outubro de 1933 como homenagem aos 3 anos do início da Revolução de 1930.

Pedro Ludovico foi Deputado Constituinte da Constituição de 1946.

Interventor federal pela segunda vez (1937-1945) e governador eleito (1951-1954), além de ser senador eleito por duas vezes (1955-1962 e 1962-1970), em 1968, estava na vice-presidência do Senado Federal quando teve o mandato cassado e suspensos seus direitos políticos por dez anos, em 1969 pelo AI-5.

A antiga Rua 26, atualmente Rua Dona Gersina Borges, abriga uma casa que faz parte da história do povo goiano. Lá morou o fundador da capital, Pedro Ludovico Teixeira que iniciou sua construção em 1934, tendo concluído a obra em 1937. A arquitetura em Art-Déco, em voga na época, marca o prédio até hoje conservado assim como o deixou seu proprietário.

Tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual foi transformada em museu em 1987. Distribuído por toda residência está o acervo, constituído de 1836 peças. São porcelanas, mobiliário, vestuário, cristais e objetos de uso pessoal. Dois mil livros e oitocentos documentos originais datados dos anos vinte até a década de setenta, compőem a biblioteca particular de Pedro Ludovico. O acervo iconográfico contém um mil, cento e quarenta e duas fotos, formando importante registro histórico.

Fonte: Wikipédia

Denis Brean

AUGUSTO DUARTE RIBEIRO
(52 anos)
Compositor, Jornalista e Radialista

* Campinas, SP (28/02/1917)
+ São Paulo, SP (16/08/1969)

Jovem ainda, interessou-se por música, formando com seus colegas do Colégio Ateneu Paulista, de Campinas, o Conjunto do Duarte, que tocava em festinhas.

Em 1934 mudou-se com a família para São Paulo, passando a trabalhar como escriturário. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo mas não chegou a fazer o curso, preferindo dedicar-se ao jornalismo. Dois anos depois, sua música Poesia da Uva obteve o primeiro prêmio na Festa da Uva de Jundiaí, gravada por Ciro Monteiro, em disco não comercial.

Em 1937, o Grupo X lançou em disco seu samba Brazilian Clipper, pela gravadora Columbia, e no ano seguinte, pela mesma gravadora, O Modelo de Beleza.

Em 1944 lançou a valsa carnavalesca No Tempo da Onça, gravada com enorme sucesso por Carlos Galhardo na RCA Victor. Mas seu maior sucesso foi obtido com Boogie-Woogie Na Favela, gravado por Ciro Monteiro em 1945 na gravadora RCA Victor, regravado nos anos seguintes por Zacarias e Sua Orquestra e pelos Anjos do Inferno, respectivamente.

Ainda em 1947, seu samba Bahia com H foi gravado com sucesso por Francisco Alves na gravadora Odeon.

Formou com Osvaldo Guilherme, que já conhecia há quatro anos, uma parceria que ia produzir dezenas de músicas, sendo a primeira Onde Há Fumaça, Há Fogo, gravada em 1947 por Joel e Gaúcho, tendo no outro lado do disco o sucesso Boogie-Woogie do Rato (de sua autoria). Na época, era um dos poucos compositores paulistas que gravavam no Rio de Janeiro.

Em 1950 compôs, com Raul Duarte, a toada Marrequinha, gravada por Isaura Garcia. Compôs ainda La Vie En Samba (com Blota Júnior), gravado na Odeon por Dircinha Batista (1951), a mesma cantora que lançou o baião Mambo Não (com Luiz Gonzaga), lançando no ano seguinte a marcha Grande Caruso (com Osvaldo Guilherme), grande sucesso carnavalesco, interpretado por João Dias.

Trabalhou ainda como jornalista em São Paulo, no City News, Shopping News, Diário de São Paulo (sob o pseudônimo de Ribeiro Maia) e finalmente em A Gazeta Esportiva, onde permaneceu por mais de vinte anos.

Foi produtor de rádio, televisão e discos, tendo lançado na Odeon, entre outros, Hebe Camargo e Mário Genari Filho.

Na CBS produziu o LP Brasil na Copa do Mundo (1958), com os principais gols da Seleção Brasileira e seis músicas de sua autoria e Osvaldo Guilherme: Aquarela da Vitória, Brasil, Campeão do Mundo, Copa Que Pedimos a Deus, Futebol em Tempo de Samba, Os Reis do Futebol e Vingamos o Maracanã.

O grupo Simonetti e Sua Orquestra gravou pela RGE um LP só com músicas suas, entre as quais Bahia com H, A Moda de Cavaquinho, Boogie-Woogie na Favela, Festa do Samba e Moleque Teimoso.

Morreu vítima de Leucemia na Santa Casa de Misericórdia.

Fonte: Letras.com.br, Pró-Memória de Campinas e Projeto VIP

Geraldo José

GERALDO JOSÉ DE ALMEIDA
(57 anos)
Radialista e Locutor Esportivo

* São Paulo, SP (12/03/1919)
+ São Paulo, SP (16/08/1976)

Foi um narrador esportivo e radialista brasileiro. Criador de um estilo próprio de locução esportiva, Geraldo José conquistou a fama entre os admiradores do gênero. A partir de 1954, acompanhou a Seleção Brasileira de Futebol em Copas do Mundo até 1974.

Começou sua carreira aos 17 anos na Rádio Record (São Paulo), ao vencer um concurso público realizado pela emissora, trabalhando junto com Murilo Antunes Alves, onde permaneceu vinte e oito anos na emissora. Como era menor de idade, o contrato profissional foi assinado pelo pai. Torcedor do São Paulo Futebol Clube, Geraldo não escondia sua paixão durante as transmissões.

Por um curto período, trabalhou na Rádio Panamericana (hoje Rádio Jovem Pan, de São Paulo) e na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Fez também duas rádionovelas na Rádio São Paulo e voltou para a Rádio Record.

De 1954 até 1966, Geraldo José de Almeida transmitiu todas as copas do mundo por rádio. A partir de 1954, passou a apresentar ao lado de Raul Tabajara o programa Mesa Redonda, que marcou época na história esportiva de São Paulo.

Em 1968, foi para a Rádio Excelsior, e logo em seguida para a TV Excelsior, iniciando ali sua carreira na televisão brasileira. Na Rede Excelsior fez dupla com o comentarista Mario Moraes.

Dois anos depois, foi para a Rede Globo, onde passou a ser conhecido nacionalmente. Fazendo dupla com o comentarista João Saldanha, Geraldo marcou sua carreira com a atuação na Copa do México, criando expressões como "Linda! Linda! Linda!", "Que que é isso, minha gente!", "Mata no peito e baixa na terra!", "Ponta de bota" e "Seleção Canarinho do Brasil". Também chamava os jogadores de maneira peculiar: Pelé era o "Craque Café", Rivellino o "Garoto do Parque" e Tostão de "Mineirinho de Ouro".

O duo Almeida-Saldanha se repetiu na Copa da Alemanha em 1974, mas em seguida, Geraldo José saiu da Rede Globo e ficou dois anos em Porto Alegre, onde trabalhou na Rádio Difusora e na TV Difusora (atual afiliada da Rede Bandeirantes na cidade).

Foi ainda presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo. Sua gestão foi marcada pela criação do jantar comemorativo, logo em seu primeiro ano comandando a entidade.

Em 1976 voltou para São Paulo, para a Rede Record, onde trabalhou de abril a julho. O último grande evento narrado por Geraldo José de Almeida foi os Jogos Olímpicos de Montreal naquele mesmo ano. Faleceu um mês depois aos 57 anos.

Casado com Consuelo, teve quatro filhos. Um deles, Luís Alfredo, seguiu seus passos como narrador esportivo.

Em homenagem ao narrador, o Ginásio do Ibirapuera leva o nome de Ginásio Estadual Geraldo José de Almeida.

Fonte: Wikipédia

Orestes Barbosa

ORESTES BARBOSA
(73 anos)
Jornalista, Cronista, Poeta, Escritor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (07/05/1893)
+ Rio de Janeiro, RJ (15/08/1966)

Filho do major Caetano Lourenço da Silva Barbosa e de Maria Angélica Bragança Dias Barbosa, nasceu em Aldeia Campista, bairro perto de Vila Isabel. A família morou na Ilha de Paquetá e, quando ele tinha sete anos, foi para o bairro da Gávea.

Aprendeu a ler, nos jornais e letreiros de bonde, com Clodoaldo Pereira de Moraes, pai de Vinicius de Moraes. Nessa época começou a se interessar por violão e com dez anos já sabia tocar.

Durante a infância, a família viveu em dificuldades financeiras e somente aos doze anos entrou numa escola, o Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, onde aprendeu o ofício de revisor.

Em 1907 o menino, que já fazia alguns versos, conseguiu seu primeiro emprego como revisor no jornal O Século, dirigido por Ruy Barbosa.

Depois de algum tempo, deu início a uma longa militância jornalística, que se estenderia ao Diário de Notícias, O Imparcial, A Folha, A Crítica, A Manhã, A Gazeta e A Notícia. Estreou como poeta em 1917 com o livro de versos Penumbra Sagrada.

Em 1920 foi a Portugal, onde entrevistou Teófilo Braga, estando também com Guerra Junqueiro pouco antes da morte deste.


Como jornalista, incluía-se entre os que criticavam os acontecimentos e as autoridades da época, com destemor e ironia. Seus artigos levaram-no várias vezes à prisão, sendo que a primeira ocorreu em 1921, por haver denunciado o Grêmio Euclides da Cunha como aproveitador dos direitos autorais do patrono.

Nesse mesmo ano publicou seu primeiro livro de crônicas-reportagens, na prisão, que contava histórias de dentro do cárcere. Ainda em 1921 apareceu Água-Marinha, seu segundo livro de poesias.

Mais ou menos em 1925, quando ainda existiam só três rádios no Rio de Janeiro - Rádio Sociedade, Rádio Clube do Brasil e Rádio Mayrink Veiga -, foi um dos primeiros a manter uma coluna radiofônica no jornal A Manhã.

Durante a presidência de Artur Bernardes (1922-1926), esteve novamente preso, mas escrevendo sempre: Bam-bam-bam (1923), Portugal de Perto! (1923), O Português no Brasil (1925), O Pato Preto (1927), todos em prosa.

Estreou como letrista em 1930, com a música Bangalô (com Osvaldo Santiago), gravada por Alvinho na Odeon (1931). Nesse mesmo ano, duas músicas suas, em parceria com J. Tomás, foram gravadas na RCA Victor: o fox Flor do Asfalto e o samba Carioca, por Castro Barbosa.

Ainda em 1931, cantou pela primeira vez em disco, Nega, Meu Bem (Heitor dos Prazeres), na Parlophon, e em 1933 sua marchinha As Lavadeiras (com Nássara), na Columbia.

Por essa época, com a colaboração de Nássara, fundou A Jornada, jornal que durou seis meses e que tinha como epígrafe "Não quero saber quem descobriu o Brasil, quero saber quem é que bota água no leite". As pautas mais constantes eram da língua brasileira e campanhas contra a Light.


Foi influenciado por suas críticas que Noel Rosa compôs o samba Não Tem Tradução (1933), em que faz referência às particularidades próprias do idioma falado no Brasil.

Em 1933, com Noel Rosa, fez o samba Positivismo, gravado pelo próprio Noel na Columbia. Com Nássara fez Caixa Econômica, samba gravado por João Petra de Barros e Luís Barbosa, na RCA Victor.

Ainda nesse ano a Livraria Educadora, do Rio de Janeiro, editou Samba, livro de crônicas que, em estilo telegráfico, registra a ascensão do samba urbano.

Assíduo freqüentador do Café Nice, foi parceiro de grandes compositores, como Custódio Mesquita, Nonô, Noel Rosa, Francisco Alves, Wilson Batista e, seu parceiro mais constante, Sílvio Caldas, com quem compôs valsas e canções que marcaram época na música popular e firmaram a fama de seresteiro do cantor.

Francisco Alves gravou em 1934, na Odeon, a marcha Há Uma Forte Corrente Contra Você, e na RCA Victor A Mulher Que Ficou na Taça, a valsa Romance e a canção Adeus (todas em parceria com Francisco Alves). Nesse mesmo ano, compôs com Nonô a canção Olga, gravada por Castro Barbosa na Odeon. Ainda em 1934, Sílvio Caldas gravou na RCA Victor Serenata e, no ano seguinte, na Odeon, a valsa-canção Quase Que Eu Disse (ambas com o cantor).

De 1934 é Santa dos Meus Amores, valsa registrada na RCA Victor por Sílvio Caldas, que no ano seguinte gravou na Odeon Torturante Ironia.

Em 1937 gravou, também na Odeon, Arranha-Céu e Chão de Estrelas, hoje antológica. Em 1938 Sílvio Caldas gravou pela Columbia a valsa Suburbana, outra grande criação da dupla. Ainda nesse ano compuseram A Única Rima, gravada mais tarde por Sílvio Caldas.

Além das letras para valsas e canções, ponto forte de sua obra, fez ainda letras para sambas de outros parceiros: com Ataulfo Alves fez O Negro e o Café, que o próprio Ataulfo Alves gravou na RCA Victor em 1945. Com Custódio Mesquita, o samba-choro Flauta, Cavaquinho e Violão, gravado por Aracy de Almeida na Odeon em 1946. Com Wilson Batista, Cabelo Branco, gravado por Carlos Galhardo na RCA Victor em 1946, e Abigail, gravado por Orlando Silva na Odeon em 1947. Com Valzinho compôs Óculos Escuros, gravado em 1955 por Zezé Gonzaga.

Na década de 1970 foi relembrado por Paulinho da Viola, que, no LP Paulinho da Viola, gravado na Odeon em 1971, regravou Óculos Escuros. Em 1974 Macalé gravou Imagens (com Valzinho), em seu LP Aprender a Nadar, pela Philips.


Morte

Faleceu em sua residência às 14:00 hs do dia 15/08/1966 no Rio de Janeiro, em decorrência de uma Trombose Cerebral.