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Mário Palmério

MÁRIO DE ASCENÇÃO PALMÉRIO
(80 anos)
Professor, Político e Escritor

* Monte Carmelo, MG (01/03/1916)
+ Uberaba, MG (24/09/1996)

Filho de Francisco Palmério e de Maria da Glória Palmério, seu pai era engenheiro civil e advogado, homem de cultura e de largo prestígio em toda a região triangulina, exercendo, nos últimos anos de sua vida, o cargo de Juiz de Direito nas várias comarcas do estado, tendo falecido em Uberaba aos oitenta anos de idade. Mário Palmério fez seus estudos secundários no Colégio Diocesano de Uberaba e no Colégio Regina Pacis, de Araguari, licenciando-se em 1933.

Em 1935, matriculou-se na Escola Militar de Realengo, no Rio de Janeiro, de onde se desligou, no ano seguinte, por motivos de saúde. Em 1936, ingressou no Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais, sendo designado para servir na sucursal de São Paulo.

Na capital paulista, iniciou-se no magistério secundário, como professor de matemática no Colégio Pan-Americano, estabelecimento de ensino então mantido pela Escola Paulista de Medicina. Passando a lecionar em outros estabelecimentos, pouco tempo depois Mário Palmério dedicava-se exclusivamente ao magistério.

Em 1939, matriculou-se na seção de Matemática da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo, época em que passou a lecionar também no Colégio Universitário da Escola Politécnica, por nomeação do governo daquele Estado.

Seu destino seria, entretanto, realizar obra educacional de maiores proporções e, atraído pelo extraordinário progresso que alcançava Uberaba e toda a região triangulina, em virtude do desenvolvimento de sua pecuária de gado indiano, Mário Palmério deixou São Paulo para abrir naquela cidade mineira o Liceu do Triângulo Mineiro.

Em 1945, construiu imponente conjunto de edifícios, na cidade de Uberaba, para sede do Colégio do Triângulo Mineiro e da Escola Técnica de Comércio do Triângulo Mineiro, e visava já à criação da primeira escola superior a instalar-se na região. Em 1947, o governo federal autorizou o funcionamento da Faculdade de Odontologia do Triângulo Mineiro, fundada por Mário Palmério, primeiro passo para a transformação de Uberaba em cidade universitária.

No Triângulo Mineiro, Mário Palmério fundou, em 1950, a Faculdade de Direito e, em 1953, a Faculdade de Medicina. Por essa época exercia o mandato de deputado federal por Minas Gerais, tendo sido eleito em 1950 na legenda do Partido Trabalhista Brasileiro. Suas atividades desdobraram-se assim em dois setores importantes, o educacional e o da representação parlamentar. Em ambos, seu trabalho foi produtivo.

Mário Palmério e Getúlio Vargas, no início da década de 1950
Na Câmara dos Deputados exerceu a vice-presidência da Comissão de Educação e Cultura durante todo o seu primeiro mandato (1950-1954). Reeleito em 1954, passou a integrar a Comissão de Orçamento e a Mesa da Câmara. Por indicação do presidente da Câmara dos Deputados, matriculou-se, em 1955, na Escola Superior de Guerra, onde concluiu o Curso Superior de Guerra. O exercício de seu mandato e suas outras atividades no Rio de Janeiro não impediram, entretanto, seu trabalho educacional em Uberaba, e Mário Palmério fundou, em 1956, a Escola de Engenharia do Triângulo Mineiro.

A exemplo de Graciliano Ramos, estréia na vida literária não propriamente tarde, mas a meio caminho: só aos 40 anos aparece seu primeiro livro, fruto quarentão de aventura intelectual cujo propósito era bem outro, isto é, a política. "Vila dos confins nasceu relatório, cresceu crônica e acabou romance...", segundo confessou o próprio autor.

Educador, político, literato, todo o trabalho nesses três largos campos de atividade ele realizou inspirado pelo amor à sua terra e à sua gente. A mesma inspiração levou-o a prosseguir, a tentar novas e fecundas iniciativas. Construiu em Uberaba a Cidade Universitária em terreno de área superior a 300 mil metros quadrados, e o Hospital Mário Palmério, da Associação de Combate ao Câncer do Brasil Central, maior nosocômio em todo o interior do Brasil.

Candidatando-se novamente, em 1958, Mário Palmério reelegeu-se, pela terceira vez - e agora com mais expressiva votação - deputado federal por Minas Gerais. Em setembro de 1962, desejoso de afastar-se das lides partidárias, foi nomeado pelo presidente João Goulart para o cargo de embaixador do Brasil junto ao governo do Paraguai. Assumiu o posto em 10 de outubro do mesmo ano.

Permaneceu nessa missão até abril de 1964. Sua passagem pelo Paraguai, na condição de embaixador do Brasil, foi marcada por intenso trabalho, destacando-se a reforma e reinstalação do edifício da embaixada, a conclusão das obras do Colégio Experimental - doado ao Paraguai pelo governo brasileiro - e da Ponte Internacional de Foz do Iguaçu, e a instalação em novo edifício, amplo e central, do Serviço de Expansão e Propaganda, Missão Cultural e Consulado. Dando ênfase às atividades culturais e artísticas, Mário Palmério integrou-se admiravelmente no seio da intelectualidade paraguaia, estreitando-se assim, mais ainda e de forma duradoura, os laços de compreensão e amizade entre os dois países.

De regresso ao Brasil, Mário Palmério reencetou suas atividades literárias. Isolando-se em fazenda de sua propriedade, no sertão sudoeste de Mato Grosso - Fazenda São José do Cangalha - escreveu Chapadão do Bugre, romance para o qual vinha colhendo, desde o êxito de Vila dos Confins, abundante material lingüístico e de costumes regionais, e que recebeu de toda crítica os mais rasgados elogios. Lançado em outubro de 1966, o romance teve inúmeras edições.

Durante vários anos viajou de barco pelo rio Amazonas e seus afluentes, levantando dados sobre a realidade física, social e cultural da região Amazônica. Em 1987 deixou de vez o Amazonas e voltou a morar em Uberaba, como presidente das Faculdades Integradas daquela cidade.

Em 1988, recebeu a Medalha do Mérito Santos-Dumont, conferida pelo Ministério da Aeronáutica. Neste mesmo ano, Mário Palmério cria a Universidade de Uberaba, que atualmente conta com quarenta cursos superiores.

A faculdade de Monte Carmelo, sua terra natal, leva o seu nome, como forma de homenageá-lo: Fundação Carmelitana Mário Palmério. Oferece diversos cursos (Administração, Pedagogia, Letras, Ciência Biológicas), e vem se destacando pela qualidade de ensino.

Mário Palmério era casado com Cecília Arantes Palmério. Teve dois filhos, Marcelo e Marília.

Academia Brasileira de Letras

Foi eleito para a cadeira 2 da Academia Brasileira de Letras, sucedendo a Guimarães Rosa, em 4 de abril de 1968, e recebido em 22 de novembro de 1968 pelo acadêmico Cândido Mota Filho.

Fonte: Wikipédia

Eleazar de Carvalho

ELEAZAR DE CARVALHO
(84 anos)
Maestro

* Iguatu, CE (28/06/1912)
+ São Paulo, SP (12/09/1996)

Recebeu seus primeiros ensinamentos musicais na marinha, onde fez parte da Banda dos Fuzileiros Navais. Logo ingressou na Escola Nacional de Música formando-se com distinção em todas as matérias, inclusive canto e composição e foi nessa época que compôs duas óperas: O Descobrimento do Brasil e Tiradentes.

Fonte: Fundação Eleazar de Carvalho
Sua formação foi ministrada por Serge Koussevitzky, que por sua vez a recebeu diretamente de Piotr Ilitch Tchaikovsky. Doutorou-se em Música pela Washington University e humanística pela Hofstra University.

Importantes regentes como Zubin Mehta, Claudio Abbado, Seiji Ozawa, Gustav Meier e outros, receberam seus conhecimentos e entre seus alunos mais recentes estão Dante Anzolini, Hiroyuki Shimizu, Antony Princiotti, Lanfranco Marcelletti.

Foi professor de regência da Juilliard School e Yale University. Detentor do título de Diretor e Regente Emeritus da Sinfônica de Saint Louis, Professor Emeritus da Universidade de Yale e ganhador da Medalha Mahler por ter regido suas nove sinfonias.

O maestro Eleazar de Carvalho esteve à frente das maiores orquestras do mundo, Orquestra Sinfônica de Boston, Filarmônica de Viena, Filarmônica de Israel e todas as importantes orquestras da França, Bélgica e Itália. Em Paris fez sua estréia no Theatre Champs Elysées e por vários anos foi diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica de Saint Louis, Missouri.

Fonte: Fundação Eleazar de Carvalho
No Brasil foi diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica Brasileira, Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, Orquestra Sinfônica do Recife, Orquestra Sinfônica da Paraíba, e dede 1972 até sua morte foi diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.

Trouxe para o Brasil o modelo do Festival de Tanglewood, onde foi professor de regência por dezessete anos, e o aplicou com sucesso no Festival de Inverno de Campos do Jordão, Gramado (RS), João Pessoa (PB) e Itu (SP).

Entre as homenagens in memoriam destacam-se a da Orquestra Sinfônica da Paraíba, Orquestra Filarmônica do Ceará, Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, Orquestra Filarmônica do Rio de Janeiro, Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, Festival de Inverno de Campos do Jordão "Dr. Luis Arrobas Martins", Festival de Artes de Itu, Governo do Estado de São Paulo e do Ministério da Educação e Cultura que instituiu o Prêmio Eleazar de Carvalho.

Estátua de Eleazar de Carvalho em Gramado, Rio Grande do Sul
Na década de 1950 Eleazar regeu todas as óperas de Carlos Gomes de memória, o que lhe valeu receber, pós-morte, o Prêmio Carlos Gomes em 1996 e 2001. A Universidade de Yale lhe prestou homenagem instituindo o Eleazar de Carvalho Scholarship, para alunos de regência.

O Festival Internacional de Música, por ele implantado no Brasil e promovido pela Fundação Eleazar de Carvalho, juntamente com o Governo do Estado do Ceará, já está em sua quinta edição.

A criação da Semana Eleazar de Carvalho como parte oficial das comemorações do estado de São Paulo, é um reconhecimento das autoridades pelos serviços prestados por ele à cultura brasileira.

Fonte: http://www.orquestra.ce.gov.br/ (Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho)

Torresmo

BRASIL JOSÉ CARLOS QUEIROLO
(78 anos)
Ator e Palhaço

* Espírito Santo do Pinhal, SP (04/04/1918)
+ São Paulo, SP (19/08/1996)


Torresmo nasceu no circo de seus pais e tios, o Circo Irmãos Queirolo, que excursionava pelo interior de São Paulo. Seu pai, José Carlos Queirolo (conhecido como palhaço Chicharrão — do espanhol Chicharrón, "torresmo") era uruguaio, e sua mãe, Graciana Cassano Queirolo, atriz, era argentina.

Na infância, era chamado de Chicharrãozinho. Estudou no Colégio Caetano de Campos e no Colégio Ipiranga. Viajou com o circo por todo o Brasil e em alguns outros países.

Foi também cantor de tangos e tocava saxofone e violino.

Estréia no Circo

Em 1943, a família se mudou para o Rio de Janeiro, e Torresmo foi trabalhar no Teatro Recreio, a convite de Jardel Jercolis. No ano seguinte, voltou a São Paulo e, em Ibirarema, se casou com Otília Piedade, com quem viveria por toda a vida. Desse casamento, vieram os filhos Gladismary e Brasil José Carlos, o futuro palhaço Pururuca. Nesse período, até 1949, trabalhou em rádios de Adamantina e Lucélia.

Depois, foi trabalhar no Circo Alcebíades, do pai do amigo Fuzarca, com quem fez dupla cômica e se apresentava antes da dupla principal: os palhaços Piolim e Arrelia.

A família Queirolo faria outros palhaços, como Chic-Chic, Otelo Queirolo e seus filhos.

Finalmente, a Televisão

Em 1950, Torresmo passou a morar no bairro do Mandaqui, na cidade de São Paulo. Era a época do início da televisão no Brasil, e Torresmo acreditou em seu sucesso. Apresentou-se no programa de Luiz Gonzaga, no Cine-Teatro Odeon, e seu talento foi reconhecido por um produtor da TV Tupi, Humberto Simões, na época famoso como ventríloco, que o levou ao diretor Cassiano Gabus Mendes.

Sua estréia na televisão foi no Dia das Crianças (12 de outubro) de 1950. Desde então, não saiu mais da TV, e trabalhou em programas infantis de todos as emissoras da época, incluindo Zás Trás na TV Paulista, apresentado por Márcia Cardeal. Trabalhou em outros programas: Calouros Mepacolan, Gurilândia, Recreio do Torresmo na TV Cultura, Torresmolândia na TV Excelsior, Tic-Tac e Pururuca na TV Bandeirantes, Gincana Kibon na TV Record e muitos outros, até 1964.

Em 1964, morreu seu parceiro, Albano (Fuzarca), e ele passou a se apresentar com seu filho Pururuca, então com apenas 15 anos.

O programa O Grande Circo, com Pururuca e mais os palhaços Chupeta, Chupetinha, Pimentinha e outros, ficou no ar de 1973 a 1982, na TV Bandeirantes, levando o mundo circense à televisão.

Em 1983, retirou-se para tratamento de saúde em Mairiporã, e Pururuca passou a cuidar de seu restaurante, na Serra da Cantareira.

Em 1987, Torresmo voltou à TV e passou a apresentar o Programa Bombril, ainda da TV Bandeirantes.

Torresmo trabalhou na televisão durante 30 anos, período em que gravou 80 discos infantis.

Seu bordão favorito era:

- Assim eu não aguento! (e a criançada respondia: - Agueeeeeentaaaaa!)

Reconhecimento

Torresmo foi condecorado com a Medalha Anchieta e recebeu um Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo, conferido pela câmara dos vereadores.

Em 1982, recebeu o título de Pinhalense Emérito da câmara municipal de Espírito Santo do Pinhal.

A TV Bandeirantes lhe daria o Troféu Bandeirantes.

Filmografia

  • 1981 - Partidas Dobradas
  • 1979 - O Todo-Poderoso
  • 1954 - Falcão Negro
  • As Aventuras de Berloque Kolmes
  • TV de Vanguarda


Fonte: Wikipédia

Taiguara

TAIGUARA CHALAR DA SILVA
(50 anos)
Cantor e Compositor

☼ Montevidéu, Uruguai (09/10/1945)
┼ São Paulo, SP (14/02/1996)

Taiguara Chalar da Silva, mais conhecido por Taiguara, foi um cantor, compositor e instrumentista radicado brasileiro, nascido em em Montevidéu, Uruguai, em 09/10/1945.

Taiguara nasceu durante uma temporada de espetáculos no Uruguai de seus pais, o bandoneonista e maestro Ubirajara Silva e sua mãe Olga Chalar, também uruguaia, cantora de tango.

Radicado no Brasil, estabeleceu seu nome na Música Popular Brasileira, junto a nomes como Chico Buarque e Toquinho, após participar, ser finalista e ganhar uma série de festivais nos anos 1960, lançando álbuns com canções que marcaram sua primeira fase, como "Helena, Helena, Helena" e "Hoje", nos álbuns "Taiguara!" (1965) e "Taiguara" (1968).

Nos anos 1970, lançou "Viagem" (1970), "Carne e Osso" (1971), "Piano e Viola" (1972) e "Fotografias" (1973). Entretanto, foi o artista mais censurado no Brasil durante o período do Regime Militar (1964-1985), tendo mais de sessenta canções censuradas entre os anos de 1972 e 1973, impedindo-o de gravar ou reproduzir uma série de composições. Um de seus álbuns, "Let The Children Hear The Music", foi gravado no exterior mas censurado mesmo assim, impedindo seu lançamento.

Em 1975, retornou ao Brasil após breve auto-exílio, quando gravou o icônico "Imyra, Tayra, Ipy - Taiguara", que acabou sendo recolhido das lojas pela polícia.

Após mais um extenso exílio na Europa e na África, voltou ao Brasil em princípios dos anos 1980, após a anistia, quando retomou a carreira, com shows atravessando os anos 1990 e dois álbuns, mais ativos politicamente e com letras de canção também mais politizadas, "Canções de Amor e Liberdade" (1983) e "Brasil Afri" (1994).

Primeiros Anos
Festivais de Música e Reconhecimento

Ainda durante sua infância, em 1949, sua família transferiu-se para o Rio de Janeiro e posteriormente para São Paulo, em 1960. A primeira vez em que se apresentou em público foi em 1964, acompanhado por Vinícius de Moraes.

Mostrando aptidão para a música, decidiu largar o curso de Direito, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em seus primeiros anos de estudo, em 1965, para dedicar-se à carreira musical. Retornou, então, ao Rio de Janeiro para gravar seu primeiro álbum, "Taiguara!", lançado pela Philips, com a produção de Armando Pittigliani e fortemente marcado pela influência predominante da Bossa Nova. Os arranjos do álbum possui autoria de Luiz Chaves, contrabaixista do Zimbo Trio. Na capa e na contracapa do LP, lê-se recomendações de Edu Lobo, Alayde Costa e Luizinho Eça.

Já nos primeiros anos da década de 1960, participou de vários festivais musicais, como o Festival de Música Popular Brasileira e o Festival Internacional da Canção, e programas de televisão. Seu segundo álbum de estúdio também saiu pela gravadora Philips e pela produção de Armando Pittigliani. Taiguara então grava diversos clássicos da MPB destes primeiros anos da década de 1960, por vezes de sua composição, por vezes de Chico BuarqueVinícius de Moraes e Baden Powell. Estas faixas aparecem reunidas posteriormente nos álbuns "Primeiro Tempo 5X0" e "O Vencedor de Festivais".

Dentre as canções vencedoras ou finalistas de festivais, destacam-se "Modinha", "Benvinda", "Helena, Helena, Helena" e "Nada Sei de Eterno".

O espetáculo "Primeiro Tempo 5x0" que deu origem a novo álbum de estúdio, homônimo, com Claudete Soares, levou Taiguara a novo patamar de reconhecimento.

Taiguara participou do Movimento Artístico Universitário e também gravou a versão brasileira da canção "Um Garoto Chamado Charlie Brown", para o filme homônimo.

Censura no Regime Militar

Considerado um dos símbolos da resistência à censura durante o Regime Militar Brasileiro, Taiguara foi o compositor brasileiro mais censurado na história da MPB. Nos anos iniciais da década de 1970, após a proibição de reprodução da canção "A Ilha", do álbum "Carne e Osso" (1971), teve 68 canções censuradas, impedindo-o de gravar diversas faixas, ou, ainda, impedindo suas posteriores reproduções em rádios e apresentações.

Os problemas com a censura levaram Taiguara a se auto-exilar na Inglaterra em meados de 1973. Em Londres, estudou no Guildhall School Of Music And Drama e gravou o álbum "Let The Children Hear The Music", com Michel Legrand, cuja censura foi de praticamente todo o álbum, impedindo-o de ser lançado e tornando-se o primeiro disco estrangeiro de um brasileiro censurado no Brasil. Após quarenta anos da gravação deste álbum, as fitas originais ainda não foram encontradas.

Em 1975, voltou ao Brasil e gravou o "Imyra, Tayra, Ipy - Taiguara com Hermeto Paschoal", participação de músicos como Wagner Tiso, Toninho Horta, Nivaldo Ornelas, Jacques Morelenbaum, Novelli, Zé Eduardo Nazário, Ubirajara Silva e uma orquestra sinfônica de 80 músicos. O espetáculo de lançamento do disco foi cancelado e todas as cópias foram recolhidas das lojas em apenas 72 horas. Em seguida, Taiguara partiu para um segundo auto-exílio que o levaria à África e à Europa por vários anos.

Abertura Política e Últimos Anos

Quando finalmente voltou a cantar no Brasil, em meados dos anos 80, não obteve mais o grande sucesso de outros tempos, muito embora suas canções de maior êxito tenham continuado a ser relembradas em flashbacks das rádios AM e FM. Nessa época, começou a trabalhar como jornalista no jornal Hora do Povo, com coluna própria, entrevistando figuras como Elza Soares.

Voltando a carreira musical, organizou a turnê "Treze Outubros", contando com composições que iriam posteriormente aparecer em seus dois últimos álbuns. Em apresentações gravadas pela TV Bandeirantes e Manchete, contou com a participação de Ivan Lins e Beth Carvalho. Gravou "Canções de Amor e Liberdade" em 1983 e "Brasil Afri" em 1994, seus dois trabalhos mais politizados. É neste último que se encontra a faixa "O Cavaleiro da Esperança", canção em homenagem ao líder comunista brasileiro Luís Carlos Prestes.

Em diversas atuações, Taiguara participou desde comícios da Diretas Já! quanto de movimentos grevistas. Em Porto Alegre, RS, quando realizou espetáculos na Esquina Democrática e na Casa de Cultura Mário Quintana pela Associação dos Servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ASSUFRGS), durante greve da Federação dos Sindicatos Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições Públicas de Ensino Superior do Brasil (FASUBRA), em 1992.[10]

Visões Políticas

Sem abandonar a natureza existencialista e poética de seus primeiros anos, ele se mostrou um artista politizado em oposição à Ditadura Militar. O álbum "Imyra, Tayra, Ipy" é baseado no livro de "Quarup", de Antônio Callado.

Com o exílio, um dos lugares visitados foi a Tanzânia, a partir de indicação de Paulo Freire. Lá, Taiguara entrou em contato com as ideias de revolucionários africanos como Amílcar Cabral e Patrice Lumumba, além de estudar os clássicos do marxismo, como "O Capital" de Karl Marx e "O Estado e a Revolução" de Lênin.

Taiguara assumiu, após a volta ao Brasil e a abertura política do Regime Militar, a ideologia marxista-leninista, alinhando-se à leitura de Luís Carlos Prestes da realidade brasileira. Estes ideais ficam claros em seus dois últimos álbuns, "Canções de Amor e Liberdade" e "Brasil Afri".

Legado

O compositor Toquinho relembra Taiguara, com carinho, dentro da cena musical efervescente do início dos anos 1960, sendo pioneiro da Música Popular Brasileira, conjuntamente com Chico Buarque.

O cantor Lenine afirma que o álbum de Taiguara, "Imyra, Tayra, Ipy - Taiguara" foi essencial para mudar sua concepção sobre música.

Em 2014, a vida de Taiguara foi contada em livro, "Os Outubros de Taiguara", de Janes Rocha.

Em 2015, Taiguara recebeu post-mortem, o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro, em homenagem na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).

Em entrevista de 2016, Guilherme Arantes admitiu ser grande fã e admirador da música de Taiguara. Admiração também explicitada em seu site oficial.

A canção "Hoje", de 1969, se encontra na trilha sonora do premiado filme franco-brasileiro "Aquarius", lançado em 2016.

Em 2017, o grupo musical Trio D Favetti e Guego Favetti realizaram um álbum tributo a Taiguara, intitulado "O Troco de Taiguara".

Em 2017, na inauguração do Memorial Luiz Carlos Prestes, seu filho, Lenine Guarani, cantou a canção "Cavaleiro da Esperança". No prédio, na parte interna, seu retrato posa ao lado da letra da referida canção.

Morte

Taiguara faleceu na madrugada de quarta-feira, 14/02/1996, aos 50 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, SP, vítima de uma metástase provocada por um câncer iniciado na bexiga, detectado cinco anos antes. A metástase é um foco secundário que surge em um ponto distante do foco principal durante a evolução de um tumor maligno.

Discografia

Álbuns de Estúdio
  • 1965 - Taiguara!
  • 1966 - Crônica da Cidade Amada (Com Paulo Autran, Rio 65 Trio, Portinho e Sua Orquestra e Blecaute)
  • 1966 - Primeiro Tempo 5x0 (Com Claudete Soares)
  • 1968 - Taiguara (Também conhecido como "O Vencedor de Festivais")
  • 1969 - Hoje
  • 1970 - Viagem
  • 1971 - Carne e Osso
  • 1972 - Piano e Viola
  • 1973 - Fotografias
  • 1974 - Let The Children Hear The Music
  • 1976 - Imyra, Tayra, Ipy - Taiguara
  • 1983 - Canções de Amor e Liberdade
  • 1994 - Brasil Afri

Compactos e EP's
  • 1975 - Público / Lar Futuro / Primeira Bateria
  • 1981 - Porto de Vitória / Sol do Tanganica
  • 219 - Como Lima Barreto

Álbuns de Compilação
  • 1979 - Sucessos de Taiguara
  • 1990 - Teu Sonho Não Acabou
  • 1997 - Portfolio
  • 214 - Ele Vive

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #Taiguara

Gilberto Garcia

ANTÔNIO GILBERTO GARCIA COSTA
(60 anos)
Ator e Roteirista

* Uberlândia, MG (1936)
+ Goiânia, GO (1996)

Conheceu Moacyr Franco ainda jovem, com quem formou uma dupla e juntos foram para Ribeirão Preto, onde iniciaram a carreira artística.

Trabalhou como roteirista dos programas Moacyr Franco Show, Chico Anysio Show, Os Trapalhões, entre outros.

No cinema trabalhou no roteiro do filme O Cinderelo Trapalhão. Como ator fez o filme Ninguém Segura Essas Mulheres e a novela Vejo a Lua no Céu. Foi produtor de elenco da Rede Globo no final dos anos 70.

Gilberto estreou na Rádio PRA-7 em 1956 tendo sido apadrinhado por Aloysio Silva Araújo, participando de um programa juvenil apresentado por Wilson Gasparini. Gilberto cantava músicas francesas neste programa. Estreou como ator de televisão no Programa Miss Campeonato em 1960.

Em 1994 possuia junto com Moacyr Franco uma empresa de criação e exportação de peixes no Centro Oeste brasileiro.

Foi casado com Dirce Engracia Prieto com quem teve quatro filhos: Rosana Garcia, Isabela Garcia, Ricardo Garcia e Gilberto Garcia. Era tio da atriz Vanessa Prieto.

Tevisão

1960 - Miss Campeonato
1970 - Moacyr Franco Show
1974 - O Espigão
1976 - Vejo a Lua no Céu
1979 - Os Trapalhões

Faleceu vítima de Infarto.

Fonte: Wikipédia

Walter Forster

WALTER GERHARD FOSTER
(79 anos)
Ator

* Campinas, SP (23/03/1917)
+ São Paulo, SP (03/09/1996)

Foi ator de rádio, cinema, teatro e pioneiro da televisão brasileira.

Seu pai, Jacob Forster, era filho de alemães de origem irlandesa, e sua mãe, Ida Forster, era suíça do cantão alemão. Em 1937 muda-se para a cidade de São Paulo, sendo contratado pela Rádio Bandeirantes, como locutor e depois como redator. Contratado pela Rádio Difusora, de São Paulo e com o mesmo contrato em 1947, pela Rádio Tupi.

Como era diretor artístico do elenco de radio-novelas, ajudou a formar o elenco para a telenovela da TV Tupi. Também trabalhou na Rádio Excelsior, que atende hoje por CBN, e Rádio Nacional, como diretor de rádio-teatro (1952-1968).

Na inauguração da TV Tupi em 1950, trabalhou em todas as fases de discussões e de decisões de elenco para a nova emissora. Já estava casado e com dois filhos.

Escreveu, dirigiu e participou como ator principal da telenovela Sua Vida Me Pertence, em 1951 na TV Tupi que tinha apenas 25 capítulos. As coisas eram difíceis, os atores falavam muito alto no estúdio, esqueciam os microfones, pois vinham da rádio. Os câmeras-men também ficavam desesperados, pois os atores não sabiam se posicionar frente às câmeras. O ator Lima Duarte era o vilão, a atriz Lia Borges de Aguiar, a rival, José Parisi, Dionísio Azevedo, a atriz principal, que amava o galã era interpretada pela atriz Vida Alves e o galã Walter Forster.

A cena ousada para a época, o beijo na boca, o primeiro beijo da televisão brasileira, não passou de um selinho, como diria Hebe Camargo nos dias de hoje. O galã Walter Forster encostou os lábios nos da Vida Alves, enquanto acariciava o braço da amada, causando frisson durante a transmissão da TV Tupi. A cena ocorreu no último capítulo.

Como não há registros dessas cenas: elas foram feitas ao vivo e ainda não havia videotape. Várias histórias foram contadas ao longo do tempo.

Trabalhou ainda na TV Paulista (Canal 5), produziu e dirigiu Hebe Camargo em O Mundo é das Mulheres e apresentou o programa Intimidade. Participou da telenovela Beto Rockfeller, com Luís Gustavo, Maria Della Costa, Beth Mendes, Denis Carvalho e outros, que revolucionou a linguaguem das novelas 1968. Apresentou junto com a apresentadora Cidinha Campos, em show, as primeiras imagens em cores da TV Tupi.

Em 1983, participou da versão brasileira de Acredite se Quiser na TV Manchete.

Ficando viúvo e com quatro netos, quando resolveu desacelerar o seu trabalho, se aposentando. Participando apenas de alguns papéis com contratos mais curtos na TV Globo e na TV Vida. Seus colegas o apontavam como um profissional completo.

Em 1990 junto com seus colegas José Parisi e John Herbert, deu sua última entrevista sobre a TV Tupi para o programa Insert Show na Tv Gazeta do radialista e videomaker Eduardo Thadeu, matéria sobre os 40 anos da TV Brasileira alguns fragmentos dessa matéria estão em sites de TV do mundo todo e podem ser vistos também no Youtube.

Todos os finais de tarde, Walter Forster se reunia com os amigos da antiga TV Tupi, num bar tipo bistrô chamado Quartier, na rua Alfonso Bovero, próximo do prédio da antiga emissora, atual MTV, para tomarem whisky e conversar sobre os "velhos tempos da TV Brasileira".

No cinema, atuou na comédia Toda Donzela Tem Um Pai Que é Uma Fera, em Os Paqueras (1969), Amor Estranho Amor (1982) e Eu, ambos de Walter Hugo Khouri. Além de interpretar, criar e dirigir programas, ele presidiu a Associação dos Pioneiros da Televisão Brasileira.

Ganhou cinco vezes o Troféu Roquette Pinto, como melhor intérprete, melhor ator-galã r melhor narrador de rádio.

Morreu vítima de Câncer.

Fonte: Wikipédia e Projeto VIP

Aérton Perlingeiro

AÉRTON PERLINGEIRO
(70 anos)
Apresentador de TV e Locutor de Rádio

* Macaé, RJ (28/12/1921)
+ Rio de Janeiro, RJ (31/10/1992)

Aérton Perlingeiro nasceu na cidade de Macaé, no estado do Rio de Janeiro, em 1921. Algumas de suas biografias citam a cidade de Miracema como de seu nascimento. Ele foi um apresentador de rádio e TV, e por décadas teve muito prestígio.

Começou sua carreira artística em 1943, na Rádio Transmissora, no Rio. Sempre como apresentador e locutor. Transferiu-se para a Rádio Tupi, Rádio Fluminense e para a Rádio Clube.

No ano de 1956, foi para a televisão. Em São Paulo, o colega Airton Rodrigues criou o programa Almoço Com As Estrelas. E o mesmo fez Aérton Perlingeiro no Rio de Janeiro. Ambos programas foram um sucesso e tinham o mesmo formato: Uma mesa grande, para um almoço rápido e vários cantores, atores e personalidades nacionais eram entrevistados.

No Rio, Aérton era o mestre de cerimônias, além de ser também o produtor. Naquele tempo era assim e por isso tanto ele, como Airton Rodrigues em São Paulo, tinham muito trabalho. Mas tinham também muita fama e estima por parte de toda a classe artística, que desejava muito aparecer nesses programas.

Tanto o programa de São Paulo como o do Rio, eram transmitidos na hora do almoço de sábado e ficavam no ar por várias horas. O programa do Rio chamava-se Aérton Perlingeiro Show e existiu de 1956 até 1980, quase 30 anos no ar, só terminando quando a emissora faliu.

O programa de Aérton teve 2204 edições. Tinha alguns quadros e o que era dedicado ao Samba e era apresentado por Jorge Perlingeiro, filho de Aérton.

Aérton foi um recordista da televisão brasileira. Personalidade muito querida pela classe artística, foi um grande incentivador dos cantores populares e do teatro brasileiro. No seu programa, marcavam presença gente importante como Fernanda Montenegro, Fábio Jr., Sidney Magal e o proprietário das Emissoras Associadas, Assis Chateaubriand.

Criou o troféu O Velho Capitão, busto de bronze representando a figura de Assis Chateaubriand. Esse troféu foi entregue para mais de 300 personalidades, dentre os quais as cantoras Maysa Monjardim, Elis Regina e Elizeth Cardoso e o próprio Chateaubriand, que foi pessoalmente receber o prêmio no programa, três meses antes de morrer.

Homem do rádio e da televisão, Aérton foi incansável na promoção da arte, principalmente música e teatro. E ele ficou no primeiro lugar no IBOPE, por 23 anos.

Sofria de forte Bronquite. Veio a a falecer em 1996, na cidade do Rio de Janeiro.

Fonte: Cifra Antiga
Data de Nascimento e Falecimento: Miguel Sampaio

Dulcina de Moraes

DULCINA DE MORAES
(88 anos)
Atriz, Diretora e Empresária

* Valença, RJ (04/02/1908)
+ Brasília, DF (28/08/1996)

Foi uma das maiores atrizes do teatro brasileiro. Fundadora da Fundação Brasileira de Teatro, FBT, depois transformada na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, que funciona em Brasília.

Quando nasceu, Dulcina não deixou dúvidas de que seu destino era mesmo ser atriz. Em 1908, seus pais, dois grandes atores da época, excursionavam com uma companhia pelo interior do Rio de Janeiro, quando chegaram à cidade de Valença. Átila e Conchita de Moraes – ela grávida de Dulcina, prestes a dar à luz – iam apresentar uma peça naquela mesma noite. No hotel onde o elenco se hospedaria, seu proprietário, ao perceber que alguém iria nascer a qualquer momento dentro de seu estabelecimento, proibiu que o casal ali permanecesse. Houve um início de tumulto, o elenco revoltou-se e recusou-se a ficar hospedado naquele local. O incidente chegou aos ouvidos da Condessa de Valença que, imediatamente, liberou um casarão desabitado para receber os artistas. Providenciou-se um colchão, toda a população solidarizou-se trazendo mantimentos e, com ampla audiência e aplausos de todos, no dia 04 de fevereiro, vinha ao mundo Dulcina de Moraes.

Estreou como protagonista aos 15 anos na peça "Lua Cheia", a convite de Leopoldo Fróes, um dos maiores mitos teatrais do século XX, sendo apontada como uma verdadeira revelação.

Em Buenos Aires também agradou em cheio e era saudada como "La Chica de Fróes". Daí em diante, integrou as mais importantes companhias teatrais até criar a sua própria, junto com o marido, Odilon Azevedo, com quem casou-se em 1931.

A Cia. Dulcina-Odilon foi responsável por êxitos memoráveis nos palcos nacionais. Em 1933, alcançou estrondoso sucesso com a peça "Amor", de Oduvaldo Viana, que estreou em São Paulo e, no ano seguinte, no Rio de Janeiro, inaugurou o "Teatro Rival", percorrendo depois todo o país e tornando-se um de nossos maiores clássicos.

A Cia. Dulcina-Odilon, uma das mais profícuas de que se tem notícia, foi fundada em 1935, encenando importantes dramaturgos brasileiros e internacionais. Foi a Cia. Dulcina-Odilon quem, pela primeira vez, apresentou ao público brasileiro autores como García Lorca (Bodas de Sangue), D’Annunzio (A Filha de Iório), Bernard Shaw (César e Cleópatra, Santa Joana, Pigmaleão) e Giraudoux (Anfitrião 38).

Os autores nacionais também brilharam no repertório de Dulcina, como Viriato Correia (A Marquesa de Santos), Raimundo Magalhães Júnior (O Imperador Galante) e Maria Jacintha (Convite à Vida, Conflito, Já é Manhã no Mar), entre muitos outros.

Mas 1945 reservava para Dulcina a maior consagração de sua vida, maior ainda do que "Amor": o espetáculo "Chuva", adaptação de uma novela de Somerset Maugham, estreava no Theatro Municipal, dirigida e protagonizada por ela, vivendo a personagem "Sadie Thompson". Foi encenada por anos seguidos em todo o país, na América Latina e em Portugal, deixando uma legião de admiradores, entre eles, muitas queridas estrelas como Marília Pêra, Bibi Ferreira, Fernanda Montenegro e Nicete Bruno (esta, inclusive, lançada por Dulcina).

Fundação Brasileira de Teatro

As décadas foram significativas para Dulcina de Moraes: 20 anos depois da criação da Cia. Dulcina-Odilon e dez anos depois do estrondo de "Chuva", em 1955, iniciava suas atividades a Fundação Brasileira de Teatro, por quem ela viveu e morreu, deixando até um pouco de lado sua gloriosa trajetória como atriz, diretora e empresária, para dedicar-se integralmente a este sonho, primeiro no prédio onde hoje está o teatro que leva seu nome, no centro do Rio de Janeiro, e a partir de 1972, em Brasília, formando centenas de atores, dando dignidade à profissão.

Teve apenas uma e mal-sucedida experiência em cinema com o filme "24 Horas de Sonho", um dos poucos equívocos em sua carreira de incontáveis sucessos, pontuando com qualidade os seus trabalhos (ficaram famosos os figurinos e os cenários dos espetáculos da Cia. Dulcina-Odilon). Ainda voltaria ao palco algumas vezes entre a mudança definitiva para Brasília e a dedicação exclusiva à Fundação Brasileira de Teatro: "Mulheres", uma nova montagem de Tia Mame, "O Melhor dos Pecados", de Sérgio Viotti, direção de Bibi Ferreira. E um Prêmio Molière Especial em 1982. Antes e depois e sempre a luta pela sua amada Fundação, que só abandonou quando não tinha mais forças.

Embora algumas fontes digam que foi um ano antes, Dulcina realmente faleceu em 28 de agosto de 1996, em Brasília. Foi uma mulher admirável, que deixou um legado para atores e público: respeito, humor, profissionalismo, perseverança, cultura, delicadeza e amor pelo teatro.

Jofre Soares

JOSÉ JOFRE SOARES
(77 anos)
Ator

* Palmeira dos Índios, AL (21/09/1918)
+ São Paulo, SP (19/08/1996)

Atuou em em mais de 100 filmes, entre eles: "O Bom Burguês" (1979) e "O Grande Mentecapto" (1989), dirigidos por Oswaldo Caldeira. "Terra em Transe" (1967), dirigido por Glauber Rocha. "Memórias do Cárcere" (1984), dirigido por Nelson Pereira dos Santos. "Chuvas de Verão" (1978) e "Bye bye Brasil" (1979), dirigidos por Cacá Diegues e muitos outros.

Sua carreira de ator começou em 1961, aos 43 anos. Antes disso foi oficial da Marinha por 25 anos. Já tinha se aposentado como marinheiro, e se dedicava ao teatro amador e ao circo da cidade, no qual era um palhaço, quando o cineasta Nelson Pereira dos Santos o conheceu e o convidou para fazer o filme "Vidas Secas", baseado na obra com o mesmo nome de Graciliano Ramos.

Televisão

1995 - As Pupilas do Senhor Reitor ... Alvaro
1994 - Você Decide (Episódios A Bolsa ou a Vida e Angu de Caroço)
1993 - Renascer ... Padre Santo
1990 - Pantanal ... Padre
1990 - Riacho Doce ... Zé Divino
1986 - Mania de Querer ... Sebastião Cândido
1985 - Jogo do Amor
1984 - Jerônimo ... Coronel Saturnino Bragança
1984 - Transas e Caretas ... Joaquim
1984 - Padre Cícero ... Padre Pergo
1982 - Paraíso ... Antero
1982 - Lampião e Maria Bonita ... Coronel Pedrosa
1982 - O Coronel e o Lobisomem ... Simeão Azeredo Furtado
1981 - Rosa Baiana
1979 - O Todo-Poderoso ... Padre Ludogero
1973 - A Volta de Beto Rockfeller ... Pedro
1970 - Toninho On The Rocks
1969 - Super Plá ... J.J.
1968 - Beto Rockfeller ... Pedro

Cinema

1999 - O Brasil em Curtas 06 - Curtas pernambucanos
1997 - O Cangaceiro
1997 - Baile Perfumado
1996 - Mr. Abrakadabra!
1995 - Felicidade é...
1994 - A Terceira Margem do Rio
1990 - Después de La Tormenta
1990 - O Gato de Botas Extraterrestre
1989 - Dias Melhores Virão
1989 - O Grande Mentecapto
1988 - Sonhei Com Você
1987 - Sonhos de Menina Moça
1987 - Jubiabá
1986 - Tigipió - Uma Questão de Amor e Honra
1986 - Por Incrível Que Pareça
1985 - Nudo e Selvaggio
1984 - Águia na Cabeça
1984 - Quilombo
1984 - Memórias do Cárcere
1984 - Os Trapalhões e o Mágico de Oróz
1984 - O Filho Adotivo
1983 - Gabriela, Cravo e Canela
1982 - Dora Doralina
1981 - La Conquista Del Paraíso
1981 - Tiempo de Revancha
1981 - O Filho da Prostituta
1981 - Amélia, Mulher de Verdade
1980 - Cabocla Tereza
1980 - Bacanal
1980 - O Boi Misterioso e o Vaqueiro Menino
1980 - O Inseto do Amor
1979 - O Coronel e o Lobisomem
1979 - O Bom Burguês
1979 - O Caçador de Esmeraldas
1979 - O Guarani
1979 - Milagre - O Poder da Fé
1979 - Bye Bye Brasil
1979 - Amor e Traição
1978 - Chuvas de Verão
1978 - Coronel Delmiro Gouveia
1978 - A Santa Donzela
1978 - A Batalha dos Guararapes
1977 - Tenda dos Milagres
1977 - O Crime do Zé Bigorna
1977 - Cordão de ouro
1977 - Quem Matou Pacífico?
1977 - O Jogo da Vida
1977 - Morte e Vida Severina
1977 - A Virgem da Colina
1976 - Crueldade Mortal
1976 - Fogo Morto
1976 - Um Brasileiro Chamado Rosaflor
1976 - O Padre Cícero
1976 - Soledade, a Bagaceira
1976 - O Menino da Porteira
1975 - O Predileto
1975 - O Jeca Macumbeiro
1975 - Cada Um Dá o Que Tem
1975 - Guerra Conjugal
1975 - Os Pastores da Noite
1974 - Exorcismo Negro
1974 - Trote de Sádicos
1974 - A Noiva da Noite
1974 - As Cangaceiras Eróticas
1974 - O Exorcista de Mulheres
1974 - O Amuleto de Ogum
1973 - Sagarana, o Duelo
1973 - Trindade...é Meu Nome
1972 - João En Het Mes
1971 - São Bernardo
1971 - Uma Verdadeira História de Amor
1970 - O Profeta da Fome
1970 - A Guerra Dos Pelados
1969 - A Um Pulo da Morte
1969 - O Cangaceiro sem Deus
1969 - Águias em Patrulha
1969 - O Cangaceiro Sanguinário
1969 - Corisco, O Diabo Loiro
1969 - O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro
1968 - Viagem ao Fim do Mundo
1968 - Maria Bonita, Rainha do Cangaço
1968 - O Homem Nu
1968 - A Virgem Prometida
1968 - A Madona de Cedro
1968 - Panca de Valente
1967 - El ABC Del Amor
1967 - Terra em Transe
1967 - Proezas de Satanás na Vila do Leva-e-Traz
1966 - A Grande Cidade
1965 - A Hora e a Vez de Augusto Matraga
1965 - Entre Amor e o Cangaço
1965 - O Grande Sertão
1963 - Und Der Amazonas Schweigt
1963 - Selva Trágica
1963 - Vidas Secas

Sua última participação no cinema foi no filme "O Cangaceiro", de Aníbal Massaini Neto, onde fazia o papel de um sertanejo.

Morte

Jofre Soares morreu aos 77 anos de Leucemia e Câncer na Bexiga.

Luiz Maçãs

LUIZ MAÇÃS
(33 anos)
Ator

* Rio de Janeiro, RJ (21/05/1963)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/07/1996)

Luiz Maçãs estreou como ator no início da década de 80 fazendo teatro e chegou ao cinema em 1986 participando do elenco jovem do filme "A Cor do Seu Destino", estrelado por Guilherme Fontes.

Em 1987 já estava na TV onde entre novelas, minisséries e seriados, realizou 10 trabalhos na sua curta carreira de ator. Trabalhou na TV Manchete, onde estreou na novela "Helena" (1987) vivendo o personagem Beraldo e depois foi para a TV Globo onde fez "Fera Radical" (1988), "O Salvador da Pátria" (1989), "Desejo" (1990), "Riacho Doce" (1990), "O Mapa da Mina" (1993) e seu último trabalho na TV, o Cadelão de "Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados" (1995). Outro papel de destaque foi o Armando Rosas de "A História de Ana Raio e Zé Trovão" (1990) na TV Manchete.

No cinema fez ainda "Lamarca" (1994), "As Feras" (1995) e dias antes de falecer encerrou sua participação no longa "Tiradentes" (1999, lançamento), do diretor Osvaldo Caldeira.

Televisão


  • 1995 - Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados ... Cadelão
  • 1994 - Você Decide (Episódio "Anjos Sem Asas")
  • 1994 - Você Decide (Episódio "O Bêbado e a Biscate")
  • 1994 - Você Decide (Episódio "A Qualquer Preço")
  • 1993 - O Mapa da Mina ... Bubi
  • 1990 - A História de Ana Raio e Zé Trovão ... Armando Rosas
  • 1990 - Riacho Doce ... Alfredo
  • 1990 - Desejo ... Adroaldo
  • 1989 - O Salvador da Pátria ... Marco Antônio
  • 1988 - Fera Radical ... Dudu
  • 1987 - Helena ... Beraldo


Cinema

  • 2001 - As Feras
  • 1999 - Tiradentes
  • 1997 - Amar
  • 1994 - Lamarca
  • 1986 - A Cor do Seu Destino


Morte

Luiz Maçãs morreu no Rio de Janeiro, em 27/07/1996, aos 33 anos, vítima de um ataque cardíaco. O ator havia realizado um regime para perder mais de 20 quilos e estava com depressão.

Fonte: Wikipédia e Projeto VIP

Júlio Rasec

JÚLIO CÉSAR BARBOSA
(28 anos)
Tecladista

☼ Guarulhos, SP (04/01/1968)
┼ Serra da Cantareira, SP (02/03/1996)

Júlio César Barbosa, conhecido por Júlio Rasec, foi um tecladista brasileiro nascido em Guarulhos, SP, no dia 04/01/1968. Ele foi tecladista da banda Mamonas Assassinas. O nome Rasec é a inversão de seu nome César.

Júlio Rasec trabalhou como técnico em eletrônica, consertando aparelhos de televisão, rádio e computadores. Conheceu a banda em um bar de Guarulhos. Era ele que interpretava a Maria na canção "O Vira" e satirizou o cantor Belchior em "Uma Arlinda Mulher".

Em um vídeo que foi exibido no especial "Por Toda Minha Vida", da Rede Globo, Júlio Rasec, ao sair do cabeleireiro, 20h18 antes do acidente, declarou que, na noite anterior, pressentiu um sonho parecido com uma queda de avião.

Morte

No dia 02/03/1996, enquanto voltavam de um show em Brasília, o jatinho Learjet em que viajavam, modelo 25D prefixo PT-LSD, chocou-se contra a Serra da Cantareira, numa tentativa de arremetida, matando todos que estavam no avião.

O sepultamento aconteceu no dia 04/03/1996 no cemitério Parque das Primaveras, em Guarulhos, SP, e foi acompanhado por mais de 65 mil fãs. Em algumas escolas, não houve aula por motivo de luto. O sepultamento também foi transmitido na televisão, com canais interrompendo sua programação normal.

O Acidente

A aeronave havia sido fretada com a finalidade de efetuar o transporte do grupo musical para um show no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, e estava sob o comando do piloto Jorge Luiz Martins, 30 anos de idade, e do co-piloto Alberto Yoshiumi Takeda, 24 anos de idade.

No dia 01/03/1996, transportou esse grupo de Caxias do Sul, RS, para Piracicaba, SP, onde chegou às 15h45.

No dia 02/03/1996, com a mesma tripulação e 7 passageiros, decolou de Piracicaba, SP, às 07h10, com destino a Guarulhos, SP, onde pousou às 7h36. A tripulação permaneceu nas instalações do aeroporto, onde, às 11h02, apresentou um plano de voo para Brasília, DF, estimando a decolagem para as 15h00.

Após duas mensagens de atraso, decolaram às 16h41. O pouso em Brasília, ocorreu às 17h52. A decolagem de Brasília, de regresso a Guarulhos, ocorreu às 21h58. O voo, no nível Flight Level (FL) 410, transcorreu sem anormalidade. Na descida, cruzando o FL 230, a aeronave de prefixo PT-LSD chamou o Controle São Paulo, de quem passou a receber vetoração por radar para a aproximação final do procedimento Charlie 2, ILS da pista 09R do Aeroporto de Guarulhos (SBGR).

A aeronave apresentou tendência de deriva à esquerda, o que obrigou o Controle São Paulo (APP-SP) a determinar novas provas para possibilitar a interceptação do localizador (Final do procedimento). A interceptação ocorreu no bloqueio do marcador externo e fora dos parâmetros de uma aproximação estabilizada.

Sem estabilizar na aproximação final, a aeronave prosseguiu até atingir um ponto desviado lateralmente para a esquerda da pista, com velocidade de 205 nós a 800 pés acima do terreno, quando arremeteu. A arremetida foi executada em contato com a torre, tendo a aeronave informado que estava em condições visuais e em curva pela esquerda, para interceptar a perna do vento. A torre orientou a aeronave para informar ingressando na perna do vento no setor sul. A aeronave informou setor norte. Na perna do vento, a aeronave confirmou à Torre estar em condições visuais. Após algumas chamadas da Torre, a aeronave respondeu e foi orientada a retornar ao contato com o Controle São Paulo (APP-SP) para coordenação do seu tráfego com outros dois tráfegos em aproximação IFR.

O PT-LSD chamou o Controle São Paulo (APP-SP), o qual solicitou informar suas condições no setor. O PT-LSD confirmou estar visual no setor e solicitou "perna base alongando", sendo então orientado a manter a perna do vento, aguardando a passagem de outra aeronave em aproximação por instrumento. No prolongamento da perna do vento, no setor Norte, às 23h16, o PT-LSD chocou-se com obstáculos a 3.300 pés (1006 metros), no ponto de coordenadas 23º25'52"S 046º35'58"W. Em consequência do impacto, a aeronave foi destruída e todos os ocupantes faleceram no local.

O velório dos integrantes da banda Mamonas Assassinas ocorreu no ginásio Paschoal Thomeu, em Guarulhos, SP. Além dos cinco músicos, foram velados os corpos do segurança Sergio Saturnino Porto e o ajudante de palco Isaac Souto, que também morreram no acidente. Os caixões, perfilados, estavam lacrados, por causa da mutilação dos corpos, e cobertos por bandeiras do Brasil e de Guarulhos.
Conclusões Sobre o Acidente

Uma operação equivocada do piloto Jorge Luiz Martins é a versão do Departamento de Aviação Civil (DAC) para explicar o acidente com o jatinho que causou a morte dos cinco integrantes do grupo. A 10 km do Aeroporto Internacional de Guarulhos, o piloto repetia, a pedido da torre de controle, o procedimento de aterrissagem. No entanto, em vez de fazer uma curva para a direita, onde fica a Rodovia Dutra, virou o avião para a esquerda, chocando-se com a Serra da Cantareira.

Mamonas e Os Aviões

Os Mamonas Assassinas sempre tiveram uma certa relação com aviões.

  • Quando adolescente, Samuel Reoli costumava desenhar aviões.
  • No final dos anos 80, Sérgio ReoliBento Hinoto e Samuel Reoli formaram a banda Ponte Aérea, que depois se tornaria Utopia.
  • Todos os integrantes do grupo moravam perto do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
  • No disco homônimo do grupo Mamonas Assassinas, há um agradecimento a Santos Dumont "Por ter inventado o avião, senão a gente ainda tava indo mixar o disco a pé!" (o disco foi gravado e produzido nos Estados Unidos).
  • Um trecho da música "1406" cita um avião: "Você não sabe como parte um coração / Ver seu filhinho chorando querendo ter um avião!".
  • Em um vídeo, Júlio Rasec e Dinho cantam a música "Donna", de Ritchie Valens. Durante uma entrevista ao Top 20 MTV, à época comandado pela apresentadora Cuca LazzarottoDinho afirmou que os Mamonas Assassinas não lançariam um segundo disco: "Vamos fazer um show no interior e nós vamos de monomotor, você já ouviu falar em La Bamba?".
  • Em algumas oportunidades o vocalista chegou a assumir o lugar do piloto durante as viagens do grupo. As brincadeiras com um possível acidente era constante, e diversas brincadeiras com a morte foram registradas.
  • Em uma entrevista dada em 1996, Sérgio Reoli disse: "O avião em que costumávamos viajar caiu em Brusque, Santa Catarina, em novembro. Morreram três pessoas. Falha humana. O cara que vendeu as camisetas da banda em Porto Seguro, Bahia, bateu com o carro depois do show e também embarcou".
  • No dia 02/03/1996, no próprio dia do acidente, Júlio Rasec disse a um amigo cabeleireiro que havia sonhando com um acidente de avião. O depoimento foi gravado e teve muita repercussão na época

Fonte: Wikipédia