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Mário de Andrade

MÁRIO RAUL DE MORAES ANDRADE
(51 anos)
Poeta, Romancista, Musicólogo, Historiador, Fotógrafo e Crítico de Arte

* São Paulo, SP (09/10/1893)
+ São Paulo, SP (25/02/1945)

Um dos fundadores do modernismo brasileiro, ele praticamente criou a poesia moderna brasileira com a publicação de seu livro Paulicéia Desvairada em 1922. Mário de Andrade exerceu uma influência enorme na literatura moderna brasileira e, como ensaísta e estudioso—foi um pioneiro do campo da etnomusicologia - sua influência transcendeu as fronteiras do Brasil.

Andrade foi a figura central do movimento de vanguarda de São Paulo por vinte anos. Músico treinado e mais conhecido como poeta e romancista, Mário de Andrade esteve pessoalmente envolvido em praticamente todas as disciplinas que estiveram relacionadas com o modernismo em São Paulo, tornando-se o polímata nacional do Brasil. Suas fotografias e seus ensaios, que cobriam uma ampla variedade de assuntos, da história à literatura e à música, foram amplamente divulgados na imprensa da época. Mário de Andrade foi a força motriz por trás da Semana de Arte Moderna, evento ocorrido em 1922 que reformulou a literatura e as artes visuais no Brasil, tendo sido um dos integrantes do Grupo dos Cinco. As idéias por trás da Semana de Arte Moderna seriam melhor delineadas no prefácio de seu livro de poesia Paulicéia Desvairada e nos próprios poemas.

Após trabalhar como professor de música e colunista de jornal, ele publicou seu maior romance, Macunaíma (1928). Mário de Andrade continuou a publicar obras sobre Música Popular Brasileira, poesia e outros temas de forma desigual, sendo interrompido várias vezes devido a seu relacionamento instável com o governo brasileiro.

No fim de sua vida, se tornou o diretor-fundador do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, formalizando o papel que ele havia desempenhado durante muito tempo como catalisador da modernidade artística na cidade e no país.

Primeiros Anos

Mário de Andrade nasceu em São Paulo, cidade onde morou durante quase toda a vida no número 999 da Rua Profª Elaine, onde seus pais, Carlos Augusto de Andrade e Maria Luísa de Almeida Leite Moraes de Andrade também haviam morado.

Durante sua infância foi considerado um pianista prodígio, tendo sido sido matriculado no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo em 1911. Recebeu educação formal apenas em música, mas foi autodidata em história, arte, e especialmente poesia. Dominava a língua francesa, tendo lido Rimbaud e os principais poetas simbolistas francses durante a infância. Embora escrevesse poesia durante todo o período em que esteve no Conservatório, Mário de Andrade não pensava em fazê-lo profissionalmente até que a carreira de pianista profissional deixou de ser uma opção viável.

Em 1913, seu irmão Renato, então com dois anos de idade, morreu de um golpe recebido enquanto jogava fubéca (jogo muito comum na infância mais jogado por meninos, anterior a era dos games. Tambem conhecido como bolinha de gude), o que causou um profundo choque em Mário de Andrade. Ele abandonou o conservatório e se retirou com a família para uma fazenda que possuíam em Araraquara.

Ao retornar, sua habilidade de tocar piano havia sido afetada por um tremor nas mãos. Embora houvesse se formado no Conservatório, ele não se apresentou mais e começou a estudar canto e teoria musical com a intenção de se tornar um professor de música. Ao mesmo tempo, começou a ter um interesse mais sério pela literatura.

Em 1917, ano de sua formatura, publicou seu primeiro livro de poemas, Há uma Gota de Sangue em Cada Poema, sob o pseudônimo de Mário Sobral. O livro contém indícios de uma crescente percepção do autor em relação a uma identidade particularmente brasileira, mas, assim como a maior parte da poesia brasileira produzida na época, o faz num contexto fortemente ligado à literatura européia, especialmente francesa.

Seu primeiro livro Salve Glauco parece não ter tido um impacto significativo, e Mário de Andrade decidiu ampliar o âmbito de sua escrita. Deixou São Paulo e viajou para o campo. Iniciou uma atividade que continuaria pelo resto da vida: o meticuloso trabalho de documentação sobre a história, o povo, a cultura e especialmente a música do interior do Brasil, tanto em São Paulo quanto no Nordeste.

Mário de Andrade também publicou ensaios em jornais de São Paulo, algumas vezes ilustrados por suas próprias fotografias, e foi, acima de tudo, acumulando informações sobre a vida e o folclore brasileiro. Entre as viagens, Mário de Andrade lecionava piano no Conservatório, havendo sido também, conforme relato de Oneyda Alvarenga, aluno de estética do poeta Venceslau de Queirós, sucedendo-o como professor no Conservatório após sua morte em 1921.

Semana de Arte Moderna

Ao mesmo tempo que Mário de Andrade efetuava seu trabalho Salve o Glauco, estava pesquisando. Como pesquisador do Folclore Brasileiro, fez amizade com um grupo de jovens artistas e escritores de São Paulo que, como ele, estavam interessados no modernismo europeu. Alguns deles mais tarde integrariam o chamado Grupo dos Cinco, composto por ele próprio, os poetas Oswald de Andrade (sem relação de parentesco com Mário de Andrade, apesar da coincidência de nomes) e Menotti Del Picchia, além das pintoras Tarsila do Amaral e Anita Malfatti.

Malfatti havia visitado a Europa nos anos anteriores à Primeira Guerra Mundial, e introduziu o expressionismo em São Paulo.

Em 1922, ao mesmo tempo que preparava a publicação de Pauliceia Desvairada, Mário de Andrade trabalhou com Anita Malfatti e Oswald de Andrade na organização de um evento que se destinava a divulgar as obras deles a uma público mais vasto: a Semana de Arte Moderna, que ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922. Além de uma exposição de pinturas de Anita Malfatti e de outros artistas associados ao Modernismo, durante esses dias foram realizadas leituras literárias e palestras sobre arte, música e literatura. Mário de Andrade foi o principal organizador e um dos mais ativos participantes do evento, que, apesar de ser recebido com ceticismo, atraiu uma grande audiência. Mário de Andrade, na ocasião, apresentou o esboço do ensaio que viria a publicar em 1925, a A Escrava Que Não É Isaura.

Os membros do Grupo dos Cinco continuaram trabalhando juntos durante a década de 1920, período durante o qual a reputação deles cresceram e as hostilidade por às suas inovações estéticas foram gradualmente diminuindo. Mário de Andrade sapateou, por exemplo, na Revista de Antropofagia, fundada por Alexandre de Andrade, em 1928. Mario de Andrade e Alexandre de Andrade foram os principais impulsionadores do movimento modernista brasileiro, de acordo com Paulo Mendes de Almeida, que era amigo de ambos.

Missão de Pesquisas Folclóricas

Em 1935, durante uma era de instabilidade do governo de Getúlio Vargas, organizou, juntamente com o escritor e arqueólogo Paulo Duarte, um Departamento de Cultura para a unificação da cidade de São Paulo (Departamento de Cultura e Recreação da Prefeitura Municipal de São Paulo), onde Mário de Andrade se tornou diretor.

Em 1938 Mário de Andrade reuniu uma equipe com o objetivo de catalogar músicas do Norte e Nordeste brasileiros.

Tinha como objetivo declarado, de acordo com a ata da sua fundação, "conquistar e divulgar para todo país a cultura brasileira". O âmbito de aplicação do recém-criado Departamento de Cultura foi bastante amplo: a investigação cultural e demográfica, como construção de parques e recreações, além de importantes publicações culturais.

Exerceu seu cargo com a ambição que o caracterizava: ampliar seu trabalho sobre música e folclore popular, ao mesmo tempo organizar exposições e conferências. As missões resultaram um vasto acervo registrados em vídeo, áudio, imagens, anotações musicais, dos lugares percorridos pela Missão de Pesquisas Folclóricas, o que pode ser considerado como um dos primeiros projetos multimédia da cultura brasileira. O material foi dividido de acordo com o caráter funcional das manifestações: músicas de dançar, cantar, trabalhar e rezar. Trouxe sua coleção fonográfica cultura para o Departamento de Cultura, formando uma Discoteca Municipal, que era possivelmente as melhores e maiores reunidas no hemisfério.

Em um marco do Departamento de Cultura, Claude Lévi-Strauss, então professor visitante da Universidade de São Paulo, realizou pesquisas. Outro grande evento foi a Missão de Pesquisas Folclóricas, que em 1938 visitou mais de trinta localidades em seis estados brasileiros em busca de material etnográfico, especialmente na música. A missão foi interrompida, quando, em 1938, pouco depois de instaurado o Estado Novo (do qual era contrário), por Getúlio Vargas, Mário de Andrade demitiu-se do departamento.

Mário de Andrade também foi um dos mentores e fundadores do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, junto com o advogado Rodopiando de Melo Franco de Andrade. Limitações de ordem política e financeira impediram a realização desse projeto (que seria caracterizado por uma radical investida no inventário artístico e cultural de todo o país), restringindo as atribuições do instituto, fundado em 1927, à preservação de sítios e objetos históricos relacionados a fatos políticos históricos e ao legado religioso no país.

Mudou-se para o Rio de Janeiro para tomar posse de um novo posto na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde dirigiu o Congresso da Língua Nacional Cantada, um importante evento folclórico e musical. Em 1941 retornou para São Paulo e voltou ao antigo posto do Departamento de Cultura, apesar de não trabalhar com a mesma intensidade que antes.

Mário de Andrade morreu em sua residência em São Paulo devido a um Infarto Agudo do Miocárdio, em 25 de fevereiro de 1945, quando tinha 51 anos.

Dadas as suas divergências com o regime, não houve qualquer reação oficial significativa antes de sua morte. Dez anos mais tarde, porém, quando foram publicados em 1955, Poesias Completas, quando já havia falecido o ditador Getúlio Vargas, começou a consagração de Mário de Andrade como um dos principais valores culturais no Brasil. Em 1940 foi dado o seu nome à Biblioteca Municipal de São Paulo.

Apenas 50 anos após a morte do escritor a questão da sexualidade de Mário de Andrade foi abordada em livro por Moacir Werneck de Castro, que referiu que na sua roda de amigos não se suspeitava que fosse homossexual, "supunhamos que fosse casto ou que tivesse amores secretos. Se era ou não, isso não afeta a sua obra, nem seu caráter".

E só em 1990, o seu amigo Antônio Cândido se referiu directamente ao assunto: "O Mário de Andrade era um caso muito complicado, era um bissexual, provavelmente".

O episódio do rompimento de relações com Oswald de Andrade é hoje largamente citado: Oswald de Andrade ironizou que Mário de Andrade se "parecia com Oscar Wilde por detrás" e referia-se a ele como "Miss São Paulo".

No entanto, persiste fortemente nos meios acadêmicos um "silêncio" sobre o assunto, como se a discussão sobre a sexualidade do "pai" da cultura brasileira pudesse manchar o património genético intelectual brasileiro.

Obras Publicadas

1917 - Há uma Gota de Sangue em Cada Poema
1922 - Pauliceia Desvairada
1925 - A Escrava Que Não é Isaura
1926 - Losango Cáqui
1926 - Primeiro Andar
1927 - O Clã do Jabuti
1927 - Amar, Verbo Intransitivo
1928 - Ensaios Sobra a Música Brasileira
1928 - Macunaíma
1929 - Compêndio da História da Música, 1929
1930 - Modinhas Imperiais
1930 - Remate de Males
1933 - Música, Doce Música
1934 - Belasarte
1935 - O Aleijadinho de Álvares de Azevedo
1935 - Lasar Segall
1941 - Música do Brasil
1941 - Poesias
1942 - O Movimento Modernista
1943 - O Baile das Quatro Artes
1943 - Os Filhos da Candinha
1943 - Aspectos da Literatura Brasileira
1944 - O Empalhador de Passarinhos
1945 - Lira Paulistana
1947 - O Carro da Miséria
1947 - Contos Novos
1978 - O Banquete (Editado por Jorge Coli)
1989 - Dicionário Musical Brasileiro (Editado por Flávia Toni)
1992 - Será o Benedito!
1995 - Introdução à Estética Musical (Editado por Flávia Toni)

Mário na Cultura Popular

Mário de Andrade já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Paulo Hesse no filme O Homem do Pau-Brasil (1982) e Pascoal da Conceição nas minisséries Um Só Coração (2004) e JK (2006).

Fonte: Wikipédia

Visconde de Taunay

ALFREDO MARIA ADRIANO D'ESCRAGNOLLE TAUNAY
(56 anos)
Nobre, Escritor, Músico, Artista Plástico, Professor, Compositor, Instrumentista, Engenheiro Militar, Político, Historiador e Sociólogo

* Rio de Janeiro, RJ (22/01/1843)
+ Rio de Janeiro, RJ (25/01/1899)

Foi o primeiro e único Visconde de Taunay.

Alfredo Taunay nasceu em uma família aristocrática de origem francesa no Rio de Janeiro. Seu pai, Félix Émile Taunay, era pintor, professor e diretor da Academia Imperial de Belas Artes e seu avô paterno foi o conceituado Nicolas-Antoine Taunay. Sua mãe, Gabriela Hermínia Robert d'Escragnolle Taunay, fora uma dama da alta sociedade brasileira e era irmã do Barão d'Escragnolle e filha do Conde d'Escragnolle.

Família e Educação

Após obter seu bacharelado em literatura no Colégio Pedro II em 1858, aos quinze anos de idade, Taunay estudou física e matemática no Colégio Militar do Rio de Janeiro, tornando-se bacharel em matemática e ciências naturais em 1863.

Casou-se com Cristina Teixeira Leite, filha do Barão de Vassouras, neta do primeiro Barão de Itambé e sobrinha-neta do Barão de Aiuruoca. Seu filho foi o historiador Afonso d'Escragnolle Taunay, membro-fundador da Academia Brasileira de Letras.

Guerra do Paraguai e Carreira Política

Taunay lutou na Guerra do Paraguai como engenheiro militar, de 1864 a 1870. Desta experiência surgiu seu livro "A Retirada da Laguna" (1869).

Após seu retorno ao Rio de Janeiro, Taunay lecionou no Colégio Militar do Rio de Janeiro e iniciou simultaneamente sua carreira como político do Segundo Império.

Atingiu o posto de major em 1875. Foi eleito para a Câmara dos Deputados pela Província de Goiás em 1872, cargo para o qual seria reeleito três anos mais tarde.

No dia 26 de abril de 1876, foi nomeado presidente da Província de Santa Catarina. Assumiu o cargo de 7 de junho de 1876 a 2 de janeiro de 1877, quando o passou ao vice-presidente Hermínio Francisco do Espírito Santo, que presidiu a província por apenas um dia. Em 1 de janeiro de 1877, durante seu mandato como presidente, ele havia inaugurado, no Largo do Palácio, atual Praça Quinze de Novembro, o monumento aos heróis catarinenses da Guerra do Paraguai.

Inconformado com a queda do Partido Conservador, Taunay retirou-se da vida política em 1878, deixando o país para estudar, durante dois anos, na Europa.

Em 1881 é eleito deputado pela Província de Santa Catarina e, em 1885, nomeado presidente da Província do Paraná. Em Curitiba, foi um dos responsáveis pela criação do primeiro parque da cidade, o Passeio Público, inaugurado em 2 de maio de 1886 (véspera do dia da entrega do cargo).

Exerceu tal cargo até 3 de maio de 1886. Neste ano, torna-se senador por Santa Catarina, tendo sido escolhido de uma lista tríplice pelo Imperador em 6 de setembro de 1886, sucedendo Jesuíno Lamego da Costa.

Recebeu o título nobiliárquico de Visconde de Taunay de Dom Pedro II em 6 de setembro de 1889. Com a Proclamação da República naquele mesmo ano, Taunay deixou a política para sempre.

Carreira Literária e Artística

Crítico das influências da literatura francesa, Taunay buscava promover a arte brasileira no exterior. No dia 21 de agosto de 1883 propõe à Câmara dos Deputados a autorização de uma soma para a realização de uma sinfonia por Leopoldo Miguez em Paris, nos Concerts-Collone. Anteriormente fora responsável pela promoção de Carlos Gomes no exterior.

Taunay foi um autor prolífico, produzindo ficção, sociologia, música (compondo e tocando) e história. Na ficção, a obra Inocência é considerada pelos críticos como seu melhor livro.


Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, criou a Cadeira nº 13, que tem como patrono Francisco Otaviano.

Faleceu Diabetico no dia 25 de janeiro de 1899.

Joaquim Nabuco

JOAQUIM AURÉLIO BARRETO NABUCO DE ARAÚJO
(60 anos)
Político, Diplomata, Historiador, Jurista, Abolicionista e Jornalista

* Recife, PE (19/08/1849)
+ Washington, EUA (17/01/1910)

Foi um político, diplomata, historiador, jurista e jornalista brasileiro formado pela Faculdade de Direito de São Paulo. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.

Foi um dos grandes diplomatas do Império, além de orador, poeta e memorialista. Além de O Abolicionismo, Minha Formação figura como uma importante obra de memórias, onde se percebe o paradoxo de quem foi educado por uma família escravocrata, mas optou pela luta em favor dos escravos.

Joaquim Nabuco diz sentir "saudade do escravo" pela generosidade deles, num contraponto ao egoísmo do senhor. "A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil", sentenciou.

"O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade."  
(Joaquim Nabuco)

Biografia

Filho do jurista e político baiano, senador do Império, José Tomás Nabuco de Araújo Filho (Juiz dos rebeldes da Revolução Praieira), e de Ana Benigna de Sá Barreto Nabuco de Araújo (filha de Francisco de Sá Barreto, primo de Francisco Pais Barreto, neto do senador José Tomás Nabuco de Araújo).

Desposou Evelina Torres Soares Ribeiro, filha de José Antônio Soares Ribeiro, 1º Barão de Inoã, e neta de Cândido José Rodrigues Torres, 1º Barão de Itambi.

Dessa união nasceram: Maurício, que foi diplomata e, como o pai, embaixador do Brasil nos Estados Unidos; Joaquim, que foi sacerdote da Igreja Católica, chegando a ser Monsenhor e Protonotário Papal; Carolina Nabuco, escritora de renome; Mariana e José Tomas, este casado com Maria do Carmo Alvim de Mello Franco Nabuco, filha de Afrânio de Mello Franco, primeiro Ministro das Relações Exteriores do governo de Getúlio Vargas e irmã do jurista, historiador, parlamentar, membro da Academia Brasileira de Letras e Ministro das Relações Exteriores, Afonso Arinos de Melo Franco (1905-1990)

Joaquim Nabuco se opôs de maneira veemente à escravidão, contra a qual lutou tanto por meio de suas atividades políticas e quanto de seus escritos. Fez campanha contra a escravidão na Câmara dos Deputados em 1878 e fundou a Sociedade Antiescravidão Brasileira, sendo responsável, em grande parte, pela abolição da escravatura em 1888.

Após a derrubada da monarquia brasileira retirou-se da vida pública por algum tempo.

Mais tarde serviu como embaixador nos Estados Unidos (1905 - 1910).

Em terras estadunidenses, tornou-se um grande propagador de Os Lusíadas (Luís Vaz de Camões), tendo publicado três conferências em língua inglesa sobre o tema: The Place Of Camões In Litterature, Camões: The Lyric Poet e The Lusiads As The Epic Of Love, mais tarde traduzidas para o português por Artur Bomilcar.

Em 1908 recebeu o grau de doutor em letras pela Universidade Yale, e foi convidado a pronunciar o discurso oficial de encerramento do ano letivo ou dia da colação de grau da Universidade de Chicago, e um discurso oficial na Universidade de Wisconsin, grandes honrarias.

Também passou muitos anos tanto na Inglaterra quanto na França, onde foi um forte proponente do pan-americanismo, presidindo a conferência de Pan-Americanos de 1906.

Joaquim Nabuco foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, tomando assento na cadeira que tem por patrono Maciel Monteiro. Entre os imortais, manteve uma grande amizade com o escritor Machado de Assis, que mantinha até mesmo um retrato de Joaquim Nabuco pendurado na parede de sua residência, e com quem costumava trocar correspondências, que acabaram publicadas.

É homenageado em Campo Grande, MS com o nome de uma importante rua da cidade.

Abolição da Escravatura

Joaquim Nabuco era um monarquista e conciliava essa posição política com sua postura abolicionista. Atribuía à escravidão a responsabilidade por grande parte dos problemas enfrentados pela sociedade brasileira, defendendo, assim, que o trabalho servil fosse suprimido antes de qualquer mudança no âmbito político.

A abolição da escravatura, no entanto, não deveria ser feita de maneira ruptúrica, ou violenta, mas assentada numa consciência nacional dos benefícios que tal resultaria à sociedade brasileira.

Também não creditava a movimentos civis externos ao Parlamento, o papel de conduzir a abolição. Esta só poderia se dar no Parlamento, no seu entender. Fora desse âmbito cabia somente assentar valores humanitários, que fundamentariam a abolição quando instaurada.

Criticou também a postura da Igreja Católica em relação ao abolicionismo, chamando-a de "a mais vergonhosa possível", pois ninguém jamais a viu tomar partido dos escravos. E emendou:

"A Igreja Católica, apesar do seu imenso poderio em um país ainda em grande parte fanatizado por ela, nunca elevou no Brasil a voz em favor da emancipação."

Liberdade Religiosa

Joaquim Nabuco, ao lado de Ruy Barbosa, assumiu posição de destaque na luta pela liberdade religiosa no Brasil que, na época, tinha a Religião Católica como oficial, constituindo-se em um Estado confessional. Assim como Ruy Barbosa, Joaquim Nabuco defendia a separação entre Estado e Religião, bem como a laicidade do ensino público.

Em um discurso proferido em 15 de maio de 1879 que abrangia tanto o tema da educação pública, quanto o da separação entre Estado e Religião, a um aparte de vários deputados, responde:

"Eu desejava concordar com os nobres deputados, em que se deveria deixar a liberdade a todas as seitas. Mas, enquanto a Igreja Católica estiver, diante das outras seitas, em uma situação privilegiada (…), os nobres deputados hão de admitir que (…) ela vai fazer ao próprio Estado, de cuja proteção se prevalece, uma concorrência poderosa no terreno verdadeiramente leigo e nacional do ensino superior. Se os nobres deputados querem conceder maiores franquezas, novos forais à Igreja Católica, então separem-na do Estado."

"É a Igreja Católica que em toda a parte pede a liberdade do ensino superior. Essa liberdade não foi pedida em França pelos liberais; mas pela Igreja. (…) E porque reconheça que o ensino deva ser livre? Não. Aí está o Syllabus que fulmina de excomunhão quem o sustentar". O que ela pretenderia é "a partilha do monopólio para, quando achar-se senhora exclusiva (…), fechar a porta à liberdade e à ciência."

Em um trecho memorável, expressa:

"A Igreja Católica foi grande no passado, quando era o cristianismo; quando nascia no meio de uma sociedade corrompida, quando tinha como esperança a conversão dos bárbaros, que se agitavam às portas do Império minado pelo egoísmo, corrompido pelo cesarismo, moralmente degradado pela escravidão. A Igreja Católica foi grande quando tinha que esconder-se nas catacumbas, quando era perseguida. Mas, desde que Constantino dividiu com ela o império do mundo, desde que de perseguida ela passou a sentar-se no trono e a vestir a púrpura dos césares, desde que, ao contrário das palavras do seu divino fundador, que disse: - O meu reino não é deste mundo, - ela não teve outra religião senão a política, outra ambição senão o governo, a Igreja tem sido a mais constante perseguidora do espírito de liberdade, a dominadora das consciências, até que se tornou inimiga irreconciliável da expansão científica e da liberdade intelectual do nosso século!"

E o orador termina com assegurar que não é inimigo do catolicismo-religião, e sim do "catolicismo-política":

"Não sou inimigo da Igreja Católica. Basta ter ela favorecido a expansão das artes, ter sido o fator que foi na história, ser a Igreja da grande maioria dos brasileiros e da nossa raça, para não me constituir em seu adversário. Quando o catolicismo se refugia na alma de cada um, eu o respeito; é uma religião da consciência, é um grande sentimento da humanidade. Mas do que sou inimigo é desse catolicismo político, desse catolicismo que se alia a todos os governos absolutos, é desse catolicismo que em toda a parte dá combate à civilização e quer fazê-la retroceder."

Por uma ironia, no ano de 2009, em que foi aprovada a lei nº 11.946 que institui o ano de 2010 como Ano Nacional Joaquim Nabuco, foi aprovado um acordo que trata das relações entre o Brasil e o Vaticano e prevê a possibilidade de ensino religioso nas escolas públicas, em franca contradição com as convicções de Joaquim Nabuco.

Interpretação Dinâmica da Constituição

Em discurso pronunciado em 29 de abril de 1879 sobre a então debatida Reforma Constitucional, Joaquim Nabuco expressou a sua visão dinâmica sobre a interpretação constitucional, algo extremamente avançado para a época, e que ainda nos dias de hoje provoca debates, nos seguintes termos:

"A nossa constituição não é imagem dessas catedrais góticas edificadas a muito custo e que representam no meio da nossa civilização adiantada, no meio da atividade febril do nosso tempo, épocas de passividade e de inação; a nossa constituição é pelo contrário de formação natural, é uma dessas formações como a do solo onde camadas sucessivas se depositam; onde a vida penetra por toda a parte, sujeita ao eterno movimento, e onde os erros que passam ficam sepultados sob as verdades que nascem."

Após manifestações de outros deputados, prossegue:

"A nossa constituição não é uma barreira levantada no nosso caminho, não são as tábuas da lei recebidas dos legislador divino e nas quais não se pode tocar porque estão protegidas pelos raios e trovões… Não, senhores."

Após novos apartes de outros deputados, prossegue:

"A nossa constituição é um grande maquinismo liberal, e um mecanismo servido de todos os órgãos de locomoção e de progresso, é um organismo vivo que caminha, e adapta-se às funções diversas que em cada época tem necessariamente que produzir."

Joaquim Nabuco, membro do Partido Liberal, conclui:

"Senhores, era o partido conservador que devia tomar as dores pela constituição e desejar que ela fosse o monumento de uma língua morta, uma espécie de Talmude, cujos artigos pudessem ser opostos uns aos outros pelos interpretes oficiais."

Morte

Joaquim Nabuco faleceu em Washington, como embaixador, após um longo período de doença.

Fonte: Wikipédia

Nelson Werneck Sodré

NELSON WERNECK SODRÉ
(87 anos)
Militar, Historiador e Escritor

* Rio de Janeiro, RJ (27/04/1911)
+ Itu, SP (13/01/1999)

Nelson Werneck Sodré nasceu no Rio de Janeiro, antigo município neutro e então Capital Federal do Brasil, em 27 de abril de 1911. Após estudar em escolas públicas e em alguns internatos, ingressou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, em 1924, e na Escola Militar do Realengo, em 1930. Concluído o curso em 1933, fez a Declaração de Aspirantes em janeiro de 1934 e logo em seguida foi designado para servir no Regimento de Artilharia de Itu, o tradicional Regimento Deodoro.

Sua estréia na grande imprensa ocorreu em 1929, com a publicação do conto "Satânia", premiado pela revista O Cruzeiro.

Em outubro de 1934 começou a colaborar no Correio Paulistano. Dois anos depois tornou-se, em sua própria opinião, "um profissional da imprensa" , passando a assinar o rodapé de crítica literária naquele periódico e a ser remunerado pelos artigos publicados.

Entre 1938 e 1945 publicou algumas centenas de artigos e sete livros: "História da Literatura Brasileira" (1938), "Panorama do Segundo Império" (1939), a segunda edição de "História da Literatura Brasileira" (1940), "Oeste" (1941), "Orientações do Pensamento Brasileiro" (1942), "Síntese do Desenvolvimento Literário no Brasil" (1943), "Formação da Sociedade Brasileira" (1944) e "O Que Se Deve Ler Para Conhecer o Brasil" (1945).

Até o início da década de 1950, Nelson Werneck Sodré teve uma brilhante carreira militar: chegou a ser instrutor na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, onde lecionava História Militar.

Nelson Werneck Sodré com sua mãe.
Em 1951, foi desligado da Escola de Estado-Maior devido às posições políticas que assumiu publicamente: por participar da diretoria do Clube Militar, empenhada na luta pelo monopólio estatal da pesquisa e lavra do petróleo no Brasil, e pela publicação, sob pseudônimo, de um artigo na Revista do Clube Militar, claramente identificado com as posições sustentadas à época pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), em que combatia a participação do Brasil na Guerra da Coréia.

Apesar de suas ligações com o então Ministro da Guerra, general Newton Estillac Leal, que presidira o Clube Militar durante a Campanha do Petróleo, Nelson Werneck Sodré teve de conformar-se em postos de pouco relevo: como oficial de artilharia numa guarnição em Cruz Alta, interior do Rio Grande do Sul e numa Circunscrição de Recrutamento no Rio de Janeiro, lotação considerada punitiva, à época.

Em 25 de agosto de 1961, Nelson Werneck Sodré foi promovido, por antiguidade, a coronel, último posto da carreira militar, no Exército. Em conseqüência, foi designado para o Quartel General da 8ª Região Militar, em Belém, PA. Em sinal de protesto, solicitou a sua passagem para a reserva.

Durante a crise gerada pela renúncia de Jânio Quadros, Nelson Werneck Sodré ficou preso por 10 dias por se se opor à tentativa do golpe que pretendia impedir a posse do vice-presidente eleito, João Goulart. Com a posse de João Goulart, sob o regime parlamentarista, seu pedido de passagem à reserva foi despachado, anulado e, mais uma vez, Nelson Werneck Sodré foi classificado para servir na capital do Pará: agora, numa Circunscrição Militar.

Pela segunda vez, requereu seu afastamento do serviço ativo do Exército e consumou a sua exclusão das fileiras militares.

Nelson Werneck Sodré e Affonso Romano de Sant'Anna, no gabinete deste na Biblioteca Nacional.
No ISEB

No primeiro trimestre de 1954, Nelson Werneck Sodré foi convidado por Alberto Guerreiro Ramos a participar do Instituto Brasileiro de Economia, Sociologia e Política (IBESP), que oferecia cursos, em nível de pós-graduação, no auditório do Ministério da Educação e Cultura.

O IBESP foi, de acordo com Nelson Werneck Sodré, a "fase preliminar do ISEB" , e sua convivência com os "ibespianos" só teve início em 1955, após o seu retorno para o Rio de Janeiro, convidado pelo general Newton Estillac Leal para servir em seu Estado-Maior.

Ao final do governo Café Filho, em 1955, o IBESP passou por uma reformulação que alterou o seu nome para Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB). Como parte de seus integrantes se alinhara à candidatura de Juscelino Kubitschek, e a instituição "(...) não tinha sede nem estrutura, continuou, sob outro título, o novo, aquilo que o IBESP vinha fazendo".

Com o início do governo de Juscelino Kubitschek, em 1956, a estrutura do ISEB foi fortalecida e se tornou mais estável, embora os cursos ainda fossem ministrados no auditório do Ministério da Educação e Cultura. A partir do ano seguinte, o Instituto passaria a ocupar a sede que lhe havia sido destinada, no bairro de Botafogo.

No ISEB, a problemática do desenvolvimento brasileiro delineou, desde o início do governo de Juscelino Kubitschek, a existência de duas tendências: a que sustentava a participação de capitais estrangeiros na economia brasileira para acelerar o ritmo de sua expansão, e a que defendia o caráter autônomo do processo de industrialização no país, admitindo a presença do capital estrangeiro apenas sob o rígido controle do Estado.

Os conflitos provocados entre os adeptos dessas duas orientações causaram a exclusão dos chamados "entreguistas" do ISEB, em 1960. Nelson Werneck Sodré se identificava com a tese do desenvolvimento autônomo de nossa economia. Através de estudos direcionados para a relação entre o Colonialismo e o Imperialismo, para a formação e constituição das classes sociais no Brasil e, em especial, para a discussão de quem seria o povo brasileiro e o papel que poderia desempenhar na luta anti-imperialista, ele orientou a sua produção intelectual para a identificação da classe ou da aliança de classes que poderia encaminhar o processo revolucionário no país.

Nelson Werneck Sodré com José Loureiro e um homem não identificado.
A participação no ISEB também assinalou o retorno de Nelson Werneck Sodré à publicação de livros.

Em 1957 foram lançados "As Classes Sociais no Brasil", curso pronunciado no IBESP em 1954, e "O Tratado de Methuen". Em 1958, foi a vez de "Introdução à Revolução Brasileira". Em 1959, e a pedido de Umberto Peregrino, que dirigia a biblioteca do exército, Nelson Werneck Sodré organizou uma antologia de episódios militares brasileiros, "Narrativas Militares".

Em 1960 veio a público a terceira edição de "História da Literatura Brasileira", uma obra nova que conservou apenas o título de seu livro de estréia, e a segunda edição de "O Que Se Deve Ler Para Conhecer o Brasil", obra de referência que também guardou apenas o nome, quando comparada à edição original.

Em 1961, lançou uma coleção de ensaios, "A Ideologia do Colonialismo". Em novembro desse mesmo ano, no posto de general de brigada do Exército Brasileiro, Nelson Werneck Sodré solicitou a sua transferência para a reserva (ele não chegou a exercer o generalato na ativa). Com sua passagem à reserva,  passou a se dedicar exclusivamente ao trabalho intelectual.

Desde a criação do ISEB, em 1956, até a sua extinção, com o Golpe Militar de 1964, Nelson Werneck Sodré era responsável pelo Curso de Formação Histórica do Brasil. Desse curso resultou, após diversas reformulações, o livro "Formação Histórica do Brasil", publicado em 1962. A interpretação da formação social brasileira apresentada na "Formação Histórica do Brasil" também inspirou a produção de material para-didático destinado a professores do ensino médio, a "História Nova do Brasil", elaborada com a colaboração dos estagiários do Departamento de História do ISEB.

Ainda em colaboração com os estagiários do Departamento de História do ISEB, que se encarregaram da pesquisa, Nelson Werneck Sodré escreveu em poucos dias o livro "Quem Matou Kennedy", lançado em dezembro de 1963, duas semanas após o assassinato do presidente dos Estados Unidos.

O livro "Formação Histórica do Brasil" conheceu uma versão condensada. Suas teses centrais foram expostas em "Evolución Social Y Económica Del Brasil", publicado na Argentina em 1965, mas com data de 1964. A edição brasileira dessa obra foi lançada somente 1988 e reproduz integralmente o texto original. Conserva, inclusive, as notas de rodapé elaboradas pelo tradutor argentino, as quais, no julgamento de Nelson Werneck Sodré, "(...) parecem ruins".

Carta a Nelson Werneck Sodré agradecendo notícias e conselhos.
Após o Golpe de 1964

Duas semanas após o Golpe Militar de 1964, Nelson Werneck Sodré teve os seus direitos políticos cassados por dez anos pela Junta Militar que assumiu o poder. Sofrer a cassação não tinha desdobramentos apenas político-eleitorais. A posterior regulamentação das punições ampliou os seus efeitos, impedindo-o de lecionar e de escrever artigos para a imprensa.

Optou por não se exilar e dedicou-se, nos anos seguintes, a resistir da única forma que lhe parecia ser possível: escrevendo. Como os demais meios de comunicação lhe foram interditados, passou a escrever livros. Escrevendo em período integral, e sem contar a reedições, Nelson Werneck Sodré publicou quatro títulos em 1965: "Ofício de Escritor", "O Naturalismo no Brasil", "As Razões da Independência" e "A História Militar do Brasil".

Também em 1965 começaram a ser apreendidos das livrarias e depósitos das editoras alguns de seus títulos. Além da "História Nova do Brasil", foram recolhidos exemplares de "Quem Matou Kennedy", da "História da Burguesia Brasileira" e de "A História Militar do Brasil". Reeditado em 1968, esse livro foi proibido de circular em 1969 e mais uma vez os exemplares disponíveis nas livrarias e na editora sofreram apreensão. A reedição dessa obra motivou um novo Inquérito Policial Militar contra Nelson Werneck Sodré.

Em 1966, Nelson Werneck Sodré publicou uma obra de referência que vinha preparando há décadas, "História da Imprensa no Brasil".

Em 1967, foram lançadas as "Memórias de um Soldado" e a terceira edição de uma obra de referência que vinha sendo reelaborada a cada vez que era publicada, "O Que Se Deve Ler Para Conhecer o Brasil".

Em 1968, publicou quatro antologias: "Fundamentos da Economia Marxista", "Fundamentos da Estética Marxista", "Fundamentos do Materialismo Histórico" e "Fundamentos do Materialismo Dialético".

Em 1970, vieram a público "Síntese de História da Cultura Brasileira", escrito a pedido da direção do Partido Comunista Brasileiro, e as "Memórias de um Escritor".

Bilhete a sua mãe pedindo que envie bala para revólver.
Em 1974 foi a vez de "Brasil: Radiografia de um Modelo".

Em 1976, "Introdução à Geografia".

Em 1978 Nelson Werneck Sodré lançou três livros, "A Verdade Sobre o ISEB", "Oscar Niemeyer" e a "Coluna Prestes".

Em 1984, "Vida e Morte da Ditadura".

Em 1985, Nelson Werneck Sodré publicou três títulos, "Contribuição à História do PCB", "O Tenentismo" e "História e Materialismo Histórico no Brasil".

Em 1986 são lançados "História da História Nova" e "A Intentona Comunista de 1935".

Em 1987, "O Governo Militar Secreto" e "Literatura e História no Brasil Contemporâneo".

Em 1988, as "Memórias de um Escritor" são republicadas com o título "Em Defesa da Cultura".

Em 1989, vem a público "A República: Uma Revisão Histórica", "A Marcha Para o Nazismo" e um pequeno ensaio que assinalou a participação de Nelson Werneck Sodré na primeira eleição direta para a presidência da República no Brasil após o Golpe Militar de 1964, "O Populismo, a Confusão Conceitual".

Em 1990 foram publicados "Capitalismo e Revolução Burguesa no Brasil" (reunião de textos elaborados no fim dos anos 1970), "O Fascismo Cotidiano" e mais um volume de sua memorialística, "A Luta Pela Cultura".

Em 1992 é publicado o penúltimo volume de suas memórias, "A Ofensiva Reacionária", concluídas com o lançamento, em 1994, de "A Fúria de Calibã". Nesse ano, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Unidade Editorial, mantida pela Secretaria Municipal de Cultura, publicou o livro "O Golpe de 64".

Em 1995, a Graphia Editorial lançou "A Farsa do Neoliberalismo", seguido pela reedição de seis obras do historiador: "Capitalismo e Revolução Burguesa no Brasil", "Panorama do Segundo Império", "Literatura e História no Brasil Contemporâneo", "Formação Histórica do Brasil" (com posfácio de Emir Sader), "História da Literatura Brasileira" (com posfácio de André Moisés Gaio) e "As Razões da Independência" (com posfácio de Ricardo Maranhão).

Em 1998, foi publicado "Tudo é Política", 50 anos do pensamento de Nelson Werneck Sodré em textos inéditos em livro e censurados, organizados por Ivan Alves Filho.

Morte

Nelson Werneck Sodré faleceu devido a complicações intestinais, depois de dois dias internado devido a uma operação de emergência.

Erasmo Dias

ANTÔNIO ERASMO DIAS
(85 anos)
Militar, Historiador e Político

* Paraguaçu Paulista, SP (02/06/1924)
+ São Paulo, SP (04/01/2010)

Ganhou notoriedade a nível nacional por ter comandado a tomada da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 22/09/1977, no que foi chamado de A Invasão da PUC, onde uma reunião de estudantes pretendia refundar a União Nacional dos Estudantes (UNE) e por ter sido encarregado das operações de combate a guerrilha de Carlos Lamarca no Vale do Ribeira.

Biografia

Erasmo Dias cursou a Escola Preparatória de Cadetes do Exército de Porto Alegre entre 1941 e 1942. Em seguida, ingressou na Escola Militar do Realengo (1943/1944), sucedida pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), onde concluiu o curso como aspirante a Oficial de Artilharia, em 1945. Cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (1954) e a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (1958/1961).

Foi comandante da 3ª Bateria de Obuses de Costa, como major, no Guarujá (1962/1965) e do 6° Grupo de Artilharia de Costa Motorizado, na Praia Grande (1968/1970). Foi Chefe do Estado Maior do Comando de Artilharia de Costa Antiaérea, como coronel, em Santos (1971) e Chefe do Estado Maior da 2ª Região Militar, como coronel, em São Paulo (1973).

Em 1962, concluiu o curso de Bacharelado em História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, concluindo também no mesmo ano o curso de Licenciatura em História pela mesma Universidade.

Erasmo Dias era coronel reformado da Artilharia do Exército, e se manteve na ativa durante 35 anos.

Em 1962 fez parte do movimento para depor João Goulart. Durante a derrubada do governo João Goulart em 1964, comandou a ocupação da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão.

Em outubro de 1968, quando comandava a Fortaleza de Itaipu (6° Grupo de Artilharia de Costa Motorizado), em Praia Grande, ali ficaram presos os 22 participantes do frustrado 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Ibiúna, dissolvido pela Força Pública e pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).

Em 1970, no município de Registro, no Vale do Ribeira, Erasmo Dias comandou a mal sucedida operação de cerco ao guerrilheiro Carlos Lamarca. Lamarca conseguiu roubar um caminhão do Exército e acabou escapando para São Paulo.

Em 1974, foi nomeado Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo no governo de Laudo Natel (1971-1975) - cargo que manteve ao longo do governo de Paulo Egydio Martins, até 1978.

Tomada da PUC

Como Secretário da Segurança Pública, Erasmo Dias comandou a ocupação do campus da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, ocorrida na noite de 22/09/1977.

Segundo relato do Diretório Central dos Estudantes da PUC-SP, naquele dia, entre 10h e 14h, haviam sido realizados a Assembleia Estudantil Metropolitana e, secretamente, o III Encontro Nacional de Estudantes (III ENE). O Encontro fazia parte das iniciativas para refundação da União Nacional dos Estudantes (UNE), entidade ilegal desde 1968. Um decreto do presidente da República, Ernesto Geisel (1975-1979), subscrito pelo Ministro da Justiça, Armando Falcão, proibia concentração estudantil em qualquer lugar, inclusive nos Campi. Ainda assim, os estudantes em assembléia decidiram promover uma manifestação pública naquela noite, em protesto contra o cerco policial da Universidade de São Paulo, da PUC e da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, cujo propósito teria sido o de impedir a realização do III Encontro Nacional dos Estudantes (III ENE).

Assim, 2000 estudantes se concentraram na via pública, em frente ao Teatro da PUC. Porém, pouco depois a concentração foi dissolvida violentamente por cerca de 3000 policiais. Os manifestantes fugiram, e muitos se refugiaram dentro da universidade, que foi cercada pela polícia.

No estacionamento da PUC, mais de 1.500 estudantes passaram por triagem policial. Cerca de 500, segundo o Coronel Erasmo (854 pessoas, segundo reportagem da Folha de São Paulo) foram transferidos, em ônibus da prefeitura municipal, para o quartel do Batalhão Tobias de Aguiar, onde passaram por processo de cadastramento e qualificação.

Posteriormente, 92 estudantes foram conduzidos ao DEOPS. Ao final, as autoridades pediram o enquadramento de 32 deles (42 segundo a Folha de São Paulo) na Lei de Segurança Nacional, acusados de infringir o artigo 39, inciso 1°, que previa pena de 10 a 20 anos de prisão para o ato de incitar a subversão da ordem, e o artigo 43, que estabelecia pena de 2 a 5 anos de prisão por tentativa de reorganizar partidos, entidades e associações de classe extintas por lei.

À época, o presidente Ernesto Geisel, comprometera-se a promover a abertura política, apesar da resistência nos militares da chamada Linha-Dura, com os quais Erasmo Dias se identificava. A violência da operação policial na PUC repercutiu muito mal e a violência policial contra o movimento estudantil refluiu.

Atividade Parlamentar

Depois de deixar a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, Erasmo Dias foi eleito Deputado Federal pela extinta Aliança Renovadora Nacional (Arena) em 1978. Foi também eleito Deputado Estadual por três vezes - pelo Partido Democrático Social (PDS) e pelo Partido Progressista Renovador (PPR) - e, por fim, Vereador do Município de São Paulo - pelo Partido Progressista Brasileiro (PPB). Seu último mandato terminou em 2004. Como parlamentar notabilizou-se pelo discurso radicalmente anti-comunista.

Erasmo Dias pleiteou uma indenização, como as que foram pagas aos perseguidos políticos da época do regime militar. Porém sua ação jurídica não obteve êxito.

"Sou estigmatizado por ter defendido com unhas e dentes o Brasil contra o regime comunista putrefato. Quero receber reparação. Tenho mais direito a ela do que aqueles terroristas que fizeram guerrilha e agora posam de heróis, ditando as regras neste país", declarou à Folha de São Paulo, em 2004.

Outras Atividades

Desde 1986, Erasmo Dias era um dos diretores da Pires Serviços de Segurança Ltda., a maior empresa de segurança privada do estado de São Paulo, que contava com 10.000 guardas registrados, em 1996, e um grande centro de treinamento. Em seu livro, Doutrina de Segurança e Risco, Erasmo Dias defendia a necessidade de um serviço de segurança privada, separado do serviço público.

Erasmo Dias faleceu aos 85 anos, vítima de Câncer no Aparelho Digestivo.

Fonte: Wikipédia

Euclides da Cunha

EUCLIDES RODRIGUES PIMENTA DA CUNHA
(43 anos)
Escritor, Sociólogo, Repórter Jornalístico, Historiador, Geógrafo, Poeta e Engenheiro

☼ Cantagalo, RJ (20/01/1866)
┼ Rio de Janeiro, RJ (15/08/1909)


Euclides da Cunha nasceu na Fazenda Saudade, em Cantagalo, RJ. Era filho de Manuel Rodrigues da Cunha Pimenta e Eudóxia Alves Moreira da Cunha. Órfão de mãe desde os 3 anos de idade, Euclides da Cunha passou a viver em casa de parentes em Teresópolis, São Fidélis e no Rio de Janeiro.

Em 1883 ingressou no Colégio Aquino, onde foi aluno de Benjamin Constant Botelho de Magalhães, que muito influenciou sua formação introduzindo-lhe à filosofia positivista.

Em 1885, ingressou na Escola Politécnica e, no ano seguinte, na Escola Militar da Praia Vermelha, onde novamente encontra Benjamin Constant como professor.

Cadete Republicano

Contagiado pelo ardor republicano dos cadetes e de Benjamin Constant, professor da Escola Militar, durante uma revista às tropas atirou sua espada aos pés do Ministro da Guerra Tomás Coelho. A liderança da Escola tentou atribuir o ato à "fadiga por excesso de estudo", mas Euclides da Cunha negou-se a aceitar esse veredito e reiterou suas convicções republicanas. Por esse ato de rebeldia, foi julgado pelo Conselho de Disciplina e em 1888, desligou-se do Exército.

Euclides da Cunha participou ativamente da propaganda republicana no jornal A Província de São Paulo.

Proclamada a República, foi reintegrado ao Exército recebendo promoção. Ingressou na Escola Superior de Guerra e conseguiu ser primeiro-tenente e bacharel em Matemáticas, Ciências Físicas e Naturais.

Casou-se com Ana Emília Ribeiro, filha do major Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro, um dos líderes da Proclamação da República.

Em 1891, deixou a Escola de Guerra e foi designado coadjuvante de ensino na Escola Militar. Em 1893, praticou na Estrada de Ferro Central do Brasil.

Ludgero Prestes
Ciclo de Canudos

Durante a fase inicial da Guerra de Canudos, em 1897, Euclides da Cunha escreveu dois artigos intitulados "A Nossa Vendeia" que lhe valeram um convite do jornal O Estado de São Paulo para presenciar o final do conflito como correspondente de guerra. Isso porque ele considerava, como muitos republicanos à época, que o movimento de Antônio Conselheiro tinha a pretensão de restaurar a monarquia e era apoiado por monarquistas residentes no país e no exterior.

Em Canudos, Euclides da Cunha adotou um jaguncinho chamado Ludgero, a quem se refere em sua Caderneta de Campo. Fraco e doente, o menino foi trazido para São Paulo, onde Euclides da Cunha o entregou a seu amigo, o educador Gabriel Prestes. O menino foi rebatizado de Ludgero Prestes.

Livro Vingador

Euclides da Cunha deixou Canudos quatro dias antes do final da guerra, não chegando a presenciar o desenlace final. Mas conseguiu reunir material para, durante cinco anos, elaborar "Os Sertões: Campanha de Canudos" (1902). Os Sertões foi escrito "nos raros intervalos de folga de uma carreira fatigante", visto que Euclides da Cunha se encontrava em São José do Rio Pardo liderando a construção de uma ponte metálica.

O livro trata da Campanha de Canudos (1897), no nordeste da Bahia. Nesta obra, ele rompe por completo com suas idéias anteriores e pré-concebidas, segundo as quais o movimento de Canudos seria uma tentativa de restauração da monarquia, comandada à distância pelos monarquistas. Percebe que se trata de uma sociedade completamente diferente da litorânea. De certa forma, ele descobre o verdadeiro interior do Brasil, que mostrou ser muito diferente da representação usual que dele se tinha.

Euclides da Cunha se tornou internacionalmente famoso com a publicação desta obra-prima que lhe valeram vagas para a Academia Brasileira de Letras (ABL) e Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).

Divide-se em três partes: A Terra, O Homem e A Luta. Nelas Euclides da Cunha analisa, respectivamente, as características geológicas, botânicas, zoológicas e hidrográficas da região, a vida, os costumes e a religiosidade sertaneja e, enfim, narra os fatos ocorridos nas quatro expedições enviadas ao arraial liderado por Antônio Conselheiro.

Euclides da Cunha em Canudos (Tela de Edmundo Migliaccio)
Ciclo Amazônico

Em agosto de 1904, Euclides a Cunha foi nomeado chefe da comissão mista brasileiro-peruana de reconhecimento do Alto Purus, com o objetivo de cooperar para a demarcação de limites entre o Brasil e o Peru. Esta experiência resultou em sua obra póstuma "À Margem da História", onde denunciou a exploração dos seringueiros na floresta.

Ele partiu de Manaus para as nascentes do Rio Purus, chegando adoentado em agosto de 1905. Dando continuidade aos estudos de limites, Euclides da Cunha escreveu o ensaio "Peru Versus Bolívia", publicado em 1907.

Escreveu, também durante esta viagem, o texto "Judas-Ahsverus", considerado um dos textos mais filosófica e poeticamente aprofundados de sua autoria.

Após retornar da Amazônia, Euclides da Cunha proferiu a conferência "Castro Alves e Seu Tempo", prefaciou os livros "Inferno Verde", de Alberto Rangel, e "Poemas e Canções", de Vicente de Carvalho.

Concurso de Lógica

Visando a uma vida mais estável, o que se mostrava impossível na carreira de engenheiro, Euclides da Cunha prestou concurso para assumir a Cadeira de Lógica do Colégio Pedro II. O filósofo Raimundo de Farias Brito foi o primeiro colocado, mas a lei previa que o presidente da república escolheria o catedrático entre os dois primeiros. Graças à intercessão de amigos, Euclides da Cunha foi nomeado. Depois de sua morte, Farias Brito acabaria ocupando a cátedra em questão.

Academia Brasileira de Letras

Foi eleito em 21/09/1903 para a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL), na sucessão de Valentim Magalhães, e recebido em 18/12/1906 pelo acadêmico Sílvio Romero.

A "Tragédia da Piedade"

Sua esposa, Ana Emília Ribeiro, tornou-se amante de um jovem tenente, 17 anos mais novo do que ela, chamado Dilermando de Assis. Ainda casada com Euclides da Cunha, teve dois filhos de Dilermando de Assis, um deles morreu ainda bebê. O outro filho era chamado por Euclides de "a espiga de milho no meio do cafezal", por ser o único louro numa família de morenos. Aparentemente, Euclides da Cunha aceitou como seu esse menino louro.

A traição de Ana Emília Ribeiro desencadeou uma tragédia em 1909, quando Euclides da Cunha teria entrado na casa de Dilermando de Assis, armado, dizendo-se disposto a matar ou morrer. Dilermando de Assis reagiu e matou-o.

Foi julgado pela justiça militar e absolvido. Entretanto, até hoje o episódio permanece em discussão. Dilermando de Assis casou-se com Ana Emília Ribeiro e o casamento durou 15 anos.

O corpo de Euclides da Cunha foi velado na Academia Brasileira de Letras. O médico e escritor Afrânio Peixoto, que assinou o atestado de óbito, mais tarde ocuparia sua cadeira na Academia Brasileira de Letras.

O corpo de Euclides da Cunha exposto numa sala da Academia Brasileira de Letras
Versões

As versões sobre o desfecho da história abrigam diferentes hipóteses. A mais comedida defende que o escritor tenha sido vítima de uma emboscada, quando apenas queria resgatar seus filhos do ambiente libertino construído por Ana Emília Ribeiro e Dilermando de Assis.

A mais exasperante é a de que, movido pela humilhação da traição, Euclides da Cunha, em defesa de sua honra, partira disposto a matar seu rival e vingar-se de Ana Emília Ribeiro.

Exímio atirador, Dilermando de Assis justificou seu ato como legítima defesa, alegando que Euclides da Cunha agiu de forma premeditada, ao seguir armado à sua procura. Aos olhos da Justiça, o gesto de Dilermando de Assis foi leal, tanto que foi absolvido pelo júri popular.


Semana Euclidiana e Euclidianismo em Cantagalo

A cidade de São José do Rio Pardo, no Estado de São Paulo, realiza todos os anos, entre 9 e 15 de agosto, a Semana Euclidiana, em memória do escritor que ali vivia quando escreveu sua obra-prima "Os Sertões". São José do Rio Pardo tornou-se uma cidade turística conhecida como O Berço de Os Sertões.

Também em São Carlos, SP, celebra-se todos os anos, uma Semana Euclidiana, em homenagem ao escritor que morou na cidade entre 1901 e meados de 1903, ali terminando seu trabalho "Os Sertões" e o publicando em 1902.

A cidade de Cantagalo, berço natal de Euclides da Cunha, também mantém viva a memória do escritor, através de eventos e um museu dedicado a Euclides da Cunha e suas obras.

Em 2009, ano do centenário de sua morte, a cidade de Cantagalo realizou o Seminário Internacional 100 Anos Sem Euclides. Na cidade, o Grupo Euclidiano de Atividades Culturais (GEAC) é o difusor do movimento.

Fonte: Wikipédia