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Procópio Ferreira

JOÃO ÁLVARO DE JESUS QUENTAL FERREIRA
(80 anos)
Ator, Diretor Teatral e Dramaturgo

* Rio de Janeiro, RJ (08/07/1898)
+ Rio de Janeiro, RJ (18/06/1979)

Mais conhecido como Procópio Ferreira, é considerado um dos grandes nomes do teatro brasileiro.

Procópio descobriu cedo o talento de envolver a plateia, arrastando aos seus espetáculos contingentes de público de fazer inveja aos maiores sucessos de hoje. Em 62 anos de carreira, Procópio interpretou mais de 500 personagens em 427 peças.

Era filho de Francisco Firmino Ferreira e de Maria de Jesus Quental Ferreira, ambos portugueses naturais da ilha da Madeira, em Portugal.

Ingressou na Escola Dramática do Rio de Janeiro a 22 de março de 1917. Representou mais de 450 peças, de todos os gêneros, desde o teatro de revista até a tragédia grega. Em toda a Historia do Teatro Nacional foi o ator que maior número de peças nacionais interpretou e, que maior número de autores lançou.

Procópio Ferreira atuava no circo-teatro, gênero que, se não foi criado no Brasil, aqui teve pleno desenvolvimento. Tratava-se de um circo que, além de números de acrobacias, malabarismo e palhaçadas, apresentava a adaptação de peças de teatro. Do circo-teatro passou às comédias.

Sua primeira peça foi "Amigo, Mulher e Marido", fazendo o papel de um criado, em 1917, no Teatro Carlos Gomes. Seu maior sucesso no teatro foi o espetáculo "Deus Lhe Pague", de Joracy_Camargo, com o qual viajou o país inteiro e para o exterior. Participou de mais de quatrocentas peças e teve uma carreira de mais de 60 anos.

No cinema, estrelou, entre muitas obras, O Comprador de Fazendas, de 1951 (um sucesso tremendo de público e crítica, com Hélio Souto e Henriette Morineau, baseado na obra de Monteiro Lobato, e "Quem Matou Ana Bela", de 1956.

Suas andanças pelo país, se apresentando em rincões muito distantes, levaram Getúlio Vargas a dizer que Procópio colocou mais cidades no mapa brasileiro do que um cartógrafo. Extremamente popular, disse que o sucesso chegou quando ele parou de pensar com a sua própria cabeça para pensar com a cabeça do público.

Um homem que vivia intensas paixões, foi pai de 06 filhos. De seu primeiro casamento com a artista Argentina Aida Izquierdo nasceu uma das mais importantes atrizes e diretoras brasileiras, Bibi Ferreira. casou também com a grande atriz Norma Geraldy e com a atriz Hamilta Rodrigues.

Do casamento com Hamilta Rodrigues nasceram Maria Maria, João Procópio Filho e Francisco de Assis Procópio Ferreira. De seu relacionamento com a atriz Lígia Monteiro nasceu a Diretora e jornalista Lígia Ferreira. Do romance com a musicista Celecina Nunez nasceu a cantora Mara Sílvia (nome artístico de Mariazinha, como era chamada pelo pai). Um grande Homem, pai e avo (Tina Ferreira filha de Bibi, João Procópio Neto filho de Mariazinha, Bianca filha de Lígia Ferreira, Alice Ferreira filha de Maria Maria e Alessandra Ferreira filha de João Procópio Filho).

Internado no Hospital das Clínicas do Rio de Janeiro por 21 dias, Procópio Ferreira faleceu, aos 80 anos de idade, por conta de um Enfisema Pulmonar.

Sua obra pode ser resumida através de uma de suas mais famosas frases:

"A vida na sua simplicidade é banalíssima. Sem o magnetismo da arte toda natureza é nula".

É bom lembrar também que talento está no sangue desta família, já que sua filha, Bibi Ferreira, é considerada uma das maiores atrizes brasileiras.

Fonte: Wikipédia e Terra

Vinicius de Moraes

MARCUS VINÍCIUS DE MORAES
(66 anos)
Diplomata, Dramaturgo, Jornalista, Poeta, Cantor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (19/10/1913)
+ Rio de Janeiro, RJ (09/07/1980)

Poeta essencialmente lírico, o poetinha (como ficou conhecido) notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida.

Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.

Marcus Vinicius de Moraes nasceu em 1913 no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da Prefeitura, poeta e violinista amador, e Lídia Cruz, pianista amadora. Vinícius é o segundo de quatro filhos, Lygia (1911), Laetitia (1916) e Helius (1918). Mudou-se com a família para o bairro de Botafogo em 1916, onde iniciou os seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto, onde já demonstrava interesse em escrever poesias. Em 1922, a sua mãe adoeceu e a família de Vinicius mudou-se para a Ilha do Governador, ele e sua irmã Lygia permanecendo com o avô, em Botafogo, para terminar o curso primário.

Vinicius de Moraes ingressou em 1924 no Colégio Santo Inácio, de padres jesuítas, onde passou a cantar no coral e começou a montar pequenas peças de teatro. Três anos mais tarde, tornou-se amigo dos irmãos Haroldo e Paulo Tapajós, com quem começou a fazer suas primeiras composições e a se apresentar em festas de amigos.

Em 1929, concluiu o ginásio e no ano seguinte, ingressou na Faculdade de Direito do Catete, hoje integrada à Universidade Estadual do Rio de janeiro (UERJ). Na chamada "Faculdade do Catete", conheceu e tornou-se amigo do romancista Otavio Faria, que o incentivou na vocação literária. Vinicius de Moraes graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1933.

Três anos depois, obteve o emprego de censor cinematográfico junto ao Ministério da Educação e Saúde. Dois anos mais tarde, Vinicius de Moraes ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford. Em 1941, retornou ao Brasil empregando-se como crítico de cinema no jornal "A Manhã". Tornou-se também colaborador da revista "Clima" e empregou-se no Instituto dos Bancários.

No ano seguinte, foi reprovado em seu primeiro concurso para o Ministério das Relações Exteriores (MRE). Em 1943, concorreu novamente e desta vez foi aprovado. Em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles. Com a morte do pai, em 1950, Vinicius de Moraes retornou ao Brasil. Nos anos 1950, Vinicius atuou no campo diplomático em Paris e em Roma, onde costumava realizar animados encontros na casa do escritor Sérgio Buarque de Holanda.

No final de 1968 foi afastado da carreira diplomática tendo sido aposentado compulsoriamente pelo Ato Institucional Número Cinco.

O poeta estava em Portugal, a dar uma série de espectáculos, alguns com Chico Buarque e Nara Leão, quando o regime militar emitiu o AI-5. O motivo apontado para o afastamento foi o seu comportamento boêmio que o impedia de cumprir as suas funções. Vinícius foi anistiado (post-mortem) pela Justiça em 1998. Em 2006, foi oficialmente reintegrado na carreira diplomática. A Câmara dos Deputados brasileira aprovou em Fevereiro de 2010 a promoção póstuma do poeta ao cargo de "ministro de primeira classe" do Ministério dos Negócios Estrangeiros - o equivalente a embaixador, que é o cargo mais alto da carreira diplomática. A lei foi publicada no Diário Oficial do dia 22.06.2010 e recebeu o número 12.265.

Vinicius começou a se tornar prestigiado com sua peça de teatro Orfeu da Conceição, em 25 de setembro de 1956.

Além da diplomacia, do teatro e dos livros, sua carreira musical começou a deslanchar em meados da década de 1950 - época em que conheceu Tom Jobim (um de seus grandes parceiros) -, quando diversas de suas composições foram gravadas por inúmeros artistas. Na década seguinte, Vinicius de Moraes viveu um período áureo na MPB, no qual foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria. Foram firmadas parcerias com compositores como Baden Powell, Carlos Lyra e Francis Hime.

Nos anos 1970, já consagrado e com um novo parceiro, o violonista Toquinho, Vinicius seguiu lançando álbuns e livros de grande sucesso.

Na noite de 8 de julho de 1980, acertando detalhes com Toquinho sobre as canções do álbum "Arca de Noé", Vinicius alegou cansaço e que precisava tomar um banho. Na madrugada do dia 9 de julho, Vinicius foi acordado pela empregada, que o encontrara na banheira de casa, com dificuldades para respirar. Toquinho, que estava dormindo, acordou e tentou socorrê-lo, seguido por Gilda Mattoso (última esposa do poeta), mas não houve tempo e Vinicius de Moraes morreu pela manhã.

Fonte: Wikipédia



Soneto de Separação

Haydil Linhares

HAYDIL LINHARES
(75 anos)
Atriz e Dramaturga

* Itapicuru, BA (1935)
* Salvador, BA (03/10/2010)

Haydil nasceu no interior da Bahia, no munício de Itapicuru. Ao longo de sua trajetória fez curso de interpretação da Escola de Teatro e o de direção, concluído em 1979. Aos 75 anos, 46 de palco, a atriz fez parte da geração de atores que conviveu com a discriminação da profissão, resistindo aos preconceitos e ganhando destaque nos palcos.

"Sou de uma época em que fazer teatro significava estar se prostituindo", disse certa vez, em declaração à imprensa.

Como atriz, trabalhou com grandes diretores baianos. Em seu primeiro espetáculo, "Stopen Stopen!", foi dirigida por João Augusto. Haydil também fez trabalhos orientados por Deolindo Checcucci, Márcio Meirelles, Edwald Hackler, entre outros.

Na montagem "O Terceiro Sinal" (Deolindo Checcucci), a atriz de destacou ao lado do também falecido Wilson Mello. Com Harildo Déda e Jussilene Santana, fez "A Mulher sem Pecado", direção de Ewald Hackler .

Haydil também teve experiências importantes no mundo do cinema. Ela interpretou Norminha, em "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e participou dos longas "Caveira My Friend", "Meteorango Kid", e "Jardim das Folhas Sagradas". Na TV, atuou nas novelas "Renascer" e "Porto dos Milagres", da Globo.

Como dramaturga, escreveu, peças como "Função de um Casamento","Ida e Volta", "O Pique dos Índios ou a Espingarda de Caramuru" e "As Feministas de Muzenza", comédia criada em parceria com Cleise Mendes.

Entre suas atividades, Haydil trabalhou na Fundação Cultural por 15 anos e dirigiu o Teatro Miguel Santana.

A atriz e dramaturga Haydil Linhares faleceu na manhã do dia 03/10/2010 (domingo) por volta das 11h, deixando a classe artística baiana de luto. A veterana intérprete estava internada no Hospital Espanhol desde o último dia 18, e morreu vítima de Falência Múltipla dos Órgãos.

Sua única filha, Poliana Linhares, informou que Haydil sofreu um quadro de infecção respiratória grave, com complicações. O velório foi realizado às 15h do dia 03/10/2010, no Cemitério Jardim da Saudade. O enterro ocorreu às 10h de segunda-feira, dia 04.

Fonte: www.atarde.com.br/cultura/noticia.jsf?id=5630061

Ary Fernandes

ARY FERNANDES
(79 anos)
Ator, Dramaturgo, Produtor e Cineasta

* São Paulo, SP (31/03/1931)
+ São Paulo, SP (29/08/2010)

O cineasta, ator, diretor e produtor Ary Fernandes era filho de imigrantes espanhóis e portugueses.

Ele dirigiu e produziu quase 130 filmes, tanto em âmbito nacional como internacional.

Na história da cinematografia brasileira, foi o criador, produtor e diretor da obra que se tornou um marco da televisão e do cinema nacional, o seriado "Vigilante Rodoviário".

Através do "Vigilante Rodoviário", Ary Fernandes abriu as portas para novos talentos que, pelos anos seguintes, tornaram-se grandes nomes da dramaturgia brasileira, dentre eles, Stênio Garcia, Fúlvio Stefanini, Ary Fontoura e Rosamaria Murtinho, dentre outros.

Em 1962, fundou a PROCITEL – Produções Cine Televisão Ltda, empresa detentora da marca e dos direitos autorais do “Vigilante Rodoviário”.

Com os resultados positivos obtidos naquela linha de filmes de ação, Ary Fernandes partiu para a realização do segundo projeto, voltado para Força Aérea Brasileira, denominado "Águias de Fogo".

Produzido no final dos anos 60 e, exibido naquela mesma época pela televisão, novamente contou com a boa aceitação do publico. Devido a esse incentivo, foi exibido em salas de cinemas, obtendo grande sucesso de bilheteria.

São também de sua autoria os temas musicais das séries: "Vigilante Rodoviário" e "Águias de Fogo".

Começou sua carreira em 1949 na Rádio América de São Paulo, como locutor, radioator e humorista. Em seguida, estreou como ator no Canal 5 (Televisão Paulista).

Em 1952, começou a trabalhar no cinema como assistente de produção no filme "O Canto do Mar", dirigido por Alberto Cavalcante. Também como assistente de produção, trabalhous no filme "Mulher de Verdade" (1953).

Como assistente de direção fez "Mãos Sangrentas" (1953) e "Leonora dos Sete Mares".

Em 1962, dirigiu e produziu uma versão do "Vigilante Rodoviário" para cinema, e no ano seguinte a segunda versão que foi "O Vigilante Contra o Crime".

Em 1967, criou a série para televisão intitulada "Águias de Fogo". Dirigiu e produziu 10 episódios de um total de 26 desta mesma série, atuando, também como ator.

Em 1969, dirigiu e produziu o filme "Águias em Patrulha" e "Uma Pistola Para D’Jeca" para Mazzaropi.

Na década de 70, dirigiu e produziu os filmes "Mágoas de Caboclo"; "Sentinelas do Espaço", ambos com argumento e roteiro próprio e produziu o longa-metragem "O Jeca e o Bode", além de produzir e coordenar os filmes "A Noite do Desejo"; "Sinal Vermelho A Fêmeas"; "O Leito da Mulher Amada"; "O Anjo Loiro"'; "Sedução"; "Trindade é Meu Nome", dentre outros.

O diretor e ator desde 2005 enfrentava problemas de saúde em decorrência de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Casado com Ignez Peixoto Fernandes desde 1958, o diretor deixa também dois filhos, Fernando e Vânia Fernandes.

Seus principais trabalhos como ator são nos filmes:

Tortura Cruel (1980)
O Leito da Mulher Amada (1975)
Quando Elas Querem... e Eles Não (1975)
O Supermanso (1974)
Sedução (1974)
Águias em Patrulha (1969)
Sentinelas do Espaço (1969)
"Águias de Fogo"
Vou Te Contá (1958)
Quem Matou Anabela? (1956)

Fonte: Dramaturgia Brasileira - In Memoriam

Sérgio Viotti

SÉRGIO LUIZ VIOTTI
(82 anos)
Ator, Escritor, Diretor, Tradutor, Dramaturgo, Produtor de Programas Culturais Radiofônicos, Crítico de Teatro, Dança e Ópera

* São Paulo, SP (14/03/1927)
+ São Paulo, SP (26/07/2009)

Foi para o Rio de Janeiro em 1945, para fazer a Escola Itamarati.

Estudou piano até os 14 anos de idade, e, já no Rio de Janeiro, ia com amigos músicos participar de programas musicais na Rádio MEC, apenas para virar as páginas para os concertistas Heitor, Maria Abreu e Laís de Souza Brasil.

Começou a trabalhar em Rádio em 1958, no Rio de Janeiro. Trabalhou na Inglaterra, onde fez rádio na BBC durante quase nove anos. Voltou para o Brasil e foi trabalhar na Rádio MEC, fazendo radioteatro com, dentre outros, Magalhães Graça e Agnes Fontoura.

Sérgio Viotti começou a fazer novelas em 1986, com destaque para personagens em “Sinhá Moça”, “Corpo Santo”, “Kananga do Japão”, “Despedida de Solteiro”, “Meu Bem Meu Mal”, “Anjo Mau”, “Suave Veneno”, “Os Maias”, “A Casa das Sete Mulheres” e “Um Só Coração”.

Ao comemorar seus trinta anos de palco como ator, em 1991, apresentou o espetáculo “As Idades do Homem”, no qual interpretava nada menos do que dezesseis personagens de Shakespeare.

Como de crítico de teatro, dança e ópera, trabalhou no jornal Estado de São Paulo (1969/71) e no Jornal da Tarde (1976 e 1983).

Como romancista, fez "E Depois, no Exílio" (Edições Bloch), lançado em 1968, que lhe valeu o Prêmio Walmap, concorrendo com outros 143 escritores.

Em 1995, lançou "A Cerimônia da Inocência" (Top Books) e, em 2001, a biografia da atriz Dulcina de Morais (1908/96) e a "Fuga do Escorpião".

Em 2006 e 2007, Sérgio Viotti apresentou-se no teatro com a peça "O Dia que Raptaram o Papa", de João Bethencourt e, também em 2007, participou da novela "Duas Caras", da TV Globo, seu último trabalho na televisão.

Sérgio Viotti morreu, aos 82 anos, na manhã do dia 26 de julho de 2009 em decorrência de uma Parada Cardiorrespiratória, em São Paulo. De acordo com o comunicado divulgado pelo Hospital Samaritano, o ator estava internado desde o dia 19 de abril. Ele tinha sofrido uma parada cardíaca durante a festa de casamento do filho da escritora Maria Adelaide Amaral.

Fonte: Dramaturgia Brasileira - In Memoriam

Marcos Cesana

MARCOS CESANA
(44 anos)
Ator, Dramaturgo e Roteirista de TV

* São José do Rio Preto, SP (1966)
+ São Paulo, SP (18/05/2010)

Ficou conhecido do público ao participar de mais de cem filmes publicitários, incluindo campanhas memoráveis, como coadjuvante do Baixinho da Kaiser e o Porteiro Zé, para Porto Seguro, dentre outros. Também apareceu em anúncio impresso em campanha para os Correios.

A versatilidade de Marcos Cesana incluiu ainda trabalhos no rádio como imitador em programa humorístico e locutor de spots.

Em teatro, Marcos Cesana atuou em diversos espetáculos, dentre os quais as peças "Vernissage", de Vladislak Havel, "Terrorismo", dos irmãos Presniakov, "Ricardo III", dirigida por Jô Soares, "Felizes Para Sempre" (2007) e "Charutos" (2007).

Marcos Cesana é autor das peças "Desamparo" que ficou em cartaz, em 1999, no Centro Cultural São Paulo (CCSP) e "Ninguém Fala de Amor Como Você", encenada em 2003.

No cinema, Marcos Cesana atuou em curtas e longas-metragens, com diretores como Laís Bodansky, "Bicho de Sete Cabeças" e "Chega de Saudade", João Batista de Andrade, "Veias e Vinhos", e Hermano Penna, "Vôo Cego, Rumo Sul".

Integrou o elenco das novelas "Da Cor do Pecado" (2004) e "Cidadão Brasileiro" (2006). Na televisão, participou, também, do teleteatro "Quando as Máquinas Param", na TV Cultura.

Marcos Cesana também é personagem principal do longa-metragem "Jardim Europa", de Mauro Baptista Vedia.

Ainda no cinema, Marcos Cesana foi o roteirista do filme "Olho de Boi" (2007).

Entre 2007 e 2008, esteve em cartaz com a peça "A Festa de Abigaiu". Ainda em 2008, Marcos Cesana participou do seriado "Casos e Acasos", da TV Globo.

Entre 2008 e 2010, Marcos Cesana participou da peça "A Alma Boa de Setsuan".

Em 2010, esteve nas telas dos cinemas no filme "Lula, O Filho do Brasil" e na televisão na da série "9mm: São Paulo" do canal de TV a cabo FOX.


Morte

Marcos Cesana morreu na madrugada do dia 18/05/2010, aos 44 anos, em consequência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Marcos Cesana estava internado no Hospital Samaritano, em São Paulo, desde o dia 08/05/2010.

Segundo nota divulgada pelo hospital, Marcos Cesana faleceu em "decorrência de complicações cardiorrespiratórias secundárias a uma hemorragia por ruptura de aneurisma cerebral".

O corpo do dramaturgo foi velado no Cemitério São Pedro e cremado no Cemitério de Vila Alpina.

Marcos Cesana era casado e deixou dois filhos, André, de 13 anos, e Leon, de 1 ano.

Marcos Cesana estava em cartaz no teatro com a peça "A Alma Boa de Setsuan", de Brecht, que ele mesmo adaptou, ao lado de Marco Antonio Braz, diretor do espetáculo, e que tem Denise Fraga e Ary França no elenco. Denise Fraga, que o conheceu em 2004, também trabalhou com ele no quadro "Retrato Falado", do Fantástico, na TV Globo.

O último filme em que trabalhou foi "Reflexões de um Liquidificador", quarto longa de André Klotzel.


Cinema


  • 2001 - Bicho de Sete Cabeças ... Interno Bil
  • 2003 - Noventa Milhões em Ação (Curta-Metragem)
  • 2006 - Veias e Vinhos - Uma História Brasileira
  • 2007 - Chega de Saudade ... Garçom Gilson
  • 2009 - Lula, o Filho do Brasil ... Feitosa
  • 2009 - Reflexões de um Liquidificador ... Carteiro


Televisão


  • 2006 - Cidadão Brasileiro ... Pereira
  • 2008 - Casos e Acasos (Episódio "A Escolha, a Operação e a Outra")
  • 2008 - 9mm: São Paulo ... Tavares (13 Episódios - 2008-2009)
  • 2009 - A Grande Família ... Farofa (Episódio "Nem Tuco Está Perdido")


Roteirista


  • 2008 - Olho de Boi (2008) - Vencedor do Kikito de melhor roteiro no Festival de Gramado



Ivan Setta

IVAN SETTA
(55 anos)
Ator e Dramaturgo

☼ Rio de Janeiro, RJ (01/02/1946)
┼ Rio de Janeiro, RJ (06/04/2001)

Ivan Setta foi um ator e dramaturgo brasileiro. Popularmente conhecido como um grande intérprete de bandidos, o ator começou a carreira no teatro em 1966. A estréia aconteceu em peças infanto-juvenis no Teatro Tablado, sob a direção de Maria Clara Machado.

A partir da década de 70, Ivan Setta passou a atuar também no cinema. Entre os destaques estão "Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia" (1977), "A Dama do Lotação" (1978) e "Tiradentes" (1999).

Em 1973 Ivan Setta descobriu outra vocação e virou dramaturgo. Escreveu, junto com sua irmã, Vera Setta, e com Dudu Continentino, a peça "Verbenas de Seda".

Mas foi na televisão que Ivan Setta tornou-se popular e ganhou a fama de mau. Nove entre dez de seus personagens eram vilões. Participou de sucessos como "O Rebu" (1974), "Senhora" (1975), "Sem Lenço, Sem Documento" (1977), "Feijão Maravilha" (1979) e "Roque Santeiro" (1985). O último trabalho na televisão foi em 1997 na extinta Rede Manchete, na novela "Mandacaru".

Ivan Setta é tio de Morena Baccarin, que em 2009 estrelou a série "V", que foi ao ar pela ABC nos Estados Unidos e estreou em abril de 2010 no Brasil pela Warner Channel.

Ivan Setta  morreu vítima de câncer generalizado em 06/04/2001, aos 55 anos, no Instituto Nacional do Câncer. Ele deixou a viúva Sandra Schaeppi e quatro filhos. Entre eles, a caçula Rebecca, de apenas cinco meses de idade.

Ivan Setta, Felipe Carone e Olney Cazarré (1979)
Televisão
  • 1974 - O Rebu ... Morel
  • 1975 - Senhora ... Tadeu
  • 1976 - Anjo Mau ... Bodoque
  • 1977 - Sem Lenço, Sem Documento ... Bilé
  • 1978 - Sítio do Pica-Pau Amarelo ... Burro Falante
  • 1978 - Viva o Gordo (Vários Personagens)
  • 1979 - Feijão Maravilha ... Coruja
  • 1982-1986 - Os Trapalhões (Várias Personagens)
  • 1983 - Bandidos da Falange ... Sousa
  • 1984 - Meu Destino é Pecar ... Rubens
  • 1984 - Padre Cícero ... Encourado
  • 1985 - Grande Sertão: Veredas ... Aristides
  • 1985 - Roque Santeiro - Ator que vive Navalhada no filme de Gérson (Participação Especial)
  • 1986 - Caso Especial (Estrela do Mar)
  • 1987 - Corpo Santo ... Pé Frio
  • 1988 - Olho Por Olho ... Edgar
  • 1989 - Kananga do Japão ... Graciliano Ramos
  • 1989 - Que Rei Sou Eu ... Soldado
  • 1990 - Araponga ... Preá
  • 1990 - Escrava Anastácia ... Mercador de Escravos
  • 1992 - Tereza Batista ... Vavá
  • 1993 - Guerra Sem Fim ... Sandro Neném
  • 1993 - O Marajá ... Lúcio C. Vulgo
  • 1993 - Sex Appeal
  • 1994 - Confissões de Adolescente ... José Carlos
  • 1994 - Clube do Seu Boneco
  • 1997 - Mandacaru ... Maritaca


Cinema
  • 1967 - A Espiã Que Entrou Numa Fria
  • 1970 - A Dança das Bruxas
  • 1970 - Anjos e Demônios
  • 1970 - Pais Quadrados, Filhos Avançados
  • 1975 - As Aventuras Amorosas de um Padeiro
  • 1975 - A Extorsão
  • 1977 - Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia
  • 1978 - Se Segura, Malandro!
  • 1978 - A Dama do Lotação
  • 1983 - Um Sedutor Fora de Série
  • 1983 - O Mágico e o Delegado
  • 1985 - Além da Paixão
  • 1986 - Fulaninha
  • 1987 - Romance da Empregada
  • 1987 - Churrascaria Brasil
  • 1990 - Corpo em Delito
  • 1992 - Kickboxer 3: The Art Of War
  • 1996 - Sombras de Julho
  • 1996 - Sambólico
  • 1999 - Tiradentes

Fonte: Wikipédia

Nelson Rodrigues

NELSON FALCÃO RODRIGUES
(68 anos)
Dramaturgo, Jornalista e Escritor

* Recife, PE (23/08/1912)
+ Rio de Janeiro, RJ (21/12/1980)

"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou e sempre fui um anjo pornográfico."
(Nelson Rodrigues)

Nascido na capital pernambucana e quinto de quatorze irmãos, Nelson Rodrigues mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança, onde viveria por toda sua vida. Seu pai, o ex-deputado federal e jornalista Mário Rodrigues, perseguido politicamente, resolveu estabelecer-se na então capital federal em julho de 1916, empregando-se no jornal Correio da Manhã, de propriedade de Edmundo Bittencourt.

Segundo o próprio Nelson Rodrigues em suas memórias, seu grande laboratório e inspiração foi a infância vivida na Zona Norte da cidade. Dos anos passados numa casa simples na Rua Alegre, 135, atual Rua Almirante João Cândido Brasil, no bairro de Aldeia Campista, saíram para suas crônicas e peças teatrais as situações provocadas pela moral vigente na classe média dos primeiros anos do século XX e suas tensões morais e materiais.

Sua infância foi marcada por este clima e pela personalidade do garoto Nelson Rodrigues. Retraído, era um leitor compulsivo de livros românticos do século XIX. Nesta época ocorreu também para Nelson Rodrigues a descoberta do futebol, uma paixão que conservaria por toda a vida e que lhe marcaria o estilo literário.

Na década de 1920, Mário Rodrigues fundou o jornal A Manhã, após romper com Edmundo Bittencourt. Seria no jornal do pai que Nelson Rodrigues começaria sua carreira jornalística, na seção de polícia, com apenas 13 anos de idade. Os relatos de crimes passionais e pactos de morte entre casais apaixonados incendiavam a imaginação do adolescente romântico, que utilizaria muitas das histórias reais que cobria em suas crônicas futuras. Neste período a família Rodrigues conseguiria atingir uma situação financeira confortável, mudando-se para o bairro de Copacabana, então um arrabalde luxuoso da orla carioca.

Apesar da bonança, Mário Rodrigues perderia o controle acionário de A Manhã para o sócio. Mas, em 1928, com o providencial auxílio financeiro do vice-presidente Fernando de Melo VianaMário Rodrigues fundou o diário Crítica.

Como cronista esportivo, Nelson Rodrigues escreveu textos antológicos sobre o Fluminense Football Club, clube para o qual torcia fervorosamente. A maioria dos textos eram publicados no Jornal dos Sports. Junto com seu irmão, o jornalista Mário Filho, Nelson Rodrigues foi fundamental para que os Fla-Flu tivessem conquistado o prestígio que conquistaram e se tornassem grandes clássicos do futebol brasileiro. Nelson Rodrigues criava e evocava personagens fictícios como Gravatinha e Sobrenatural de Almeida para elaborar textos a respeito dos acontecimentos esportivos relacionados ao clube do coração.

Adolescência e Juventude

Nelson Rodrigues seguiu os seus irmãos MíltonMário Filho e Roberto Rodrigues integrando a redação do novo jornal. Ali continuou a escrever na página de polícia, enquanto Mário Filho cuidava dos esportes e Roberto Rodrigues, um talentoso desenhista, fazia as ilustrações. Crítica era um sucesso de vendas, misturando uma cobertura política apaixonada com o relato sensacionalista de crimes. Mas o jornal existiria por pouco tempo.

Em 26/12/1929, a primeira página de Crítica trouxe o relato da separação do casal Sylvia Serafim e João Thibau Jr. ilustrada por Roberto Rodrigues e assinada pelo repórter Orestes Barbosa, e a matéria provocou uma tragédia. Sylvia Serafim, a esposa que se desquitara do marido e cujo nome fora exposto na reportagem invadiu a redação de Crítica e atirou em Roberto Rodrigues com uma arma comprada naquele dia. Nelson Rodrigues testemunhou o crime e a agonia do irmão, que morreu dias depois.

Mário Rodrigues, deprimido com a perda do filho, faleceu poucos meses depois. Sylvia Serafim, apoiada pelas sufragistas e por boa parte da imprensa concorrente de Crítica, foi absolvida do crime. Finalmente, durante a Revolução de 30, a gráfica e a redação de Crítica foram empastelados e o jornal deixou de existir. Sem seu chefe e sem fonte de sustento, a família Rodrigues mergulhou em decadência financeira.

Foram anos de fome e dificuldades para todos. Pouco afinados com o novo regime, os Rodrigues demorariam anos para se recuperarem dos prejuízos causados pela tuberculose.

Ajudado por Mário Filho, amigo de Roberto Marinho, Nelson Rodrigues passa a trabalhar no jornal O Globo, sem salário. Apenas em 1932 é que Nelson Rodrigues seria efetivado como repórter no jornal. Pouco tempo depois, Nelson Rodrigues descobriu-se tuberculoso. Para tratar-se, retirou-se do Rio de Janeiro e passou longas temporadas em um sanatório na cidade de Campos do Jordão. Seu tratamento foi custeado por Roberto Marinho, que conquistou a gratidão de Nelson Rodrigues pelo resto de sua vida. Recuperado, Nelson Rodrigues voltou ao Rio de Janeiro e assumiu a seção cultural de O Globo, fazendo a crítica de ópera.

Em 1940 casou-se com Elza Bretanha, sua colega de redação.

A partir da década de 1940, Nelson Rodrigues dividiu-se entre o emprego em O Globo e a elaboração de peças teatrais.

Em 1941 escreveu "A Mulher Sem Pecado", que estreou sem sucesso. Pouco tempo depois assinou a revolucionária "Vestido de Noiva", peça dirigida por Zbigniew Ziembinski e que estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro com estrondoso sucesso.

O teatrólogo Nelson Rodrigues seria o criador de uma sintaxe toda particular e inédita nos palcos brasileiros. Seus personagens trouxeram para a ribalta expressões tipicamente cariocas e gírias da época, como "batata!" e "você é cacete, mesmo!".

"Vestido de Noiva" é considerada até hoje como o marco inicial do moderno teatro brasileiro.

Maturidade

Em 1945 abandonou O Globo e passou a trabalhar nos Diários Associados. Em O Jornal, um dos veículos de propriedade de Assis Chateaubriand, começou a escrever seu primeiro folhetim, "Meu Destino é Pecar", assinado pelo pseudônimo Susana Flag. O sucesso do folhetim alavancou as vendas de O Jornal e estimulou Nelson Rodrigues a escrever sua terceira peça, "Álbum de Família".

Em fevereiro de 1946, o texto da peça foi submetido à Censura Federal e proibido. "Álbum de Família" só seria liberada em 1965.

Em abril de 1948 estreou "Anjo Negro", peça que possibilitou a Nelson Rodrigues adquirir uma casa no bairro do Andaraí, e em 1949 ele lançou "Doroteia".

Em 1950 passou a trabalhar no jornal de Samuel Wainer, o Última Hora. No jornal, Nelson Rodrigues começou a escrever as crônicas de "A Vida Como Ela É", seu maior sucesso jornalístico.

Na década seguinte, Nelson Rodrigues passou a trabalhar na recém-fundada TV Globo, participando da bancada da "Grande Resenha Esportiva Facit", a primeira mesa-redonda sobre futebol da televisão brasileira e, em 1967, passou a publicar suas memórias no mesmo jornal Correio da Manhã onde seu pai trabalhou cinquenta anos antes.

O Fim

Nos anos 70, consagrado como jornalista e teatrólogo, a saúde de Nelson Rodrigues começou a decair, por causa de problemas gastroenterológicos e cardíacos de que era portador. O período coincidiu com os anos da Ditadura Militar, que Nelson Rodrigues sempre apoiou. Entretanto, seu filho Nelson Rodrigues Filho tornou-se guerrilheiro e se passou para a clandestinidade. Neste período também aconteceu o fim de seu casamento com Elza Bretanha e o início do relacionamento com Lúcia Cruz Lima, com quem teria uma filha, Daniela, nascida com problemas mentais. Depois do término do relacionamento com Lúcia, Nelson Rodrigues ainda manteria um rápido casamento com sua secretária Helena Maria, antes de reatar seu casamento com Elza Bretanha.

Nelson Rodrigues faleceu numa manhã de domingo, 21/12/1980, aos 68 anos de idade, vítima de complicações cardíacas e respiratórias. Foi enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo.

No fim da tarde daquele mesmo dia ele faria treze pontos na Loteria Esportiva, num "bolão" com seu irmão Augusto e alguns amigos de O Globo.

Dois meses depois, Elza Bretanha atendia ao pedido do marido - de, ainda em vida, gravar o seu nome ao lado do dele na lápide de seu túmulo, sob a inscrição: "Unidos para além da vida e da morte. E é só".

Fonte: Wikipédia

Pedro Bloch

PEDRO BLOCH
(89 anos)
Médico, Jornalista, Compositor, Poeta, Dramaturgo e Autor de Livros Infanto-Juvenis

* Jitomir, Ucrânia (17/05/1914)
+ Rio de Janeiro, RJ (23/02/2004)

Pedro Bloch foi um médico foniatra, jornalista, compositor, poeta, dramaturgo e autor de livros infanto-juvenis, que consagrou-se como autor de mais de cem livros. Ele era naturalizado brasileiro.

Sua família imigrou para o Brasil no início do século XX. Estudou no Colégio Pedro II e posteriormente cursou a Faculdade Nacional de Medicina da Praia Vermelha atual Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Chegou a lecionar na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). É autor de mais de cem livros, muitos deles destinados ao público infanto-juvenil, como "Pai, Me Compra Um Amigo?", "Nesta Data Querida" e "Chuta O Joãozinho Para Cá". Escreveu também as peças teatrais "Dona Xepa" e "As Mãos De Eurídice".

Mais de 50 do seus livros foram inspirados quando ele atendia crianças, exercendo sua profissão de médico. A sua mais conhecida obra teatral, "As Mãos De Eurídice", estreou em 13/05/1950 e repetiu-se mais de 60 mil vezes, em mais de 45 países diferentes. Dois anos depois, escreveu outro sucesso teatral, "Dona Xepa", que até foi transformada em telenovela, na Rede Globo. Como jornalista, trabalhou na revista Manchete e no jornal O Globo. O interesse pelo teatro surgiu nas visitas que recebia dos grandes atores em sua própria casa.

Pedro Bloch morreu aos 89 anos de idade, vítima de insuficiência respiratória aguda, em seu apartamento em Copacabana. Foi enterrado no Cemitério Comunal Israelita do Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipédia

Gianfrancesco Guarnieri

GIANFRANCESCO SIGFRIDO BENEDETTO MARTINENGHI DE GUARNIERI
(71 anos)
Ator, Diretor, Dramaturgo e Poeta

☼ Milão, Itália (06/08/1934)
┼ São Paulo, SP (22/07/2006)

Gianfrancesco Guarnieri foi um importante ator, diretor, dramaturgo e poeta ítalo-brasileiro, foi um artista de destaque no Teatro de Arena de São Paulo e sua mais importante obra foi "Eles Não Usam Black-Tie", nascido em Milão, Itália, no dia 06/08/1934.

Por conta do Fascismo que tomava conta da Itália, seus pais, o maestro Edoardo Guarnieri e a harpista Elsa Martinenghi, decidiram vir para o Brasil em 1936 e se estabeleceram no Rio de Janeiro.

No início dos anos 1950 a família se mudou para São Paulo. Líder estudantil desde a adolescência, Guarnieri começou a fazer teatro amador com Oduvaldo Vianna Filho,Vianinha, e um grupo de estudantes de São Paulo, e em 1955 criaram o Teatro Paulista do Estudante, com orientação de Ruggero Jacobbi. No ano seguinte, o Teatro Paulista do Estudante uniu-se ao Teatro de Arena, fundado e dirigido por José Renato.

Teatro

Sua peça de estreia, como dramaturgo, foi "Eles Não Usam Black-Tie", encenada em 1958 pelo Teatro de Arena. A direção foi de José Renato e o elenco contou com grandes talentos que começavam a despontar no teatro brasileiro, como o próprio Guarnieri (no papel de Tião), com a estreia profissional de Lélia Abramo (Romana), Miriam Mehler (Maria), Flávio Migliaccio (Chiquinho), Eugênio Kusnet (Otávio), Francisco de Assis (Jesuíno), Henrique César (João), Celeste Lima (Teresinha), Riva Nimitz (Dalva) e Milton Gonçalves (Bráulio).

Programada para encerrar o trabalho do grupo, que vivia uma crise financeira, alcançou sucesso imenso, sendo um dos marcos da renovação do teatro brasileiro da época. A peça, o autor e o elenco foram premiados pelo então governador de São Paulo, Jânio Quadros, e o Teatro de Arena foi salvo da crise financeira que há tempos assolava o grupo. Paralelamente, o diretor Roberto Santos dava o pontapé inicial no Cinema Novo com o filme "O Grande Momento", protagonizado por Guarnieri e Miriam Pérsia, um clássico do nosso cinema.

Atento a isso, o diretor Sandro Polloni encomendou uma peça a Guarnieri para ser encenada pela companhia de Maria Della Costa, esposa de Sandro Polloni e de cuja companhia teatral ele era o diretor. Guarnieri saiu do Teatro de Arena por um tempo para poder realizar esse trabalho com Maria Della Costa e em 1959 veio à luz "Gimba, Presidente dos Valentes". Era o primeiro trabalho de Guarnieri em palco italiano e a direção ficou a cargo de Flávio Rangel.

Levava à cena de maneira pioneira a realidade dos morros cariocas, em forma de musical, inspirando-se em parte na sua própria experiência de vida. A encenação foi espetacular e a peça passou os meses seguintes excursionando pela Europa, sendo apresentada no Festival das Nações, na França.


"A Semente" estreou em 1961 no Teatro Brasileiro de Comédia e também contou com a direção de Flávio Rangel. A peça, de cunho abertamente político e inteiramente fora dos padrões do Teatro Brasileiro de Comédia, abordava de forma contundente a militância comunista, criticando tanto os métodos da direita quanto da esquerda.

Embora contasse com atores consagrados como Leonardo Villar, Cleyde Yáconis, Stênio Garcia e Nathália Timberg, além do próprio Guarnieri, entre outros, fosse uma montagem grandiosa e contasse com o aval da crítica, a peça teve problemas homéricos com a censura, o que acabou esfriando o interesse dos frequentadores do então chamado Templo Burguês do Teatro Paulista e a peça saiu rapidamente de cartaz. Nesse mesmo ano, ainda no Teatro Brasileiro de Comédia, Guarnieri participou de duas montagens de Flávio Rangel"Almas Mortas", de Nikolai Gogol e a primeira montagem de "A Escada", de Jorge Andrade.

Em 1962 ele voltou para o Teatro de Arena, não só como ator e autor, mas como sócio proprietário. José Renato se alternava entre vários trabalhos no Rio de Janeiro e em São Paulo, e o Teatro de Arena acabou se tornando uma sociedade entre Guarnieri, Augusto Boal, Paulo José, Juca de Oliveira e o cenógrafo Flávio Império. Juntos, eles participaram de várias peças nessa nova fase, como "A Mandrágora", de Nicolau Maquiavel (1962) e "O Melhor Juiz, o Rei" (1963), de Lope de La Vega.

"O Filho do Cão" (1964), primeiro texto de Guarnieri desde "A Semente", tratava da questão do misticismo religioso e da reforma agrária já em um turbulento contexto político, ano do Golpe Militar.


A partir desse momento, sua carreira, como a de todos os intelectuais ideologicamente filiados à esquerda, passou por momentos difíceis. Optou então por utilizar uma linguagem metafórica e alegórica que tomaria corpo em montagens como os musicais "Arena Conta Zumbi", tendo como destaque a música "Upa Neguinho" com parceria de Edu Lobo e "Arena Conta Tiradentes", feitos em parceria com Augusto Boal.

Na década seguinte daria prosseguimento a esse estilo em peças como "Castro Alves Pede Passagem" (1971), principalmente "Um Grito Parado No Ar" (1973), que encenava as dificuldades da classe artística naquele período, e "Ponto de Partida" (1976), onde utilizava uma vila da Idade Média como pano de fundo para focalizar a repressão a partir da morte do jornalista Vladimir Herzog, pontos capitais do teatro brasileiro nos anos 70.

Na década de 80, sua carreira como autor de teatro se tornaria cada vez mais esparsa, lançando poucos textos.

Em 1988 escreveu "Pegando Fogo Lá Fora"Em 1995 viria "A Canastra de Macário", que é o momento em que sua saúde lhe dá o primeiro susto, com um aneurisma na aorta.



Em 1998 escreveu, com o filho Cláudio, a peça "Anjo Na Contramão" e sua última peça foi "A Luta Secreta de Maria da Encarnação", realizada em 2001.

Gianfrancesco Guarnieri subiu num palco pela última vez no dia 15/08/2005, no mesmo Teatro Maria Della Costa, onde 46 anos antes apresentara a peça "Gimba". Fez o papel de Marcelo Belluomo na gravação da peça "Você Tem Medo do Ridículo, Clark Gable?", de Analy Alvarez, com direção de Roberto Lage, para o programa "Senta Que Lá Vem Comédia" da TV Cultura.

O programa contou com a participação das atrizes Arlete Montenegro, Sônia Guedes, André Latorre, Neuza Velasco e o ator Luiz Serra, e foi ao ar no dia 24/08/2005.

Escreveu, em 1960, o libreto da ópera "Um Homem Só", de Camargo Guarnieri.

Gianfrancesco Guarnieri foi parceiro musical de compositores como Adoniran Barbosa, Carlos Lyra, Edu Lobo, Toquinho e Sérgio Ricardo.

Televisão

A partir do final dos anos 50, passou a conciliar sua bem-sucedida atividade no teatro com uma presença cada vez maior na televisão e no cinema. Virou, assim, um dos nossos melhores e mais populares atores.

Na TV, atuou em novelas como "A Muralha" (1968) e "Mulheres de Areia" (1973), ambas de Ivani Ribeiro, "Éramos Seis" (1977), "Jogo da Vida" (1981), "Cambalacho" (1986), "Rainha da Sucata" (1990) e "A Próxima Vítima" (1995), todas de Sílvio de Abreu, "Sol de Verão" (1982), de Manoel Carlos, "Vereda Tropical" (1984), de Carlos Lombardi, "Mandala" (1987), de Dias Gomes e "Que Rei Sou Eu?" (1989), de Cassiano Gabus Mendes, além de minisséries como "Anos Rebeldes" (1992), de Gilberto Braga e "Incidente em Antares" (1994), de Nelson Nadotti e Charles Peixoto, baseada no livro homônimo de Érico Veríssimo.

O público mais jovem provavelmente o reconhece pelo papel do carinhoso e divertido avô Orlando Silva da série juvenil "Mundo da Lua" (1991), escrita por Flávio de Souza.

Cinema

No cinema, além de protagonizar "O Grande Momento", também participou de filmes como "O Jogo da Vida" (1976), de Maurice Capovilla, "Gaijin - Os Caminhos da Liberdade" (1980), de Tizuka Yamasaki, "Eles Não Usam Black-Tie" (1981), de Leon Hirszman (versão para sua peça em que dessa vez interpretou o pai sindicalista), filme que ganhou o Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza, "A Próxima Vítima" (1983), de João Batista de Andrade, "Beijo 2348/72" (1990), de Walter Rogério e "O Quatrilho" (1995), de Fábio Barreto.

Seu último filme foi "Contos de Lygia" (1998), em que contracenou com Nathália Thimberg sob direção de Del Rangel.

Família e Política

Gianfrancesco Guarnieri casou-se pela primeira vez em 1956 com a jornalista Cecília Thompson, com quem teve dois filhos, Paulo Guarnieri e Flávio Guarnieri, ambos atores. Com sua companheira dos últimos 40 anos Vanya Sant'Anna, teve mais três filhos, Cláudio, Mariana (que também seguiram carreira teatral) e Fernando Henrique.

Foi Secretário da Cultura da cidade de São Paulo entre 1984 e 1986, durante o governo de Mário Covas. Nessa oportunidade procurou valorizar as ações comunitárias.

Morte

No dia 02/06/2006 gravava no Teatro Oficina a telenovela "Belíssima", da TV Globo, em que interpretava o personagem Pepe, e sentiu-se mal, tendo sido internado no Hospital Sírio Libanês, onde veio a falecer de vítima de insuficiência renal crônica, cinquenta dias depois, no dia 22/07/2006, aos 71 anos.

Gianfrancesco Guarnieri foi sepultado no Cemitério Jardim da Serra em cerimônia particular na cidade de Mairiporã, SP, onde morava.

Trabalhos

Televisão

  • 1967 - O Tempo e o Vento ... Alonso São Romão (Padre Alonso)
  • 1967 - A Hora Marcada ... André Mourão Ferraz
  • 1968 - O Terceiro Pecado ... Alexandre Noronha (Professor Alexandre)
  • 1968 - A Muralha ... Leonel Olinto
  • 1969 - Os Estranhos ... Bernardo Moreira Castro
  • 1969 - Dez Vidas ... Tomás Antônio Gonzaga (O Dirceu)
  • 1970 - O Meu Pé de Laranja Lima ... Ariovaldo Camargo de Sousa
  • 1971 - Nossa Filha Gabriela ... Giuliano Ferreira de Nóbrega
  • 1972 - Signo da Esperança ... Emílio Duarte Mendes
  • 1972 - Camomila e Bem-Me-Quer ... Olegário Barbosa Santana
  • 1973 - Mulheres de Areia ... Antônio da Lua (Tonho da Lua)
  • 1974 - Os Inocentes ... Francisco Munhoz Lins (Chico)
  • 1977 - Éramos Seis ... Júlio Abílio de Lemos (Seu Júlio)
  • 1978 - Roda de Fogo ... Vitor Cursino Bueno (Drº Vitor)
  • 1979 - Cabocla ... Genésio de Jesus (Padre Genésio)
  • 1981 - Rosa Baiana ... Agenor Gomes Flores
  • 1981 - Jogo da Vida ... Manoel Vieira de Souza (Seu Vieira)
  • 1982 - Sol de Verão ... Caetano Otoni Bulhões
  • 1983 - Sabor de Mel ... Pedro Lopes Amaral (Pedrão)
  • 1984 - Vereda Tropical ... Jamil Beirut (Genaro)
  • 1986 - Cambalacho ... Jerônimo Machado (Jejê)
  • 1987 - Helena ... Walter Scott
  • 1987 - Mandala ... Túlio Silveira
  • 1989 - Que Rei Sou Eu? ... Petrus de Avillan (Rei Petrus II)
  • 1989 - Cortina de Vidro ... Arthur Medeiros Stuart
  • 1990 - Rainha da Sucata ... Irineu Saldanha (Saldanha)
  • 1991 - Mundo da Lua ... Orlando Silva (Vô Orlando)
  • 1991 - Vamp ... Geraldo Farias Gouveia (Delegado Gouveia)
  • 1992 - Anos Rebeldes ... Salviano Muniz (Drº Salviano)
  • 1993 - O Mapa da Mina ... Vicente Rocha
  • 1994 - Incidente em Antares ... Pedro Paulo Amorim (Pudim de Cachaça)
  • 1995 - A Próxima Vítima ... Eliseo Giardini
  • 1996 - Razão de Viver ... Alcides Werneck Borges
  • 1997 - Canoa do Bagre ... Juarez Braga Azevedo
  • 1998 - Serras Azuis ... José Gross (Drº Gross)
  • 1998 - Meu Pé de Laranja Lima ... Manuel Valadares (Portuga)
  • 1999 - Terra Nostra  ... Giulio Splendore
  • 2000 - Vidas Cruzadas ... Policarpo Quaresma
  • 2002 - Esperança ... Flávio Pellegrini
  • 2004 - Metamorphoses ... Eugênio Alencastro (Drº Eugênio)
  • 2005 - Belíssima ... Pedro Molina (Pepe)

Cinema

  • 1998 - Contos de Lygia
  • 1995 - O Quatrilho
  • 1990 - Beijo 2348/72
  • 1983 - A Próxima Vítima
  • 1981 - Eles Não Usam Black-Tie
  • 1980 - Asa Branca - Um Sonho Brasileiro
  • 1980 - Gaijin - Os Caminhos da Liberdade
  • 1976 - O Jogo da Vida
  • 1958 - O Grande Momento

Obras (Peças Teatrais)

  • 1958 - Eles Não Usam Black-Tie
  • 1959 - Gimba
  • 1960 - A Semente
  • 1964 - O Filho do Cão
  • 1964 - O Cimento
  • 1964 - História de um Soldado
  • 1965 - Arena Conta Zumbi
  • 1967 - Arena Conta Tiradentes
  • 1967 - A Criação do Mundo Segundo Ari Toledo
  • 1968 - Animália
  • 1969 - Marta Saré
  • 1971 - Castro Alves Pede Passagem
  • 1972 - Botequim
  • 1972 - Basta!
  • 1973 - Um Grito Parado no Ar
  • 1976 - Ponto de Partida
  • 1979 - Que País é Esse, Que Zorra!
  • 1979 - Crônica de um Cidadão Sem Nenhuma Importância
  • 1988 - Pegando Fogo... Lá Fora
  • 1994 - Que Fazer Leonel?
  • 1995 - A Canastra de Macário
  • 1998 - Anjo na Contramão
  • 2001 - Luta Secreta de Maria da Encarnação

Fonte: Wikipédia
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