Ventura Ramirez foi um cantor, compositor e violonista brasileiro. Fez parte do grupo Demônios da Garoa tocando Violão de 7 cordas e também do regional de choro de Carlos Poyares. Em ambos os conjuntos esteve presente também Canhotinho no cavaquinho. Era um dos melhores violonistas 7 cordas do Brasil e uma referência de nosso Samba-Choro e Seresta.
Ventura Ramirez começou sua carreira aos 15 anos, em 1954, como calouro no programa de rádio "Calouros Toddy" de Hebe Camargo, na extinta Rádio Nacional, assinando logo em seguida um contrato de 5 anos com a Rádio Nacional.
No início da década de 1960, ainda com o violão de 6 cordas, mas já com o seu estilo inconfundível nas "baixarias" que fazia com o instrumento, Ventura Ramirez foi convidado a integrar o conjunto Demônios da Garoa, do qual fez parte por diversas vezes até 2005. Pouco tempo depois de entrar no conjunto, Ventura Ramirez adotou permanentemente o violão de 7 cordas, instrumento que o consagrou como um dos seus melhores representantes. Foi ele quem levou pela primeira vez o 7 cordas para os Demônios da Garoa, criando uma das marcas registradas ainda hoje mantidas pelo conjunto, mesmo após o seu desligamento.
O 7 cordas surgiu para o artista cedo ainda em sua vida musical, iniciada aos 13 anos de idade, vindo da necessidade que sentia ao achar, ainda cedo, o violão de 6 cordas "limitado por ter poucas cordas".
Ao longo de sua carreira de mais de 50 anos, Ventura Ramirez recebeu diversos prêmios e honrarias de renomados nomes. Entre eles, está o prêmio Roquete Pinto de Revelação do Ano em 1960, o Oscar da música brasileira há alguns anos. Naquele ano, Ventura Ramirez recebeu a notícia que fora premiado pelo apresentador Silvio Santos, seu então companheiro de Rádio Nacional e com quem excursionou pelo Brasil com a famosa "Caravana do Peru que Fala", grupo de artistas comandado por Silvio Santos e que viajava pelo Brasil divulgando a música brasileira.
Como outros importantes prêmios de sua carreira, Ventura Ramirez foi por 3 vezes agraciado com o Troféu Velho Guerreiro, do saudoso Chacrinha, sendo duas vezes solo e uma com os Demônios da Garoa. Quatorze vezes recebeu o diploma de Melhor da Semana pelo comunicador Helio Souto e outros diversos prêmios de grêmios estudantis, da Casa da Fazenda e da Secretaria de Cultura de São Paulo.
Ventura Ramirez era considerado um dos melhores violões de 7 cordas pela crítica musical do Brasil, com uma agilidade e domínio das cordas pouco vistas até os dias de hoje. Além de violonista e cantor, Ventura Ramirez era compositor e arranjador, tendo já várias músicas gravadas ao longo da discografia dos Demônios da Garoa e de outros artistas de renome no cenário nacional, como Waldick Soriano.
Em sua carreira solo, Ventura Ramirez já gravou diversos discos, sendo o mais recente deles o CD "Tributo a Nelson Gonçalves", pela gravadora ZAN. Nelson Gonçalves foi seu amigo e companheiro musical, sendo, fora dos Demônios da Garoa, o cantor de cujas gravações mais participou. Seu timbre forte lembra bastante a voz do grande Nelson Gonçalves em seus momentos de mais forte vigor vocal.
Ainda nos tempos dos LPs, Ventura Ramirez tem registrados 3 discos, sendo dois cantando e um instrumental com o violão de 7 cordas. Recentemente, Ventura Ramirez gravou também com artistas atuais do cenário musical brasileiro, como os consagrados Ivan Lins e Guilherme Arantes.
Como fiel representante da música tradicional brasileira, de um tempo áureo em que os artistas tinham necessariamente que ter talento e técnica, em seus shows, Ventura Ramirez passeia pelo repertório da seresta e dos grandes cantores de rádio, como Nelson Gonçalves, Orlando Silva e Silvio Caldas, além de, com o seu violão de 7 cordas, representar os maiores clássicos do choro e, é claro, do bom samba, tudo no melhor estilo de um dos mais importantes violonistas da história da Música Popular Brasileira.
Morte
Ventura Ramirez morreu em sua casa em São Paulo, aos 77 anos, na madrugada de segunda-feira, 06/06/2016. Um médico ainda vai avaliar qual a causa da morte súbita.
Luiz Agapito de Carvalho ou simplesmente Luiz de Carvalho, foi um evangelista, diácono e um dos primeiros cantores da música cristã contemporânea no Brasil. Luiz de Carvalho fundou a gravadora Boas Novas, que mais tarde foi adquirida pela gravadora Bompastor, de propriedade de seu filho Elias de Carvalho.
Luiz de Carvalho foi o primeiro cantor cristão e também de estilo sacro na música brasileira a gravar um LP de 33 RPM em 1955. Quem realizou a primeira gravação em 1948 na história da música evangélica no Brasil foi Feliciano Amaral, contudo sua gravação se trata de um disco de 78 RPM. Um dos principais discos e importantes de sua carreira foi lançado em 1958 intitulado "Musical Boas Novas". Também introduziu o violão nos cultos em meados dos anos 50.
O álbum "Meu Tributo - A Deus Toda a Glória" foi lançado em 1983, premiado com disco de ouro na época pela vendagem de 200 mil cópias.
Luiz de Carvalho foi presidente da União de Mocidade da Igreja Batista da cidade de Tupã, interior de São Paulo, na década de 40.
Nascido em Bauru, SP, o músico se sentiu atraído pela música desde a infância. Com o apoio do pai saiu de casa aos dez anos de idade a fim de investir em sua carreira musical e ajudar seus familiares. Morou em pensões de várias cidades paulistas e viajou por vários locais do Brasil. Contratado por uma gravadora já realizava alguns trabalhos musicais.
Aos 17 anos tinha uma banda chamada Conjunto Havaiano, que reuniu instrumentistas e dançarinos. O repertório baseava-se em vários gêneros musicais. Tal grupo passou a ser bastante notório no Brasil e se apresentou em países do exterior, como Chile, Argentina e México.
Em 1947 o músico converteu-se ao protestantismo através de um evangelismo realizado por um pastor numa rua em Tupã horas anteriores a um show da banda. A mensagem trazida pelo pastor despertou interesse em Luiz de Carvalho que decidiu procurá-lo, que lhe deu um exemplar da Bíblia, livro que Luiz de Carvalho leu logo em seguida.
Apesar de se tornar cristão, ele continuou a trabalhar com o conjunto da qual fazia parte, porém não tinha mais o mesmo entusiasmo e a animação de antes, pois sua vida anterior era controversa ao que estava aprendendo em sua religião.
Quando encerrou seu contrato com a banda, tendo o apoio de seu pastor, Luiz de Carvalho deixou o Conjunto Havaianos.
Ainda no ano de 1947, Luiz de Carvalho interessou-se pela música cristã e ingressou no Conservatório Carlos Gomes com o apoio de sua igreja. Seu primeiro trabalho musical foi gravado com a finalidade de dar recurso para a construção de um novo tempo de sua congregação. Todas as unidades foram vendidas e a construção foi concluída.
A partir do momento em que o cantor passou a lançar vários trabalhos mesmo sem o apoio de igrejas e mídias seu nome foi se solidificando no meio cristão, se tornando um músico bastante conhecido.
Em 1955 gravou o primeiro LP e depois, em 1958, gravou a música cristã no Brasil no álbum "Musical Boas Novas". A partir daí o cantor lançou diversos discos, alguns com vendagem superior a 200 mil cópias, como "Meu Tributo - A Deus Toda a Glória", lançado em 1983 e ganhador de um Disco de Ouro.
Uma das apresentações mais memoráveis do músico foi realizada em 1965 no Maracanã durante uma cruzada de Billy Graham, onde Luiz de Carvalho cantou para cerca de cento e vinte mil pessoas. No ano 2000 ele voltou a se apresentar no Maracanã novamente com recorde de público.
Luiz de Carvalho e Família
Na década de 70 Luiz de Carvalho fundou a gravadora Boas Novas, que mais tarde foi adquirida por seu filho Elias de Carvalho, tornando-se a Bompastor.
Em 2011 aos 86 anos, o cantor gravou seu mais recente trabalho solo, intitulado "Adoração". Por sua contribuição à música cristã foi homenageado no Troféu Promessas daquele ano.
Em 2013 Gravou em parceria com o cantor Edvaldo Holanda o CD e DVD "Grande Clássicos da Música Gospel", sendo portanto este seu mais recente trabalho.
No dia 16/05/2015, Luiz de Carvalho completou 90 anos de idade, na ocasião foi realizado um culto de louvor e ação de graças pela vida deste mensageiro da palavra de Deus. A celebração se deu na Igreja Batista Paulistana, e por conta da data foi lançada uma biografia do evangelista intitulada "Luiz de Carvalho - Vida e Ministério", de autoria do pastor Eliel Faria. Foi ainda lançado um CD intitulado "Louvor Saudade".
Luiz de Carvalho foi casado com Adelina, tendo o casal quatro filhos, Elias, Luiz Roberto, Marta e David. Entretanto por conta de uma aneurisma cerebral ela veio a falecer em 1986. Sua morte teve grande impacto na vida pessoal de Luiz de Carvalho. Após três anos de sua morte o músico conheceu Ernestina, com quem se casou e teve uma filha, Priscila.
Morte
Luiz de Carvalho faleceu na madrugada de terça feira, 17/11/2015, por volta das 4h30 hs, após um Acidente Vascular Cerebral que ocorreu no dia 27/10/2015. Luiz de Carvalho ficou 12 dias internado na UTI do Hospital da Unimed, em São Bernardo do Campo. Após este tempo os médicos decidiram por bem não realizar mais nenhum procedimento invasivo pois isto só causaria mais dor e sofrimento.
Discografia
Discos Solo
1955 - Luiz de Carvalho
1958 - Musical Boas Novas
1960 - Canta
1960 - Em Tudo Dai Graças
1962 - Inspiração
1964 - Sublime Promessa
1964 - Pentecostes - Maravilhosos Hinos da Harpa Cristã
1965 - Deus Cuidará de Ti
1965 - Hinos Que Eu Pedi
1965 - Cristo, a Única Esperança
1966 - Gratidão
1967 - Medite Comigo
1969- Obra Santa
1969 - O Violão Convertido
1970 - Senhor, Eu Preciso de Ti
1971 - De Joelhos
1972 - 25 Anos Louvando a Jesus
1972 - Jubileu de Prata
1973 - Um Passeio Pelo Cantor Cristão
1974 - Uma Voz
1974 - Toque o Clarim (Também com o título: Oração de Fé)
1975 - Perdão Senhor
1976 - Águas Tranquilas (Também com o título: A Graça de Jesus)
1976 - Hinos Evangélicos Famosos
1977 - Feliz Natal
1978 - O Rei Está Voltando
1978 - Orando Quero Estar
1979 - Vem Ver
1979 - Só o Senhor é Deus (Também com o título: Uma Voz Canta Para Jesus)
1980 - Glória a Deus
1981 - Meus Hinos Queridos - Vol. I
1982 - Alvo Mais Que a Neve
1982 - Hinos Imortais Para a Nova Geração (Também com o título: Meus Hinos Queridos - Vol. IV)
1983 - Meu Tributo - A Deus Toda a Glória
1984 - Vamos Adorar a Deus
1985 - Meus Hinos Queridos - Vol. II
1986 - O Encontro
1988 - Jardim de Oração
1990 - Livrará
1993 - Meus Hinos Queridos - Vol. III
1994 - Ensina-me
1998 - Meus Hinos Queridos - Vol. IV (Originalmente com título: Hinos Imortais Para a Nova Geração)
1999 - Santo Espírito
2000 - Com Todo Meu Coração
2001 - Dia da Vitória
2011 - Adoração
2015 - Louvor Saudade
Coletâneas
2002 - Bendirei Teu Nome
2009 - Em Fervente OraçãoVENTE ORAÇÃO
Parceria Com Outros Cantores
1964 - Duas Gerações, Um Ideal (Com Marta de Carvalho)
1969 - Duas Vozes a Serviço do Rei (Com José Tostes)
1972 - Agora Sou Feliz (Com Quarteto Prelúdio)
1972 - Volume II (Com Quarteto Prelúdio)
1973 - Trem da Salvação (Com Edgar Martins)
1973 - Segura na Mão de Deus - Ontem e Hoje (Com Mara Dalila)
1975 - A Paz Que Eu Anelo (Com Conjunto Vaso de Bençãos)
1976 - Um Povo Santo (Com Conjunto Vaso de Bençãos)
1977 - Eu Creio Num Ser (Com Betinho)
1980 - Juntos (Com Denise)
1983 - Juntos, Vol. II (Com Denise)
1998 - Amigos, Vol. III (Com Denise)
1998 - Cem Ovelhas, Vol. IV (Com Denise)
2001 - Via Dolorosa, Vol. V (Com Denise)
2013 - Grandes Clássicos da Música Gospel (Com Edvaldo Holanda)
Mário Sérgio era considerado um dos principais compositores do grupo carioca Fundo de Quintal, sendo o autor de diversas composições como: "Alem dos Sonhos da Ilusão", "Brasil Nagô", "Menina da Colina", "Ira de Hortelã", entre outras.
Em toda a carreira, Mário Sérgio participou, ao menos, da produção de 11 discos. Entre eles, "Fundo de Quinta - Cacique de Ramos", de 2002. No mesmo ano do CD "Jorge Aragão Ao Vivo", "Papo de Sambe", de 2001, e "Simplicidade", do Fundo de Quinta, em 2000.
O grupo era formado por Bira Presidente, Sereno, Ubirany, Ademir Batera, Mário Sérgio e Ronaldinho. Já gravou 32 álbuns, com 15 discos de ouro e quatro de platina. O grupo nasceu do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro, e é berço de artistas como Jorge Aragão, Sombrinha, Almir Guineto, Arlindo Cruz, Walter Sete Cordas, Cléber Augusto e Neoci.
Morte
Mário Sérgio faleceu na madrugada de domingo, 29/05/2016, aos 58 anos. A morte foi anunciada na manhã de 29/05/2016 pelo site da banda e suas páginas nas redes sociais.
Segundo a produção da banda, ele estava internado havia uma semana em um hospital em Nilópolis, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, para fazer exames e estaria tratando um linfoma.
Artistas Lamentam
A morte do vocalista do grupo Fundo de Quintal, Mário Sérgio Ferreira Brochado, fez sambistas prestarem homenagem pelas redes sociais.
"Luto! Nosso amigo e referencia musical, se foi... Mário Sérgio (Fundo de Quintal), sentiremos saudades de você, mas suas lindas canções estão eternizadas aqui nos nossos corações... Muito obrigado por cantar em meu casamento... Muito obrigado pela companhia em Buenos Aires... E, pode ter certeza, vou terminar aquela canção que estávamos compondo... Estou muito triste! Sou muito fã! Vai com Deus, Marião!"
(Thiaguinho)
"O samba está em luto e o céu em festa. Um grande homem, um grande intérprete, um grande poeta. Sinceros sentimentos á toda família. Descanse em paz, Mario Sergio."
(Mumuzinho)
"Eu gravei duas ou três músicas deles. [A morte] Pegou de surpresa. Inclusive, fizemos um show no mês passado, no Cacique de Ramos. Era um grande músico, grande cara, gente boa. É a vida que segue."
(Zeca Pagodinho)
"Mário Sérgio foi um grande amigo! Foi um exemplo! Tivemos várias histórias no carnaval da Bahia, no pagode da tia Gessy, no próprio Cacique [de Ramos], em São Paulo... Nossos últimos momentos foram no carnaval de Salvador e no último DVD do Fundo de Quintal, no Circo Voador."
Cauby Peixoto foi um cantor brasileiro nascido em Niterói, RJ, no dia 10/02/1931. Iniciou sua carreira artística no final da década de 1940. Estudou em um Colégio de Padres Salesianos em Niterói, onde chegou a cantar no coro da escola e também no coro da igreja que frequentava.
Trabalhou em um comércio até resolver participar de programas de calouros no rádio, no final da década de 1940, no Rio de Janeiro.
Sua voz era caracterizada pelo timbre grave e aveludado, mas principalmente pelo estilo próprio de cantar, que incluía extravagância e penteados excêntricos. Proveniente de uma família de músicos, o pai, conhecido como Cadete, tocava violão, a mãe bandolim, os irmãos eram instrumentistas, as irmãs cantoras e o tio pianista. Sobrinho do músico Nonô, pianista que popularizou o samba naquele instrumento, Cauby Peixoto também era primo do cantor Cyro Monteiro.
A Infância
Cauby Peixoto era o caçula de seis irmãos: Aracy, Moacyr, Andyara, Araken e Iracema. Alice, mãe de Cauby Peixoto, na época com vinte anos, e seus filhos, passaram por dificuldades depois da morte de seu esposo Eliziário. Foram ajudados pela cunhada de Alice, conhecida como Dona Corina, a qual ajudou-os a se mudarem para Fonseca, bairro de Niterói. Para os seis irmãos nenhum trauma. Cauby Peixoto com o tempo foi fazendo amizades em seu novo bairro, juntamente com Araken e Andyara. Durante sua infância, seu hobby era ir à praia para aperfeiçoar seus dotes de nadador. Já pré-adolescentes, aprontavam muito, tanto que apanhavam e tinham castigos rigorosos.
A casa onde moravam inicialmente em São Francisco Xavier, era moderna, e de alto custo na época. Só foi possível adquiri-la, com a ajuda de Dona Corina, que nunca faltava com sua atenção nas horas mais difíceis, desde de que Eliziário morreu. Na época, era uma casa grande com varanda, quintal, e três quartos.
Cauby Peixoto mesmo morando em São Francisco Xavier não deixava de ir à Fonseca, rever seus amigos e sua namorada, Josélia, com quem gostava muito de dançar. No Líder Esporte Clube de Niterói, chegou a ganhar prêmios por dançar. Cauby Peixoto também gostava de ir a Santa Rosa em época de carnaval, para brincar no Ringue e Barreto: os points animados de então. Com a devida ajuda de Dona Corina, ele se fantasiava com roupas cuidadosamente confeccionadas por ela. Ele desde pequeno já gostava de roupas diferenciadas.
Tempos depois, Alice, sua mãe, começou a se relacionar com um homem chamado Anacleto, o qual se aproximou lentamente da família Peixoto.
Cauby Peixoto na adolescência foi considerado diferenciado, pois era vaidoso e sedutor. Mal sabia que em 1954, seria considerado o homem mais bonito do Brasil, eleito por uma revista americana.
Em uma família de músicos, Cauby Peixoto passou a ter seus primeiros contatos, por meio de discos de seu irmão, Moacyr, que lhe mostrava canções de Sílvio Caldas e Orlando Silva. Ouvindo um dos discos de seu irmão, escutou a interpretação de Orlando Silva, que se tornou seu ídolo, e se apaixonou pela canção "Rosa" (Pixinguinha e Otávio de Souza). O rádio já era veículo de massa, e todos gostavam de ouvi-lo. Além de tudo sua mãe e suas irmãs adoravam cantar.
Em 1945, seguindo o exemplo dos irmãos mais velhos, Cauby Peixoto tratou de ajudar nas finanças de casa, pois já tinha quinze anos. Passou então estudar à noite, e a trabalhar durante o dia no comércio. Mesmo sabendo que a música era sua meta, Cauby Peixoto, ainda muito jovem nem sonhava com a reviravolta que estava para acontecer em sua vida.
Por esse tempo, ele foi trabalhar como vendedor em uma sapataria no centro da cidade, na Gonçalves Dias, quase em frente á Confeitaria Colombo. Mas, Cauby Peixoto, na flor de sua libido, encantou-se por uma mulher, e embaralhou-se ao oferecer-lhe um monte de pares de sapatos. A sujeita queixou-se ao seu patrão, um italiano de poucas palavras e o resultado foi que ele foi demitido.
A demissão não lhe rendeu maiores traumas. Tornou-se mais responsável e foi contratado pela Perfumaria Hermany, na mesma rua da sapataria. Na perfumaria ganhou títulos de melhor funcionário, pois estava encarando o comércio muito bem. Mas às vésperas de se tornar gerente, Cauby Peixoto largou o emprego por causa da música.
Antes de pedir suas contas, ele foi até a Av. Venezuela, onde se localizava a Rádio Tupi. Apresentou sua carteira de trabalho, e foi fazer um testes para atuar num curioso programa da "Cacique no Ar". Patrocinado pelo SESC do Rio de Janeiro e promovido pela pianista Babi de Oliveira, era o programa "Hora do Comerciário". Era perfeito para Cauby Peixoto, porque ia ao ar aos sábados, das 18h00 às 19h00, horário de sua folga. Ele esmerava-se ao máximo para fazer tudo direito e deu certo. Logo nas primeiras apresentações, em fevereiro de 1949, o novato teve os louvores da dirigente do programa. Já se destacava dos demais.
Depois da "Hora do Comerciário", Cauby Peixoto foi aos poucos tentando penetrar em outros espaços. E como sempre pedindo para dar "canjas" em boates como a Vogue e procurando até mesmo em teatros. O ator e diretor Sérgio Britto lembra-se bem da primeira vez que viu o cantor. Foi no palco do Theatro Rival, na Cinelândia, nos intervalos, entre uma mudança de cenário e outra, do espetáculo do grupo "A Brasiliana", criado pelo polonês Mieci Askanazy. Esse grupo fazia parte do cunho folclórico, explorando a arte negra. Para Sérgio Britto, o mais espetacular em Cauby Peixoto sempre foi sua entrada no palco, além do fato de cantar bem.
Cauby Peixoto prosperando felizmente no momento de honrar seus compromissos com as Forças Armadas. Conseguiu escapar de servir o Exercito. Motivo? Magro demais. Ele animado com o sucesso da Rádio Tupi e no Theatro Rival, sentiu que nascera para cantar. Como nessa altura (1949/1950) Moacyr e Andyara já estavam em São Paulo atuando na noite paulistana, seu lugar deveria ser lá também.
Com ajuda de seus irmãos Cauby Peixoto teve a primeira oportunidade de realizar sua primeira gravação. Foi em 1951, um ano antes da contratação pela emissora em meio aos festejos carnavalescos daquele ano, uma época profícua para o meio fonográfico. Os executivos da etiqueta Carnaval convocaram Cauby Peixoto para que gravasse seu primeiro 78 RPM.
Carreira
Cauby Peixoto gravou seu primeiro álbum em 1951, que foi chamado de "Saia Branca". Na época, por não ser muito famoso, teve pouca repercussão.
Em 1952, por intermédio de seu irmão Moacyr, Cauby Peixoto conheceu Di Veras, famoso empresário, conhecido por suas grandes estratégias de marketing. Ele levou Cauby Peixoto a São Paulo, especificamente à rua da Rádio Nacional.
Di Veras começou a trabalhar na estética de Cauby Peixoto. Ele exigiu que Cauby vestisse-se bem, pois por ser de família humilde não era acostumado, mas perante os cantores da época, era uma obrigação ser elegante. As mudanças no visual de Cauby Peixoto tornar-se-iam uma constante. Ele não deixou de gravar discos durante as mudanças, e em 1955 lançou seu primeiro sucesso no Brasil, o "Blue Gardênia", em uma versão que trouxe dos Estados Unidos em português. Na época, era um sucesso na voz de Nat King Cole, ídolo de Cauby Peixoto.
Di Veras trabalhou com Cauby Peixoto até 1958, quando o cantor atingiu o 5º lugar nos álbuns mais tocado nos Estados Unidos.
Cauby Peixoto foi convidado para uma excursão aos Estados Unidos por Cardinal Spellman em 1955. Durante a viagem no navio, Cauby Peixoto cantou musicas religiosas. Já nos Estados Unidos, com nome artístico de Ron Coby, gravou alguns LP's com a orquestra de Paul Weston, cantando em inglês. Entre 1955 e 1958, ficou indo e voltando dos Estados Unidos.
Em 1956, ele apareceu no filme "Com Água na Boca" cantando seu grande sucesso, "Conceição". Na época, foi citado nas revistas Time e Life como: "O Elvis Presley Brasileiro".
Em 1957, Cauby Peixoto foi o primeiro cantor brasileiro a gravar uma canção de rock em português, denominada "Rock And Roll", que foi composta por Miguel Gustavo, também autor da marchinha "Pra Frente, Brasil".
O cantor foi acompanhado pelo grupo The Snakes, formado por Arlênio, Erasmo Carlos, Edson Trindade e José Roberto, no filme "Minha Sogra é da Policia" (1958). O grupo acompanhou Cauby Peixoto na canção "That's Rock", composta por Carlos Imperial. Cauby Peixoto ainda gravaria a canção "Enrolando o Rock", da banda Betinho & Seu Conjunto.
Após essa rápida passagem pelo gênero, o cantor não voltaria mais a gravar canções de rock, mas essa escolha não interferiu em sua carreira. Em 1958, cantou com seu ídolo de infância, Nat King Cole, o qual dedicou um disco, em 2015.
Cauby Peixoto e Ângela Maria
Em 1959, retornou aos Estados Unidos para uma temporada de 14 meses, durante os quais realizou espetáculos, aparições na televisão e gravou, em inglês, "Maracangalha" (Dorival Caymmi), que recebeu o título de "I Go", música que levou Cauby Peixoto a atingir o 5º lugar de disco mais tocado nos Estados Unidos em 1958, gravado em um disco compacto de 78 RPM da Epic Records.
Voltou aos Estados Unidos, algum tempo depois que participou do filme "Jamboreé", da Warner Brothers. Durante toda a década de 1960, limitou-se a apresentações em boates e clubes. De volta ao Brasil, comprou, em sociedade com os irmãos, a boate carioca Drink, passando a se dedicar mais a administração da casa e interrompendo, assim, suas apresentações.
A partir da década de 1970, apresentou-se com frequência em programas de televisão no Rio de Janeiro, e pequenas temporadas em casas noturnas do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Em 1979, o roteiro profissional incluiu Vitória, ES, e Recife, PE, no Projeto Pixinguinha da Funarte, ao lado de Zezé Gonzaga.
Em 1980, em comemoração aos 25 anos de carreira, lançou pela Som Livre o álbum "Cauby, Cauby", com composições escritas especialmente para ele como "Cauby, Cauby" (Caetano Veloso), "Bastidores" (Chico Buarque), "Oficina" (Tom Jobim), "Brigas de Amor" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos) e outros. "Bastidores", particularmente, se converteria em um dos maiores sucessos do repertório do cantor. No mesmo ano, apresentou-se nos espetáculos "Bastidores" (Funarte, Rio de Janeiro) e "Cauby, Cauby, Os Bons Tempos Voltaram", na boate Flag, em São Paulo.
Em 1982, teve uma temporada no 150 Night Club, em São Paulo, com os irmãos Moacyr (pianista) e Araken (pistonista), e lançou o LP "Ângela e Cauby", o primeiro encontro dos dois cantores em disco, com sucessos como "Começaria Tudo Outra Vez" (Gonzaguinha), "Contigo Aprendi" (Armando Manzanero), "Recuerdos de Ipacaray" (Z. de Mirkin e Demétrio Ortiz) e a valsa "Boa Noite, Amor" (José Maria de Abreu e Francisco Matoso).
Apenas em 1985 participaria com a banda Tokyo, do cantor Supla, num rock-bolero chamado "Romântica", composto pelos integrantes do grupo paulista.
Em 1989, os 35 anos de carreira foram comemorados no bar e restaurante A Baiuca, em São Paulo, ao lado dos irmãos Moacyr, Araken, Yracema e Andyara. No mesmo ano a RGE relançou o LP "Quando os Peixotos se Encontram", de 1957.
Em 1993 foi o grande homenageado, ao lado de Ângela Maria, no Prêmio Sharp. Foi lançada pela Columbia uma caixa com 2 CDs abrangendo as gravações de 1953 a 1959, com sucessos como "Conceição", entre outros.
Últimos Anos
Cauby Peixoto vivia em São Paulo com sua fã, a empresária e cuidadora Nancy Lara, responsável pela agenda, figurinos, cenários, montagem dos palcos e repertório. Cauby Peixoto se apresentava nas noites de segunda-feira no Bar Brahma, um tradicional templo da boemia paulistana, em funcionamento desde de os anos 40. O bar fica localizado na mais famosa esquina brasileira, Av. Ipiranga com Av. São João, em São Paulo. Uma temporada de três meses, com seu sucesso, levou a uma temporada que dura mais de uma década, com ingressos concorridos, tanto no Bar Brahma, como em seus shows que realizava pelo Brasil, com seu violonista, amigo e irmão de Agnaldo Rayol, Ronaldo Rayol.
Em 28/05/2015, seu documentário foi lançado no Brasil, "Cauby - Começaria Tudo Outra Vez" de Nelson Hoineff. O filme possui noventa minutos, e conta toda sua trajetória. A película marcou a reinauguração do Cine Odeon, Cauby Peixoto fala sobre sua sexualidade e outros temas. Ao longo dos noventa minutos de exibição, o público se assenta em três pilares: além da ideia do eterno recomeço, o modelo de interpretação atemporal de Cauby Peixoto e a sinergia entre ele e a plateia, que transcende gerações.
Ainda em 2015, Cauby Peixoto assumiu a bissexualidade.
Morte
Cauby Peixoto morreu na noite de domingo, dia 15/05/2016, aos 85 anos, em São Paulo. O cantor morreu por volta das 23h50. Ele estava internado devido a uma pneumonia, desde o dia 09/05/2016 no Hospital Sancta Maggiore, no Itaim Bibi, na Zona Sul de São Paulo.
A última apresentação do artista ocorreu no dia 03/05/2016, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde Cauby Peixoto cantou ao lado de cantora Ângela Maria com quem estava em turnê de comemoração de 60 anos de carreira.
O velório de Cauby Peixoto aconteceu no hall da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, sendo seu corpo sepultado no Cemitério de Congonhas.
Discografia
2015 - A Bossa de Cauby Peixoto
2015 - Cauby Sings Nat King Cole
2013 - Reencontro
2012 - Minha Serenata
2011 - Cauby, O Mito
2011 - Especial Negue
2010 - Cauby Sings Sinatra
2009 - Cauby Interpreta Roberto
2006 - Cauby Canta Baden
2004 - A Bossa e o Swing de Cauby Peixoto
2003 - Cauby Peixoto?! Graças á Deus
2000 - Meu Coração é Um Pandeiro
1999 - Cauby Canta as Mulheres
1999 - Focus - O Essencial de Cauby Peixoto
1999 - Millennium - Cauby Peixoto
1999 - Série Brilhantes - Cauby Peixoto Grandes Sucessos
1998 - Série Brilhantes - Cauby Peixoto
1998 - 20 Super Sucessos - Cauby Peixoto, o Professor da MPB
1998 - Série Brilhantes - Cauby Peixoto, Edição Especial
1996 - Série Aplauso - Cauby Peixoto
1996 - Celebridades da MPB (Disco 1)
1996 - Celebridades da MPB (Disco 2)
1996 - 20 Preferidas - Cauby Peixoto
1995 - Cauby Canta Sinatra
1995 - Frente a Frente - Cauby Peixoto & Sílvio Caldas
1994 - Cauby! Cauby!
1994 - Cauby Peixoto - Estrelas Solitárias
1994 - Cauby / O Que Será de Mim..
1993 - Acervo - Cauby Peixoto
1993 - Acervo Especial - Cauby Peixoto
1993 - Cauby - Grandes Emoções
1993 - Cauby Peixoto
1993 - A Arte do Espetáculo ao Vivo
1993 - Ângela & Cauby
1993 - Ângela & Cauby Ao Vivo
1992 - A Arte do Espetáculo Ao Vivo - Cauby Peixoto
1992 - Ângela & Cauby Ao Vivo
1991 - Grandes Emoções - Cauby Peixoto
1991 - Convite Para Ouvir Cauby Peixoto
1988 - Cauby, Elizeth e Nora Ney
1988 - Cauby é Show
1988 - Presença de Cauby Peixoto
1988 - Quando os Peixoto se Encontram
1987 - Cauby Peixoto, Ângela Maria & Agnaldo Timóteo
1986 - Cauby!
1985 - Cauby Peixoto - Só Sucessos
1985 - Cauby Peixoto / Amparito
1983 - Cauby Peixoto, Agostinho dos Santos, Altemar Dutra, Nélson Gonçalves e Jessé - Série Brilho
1982 - Estrelas Solitárias
1982 - Ângela & Cauby
1980 - Cauby! Cauby!
1980 - Cauby Peixoto
1980 - Cauby - O Que Será de Mim
1980 - Cauby Sempre Cauby
1979 - Cauby Peixoto
1976 - Cauby
1976 - Ângela Maria & Cauby Peixoto no Canecão
1972 - Superstar
1972 - Os Grandes Sucesos de Cauby
1972 - Cauby Interpreta
1972 - Os Grandes Sucessos de Cauby Peixoto
1969 - Os Grandes Sucessos de Cauby Peixoto
1969 - O Explosivo Cauby Peixoto
1969 - Os Grandes Sucessos Românticos de Cauby Peixoto
1969 - Os Grandes Sucessos de Cauby Peixoto
1969 - Os Maiores Sucessos de Cauby Peixoto
1968 - Um Drink Com Cauby e Leny - Cauby Peixoto e Leny Eversong
1967 - Cauby Peixoto - Porque Só Penso Em T
1965 - Cauby Canta Para Ouvir e Dançar
1965 - Grandes Interpretações - Cauby Peixoto
1965 - Porque Só Penso Em Ti
1964 - Cauby Interpreta...
1963 - Tamanco no Samba / A Noite de Ontem
1963 - Tudo Lembra Você
1962 - Minhas Namoradas / Madrepérola
1962 - O Poeta Chorou / Aleli
1962 - Enamorada / E Os Céus Choraram
1962 - Lambuzando o Selo / Quebranto
1962 - Ave Maria Dos Namorados / Canção Que Inspirou Você
1962 - Canção Que Inspirou Você - Cauby Peixoto
1962 - Os Grandes Sucessos de Cauby Peixoto
1961 - Duelo / Brigas
1961 - Perdão Para Dois
1961 - Cauby Canta Novos Sucessos
1960 - Marina / Drink Na Praia
1960 - De Degrau Em Degrau / Me Deixa Em Paz
1960 - Mack The Knife / Vila de Santa Bernadette
1960 - Lealdade / Ninguém é de Ninguém
1960 - Se Foi Passado / No Mundo da Lua
1960 - O Sucesso na Voz de Cauby Peixoto
1959 - Noite / Close To You
1959 - Porque e Para Que / Inveja
1959 - Seu Amigo Cauby Cantando Para Você
1959 - Os Grandes Sucessos de Cauby
1958 - Nono Mandamento / Meu Amor Por Você
1958 - Linda / Enrolando o Rock
1958 - Toreador / Viver Sem Você
1958 - Simplesmente / Bela Nápoli
1958 - Volare / Triste Paixão
1958 - Cartilha de Amor / Primeiro Mandamento
1958 - Quero Você / Tammy
1958 - Música e Romance - Cauby Peixoto
1958 - Nosso Amigo Cauby
1957 - Serenata / As Três Lágrimas
1957 - Garotas de Portugal / Outro Dia Virá
1957 - Rock'n'roll em Copacabana / Amor Verdadeiro
1957 - Anastácia / Onde Ela Mora
1957 - Não Fale de Mim / Espera-me No Céu
1957 - Melodia do Céu / Você e Eu
1957 - O Louco / Tinha Que Ser
1957 - Ouvindo Cauby
1957 - Os Pobres do Brasil / Ser Triste Sozinho
1957 - Abandonado / Se Adormeço
1957 - Final de Amor / A Pérola e o Rubi
1957 - É Tão Sublime o Amor / Sem Teu Amor
1957 - Quando os Peixotos se Encontram
1957 - Prece de Amor - Cauby Peixoto
1956 - Blue Gardênia
1956 - O Show Vai Começar
1956 - Você, a Música e Cauby
1956 - Lisboa Antiga / Tentação
1956 - Molambo / Amor Não é Brinquedo
1956 - Conceição / Bibape do Ceará
1956 - Canção do Mar / Volta ao Passado
1956 - Siga / Acaso
1956 - Prece ao Amor / Lamento Noturno
1956 - Canção do Rouxinol
1956 - Nada Além / Flor do Asfalto
1956 - Cajú Nasceu Pra Cachaça / Ter Saudade
1955 - Amor Cigano / Um Sorriso e Um Olhar
1955 - Esperei Por Você / Tu, Só Tu
1955 - Superstição / Mambo do Galinho
1955 - Tarde Fria / Ci-ciu-ci, Canção do Rouxinol
1955 - Nem Toda Flor Tem Perfume / Cabo Frio
1954 - Palácio de Pobre / Criado-mudo
1954 - Vaya Con Dios / Elvira
1954 - Blue Gardênia / Só Desejo Você
1954 - Daqui Para a Eternidade / Triste Melodia
1954 - Mil Mulheres / Se Você Pensa
1953 - Tudo Lembra Você / O Teu Beijo
1953 - Aula de Amor / Ando Sozinho
1953 - Caruaru / Mulher Boato
1951 - Saia Branca / Ai Que Carestia
Filmografia
1955 - Carnaval em Marte (Cantando "Se Você Pensa")
1955 - Aí Vem o General (Cantando "Mil Mulheres")
1956 - Com Água na Boca (Cantando "Conceição")
1957 - Com Jeito Vai (Cantando "Melodia do Céu")
1957 - Canjerê
1957 - Chico Fumaça (Cantando "Onde Ela Mora")
1957 - Tagarela
1957 - Metido a Bacana (Cantando "O Teu Cabelo Não Nega")
1957 - Jamboreé (Cantando "El Toreador")
1958 - De Pernas Pro Ar (Cantando "Nono Mandamento")
1958 - Minha Sogra é da Polícia (Cantando "That's Rock")
Severino de Araújo Silva Filho foi um cantor, instrumentista, produtor e arranjador brasileiro. Era irmão de Ismael Neto, criador do grupo Os Cariocas, e de Hortênsia da Silva Araújo, que também participou do grupo. Era pai da atriz Lúcia Veríssimo. Estudou com Hans Joachim Koellreutter.
Ao lado do irmão Ismael Neto, formou, a partir de 1942, o grupo vocal Os Cariocas.
A partir de 1956, com a morte do irmão, assumiu a liderança do grupo, sendo responsável pelas harmonizações vocais. No período de 21 anos em que o grupo suspendeu suas atividades, continuou sua carreira individual, atuando como produtor e arranjador.
Em 1987, com a volta do conjunto ao cenário artístico, assumiu novamente a liderança do grupo, que se encontra atualmente em plena atividade.
Os Cariocas
Os Cariocas, conjunto vocal formado no Rio de Janeiro em 1942, atuou ininterruptamente até 1967, alcançando maior popularidade nos períodos de 1948 a 1955 e de 1961 a 1967.
Organizado pelos irmãos Ismael de Araújo Silva Neto e Severino de Araújo Silva Filho do bairro carioca da Tijuca. O grupo atuou como quinteto até 1961, contando inicialmente com Ari Mesquita, Salvador e Tarqüínio, amigos e moradores do mesmo bairro. Começou apresentando-se no Instituto Lafayette, colégio onde o pai dos paraenses trabalhava como professor.
Nessa época, Ismael Neto iniciou-se no violão, enquanto Severino Filho tomou aulas de teoria musical com Hans Joachim Koellreutter.
Em 1945, com Valdir Prado Viviani, pianista e solista de gaita, substituindo Ari Mesquita, que adoecera, o grupo se inscreveu no "Papel Carbono", programa de calouros de Renato Murce na Rádio Clube.
Estrearam cantando o Fox "If You Please", obtendo o terceiro lugar, o que os animou a tentar nova apresentação, desta vez alcançando o primeiro lugar com a interpretação de "Rum And Coca-Cola".
Quando Renato Murce decidiu reunir o programa todos os vencedores das diversas disputas, o conjunto liderado por Ismael Neto foi o campeão absoluto.
Decidiram então profissionalizar-se e, por intermédio de um amigo da família, Ismael Neto conseguiu uma apresentação para o maestro Radamés Gnattali, na época diretor artístico da Rádio Nacional.
Este gravou um acetato com o grupo e mostrou-o a Haroldo Barbosa, chefe da discoteca da emissora, que contratou o conjunto, na base de cachê, para atuar no programa "Um Milhão de Melodias".
Em princípios de 1946, intitulando-se Os Cariocas, iniciaram carreira como artistas exclusivos da Rádio Nacional, onde permaneceram por mais de 20 anos. Ainda em 1946 Tarqüínio e Salvador deixaram o grupo, e foi com a seguinte formação que Os Cariocas atravessaram sua primeira fase de maior popularidade: Emanuel Barbosa Furtado (Badeco), primeira voz; Severino Filho, segunda voz; Ismael Neto, terceira voz e autor das vocalizações; Jorge Quartarone (Quartera), quarta voz; Valdir, quinta voz e solos, inclusive assobiados.
Em fins de 1947 João de Barro, diretor artístico da Continental e versionista de vários filmes do norte-americano Walt Disney, chamou o conjunto para realizar a dublagem do desenho animado "Ferdinando".
Convidados em seguida a gravar na Continental, lançaram, no início de 1948, "Nova Ilusão" (Luís Bittencourt e José Meneses) e "Adeus, América" (Haroldo Barbosa e Geraldo Jacques), que marcaram, ambos, o primeiro grande sucesso do grupo.
Entre outros discos seus lançados na Continental destacaram-se a marcha junina "Eu Também Sou Batista" (Wilson Batista e José Batista) e o baião "Juazeiro" (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira).
Atuando também como compositor, Ismael Neto fez "Marca na Parede", um dos grandes sucessos lançados por Os Cariocas na gravadora Sinter, onde passaram a gravar a partir de 1950.
Em 1953 Ismael Neto passou a compor com Antônio Maria, e a dupla tornou-se responsável por alguns dos grandes sucessos de meados da década de 1950, como "Canção da Volta", lançada por Dolores Duran em 1954, e "Valsa de Uma Cidade", gravada por Os Cariocas.
Novamente na Continental em 1954, no ano anterior haviam passado para a RCA Victor, em dezembro o grupo participou da gravação da "Sinfonia do Rio de Janeiro", um LP de dez polegadas com músicas de Tom Jobim e Billy Blanco.
Lúcia Veríssimo e Severino Filho
Em fins de 1955 Severino Filho assumiu a liderança do conjunto, quando Ismael Neto adoeceu, falecendo no ano seguinte, 1956), sendo substituído por sua irmã, Hortênsia da Silva Araújo.
Em 1956 o grupo apresentou-se na Argentina, México, Porto Rico e Estados Unidos.
Na fase da Bossa-Nova, na década de 1960, atuaram intensamente, incluindo novas composições em seu repertório e influenciando outros conjuntos vocais que surgiam, com seu estilo de interpretação.
Em 1961 o grupo sofreu suas derradeiras alterações, com a saída de Hortênsia e Valdir, este substituído por Luís Roberto Gomes. Transformados em quarteto, gravaram dois LPs na Mocambo, em 1962, e passaram depois para a Philips, onde gravaram suas mais representativas interpretações dessa segunda fase, em vários LPs, até 1967, quando o grupo se dissolveu.
Após 1967, Severino Filho continuou trabalhando como arranjador de orquestras de estúdio.
Em 1988, o grupo voltou a se apresentar e seus integrantes sofreram com a perda do contrabaixista Luís Roberto Gomes, que morreu vítima de infarto durante uma apresentação no Jazzmania, no Rio de Janeiro, em 20/10/1988.
Em novembro de 1997, comemoraram 50 anos de carreira com show no Mistura Fina, e lançaram novo disco, o CD "A Bossa Brasileira", pelo selo Albatroz, com a seguinte formação: Severino Filho (piano), Jorge Quartera (bateria), os dois que restaram da formação original, e os recém-chegados Nil Teixeira (violão) e Eloi Vicente (baixo).
Morte
Severino de Araújo Silva Filho morreu na manhã de terça-feira, 01/03/2016, aos 88 anos, depois de sofrer uma parada cardiorrespiratória. Ele estava internado no Hospital Quinta d'Or, no Rio de Janeiro, desde o dia 18/01/2016 devido a uma trombose pulmonar.
Severino Filho foi internado no final do ano passado no Hospital São Luiz, em São Paulo, antes de ser transferido para o Rio de Janeiro. Desde então, seu quadro de saúde piorou e, no dia 29/01/2016, teve de amputar a perna direita. Apesar da gravidade do quadro, ele estava lúcido durante todo o tempo em que esteve hospitalizado.
Discografia
2001 - Os Clássicos Cariocas (Ouver Records, CD)
1997 - Amigos do Rei-Tim Maia e Os Cariocas (Vitória Régia, CD)
1997 - A Bossa Brasileira (Paradoxx Music, CD)
1992 - Reconquistar (Warner Music, LP)
1990 - Minha Namorada (Som Livre , LP)
1966 - Arte & Vozes (Philips, LP)
1966 - Passaporte (Philips, LP)
1965 - Os Cariocas de Quatrocentas Bossas (Philips, LP)
Francisco Aparecido Jesus Gomes, mais conhecido pelo nome artístico Chico Rey, foi um cantor brasileiro que fez, junto com o irmão José Cláudio Gomes, conhecido por Paraná, a dupla sertaneja Chico Rey & Paraná.
Irmãos, nascidos em Arapongas, no interior do estado do Paraná, eles possuem uma carreira de grandes sucessos. O primeiro disco de Chico Rey & Paraná foi gravado em 1981, mas o sucesso só veio em 1988 com a música "Quem Será Seu Outro Amor". Era o quinto álbum gravado pela dupla paranaense.
Em 2011, para comemorar os 30 anos de carreira, 21 discos gravados e um DVD, os irmãos lançaram uma biografia. São 228 páginas escritas pelo radialista e compositor Clayton Aguiar.
"Os dois têm uma história de luta. Eles saíram do interior sem dinheiro e construíram uma carreira sólida e de sucesso. São boas referências num mundo que hoje ensina que não vale a pena trabalhar. Eles mostram que trabalhar e sonhar é possível. Por isso, e para comemorar as três décadas de sucesso, decidi escrever o livro."
(Clayton Aguiar, autor e primeiro empresário dos cantores)
Chico Rey & Paraná
A passagem mais triste da história de Chico Rey & Paraná ocorreu quando eles tinham 6 e 4 anos, respectivamente.
"Os pais deles foram levar a irmã mais nova ao médico de charrete. Ela tinha uns 15 dias de vida. No meio do caminho, o couro que prendia a carroça no cavalo se rompeu. E Dona Aparecida, a mãe dos cantores, levou um susto tão grande que teve um surto psicótico e passou a ter a idade mental de uma criança de 5 ou 6 anos de idade."
(Clayton Aguiar)
A partir dessa data os irmãos nascidos em Arapongas, no interior do Paraná, tiveram que assumir a responsabilidade de cuidar da casa e da mãe, enquanto o pai trabalhava. "Mas também tem muita história curiosa e engraçada no livro", diz o radialista e amigo da dupla.
Quando começou a cantar, a dupla usava o nome Devanil & Denival.
"Conheci eles com esse nome num programa de auditório em Brasília, DF. Eles sempre cantaram lindamente. Depois de alguns anos, reencontrei os dois num show e eles me convidaram para empresariar a carreira deles. A primeira coisa que fiz foi trocar o nome."
Clayton Aguiar cuidou dos negócios da dupla até meados da década de 1980, quando lançou seu primeiro álbum e começou a fazer shows. Foi aí que o empresário escolheu cuidar da própria carreira. "Mas continuamos muito amigos", justifica.
Depois do estouro em 1988, a dupla continuou cantando no interior do país, mas perdeu a visibilidade na capital. "Eles nunca pagaram para tocar numa rádio", afirma Clayton Aguiar.
Em 2006, gravaram "Alma Transparente" com o cantor Leonardo. A música foi uma das mais pedidas nas rádios de São Paulo e desde então, os irmãos mantinham uma média de 100 shows por ano.
Morte
Chico Rey faleceu por volta das 15h00 de sexta-feira, 26/02/2016, aos 63 anos. De acordo com o produtor da dupla e sobrinho do cantor, Tayann Gomes, Chico Rey estava de férias com a esposa Meire e as duas filhas do casal, Camila e Flávia.
"Ele sofria de diabetes e, por isso, fazia hemodiálise. Ontem ele teve um problema na fístula, ela começou a sangrar, e ele foi ao Hospital Vida, em Maceió, para receber um ponto. Hoje o sangramento continuou e ele foi recolhido para ficar internado. A partir daí ele teve uma parada cardíaca e não resistiu."
(Breno César, amigo da família)
De acordo com Tayann Gomes, o corpo ainda aguarda liberação para ser transportado de Maceió para Brasília, cidade em que Chico Rey morava e onde será realizado o velório e enterro.
"Estamos tentando que o corpo seja liberado para pegar o voo de 4h00, que chega em Brasília por volta de 6h00."
Ainda segundo o sobrinho, toda a família está bastante abalada com o falecimento.
"Há alguns anos ele já enfrentava problemas de saúde. A gente meio que esperava, mas nunca estamos de fato preparados!"
O enterro de Chico Rey deve ocorrer no Cemitério de Taguatinga, em Brasília.