Mostrando postagens com marcador Percussionista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Percussionista. Mostrar todas as postagens

André Filho

ANTÔNIO ANDRÉ DE SÁ FILHO
(68 anos)
Compositor, Cantor, Arranjador, Percussionista, Instrumentista e Radialista

☼ Rio de Janeiro, RJ (21/03/1906)
┼ Rio de Janeiro, RJ (02/07/1974)

Antônio André de Sá Filho, mais conhecido com André Filho, foi um ator, multiinstrumentista (piano, violão, bandolim, violino, banjo, percussão), radialista, compositor e cantor brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 21/03/1906.

Ficou órfão muito cedo, sendo por isso criado pela avó. Começou a estudar música erudita aos oito anos com Pascoale Gambardella. Estudou, anos depois, vários instrumentos como violão, violino, piano, bandolim, dedicando-se, então, à música popular brasileira.

Formou-se em Ciências e Letras no Colégio Salesiano de Niterói, RJ, onde foi colega de Almirante.

Na década de 1940, esteve internado com problemas psíquicos, que, somados a alguns outros, acabaram por fazê-lo abandonar a vida artística.

André Filho é autor de muitos sucessos, entre os quais a marcha "Cidade Maravilhosa" que se tornou o hino da cidade do Rio de Janeiro. Por isso virou uma figura histórica do Rio de Janeiro, além de ser o parceiro de Noel Rosa no samba "Filosofia".

André Filho começou a carreira artística cantando na Rádio Educadora. Foi arranjador, compositor de jingles, locutor de várias emissoras como a Rádio Tupi, Rádio Mayrink Veiga, Rádio Phillips e Rádio Guanabara.


Sua primeira composição a ser gravada foi "Velho Solar", em 1929, pela Parlophon, interpretada por Henrique de Melo Moraes, o tio de Vinícius de Moraes. No mesmo ano, Ascendino Lisboa lançou o samba "Dou Tudo".

Em 1930, Carmen Miranda lançou duas músicas suas pela RCA Victor, o samba "O Meu Amor" e a marcha "Eu Quero Casar Com Você". Sílvio Caldas gravou também pela RCA Victor o seu samba "Nem Queiras Saber" (André FilhoFelácio da Silva).

Em 1931, Carmen Miranda gravou os sambas "Bamboleô" e "Quero Só Você", Jaime Vogeler a canção "Meu Benzinho Foi-se Embora" e Francisco Alves a valsa "Manoelina". No mesmo ano, gravou seu primeiro disco, na Parlophon, interpretando os sambas "Estou Mal" (André FilhoHeitor dos Prazeres), e "Mangueira" (Saul de Carvalho). Lançou com J. B. de Carvalho, a macumba "Anduê, Anduá" (Maximiniano F. da Costa) e o samba "É Minha Sina" (André Filho).

Em 1932 teve diversas composições gravadas por diferentes intérpretes. Carmen Miranda registrou os sambas "Mulato De Qualidade", "Quando Me Lembro" e "Por Causa de Você"; Sílvio Caldas o samba "Jurei Me Vingar" (André Filho Valfrido Silva); O Grupo da Guarda Velha e Trio TBT, o samba "Como Te Amei".

Em 1933, gravou os sambas "Vou Navegar" e "Nosso Amor Vai Morrendo", e teve gravados por Carmen Miranda, os sambas "Fala Meu Bem" e "Lua Amiga", e por Elisa Coelho os sambas "O Samba é a Saudade" e "A Lua Vem Surgindo". Mário Reis foi convidado por Noel Rosa para gravar "Filosofia", pela Columbia.


Em 1934, Carmen Miranda lançou, junto com Mário Reis, o samba "Alô... Alô...", um grande sucesso no carnaval daquele ano. Ainda em 1934, gravou seu grande sucesso, a marcha "Cidade Maravilhosa", em dupla formada com a então novata Aurora Miranda, de apenas 19 anos. Segundo Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello, a escolha de Aurora Miranda "refletia de certo modo a tendência de romper com uma constante da época: a hegemonia masculina na gravação do repertório carnavalesco". De qualquer modo, o certo é que a entrada de Aurora Miranda em cena deve-se mesmo ao fato de ser irmã de Carmen Miranda, já então no auge da popularidade, inclusive nos carnavais. O lançamento de "Cidade maravilhosa", se deu no entanto, sem grande sucesso na Festa da Mocidade, em outubro daquele ano.

A marchinha foi inscrita em 1935 no Concurso de Carnaval da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, obtendo, para indignação do autor, a 2ª colocação. Também em 1935, gravou a marcha "Guarde Um Lugarzinho Para Mim" (André Filho e Valfrido Silva) e o samba "Jura Outra Vez" (Alcebíades Barcelos e Valfrido Silva), e com Aurora Miranda, gravou de sua autoria, a marcha "Ciganinha Do Meu Coração" e o samba "O Que Você Me Fez".

Em 1936, lançou as marchas "Teu Cabelo Vou Pintar" e "Cadê a Minha Colombina", de sua autoria. Aurora Miranda gravou de sua autoria, o samba "Quero Ver Você Sambar" e a marcha "Bacharéis Do Amor", e Carmen Miranda a marcha "Beijo Bamba" e o samba "Pelo Amor Daquela Ingrata".

Em 1937 teve mais duas marchas gravadas por Aurora Miranda, "Se a Moda Pega..." e "Quero Ver Você Chorando".


Em 1938, Aurora Miranda gravou a marcha "Na Sua Casa Tem..." (André Filho e Heitor dos Prazeres) e o samba "Chorei Por Teu Amor".

Em 1939 lançou a marcha "Linda Rosa" e o samba "Quem Mandou?".

Em 1941, gravou a marcha "Carnaval na China" (André Filho e Durval Melo) e o samba "Estrela do Nosso Amor" (André Filho). Vicente Celestino gravou pela RCA Victor a valsa "Cinzas No Coração", obtendo grande sucesso, e a canção "Cancioneiro Do Amor".

Em 1960, um decreto oficializou "Cidade Maravilhosa" como hino da cidade. No final da década de 1960, convidado e entrevistado por Ricardo Cravo Albin, então diretor do Museu da Imagem e do Som (MIS), gravou histórico depoimento para o museu, tendo sido seu estado mental considerado bastante razoável pelo entrevistador.

Em 1974, Chico Buarque resgatou "Filosofia", regravando o samba em seu álbum "Sinal fechado", dedicado a outros autores por causa da censura imposta à sua produção. O samba foi, na época, grande sucesso e uma maneira inteligente de dar um recado ao regime militar. O samba voltaria a ser ouvido na voz de Mário Reis, na década de 1970 e, posteriormente, incluído no filme "Brás Cubas" (1985), adaptação do cineasta Júlio Bressane para o clássico de Machado de Assis "Memórias Póstumas de Brás Cubas". No filme, "Filosofia" é o tema do personagem Quincas Borba.

Devido a várias crises pessoais, inclusive o fim prematuro de casamento com a esposa Zilda, o que lhe teria provocado graves crises psíquico-nervosas, afastou-se completa e prematuramente da vida artística, passando a orar com a mãe que o abrigou, cercando-o de carinho e cuidados, o que obscureceu a avaliação de sua obra, fazendo com seu trabalho fosse lembrado basicamente apenas pela marcha "Cidade maravilhosa".

Em 2006, seu acervo passou a pertencer ao Instituto Moreira Salles que o homenageou por ocasião do centenário de seu nascimento com uma exposição de partituras, documentos e fotografias.

André Filho morreu aos 68 anos , no dia 02/07/1974, no Rio de Janeiro.

Discografia

  • 1941 - Carnaval Na China / Estrela Do Nosso Amor (Odeon, 78)
  • 1939 - Linda Rosa / Quem Mandou? (Columbia, 78)
  • 1938 - Perdão, Emília / Onde é Que Eu Vou Parar (Odeon, 78)
  • 1937 - Maravilhosa / Ó Rosa (Odeon, 78)
  • 1936 - Teu Cabelo Vou Pintar / Cadê a Minha Colombina (Odeon, 78)
  • 1935 - Guarde Um Lugarzinho Pra Mim / Jura Outra Vez (Odeon, 78)
  • 1935 - Ciganinha Do Meu Coração / O Que Você Me Fez (Odeon, 78)
  • 1934 - Cidade maravilhosa (Odeon, 78)
  • 1934 - Lourinha Brasileira / Não Chore Mais (Columbia, 78)
  • 1933 - Vou Navegar / Nosso Amor Vai Morrendo (RCA Victor, 78)
  • 1931 - Estou Mal / Mangueira (Parlophon, 78)
  • 1931 - Se o Teu Amor... / Você Diz Que é Melhor (Parlophon, 78)
  • 1931 - Vai De Uma Vez / Amizade Não Se Compra (Parlophon, 78)
  • 1931 - Cala a Boca / Vivo Feliz Sem Você (Parlophon, 78)
  • 1931 - Anduê, Anduá / É Minha Sina (Parlophon, 78)


Indicação: Miguel Sampaio

Naná Vasconcelos

JUVENAL DE HOLANDA VASCONCELOS
(71 anos)
Compositor, Instrumentista e Percussionista

☼ Recife, PE (02/08/1944)
┼ Recife, PE (09/03/2016)

Juvenal de Holanda Vasconcelos, mais conhecido como Naná Vasconcelos, foi um compositor, instrumentista e percussionista brasileiro. Eleito oito vezes o melhor percussionista do mundo pela revista americana Down Beat.

Naná Vasconcelos nasceu no dia 02/08/1944, em Recife, PE. Especialista em ritmos e diferentes estilos da  World Music, MPB e do Jazz, Naná Vasconcelos era um músico com oito prêmios Grammy, considerado autoridade mundial quando no assunto.

Filho de violonista, começou na Banda Marcial de seu pai, aos 12 anos, tocando bongos e maracas em Recife. Desde jovem envolvido nos movimentos de Maracatu, era virtuoso no berimbau e adepto de métricas pouco usuais no jazz - com levadas em 5/4 ou 7/4, mas que são muito tocados no nordeste brasileiro.

Iniciou sua carreira profissional em Recife, tocando bateria em cabarés. Mais tarde, foi percussionista da Banda Municipal local. Acompanhou Gilberto Gil em shows pelo Nordeste.

Em 1967 viajou para o Rio de Janeiro, onde conheceu Maurício Mendonça, Nelson Angelo, Joyce e Milton Nascimento, com quem atuou na gravação de dois LPs.


Em 1968 seguiu para São Paulo. Ao lado de Nelson Angelo, Franklin e Geraldo Azevedo, fez parte do Quarteto Livre, que acompanhou Geraldo Vandré em "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores" na fase paulista do III Festival Internacional da Canção.

Em 1969, apresentou-se com Gal Costa no Curtisom e no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MASP). 

De volta ao Rio de Janeiro, formou o Trio do Bagaço, com Nelson Angelo e Maurício Maestro, apresentando-se, com o grupo, no México, a convite de Luis Eça.

Atuou na trilha sonora de "Pindorama" (1970), filme de Arnaldo Jabor. Nessa época, conheceu Gato Barbieri, com quem viajou para New York, Estados Unidos, para a gravação de um disco. Nesta cidade, participou de festivais de jazz, como o de Chateau Vallon, e gravou com Jean-Luc Ponty, Don Cherry, Roff Kün, Oliver Nelson e Léon Thomas.

Mais tarde, viajou para a Europa. Fez contato com gravadoras parisienses através de Pierre Barrouh. Apresentou-se no Teatro Ranelagh e foi convidado a gravar com Joachin Kunhu, na Alemanha, seguindo, depois para Montreux, Suíça, onde realizou mais um show. Atuou durante dois anos com o Quarteto Iansã, na Europa.


Seguiu, depois, para a África, onde permaneceu durante seis meses fazendo pesquisas. Seu primeiro LP, "Africadeus", foi gravado no exterior. Ainda na Europa, compôs a trilha sonora de uma novela para a televisão francesa com temas brasileiros. Em Portugal gravou um disco no dialeto angolano quimbundo.

Em 1972 retornou ao Brasil e apresentou, no Teatro Fonte da Saudade, o material com que participou de festivais e gravações com Don Cherry, Tony Williams, Art Blakey, Miles Davis e Oliver Nelson, entre outros, utilizando instrumentos de percussão como o berimbau e a queixada de burro. Nessa apresentação, interpretou o repertório de seu disco "Africadeus" e uma bachiana de Villa-Lobos, regendo um coral e atuando como único músico do show.

No ano seguinte, em 1973, gravou seu segundo LP, "Amazonas", lançado pela Philips, mesclando o ritmo brasileiro ao folclore africano. Ainda na década de 1970, voltou a Paris, onde realizou um trabalho com crianças excepcionais.

Trabalhou durante oito anos com Egberto Gismonti, com quem gravou, na Alemanha, o LP "Dança das Cabeças" (1977), nomeado Álbum do Ano pela Stereo Review e premiado com o Grober Deutscher Schallplattenpreis.

Em 1979 gravou o LP "Egberto Gismonti & Naná Vasconcelos & Walter Smetak". Nessa época, transferiu-se novamente para New York. Atuou com artistas internacionais como Pat Metheny, B.B. King e Paul Simon.

Naná Vasconcelos é autor da música de "O Sertão das Memórias" (1996), filme de José de Araújo.


Em 1997 voltou ao Brasil para organizar, com Gilberto Gil, o IV Panorama Percussivo Mundial, realizado no Teatro Castro Alves, do qual participaram artistas de vários países do mundo.

Em 1999 lançou o CD "Contaminação", contendo suas composições "Science" (Naná Vasconcelos, Vinicius Cantuária e Mércia Rangel), "Tá Na Roda Tá" (Naná Vasconcelos Vinicius Cantuária), "Irapurú" (Naná Vasconcelos Vinicius Cantuária), "Quase Choro" (Naná Vasconcelos Vinicius Cantuária), "Luz de Candeeiro" (Naná Vasconcelos Vinicius Cantuária), "Cajú" (Naná Vasconcelos Vinicius Cantuária), "To You To" (Naná Vasconcelos Vinicius Cantuária), "Lágrimas" (Naná Vasconcelos, Dino Braia, Mércia Rangel e Alceu Valença), "Coco Lunar" (Naná VasconcelosDino BraiaMércia Rangel e Alceu Valença), "Forró do Antero" (Naná VasconcelosDino BraiaMércia Rangel e Alceu Valença), "A Seca" (Naná VasconcelosDino BraiaMércia Rangel e Alceu Valença), "Ciranda" (Naná Vasconcelos e Mércia Rangel) e "Contaminação" (Naná Vasconcelos e Mércia Rangel).

Em 2000 participou do CD da banda Via Sat.

Em 2001 lançou o CD "Fragmentos", uma compilação de temas que compôs para filmes e espetáculos teatrais. No repertório, "Vento Chamando Vento", "Mundo Verde", "Sertão das Memórias", "Forró do Antero", "Vozes", "Vamos Pra Selva", "Caminho dos Pigmeus""Gorée", além de sua versão para "Marimbariboba" (Domínio Público). Também nesse ano, participou, como arranjador, do CD "Cordel do Fogo Encantado".


Em 2002 lançou o CD "Minha Lôa", contendo suas composições "Futebol", "Afoxé do Nêgo Véio", "Estrela Negra" (Naná Vasconcelos e João de Souza Leão), "Goreé", "Macaco", "Don's Rollerskates (Tributo a Don Cherry)""Curumim", "Voz Nagô" (Paulo César Pinheiro e Pedro Amorim), "Isleña" (Kiko Klaus), "Caboclo de Lança" (Erasto Vasconcelos e Esdras) e "Forró das Meninas" (Erasto Vasconcelos, Guga e Murilo).

Lançou, em 2005 o CD "Chegada", com a participação de César Michiles (flautas e saxes), Lui Coimbra (cello, charango e violão), Chiquinho Chagas (piano, teclados e acordeon) e Lucas dos Prazeres (percussão).

Em 2006 lançou o CD "Trilhas", reunindo temas que compôs para os filmes "Quase Dois Irmãos" (2005), de Lucia Murat, "Nzinga" (2007), de Rose Lacret e Otávio Bezerra, e "Ori - Canção Para Aisha", de Raquel Gerber, e para os espetáculos de dança "Corpos Luz", da Companhia de Balé Dança Vida, de Ribeirão Preto, e "Balé de Rua - Uma História Brasileira", da Companhia Balé de Rua, de Uberlândia. Em todas as faixas, o músico assina voz e percussão.

Em parceria com Marcos Suzano, Caito Marcondes e Coração Quiáltera, lançou, em 2010, o CD "Sementeira: Sons da Percussão", contendo suas composições "Sementeira", "Ifá", "Convite" e "Ensaio Geral", todas com Caito Marcondes, Marcos Suzano e Coração Quiáltera, "Lua Nova" (Naná Vasconcelos e Coração Quiáltera), "Nada Mais Sério" (Coração Quiáltera), "Triciclo" (Coração Quiáltera), "Ditempus Intempus" (Coração Quiáltera), "Canto de Trabalho" (Caito Marcondes) e "No Morro" (Marcos Suzano).

Morte

Naná Vasconcelos faleceu na manhã de quarta-feira, 09/03/2016, em Recife, PE, aos 71 anos.  Ele estava com câncer no pulmão.

De acordo com a assessoria do Hospital Unimed III, onde estava internado, Naná Vasconcelos teve uma parada respiratória e passou por um procedimento, mas não resistiu e faleceu às 7h39.

Até o último dia 29/02/2016, ele estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade de saúde, mas, depois, foi transferido para um quarto, onde pôde ter mais contato com a família.

Em 2015 Naná Vasconcelos passou mais de 20 dias no mesmo hospital, após descobrir o câncer. Segundo Patrícia Vasconcelos, sua esposa e produtora, Naná Vasconcelos passou mal após um show realizado em Salvador, BA, no dia 28/02/2016, com o violoncelista Lui Coimbra. Ao retornar ao Recife, foi internado.

Em 2015 Naná Vasconcelos também se sentiu mal antes de um show, mas achou que não era nada demais e seguiu com a agenda. No Recife, após uma bateria de exames, foi constatado o câncer.

"Pegou todos de surpresa porque ele havia feito um raio-x do pulmão no ano passado (2014) e uma revisão geral há dois meses e nada foi encontrado. Foi tudo muito rápido, um susto!"
(Declarou a esposa à época)

Ao ser liberado, pouco mais de 20 dias depois, Naná Vasconcelos falou sobre o desafio de enfrentar a doença.

"Eu tenho essa situação, e tenho que enfrentar com força, pensamento positivo. E vou enfrentar com o pensamento de que eu vou chegar lá!"
(Naná Vasconcelos, em 2015)

Naná Vasconcelos prosseguiu, então, com o tratamento, que incluiu sessões de quimioterapia e de radioterapia, por 40 dias.

Apesar do câncer, Naná Vasconcelos participou da abertura do Carnaval do Recife no Marco Zero, em 2016, na companhia de 400 batuqueiros. E em seu último carnaval, o percussionista dividiu o palco com o Clube Carnavalesco Misto Pão Duro, grupo centenário homenageado no carnaval do Recife, com o Nação do Maracatu Porto Rico, também celebrado, e com os cantores Lenine e Sara Tavares, de Cabo Verde.

Discografia
  • 2010 - Sementeira: Sons da Percussão (Naná Vasconcelos, Marcos Suzano, Caito Marcondes e Coração Quiáltera - Tratore, CD)
  • 2006 - Trilhas (Naná Vasconcelos - Azul Music, CD)
  • 2005 - Chegada (Naná Vasconcelos - Azul Music, CD)
  • 2002 - Minha Lôa (Naná Vasconcelos - Net Records, CD)
  • 2001 - Fragmentos (Naná Vasconcelos - Núcleo Contemporâneo, CD)
  • 2001 - Cordel do Fogo Encantado (Participação - Rec Beat Discos, CD)
  • 2000 - Via Sat (Participação - Morango Music, CD)
  • 1999 - Contaminação (Naná Vasconcelos - M. Officer, CD)
  • 1994 - Contando Estórias (Naná Vasconcelos - Velas, CD)
  • 1990 - Lester (Naná Vasconcelos e Antonello Salis - Brass Star, CD)
  • 1989 - Rain Dance (Naná Vasconcelos e The Bushdancers - Island Records/Polygram, LP)
  • 1986 - Bush Dance (Naná Vasconcelos - Island/WEA)
  • 1985 - Nanatronics (Naná Vasconcelos - Europa Music, LP)
  • 1984 - Duas Vozes (Egberto Gismonti e Naná Vasconcelos - ECM Records)
  • 1983 - Codona 3 (Collin Walcott, Don Cherry e Naná Vasconcelos - ECM Records/Ariola, LP)
  • 1983 - Zumbi (Naná Vasconcelos - Europa Music, LP)
  • 1982 - Codona 2 (Collin Walcott, Don Cherry e Naná Vasconcelos - ECM/WEA, LP)
  • 1979 - Egberto Gismonti & Naná Vasconcelos & Walter Smetak (LP)
  • 1979 - Codona (Don Cherry, Collin Walcott e Naná Vasconcelos - ECM Records/WEA, LP)
  • 1979 - Saudades (Naná Vasconcelos - ECM/WEA, LP)
  • 1978 - Sol do Meio Dia (Participação - ECM/EMI-Odeon)
  • 1977 - Dança das Cabeças (Egberto Gismonti e Naná Vasconcelos - ECM/EMI-Odeon)
  • 1974 - Naná Vasconcelos, Nelson Ângelo e Novelli (Saravah, LP)
  • 1973 - Amazonas (Naná Vasconcelos - Phonogram, LP)
  • 1972 - Africadeus (Naná Vasconcelos - Saravah, LP)

Mestre Trambique

JOSÉ BELMIRO LIMA
(70 anos)
Percussionista e Compositor

☼ Rio Novo, MG (19/05/1945)
┼ Rio de Janeiro, RJ (22/02/2016)

José Belmiro Lima conhecido como Mestre Trambique nasceu em Rio Novo, MG, em 19/05/1945. Mudou-se de Minas Gerais para o Rio de Janeiro com meno de um ano de idade.

No Rio de Janeiro se criou, fez seu nome no mundo da música a partir dos 16 anos e se transformou num dos maiores percussionistas brasileiros.

Mestre Tambique era músico profissional desde 1963, ligado à escola de samba Unidos de Vila Isabel. Fundador da escola de samba mirim Herdeiros da Vila, Mestre Trambique, que tocou com cantores como Martinho da Vila e Ney Matogrosso, integrou o Grupo Semente a partir de 2003, com o qual a cantora Teresa Cristina se projetou ao longo dos anos 2000.

Mestre Trambique foi também compositor, tendo sido parceiro de Nei Silva e Paulinho Correia na criação do samba "Na Aba", lançado pelo cantor Bezerra da Silva em 1982, mas propagado na voz de Martinho da Vila, em gravação de 1984. Mestre Trambique foi um mestre como ritmista de samba.

Mestre Trambique, Teresa Cristina e Bernardo Dantas
 Minha História

Meu nome é José Belmiro Lima, mais conhecido como Mestre Trambique. Minha história começou cerca de 35 anos na minha comunidade, quando comecei a perceber que dentro dela havia um grupo muito ocioso de jovens. Foi então que resolvi desenvolver um projeto de aula de percussão.

O primeiro passo foi trabalhar a questão do respeito, responsabilidade, comprometimento, etc. Afinal, para participar do projeto era necessário ser assíduo na escola e também tirar notas boas. Assim surgiu a Bateria Mirim de Vila Isabel, com um lindo trabalho de aulas de percussão, ensinando a tocar, afinar e se apresentar.

Hoje em dia a maioria desses jovens fazem parte da Bateria da Unidos de Vila Isabel e muitas outras escolas de samba. Muitos deles são músicos profissionais de sucesso como Dudu Nobre, Bruno Cunha, Alisson, músico do Marcelo D2, e tantos outros.

Sou músico profissional desde 1963, fiz parte da banda e gravação de CD e DVD de vários artistas como Ney Matogrosso, João Nogueira, Cartola, Wilson das Neves, Wilson Moreira, Bezerra da Silva e ultimamente faço parte do Grupo Semente que acompanha a cantora Tereza Cristina. Quero resgatar essa cultura de formação de talentos na comunidade!

O público que beneficio são de crianças, adolescentes e pessoas com deficiência.

O trabalho que desenvolvo é por conta própria, não tenho nenhum tipo de parceria. As oficinas de precursão são sempre na porta da minha casa, onde tenho uma oficina com alguns instrumentos de percussão que adquiri ao longo do meu trabalho. As aulas são de cuíca, tamborim, chocalho, reco-reco, marcação, repique, caixa, etc.

Na verdade eu não tenho um número estipulado de alunos. Quem tem o desejo de aprender, as portas da minha casa estarão abertas. Já cheguei a ensinar à bateria da Herdeiros da Vila, onde sou fundador da escola com a saudosa Dinorah das Gatas, com 150 crianças.

O meu sonho é ter uma estrutura e uma melhor organização. Busco apoio para continuar pondo em prática o meu sonho de resgatar a cultura de formação de talentos na comunidade.

Essa ação já mudou a vida de muitas pessoas, como a minha também. Na verdade eu que aprendo mais com eles. Existem muitas histórias de superação. Acabo sendo um membro da família de cada um deles.

Morte

José Belmiro Lima, o Mestre Trambique, morreu na madrugada de segunda-feira, 22/02/2016, aos 70 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de um câncer, informaram a escola de samba Unidos de Vila Isabel e o Grupo Semente.

O enterro ocorreu na terça-feira, 23/02/2016, no Cemitério do Catumbi, a partir das 13h30.

A escola de samba Unidos de Vila Isabel lamentou, em rede social, a morte do músico:

"É com pesar que a Unidos de Vila Isabel informa o falecimento de José Belmiro Lima, o notável mestre Trambique. Vítima de um câncer, ele faleceu na madrugada desta segunda-feira e o sepultamento acontece no cemitério do Catumbi, a partir das 13h30 desta terça-feira, dia 23 de fevereiro. O velório tem início ás 10h00, no mesmo local. Um dos músicos mais conceituados do cenário musical brasileiro, Trambique é 'cria' da Unidos de Vila Isabel e sempre levou o nome da Escola nos trabalhos que fez fora do carnaval. Mais recentemente, ele integrava o grupo Semente, que acompanha a cantora Tereza Cristina, mas trabalhou também com Ney Matogrosso, João Nogueira, Cartola, Wilson das Neves, Wilson Moreira e Bezerra da Silva. Outro serviço de muita relevância para a cultura do samba prestado por Trambique foi a fundação da Herdeiros da Vila, agremiação mirim da azul e branca do bairro de Noel."

Indicação: Miguel Sampaio

Hélcio Milito

HÉLCIO PASCOAL MILITO
(83 anos)
Percussionista, Baterista e Produtor Musical

* São Paulo, SP (09/02/1931)
+ Rio de Janeiro, RJ (07/06/2014)

Hélcio Pascoal Milito foi um percussionista, baterista e produtor musical brasileiro. É irmão do também músico Osmar Milito.

Começou a carreira profissional em São Paulo, no ano de 1950, tocando percussão no Conjunto Robledo. Tempos depois, em 1952, fez parte da Orquestra do Maestro Peruzzi, do Sexteto Mario Casali entre os anos de 1953 e 1954, da Grande Orquestra de Luís César em 1954 e do Trio de Izio Gross em 1956.

Em 1957, se mudou para o Rio de Janeiro e atuou como percussionista do Conjunto de Djalma Ferreira, com o qual gravou a série de discos "Drink".

Em 1958 viajou com a orquestra de Ary Barroso para a Venezuela e estudou com o percussionista norte-americano Henry Miller

No final da década de 1950, se apresentou em shows no começo da Bossa Nova e formou o Conjunto Bossa Nova ao lado dos músicos Roberto Menescal, Luiz Carlos Vinhas, Bebeto Castilho, Luiz Paulo e Bill Horn, com os quais gravou o compacto "Bossa é Bossa", lançado pela Odeon em 1959. Ainda nesse ano, participou do disco "Garotos da Bossa Nova" e ingressou como percussionista da Orquestra da Rádio Nacional.


Em 1960, acompanhou Luiz Bonfá em turnê nos Estados Unidos e executou pela primeira vez a Tamba, instrumento de percussão, durante um show do cantor Sammy Davis Jr., no Teatro Record em São Paulo.

Em 1962, fundou o Tamba Trio, com o pianista Luiz Eça e o contrabaixista Otávio Bailly, substituído mais tarde por Bebeto Castilho. Com esse grupo, inaugurou os pockets shows no Bottle's Bar e Beco das Garrafas no Rio de Janeiro, e excursionou pelos Estados Unidos e Argentina. Desligou-se do trio em 1964 e viajou para New York para tocar ao lado de João GilbertoAstrud GilbertoStan GetzLuiz BonfáGil EvansDon CostaTony BennettWes Montgomery, entre outros.

Em 1966, veio ao Brasil, apresentando, com Clementina de Jesus e Coral, o concerto "Missa de São Benedito", para tamba e vozes, de José Maria das Neves, realizado na Aldeia de Arcozelo e na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro. Ainda nesse ano, esteve novamente em New York, onde gravou com o guitarrista Wes Montgomery.

De volta ao Brasil, atuou, de 1966 a 1971, como produtor musical nas gravadoras CBS, TapecarRCA Victor.


Voltou a se reunir com Luiz EçaBebeto Castilho em 1971, retomando o Tamba Trio, apresentando-se no Teatro Teresa Raquel o Rio de Janeiro. Ficou até 1975 e retornou em 1982, lançando o disco "Tamba Trio - 20 Anos de Sucesso" pela RCA Victor. Continuou como membro do Tamba Trio, por sete anos.

Estudou música com Henry MillerMoacir Santos e Ester Scliar, e participou, como percussionista, das trilhas sonoras dos filmes "A Pedreira de São Diogo", de Leon Hirszman, episódio de "Cinco Vezes Favela", "Os Cafajestes", de Ruy Guerra, e "Garrincha, Alegria do Povo" de Joaquim Pedro de Andrade.

Em 1973, viajou pela Europa com o Tamba Trio. Ainda nesse ano, participou de conferências e debates patrocinados pelo Ministério da Educação e Cultura, realizados no Norte e Nordeste do Brasil.

Em 1974 e 1975, voltou aos Estados Unidos com o Tamba Trio.

Ao longo da carreira, acompanhou artistas como Maysa, Carlos Lyra, Nara Leão, Clementina de Jesus, Quarteto em Cy, Nelson Angelo, Joyce, João Bosco, Simone, César Costa Filho, Eumir Deodato, Tom e Dito, Milton Nascimento, Nana Caymmi, entre outros.


Morte

Hélcio Milito morreu na manhã de sábado, 07/06/2014, no Rio de Janeiro, aos 83 anos. Ele estava internado em um hospital do Rio de Janeiro há dois meses por conta de um infarto que sofreu.


Discografia

Com o Conjunto Bossa Nova
  • 1959 - Bossa é Bossa (Odeon, Compacto)


Com o Tamba Trio
  • 1962 - Tamba Trio (Philips, LP)
  • 1963 - Avanço (Philips, LP)
  • 1964 - Tempo (Philips, LP)
  • 1974 - Tamba (RCA Victor, LP)
  • 1975 - Tamba Trio (RCA Victor, LP)
  • 1982 - Tamba Trio - 20 Anos de Sucesso (RCA Victor, LP)

Indicação: Miguel Sampaio

Dom Mita

NILTON LUIZ FERREIRA
(61 anos)
Cantor, Compositor e Percussionista

☼ Bauru, SP (23/04/1940)
┼ Rio de Janeiro, RJ (02/01/2002)

Nílton Luiz Ferreira conhecido por Dom Mita, foi um compositor, cantor e percussionista. Aos 13 anos de idade foi morar no morro de São João, no Engenho Novo, subúrbio do Rio de Janeiro onde frequentava as rodas de samba e começou a aprender pandeiro passando em seguida para outros instrumentos de percussão.

Dom Mita surgiu no inicio da década de 1970, participando do movimento black music, ao lado de Gerson King Combo, Carlos Dafé, Tim Maia, Sandra de Sá, Cassiano e Os Diagonais e Banda Black Rio.

No ano de 1973 Tim Maia gravou de sua autoria "A Paz no Meu Mundo é Você".

Em 1975 Alcione gravou de sua autoria "É Amor... Deixa Doer", no LP "A Voz do Samba". No ano seguinte, a cantora incluiu outra composição sua, "É Melhor Dizer Adeus", no disco "A Morte de um Poeta", pela gravadora Philips.

Dois anos depois, em 1977, Carlos Dafé lançou o LP "Pra Que Vou Recordar o Que Chorei" pela gravadora Warner, no qual interpretou "De Alegria Raiou o Dia", parceria de ambos. Neste mesmo ano, foi feito um vídeo clip para o programa "Fantástico", da Rede Globo com a música. No ano seguinte, Carlos Dafé incluiu no disco "Venha Matar Saudades", também pela Warner, outra parceria de ambos, "Pobre de Quem".


No ano de 1979, Jurema, no disco "Eu Nasci no Samba", interpretou duas composições suas: "Velho Papo de Ilusão" (Dom MitaCarlos Barbosa) e "Não se Preocupe" (Dom MitaEdson Carlos).

Em 1985, Agepê gravou "Atalhos" (Dom Mita e Carlos Barbosa).

No ano 2000, a gravadora Warner lançou a série "Dois Momentos". Nesta coleção, compilou dois discos de Carlos Dafé: "Pra Que Vou Recordar o Que Chorei" e "Venha Matar Saudades", colocando em evidência neste ano, composições da década de 1970 que foram fomentadoras do movimento black music brasileiro, dentre elas duas composições de sua autoria dos respectivos LPs.

No ano 2001, apresentou o show "Mita & Convidados" no Teatro Rival, no Rio de Janeiro. Nesse show fez o lançamento de seu último disco "Dom Mita", CD no qual incluiu "Menininha da Coroa" (Dom Mita e Jackson Góes) com participação de Marysa Alfaya, "Minha Deusa", com arranjos de Lincoln Olivetti, "Tente Entender" (Dom Mita e César), "Libra" (Durval Ferreira, Oswaldo Rui da Costa e Macau) e ainda "De Alegria Raiou o Dia", interpretada em dueto como o parceiro Carlos Dafé. Neste mesmo ano Seu Jorge, ex-integrante do grupo Farofa Carioca, gravou "De Alegria Raio o Dia" (Dom Mita e Carlos Dafé) com a participação especial de Carlos Dafé.

No ano de 2004, "De Alegria Raio o Dia", interpretada em dueto com Carlos Dafé, foi incluída no na coletânea "Black Music Brasil", do selo Som Sicam. Do disco também participaram Carlos Dafé, Lúcio Sherman, Luís Vagner, Banda União Black, entre outros.

Dom Mita faleceu em 2002 e está sepultado no Cemitério de Irajá, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Discografia

  • 2004 - Black Music Brasil (Selo Som Sicam)
  • 2001 - Dom Mita (Beverly)

Marku Ribas

MARCO ANTÔNIO RIBAS
(65 anos)
Cantor, Compositor e Percussionista

* Pirapora, MG (19/05/1947)
+ Belo Horizonte, MG (06/04/2013)

Marco Antônio Ribas mais conhecido como Marku Ribas foi um cantor, compositor e percussionista brasileiro. Seu estilo característico possuía diversos elementos, entre eles: soul, samba, samba rock, jazz, funk, reisado, batuque e ritmos africanos.

Nascido em Pirapora, no interior de Minas Gerais, Marco Antônio Ribas completou 50 anos de carreira em 2012. Recentemente, convidado a participar de um show em homenagem a Amado MaitaMarku Ribas cancelou sua participação devido à piora em seu estado de saúde.

Marku Ribas gravou seu primeiro disco, "Flamingo", em 1966. Em sua carreira, lançou 12 álbuns de estúdio, com destaque para "Underground" (1973), "Marku" (1976) e "Barrankeiro" (1977).

O músico, que tocou com nomes como Nara Leão, Wagner Tiso, Djavan, Chico Buarque, João Donato, Tim Maia, Marcelo D2, Emílio Santiago, entre outros, viveu quatro anos no Caribe, dois anos na Ilha de Martinica e dois anos na Ilha de Santa Lúcia, onde se encontrou pela primeira vez com Bob Marley ainda conhecido como Robert, cantor do conjunto The Wailers.

Em 1984, Marku Ribas foi convidado por Mick Jagger a participar do clipe da música "Just Another Night" e a tocar com o Rolling Stones, no ano seguinte, no tema "Dirty Work".


Morte

O compositor, cantor e instrumentista Marku Ribas morreu aos 65 anos na noite deste sábado em decorrência de um câncer no pulmão. Ele estava internado no hospital Lifecenter, em Belo Horizonte, desde a última quarta-feira, 03/04/2013. A morte do músico foi confirmada por sua filha, Lira Ribas.

Segundo ela, a causa da morte foi insuficiência respiratória. Marku Ribas foi diagnosticado com câncer no pulmão em 2012.

A mulher do músico, Maria de Fátima Ribas, informou que os médicos tinham diagnosticado uma metástase - espalhamento do câncer para outros órgãos -, que havia comprometido também a pleura do músico.

A família informou que o compositor será cremado, ainda sem data definida. O músico, que completaria 66 anos no dia 19 de maio, deixou a mulher e duas filhas, Lira Ribas e Júlia RibasMarku Ribas também foi incentivador da carreira de seu sobrinho, o percussionista Amoy Ribas.

"Ele vinha mal desde o meio do ano passado. Fez quimioterapia, teve uma melhora boa e a família ficou esperançosa. O Marku foi um cara com muita criatividade, muito à frente do seu tempo. Foi o primeiro cara a tocar reggae no Brasil, o primeiro a ter rastafári, o primeiro a ir à África para pesquisar ritmos e o primeiro a fazer efeitos percussivos com a boca, influenciou muita gente como João Bosco e Ed Motta. A criatividade excessiva atrapalhou a carreira comercial"
(Amoy Ribas)


O Marku é um daquele caras que não tiveram o sucesso que merecia, mas no meio musical era muito reconhecido. Trabalhamos muito juntos, ele será um dos grandes suingueiros do Brasil, como Wilson Simonal e Emílio Santiago, que nos deixou recentemente. Ele deixa uma filha que canta muito bem, a Júlia."
(Roberto Menescal, que produziu discos de Marku Ribas)


Milton Banana

MILTON BANANA
(64 anos)
Percussionista e Baterista

* Rio de Janeiro, RJ (23/04/1935)
+ Rio de Janeiro, RJ (22/05/1999)

Milton Banana é o músico que inventou o estilo de tocar Bossa Nova na bateria.

Um homem de gravação extremamente ocupado durante o primeiro período de Bossa Nova, ele gravou os históricos Chega de Saudade e Getz-Gilberto e gravou bastante com Tom Jobim e João Donato.

Ele também tocou pelas noites com Luíz Eça, Johnny Alf, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Baden Powell, Sérgio Mendes, Luíz Bonfá e Bola Sete, entre outros. Milton Banana começou a se interessar muito cedo pela música, especialmente a percussão, por ser um fã da Orquestra Tabajara.

Da esquerda para a direita: Tião Neto, Tom Jobim, Stan Getz, João e Milton Banana
 Músico autodidata, logo ele estaria tocando com várias bandas dançantes e em 1955, se juntou ao grupo de Waldir Calmon, na Boate de Arpège, Rio de Janeiro. Em 1956 ele uniu-se ao Luis Eça Trio, tocando na Boate Plaza. Em 1959, Milton Banana estreou em gravação participando do primeiro álbum de João Gilberto, Chega de Saudade.

Em 1962, ele participou no importante espetáculo "Encontro", produzido por Aluísio de Oliveira, junto com João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Os Cariocas, na Boate Au Bon Gourmet, no Rio de Janeiro.

Naquele mesmo ano, viajou para Buenos Aires com João Gilberto onde eles fizeram uma temporada na Boate 676. Em novembro, ele foi para Nova York participar do show de bossa nova no Carnegie Hall. Em 1963, tocou bateria no Getz-Gilberto e viajou com João Gilberto, João Donato (piano) e Tião Neto (baixo) pela Itália e França.


Voltando ao Brasil, ele formou o seu grupo, o Milton Banana Trio. Naquela época não era muito comum para um baterista conduzir seu próprio grupo. O trio que teve várias formações e gravou nove álbuns para Odeon e alguns a mais para a RCA Victor.

Alguns desses ábuns foram reeditados como cd's, como são os casos de "Balançando com o Milton Banana Trio", "Sambas de Bossa: Milton Banana", "Os Originais: Milton Banana Trio" e "Ao Meu Amigo Tom".

Fonte:  Clube de Jazz

Tavares da Gaita

JOSÉ TAVARES DA SILVA
(84 anos)
Compositor, Percussionista, Gaitista e Desenhista

* Taquaritinga do Norte, PE (10/03/1925)
┼ Caruaru, PE (08/04/2009)

José Tavares da Silva, mais conhecido como Tavares da Gaita foi um compositor, percussionista, gaitista e desenhista brasileiro nascido em Taquaritinga do Norte, PE, no dia 10/03/1925.

Quando criança já participava de bandas de forró, tocando triângulo, reco-reco e ganzá.

Trabalhou como alfaiate, sapateiro e marceneiro, mas teve contato com instrumentos musicais desde criança. Viveu a infância em sua cidade natal, fixando-se em Caruaru a partir de 1957.

Ficou conhecido como Tavares da Gaita na década de 1970, quando encontrou um realejo (realejo, na Região Nordeste do Brasil significa uma gaita feita de folha-de-flandres) numa gaveta. Tornou-se um virtuose do instrumento, inventando uma maneira de tocar gaita invertida de modo que ela soasse como um acordeão.

Tavares da Gaita trabalhou numa companhia de teatro mambembe e criou vários instrumentos para a função. Continuou fabricando seus instrumentos e vendendo-os inclusive para o exterior.

Morte

Tavares da Gaita morreu no dia 08/04/2009, em Caruaru, PE, aos 84 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos. Ele estava em coma na UTI do Hospital Municipal Casa de Saúde Bom Jesus, depois de haver dado entrada no Hospital Regional do Agreste por causa de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico.

Discografia

  • 2003 - Sanfona de Boca

Fonte: Wikipédia