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Delfim Moreira

DELFIM MOREIRA DA COSTA RIBEIRO
(51 anos)
Advogado, Político, Presidente e Vice-Presidente do Brasil

☼ Cristina, MG (07/11/1868)
┼ Santa Rita do Sapucaí, MG (01/07/1920)

Delfim Moreira da Costa Ribeiro foi um advogado e político brasileiro. Foi presidente do Brasil por um breve período, entre 15/11/1918 e 28/07/1919. Seu governo foi apelidado de Regência Republicana por tamanha a rapidez em que esteve no cargo e por sua doença não permitir que fosse ele que tomasse as decisões de fato.

Seu pai, Antonio Moreira da Costa Pinto, era português do Porto. Do lado materno, era descendente de famílias brasileiras bem antigas, como a família Moraes de Antas.

Delfim Moreira nasceu na pequena cidade mineira chamada Cristina no dia 07/11/1868.

Estudou no Seminário de Mariana e cursou Direito na Faculdade de Direito de São Paulo, diplomando-se em 1890. Começou sua carreira trabalhando como promotor público nas cidades de Santa Rita do Sapucaí e Pouso Alegre, ambas no Estado de Minas Gerais.

Delfim Moreira fazia parte de uma geração de republicanos históricos, foi angariando cargos políticos cada vez maiores. Já em 1894 foi nomeado secretário do interior de Minas Gerais, ocupando o posto até 1902. Foi também governador do estado de Minas Gerais entre 1914 e 1918. Ainda em 1908 chegou à Câmara Federal, mas renunciou preferindo ficar na secretaria do interior.

Após o governo de Wenceslau Brás, integrou a chapa de Rodrigues Alves na disputa eleitoral pela presidência na posição de pleiteante à vice-presidência. Entretanto, nos últimos anos do governo de Wenceslau Brás uma grave epidemia de Gripe Espanhola assolou a população brasileira, aproximadamente 15 mil pessoas morreram no território brasileiro, sendo que um dos infectados foi justamente o candidato à presidência Rodrigues Alves. A chapa de Rodrigues Alves e Delfim Moreira saiu vitoriosa no pleito eleitoral, mas o primeiro acabou falecendo e não desempenhou nada na função de presidente. Em lugar do presidente falecido assumiu o seu vice, Delfim Moreira. Este ficou no cargo até que novas eleições fossem convocadas, pois a constituição da época não permitia que o vice assumisse antes de se passar dois anos do mandato eleitoral.

Assim, Delfim Moreira governou o país entre 15/11/1918 e 28/07/1919, sempre tendo em mente que um novo processo eleitoral encerraria brevemente o mandato. Mesmo assim, desempenhou sua função tomando as ações possíveis. Seu pequeno mandato enfrentou sérios problemas sociais combatendo várias greves gerais no Brasil. Além disso, reformou a administração no Estado do Acre, republicou o Código Civil Brasileiro com correções do texto publicado em 1916 e decretou a intervenção no Estado de Goiás.

Na Conferência de Paz ocorrida em Paris em 1919 foi Delfim Moreira que fez o Brasil ser representado enviando o senador Epitácio Pessoa, o qual era candidato na disputa eleitoral para presidência contra Ruy BarbosaEpitácio Pessoa foi eleito no dia 13/05/1919, enquanto estava ainda em Paris. Quando retornou ao Brasil recebeu de Delfim Moreira o cargo de presidente, levando novamente Delfim Moreira para a vice-presidência.

Durante todo o curto mandato desenvolvendo a função de presidente, Delfim Moreira esteve acometido por uma doença que o deixava desconcentrado e desligado de suas tarefas. Na prática era o ministro Afrânio de Melo Franco quem tomava as decisões do governo. Mais tarde a doença o fez se recolher em Santa Rita do Sapucaí, MG, e por lá acabou falecendo no dia 01/07/1920, sem completar também o mandato de vice-presidente. Então uma nova eleição para preencher o cargo foi convocada e nela saiu vitorioso o senador mineiro Francisco Álvaro Bueno de Paiva.

Delfim Moreira foi homenageado com uma cidade em Minas Gerais que leva o seu nome.

Ministros
  • Agricultura, Indústria e Comércio: Antônio de Pádua Sales
  • Fazenda: Amaro Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, João Ribeiro de Oliveira e Sousa
  • Guerra: general-de-brigada Alberto Cardoso de Aguiar
  • Justiça e Negócios Interiores: Amaro Bezerra Cavalcanti de Albuquerque (interino), Urbano Santos da Costa Araújo
  • Marinha: vice-almirante Antônio Coutinho Gomes Pereira
  • Relações Exteriores: Domício da Gama, Augusto Cochrane de Alencar (interino)
  • Viação e Obras Públicas: Afrânio de Melo Franco

Nereu Ramos

NEREU DE OLIVEIRA RAMOS
(69 anos)
Advogado, Político, Vice-Presidente do Brasil e Presidente do Brasil

☼ Lages, SC (03/09/1888)
┼ São José dos Pinhais, PR (16/06/1958)

Nereu de Oliveira Ramos foi um advogado e político brasileiro. Foi vice-presidente do Brasil, eleito pelo Congresso Nacional, de 1946 a 1951. Foi presidente da República durante dois meses e 21 dias, de 11/11/1955 a 31/01/1956.

Foi o único catarinense que presidiu o Brasil. Contudo, o catarinense Márcio de Souza Mello fez parte da junta militar que governou o país de 31/08/1969 a 30/10/1969.

Nasceu em Lajes, SC, no dia 03/09/1888, filho de Vidal José de Oliveira Ramos, governador de Santa Catarina, de 1910 a 1914, e de Teresa Fiúza Ramos.

Bacharelou-se em Direito em 1909. Em 1911 iniciou sua participação no jornalismo e na política.

Em 1921 fundou o jornal A República e foi um dos organizadores em seu estado da Reação Republicana, movimento de apoio à candidatura de Nilo Peçanha para as eleições presidenciais de março de 1922, vencidas por Artur Bernardes.

No início de 1926, sob a liderança de Antônio Prado, foi fundado o Partido Democrático (PD) de São Paulo, que defendia a adoção do voto secreto e outras medidas destinadas à "moralização" do processo eleitoral. A idéia da criação de um partido nacional com essas características logo teve curso e obteve a adesão de Nereu Ramos, fundador e primeiro presidente, em 1927, do Partido Liberal Catarinense (PLC).


Em 1932 foi um dos fundadores da Faculdade de Direito de Santa Catarina, onde passou a lecionar direito constitucional e teoria do Estado. Na Constituinte, reunida a partir de novembro de 1933, foi um dos 26 deputados integrantes da Comissão Constitucional encarregada de examinar o anteprojeto de Constituição preparado pelo Governo Provisório, e as emendas a ele apresentadas.

Em 01/05/1935 assumiu o cargo de governador do estado, dando início a um período de dez anos em que esteve à frente do governo de Santa Catarina. Sua administração teve dois aspectos especialmente relevantes. O primeiro foi sua obra viária que, na época, dotou Santa Catarina das melhores e mais bem conservadas rodovias do país. O outro, no plano político, foi o dos conflitos com ponderáveis parcelas da colônia alemã, simpatizantes do nazismo e do integralismo. Além disso instalou diversos postos de saúde nos municípios e construiu o edifício do Departamento de Saúde Pública.

Em 1945, Nereu Ramos passou o seu cargo para Luís Gallotti, procurador da República.

Em 12/03/1951, Nereu Ramos foi eleito presidente da Câmara dos Deputados, passando a ser o segundo nome na linha de sucessão do presidente da República.

Em 21/08/1954, Café Filho entrevistou-se com Getúlio Vargas e lhe propôs, sem êxito, que ambos renunciassem, passando o governo a Nereu Ramos, que exercia seu segundo mandato na presidência da Câmara. Pouco depois, Getúlio Vargas se suicidou com um tiro no coração. Nessa ocasião, Nereu Ramos estava em Santa Catarina e diante da notícia do suicídio de Getúlio Vargas retornou ao Rio de Janeiro. Segundo Café Filho, a filha de Getúlio Vargas, Alzira Vargas do Amaral Peixoto, repeliu "com expressões ríspidas" as manifestações de pesar feitas por Nereu Ramos durante o velório do ex-presidente.

Em novembro de 1954, o diretório nacional do Partido Social Democrático (PSD) indicou o nome de Juscelino Kubitschek para concorrer à presidência da República nas eleições marcadas para 03/10/1955.

O comunista Carlos Marighella conversa com Nereu Ramos, deputado pelo PSD
Em janeiro de 1955 Café Filho viajou à Bolívia para inaugurar a ferrovia Corumbá-Santa Cruz de la Sierra e Nereu Ramos assumiu interinamente, pela segunda vez, a presidência da República. Na nova legislatura, iniciada em 01/02/1955, foi eleito vice-presidente do Senado, voltando a ser o segundo na ordem de sucessão presidencial.

Realizadas as eleições, Juscelino Kubitschek e João Goulart venceram. Logo após a proclamação dos resultados teve início uma crise política de âmbito nacional, pois a União Democrática Nacional (UDN) deflagrou uma campanha contra a posse do presidente e do vice-presidente eleitos, sob a alegação de que não haviam obtido a maioria absoluta dos votos. Dois dias depois, um distúrbio cardíaco forçou a internação do presidente Café Filho no Hospital dos Servidores do Estado e, em 8 de novembro, a passagem do seu cargo ao presidente da Câmara, Carlos Luz.

Em 12/11/1955, Nereu Ramos visitou Café Filho no hospital, manifestando a intenção de transmitir-lhe a chefia do governo tão logo se verificasse seu restabelecimento, posição que reiterou três dias depois. No dia 20/11/1955, porém, o ministro da Guerra Henrique Teixeira Lott entrevistou-se com Café Filho e lhe comunicou que, na opinião do esquema militar vitorioso, sua volta à presidência não seria conveniente. Café Filho insistiu em reassumir o cargo, mas no dia 21/11/1955 o Congresso aprovou seu impedimento. O ex-presidente ficou então confinado em seu apartamento em Copacabana, cercado por tropas e blindados do Exército.

Em 01/01/1956, a vigência do estado de sítio foi prorrogada até 26/02/1956. No dia 31/01/1956, Nereu Ramos passou o governo a Juscelino Kubitschek, de quem se tornou, na mesma data, ministro da Justiça. Em fins de maio desse ano, delegou ao Exército a tarefa de reprimir as manifestações populares desencadeadas na capital federal contra o aumento das tarifas dos bondes. A cidade foi então ocupada por tropas e, durante o cerco efetuado à sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), na praia do Flamengo, houve espancamento de parlamentares, notadamente Adauto Lúcio Cardoso, da UDN. Esses fatos provocaram o comparecimento de Nereu Ramos à Câmara em junho, para prestar esclarecimentos. 


Nesse mês de junho, com o objetivo de aperfeiçoar a Carta de 1946, nomeou uma comissão especial de juristas encarregada de estudar uma reforma constitucional. Entretanto, seus esforços nesse sentido foram frustrados, o que o levou a pedir exoneração do Ministério da Justiça em 04/11/1957, sendo substituído por Eurico Sales.

Entre 03/10/1956 e 04/11/1956, Nereu Ramos acumulou interinamente o cargo de ministro da Educação e reassumiu, então, sua cadeira no Senado.

Nereu Ramos casou-se com Beatriz Pederneiras Ramos, com quem teve quatro filhos. 

Nereu Ramos faleceu em 16/06/1958, em pleno exercício do mandato, em desastre aéreo. O avião, um Convair CV-440 de matrícula PP-CEP da Cruzeiro do Sul, procedente de Florianópolis, SC, acidentou-se durante o pouso em São José dos Pinhais, PR, vitimando 18 dos 24 ocupantes.

Também faleceram no acidente os políticos catarinenses Jorge Lacerda, governador de Santa Catarina na ocasião, e Leoberto Leal, então deputado federal por Santa Catarina.

Nereu Ramos foi sepultado no Rio de Janeiro. Seus restos mortais foram depois transladados para Lages, SC, sua cidade natal, sendo resguardados no Memorial Nereu Ramos, juntamente com um acervo de documentos e fotografias, e também partes do avião acidentado.

Urbano Santos

URBANO SANTOS DA COSTA ARAÚJO
(63 anos)
Advogado, Escritor, Político e Vice Presidente do Brasil

* Guimarães, MA (03/02/1859)
+ Em viagem entre o Maranhão e o Rio de Janeiro (07/05/1922)

Advogado, escritor e político de prestígio brasileiro nascido na Comarca dos Guimarães, no Estado do Maranhão, vice-presidente da República, entre 15/11/1914 e 15/11/1918, no governo de Wenceslau Brás Pereira Gomes, 10º presidente do Brasil, que exerceu a presidência nos meses de setembro e outubro de 1917, durante o impedimento do titular.

Filho do advogado pela Faculdade do Recife, Coronel Antônio Brício de Araújo, também tornou-se advogado especialista, principalmente, nos estudos econômicos, financeiros e jurídicos. Depois de ser promotor público do Baixo-Mearim e da Câmara do Rosário e  juiz municipal de Croatá e de São Vicente Ferrer, foi nomeado promotor público e juiz do comércio em São Luís em 1892.

Entrou na política partidária e na Câmara Federal pelo Estado do Maranhão (1897-1906), foi o primeiro vice-presidente e membro da Comissão de Finanças.

Senador pelo Maranhão entre 1906 e 1914, exerceu o mandato de vice-presidente da República entre 1914 e 1918, período em que constitucionalmente foi presidente do Senado por ser o vice-presidente da República, e presidente interino da República em 1917.

Durante sua vida política foi por três vezes, escolhido governador do Maranhão, nos anos de 1898, 1913 e 1918. Nestes mandatos desenvolveu o setor de transportes, com a inauguração do tráfego na Estrada de Ferro São Luís-Teresina em 1921, e ainda o contrato com a Cia. Nacional de Navegação Costeira de uma linha de cabotagem entre os pequenos portos do Estado. No setor de obras públicas promoveu o abastecimento de água com regularidade, a construção da Escola Benedito Leite, a reforma da penitenciária, do quartel de Polícia Militar, do aprendizado agrícola e do teatro, cuja casa de espetáculos passou a se chamar Arthur Azevedo.

Também foi ministro da Justiça e Negócios Interiores entre 1918 e 1919, no Governo de Delfim Moreira, onde se destacou, principalmente, nos investimentos em saúde pública. Promoveu o serviço de profilaxia urbana e rural, instalou o Instituto Osvaldo Cruz em São Luís e celebrou um contrato com a Fundação Rockefeller para o combate à malária.

Finalmente, candidato pela segunda vez à vice-presidência da República na chapa de Arthur Bernardes para o mandato seguinte, entre 1922 e 1926, não chegou a tomar posse, vindo a falecer durante uma viagem do Maranhão para o Rio de Janeiro, a bordo do navio Minas Gerais.

O nome da cidade Urbano Santos, município brasileiro da microrregião de Chapadinha, no estado do Maranhão, com população estimada em 2004, em 23.222 habitantes, e que antes se chamava Ponte Nova, é uma homenagem ao político maranhense.

Wenceslau Brás

WENCESLAU BRÁS PEREIRA GOMES
(98 anos)
Advogado, Político e Presidente do Brasil

* Brasópolis, MG (26/02/1868)
+ Itajubá, MG (15/05/1966)

Wenceslau Brás Pereira Gomes foi um advogado e político brasileiro. Foi presidente do Brasil entre 1914 e 1918, com um pequeno afastamento de um mês em 1917 por motivo de doença. Seu vice-presidente foi Urbano Santos da Costa Araújo.

Formação e Carreira Política

Wenceslau Brás era filho de Francisco Brás Pereira Gomes e de Isabel Pereira dos Santos. Nascido na então São Caetano da Vargem Grande, hoje Brasópolis. Seu pai era o chefe político da cidade, a qual leva seu sobrenome.

Wenceslau Brás estudou no tradicional Colégio Diocesano de São Paulo nos anos de 1881 a 1884 e obteve o diploma de bacharel em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1890. De volta a Minas Gerais, foi advogado e promotor público em Monte Santo e foi prefeito da cidade destacando-se na sua administração por ter introduzido o sistema de abastecimento de água na mesma. Presidiu a Câmara Municipal de Jacuí, em Minas Gerais, e a seguir foi deputado estadual.

Entre 1898 e 1902 foi Secretário do Interior, Justiça e Segurança Pública do Estado. Elegeu-se então deputado federal, chegando a líder da bancada mineira na Câmara dos Deputados, em 1903. Em 1909 assumiu a Presidência de Minas Gerais onde ficou até se candidatar à vice presidência da república. Foi eleito vice-presidente em 01/03/1910, obtendo 406.012 votos, derrotando o candidato da Campanha Civilista, Albuquerque Lins, que teve 219.106 votos.


Presidente da República

Em 01/03/1910, Wenceslau Brás é eleito vice-presidente da república, tendo Hermes da Fonseca sido eleito presidente derrotando Ruy Barbosa que estava sem apoio. Ele conquistou o cargo através da política do "Café Com Leite", após os estados de São Paulo e Minas Gerais se reconciliarem com o Tratado de Ouro Fino.

Em 1913, seu nome foi proposto como medida reconciliatória entre Minas Gerais, São Paulo e os outros estados, como candidato à sucessão de Hermes da Fonseca. Minas Gerais havia vetado a candidatura de Pinheiro Machado que era apoiado por Hermes da Fonseca, e Rodrigues Alves, que, na época, governava São Paulo, vetara a candidatura Ruy Barbosa.

Wenceslau Brás foi eleito presidente em 01/03/1914, obtendo 532.107 votos contra 47.782 votos dados a Ruy Barbosa.

Logo de início teve de combater a Guerra do Contestado (crise herdada do governo anterior) e, após debelar a revolta, mediou a disputa de terras entre os Estados do Paraná e Santa Catarina, tendo sido um dos fatores a dar origem ao conflito.

Wenceslau Brás definiu em 1916 os atuais limites entre Paraná e Santa Catarina. Em 20/10/1916, os governadores dos dois estados, assinaram, no Palácio do Catete, um acordo que fixava as divisas entre aqueles estados, o qual foi aprovado pelo Congresso Nacional, e publicado pelo decreto 3.304 de 03/08/1917.

Wenceslau Brás declara guerra contra o Império Alemão.
Ao seu lado, o ex-presidente e ministro interino das Relações Exteriores, Nilo Peçanha, e o futuro presidente da República, Delfim Moreira.
Crises e a Grande Guerra na Europa

Wenceslau Brás enfrentou também diversas manifestações militares, entre elas a Revolta dos Sargentos (1915), que envolvia suboficiais e sargentos.

Definiu seu governo como o "Governo da pacificação dos espíritos", que buscou o entendimento nacional depois do conturbado governo de Hermes da Fonseca. Em seu governo ocorreram os chamados "3 G": A Grande Guerra (como se chamava, na época, a Primeira Guerra Mundial), a Gripe Espanhola, e as Greves de 1917.

Promulgou o primeiro Código Civil Brasileiro, que entrou em vigor em 01/01/1916 e que foi a primeira lei a grafar o nome Brasil com a letra S.

O torpedeamento de navios brasileiros, em 26/10/1917, por submarinos alemães, levou o Brasil a entrar na Primeira Guerra Mundial. Tendo a participação do país no conflito se resumido ao envio de uma esquadra naval para colaborar na guerra anti-submarina, e uma missão militar à frente ocidental, em 1918.

Devido às dificuldades em importar produtos manufaturados da Europa durante o seu mandato, causadas pela guerra, Wenceslau Brás incentivou a industrialização nacional, porém de forma inadequada, já que o país ainda era essencialmente agrícola, e o governo necessitava de armamentos bélicos que requeriam uma indústria mais sofisticada que a do Brasil de 1914.

Mais de 1500 pessoas morreram vítimas da Gripe Espanhola em seus últimos anos como presidente da República.

Seu mandato terminou em 15/11/1918, quando o advogado e republicano mineiro Delfim Moreira assumiu o cargo sem um vice-presidente.

Wenceslau Brás sentado ao centro junto com seu Ministério
Homenagens

Wenceslau Brás morreu em 15/05/1966, em Itajubá, Minas Gerais, com 98 anos, sendo o mais longevo de todos os presidentes brasileiros e o político que permaneceu mais tempo na condição de ex-presidente da república.

É homenageado por meio de três cidades, uma em Minas Gerais, Venceslau Brás, outra no Paraná, Venceslau Brás, e outra em São Paulo, Presidente Venceslau.

Fonte: Wikipédia

Nilo Peçanha

NILO PROCÓPIO PEÇANHA
(56 anos)
Político e Presidente do Brasil

* Campos dos Goytacazes, RJ (02/10/1867)
+ Rio de Janeiro, RJ (31/03/1924)

Nilo Procópio Peçanha foi um político brasileiro. Assumiu a Presidência da República após o falecimento de Afonso Pena, em 14/06/1909, e governou até 15/11/1910. Foi o primeiro mulato presidente do Brasil.

Primeiros Anos

Nilo Peçanha nasceu em 02/10/1867 em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, era filho de Sebastião de Sousa Peçanha, padeiro, e de Joaquina Anália de Sá Freire, descendente de uma família importante na política norte fluminense. Teve quatro irmãos e duas irmãs. A família vivia pobremente em um sítio no atual distrito de Morro do Coco, Campos dos Goytacazes até que se mudaram para o centro da cidade quando Nilo Peçanha chegou na idade escolar. Seu pai era conhecido na cidade como "Sebastião da Padaria".

Nilo Peçanha cursou o primeiro grau estudantil em sua cidade natal, completou os estudos na capital fluminense e se formou em direito pela Faculdade de Direito do Recife, em Pernambuco. Foi descrito como sendo mulato e frequentemente ridicularizado na imprensa em charges e anedotas que se referiam à cor da sua pele. Durante sua juventude, a elite social de Campos dos Goytacazes chamava-o de "O mestiço de Morro do Coco".


Carreira na Política

Em 1921, quando concorreu à Presidência da República como candidato de oposição, cartas atribuídas falsamente ao candidato governista, Arthur Bernardes, foram publicadas na imprensa e causaram uma crise política pois insultavam o ex-presidente marechal Hermes da Fonseca, representante dos militares, e também Nilo Peçanha, outro ex-presidente, que era xingado de mulato. Gilberto Freyre, escrevendo sobre futebol, usou-o como paradigma do mulato que vence usando a malícia e escondendo o jogo mencionando que "o nosso estilo de jogar (…) exprime o mesmo mulatismo de que Nilo Peçanha foi até hoje a melhor afirmação na arte política".

Alguns pesquisadores afirmam que suas fotografias presidenciais eram retocadas para branquear sua pele escura. Alberto da Costa e Silva disse que Nilo Peçanha foi apenas um dos quatro presidentes brasileiros que esconderam os seus ancestrais africanos, sendo os outros Campos Sales, Rodrigues Alves e Washington Luís. Já o presidente Fernando Henrique Cardoso confirmou ser descendente de uma escrava.

Abdias do Nascimento afirmou que, apesar de sua tez escura, Nilo Peçanha escondeu suas origens africanas e que seus descendentes e família sempre negaram que ele fosse mulato.

A biografia oficial escrita por um parente, Celso Peçanha, nada menciona sobre suas origens raciais, mas uma outra biografia posterior o faz. Portanto, alguns pesquisadores expressam dúvidas sobre se Nilo Peçanha era ou não mulato. Em qualquer caso, suas origens foram muito humildes: ele mesmo contava ter sido criado com "pão dormido e paçoca".

Terminou os estudos preliminares em sua cidade, no Colégio Pedro II. Estudou na Faculdade de Direito de São Paulo e depois na Faculdade do Recife, onde se formou.

Casou-se com Ana de Castro Belisário Soares de Sousa, conhecida como Anita, descendente de aristocráticas e ricas famílias campistas. O casamento foi um escândalo social, pois a noiva teve que fugir de casa para poder se casar com um sujeito pobre e mulato, embora político promissor.

Participou das campanhas abolicionista e republicana. Iniciou a carreira política ao ser eleito para a Assembleia Constituinte em 1890. Em 1903 foi eleito sucessivamente senador e presidente do estado do Rio de Janeiro, permanecendo no cargo até 1906 quando foi eleito vice-presidente de Afonso Pena. Como presidente do estado do Rio de Janeiro, assinou, em 26/02/1906, o Convênio de Taubaté.

Quatro dias após o Convênio de Taubaté, em 01/03/1906, foi eleito vice-presidente da república, com 272.529 votos contra apenas 618 votos dados a Alfredo Varela.

Seus seguidores eram chamados de Nilistas.

Foi maçom e Grão-mestre do Grande Oriente do Brasil de 23/07/1917 a 24/09/1919, quando renunciou ao cargo.


Presidente da República

Com a morte de Afonso Pena em 1909, assumiu o cargo de presidente. Seu governo foi marcado pela agitação política em razão de suas divergências com Pinheiro Machado, líder do Partido Republicano Conservador (PRC).

Apoiou o candidato Hermes da Fonseca a sua sucessão em 1910, contra Ruy Barbosa e o presidente de São Paulo Albuquerque Lins, candidatos de oposição que fizeram a campanha civilista. Hermes da Fonseca venceu as eleições e foi eleito presidente da república em 01/03/1910. Os conflitos entre as oligarquias estaduais se intensificaram, sobretudo em Minas Gerais e São Paulo. Minas Gerais apoiou Hermes da Fonseca e São Paulo apoiou Ruy Barbosa, lançando seu presidente Albuquerque Lins à vice presidência na Campanha CivilistaHermes da Fonseca foi eleito para governar de 1910 a 1914.

Durante seu governo presidencial, Nilo Peçanha criou o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria, o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), e inaugurou o ensino técnico no Brasil.


Vida Após a Presidência

Ao fim do seu mandato presidencial, retornou ao Senado e, dois anos, depois foi novamente eleito presidente do Estado do Rio de Janeiro. Renunciou a este cargo em 1917 para assumir o Ministério das Relações Exteriores. Em 1918 foi novamente eleito senador federal.

Em 1921 foi candidato à presidência da República pelo Movimento Reação Republicana, que tinha como objetivo contrapor o liberalismo político contra a política das oligarquias estaduais. Embora apoiado pelas situações pernambucana, baiana, gaúcha e fluminense, e por boa parte dos militares, foi derrotado pelo candidato Arthur Bernardes nas eleições de 01/03/1922. O presidente da república na época, Epitácio Pessoa, não participou das negociações (demárches), sobre sua sucessão presidencial.

Arthur Bernardes teve 466.877 votos contra 317.714 votos dados a Nilo PeçanhaNilo Peçanha teve apoio apenas dos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia.

Nilo Peçanha faleceu em 31/03/1924, no Rio de Janeiro, afastado da vida política, e foi sepultado no Cemitério de São João Batista.

Fonte: Wikipédia

Afonso Pena

AFONSO AUGUSTO MOREIRA PENA
(61 anos)
Advogado, Político e Vice-Presidente e Presidente do Brasil

☼ Santa Bárbara, MG (30/11/1847)
┼ Rio de Janeiro, RJ (14/06/1909)

Membro do Partido Republicano Mineiro foi posteriormente deputado federal, governador do estado de Minas Gerais, vice-presidente e presidente do Brasil entre 15/11/1906 e 14/06/1909, data de seu falecimento. Antes da carreira política, foi advogado e jurista.

Afonso Pena nasceu em Santa Bárbara, Minas Gerais, filho do imigrante Português Domingos José Teixeira Pena e da brasileira Ana Moreira dos Santos. Diplomado em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1870, Afonso Pena foi um dos fundadores e diretor, em 1892, da Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais, atual Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Exerceu o mandato de deputado pelo estado de Minas Gerais, em 1874.

Nos anos seguintes, enquanto se mantinha como deputado, também ocupou alguns ministérios: da Guerra (1882), da Agricultura, Comércio e Obras Públicas (1883 e 1884), e da Justiça (1885). Afonso Pena e Rodrigues Alves, seu colega de faculdade, foram os dois presidentes da república que foram antes conselheiros do Império do Brasil.

É o único membro do Gabinete Imperial de Dom Pedro II que se tornou presidente da República do Brasil. Afonso Pena presidiu a seguir a Assembleia Constituinte de Minas Gerais, nos primeiros anos da república.

Governador de Minas Gerais e Vice-Presidente da República

Foi governador do estado de Minas Gerais entre 1892 e 1894, sendo o primeiro governador de Minas Gerais a ser eleito pelo voto direto. Foi durante seu governo que se decidiu pela mudança da capital do estado, de Ouro Preto para a Freguesia do Curral d'El Rei, hoje Belo Horizonte. Foi presidente do Banco do Brasil, de 1895 a 1898 e depois senador por Minas Gerais.

Em 01/03/1902, Rodrigues Alves foi eleito presidente da República tendo Francisco Silviano de Almeida Brandão como seu vice-presidente. Silviano Brandão faleceu em setembro de 1902, antes de sua posse. Para ocupar seu lugar, Afonso Pena foi eleito vice-presidente, em 18/03/1903, e, empossado na vice presidência, em 23/06/1903.

Na Presidência da República

Afonso Pena foi eleito presidente da república, em 01/03/1906, obtendo a quase totalidade de votos. Obteve 288.285 votos contra 4.865 votos de Lauro Sodré e 207 votos de Ruy Barbosa. Nilo Peçanha foi eleito, na mesma data, seu vice-presidente.

Apesar de ter sido eleito com base na chamada política do café-com-leite, realizou uma administração que não se prendeu de tudo a interesses regionais. Incentivou a criação de ferrovias, e interligou a Amazônia ao Rio de Janeiro pelo fio telegráfico, por meio da expedição de Cândido Rondon.

Fez a primeira compra estatal de estoques de café, em vigor na República Velha, transferindo assim, os encargos da valorização do café para o Governo Federal, que antes era praticada regionalmente, apenas por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que haviam assinado o Convênio de Taubaté. Modernizou o Exército e a Marinha por meio do general Hermes da Fonseca, e incentivou a imigração. Seu lema era: "governar é povoar", lema absorvido e ampliado depois por Washington Luís: "Governar é povoar; mas, não se povoa sem se abrir estradas, e de todas as espécies; Governar é pois, fazer estradas".

Seus ministérios eram ocupados por políticos jovens e que respeitavam muito a autoridade dele. Estes jovens receberam a alcunha de "Jardim da Infância". Chegou mesmo a declarar, em carta a Ruy Barbosa, que a função dos ministros era executar seu pensamento:

"Na distribuição das pastas não me preocupei com a política, pois essa direção me cabe, segundo as boas normas do regime. Os ministros executarão meu pensamento. Quem faz a política sou eu."

Foi um grande incentivador das ferrovias, sendo que se destaca em seu governo, a construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB) e da ligação das ferrovias paulistas com as paranaenses, permitindo-se pela primeira vez, a ligação do sudeste com o sul do Brasil por trem.

Em virtude de seu afastamento dos interesses tradicionais das oligarquias, na chamada República Oligárquica, enfrentou uma crise por ocasião da sucessão. David Morethson Campista, indicado pelo presidente, foi rejeitado pelos grupos de apoio a Hermes da Fonseca, principalmente por Pinheiro Machado, mais influente congressista daquela época.

Ainda tentou indicar os nomes de Campos Salles e Rodrigues Alves, sem sucesso. Em meio a tudo isso, iniciou-se também a campanha civilista, lançada por Ruy Barbosa.

Morte e Homenagens

Afonso Pena acabou falecendo durante o mandato, em 14/06/1909, em meio à crise política gerada pelas disputas à sua sucessão que se daria em 1910, e pouco depois da morte de seu filho, Álvaro Pena. A presidência foi transferida ao vice-presidente Nilo Peçanha .

Seu filho, Afonso Augusto Moreira Pena Júnior, foi ministro de Arthur Bernardes.

Foi homenageado dando seu nome à cidade de Penápolis, à cidade de Conselheiro Pena e ao Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Centro Acadêmico Afonso Pena (CAAP).

Por ter sido seu fundador e primeiro diretor, a própria Faculdade é até hoje chamada carinhosamente de Vetusta Casa de Afonso Pena por seus alunos, ex-alunos, professores e funcionários, além de toda a comunidade acadêmica e jurídica que com ela interage.

Em Belo Horizonte, ainda dá seu nome à avenida mais importante da cidade. De igual modo, em Campo Grande, MS seu nome figura na principal avenida. Também empresta seu nome a uma importante avenida em Porto Velho, Rondônia.

É também homenageado em São José dos Pinhais, PR, região metropolitana de Curitiba, dando nome ao principal aeroporto da cidade, o Aeroporto Internacional Afonso Pena.

No dia 13/02/2009 chegaram à histórica cidade de Santa Bárbara o mausoléu e os restos mortais do ex-presidente da República Afonso Pena. O traslado partiu do Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, para o casarão onde nasceu o político e advogado.

O monumento onde estavam os restos mortais de Afonso Pena, no Rio de Janeiro, foi inaugurado em 1912, e, provavelmente, esculpido na Itália. Ele foi construído em mármore de Carrara por José Maria Oscar Rodolfo Bernardelli, artista mexicano radicado no Brasil no fim do século XIX. A figura, uma mulher chorando sobre a lápide de três toneladas, representa a Pátria. O estilo do mausoléu é eclético, misturando neoclássico e art-nouveau.

Fonte: Wikipédia

José Alencar

JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA
(79 anos)
Empresário, Político e Vice Presidente do Brasil

* Muriaé, MG (17/10/1931)
+ São Paulo, SP (29/03/2011)

Foi senador pelo estado de Minas Gerais e vice-presidente do Brasil de 1 de janeiro de 2003 a 1 de janeiro de 2011.

Foi um dos maiores empresários do estado de Minas Gerais, construiu um império no ramo têxtil, sendo a Coteminas sua principal empresa.

Elegeu-se vice-presidente da República do Brasil na chapa do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, conseguindo a reeleição em 2006, assegurando, portanto, a permanência no cargo até o final de 2010.

Filho de Antônio Gomes da Silva e Dolores Peres Gomes da Silva, começou a trabalhar com sete anos de idade, ajudando o pai em sua loja. Tinha 14 irmãos. Quando fez quinze anos, em 1946, foi trabalhar como balconista numa loja de tecidos conhecida por "A Sedutora".

Em maio de 1948, mudou-se para Caratinga, MG, para trabalhar na "Casa Bonfim". Notabilizou-se como grande vendedor, tanto neste último emprego, quanto no anterior. Ainda durante sua infância, entrou para o movimento escotista.

Carreira Profissional e Empresarial

Aos dezoito anos, iniciou seu próprio negócio. Para isto contou com a ajuda do irmão Geraldo Gomes da Silva, que lhe emprestou quinze mil cruzeiros. Em 31 de março de 1950, abriu a sua primeira empresa, denominada "A Queimadeira", localizada na cidade de Caratinga, MG. Vendia diversos artigos: chapéus, calçados, tecidos, guarda-chuvas, sombrinhas, etc. Manteve sua loja até 1953, quando decidiu vendê-la e mudar de ramo.

Iniciou seu segundo negócio na área de cereais por atacado, ainda em Caratinga, MG. Logo em seguida participou - em sociedade com José Carlos de Oliveira, Wantuil Teixeira de Paula e seu irmão Antônio Gomes da Silva Filho - de uma fábrica de macarrão, a "Fábrica de Macarrão Santa Cruz".

No final de 1959 seu irmão Geraldo faleceu. Assumiu então os negócios deixados por ele na empresa "União dos Cometas". Em homenagem ao irmão, a razão social foi alterada para "Geraldo Gomes da Silva, Tecidos S.A.".

Em 1963, constituiu a "Companhia Industrial de Roupas União dos Cometas", que mais tarde passaria a se chamar "Wembley Roupas S.A.". Em 1967, em parceria com o empresário e deputado Luiz de Paula Ferreira, fundou, em Montes Claros, MG, a Companhia de Tecidos Norte de Minas, Coteminas. Em 1975, inaugurava a mais moderna fábrica de fiação e tecidos que o país já conheceu.

A Coteminas cresceu e hoje são onze unidades que fabricam e distribuem os produtos: fios, tecidos, malhas, camisetas, meias, toalhas de banho e de rosto, roupões e lençóis para o mercado interno, para os Estados Unidos, Europa e Mercosul.

Carreira Política

Na vida política, foi presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, presidente da FIEMG (SESI, SENAI, IEL, CASFAM) e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria.

Candidatou-se às eleições para o governo de Minas Gerais em 1994 e, em 1998, disputou uma vaga no Senado Federal, elegendo-se com quase três milhões de votos. No Senado, foi presidente da Comissão Permanente de Serviço de Infra-Estrutura - CI, membro da Comissão Permanente de Assuntos Econômicos e membro da Comissão Permanente de Assuntos Sociais.

Foi, ao início, um vice-presidente polêmico, ao assumir o cargo em 2003, tendo sido uma voz discordante dentro do governo contra a política econômica defendida pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que mantém os juros altos na tentativa de conter a inflação e manter a economia sob controle.

Já a partir de 2004, passou a acumular a vice-presidência com o cargo de Ministro da Defesa. Por diversas oportunidades, demonstrou-se reticente quanto à sua permanência em um cargo tão distinto de seus conhecimentos empresariais, mas a pedidos do presidente Lula, exerceu a função até março de 2006. Nesta ocasião, renunciou para cumprir as determinações legais com o intuito de poder participar das eleições de 2006. Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.

Em 25 de janeiro de 2011, recebeu a "Medalha 25 de Janeiro" da prefeitura de São Paulo. Ao entregar a medalha ao ex-vice-presidente, a presidente Dilma Rousseff ressaltou:

"Eu tenho certeza de que cada brasileira e brasileiro deste imenso país gostaria de estar agora em São Paulo – esta cidade-síntese do espírito empreendedor do país que completa hoje 457 anos de existência – para entregar junto conosco a Medalha 25 de Janeiro ao nosso eterno vice-presidente da República, José Alencar"

Já, Alencar disse:

"Não posso me queixar. A situação está tão boa que não tem como melhorar, todo mundo está rezando por mim"

Apesar de estar em uma cadeira de rodas, ele ainda até brincou com o público dizendo:

"Aprendi com Lula que os discursos devem ser como um vestido de mulher: nem tão curtos que possam escandalizar, nem tão longos que possam entristecer"

Problemas de Saúde e Morte

José Alencar possuia um delicado histórico médico. A partir do ano 2000, enfrentou um câncer na região abdominal, tendo passado por mais de 15 cirurgias - uma delas com duração superior a 20 horas. Em sua longa batalha contra o Câncer, submeteu-se a um tratamento experimental nos Estados Unidos, com resultado inconclusivo. Em 2010, após repetidas internações e intervenções médicas, decidiu desistir de se candidatar ao Senado, por considerar uma injustiça com os eleitores.

No final de seu mandato como vice-presidente da república, em 2010, apresentou o complexo estado de saúde, passando por um momento difícil, sendo até mesmo necessário o interrompimento do tratamento contra o câncer.

No dia 22 de dezembro de 2010, foi submetido a uma cirurgia para tentar conter uma hemorragia no abdômen. No dia seguinte Lula e a então presidente eleita Dilma Rousseff visitaram-o no hospital Sírio-Libanês em São Paulo.

O ex-vice-presidente foi internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês na tarde de segunda-feira (28/03/2011) com fortes dores abdominais. Foi detectada então uma obstrução no intestino e uma inflamação do Peritônio, a membrana que recobre as paredes do abdome e a superfície dos órgãos digestivos.

A doença o acompanhou por 14 anos. Neste período, ele precisou passar por 17 cirurgias e realizou tratamento de quimioterapia. Desde a manhã de terça-feira (29/03/2011), a equipe médica havia deixado claro que não havia novo tratamento para o quadro de Alencar. Por isso, ele foi sedado com analgésicos para não sofrer.

Aureliano Chaves

ANTÔNIO AURELIANO CHAVES DE MENDONÇA
(74 anos)
Político e Vice Presidente do Brasil

☼ Três Pontas, MG (13/01/1929)
┼ Belo Horizonte, MG (30/04/2003)

Aureliano Chaves foi um político brasileiro, governador de Minas Gerais (1975-1978) e vice-presidente da República (1979-1985).

Realizou o curso primário na Escola Professora Maria Augusta Vieira Correia, e o colegial no Ginásio Municipal São Luís, ambas em Três Pontas, sua cidade natal. Após isto, transferiu-se para Itajubá, onde cursou o científico, o curso médio correspondente mais ou menos ao 2º grau, no Colégio de Itajubá.

Ingressou no Instituto Eletrotécnico de Itajubá (IEI), atual Universidade Federal de Itajubá, quando, ainda aluno, e sendo o presidente do Diretório Acadêmico, em 29/05/1952, liderou uma comissão composta de quarenta e dois acadêmicos, que, no Rio de Janeiro, no Palácio do Catete, solicitou ao presidente da República, Getúlio Vargas, o interesse e apoio para a federalização do Instituto Eletrotécnico de Itajubá, que, naquela época, passava por situação financeira difícil, correndo risco até de extinção.

O presidente, diante da completa e exata exposição de Aureliano Chaves, prometeu o apoio solicitado, e foi dado encaminhamento ao processo, o qual seria sancionado pelo seu sucessor, Nereu Ramos.

Graduado em Engenharia Eletromecânica pelo Instituto de Engenharia de Itajubá em 1953, trabalhou na Serra Engenharia Arquitetura em 1954.

Aureliano Chaves foi engenheiro de obras rodoviárias, entre as quais a ligação de Itajubá a São Bento do Sapucaí, e o serviço de terraplenagem de Cumbica. Foi Chefe do Serviço de Obras da Prefeitura Municipal de Itajubá (1955-1956). Foi professor titular da Escola Federal de Engenharia de Itajubá (1955-1982), onde estranhamente, não se conseguiu achar nenhum ex-aluno dele, e Diretor Técnico da Eletrobrás (1961). Em Belo Horizonte, foi professor do Instituto Politécnico da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.


Iniciou sua carreira política como deputado estadual pela União Democrática Nacional (UDN) (1958-1966), integrando a linha ortodoxa do partido, conhecida como "Banda de Música", ao lado de Carlos Lacerda, Afonso Arinos e Pedro Aleixo. Chegou a liderar sua bancada da União Democrática Nacional (UDN) e também a exercer a liderança do governo Magalhães Pinto ao qual serviu como Secretário de Estado da Educação em 1964, e Secretário de Obras Públicas.

Participou do golpe que depôs o presidente João Goulart em 1964. Foi eleito deputado federal (1966-1974), pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA), tendo sido membro e relator de várias comissões da Câmara, presidente das Comissões de Minas e Energia e Ciência e Tecnologia.

Em 1966 e 1970, posicionou-se contra a licença para processar o deputado Márcio Moreira Alves, episódio que foi pivô de grave crise política que resultaria no AI-5, em 1968.

Foi vice-presidente do Instituto de Pesquisas, Estudos e Assessoramento do Congresso Nacional (IPEAC) e presidente de várias Comissões Mistas do Congresso Nacional. Desempenhou, ainda, muitos outros cargos, como:

  • 1967 - Representante do Brasil na Conferência Sobre Energia Nuclear, em Viena;
  • 1974 - Relator da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Energia Nuclear, pela Câmara dos Deputados;
  • Membro do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas; membro do Comitê Nacional de Grandes Barragens.

Eleito governador de Minas Gerais, por via indireta, em 1974, governou o Estado por quatro anos, conseguindo harmonizar as antigas forças divergentes do Partido Social Democrático (PSD) mineiro e da União Democrática Nacional (UDN).

Aureliano Chaves apoiou o presidente Ernesto Geisel, em 1977, na crise provocada pelo então ministro do Exército, Sílvio Frota, demitido por tentar forçar sua própria candidatura à presidência da República.

Aureliano Chaves, Arthur Bernardes Filho e Bias Fortes
No ano seguinte, foi escolhido vice-presidente do general João Batista de Oliveira Figueiredo. Foi vice-presidente da República (1979-1985), exercendo várias vezes a presidência, sendo o primeiro vice-presidente civil do regime militar, desde Pedro Aleixo, o vice de Artur da Costa e Silva, impedido pelos militares de assumir a presidência quando Costa e Silva adoeceu, tendo sido substituído por uma junta.

Quando da segunda Crise do Petróleo, em 1979, foi presidente da Comissão Nacional de Energia, por delegação do Presidente da República.

Aureliano Chaves ocupou a presidência da República por dois períodos relativamente extensos: Dois meses em 1981 e cerca de um mês em 1983, devido aos problemas de saúde de João Batista de Oliveira Figueiredo.

Era um nacionalista clássico. Católico fervoroso, em 1981, quando ocupava interinamente a presidência, apesar de ser contra as invasões de terra, recusou-se a assinar o ato de expulsão dos dominicanos franceses Aristides Camio e François Gouriou, da Comissão Pastoral da Terra, acusados de incitar invasões de terra no sul do Pará. A recusa irritou a ala mais radical das Forças Armadas. Os sacerdotes não foram expulsos imediatamente, mas foram condenados a 10 e 15 anos de prisão, respectivamente, por terem apoiado a luta de posseiros na conflituosa região do Araguaia - cenário da guerrilha do Araguaia, organizada pelo Partido Comunista do Brasil, na década anterior. Os frades cumpriram 2 anos e 4 meses na prisão e afinal foram expulsos do país.

Por ocasião das eleições indiretas sucessórias à João Batista de Oliveira Figueiredo, se ofereceu em 1984 como candidato dentro de seu partido, o Partido Democrático Social (PDS). O mesmo fizeram Paulo Maluf, Mário Andreazza e Marco Maciel. Com a vitória de Paulo Maluf, que não contava com a simpatia da direção da legenda, na convenção, nomes como Aureliano Chaves, Marco Maciel, Antônio Carlos Magalhães e José Sarney, decidiram sair do Partido Democrático Social (PDS) e fundar um novo partido, o Partido da Frente Liberal (PFL), em alusão à Frente Liberal que esses políticos formavam a partir dali, para apoiar o candidato da oposição Tancredo Neves no colégio eleitoral, na chamada "Aliança Democrática". Com isso, Aureliano Chaves rompia com o governo de João Batista de Oliveira Figueiredo.

A união da legenda recém-formada mostrar-se-ia fundamental para a vitória de Tancredo Neves. Aureliano Chaves é considerado um dos responsáveis pela divisão do Partido Democrático Social (PDS), em 1984, o que enfraqueceu a candidatura de Paulo Maluf à presidência da República, na eleição indireta que levou Tancredo Neves do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) ao cargo.


Aureliano Chaves foi ministro de Minas e Energia no governo de José Sarney e defendeu a manutenção do programa brasileiro do álcool, o Pró-Álcool.

Concorreu à presidência nas eleições diretas de 1989 pelo mesmo Partido da Frente Liberal (PFL), tendo como vice em sua chapa Cláudio Lembo, obtendo irrisória votação, com cerca de 0,9% e terminando o pleito em oitavo lugar. Cláudio Lembo depois diria que boa parte dos correligionários da legenda os havia abandonado para apoiar informalmente Fernando Collor de Melo. Após isso, decidiu formalmente se retirar da vida pública, mas, ainda assim continuou a exercer influência sobre seu estado natal e mesmo na nação, era uma voz a ser ouvida, como na ocasião das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso, em relação às quais manifestava-se radicalmente contra. O governador Aécio Neves, cujo avô, Tancredo Neves era um grande amigo e aliado de Aureliano Chaves, admitiu por ocasião de sua morte: "Ele era um consultor informal".

No final da vida estava filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Defensor dos valores democráticos, teve papel importante no restabelecimento da democracia no Brasil. Na campanha presidencial de 2002, apoiou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, ajudando na aproximação entre o petista e os militares.

Interessado em tecnologia, quando Secretário da Educação de Minas Gerais visitou os Estados Unidos e o México, em busca de novos métodos de educação. Quando ministro, visitou os principais centros de estudos nucleares da França, Alemanha e Estados Unidos, onde, novamente, voltaria como vice-presidente do Brasil.

Sobre Aureliano Chaves, disse o deputado Mauri Torres:

"Apesar de ter feito sua carreira política dentro do regime militar, foi sempre um homem democrático e nacionalista, que sempre defendeu os interesses de Minas e do Brasil."

Morte

Aureliano Chaves estava internado desde o dia 14/04/2003 no Hospital Socor, em Belo Horizonte, por causa de uma infecção pulmonar. Ele sofria de diabetes e apresentava nos últimos dias insuficiência cardíaca e insuficiência renal.

No sábado, 26/04/2003, foi submetido a uma cirurgia para colocar uma ponte safena, sendo transferido à Unidade de Tratamento Intensivo. No dia 30/04/2003 Aureliano Chaves faleceu vítima de falência múltipla dos órgãos. Aureliano Chaves era viúvo e foi sepultado em Itajubá, MG.

Condecorações

Em reconhecimento a seu brilhante desempenho profissional, à sua carreira política pautada por comportamento ético, austero e transparente e por uma vida íntegra e honesta, recebeu várias condecorações:

Nacionais

  • Grande Medalha da Inconfidência
  • Medalha General Couto Magalhães
  • Medalha Tamandaré
  • Medalha Santos Dumont
  • Medalha Pacificador
  • Medalha Marechal Trompowsk
  • Medalha Marechal Deodoro
  • Medalha Wenceslau Brás
  • Medalha Delmiro Golveia
  • Medalha do Governo do Estado do Espírito Santo
  • Medalha do Governo do Estado do Sergipe
  • Medalha do Governo do Distrito Federal
  • Medalha do Mérito Naval
  • Medalha do Mérito Militar
  • Medalha do Mérito Aeronáutico
  • Medalha Rio Branco
  • Medalhas do Mérito Legislativo da Assembléia Legislativa de Minas Gerais
  • Medalha do Mérito Legislativo da Câmara dos Deputados de Minas Gerais
  • Medalha do Mérito Legislativo da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte
  • Medalha do Tribunal de Justiça de Minas Gerais
  • Medalha do Superior Tribunal Militar
  • Medalha do Superior Tribunal do Trabalho

Estrangeiras

  • Medalha da Legião de Honra da França
  • Medalha do Mérito Civil da Espanha
  • Medalha do Mérito Asteca, do México
  • Medalha Simon Bolívar, da Venezuela
  • Medalha General San Martin, da Argentina
  • Medalha General Solano Lopes, do Paraguai
  • Medalha Infante Dom Henrique, de Portugal

Fonte: Wikipédia, Folha.com e Projeto VIP