Mostrando postagens com marcador Humorista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Humorista. Mostrar todas as postagens

Agildo Ribeiro

AGILDO DA GAMA BARATA RIBEIRO
(86 anos)
Ator e Humorista

☼ Rio de Janeiro, RJ (26/04/1932)
┼ Rio de Janeiro, RJ (28/04/2018)

Agildo da Gama Barata Ribeiro Filho, mais conhecido por Agildo Ribeiro, foi um ator e humorista brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 26/04/1932.

Filho do político Agildo Barata, Agildo Ribeiro foi casado cinco vezes. Suas esposas foram mulheres famosas como Consuelo Leandro e Marília Pera, mas passou 35 anos casado com a bailarina e também atriz Didi Barata Ribeiro, falecida em 2009.

Agildo Ribeiro foi o primeiro ator que interpretou João Grilo, o personagem central da peça de Ariano Suassuna "O Auto da Compadecida".

Agildo Ribeiro foi um humorista de enorme sucesso na década de 1970 tanto no Brasil como em Portugal. Co-estrelou diversos programas de humor da TV Globo ao lado de Jô Soares, Paulo Silvino e Chacrinha. Naquela fase, o seu programa mais famoso foi "Planeta dos Homens".

Descendente de uma família de políticos e militares, seu pai, o oficial do exército Agildo Barata, participou do Movimento Tenentista e da Revolução de 1930. Seu tio avô, Cândido Barata Ribeiro, foi o primeiro prefeito do Distrito Federal, na época, a cidade do Rio de Janeiro. Após a Revolução Constitucionalista de 1932, sua família exilou-se em Portugal, onde Agildo Ribeiro viveu seus primeiros anos.

Paulo Silvino e Agildo Ribeiro
De volta ao Brasil, estudou durante seis anos no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Chegou a trabalhar como telefonista numa empresa de exportação, mas logo abandonou o emprego para se dedicar às artes.

Influenciado por comediantes como Oscarito, começou sua carreira de ator no Teatro do Estudante, criado por Paschoal Carlos Magno em 1938. Fez testes com atores que também se tornariam nacionalmente conhecidos, como Tereza Rachel, Othon Bastos e Augusto César Vannucci

Com o Teatro do Estudante, Agildo Ribeiro atuou em sua primeira peça, "Joãozinho Anda Pra Trás" (1953), de Lúcia Benedetti. Contracenou com Consuelo Leandro, Oswaldo Loureiro, Glauce Rocha e Sérgio Cardoso. Fez sua estreia como ator profissional no Teatro de Revista, com o grupo Teatro Follies de Zilco Ribeiro, na peça "Doll Face" (1954), originalmente escrita por Gypsy Rose Lee.

A ida de Agildo Ribeiro para a televisão está diretamente associada a seu sucesso no teatro. Graças a sua interpretação do personagem João Grilo, em "O Auto da Compadecida" (1957), de Ariano Suassuna, recebeu diversos convites para que participasse de entrevistas, esquetes e programas de humor na televisão.

Em 1955, estreou no cinema, atuando em "Angu de Caroço", de Euripides Ramos. Ao longo de sua carreira, participou de mais de 30 filmes, principalmente nas décadas de 1950, 1960 e 1970. Entre seus maiores sucessos estão: "Esse Rio Que Eu Amo" (1962), com direção de Carlos Hugo Christensen, "O Pai do Povo" (1976), dirigido por Jô Soares, e "A Casa da Mãe Joana" (2008), de Hugo Carvana.

Agildo Ribeiro ao lado de Didi Barata Ribeiro, sua última esposa, falecida em 2009
Junto com Marília Pêra e Augusto César Vannucci, Agildo Ribeiro foi um dos primeiros artistas contratados pela TV Globo, inaugurada em abril de 1965. Foi convidado, primeiramente, para lançar na televisão seu "Forrobodó", um musical baseado na peça escrita por Chiquinha Gonzaga na década de 1910. Esse especial, porém, nunca chegou a ir ao ar.

Entre 1965 e 1967, Agildo Ribeiro podia ser visto em pequenas vinhetas, que fazia ao vivo, anunciando a programação da emissora. É dessa época a criação de seu bordão "Um momento! Um minuto para o próximo programa!", razão pela qual o comediante era comumente chamado nas ruas pelo apelido de "Um Minuto".

Agildo Ribeiro integrou o elenco de programas pioneiros da TV Globo. No seriado "TNT" (1965), que contava a história de três jovens modelos - Tânia (Vera Barreto Leite), Nara (Márcia de Windsor) e Tetê (Thais Muniz Portinho) - interpretava um repórter, cuja secretária era vivida pela então estreante Betty Faria. Já em "Bairro Feliz", humorístico escrito por Haroldo Barbosa e Max Nunes, satirizava fatos do cotidiano ao lado de nomes como Grande Otelo, Milton Gonçalves, Emiliano Queiroz e Berta Loran. Também atuou em "Riso Sinal Aberto" (1966) e em "TV0-TV1" (1967), ambos escritos pela dupla  Haroldo Barbosa e Max Nunes.

Agildo Ribeiro participou da adaptação para a televisão do humorístico "Balança Mas Não Cai", um grande sucesso radiofônico. Dirigido por Lúcio Mauro, o programa estreou na TV Globo em 1968, com apresentação de Augusto César Vannucci e um cenário rotatório, dividido em quatro partes, cada uma com um esquete diferente. Na mesma época, também apresentou o programa de auditório "Mister Show" (1969), ao lado do ratinho falante Topo Gigio.


Em uma tentativa de reunir artistas como Paulo Silvino, Luiz Carlos Miele e o próprio Agildo Ribeiro, os diretores Augusto César Vannucci, Walter Lacet e Paulo Araújo, criaram em 1972, o humorístico "Uau, a Companhia". Era o embrião de "Satiricom" (1973), primeiro programa da TV Globo a satirizar a programação da própria emissora. Na mesma linha do "Balança Mas Não Cai", três anos depois, o humorista se juntou a atores como Roberto Azevedo, Stênio Garcia e Clarice Piovesan em "Planeta dos Homens" (1976).

Em 1982, estreou "Estúdio A... Gildo", com direção de Augusto César Vannucci e Adriano Stuart. Era a primeira vez que Agildo Ribeiro assinava seu próprio programa humorístico. Baseado nos grandes espetáculos do Teatro de Revista, sempre entrecortado por números musicais e participações especiais, "Estúdio A... Gildo" representou um desafio especial para o artista, já que ele não podia explorar plenamente o recurso dos bordões. A frequência do programa era mensal, o que fazia com que o público tivesse pouco contato com a repetição de expressões e frases de efeito.

Em 1983, sob a direção de Lúcio Mauro, protagonizou outro humorístico de sucesso na TV Globo, "A Festa é Nossa", cujo formato tinha influência no humor inglês. O argumento era a vida de um milionário (Agildo Ribeiro) que, entediado, costumava fazer festas em sua cobertura.

Em 1984, ainda participou de "Humor Livre", antes de desligar-se da televisão para se dedicar ao teatro. Nessa fase, atuou em "Vou Querer Também Senão Eu Conto Pra Todo Mundo" (1984), peça que escreveu em parceria com Gugu Olimecha e cuja montagem teve a direção de Oswaldo Loureiro.

Agildo Ribeiro e Dinorah Pêra em cena de Zorra Total (2009)
Agildo Ribeiro voltou à TV Globo em 1985, quando fez sua primeira novela, "De Quina Pra Lua", de Alcides Nogueira, como o distraído Professor Cagliosto.

Em 1987, acompanhou o diretor Augusto César Vannucci e transferiu-se para a TV Bandeirantes, onde estrelou "Agildo No País Das Maravilhas", programa de sátira política encenado com ventríloquos.

Em 1989, agora sob o nome "Cabaré do Barata", o programa passou a ser exibido pela TV Manchete.

Na década de 1990, Agildo Ribeiro trabalharia também no SBT, com o humorístico "Não Pergunta Que Eu Respondo" (1993).

Em 1994 mudou-se para Portugal, onde permaneceu por dois anos e apresentou o programa "Isto é o Agildo", com direção de Fernando Ávila, no canal RTP 1. Apesar do bom momento profissional que vivia fora do Brasil, aceitou o convite de Chico Anysio e voltou ao país para trabalhar na TV Globo, ao lado de atores como Claudia Jimenez, Denise Fraga e Pedro Cardoso, na estreia de um novo programa humorístico, o "Zorra Total" (1999). Na época, Agildo Ribeiro participava do programa em dois momentos, como aluno da "Escolinha do Professor Raimundo", exibida inicialmente como um quadro do  "Zorra Total", e como o libidinoso Madeira, do bordão "Dá uma choradinha!"
  
Em 2004, Agildo Ribeiro e Paulo Silvino publicaram juntos o livro de piadas "Dose Dupla", lançado pela Ediouro.

Agildo Ribeiro em 'Final Feliz' (1982)
Em 2005 voltou a atuar em telenovelas, interpretando o personagem Coriolano em "A Lua Me Disse", de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa. Também participou de vários episódios da segunda versão do "Sítio do Pica-Pau Amarelo", que estreou em 2001.

Aos 75 anos de idade e 50 de carreira, Agildo Ribeiro assistiu ao lançamento de sua biografia pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, "Agildo Ribeiro: O Capitão do Riso", com 30 horas de entrevistas organizadas e editadas pelo jornalista e diretor de cinema Wagner de Assis
  
Na TV Globo, em 2010, integrou o elenco da novela "Escrito Nas Estrelas", de Elizabeth Jhin, como Durvalino, e na minissérie "As Cariocas", dirigida por Daniel Filho, como Alberto.

Em janeiro de 2012, no programa humorístico "Zorra Total", atuou ao lado de Alcione Mazzeo no quadro "Metrô Zorra Brasil". No programa, também interpretou com sucesso personagens como o professor português Laércio Falaclaro e uma paródia do presidente venezuelano Hugo Chávez, entre outros.

Em 2013, aos 81 anos, Agildo Ribeiro que apesar de ter se casado 5 vezes, nunca teve filhos nesses relacionamentos, descobriu que era pai de um homem de 47 anos.

Em 2012, Agildo Ribeiro que apesar de ter se casado 5 vezes, nunca teve filhos nesses relacionamentos, descobriu que tinha um filho, na época, com 47 anos. Marcelo Galvão é fruto de uma relação de Agildo Ribeiro em 1965. Em um encontro com o rapaz durante o programa "Fantástico", em 2013, o ator descobriu também que era avô de uma menina.

Morte

Agildo Ribeiro faleceu na manhã de sábado, 28/04/2018, aos 86 anos, vítima de insuficiência cardíaca, em sua residência no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

O velório ocorrerá no domingo, 29/04/2018, a partir das 10h00, no Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária do Rio de Janeiro, seguido de cerimônia de cremação fechada para a família.

Agildo Ribeiro como Deixadylson em Casseta & Planeta, Urgente!
Carreira

Televisão
  • 2010 - Casseta & Planeta, Urgente! ... Deixadylson
  • 2010 - Escrito Nas Estrelas ... Durvalino Batista (Participação Especial)
  • 2007 - Sítio do Pica-Pau Amarelo ... Teotônio
  • 2005/2009 - Zorra Total - Ali Babaluf / Manoel / Chapinha / Gaspar / Don Gorgonzola / Rubro Chávez / Mourão
  • 2005 - A Lua Me Disse ... Coriolano
  • 1997 - Mandacaru ... Salustiano
  • 1994/1995 - Isto é o Agildo - (RTP)
  • 1994 - Escolinha do Professor Raimundo ... Andorinha
  • 1993/1994 - Não Pergunta Que Eu Respondo
  • 1989/1990 - Cabaré do Barata
  • 1987/1988 - Agildo No País Das Maravilhas
  • 1985 - De Quina Pra Lua ... Dante Cagliosto
  • 1984 - Humor Livre
  • 1983 - A Festa é Nossa
  • 1982 - Estúdio A... Gildo
  • 1970 - Topo Gigio
  • 1969/1970 - Mister Show
  • 1965 - TNT- Reporter

Cinema
  • 2008 - Casa Da Mãe Joana
  • 2003 - O Homem Do Ano
  • 1980 - Gugu, O Bom De Cama
  • 1976 - O Pai Do Povo
  • 1975 - O Sexualista
  • 1974 - O Comprador De Fazendas
  • 1974 - Divórcio À Brasileira
  • 1973 - Café Na Cama
  • 1971 - Tô Na Tua, Ô Bicho
  • 1971 - Como Ganhar Na Loteria Sem Perder a Esportiva
  • 1969 - A Cama Ao Alcance De Todos
  • 1968 - Na Mira Do Assassino
  • 1967 - A Espiã Que Entrou Em Fria
  • 1967 - Como Matar Um Playboy
  • 1967 - Agente OSS 117
  • 1967 - Jerry - A Grande Parada
  • 1964 - O Crime No Sacopã
  • 1964 - Esse Mundo É Meu
  • 1963 - Marafa (Inacabado)
  • 1962 - Pluft, O Fantasminha
  • 1962 - Tocaia No Asfalto
  • 1961 - Sócio De Alcova
  • 1960 - Esse Rio Que Eu Amo
  • 1960 - Eles Não Voltaram
  • 1959 - Aí Vêm Os Cadetes
  • 1959 - Amor Para Três
  • 1959 - Um Homem Fora Do Seu Meio (Inacabado)
  • 1958 - Meus Amores No Rio
  • 1958 - Esse Milhão É Meu
  • 1958 - Matemática Zero, Amor Dez
  • 1956 - Fuzileiro Do Amor
  • 1955 - O Feijão É Nosso
  • 1955 - O Grande Pintor
  • 1955 - Angu de Caroço

Indicação: Soraya Veras, Fadinha Veras e Valmir Bonvenuto
#FamososQuePartiram #AgildoRibeiro

Márcia Cabrita

MÁRCIA MARTINS ALVES
(53 anos)
Atriz e Humorista

☼ Niterói, RJ (20/01/1964)
┼ Rio de Janeiro, RJ (10/11/2017)

Márcia Martins Alves, mais conhecida como Márcia Cabrita, foi uma atriz e humorista brasileira, nascida em Niterói, RJ, no dia 20/01/1964. Filha de imigrantes portugueses, possuía uma irmã mais velha.

Estudou teatro e em 1992 estreou na TV no elenco de "As Noivas de Copacabana".

Em 1997, entrou para o elenco de "Sai de Baixo" interpretando a empregada Neide. Deixou o programa em outubro de 2000 devido a uma gravidez, sendo substituída por Cláudia Rodrigues.

Posteriormente participou de telenovelas da TV Globo, atuando também no "Sítio do Pica-Pau Amarelo", nos papéis de sobrinha do seu Elias em 2003, como Estelita em 2005 e Cacá em 2006.

Em março de 2010, Márcia foi diagnosticada com câncer de ovário, iniciando então o tratamento contra a doença.

Márcia Cabrita foi casada com o psicanalista Ricardo Parente de 2000 a 2004, eles tiveram uma filha chamada Manuela.

Márcia Cabrita também fez uma participação na série do canal Multishow, "Vai Que Cola" onde interpretou Elza Lacerda, a mãe do protagonista Valdomiro Lacerda (Paulo Gustavo).

Em 2017, voltou a TV Globo para integrar o elenco da telenovela "Novo Mundo" na pele de Narcisa Emília O'Leary, esposa de José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência

Inicialmente, iria interpretar a personagem Germana, mas devido as complicações de sua doença, foi substituída por Vivianne Pasmanter. Apesar da troca, Márcia precisou se afastar da trama para continuar o tratamento. Seu retorno estava confirmado para o último capítulo, o que não se concretizou.

Morte

Márcia Cabrita faleceu na sexta-feira, 10/11/2017, durante a madrugada, aos 53 anos. Márcia vinha lutando contra um câncer no ovário, diagnosticado em 2010. Ela estava internada há dez dias, no hospital Quinta D'Or, na Zona Norte do Rio de Janeiro, em decorrência do agravamento da doença.

Márcia deixa uma filha, Manuela, de 17 anos. De acordo com o ex-marido, o psicanalista Ricardo Parente, com quem foi casada por quatro anos, a atriz morreu "em paz" e sem sofrer.

O velório será no sábado de 10h00 às 13h00, no Parque da Colina, em Pendotiba, Niterói. Em seguida, o corpo será cremado.

Trabalhos

Novelas & Seriados
  • 1992 - As Noivas de Copacabana ... Adelaide
  • 1993-95 - Os Trapalhões ... Vários Personagens
  • 1997-2000 - Sai de Baixo ... Neide Aparecida
  • 2001 - Brava Gente  ... Donária
  • 2002 - Desejos de Mulher ... Juvelina
  • 2003 - Sítio do Pica-Pau Amarelo ... Dulce
  • 2005 - Sob Nova Direção ... Dora
  • 2005 - Sítio do Pica-Pau Amarelo ... Estelita
  • 2007 - Sete Pecados ... Eudóxia
  • 2008 - Beleza Pura ... Drª Gina
  • 2008 - Dicas de Um Sedutor ... Gilda
  • 2009-10 - A Grande Família ... Beth
  • 2011 - Morde & Assopra ... Madame Chuchu
  • 2013 - Pé na Cova ... Felícia
  • 2013 - Sai de Baixo ... Neide Aparecida
  • 2013 - Vai Que Cola ... Elza Lacerda
  • 2014 - Por Isso Eu Sou Vingativa ... Jéssica
  • 2014 - As Canalhas ... Flávia
  • 2014 - Meu Amigo Encosto ... Yolanda
  • 2014 - Trair e Coçar é Só Começar ... Inês
  • 2016 - Vai Que Cola ... Elza Lacerda
  • 2016 - Treme Treme ... Síndica
  • 2017 - Novo Mundo ... Narcisa Emília O'Leary

Cinema
  • 2004 - Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida ... Flauta Morena
  • 2004 - Um Show de Verão ... Lupe
  • 2006 - Xuxa Gêmeas ... Diana
  • 2006 - Trair e Coçar é Só Começar ... Vera
  • 2012 - O Diário de Tati ... Anita

Fonte: Wikipédia 
Indicação: Neyde Almeida, Valmir Bonvenuto e Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #MarciaCabrita

Paulo Silvino

PAULO RICARDO CAMPOS SILVINO
(78 anos)
Ator, Humorista, Compositor e Cantor

☼ Rio de Janeiro, RJ (27/07/1939)
┼ Rio de Janeiro, RJ (17/08/2017)

Paulo Ricardo Campos Silvino, mais conhecido por Paulo Silvino, foi um ator, humorista e compositor brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 27/07/1939.

Filho de Silvino Netto e Naja Silvino, não tardou a despontar para a carreira artística. Com 20 anos, ao lado de nomes como Altamiro Carrilho, Durval Ferreira e Eumir Deodato, lançou o LP "Nova Geração Em Ritmo de Samba", compondo e interpretando com sua voz abaritonada a maioria das canções, ainda sob o nome de Silvino Júnior.

Durante as décadas de 1960 e 1970, ampliou sua produção musical e teatral, escrevendo e atuando em peças e filmes. Passou pelas extintas TV Tupi, TV Continental, TV Rio e TV Excelsior.

Paulo Silvino estreou na TV Globo em 1967, em "TV Ó - Canal Zero" e ganhou dois prêmios como o melhor comediante de televisão do ano. Desde então, apresentou e foi destaque em diversos programas de humor da TV Globo: "Faça Humor, Não Faça Guerra", "Satiricom", "Planeta dos Homens", "Balança Mas Não Cai", "Viva o Gordo" e "Brasil Pandeiro".

Em 1988, Paulo Silvino comandou inúmeras vezes o "Cassino do Chacrinha", substituindo o Velho Guerreiro, Chacrinha.

Paulo Silvino no programa "Satiricom", 1974
Paulo Silvino esteve no SBT de 1989 a 1992, onde atuou em "A Praça é Nossa" e na "Escolinha do Golias", ao lado de Ronald Golias.

Participou da "Escolinha do Professor Raimundo", entre 1993 e 1995, na TV Globo, e da "Escolinha do Barulho" (1999), na TV Record.

De volta à TV Globo, participou do programa "Zorra Total", onde já fez muitos personagens, mas atualmente interpretava o mulherengo Alceu.

O humor de Paulo Silvino é fortemente baseado em bordões e piadas de duplo sentido. É, portanto, típico daquele que fez escola nos programas no qual atuou nos anos 60 e 70. São memoráveis o bordão do policial Fonseca, em quadro no qual contracenava com Jô Soares ("Guenta, doutor, ele gueeeeenta!"), e, do porteiro Severino ("Isso é uma tremenda bichona, seu diretor!" e "Cara, crachá! Cara, crachá!").

Paulo Silvino sempre buscou a piada simples, mas de gosto popular, ao criar seus tipos, popularizando assim os bordões de seus personagens.

No cinema, participou de "Um Edifício Chamado 200" (1973), "Com a Cama na Cabeça" (1973), "O Rei da Pilantragem" (1968), "Minha Sogra é da Policia" (1958) e "Sherlock de Araque" (1957).

Paulo Silvino é pai de três filhos: Flávio Silvino, João Paulo Silvino e Isabela Silvino.


Após gravar seu primeiro LP e atuar em algumas novelas da TV Globo, Flávio Silvino teve sua carreira parcialmente interrompida em 02/11/1993 ao sofrer um grave acidente de carro que lhe causou danos cerebrais ao deixá-lo em coma durante 3 meses e meio.

Paulo Silvino fazia parte do elenco de "Zorra Total" com seu personagem Severino, que participava do Strip Trem Quiz, e o Senador ("Eu quero é mamar!"). Com a mudança no "Zorra Total", Paulo Silvino integrou o novo elenco do programa que tem pelo nome de "Zorra" apenas. Em 2017 deixou o programa.

Paulo Silvino descobriu em julho de 2016 que tinha um endocarcinoma, câncer de estomago. Foi operado com sucesso total pelo cirurgião oncologista Drº Leonaldson Castro e, desde o início de setembro de 2016, fazia sessões de quimioterapia para a remissão da enfermidade.
"Só faltam quatro sessões e Paulo Silvino está ótimo! A intenção é voltar logo para a telinha mas antes disso estaria lançando, em março de 2017, seu livro-vídeo 'As Aventuras do Papaceta'"
"Quero morrer na ativa, trabalhando na minha querida TV Globo", contou certa vez. Paulo Silvino esteve na emissora desde 1966. Nesses 50 anos de casa, participou de diversos programas humorísticos, apresentou-se no programa de auditório "Porque Hoje é Sábado", foi redator do "Domingão do Faustão" e chegou a narrar uma novela, "O Pulo do Gato" (1978).

Morte

Paulo Silvino morreu na manhã de quinta-feira, 17/08/2017, aos 78 anos, no Rio de Janeiro, vítima de um câncer no estômago. Segundo a Central Globo de Comunicação, o humorista morreu em casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, no início da manhã.

Em redes sociais, o filho mais novo do ator, João Paulo Silvino, lamentou a morte do pai:
"Que Deus te receba de braços abertos meu pai amado!"
Segundo a família, Paulo Silvino chegou a ser submetido a uma cirurgia em 2016, mas o câncer se espalhou e a opção da família foi que ele fizesse o tratamento em casa. A filha de Paulo Silvino, Isabela Silvino, também usou as redes sociais para falar sobre a morte do pai:
"Amigos, obrigada por todas as mensagens. Ainda estou naquele processar isso tudo. Mas posso dizer que ele foi bem. Sem sofrer!"

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Valmir Bonvenuto e Miguel Sampaio e Fadinha Veras
#FamososQuePartiram #PauloSilvino

João Ellyas

JOÃO ANTÔNIO ELIAS DE OLIVEIRA
(72 anos)
Escritor, Artista Plástico, Ator e Humorista

☼ Catanduva, SP (23/11/1944)
┼ Catanduva, SP (09/06/2017)

João Antônio Elias de Oliveira, mais conhecido como João Ellyas, foi um escritor e humorista brasileiro, nascido em Catanduva, SP, em 1925.

João Ellyas começou a carreira como humorista numa rádio em Catanduva nos anos 50. Além de humorista, ele também era pintor e escreveu 7 livros.

Seu personagem mais conhecido era o Salim Muchiba, o qual interpretou em programas como a "Escolinha do Professor Raimundo" e "Escolinha do Barulho". Na "Escolinha do Gugu", interpretou o caipira Zé Bento.

Como humorista, começou a carreira no Rádio Difusora em 1958. Um ano depois, participou do III Salão de Pinturas de Catanduva.

Aos 20 anos, foi levado por Adoniran Barbosa para a TV Record, onde interpretou o personagem Zé Vitrola no programa "Papai Sabe Nada".

Como escritor, lançou sua primeira obra em 1966, contendo 40 páginas e 16 poemas.

Em 2013 foi homenageado pela Câmara Municipal de Catanduva pelo Dia do Comediante. No mesmo ano, lançou o livro "Tonico e Jesuíno - Casos de Um, Piadas do Outro".

Morte

João Antônio Elias de Oliveira faleceu na noite de sexta-feira, 09/06/2007, aos 72 anos, em Catanduva, SP. Segundo a família, ele estava internado há 3 meses no Hospital Padre Albino, onde teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) durante uma cirurgia vascular de carótidas. Ele se recuperava no quarto, quando o quadro de saúde piorou e ele precisou voltar para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

O corpo de João Ellyas foi velado durante o sábado, 10/06/2017, no Cemitério do Jardim Monsenhor Albino, em Catanduva, SP, e seguiu para o Cemitério Nossa Senhora de Fátima, por volta das 15h40, onde ocorreu o sepultamento às 16h00.

João Ellyas foi casado por 46 anos e deixou três filhos e três netos.

Livros Publicados
  • Iniciação
  • O Colecionador de Palavras - Poemas, Prosas & Ironias
  • 5 Conto de Reis e 55 Reais de Troco
  • Versos Satíricos e Outras Rimas de Humor
  • 45 Dias
  • Casos de Tonico Bento - Verdadeiros ou Quase
  • Tonico e Jesuíno - Casos de Um, Piadas do Outro

Fonte: Wikipédia e G1

Orival Pessini

ORIVAL PESSIANI
(72 anos)
Ator, Humorista, Cantor e Compositor

☼ Marília, SP (06/08/1944)
┼ São Paulo, SP (14/10/2016)

Orival Pessini foi um ator, compositor, cantor e humorista brasileiro nascido em Marília, SP, no dia 06/08/1944. Era conhecido por seus personagens Sócrates, Charles, Fofão, Patropi, Juvenal, Ranulpho Pereira, Hitler, Clô (baseado em Clodovil), Frank (em homenagem ao cantor Frank Sinatra), dentre outros em programas e comerciais para a Televisão, e também por utilizar máscaras de látex (feitas por ele próprio) na composição de seus personagens.

Orival Pessini iniciou sua carreira no teatro amador e posteriormente começou a aparecer em comerciais famosos como dos produtos "Jarrão da Ki-Suco", "Campanha da AACD" e "Tigre da Kellogg’s".

Sua estréia na televisão foi no infantil  "Quem Conta Um Conto" na TV Tupi em 1963. Durante este período, Orival Pessini começou a desenvolver uma técnica própria, criando máscaras de látex com movimento.

Na década de 70 interpretou os macacos Sócrates e Charles, do programa humorístico "Planeta dos Homens" na TV Globo.


Em 1988 estreou o personagem Patropi, no programa "Praça Brasil" na TV Bandeirantes, sendo convidado pra atuar em outros programas como "Escolinha do Professor Raimundo" na TV Globo e "A Praça é Nossa" no SBT.

Foi no programa "Balão Mágico" da TV Globo, em 1983, que Orival Pessini criou os bonecos Fofão e Fofinho, sendo que o primeiro, cuja jardineira foi confeccionada por Ney Galvão, era interpretado por ele mesmo. Fofão fez tanto sucesso que, com o fim do programa na TV Globo, ganhou seu programa diário chamado "TV Fofão" na TV Bandeirantes, no qual apresentava quadros humorísticos e desenhos animados. Também estrelou um filme para o cinema, teve vários produtos licenciados com seu nome e lançou 10 álbuns de estúdio.

Em 2014, Orival Pessini atuou sem máscara na série da TV Globo "Amores Roubados" como o Padre José, contracenando com Patrícia Pillar. Neste mesmo ano seu personagem Fofão desfilou no carnaval sendo homenageado pela Escola de Samba Rosas de Ouro que trouxe o tema "Inesquecível" relembrado figuras que marcaram a vida de muita gente. A produtora Farofa Studios está produzindo uma série animada com a personagem.

Morte

Orival Pessini morreu na madrugada de sexta-feira, 14/10/2016, em São Paulo, SP, aos 72 anos. Ele tinha câncer no baço e estava internado no Hospital São Luiz, no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. Álvaro Gomes, o empresário do ator, afirmou por meio do Facebook que ele faleceu às 4h00.

Sob forte emoção, o corpo de Orival Pessini foi enterrado no fim da tarde de sexta-feira, 14/10/2016, no Cemitério Gethsêmani, na Vila Sônia, em São Paulo. Orival Pessini deixou um filho e três netas.

O filho de Orival Pessini, Pedro Pessini, chorando muito, preferiu não acompanhar o corpo até o local do sepultamento. À distância, ele ficou observando e foi consolado pela mulher e amigos. Marlene, ex-mulher de Orival Pessini, falou sobre a ausência do filho, Pedro, no enterro:

"Ele não quis enterrar o pai. Acho que a ficha dele não caiu, e vai ser muito triste quando cair, porque tenho certeza que ele vai sofrer muito. Ele não quis carregar o caixão e não quis vir até o enterro porque não queria ter essa imagem de enterrar o pai. Vamos rezar por ele. Ele se foi, mas o Fofão não morreu, será eterno!"

Após o enterro, que acabou por volta de 17h35hs, familiares se abraçaram, jogaram flores no túmulo e aplaudiram o ator e humorista. Confortando uns aos outros, os familiares falavam: "Fofão não morre nunca!".

Personagens

  • Fofão - Começou no programa infantil "Balão Mágico", que teve exibição pela TV Globo no início dos anos 80. Depois, esse personagem foi transferido para a TV Bandeirantes em que ganhou um programa próprio: a "TV Fofão". Destaque para o seu bordões: "Bilu-Bidu Alua-Iê pra todo mundo!", "Tavares, Tavares!", "Alô amiguinhos da TV Fofão!".
  • Patropi - Típico hippie, convidado de "Praça Brasil" e "A Praça é Nossa", aluno da "Escolinha do Professor Raimundo", "Escolinha do Barulho" e da "Escolinha do Gugu". Dizia-se um aluno de comunicação na PUC, mas que só dizia frases e palavras para a abertura de canal, assim como todo jogador ou técnico de futebol sempre faz. Havia iniciado o curso universitário e ainda não havia terminado, demorando em vários semestres o término. Alguns de seus bordões são: "Sei lá, entende?!", "Padaqui, padali. Padicá, palilá", "Oh lôco bixo!" e "Sem crise, meu!".
  • Juvenal - Personagem fanho que se dizia muito veloz, mas dava a entender que vacilava e sempre era apanhado nas situações mais constrangedoras e embaraçosas. Era também um grande azarado. Seu bordão mais conhecido era "Ele veio numa ve-lo-ci-dade...".
  • Ranulpho Pereira - Personagem do programa "Uma Escolinha Muito Louca". Aposentado revoltado que reclama de tudo quando se lembra da sua aposentadoria. Destaque para o seu bordão: "Se a gente não reclamar, vai ficar do jeitinho que está!".
  • Sócrates - Sempre falava de coisas filosóficas mas de um modo bem ridículo para, obviamente, serem engraçadas. Destaque para seu bordão: "Não precisa explicar, eu só queria entender!". Fez parte do programa humorístico "Planeta dos Homens", exibido pela TV Globo nos anos 70.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Fadinha Veras

César Macedo

CÉSAR MACEDO
(81 anos)
Ator e Humorista

☼ Luz, MG (15/03/1935)
┼ São Paulo, SP (30/04/2016)

César Macedo ficou famoso por trabalhar na "Escolinha do Professor Raimundo", na TV Globo, como Seu Eugênio, uma paródia do cientista alemão Albert Einstein. Seu Eugênio tinha os cabelos desgrenhados e recebia o professor com a expressão:

"Pode perguntar que comigo é na manteiga!"

César Macedo também atuou na "Escolinha do Barulho", programa da TV Record inspirado na atração da TV Globo, que foi ao ar de 1999 a 2001.

Em participação no programa "Domingo Espetacular", da TV Record, ele afirmou que os filhos o abandonaram e o exploram. César Macedo vivia com a família em Mairiporã, em São Paulo, mas, deixou a casa alegando desavenças com os filhos, que supostamente o rejeitavam e o alimentavam mal.

Morte

César Macedo morreu na manhã de sábado, 30/04/2016, no Hospital Estadual de Franco da Rocha, em São Paulo, aos 81 anos. De acordo com a família, a morte foi resultado de um quadro de infecção hospitalar, que evoluiu para uma pneumonia. Ele estava internado havia duas semanas.

O velório começa na madrugada de domingo, 01/05/2016, às 2h00, no Cemitério Municipal de Mairiporã. O enterro ocorrerá às 16h00, no Cemitério dos Coqueiros, no bairro Terra Preta.

"Ele deixa um grande legado. Foi um ótimo pai, não tenho do que reclamar", disse Fábio Macedo, filho do artista. Fábio Macedo conta que o pai havia sido diagnosticado há pouco tempo com Mal de Alzheimer e que o ator estava deprimido desde a morte de sua mulher, em 2012.

César Macedo deixa três filhos biológicos e quatro de criação. 

Indicação: Miguel Sampaio

Nhô Totico

VITAL FERNANDES DA SILVA
(92 anos)
Radialista e Humorista

☼ Belém do Descalvado, SP (11/05/1903)
┼ São Paulo, SP (04/04/1996)

Nhô Totico, nascido Vital Fernandes da Silva, foi um radialista e humorista brasileiro que ao lado de nomes como Silvino Neto tornou-se um dos ícones do humor radiofônico no Brasil.

O Museu Público Municipal de Descalvado possui um acervo com aproximadamente 5 mil objetos, entre móveis, documentos, fotografias, prêmios e cartas trocadas com celebridades e autoridades políticas de importância nacional e com amigos e fãs da cidade-natal.

Vital Fernandes da Silva nasceu em 11/05/1903 na cidade de Descalvado, interior do Estado de São Paulo, cidade na qual viveu até os 10 anos de idade. Último de seis filhos da italiana Adelina Mandelli da Silva e do baiano João Fernandes da Silva, logo ganhou o apelido de Totó. Desde muito jovem tinha tendências para as artes influenciado por seu pai. João Fernandes da Silva era um músico hábil que tocava vários instrumentos, mas adorava o violão, tanto que o próprio Vital escreveu tempos depois:
"Mas virtuose mesmo ele o era no violão, instrumento que tocava por música. Causa muita admiração porque, além de dominar completamente o instrumento, sendo canhoto, não invertia as cordas do mesmo, como habitualmente fazem os canhotos. Uma singularidade: só tocava com inteiro agrado no violão que ele mesmo fabricasse. Nossa casa era um arsenal de instrumentos musicais. Piano, harpa, saxofone, clarinete, requinta, violão, bandolim, flauta, violino e até um 'celo' (violoncelo) de fabricação caseira."
Bom musico, o pai de Vital, se empregou no cinema da cidade fazendo acompanhamento das seções de filmes mudos, e com empenho conseguiu sociedade no cinema. O que seria ótimo para Vital e um grupo de amigos que passaram a produzir os sons, como  uma espécie de sonoplastia para as fitas, atrás das telas. Tudo sob a regência de Vital.

Com dez anos, Vital foi com a família para São Paulo, capital, onde ficou pouco tempo, pois logo ingressou no Seminário Salesiano de Lavrinhas, onde viveu por um ano e depois retornou a São Paulo. De volta, começou a trabalhar para ajudar a família e através de um amigo conheceu a professora Leonor de Campos que o apresentou aos Frades do Convento de São Francisco. Na instituição Vital expandiu suas atividades artísticas encenando, dirigindo e muitas vezes fazendo às vezes de cenógrafo.

Alguns anos mais tarde fundou a Associação dos Amigos de Santo Antônio, com sede no próprio convento. As atividades artísticas capitaneadas por ele iam tão bem que a verba conseguida com os festivais teatrais possibilitaram a reforma do Salão de Atos, a compra de um projetor de cinema e o lançamento do jornal "Mensageiro da Paz".

Vital passou a ser o animador oficial de eventos promovidos pelas obras assistenciais do Convento de São Francisco de Assis, ao lado da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Em breve ganhou o cargo de humorista oficial da turma de direito do diretório estudantil XI de Agosto, mas ainda não tinha conseguido seu grande sonho que era ser "artista".

Para ganhar a vida conseguiu um emprego na Repartição de Águas e Esgotos, mas continuou tentando decolar com sua carreira. Neste meio tempo começou a Revolução de 32 e como a maioria dos jovens ingressou nas tropas paulistas.

Vital manteve um diário onde narrava as atividades das batalhas e as impressões dos locais por onde passou:
"Diário de Campanha do soldado nº 135, adido do 5º R.C.D. Vital Fernandes da Silva, residente em São Paulo - Butantã à Rua Fernão Dias 93. Filho de João Fernandes da Silva e dona Adelina Mandelli da Silva. Nascido em 11 de maio de 1903 em Belém do Descalvado, Estado de São Paulo. Fui designado para seguir  para Cruzes ao 16 de agosto, para onde segui em 19 de agosto. Custou-me separar-me dos meus.  Despedi-me dos amigos e da minha 'Ex' da qual me lembrei ao passar por Taubaté, por ter visto ao lado da linha férrea uma laranjeira coberta de flores brancas... flores brancas... casamento. Quanta recordação... Recordar é viver. Ao chegar em Cruzes encontrei muitos colegas, todos mais moços que eu, todos incorporados. Pensei nas laranjeiras, no casamento, na impossibilidade de realização desse meu sonho e... incorporei-me sem grande contentamento dia 20/08 incorporei-me no 5º R.C.D" 
(Paulo Fernandes, 2002)


Os paulistas são derrotados e Vital voltou a capital paulista e retomou seus contatos com o mundo artístico. Entre eles Oduvaldo Viana Filho e Otávio Gabus Mendes que logo se interessaram pelo rádio teatro, impulsionando esta nova linguagem. Mas embora tão próximo do veículo que o iria consagrar, o jovem Vital só ingressaria no rádio pelas mãos de um parente.

Vital  tinha um cunhado que era saxofonista do "Grupo Sertanejo Cigarra" ligado a revista bastante conhecida na cidade. Um dia o grupo foi convidado a se apresentar nos estúdios da Radio Educadora Paulista, instalada no Palácio das Industrias no Parque Dom Pedro, no centro da capital.

Como o grande sonho de Vital era ser "artista", procurava se infiltrar em todas a manifestações culturais que podia. Assim, aproveitou para ir a Rádio Educadora com o cunhado. Após o programa, os produtores pediram a ele que contasse uma anedota, ação que o jovem interiorano aproveitou.

De improviso contou uma história um pouco picante para os ouvintes da época e por isto, sua estréia foi um fiasco. Logo após o término da piada, ouviu a censura dos colegas e amigos que passaram a ligar para sua casa reclamando do teor da história. 

O próprio Vital contou que ficou muito envergonhado e que há certo tempo "queria que o chão se abrisse" para que pudesse ser engolido e desaparecesse de tanta vergonha. Mas mesmo não dando certo sua tentativa de alegrar os ouvintes, esta foi a primeira vez que utilizou o pseudônimo de Nhô Totico. Nascia ali uma das maiores lendas do rádio paulista.

Ele contou que depois da vergonha continuou tentando a vida artística até que conseguiu iniciar a carreira pelas mãos de um dos estudantes de direito, Enéias Machado de Assis, que já atuava como radialista. Enéias levou Vital para conhecer o jovem Olavo Fontoura, diretor e um dos proprietários de uma rádio clandestina. Na realidade a emissora era resultado de uma brincadeira dos Irmãos Fontoura que chamaram a emissora de DKI A Voz do Juqueri.

Na hora do teste, Vital perguntou o que devia fazer e Olavo Fontoura pediu para que ele repetisse as ações que fazia diante dos estudantes. Vital conclui que não poderia fazer as mesmas brincadeiras, pois eram muito "pesadas" para programação. Ele foi ao microfone e fez um pequeno teatrinho onde revelou sua maior característica: Fez todas as vozes dos personagens e ainda complementou a história com "efeitos especiais" feitos por ele mesmo. Neste momento conseguiu o espaço para fazer o seu primeiro programa, mas ainda sem remuneração.

Nhô Totico desenvolveu inicialmente um programa voltado ao público adulto, "XPTO, Vila de Santo Antonio de Arrelia", ou simplesmente "Vila do Arrelia". O sucesso foi tanto que a rádio se regularizou e Nhô Totico ganhou um contrato.

Já em 1935 na Radio Record de São Paulo, ele apresentava um programa diário com seus personagens, entre as 18h30 e 19h00. Um dia antes de entrar no ar, encontrou com Marcelino de Carvalho, um dos diretores da emissora que tinha acabado de voltar da Europa, onde foi fazer a cobertura da Guerra.

Marcelino disse a Vital que no hemisfério norte as emissoras faziam programa para crianças em horário mais cedo por causa do inverno, para que elas pudesse se deitar ouvindo o rádio. Então o patrão propôs a Vital que fizesse um programa para crianças formatado em um clube de futebol. O humorista se negou afirmando que sobre o esporte não falaria e que era contra o fanatismo que envolvia as crianças contrapondo com a necessidade de estudo. Neste momento tocou a campainha para que Vital entrasse no ar. Marcelino de Carvalho insistiu: "Então vai falar do quê?". Vital respondeu: "Não sei. Mas ouça!".

Neste momento adentrou o estúdio da Record e começou seu programa, e acabou criando ali a "Escolinha da Dona Olinda", onde compunha estudantes como personagens oriundos das diversas colônias que existiam na cidade. Nasceu assim o italiano, o japonês, o filho do sírio e do nordestino. Além do inspetor e zelador da escola Srº Joaquim, um negro velho com todas as suas crendices. Nhô Totico afirmava que tudo que fazia era de improviso e sem script. Como ele mesmo dizia "como pastel de chinês" feito na hora.

Randal Juliano, radialista e ouvinte de Nhô Totico afirmava que ele sentia no operador o efeito de suas piadas, e se fosse necessário mudava o sentido do programa na hora bastando perceber que suas falas não haviam empolgado o colega de trabalho.

Vital afirmou várias vezes que para ele este processo de improviso era um "dom divino". Com um raciocino rápido e uma criatividade acima da média Nhô Totico ganhou espaço rápido no rádio paulista em dois horários. Das 18h00 às 18h30 apresentava a "Escolinha da Dona Olinda" e as 23h00 apresentava a "Vila do Arrelia". O primeiro programa voltado as crianças e o segundo aos adultos.  O sucesso foi tanto que logo Vital passou a excursionar pelo país e a dividir o palco com grandes nomes da Música Popular Brasileira.

Como na apresentação em Santos, onde presenciou Carmen Miranda brincar com a irmã Aurora Miranda sobre o namoro com Custódio Mesquita diante dos expectadores.
A competição acirrada pela audiência no final dos anos 30 para os 40 levou a Rádio Cultura, dos Irmãos Fontoura, a expandir a estrutura física da emissora para que as apresentações dos programa de Nhô Totico fossem feitas ao vivo em um auditório.

Inauguram em 1939 o Palácio de Rádio em um ponto privilegiado na Avenida São João, no centro da cidade de São Paulo. O prédio de seis andares possuía um auditório para 400 lugares que passou a lotar com as transmissões dos programas.

Uma característica dos programas de Nhô Totico era que sua formação católica sempre esteve presente. O foco do programa para as crianças era educar e discutir valores de ética e cidadania. Como demonstra o texto publicado no Jornal Folha da Manhã em 1944:
"Conta-se pelos dedos de uma mão o número dos autênticos humoristas que o rádio brasileiro apresentou em vinte anos. Nhô Totico é um deles. É o único, no entanto, entre raros eleitos, cujo humorismo pode e deve ser levado a um público infantil. Falou-se aqui ainda há pouco sobre educação pelo rádio, afirmando-se que  ela não poderia ignorar o lema da escola de Maria Montessori, que é ensinar divertindo e divertir ensinando. O popularíssimo artista de São Paulo segue as pegadas da famosa educadora italiana. Seus programas não se contentam em ser simples passatempos. São também lições de solidariedade humana."  

Mesmo com o sucesso Vital Fernandes da Silva manteve seu emprego na repartição pública e cumpria religiosamente seus horários desempenhando suas funções com empenho e esmero.

Com jornada dupla Vital era assediado por todas as grande emissoras do eixo Rio/São Paulo, mas sempre manteve sua palavra ao amigo Fontoura. Mas a Rádio Record fez novamente uma proposta que não pôs em xeque sua amizade. Nhô Totico manteve seus programas na Rádio Cultura e fez um novo programa na concorrente, evidentemente em outro horário. Nasceu assim, em maio de 1936, mais um programa "Chiquinho, Chicote e Chicória". Mas a vida em três empregos ficou difícil e Vital encerrou seu programa na Rádio Record um ano depois. Seus personagens foram incorporados aos programas da Rádio Cultura para tranqüilidade dos Irmãos Fontoura.

Em breves licenças do serviço público Vital excursionava pelo país fazendo grande sucesso. No Rio de Janeiro fez algumas temporadas na Radio Mayrink Veiga, coordenada na época por César de Alencar, amigo de rádio e de armas de Nhô ToticoCésar de Alencar tinha sido ao lado de Nicolau Tuma e Renato Macedo as vozes da Revolução de 32, sendo transmitidos pela Rádio Record de São Paulo.

A esta altura, Vital já era uma celebridade nacional tendo status de estrela, conquistando até a disputada imprensa carioca. Como demonstra este trecho do texto de Carlos Cavaco, no Correio da Noite, em outubro de 1941.
"... Totico que é, ao meu ver o primeiro e o mais completo artista do gênero na América do Sul, e que aproveita os seus magníficos programas para educar as crianças e fazer propaganda altiva e inteligente do nosso nacionalismo. É de homens assim, desse talento, dessa cultura, que o rádio precisa; e não dessa enxurrada de nulidades que aparece nas irradiações, atormentando os ouvidos de cinqüenta milhões de criaturas."
Nos anos 50, com a chegada da televisão, os empresários passaram a investir no novo meio e as verbas do rádio começaram a minguar. Embora muitos tenham indicado o fim do rádio, o que aconteceu foi uma acomodação de mercado, onde as emissoras radiofônicas passaram a focar mais suas programações para a prestação de serviço e as televisões ficaram com a maior fatia do entretenimento.

Em 1950, Vital tinha ganho o premio Roquete Pinto, o maior e mais badalado do rádio brasileiro, como melhor humorista. Com todo o seu sucesso no rádio foi natural a tentativa das emissoras de televisão em levar Nhô Totico para suas programações, mas ele sempre preferiu o rádio. Chegou a trabalhar por um breve período na TV Record de São Paulo e voltou a suas origens.

Em 1953, com 21 anos de atuação no rádio, Nhô Totico pensou em parar. Mas acabou assinando um contrato com a Rádio América, onde ficou até 1962, quando efetivamente encerrou sua carreira tendo cumprindo 30 anos de dedicação ao rádio brasileiro.

Nos anos seguintes passou um longo período longe dos palcos e dos microfones. Embora tenha participado de vários programas de rádio e de entrevistas para a televisão, Vital não voltou efetivamente a trabalhar em um veículo até os anos 80.

Entre 1983 e 1985 fez um contrato com a TV Globo para participar trimestralmente do programa "Som Brasil" apresentado por Rolando Boldrin.

As participações serviram para mostrar que Nhô Totico ainda estava em forma, embora com mais de 80 anos. Diante da platéia do programa Vital refazia os personagens que o tornaram famoso nos anos 30 e 40, desta vez com o suporte da imagem. O público delirava ao ver aquele senhor de cabelos brancos fazendo as vozes da "Escola da Dona Olinda" e os personagens da "Vila do Arrelia".

Vital que tinha ficado viúvo no final da década de 30, se casou em 1946 com Jutta Hertel Fernandes da Silva. Ela foi a companheira que iria acompanhar toda a ascensão do artista e ajudá-lo até o fim de sua vida.

Vital Fernandes da Silva faleceu em 04/04/1996, sendo velado na Assembléia Legislativa de São Paulo e enterrado no Cemitério da Consolação, Zona Oeste de São Paulo.

Mesmo tendo alcançado grande sucesso, Vital não ganhou muito dinheiro, sempre manteve seu emprego na repartição pública e após deixar os microfones viveu modestamente em uma casa na capital paulista. Seu acervo que inclui fotos, recortes de jornais, cartas e alguns móveis foi doado pela viúva para a Academia de Letras de Descalvado, cidade natal do artista.

A prefeitura local havia se comprometido a doar um imóvel para abrigar o acervo que conta a história de Nhô Totico, mas até hoje nada foi feito.

Não há registros sonoros gravados de nenhum programa de Vital Fernandes da Silva. Há indícios não comprovados de que algumas gravações da censura teriam sido passadas para discos, mas ninguém sabe dizer onde podem estar. Incêndios e inundações ajudaram a apagar dos arquivos da Radio Cultura de São Paulo os registros da "Escola da Dona Olinda" e da "Vila do Arrelia".

Parte do material que consta neste texto resultado de depoimentos do próprio Vital Fernandes da Silva em eventos do Centro Cultural São Paulo e algumas emissoras de rádio da capital paulista. Outra parte é resultado das pesquisas de Paulo Fernandes, sobrinho neto do humorista que desde 2002 tenta financiamento para fazer um livro sobre o Nhô Totico.

Os Programas

Vital Fernandes da Silva inovou ao fazer vários personagens mudando sua voz para poder caracterizá-los. Dono de uma criatividade ímpar produzia tudo sem script apenas com o improviso e algumas idéias sobre as mensagens que gostaria de passar a seus ouvintes. 

Escolinha da Dona Olinda

A "Escolinha da Dona Olinda" trazia a mescla de raças contidas nas ruas da cidade de São Paulo. Para que os ouvintes visualizassem os personagens de Vital, bastava abrir a janela ou dar um passeio pelas ruas. Como mostra o depoimento do diretor e ator Paulo Afonso Grissolli:
"Na escola e na igreja não se olha para trás”, afirmava a severa, mas bondosa professora Dona Olinda, personagem principal de um programa que influenciou muitos outros que surgiram. Todos os dias, às seis e meia da tarde, pelas ondas da Rádio Cultura, eu ouvia as suas vozes e, por elas e através de sua infindável comicidade, eu aprendia uma generosa lição de vida. D. Olinda era professora de uma escola ímpar, que durava, a cada dia, apenas meia hora. Os demais eram seus alunos (junto comigo):Soko, o japonesinho humilde; Mingau, o ítalo-brasileiro, torcedor do Palmeiras; Mingote o cabeça-chata verborrágico; Manuel o lusitano; Jorginho, o 'turco', Sebastião, o caipirinha maroto; e Minguinho, menino urbano...Com rapidez invencível, ele mudava, num segundo, da voz aguda de dona Olinda para o timbre roufenho e pesado de “seu” Joaquim, o preto velho, bedel da Escolinha  a presença negra necessária para que o quadro étnico-humano de São Paulo se completasse no programa."
(Paulo Fernandes, 2002)

Embora não tenhamos cópias dos programas, Vital ficava feliz em poder representar novamente todos seus personagens sempre que podia. Foi assim que em 10/09/1984 ele participou do evento "O Rádio Paulista no Centenário de Roquete Pinto" no Centro Cultural São Paulo. Na ocasião Vital representou ao vivo e de improviso um pequeno trecho da "Escola da Dona Olinda", diante dos olhos atentos da platéia.

Vila da Arrelia

Na "Vila do Arrelia" a personagem principal era Dona Aqueropita, filha de italianos, solteirona obcecada com a ideia de encontrar um homem solteiro para se casar. Durante as apresentações havia uma interação com os expectadores presentes no auditório que permitia a Nhô Totico desenrolar a trama levando os personagens as compras, ao cinema e as passeios na Vila. Paulo Fernandes afirma que: 

"O humorista fazia sozinho e de improviso todos os outros personagens do programa, entre eles o motorista de praça Sayamoto Kurakami, que conduzia dona Aqueropita pelas ruas da cidade, o negociante de tecidos Salim Kemal Fizeu; Betto Spacca Tutto era o inflexível irmão da Aqueropita, o português Manoel e o nordestino Trinta e Nove, que reapareciam no programa da tarde, como os pais das crianças da Escola de Dona Olinda."
Chiquinho, Chicote e Chicória

O programa foi feito por Nhô Totico na Rádio Record de São Paulo em 1936, por aproximadamente um ano. Período em que o humorista continuou a fazer "A Escola da Dona Olinda" e "A Vila do Arrelia" na Rádio Cultura. Com o fim do trabalho na Rádio Record, Vital continuou com os novos personagens, só que desta vez absorvidos nos outros programas.

O trabalho de Vital Fernandes da Silva demonstra a genialidade do menino de origem humilde em retratar em seus programas a diferenças sócio-culturais das diversas etnias que formou a cultura da capital paulista na primeira metade do século XX. Inovador ao criar um programa de humor voltado as crianças e transgressor ao não utilizar roteiros pré-estabelecidos, Nhô Totico marcou a história do rádio brasileiro. Mesmo com todo o sucesso que alcançou se manteve fiel as suas origens caipiras, mas dando a ela a dimensão cosmopolita trazida pelo desenvolvimento agrário e industrial do Estado de São Paulo. Seu trabalho dá continuidade ao de humoristas da Belle Époque transcendendo seu momento histórico ao retratar os conflitos da chegada do progresso.

Do ponto de vista artístico Vital Fernandes da Silva foi único, jamais outro humorista conseguiu catalisar tantos ouvintes com um produto tão específico para crianças.

Infelizmente pela falta de um política pública para o resgate e manutenção da história no Brasil, estamos perdendo o pouco que resta do acervo de Nhô Totico. Caso não tenhamos um mudança considerável no lidar com os produtos históricos assistiremos a boa parte da história dos veículos de comunicação, especialmente do rádio, ser apagada pelo descaso e ignorância.