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Neville George

NEVILLE GEORGE TREBILCOK
Dublador, Locutor, Ator, Apresentador de Telejornal, Produtor, Roteirista e Tradutor
(63 anos)

* São Paulo, SP (12/03/1939)
+ Rio de Janeiro, RJ (19/10/2002)

Neville George trouxe para a publicidade brasileira a locução mais coloquial. Ainda estava longe do considerado coloquial de hoje, mas para a época em que começou a gravar comerciais, sua locução fazia a diferença. Tanto que nos anos 1970 ele gravava muito, mas muito mesmo, os mais diversos produtos. Falava mais baixo, mais macio, adequava mais o tom ao produto, à mensagem. Dono de um timbre muito bonito e elegante, tinha um som ligeiramente anasalado e seus finais de frase eram um pouco alongados o que conferia à sua voz uma personalidade única. Foi uma mudança de referencial.

Gravava vídeos institucionais em português, inglês, espanhol, francês e italiano. Inteligente e culto, usou sua versatilidade para atuar em diversas áreas: locutor, ator, dublador, apresentador de telejornal, produtor, roteirista e tradutor.

Neto por parte de pai de um imigrante inglês, iniciou sua carreira como representante comercial, quando foi descoberto nos estúdios de dublagem, tendo vivido a época de ouro dos estúdios Arte Industrial Cinematográfica (AIC) de São Paulo.


No final dos anos de 1960 Neville George foi para o Rio de Janeiro trabalhar na TV Cinesom, aonde alem de dublador foi narrador da empresa por algum tempo. Além disso, também passou pelas empresas Dublasom Guanabara e Herbert Richers.

No início dos anos de 1970 retornou a São Paulo, a foi dublar no CineCastro, tendo feito na empresa a voz do Coronel Robert E. Hogan interpretado por Bob Crane em "Guerra, Sombra e Água Fresca", entre outros.

Em meados dos anos 70, Neville George se afastou da dublagem e foi trabalhar em um telejornal como apresentador na TV Tupi de São Paulo.

Em 1999 quando a emissora Rede TV! foi inaugurada, Neville George foi chamado para ser o locutor da mesma.


Na dublagem se destacou-se por grandes personagens como a terceira voz de Barney Rubble na série clássica de "Os Flintstones"James T. West interpretado por Robert Conrad na série "James West"Drº Leonard McCoy interpretado por DeForest Kelley na primeira temporada de "Jornada Nas Estrelas"Omir em "Viagem Ao Fundo Do Mar"Drº Doug Phillips interpretado por Robert Colbert em "O Túnel do Tempo"Coronel Hogan em "Guerra, Sombra e Água Fresca", além de ter narrado algumas vezes o desenho animado "A Corrida Maluca" e a abertura de "Além da Imaginação".

Muito novo, com aproximadamente 20 anos, Neville George casou com Ruth Maria e desta união nasceram Adriana e André.

Casou com Siomara Nagy, locutora e dubladora.

Aos 40 anos, depois de se separar da Siomara NagyNeville George se casou novamente com Maria Cristina e desta união nasceram Fabiana Trebilcock e Manuella.

Neville George lutava contra um Câncer no Pâncreas, e veio a falecer no dia 19 de outubro de 2002, deixando uma marca na dublagem brasileira e deixando o seu trabalho de narração da Rede TV!, aonde era admirado por muitos. Esse é mais um dos grande profissionais da dublagem do nosso país.

Escute AQUI a voz de Neville George.

Vicente Leporace

VICENTE FIDERICE LEPORACE
(66 anos)
Radialista, Locutor, Ator e Apresentador de TV

* São Tomas de Aquino, MG (26/01/1912)
+ São Paulo, SP (16/04/1978)

Vicente Leporace foi um radialista muito popular do Brasil.

Nascido em São Tomas de Aquino, MG em 26 de janeiro de 1912, Vicente Leporace foi sem dúvida um dos mais discutidos profissionais do rádio brasileiro.

Em 3 de setembro de 1937, a Rádio Atlântica de Santos inaugurou o Teatro de Antena apresentando um jovem rádio-ator vindo da PRB-5 Rádio Clube Hertz de Franca, SP. Surgiu então o grande Vicente Leporace.

Em sua longa carreira pelo Rádio ele atuou como redator, locutor, programador, discotecário, radioator, apresentador de televisão, apresentando com Clarice Amaral no Canal 7 a "Gincana Kibon", foi também ator de cinema atuando nos filmes "Luar Do Sertão" (1947), "A Vida É Uma Gargalhada" (1950), "Sai Da Frente" (1952), "Sinhá Moça" (1953), "Uma Pulga Na Balança" (1954), "Nadando Em Dinheiro" (1954), "Na Cena Do Crime" (1954), "É Proibido Beijar" (1954), "Carnaval Em Lá Maior" (1955) e "O Gigante, A Hora E A Vez Do Cinegrafista" (1971).

Blota Junior e Vicente Leporace
Atuou também em 1966 na novela "Redenção" com o papel de Carlo.

Em 1941 foi convidado por Blota Júnior para atuar na sua amada cidade Franca, voltando assim a ecoar sua voz à Rádio Clube Hertz de Franca. Ficou na rádio até o final de 1950, quando no dia 01/04/1951, lançou-se pela ondas da PRB-9 a Rádio Record de São Paulo, passando então a apresentar o "Jornal da Manhã" um informativo de meia e meia hora que ele mesmo produzia e apresentava.

Depois de onze anos, transferiu-se para a PRH-9 a Rádio Bandeirantes de São Paulo onde lançou a grande paixão da sua vida, o programa "O Trabuco". Alguns livros, relatam que a saída de Vicente Leporace da Rádio Record foi por questões salariais.

O programa "O Trabuco"  era um informativo diário que veiculava os fatos importantes do país e Vicente Leporace expressava sem medo seus cometários e críticas.

Vicente Leporace assumia toda a responsabilidade sobre seus ditos. Ele sem dúvida nenhuma tornou se o defensor dos menos favorecidos. Uma vez questionado porque o "Trabuco", ele explicou que não se tratava de uma alusão a uma arma de ataque e defesa e sim pela corruptela nascida na Calábria, terra de seus pais, que, estando dominada por tropas invasoras, seus habitantes ao trocarem informações utilizavam-se do método de boca a boca, originando o neologismo "trabuque" entre boca, ou o que não podia ser dito em voz alta.


Vicente Leporace muitas das vezes apresentou seu programa sob mira de fortes armas de fogo. Mas na época, vivia-se o regime militar de 64, e ele foi se dúvida nenhuma um dos maiores frequentadores da extinta Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS).

Mas toda esta pressão nunca o intimidou, a sua coragem e seu desprendimento o tornou um ícone na radiodifusão, não podendo esquecer de ressaltar seu amor à causa pública um defensor dos princípios morais e éticos.

Em 1969 apresentou pela TV Bandeirantes o jornal "Titulares da Notícia" ao lado de grandes nomes como Maurício Loureiro Gama, José Paulo de Andrade, Murilo Antunes Alves e Lourdes Rocha.

Vicente Leporace faleceu em São Paulo em 16 de abril de 1978 vítima de um Edema Pulmonar, deixando sem dúvida uma enorme brecha no rádio e na comunicação brasileira. Morreu sem concretizar seu maior sonho em editar um jornal em Santo Amaro, SP. Um jornal que circularia diariamente que chegou a ser constituído e registrado como "O Trabuco", mas infelizmente este sonho nunca chegou as bancas.

Como diria nosso grande Vicente Leporace: "Assino e Dou Fé!".

Cinema

  • 1971 - O Gigante, A Hora E A Vez Do Cinegrafista
  • 1955 - Carnaval Em Lá Maior
  • 1954 - É Proibido Beijar
  • 1954 - Na Senda Do Crime
  • 1953 - Nadando Em Dinheiro
  • 1953 - Uma Pulga Na Balança
  • 1953 - Sinhá Moça
  • 1952 - Sai Da Frente
  • 1950 - A Vida É Uma Gargalhada
  • 1947 - Luar Do Sertão

Televisão

  • 1966 - Redenção ... Carlo

Fonte: Memória do RádioWikipédia

Mauro Montalvão

MAURO MONTALVÃO
(74 anos)
Apresentador de TV e Locutor de Rádio

* (1936)
+ Rio de janeiro, RJ (06/02/2010)

Mauro Montalvão foi um apresentador de televisão e locutor de rádio brasileiro da década de 1970. Um dos últimos remanescentes da Era de Ouro da TV brasileira. Por duas décadas, comandou na TV Tupi o programa Mauro Montalvão Em Quatro Tempos. Passou também pela TV Record, TV Bandeirantes, e encerrou a carreira no vídeo nos anos 90, na extinta TV Rio.

Em 2000, teve breve passagem no rádio, ao lado de Francisco Barbosa e Paulo Martins, na Rádio Carioca (AM 710).

Mauro Montalvão já morou num apartamento de quatro quartos de frente para o mar na Rua Vieira Souto, em Ipanema, no Rio de Janeiro. Foi o primeiro brasileiro a ter um Bugatti, carro de luxo esportivo. Era comum vê-lo em rodas de amigos cercado de craques como Pelé e Jairzinho.

Em 2001, os tempos áureos de Mauro Montalvão, repórter esportivo que cobriu três Copas do Mundo e ganhou fama como apresentador de um programa que levava seu nome na extinta TV Tupi, estavam presentes apenas nas fotografias que ele guardava em seu apartamento de um quarto alugado em Copacabana.

A queda de Mauro Montalvão começou em 1980, quando a TV Tupi saiu do ar. Dois anos depois passou ter sintomas de uma doença que só em 1990 foi diagnosticada como Síndrome do Pânico. Foi tratado como cardíaco por sentir palpitações. Melhorou, mas não entrava em elevador sozinho, sentia-se mal em congestionamentos e túneis. "A doença acabou com minha carreira", disse Mauro.

A Síndrome do Pânico, hoje uma doença curável se o tratamento for seguido corretamente, se arrastou no caso de Montalvão. "A doença se tornou crônica nele porque, por problemas financeiros, não seguiu o tratamento indicado. E também era hipertenso", explicou o neurologista Fernando Pompeu Filho, seu médico. "Cerca de 80% dos pacientes se curam em um ano, com medicamentos específicos. No terceiro mês dão sinais de melhora", disse a psiquiatra Silvana Forelli.

Gustavo Almeida e Mauro Montalvão
Mauro Montalvão foi dono de fábrica de pastel. Sem sucesso, vendia canetas e isqueiros em quiosques da orla,  mas abandonou a vida de ambulante porque não alcançava o lucro necessário para cuidar de sua doença e se manter. Vivendo com aposentadoria de R$ 900,00 por mês, morava com a mulher e o filho, desempregado, e amigos o ajudam a pagar o aluguel de R$ 900,00.

Mauro Montalvão faleceu vítima de um Infarto na madrugada de sábado, dia 06/02/2010, aos 74 anos, no Hospital Municipal de Itatiaia, região sul Fluminense.  O seu corpo foi sepultado às 15:00hs de sábado, dia 06/02/2010, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

Mauro Montalvão deixou duas filhas, sete netos e bisnetos. 

Newton da Matta

NEWTON DA MATTA
(60 anos)
Ator, Locutor, Escritor, Dublador e Diretor de Dublagem

* Rio de Janeiro, RJ (14/02/1946)
+ Bragança Paulista, SP (06/03/2006)

Newton da Matta iniciou suas atividades artísticas no rádio, atuando nas emissoras TV Tupi, Rádio Mayrink Veiga e Rádio Nacional, no Rio de Janeiro, aos onze anos. Na Rádio Nacional participou de uma das maiores obras do radio que foi a Paixão de Cristo. Na Rádio Nacional, também foi escritor de novelas e diretor de elenco. Na televisão, atuou como ator e autor de Tele-Peças, na Rede Tupi, TV Rio e Rede Globo.

No teatro, foi o primeiro Pedrinho do Sítio do Picapau Amarelo no Teatro Ginástico e Copacabana, no Rio de Janeiro. Mais tarde, montou peças de Pirandello, entre outras.

Foi um dos diretores do musical Alô Dolly no Teatro João Caetano. A partir de 1960, foi convidado por Herbert Richers e Victor Berbara a dirigir e atuar como dublador. Foi o surgimento da dublagem na cidade do Rio de Janeiro.

Desde então, tem dublado diversos seriados, entre eles Dr. Kildare, dublando o ator Richard Chamberlain, Dallas, dublando o ator Patrick Duffy e A Gata e o Rato, dublando o ator Bruce Willis. Aliás Da Matta era o dublador oficial do ator Bruce Willis, emprestando sua voz a quase todos os filmes do ator.

Em longas-metragens, já dublou, além de Bruce Willis, os atores Dustin Hoffman, Paul Newman, Louis Jordan, Mickey Rourke, James Farentino, Peter O'Toole.

Também fez parte da fantástica dublagem da trilogia A Gaiola das Loucas no estúdio Álamo, em que dublava Albin Mougeotte (Zazá) vivido pelo ator Michel Serrault. Ao lado de Márcio Seixas como Renato Baldie e de Garcia Júnior como Jacob, o trio garantia o humor na versão brasileira da comédia.

Dirigiu em meados dos anos 1980 a dublagem de ThunderCats na Herbert Richers, dublando o personagem principal Lion-O.

Em seus últimos dias Newton da Matta trabalhava como diretor do estúdio de dublagem Tempo Filmes em São Paulo, responsável pela dublagem de programas dos canais a cabo Discovery Channel, People+Arts, Discovery Kids e Animal Planet.

Seu último trabalho, dublando o ator Bruce Willis foi no filme Sin City de Frank Miller, realizado no estúdio Delart, no Rio de Janeiro. Antes de morrer, foi cotado para dublar Hades em Os Cavaleiros do Zodíaco, papel que ficou a cargo de Marcelo Pissardini.

Morte

Faleceu aos 60 anos, na tarde de 6 de março de 2006, em Bragança Paulista, interior do estado de São Paulo, onde estava internado havia mais de trinta dias no Hospital Universitário São Francisco. Seu corpo foi enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo no Rio de Janeiro.

Fonte:  Wikipédia

Xisto Guzzi

XISTO GUZZI
(94 anos)
Ator e Locutor

* Franca, SP (23/06/1909)
+ Rio de Janeiro, RJ (05/06/1994)

Era filho de Ângelo e Virgínia Guzzi, imigrantes italianos. Ainda jovem, a convite de um amigo de infância, Vicente Leporace, participou de um concurso para locutor de rádio e foi aprovado. Então levou o amigo, para juntos dividirem a programação do dia e da noite.

Mais tarde junto com o amigo foi trabalhar em Santos, na época áurea dos cafés e cassinos. Além da longa carreira como locutor, participou de programas de humorismos na Rádio Atlântica de Santos. Ai veio para São Paulo e fez parte da Caravana da Alegria, com Paulo Leblon e Caldeira Filho. A seguir foi contratado pelas Emissoras Associadas, onde ficou por cerca de 40 anos.

Era locutor, radiator e humorista. Era produtor do programa Marmelandia, escrito por Max Nunes. Na Escolinha do Ciccilo, interpretava Mr.Polish, um americano muito engraçado, cuja entrada musical característica do personagem, fazia muito sucesso.


Foto: Xisto Guzzi (em pé da esquerda para a direita)
 Vera Lúcia, Correa Junior, Gentil Castro, João Monteiro
Paulo Leblon, Ibraim Mauá - Ernani Franco


Com a inauguração do televisão, além de rádio, atuava no teleteatro, fazendo novelas. Fez: O Segredo de Laura e várias outras, como O Preço de um Vida, A Outra, O Mestiço, O Direiro de Nascer, onde interpretava o médico, tipo de papel que várias vezes recebeu. E, como curiosidade, era a profissão que teria seguido, se não fosse ator.

Fez cinema, partitipou do filme O Sobrado. Aos 65 anos, em 1974, aposentou-se, deixando inúmeros fãs e amigos. Na mesma ocasião perdeu sua esposa Lila, com quem havia se casado ainda em Santos. Posteriormente foi morar no Rio de Janeiro, onde permaneceu até sua morte, em 1994.

Xisto Guzzi deixou 3 filhos: Ubirajara, Ubiratan e Jussara.

Televisão
  • 1971 - A Fábrica ... Alfredinho
  • 1969 - Nino, o Italianinho ... Pedro
  • 1968 - Antônio Maria
  • 1967 - Yoshico, um Poema de Amor
  • 1966 - Somos Todos Irmãos ... Barão Krischiberg
  • 1965 - O Pecado de Cada Um ... Augusto
  • 1965 - A Outra ... Santana
  • 1965 - Olhos que Amei ... Nahor
  • 1965 - O Mestiço ... Onofre
  • 1965 - Teresa ... Fabiano
  • 1964 - O Segredo de Laura
  • 1964 - A Gata
  • 1962 - A Estranha Clementine
  • 1962 - A Noite Eterna
  • 1959 - TV de Vanguarda
      • Uma Rua Chamada Pecado
      • Eugenia Grandet
      • A Janela
      • O Comediante ... Will C. Brown
      • O Preço da Glória ... Comandante
  • 1958 - Os Miseráveis ... Juiz
  • 1958 - TV Teatro
      • Pode-se Tip Tap de Patins
      • O Príncipe Encantado
  • 1958 - TV de Comédia
      • Vá com Deus
  • 1958 - Marcelino, Pão e Vinho
  • 1958 - Sublime Obsessão
  • 1957 - Seu Genaro
  • 1956 - Douglas Red
  • 1956 - Uma História de Ballet
  • 1956 - Conde de Monte Cristo .... Morrel
  • 1954 - As Aventuras de Red Ringo .... Xerife
  • 1954 - Sangue na Terra .... Delegado
Cinema
  • 1971 - Diabólicos Herdeiros
  • 1968 - O Pequeno Mundo de Marcos
  • 1965 - Quatro Brasileiros em Paris
  • 1965 - O Homem das Encrencas
  • 1962 - O Rei Pelé
  • 1956 - O Sobrado
 Fonte:  Wikipédia

Carlos Aguiar

CARLOS AGUIAR
(41 anos)
Locutor, Produtor e Apresentador de TV

* Caiabu, SP (1947)
+ São Paulo, SP (22/10/1988)

Hey, hey! Um passo para ô... su-ce-sso!!!

Esta frase com certeza lhe remeterá a ele, um dos grandes nomes do início da TV Gazeta. Ele tinha um público fiel e garantia bons pontos no Ibope para a emissora aos domingos. A voz um pouco anasalada e uma alegria contagiante. Como não lembrar de Carlos Aguiar, o mister show? Se a sua memória ainda não está fresca, com certeza agora ficará. Feche os olhos e lembre-se das bela panteras: Lia, Edna, Zilu, Aline, Ângela, Zeti, Eliane, Rebeca, Leninha e Rosane, as bailarinas de Carlos Aguiar. Agora vá mais fundo e lembre-se delas, em coro, cantando a canção que com certeza vai te remeter ao início de cada Programa Carlos Aguiar:

Laialaiá, laiá, laialaiá... Lalalalaiá, lalalaiá...
Chegou a hora, nós vamos cantar: Já está no ar, Carlos Aguiar!
Bate palma, bate o pé, o mister show é o que ele é!
Saia da frente que ele vai passar, Carlos Aguiar não pode parar!
Laialaiá, laiá, laialaiá... Lalalalaiá, lalalaiá...

E com alegria, ele entrava no palco:

- Oi, oi, oi, oiêêê... Alô, alô, minha geeeentê!


Berros, gritos, uma série de telespectadoras presentes no palco aplaudiam o Carlos Aguiar, que abriu na televisão brasileira não uma porta, mas um portão para a música sertaneja e a música nordestina. Sempre incentivou a música brasileira. Foi o primeiro programa da linha de shows da  TV Gazeta, que estreou em 4 denovembro de 1970 com o nome São Paulo da Viola. Posteriormentetornou-se Boa-Tarde Viola, quando seu horário era vespertino. E, em 1972 transformou-se em Show da Viola, nome que manteve até 1978.

Mas para falar do Carlos Aguiar, precisamos relembrar um pouco de sua história. Carlos Aguiar nasceu em 1947 em Caiabu, SP, cidade próxima de Martinópolis, na região de Presidente Prudente. Foi lá que Carlos Aguiar, aos 14 anos, iniciou sua carreira artística como locutor no serviço de alto-falantes da cidade. Um ano depois foi contratado como locutor da Rádio Clube de Martinópolis, onde ficou até 1964. Foi chamado para ser locutor da Rádio de Presidente Prudente.

Foi um passo para o sucesso. No final daquele mesmo ano, aos 17 anos,  Carlos Aguiar veio para São Paulo e começou a trabalhar com o ator Amácio Mazzaropi. Trabalhou como programador do Rancho Alegre, programa do humorista na TV Tupi. A partir dali dividiu seu trabalho entre o rádio como locutor e a televisão como produtor.

Foi para a TV Paulista, canal 5, produzindo os programas de Chacrinha, Dercy Gonçalves e Juca Chaves. Estava lá quando a TV Paulista foi comprada e transformada em TV Globo. Começou a fazer sucesso como locutor do programa Patrulha do Sertão, na Rádio Piratininga. E foi ali que recebeu o convite do produtor Kleber Afonso para apresentar um programa na TV Gazeta. Aí, naquele novembro de 1970, começou o São Paulo da Viola. O programa ia ar aos domingos à tarde, num auditório improvisado no 4º andar. Kleber Afonso foi ser seu produtor.

Quando as cores chegaram à TV brasileira, a TV Gazeta transformou o programa de Carlos Aguiar em cores. Em 1972, nos jornais, falava-se do Show da Viola: O programa colorido de maior audiência no horário, mostra o que de melhor existe na música sertaneja. Pouco tempo depois, o Show da Viola abriu espaço para a música nordestina, atraindo um público esquecido da metrópole paulistana. Aos poucos a viola sertaneja abriu espaço para outros instrumentos... e o enfoque neste novo segmento aumentou a audiência da TV Gazeta.


A partir de 1973 o programa passou a ter uma garota-propaganda, Wilma, ex-jogadora de basquete da Seleção Brasileira. Aos poucos, o ator Kleber Afonso se ausentou da produção, ocupando-se com turnês de suas peças de teatro, e Wilma assumiu a produção do programa. O bom entendimento com Carlos Aguiar, suas boas sugestões, suas opiniões, tudo fez que além da parceria nascesse algo mais forte: Carlos Aguiar e Wilma se casaram em 1975... E ela passou a usar o nome de Wilma Aguiar.

Em 1974 Wilma sugeriu que Carlos Aguiar criasse um quadro destinado à Música Popular Brasileira, que obteve muito sucesso. A TV Gazeta passou por uma grande reformulação na programação em 25 de janeiro de 1978, seu 8º aniversário. Com Com isso, o Show da Viola se transformou em Programa Carlos Aguiar, tendo agora a Música Popular Brasileira em geral como enfoque principal. Foi outra sugestão de Wilma Aguiar à direção da TV Gazeta.

As músicas sertaneja e nordestina passaram a aparecer no quadro Coisas do Nosso Folclore dentro do programa. Havia ainda os quadros: Só Sucessos, Um Passo Para o Sucesso (grande bordão do apresentador) e Lançamento, que mostravam, respectivamente, as músicas já consagradas pelo público, as que estavam atingindo o topo das paradas e as lançadas no mercado fonográfico. Além disso, semanalmente um artista consagrado contava fatos pitorescos de sua vida e carreira no quadro Vida de Artista (hoje tão copiado pelas grandes redes).

A equipe de produção de Carlos Aguiar contava com Wilma, Rubito, Amaury e Tony Auad, responsáveis pelos artistas convidados e pelas promoções do programa. A equipe também criou o Troféu Carlos Aguiar, aos grandes nomes do rádio, TV e música brasileira.

A partir de 1979, o Programa Carlos Aguiar passa a ser gravado no Teatro das Nações, na Avenida São João. De "ao vivo" virou "gravado", mas não tirou a naturalidade e o jeito espontâneo de Carlos Aguiar. O aumento do público foi uma das principais causas da mudança. O Teatro das Nações ficava lotado pelas fãs do programa, nas noites de segundas-feiras (dia da gravação). E não dá para deixar de lado o júri do programa, que gerava polêmica: Garcia Gambero, Prof. Fernando Jorge, Tony Auad, Arethusa Nogueira, Severino Araújo, entre outros.

Os aniversários do programa de 1978, 1979 e 1980 foram realizados no Ginásio do Pacaembu. Em cada ano um número aproximado de 18 mil fãs prestigiou Carlos Aguiar. Wilma Aguiar, a eterna companheira do apresentador, é quem nos conta mais sobre sua história:


"Eu entrei na Gazeta em 1973... O Aguiar já fazia o programa na TV Gazeta. Era o Show da Viola. Antes era jogadora de basquete da seleção brasileira. Fui apresentada a ele pelo Aucir, da Churrascaria Eduardo’s. Eu e o Aguiar sempre nos demos bem. Tanto é que aquela amizade cresceu e nos casamos. Dentro do programa tinha corrida, passava turfe, corrida de cavalo lá do Jockey Clube. Era transmitido simultaneamente. O Aguiar estava no ar, mas o programa era interrompido para entrar a corrida. Era domingo de manhã. No programa vieram violeiros importantes da época – Tonico & Tinoco, Pena Branca & Xavantinho, Zico & Zeca, Trio Parada Dura, Milionário e Zé Rico, Zé Betio... Eu comecei sendo garota-propaganda do programa dele... E metia o dedo onde não era chamada! Dava sugestões, opiniões. Um dia o Kleber Afonso foi fazer turnês e acabaram me colocando como produtora do programa. Na época os maiores patrocinadores do programa eram cafés. Tinha o Café do Ponto, Café São Bernardo, Café Serra Negra... Nós tínhamos patrocinadores de café até demais, porque o programa era pela manhã... E o Aguiar ia falando: 'Você vai acordando e tomando seu café'. Tínhamos também a Tapeçaria Chic, que na época era a rainha de patrocinar os programas de televisão. O Aguiar ajudou também na divulgação dos grandes laboratórios da época. Eles patrocinavam o programa. Dorsay, que era o Vitasay, do Doril, hoje grande potência e que na época era pequeno. Quando o programa foi para o horário da tarde, começamos a competir com o Sílvio Santos, aos domingos, com duas horas de duração. Depois dei a sugestão de ser Programa Carlos Aguiar. Nessa época, surgiu no programa o Zé Luiz, que chamam de Diabo Loiro, cantor de sucesso na época. Ele despontou no quadro Um Passo Para o Sucesso. O Amado Batista também começou no programa. O Aguiar sempre foi um comunicador popular. A gente tocava música sertaneja, música nordestina, que na época ninguém tocava. Quem fazia sucesso era Anastácia, Trio Nordestino, Dominguinhos, Luiz Gonzaga. Os artistas passaram a procurar o programa. Cada vez mais foi melhorando o nível, a ponto de a gente chegar a ter Fábio Jr., Elba Ramalho diversas vezes, Sidney Magal, Chitãozinho & Xororó... Os artistas faziam tudo o que o Aguiar queria, uma vez ele brincou com o Ovelha e perguntou para o público:
 
- Vocês querem o Ovelha pelado?
E todo mundo respondeu:
- Queremos!
 
Aí o Aguiar mandou o Ovelha tirar a roupa e ficar pelado... E ele realmente ficou! Aquilo foi manchete em tudo quanto é jornal. As festas do programa eram um sucesso, uma loucura. A primeira festa de aniversário que a gente foi fazer de externa, fomos gravar num salão de forró do Mário Zan. Metade do povo ficou do lado de fora e nós não tivemos condições de gravar. Foi aquela briga porque todo mundo queria entrar. Foi uma surpresa para a gente, até para os diretores da TV Gazeta. Foi um alvoroço. Teve que vir polícia, bombeiro, gente na rua gritando, chorando que queria entrar. Nós não tivemos condições de gravar. Foi em 1978. Tivemos que remarcar e fizemos o programa de aniversário na TV Gazeta, ao vivo e lotado de gente. Nossa sala de produção era no 8º andar, onde hoje é a Sala Vip. Hoje o Aguiar ficou na saudade para muitos artistas porque ele tinha as portas abertas para todos, sem distinção. Na TV Gazeta ele também apresentou o Telecatch... E lá também foi precursor, teve uma importância muito grande para a TV Gazeta, quando ela chegou a transmitir o Carnaval dos Clubes, durante muitos anos. Era transmitido do Palmeiras, do Corinthians, do São Paulo. A cada dia dois comentavam. Eu fazia um, o Carlos Aguiar o outro. O Aguiar sempre amou televisão, ele gostava muito mais do que rádio. O Aguiar deixou muita saudade. Tanto ele como eu amávamos a TV Gazeta."

Em 1983, o diretor-geral da Rádio Gazeta e TV Gazeta, Alberto Maluf, tirou do ar o Programa Carlos Aguiar. A alegação na época foi de que o comunicador não se enquadrava no perfil que a emissora adotava a partir daquele instante, menos popular.

Carlos Aguiar faleceu vítima de Insuficiência Respiratória, aos 41 anos, na capital paulista, em 22 de outubro de 1988. Encerrou sua carreira trabalhando na Rádio Globo, com o seu eterno Programa Carlos Aguiar.


Nota do radialista Edson Xavier: Na época eu era office-boy dos diários oficiais e trabalhava em um Flat no período noturno na Alameda Campinas. Conheci o apresentador Carlos Aguiar e sua Esposa Wilma quando se dirigiam a sua residência em uma rua travessa da Alameda Rio Preto no bairro Bela Vista. Anos mais tarde o reencontrei nas dependências da Rádio América AM 1.410 khz onde Wilma apresentava um programa com seu nome nas madrugadas, após falecimento do eterno amigo Carlos Aguiar. Saudades!

Gilberto Lima

GILBERTO LIMA
(40 anos)
Radialista e Locutor

* Varginha, MG (23/12/1942)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/08/1983)

Gilberto Lima iniciou a carreira numa emissora de sua cidade, a Sociedade Rádio Clube de Varginha no programa infantil chamado "Petizada Alegre" que também revelou outro talento bastante conhecido, o cantor Sílvio Brito. Além da apresentação do programa ele fazia locução de vários comerciais dos patrocinadores: Palácio do Lar, Café Dubom, Pastifício Santa Maria e Macarrão Cristal.

Ainda jovem foi para São Paulo e conseguiu ser contratado pela Rádio Piratininga. Nessa época, existe um fato curioso a ser relatado: Ele gravou um compacto com duas faixas em 1976 pela gravadora Continental mas desistiu da carreira de cantor. As duas músicas são "Dê-me Um Beijo" e "Você é Demaisss".

Foi para São Paulo contratado pela Rádio Globo do Rio de Janeiro em 15/11/1978 para cobrir férias dos comunicadores, até que conseguiu o seu próprio programa.

Gilberto Lima trabalhou com Sílvio Santos na Rádio Nacional. Em 1977, tornou-se narrador do programa de TV "Fantástico", da Rede Globo.

Foi casado com a cantora Bárbara Martins.

Sílvio Santos e Gilberto Lima
Morte

Gilberto Lima era epiléptico e morava sozinho em um apartamento próximo a Rádio Globo no Rio de Janeiro. E como ele não chegava ao local de trabalho, todo mundo desesperado começou a procura-lo. Logo depois tiveram a notícia que Gilberto Lima havia falecido vítima de asfixia. Estava dormindo e teve uma convulsão. Morreu em 17/08/1983 no auge da carreira aos 40 anos de idade.

Humberto Marçal

SEBASTIÃO HUMBERTO DE SOUZA
(56 anos)
Locutor e Radialista

* Batatais, SP (12/08/1936)
+ São Paulo, SP (14/08/1992)

Filho de Sebastião de Souza e Deonísia de Paula, nasceu em 12/08/1936, na cidade de Batatais, interior do estado de São Paulo. Depois sua família mudou-se para Marília e Humberto Marçal começou a trabalhar em rádio. Em Marília começou na Rádio Dirceu, do grupo da Rádio Piratininga.

Humberto Marçal era um jovem estudante, que estava ainda fazendo o 2º grau e foi convidado para apresentar um programa cultural, mas logo depois de um tempo foi chamado a integrar o corpo de locutores profissionais.

Seus pais não queriam com medo que isso atrapalhasse seus estudos. Mas Humberto Marçal bateu o pé e consegui permissão para trabalhar em alguns horários. Daí ele foi dilatando seus horários e dedicando-se cada vez mais ao rádio. Acabou realmente por reprovar no colégio e a ocupar todos os cargos que uma emissora do interior pode ter.

Depois, Humberto Marçal foi convidado para a Rádio ABC de Santo André, passando a seguir para a Rádio Cultura, em São Paulo.

Na Rádio Cultura fazia os programas Sucessos do Dia e É Só Pedir. Na Rádio Bandeirantes apresentou o "Jornal Primeira Hora" e o programa "Mil Discos é o Limite".

Trabalhou na Rádio Globo, Rádio Excelsior (Sistema Globo de Rádio), Rádio Nacional e Rádio Record.

Além de fazer rádio, Humberto Marçal gravou jingles, quase sempre na RGE, e fez a voz em comerciais como Café Seleto, Varig, Banco Real e outros.

De uma segurança e credibilidade que poucos profissionais conseguem conferir à voz, fez uma carreira de sucessos no rádio, na tv e na publicidade. Ele criou uma produtora de som Sonotec por onde passaram todos os melhores e maiores locutores de comerciais da época, alguns ainda entre nós, atuando a toda.

Durante anos foi o locutor dos comerciais da Varig, empresa aérea que fazia campanhas muito criativas e estava constantemente na mídia. Gravou muitos comerciais em toda a sua carreira e sua voz marcante será sempre uma referência do que é um bom profissional.

Humberto Marçal foi casado com Anna Maria de Mello com quem teve 2 filhos.

Escute aqui a voz de Humberto Marçal: Voz Humberto Marçal

Néa Simões

NÉA SIMÕES
(79 anos)
Locutora, Atriz e Poetisa

* São Paulo, SP (19/04/1923)
+ São Paulo, SP (20/09/2002)

Néa Simões era descendente de portugueses. Começou a trabalhar como locutora. Esteve na Rádio América, na Cultura e na Difusora. Desde nova trabalhou em radioteatro nas Emissoras Associadas. Ela era contratada por essa rede de emissoras quando da inauguração da TV Tupi, em 18 de setembro de 1950. Por seu tipo físico e seu jeito austero, sempre lhe cabiam bons papéis.

Participou da primeira novela televisiva Sua Vida Me Pertence, escrita e dirigida por Walter Forster. Fez muitas outras novelas, inclusive A Gata, de Ivani Ribeiro, no início da TV no Brasil. Continuava, porém em rádio, pois sua voz era muito boa e escrevendo livros de poesia.

Casou-se com o jornalista português Santos Mendes, que era bem mais velho do que ela e teve dois filhos. A atriz dedicou-se muito à colônia portuguesa, fazendo programas, eventos e publicações ligados a Portugal.

Seu maior sucesso na TV foi na novela Antonio Maria ao lado de Sérgio Cardoso e Aracy Balabanian, mas também trabalhou em Nino, o Italianinho, As Pupilas do Senhor Reitor, Os Deuses Estão Mortos, Pingo de Gente e Papai Coração. Sua última participação na TV foi na minissérie Rabo de Saia da TV Globo.

Ela faleceu repentinamente e recebeu muitas homenagens da colônia portuguesa.

Televisão
  • 1984 - Rabo-de-Saia ... Etelvina
  • 1977 - Um Sol Maior ... Emerenciana
  • 1976 - O Julgamento
  • 1976 - Papai Coração
  • 1972 - O Tempo Não Apaga
  • 1971 - Pingo de Gente
  • 1971 - Os Deuses Estão Mortos
  • 1970 - As Pupilas do Senhor Reitor
  • 1969 - Nino, o Italianinho ... Catarina
  • 1968 - Antônio Maria ... Catarina
  • 1968 - Amor Sem Deus
  • 1967 - Estrelas no Chão ... Odete
  • 1967 - Paixão Proibida ... Baronesa
  • 1967 - Encontro Com o Passado
  • 1966 - A Inimiga ... Isaura
  • 1965 - Teresa ... Josefina
  • 1964 - Quem Casa Com Maria?
  • 1964 - A Gata ... Isabel
  • 1964 - Alma Cigana ... irmã Teresa
  • 1962 - A Estranha Clementine
  • TV de Vanguarda
  • 1956 - Uma História de Ballet
  • 1955 - Oliver Twist
  • 1951 - Sua Vida Me Pertence

Cinema
  • 2001 - O Tempo dos Objetos
  • 1996 - Um Céu de Estrelas
  • 1981 - A Volta de Jerônimo
  • 1979 - A Mulher Que Inventou o Amor
  • 1976 - Jeca Contra o Capeta

Fonte: Dramaturgia Brasileira - In Memoriam e Wikipédia

Olga Nobre

OLGA NOBRE ALACID
(61 anos)
Locutora, Atriz e Narradora

* Manaus, AM (29/10/1916)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/09/1978)

Olga Nobre era filha de Sara Nobre, uma atriz portuguesa que atuou no Brasil.

Estreou no rádio aos 13 anos de idade, foi locutora na Rádio Nacional de 1937 a 1969 e atriz de radionovelas, telenovelas e cinema.

Trabalhou no cinema, tendo estrelado os filmes Tererê Não Resolve (1938) de Luís de Barros, Futebol em Família (1939) de Rui Costa. Já no fim da sua carreira, em 1970, trabalhou no filme Os Herdeiros, de Cacá Diegues.

Fonte: Projeto VIP

Tico-Tico

JOSÉ CARLOS DE MORAES
(76 anos)
Jornalista, Radialista e Locutor

* Angatuba, SP (24/11/1922)
+ São Paulo, SP (15/09/1999)

Foi um dos primeiros repórteres da televisão brasileira.

José Carlos, ainda jovem, iniciou sua carreira de locutor montando o primeiro sistema de alto falantes da praça da matriz em Angatuba, depois seguiu a capital paulista onde formou-se em advogacacia pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco.

José Carlos de Morais tornou-se conhecido como sendo o repórter "em primeira mão". Trabalhou com Carlos Spera e Maurício Loureiro Gama, entre outros pioneiros da televisão. Seu pai, Cornélio Vieira de Morais durante a década de 30 foi prefeito de Angatuba. Sua mãe chamava-se Maria Zoraide e pelo lado materno, era neto de Cornélio Vieira de Camargo, conhecido político de Tatuí. Foi casado com Cidinha e tiveram 2 filhos. Um de seus irmãos foi secretário de justiça do prefeito de São Paulo na época de Jânio da Silva Quadros.

José Carlos conseguiu seu primeiro emprego na Agência Nacional. Foi também locutor de rádio. Seu sotaque "caipira" foi um primeiro entrave, mas Tico-Tico, já então com o codinome, conseguiu superá-lo.

Tico-Tico passou por vários jornais e emissoras de rádio. Esteve na Rádio Educadora Paulista, Rádio São Paulo, Rádio Panamericana, Rádio Record, Rádio Bandeirantes, Rádio Tupi. Fez reportagens marcantes, como entrevistas de campanhas eleitorais, posses de governadores e presidentes, nacionais e internacionais.

Tico-Tico entrevistou todos os Papas de sua época, assim como personalidades máximas, políticas do mundo inteiro. Foi capaz de colocar-se no paralama do carro do presidente americano Dwight D. Eisenhower, para entrevistá-lo. Também entrevistou Che Guevara, Fidel Castro, John Kennedy, e vários outros.

Esteve na União Soviética, ainda durante a Guerra Fria. Passou para a televisão e foi o primeiro a adptar um pequeno tape para agilizar as gravações. Com Maurício Loureiro Gama, iniciou os jornais verspertinos pela televisão. Fez, por vários anos, o jornal Edição Extra, na TV Tupi de São Paulo.

Faleceu em São Paulo em decorrência de uma Trombose Pulmonar. Tico-Tico está sepultado no Cemitério São Paulo, localizado na capital paulista.

Fonte: Wikipédia

Ramos Calhelha

MOACYR RAMOS CALHELHA
(83 anos)
Locutor e Narrador

* Rio de Janeiro, RJ (18/03/1919)
+ Águas de Lindóia, SP (12/09/2002)

Sua mãe faleceu quando ele ainda tinha poucos meses de idade e o pai quando tinha 3 anos. Tinha uma irmã chamada Daura. Casou com Maria Ospina em 15/05/1943, se divorciaram em 08/1969 e tiveram 2 filhos.

Ramos Calhelha foi e é ainda uma voz muito imitada, principalmente na narração de traillers de filme. Mesmo a voz que grava os traillers da Paris Filmes atualmente, lembra muito a de Ramos Calhelha. Só quem ouviu e trabalhou ao lado dele, entende porque sua voz, povoou os sonhos de muitas gerações.

Ramos Calhelha, naturalmente, quando conversava, contando suas histórias ou mesmo discorrendo sobre qualquer assunto, descrevia as coisas em um tom sereno, firme e com palavras tão ricas e harmoniosas que era impossível não se viajar na imaginação. E de repente você se via em lugares, interagindo com coisas e pessoas as quais você nunca tinha visto.

Em 1938, ele ganhou uma bolsa de estudos e foi para a Niagara University nos Estados Unidos. A carreira de Ramos Calhelha foi muito rica e suas narrações feitas para a 20th Century Fox nos Estados Unidos, são inesquecíveis.

Como freelance, ele traduzia do inglês para o português e narrava traillers e filmes que vinham para o Brasil. Quando voltou para cá em 1970, trabalhou em rádio e gravou muitos comerciais.

Ramos Calhelha se foi para sempre em 12/09/2002, mas seu estilo e sua voz, nunca sairão de moda e jamais deixarão de ser imitados.

Ramos Calhelha faleceu de causas naturais.

Clique nos links abaixo e escute a voz de Ramos Calhelha fazendo uma narração memorável para a peça radiofônica Jonathan Gaivota:

(01-17) (02-17) (03-17) (04-17) (05-17) (06-17) (07-17) (08-17)

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Fonte: Clube da Voz e Vozes Brasileiras

Rui Viotti

RUI VILLARA VIOTTI
(79 anos)
Jornalista e Locutor Esportivo

* Caxambu, MG (26/09/1929)
+ São Paulo, SP (07/09/2009)

Rui Viotti iniciou a carreira como locutor esportivo em sua cidade natal, na Rádio Caxambu, com apenas 15 anos de idade. Em 1949, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi um dos três vencedores de um concurso coordenado por Ary Barroso, para substituí-lo na Rádio Tupi. Participou das transmissões esportivas da rádio.

Rui Viotti e Silvio Luiz (Foto Silvio Luiz Página Oficial)
Permaneceu por pouco tempo na Rádio Tupi, transferindo-se em seguida para a Rádio Nacional e, posteriormente, para a Rádio Tamoio, onde realizou a cobertura da Copa do Mundo de 1950, no Brasil. Participou do processo de implantação da televisão no país. Em meados da década de 1950, conciliava o trabalho da rádio com o da TV Tupi. Até apresentar seu próprio programa, sobre notícias esportivas, chegou a exercer as funções de caboman e cinegrafista. Em 1956, recebeu o Troféu Antenas de Prata, na categoria Melhor Narrador Esportivo.

Entre 1962 e 1966, abandonou a televisão para trabalhar no mercado publicitário. Após breve passagem pela TV Bandeirantes, retornou à TV Tupi Rio em 1970, para ocupar o cargo de diretor de programação. Em 1973, recebeu o convite para assumir a direção de esportes da Rede Globo. Na emissora, foi um dos criadores do programa Esporte Espetacular e pela organização da transmissão da Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, no último ano em que atuou na emissora.

Em 1976, realizou a primeira transmissão de uma partida de tênis internacional para o Brasil, a final individual masculina do Torneio de Wimbledon. Ficou conhecido como a Voz do Tênis, devido a sua especialidade em narrar jogos do esporte.

Posteriormente, realizou as transmissões de torneios de tênis pela TV Manchete e Rede TV.

Com o final dos contratos com a televisão aberta, Rui Viotti se aposentou. Mais tarde, com problemas de saúde, só voltou a trabalhar para a BandSports em 2009, tendo narrado o torneio de Campos do Jordão em julho e vários torneios ATP e WTA da temporada.

Faleceu em setembro de 2009, aos 79 anos em São Paulo, vítima de Falência Múltipla dos Órgãos, em decorrência de uma Infecção Generalizada.

Fonte: Wikipédia

Gontijo Teodoro

GONTIJO SOARES TEODORO
(79 anos)
Radialista, Locutor e Apresentador de TV

* Araxá, MG (20/03/1924)
+ Rio de Janeiro, RJ (05/09/2003)

É conhecido por ter apresentado a versão carioca do Repórter Esso na TV Tupi.

Luiz, seu pai, é descendente de espanhóis. Gontijo nasceu em Araxá, Minas Gerais, em 20 de março de 1924. O pai era caixeiro viajante e a mãe, de família tradicional mineira, passou uma fase de dificuldades financeiras, ajudando a sustentar a família pedalando sua máquina de costura. O garoto Gontijo gostava de brincar de locutor numa latinha de massa de tomate.

Já no Rio de Janeiro, para onde a família havia se mudado, Gontijo imitava os grandes locutores da época: César Ladeira, Urbano Lóes e outros.

Tendo se mudado para Petrópolis, a primeira vez que Gontijo participou de um programa de calouros, cantou, e foi "gongado". Foi para Belo Horizonte, depois para a cidade de Formiga.

Conheceu o Capitão Furtado, grande nome da Rádio Bandeirantes de São Paulo, e que estava em turnê artística pelo interior. Gontijo acabou indo para aquela emissora paulista e aí começou realmente sua trajetória.

A seguir foi para a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, sempre como locutor.

O rádio tinha grande importância na época e Gontijo Teodoro foi crescendo e logo passou a apresentador de programas. Cabia a ele anunciar os grandes cantores, as orquestras de até 200 figuras, coisa que nunca mais voltou a existir. Foi nessa época que a televisão foi inaugurada no Rio de Janeiro, um ano após São Paulo.

Gontijo pensou que não iriam chamá-lo para a televisão, mas aconteceu o oposto. Começou a apresentar Retratos da Semana, na TV Tupi Rio. Já era jornalista registrado, quando foi escolhido para ser o Repórter Esso, programa que já existia em rádio e que ia ser inaugurado na televisão.

Gontijo ficou à frente do Repórter Esso por 18 anos, 9 meses e 10 dias. Aquele era o verdadeiro Diário Oficial de toda população brasileira. Com sua voz possante e dicção perfeita, Gontijo Teodoro, às 20:00 hs. em ponto, dava o seu "Boa Noite" e passava a informar só notícias confirmadas. Sua credibilidade era tanta, que houve um tempo em que se dizia: "Se o Repórter Esso não deu, não aconteceu". Nunca foi necessário desfazer uma notícia. Não era um programa opinativo, era um jornal inteiramente informativo.

Quando o Repórter Esso acabou e Gontijo Teodoro teve dificuldade em ser aceito para outra emissora. Sua voz havia marcado demais. E aí ele começou a diversificar suas atividades. Publicou dois livros: Você Entende de Notícias e Jornalismo na TV. Por vários anos foi também editor do Jornal Messiânico, em São Paulo, mas de circulação nacional. Teve um programa no formato talk-show na Rádio Guanabara do Rio de Janeiro, com entrevistas, comentários e muitas coisas.

A sua frase escolhida era uma frase de Adolpho Bloch, dono da TV Manchete, que dizia: "O importante não é ser, nem ter, nem parecer, mas fazer".

Faleceu dia 5 de setembro de 2003 vítima de Infarto em sua casa em Copacabana no Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipédia