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Mário Benvenutti

MÁRIO BENVENUTTI
(67 anos)
Ator, Diretor, Produtor e Roteirista

* São Paulo, SP (1926)
+ São Paulo, SP (13/11/1993)

Ator, diretor e produtor, Mário Benvenutti foi um dos atores mais atuantes do cinema brasileiro nas décadas de 60, 70 e 80, tendo participado de mais de 50 filmes. Foi um dos atores preferidos do diretor Walter Hugo Khouri que conheceu em 1963 e com quem fez cinco filmes: A Ilha, Noite Vazia, O Corpo Ardente, As Cariocas e As Deusas. Trabalhou também com muitos outros diretores famosos e ganhou o Saci de melhor ator de cinema em 1964 por seu papel em Noite Vazia.

Estreou no cinema em 1953 fazendo uma ponta em O Homem dos Papagaios, estrelado por Procópio Ferreira, mas sua carreira ganharia impulso a partir de 1960, quando faz Moral em Concordata, Conceição e Mulheres e Milhões.

Fazendo um filme atrás do outro, Mário Benvenutti só foi para a TV em 1975, quando na TV Tupi participou do elenco da novela Ovelha Negra. Na mesma emissora fez Cinderela 77 ao lado de Ronnie Von e Vanusa.

Participou de teleteatros e minisséries na TV Cultura e fez sucesso na Rede Globo como o Guido da novela Pão Pão, Beijo Beijo, onde fazia o chefe do núcleo italiano da novela e o pai das personagens de Maria Cláudia e Elizabeth Savalla.

Filmografia
  • 1987 - As Belas da Billings
  • 1987 - Prisioneiras da Selva Amazônica
  • 1984 - S.O.S. Sex-Shop
  • 1983 - Flor do Desejo
  • 1982 - Amado Batista em Sol Vermelho
  • 1982 - O Fuscão Preto
  • 1982 - Viúvas Eróticas
  • 1981 - Como Faturar a Mulher do Próximo
  • 1980 - Bordel - Noites Proibidas
  • 1980 - Os Indecentes
  • 1979 - Gugu, O Bom de Cama
  • 1979 - Mulheres do Cais
  • 1979 - Os Pankekas e o Calhambeque de Ouro
  • 1978 - Os Melhores Momentos da Pornochanchada
  • 1978 - A Noite dos Duros
  • 1977 - Nem As Enfermeiras Escapam
  • 1976 - As Desquitadas em Lua-de-Mel
  • 1976 - As Meninas Querem... Os Coroas Podem
  • 1975 - O Leito da Mulher Amada
  • 1975 - As Secretárias... Que Fazem de Tudo
  • 1974 - Adultério, as Regras do Jogo
  • 1974 - Macho e Fêmea
  • 1974 - O Supermanso
  • 1973 - Anjo Loiro
  • 1973 - Os Garotos Virgens de Ipanema
  • 1973 - Os Mansos
  • 1972 - Os Machões
  • 1972 - As Deusas
  • 1972 - Maridos em Férias, o Mês das Cigarras
  • 1971 - Como Ganhar na Loteria sem Perder a Esportiva
  • 1971 - Roberto Carlos a 300 Quilômetros Por Hora
  • 1970 - Ascensão e Queda de um Paquera
  • 1970 - Os Maridos Traem... E as Mulheres Subtraem
  • 1970 - Um Uísque Antes, Um Cigarro Depois
  • 1969 - Adultério à Brasileira
  • 1969 - As Armas
  • 1969 - Viver de Morrer
  • 1968 - Até Que o Casamento Nos Separe
  • 1967 - A Margem
  • 1966 - As Cariocas
  • 1966 - O Corpo Ardente
  • 1964 - Noite Vazia
  • 1963 - Crime no Sacopã
  • 1963 - A Ilha
  • 1961 - Tristeza do Jeca
  • 1961 - A Moça do Quarto 13
  • 1961 - Mulheres e Milhões
  • 1960 - Conceição
  • 1960 - Nudismo Não é Pecado
  • 1959 - Moral em Concordata
  • 1957 - Absolutamente Certo

Morte

Mário Benvenutti Faleceu aos 67 anos, vitima de um acidente automobilístico.


Sérgio Britto

SÉRGIO PEDRO CORRÊA DE BRITTO
(88 anos)
Ator, Diretor, Apresentador e Roteirista

* Rio de Janeiro, RJ (29/06/1923)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/12/2011)

Considerado um dos maiores atores do país, Sérgio Britto foi responsável pela direção de "Ilusões Perdidas", primeira telenovela produzida e exibida pela TV Globo. Apesar de seu pioneirismo na televisão, foi o teatro que o consagrou.

Filho de Lauro e Alzira, seu pai era funcionário público e sua mãe, dona de casa. Sérgio vivia com eles e o irmão, Hélio. Uma típica família da Vila Isabel daquela época: todos religiosos, tradicionais e conservadores.

A idéia de ser ator não passava por sua cabeça, tanto é que chegou a cursar até o sexto ano de medicina, na Faculdade da Praia Vermelha. Mas foi no teatro universitário amador, fazendo o papel de Benvoglio em "Romeu e Julieta", que Sérgio descobriu que o teatro seria sua vida. No ano de 1945 abandonou a medicina para se dedicar à sua paixão.

Sérgio foi o criador, diretor e ator do Grande Teatro Tupi, que foi ao ar por mais de dez anos com elenco no qual se destacam Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi, Nathalia Thimberg, Manoel Carlos, Fernando Torres, Zilka Salaberry, Aldo de Maio e Cláudio Cavalcanti. O teleteatro apresentou sob o seu comando repertório de mais de 450 peças dos maiores autores nacionais e estrangeiros. Depois de seis anos na extinta TV Tupi Rio, o Grande Teatro Tupi transfere-se, para a TV Rio e depois, por seis meses, para a TV Globo - um programa formador de plateia, referência na história da televisão e do teatro brasileiro. Na carreira teatral, mais de 90 espetáculos representados.


Em 1953, participou do primeiro elenco profissional do Teatro de Arena atuando em "Esta Noite é Nossa" de Stafford Dickens e direção de José Renato; e dirigindo "Judas em Sábado de Aleluia", de Martins Pena.

Ainda na década de 1950, fez parte da Companhia Maria Della Costa e do Teatro Brasileiro de Comédia, em que atua em "A Casa de Chá do Luar de Agosto, Rua São Luís, 27 - 8º Andar" e "Um Panorama Visto da Ponte", sua última incursão no grupo.

Em 1959, formou sua própria companhia teatral, o Teatro dos Sete, com Fernanda MontenegroÍtalo Rossi, Gianni Ratto, Luciana Petruccelli, Alfredo Souto de Almeida e Fernando Torres, e apresentou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro a histórica montagem de "O Mambembe", de Artur Azevedo.

Em 1960, especialmente para o Teatro dos Sete, Nelson Rodrigues escreveu "O Beijo no Asfalto".

Em 1963, dirigiu na TV Rio, "A Morta Sem Espelho" de Nelson Rodrigues.


Em 1964, dirigiu mais duas novelas: "Vitória e Sonho de Amor", esta última uma adaptação feita por Nelson Rodrigues do romance "O Tronco do Ipê", de José de Alencar, produzida pela TV Rio e exibida também em São Paulo pela TV Record.

Em 1965, juntamente com Líbero Miguel, dirigiu a primeira novela da Rede Globo, "Ilusões Perdidas", e no elenco estavam Emiliano Queiroz, Leila Diniz, Miriam Pires, Norma Blum, Osmar Prado, Reginaldo Faria, entre outros.

Em 1969, na TV ExcelsiorSérgio Britto dirigiu "A Muralha", de Ivani Ribeiro, baseada no romance de Dinah Silveira de Queiroz. A novela tinha no elenco Fernanda Montenegro, Mauro Mendonça, Rosamaria Murtinho, Stênio Garcia e Nathalia Thimberg.

Em 1971, ao lado de Fernanda Montenegro, atuou na peça "O Marido Vai à Caça" de Georges Feydeau, dirigido por Amir Haddad.

Em 1974, destaca-se como um dos intérpretes de "A Gaivota", de Anton Tchekhov, dirigida por Jorge Lavelli.


Em 1975, interpreta o Drº Facchini, grande sucesso da novela "Escalada" de Cassiano Gabus Mendes. A novela tinha no elenco Tarcísio Meira, Renée de Vielmond, Suzana Vieira, Ney Latorraca e Nathalia Thimberg.

Em 1976, atuou no novela "Anjo Mau", ao lado de Suzana Vieira, José Wilker, Renée de Vielmond, Pepita Rodrigues, Osmar Prado, entre outros. A novela de Cassiano Gabus Mendes foi exibida no horário das 19 horas e contou com 175 capítulos. Dirigida por Régis Cardoso e Fábio Sabag. "Anjo Mau" foi a penúltima novela em preto-e-branco exibida pela Rede Globo.

Em 1977, dirige Renata Sorrah, em parceria com Walter Scholiers, em "Afinal... Uma Mulher de Negócios", de Rainer Werner Fassbinder.

Em 1978, fundou o Teatro dos 4, na Gávea, como sempre com sua mania de números. E os quatro, na verdade eram três: Sergio Britto, Paulo Mamede e Mimina Roved. Durante quinze anos produziram dezessete espetáculos de teatro da maior importância, entre os quais: "Os Viciados", "Assim é Se Lhe Parece", "Tia Vânia", "O Jardim das Cerejeiras", e muitas outras...

Em 1982, atuou na novela "Paraíso", de Benedito Ruy Barbosa. Ao lado de Tereza Rachel e Ary Fontoura.

Ainda em 1982, juntamente com a fonoaudióloga Glorinha Beutenmuller, ajudou fundar a Casa de Arte das Laranjeiras, que hoje é considerada uma das escolas mais conceituadas na preparação do ator no Brasil.

Em 1985, está em "Assim é, Se Lhe Parece", de Luigi Pirandello, com direção de Paulo Betti.

Em 1985, atua ao lado de Rubens Corrêa e Ítalo Rossi em "Quatro Vezes Beckett", que marca o início da trajetória do diretor Gerald Thomas no Brasil.

Em 1986, atua com Tônha Carrero, na peça "Quartett", de Heiner Müller e sob direção de Gerald Thomas.

Em 1989, assume a direção artística do Centro Cultural do Banco do Brasil.

Em 1990, Sérgio Britto interpreta Antero Novaes, na novela "Pantanal", da extinta TV Manchete. O personagem era viciado em pôquer, morre no 15º capítulo da novela, quando está jogando com o neto e no jogo faz um royal street flash e morre de emoção.

Em 1993, na Rede Globo, participou de "Olho no Olho", onde interpretou o Padre João.

Em 1994, Sérgio Britto integrou o elenco da minissérie "Memorial de Maria Moura".

Em 1996, lança sua autobiografia "Fabrica de Ilusão: 50 Anos de Teatro". No mesmo ano, interpreta o Conde Valadares, na novela "Xica da Silva", da TV Manchete. A novela tinha Taís Araújo no papel principal.

No ano de 2000, o ator fez papel de Teodoro Oliveira de Barros, na novela "Vidas Cruzadas", da Rede Record.

Em 2003, com a direção de Domingos Oliveira estreou "Sérgio 80", um espetáculo-solo que falava sobre as suas experiências em seus 80 anos de vida.

Em 2008, interpreta Dom Pedro II no especial da Rede Globo, "O Natal do Menino Imperador". Escrito por Péricles de Barros, com direção geral de Denise Saraceni. No mesmo ano, com a peça "A Última Gravação de Krapp" e "Ato Sem Palavras I" de Samuel Beckett, ganhou o Prêmio Faz Diferença, do jornal O Globo como personalidade do teatro.

Em 2009, ganhou o Prêmio Shell de melhor ator, por "A Última Gravação de Krapp" e "Ato Sem Palavras I".

Em 2010, protagonizou juntamente com Suely Franco, a peça "Recordar é Viver", com direção de Eduardo Tolentino de Araújo. No mesmo ano, lança sua segunda autobiografia "O Teatro e Eu". Uma corajosa revisão de seus 86 anos de idade, dos quais 65 de carreira na televisão, cinema e, principalmente, no teatro. Também em 2010, por conta de uma cláusula de exclusividade no contrato com a Rede Globo, que Sérgio Britto não aceita, é substituido por Leonardo Villar, em "Passione".

Apresentou o programa semanal "Arte Com Sérgio Britto", na TV Brasil.

Morte

Sérgio Britto estava internado no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, desde o dia 14 de novembro com problemas cardíacos e faleceu às 6:35 hs do dia 17/12/2011 aos 88 anos de idade vítima de insuficiência respiratória aguda. A informação foi confirmada pela assessoria do Hospital Copa D’Or.

A presidente Dilma Rousseff divulgou nota sobre a morte do ator e diretor Sérgio Brito:

"Neste momento de perda para todos nós, brasileiros, quero me solidarizar com os parentes, amigos, companheiros de profissão e admiradores de Sérgio Brito. Ele destacou-se, ao longo de mais de seis décadas, como um dos mais consagrados atores e diretores do teatro brasileiro. Encarnou personagens inesquecíveis do teatro e na televisão. Na nossa TV Brasil, apresentou um programa sobre a arte da representação. É uma perda enorme para a vida cultural brasileira."
(Dilma Rousseff)

Cinema
  • 2006 - O Maior Amor do Mundo
  • 1991 - A Maldição do Sanpaku
  • 1986 - O Quebra-Nozes
  • 1977 - Na Ponta da Faca
  • 1976 - Gordos e Magros
  • 1973 - Caingangue
  • 1965 - O Desafio
  • 1965 - Society em Baby-Doll
  • 1954 - A Sogra
  • 1954 - Destino em Apuros
  • 1953 - O Homem dos Papagaios
  • 1953 - Uma Vida Para Dois
  • 1953 - Esquina da Ilusão
  • 1953 - Luz Apagada
  • 1952 - Modelo 19
  • 1951 - O Comprador de Fazendas

Televisão
  • 2008 - O Natal do Menino Imperador ... Dom Pedro II (Rede Globo)
  • 2000 - Vidas Cruzadas ... Teodoro (Rede Record)
  • 1999 - Chiquinha Gonzaga - Marquês de Caxias(Rede Globo)
  • 1998 - Serras Azuis ... Barão de Serras Azuis (Rede Bandeirantes)
  • 1997 - Direito de Vencer ... Giovanni Lucilli (Rede Record)
  • 1997 - A Indomada (Rede Globo)
  • 1996 - Xica da Silva ... Conde Valadares (Rede Manchete)
  • 1994 - Memorial de Maria Moura ... Eliseu (Rede Globo)
  • 1993 - Mulheres de Areia ... Psiquiatra (Rede Globo)
  • 1993 - Olho no Olho ... Padre João (Rede Globo)
  • 1991 - O Fantasma da Ópera ... Antônio Medeiros (Rede Manchete)
  • 1991 - O Farol ... Clemêncio (Rede Manchete)
  • 1990 - A História de Ana Raio e Zé Trovão ... Basílio (Rede Manchete)
  • 1990 - Pantanal ... Antero (Rede Manchete)
  • 1989 - Kananga do Japão ... Teodoro (Rede Manchete)
  • 1986 - Dona Beija ... Padre Aranha (Rede Manchete)
  • 1984 - Marquesa de Santos ... Visconde de Castro (Rede Manchete)
  • 1984 - Caso Verdade, Esperança ... Genaro (Rede Globo)
  • 1982 - Caso Verdade, Um Engano Mortal ... Delegado Alcântara
  • 1982 - Paraíso ... Norberto (Rede Globo)
  • 1980 - Olhai os Lírios do Campo ... Vicente Cintra (Rede Globo)
  • 1977 - Espelho Mágico ... Gastão Cortez / Benito (Rede Globo)
  • 1976 - Anjo Mau ... Téo (Rede Globo)
  • 1975 - Escalada ... Valério (Rede Globo)
  • 1974 - Supermanoela ... Jorge (Rede Globo)
  • 1974 - Mulher (Rede Globo)
  • 1969 - Sangue do Meu Sangue ... Tenente (TV Excelsior)
  • 1964 - Vitória (TV Rio)
  • 1964 - Sonho de Amor (TV Rio)
  • 1963 - Pouco Amor Não é Amor
  • 1963 - A Morta Sem Espelho (TV Rio)

Como Diretor
  • 1981 - Prima Belinha
  • 1970 - E Nós Aonde Vamos? (TV Tupi)
  • 1968 - A Muralha (TV Excelsior)
  • 1968 - O Terceiro Pecado
  • 1965 - Um Rosto de Mulher (Rede Globo)
  • 1965 - Ilusões Perdidas (Rede Globo)
  • 1965 - Paixão de Outono (Rede Globo)
  • 1965 - Coração

Fonte: Wikipédia e G1

Walter George Durst

WALTER GEORGE DURST
(75 anos)
Cineasta, Escritor e Roteirista de TV e Cinema

* São Paulo, SP (15/06/1922)
+ São Paulo, SP (24/08/1997)

Walter George Durst nasceu em 15 de junho de 1922 em São Paulo. Figura bonita, claro, de estatura mediana, sempre de óculos, estava na Rádio Tupi, emissora associada, quando da chegada da TV Tupi. Estudioso de cinema, idealizador do tipo de teleteatro que a emissora implantou e que ali reinou por muitos anos.

Associou-se a Cassiano Gabus Mendes, que era o diretor artístico da televisão pioneira, Dionísio Azevedo, Silas Roberg, Álvaro de Moya, Lima Duarte e aquele grupo é que tornou-se responsável pela teledramaturgia da TV Tupi.

Walter Durst, sempre educado e de fala mansa, ao lado de Dionísio Azevedo principalmente, fazia as adaptações dos grandes textos universais. É assim que lançavam as grande peças. Eram espetáculos de duas a três horas de duração que iam ao ar a noite em domingos alternados.

Uma ousadia atrás da outra, dada o pouco tempo de ensaio e de espaço nos estúdios. Mas o publico entendeu a proposta e respondia com audiência total. O TV de Vanguarda era programa obrigatório do público no domingo a noite e ficou no ar por 16 anos consecutivos.

Mas Walter Duart, o intelectual, foi contratado pela Colgate-Palmolive e sob orientação de Glória Magadan adaptou dramalhões estrangeiros, o que resultou em muitas críticas contra ele. Walter Durst, nesta época, já era casado com a atriz Bárbara Fazio e o casal teve dois filhos: Ella e Walter.

Depois da TV Tupi, Durst esteve na TV Bandeirantes, onde dirigiu Cacilda Becker. Foi para a TV Cultura onde se destacou na criação do Teatro 2 e do núcleo de teledramaturgia. Ligou-se também ao cinema, que era sua paixão e escreveu e dirigiu alternadamente: Toda a Vida em Quinze Minutos, A Carrocinha, O Sobrado e Paixão de Gancho.

Na TV Tupi escreveu O Pequeno Mundo de Dom Camilo, Cleópatra, O Sorriso de Helena, Gutiervitos, o Drama dos Humildes, Teresa, O Cara Suja, Olhos Que Amei, A Outra, A Cor de Sua Pele, Um Rosto Perdido e Meu Filho, Minha Vida.

Por fim, foi para a TV Globo, já em meados de 1975. Estourou, ao assinar as novelas: Gabriela e Mina, que lhe valeram dois prêmios APCA, seguidos, como o Melhor Autor de Novelas.

Escreveu em seguida O Homem Que Veio do Céu, Carga Pesada, Obrigado Doutor, Terras do Sem Fim e Anarquistas.

Foi para a TV Manchete e escreveu Tocaia Grande e no SBT escreveu Os Ossos do Barão.

Walter George Durst foi vitimado por um Câncer e faleceu em 24 de agosto de 1997.

Escreveu e trabalhou até o último dia de sua vida. Walter George Durst teve duas imensas paixões na vida: a teledramaturgia e a esposa Bárbara, que a seu lado esteve até os instantes finais. Morria ali um dos mais importantes personagens da televisão brasileira.

Fonte: Museu da TV

Flávio Colin

FLÁVIO BARBOSA MAVIGNIER COLIN
(72 anos)
Ilustrador, Desenhista e Roteirista de Histórias em Quadrinhos

☼ Rio de Janeiro, RJ (20/06/1930)
┼ Rio de Janeiro, RJ (13/08/2002)

Flávio Colin foi um ilustrador, desenhista e roteirista de histórias em quadrinhos nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 20/06/1930.

Profissionalmente, Flávio Colin começou a desenhar histórias em quadrinhos aos 26 anos, na Rio Gráfica Editora (RGE), no Rio de Janeiro, entre o período de 1956 a 1959.

Seus primeiros trabalhos foram para as revistas "X-9" (sem nenhuma ligação com o "Agente Secreto X-9" de Alex Raymond) e Enciclopédia, mas, na RGE, ele desenhou várias revistas como "O Cavaleiro Negro, Águia Negra" (ambas de copyright americano) e "As Aventuras do Anjo", transposição para os quadrinhos de uma radionovela que fazia muito sucesso na época.

Entre os artistas que mais influenciaram Flávio Colin estão Milton Caniff ("Terry e os Piratas"), Chester Gould ("Dick Tracy"), Alex Raymond ("Flash Gordon"), Burne Hogart ("Tarzan"), Harold Foster ("O Príncipe Valente"), entre outros.

Flávio Colin chegou a publicar material em vários países como Itália, Bélgica, Uruguai (Histórias gerais como "Tierra de Historias") e Portugal pela Meribérica.

Morte

Flávio Colin morreu na terça-feira, 13/08/2002, às 5h00, aos 72 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de insuficiência respiratória. O maior desenhista de histórias em quadrinhos desse imenso país partiu, deixando por aqui inúmeros fãs, que jamais esquecerão da alegria que suas obras proporcionaram ao longo de mais de cinco décadas.

 Trabalhos

  • Revista O Anjo (RGE)
  • Revista Vigilante Rodoviário
  • Vizunga
  • Em 1994 desenhou para a Otacomix a revista Hotel do Terror. Que junto com a nova Spektro, não passaram do número 1.
  • Fawcett (Editora Nona Arte, depois republicada pela Devir Livraria)
  • Estórias Gerais (com roteiro de Wellington Srbek)
  • A Guerra dos Farrapos
  • Fantasmagoriana
  • Mapinguari e Outras Histórias
  • Flavio Colin: Filho do Urso e Outras Histórias
  • Mulher-Diabo no rastro de Lampião (Nova Sampa), em parceria com o roteirista Ataíde Braz
  • O Boi das Aspas de Ouro
  • O Curupira
Revistas

  • O Grande livro do Terror (anos 1970)
  • Neuros
  • Prótons
  • Sertão e Pampas
  • Calafrio
  • Mestres do Terror
  • Mundo do Terror
  • Inter Quadrinhos (Editora Ondas)

Revista Spektro

  • Os Bonecos Africanos (com roteiro de Hélio do Soveral)
  • O Matador de Lobisomens
  • Hotel Nicanor

Gilberto Garcia

ANTÔNIO GILBERTO GARCIA COSTA
(60 anos)
Ator e Roteirista

* Uberlândia, MG (1936)
+ Goiânia, GO (1996)

Conheceu Moacyr Franco ainda jovem, com quem formou uma dupla e juntos foram para Ribeirão Preto, onde iniciaram a carreira artística.

Trabalhou como roteirista dos programas Moacyr Franco Show, Chico Anysio Show, Os Trapalhões, entre outros.

No cinema trabalhou no roteiro do filme O Cinderelo Trapalhão. Como ator fez o filme Ninguém Segura Essas Mulheres e a novela Vejo a Lua no Céu. Foi produtor de elenco da Rede Globo no final dos anos 70.

Gilberto estreou na Rádio PRA-7 em 1956 tendo sido apadrinhado por Aloysio Silva Araújo, participando de um programa juvenil apresentado por Wilson Gasparini. Gilberto cantava músicas francesas neste programa. Estreou como ator de televisão no Programa Miss Campeonato em 1960.

Em 1994 possuia junto com Moacyr Franco uma empresa de criação e exportação de peixes no Centro Oeste brasileiro.

Foi casado com Dirce Engracia Prieto com quem teve quatro filhos: Rosana Garcia, Isabela Garcia, Ricardo Garcia e Gilberto Garcia. Era tio da atriz Vanessa Prieto.

Tevisão

1960 - Miss Campeonato
1970 - Moacyr Franco Show
1974 - O Espigão
1976 - Vejo a Lua no Céu
1979 - Os Trapalhões

Faleceu vítima de Infarto.

Fonte: Wikipédia

Cassiano Gabus Mendes

CASSIANO GABUS MENDES
(64 anos)
Ator, Autor, Roteirista, Sonoplasta, Contra-Regra, Diretor e Radialista

☼ São Paulo, SP (29/07/1929)
┼ São Paulo, SP (18/08/1993)

Cassiano Gabus Mendes foi pioneiro da televisão brasileira nascido em São Paulo, SP, no dia 29/07/1929. era filho do radialista Otávio Gabus Mendes e pai dos atores Cássio Gabus Mendes e Tato Gabus Mendes.

Foi um profissional extremamente versátil, tendo sido ator, roteirista, diretor, produtor, sonoplasta, contrarregra e autor de telenovelas. Antes da inauguração da televisão no Brasil, Lima Duarte fora escolhido para ser o principal diretor da futura TV Tupi, mas recusou. Cassiano Gabus Mendes foi a segunda opção e tornou-se assim o primeiro diretor artístico da televisão brasileira, comandando a TV Tupi por mais de uma década.

Na primeira década criou vários programas que entraram para a história da televisão, como "TV de Vanguarda" e "Alô Doçura". Após uma breve passagem pela TV Excelsior em 1967, voltou à TV Tupi e concebeu outro marco, a telenovela "Beto Rockfeller" (1968).

Com a decadência da TV Tupi passou brevemente pela TV Cultura antes de chegar à Rede Globo, na qual só encontrou vaga como autor de novelas. Como não havia melhor opção, aceitou e se tornou um dos maiores autores do gênero. Cassiano Gabus Mendes dizia que a vantagem de ser um autor era a de que não precisava comparecer à emissora diariamente.


A crítica demorou a reconhecer o brilhantismo de Cassiano Gabus Mendes. Suas novelas eram vistas como exibições fúteis do conflito entre ricos e pobres, até se começar a notar que Cassiano Gabus Mendes, na verdade, era um amargo observador da mesquinharia humana, e que a futilidade dos personagens era vista com um olhar impiedoso e cruel. Cassiano Gabus Mendes não admirava nem um pouco seus personagens, eles eram um retrato amargo de uma sociedade vazia e superficial.

A novela "Anjo Mau" (1976) foi seu sucesso mais popular, protagonizado por Suzana Vieira e que ganharia um remake 21 anos depois, desta vez protagonizado por Glória Pires e adaptado por Maria Adelaide Amaral. O remake também foi bem sucedido, mesmo não repetindo o estrondoso sucesso da versão original, que, segundo consta, contava até com o ex-presidente Juscelino Kubitschek como fã.

Embora tenha escrito sucessos nos anos 70, como "Locomotivas" (1977) e "Marron Glacê" (1979), se consagrou mesmo na década seguinte, conseguindo grandes êxitos de público e crítica com inesquecíveis tramas do horário das 19h00, como "Elas Por Elas" (1982), "Ti Ti Ti" (1985-86), "Brega e Chique" (1987) e principalmente "Que Rei Sou Eu?" (1989). Essa última era uma inteligente sátira em forma de aventura, capa e espada, à situação política do Brasil no final do Governo Sarney.

Escreveu também duas novelas para o horário nobre, "Champagne" (1983) e "Meu Bem, Meu Mal" (1990).


Sua grande característica era a de imprimir um delicioso tom irônico nos seus trabalhos, elaboradas e sofisticadas sátiras de costumes. Outro traço marcante era o de suas tramas raramente ultrapassarem o número de 30 personagens. Assim, todos participavam diretamente do segmento da ação principal.

Autores renomados, como Sílvio de Abreu e Carlos Lombardi, veem-no como uma grande influência. Carlos Lombardi até prestou uma homenagem a ele, escalando-o como ator em "Perigosas Peruas" (1992), Cassiano Gabus Mendes a essa altura não atuava há décadas. Inicialmente ele faria apenas uma participação especial, mas acabou ficando a novela inteira, embora depois confessasse não ter gostado da experiência.

Algumas de suas telenovelas foram reencenadas na TV Chilena. O remake de "Marron Glacê" (1979) fez tanto sucesso que teve uma segunda parte, o que não aconteceu com o original.

Seus dois filhos, Cássio Gabus Mendes e Tato Gabus Mendes são importantes atores brasileiros, bem como seu cunhado Luís Gustavo.

Cassiano Gabus Mendes morreu aos 64 anos, em São Paulo, SP, no dia 18/08/1993, vítima de um infarto do miocárdio, faltando menos de três semanas para o desfecho de sua última novela, "O Mapa da Mina" (1993).

Trabalhos

  • 2010 - Ti Ti Ti (Remake)
  • 1997 - Anjo Mau (Remake)
  • 1993 - O Mapa da Mina (Autor Principal)
  • 1992 - Perigosas Peruas (Co-autoria)
  • 1990 - Meu Bem, Meu Mal (Autor Principal)
  • 1989 - Que Rei Sou Eu? (Autor Principal)
  • 1987 - Brega e Chique (Autor Principal)
  • 1985 - Ti Ti Ti (Autor Principal)
  • 1984 - Champagne (Autor Principal)
  • 1982 - Elas Por Elas (Autor Principal)
  • 1980 - Plumas e Paetês (Autor Principal)
  • 1979 - Marron Glacê (Autor Principal)
  • 1978 - Te Contei? (Autor Principal)
  • 1977 - Locomotivas (Autor Principal)
  • 1976 - Anjo Mau (Autor Principal)
  • 1968 - Beto Rockfeller (Autor Principal)
  • 1966 - O Amor Tem Cara de Mulher (Autor Principal)
  • 1953 - 1964 - Alô Doçura (Autor Principal)

Fonte: Wikipédia

Carmen Santos

MARIA DO CARMO SANTOS GONÇALVES
(48 anos)
Atriz, Produtora, Roteirista e Diretora

* Vila da Flor, Portugal (08/06/1904)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/09/1952)

Maria do Carmo Santos Gonçalves nasceu em Vila da Flor, Portugal, em 08 de Junho de 1904 e chegou ao Brasil em 1912, aos oito anos de idade. Em 1919, com quinze anos de idade estreou no cinema no filme "Urutau", dirigido pelo americano William A. Jansen, com argumento de Francisco de Almeida Fleming e fotografia de Fausto Muniz.

A mais importante presença feminina no cinema brasileiro nos anos 20 e 30, Carmen Santos foi uma das incansáveis batalhadoras do nosso cinema, onde atuou como atriz, produtora, diretora e roteirista.

Carmen Santos foi uma pioneira. Depois de sua estréia como atriz em 1919, ela inaugura uma das mais importantes trajetórias de mulheres no cinema brasileiro, desempenhando nos anos seguintes inúmeras funções, como produtora roteirista e diretora.

Entre seus feitos, o mais notável foi a fundação, em 1933, com o suporte financeiro do marido - um rico empresário, a "Brasil Vox Film" - rebatizada em 1935 por "Brasil Vita Filme", responsável por clássicos do cinema brasileiro, como "Argila", em 1942, último filme do genial cineasta Humberto Mauro.

Como a outra Carmen famosa do nosso cinema, Carmen Santos também nasceu em Portugal, no dia 8 de junho de 1904, em Vila Flor – Distrito de Bragança, vindo para o Brasil com oito anos de idade.

Sua estréia no cinema se dá em "Urutau" dirigido pelo americano Willian Jansen, em 1919. Mas é só 10 anos após que Carmen Santos começa a ajudar a escrever a história do cinema brasileiro ao atuar em "Sangue Mineiro", de Humberto Mauro.

Sua associação com um dos mais geniais cineastas brasileiros resulta ainda em clássicos como "Favela dos Meus Amores", "Cidade-Mulher" e "Argila" - ela produzindo e interpretando, e ele dirigindo.

Carmen Santos levava para a tela a mesma determinação e garra com que defendia o cinema nacional. Seu maior sonho e projeto mais ambicioso foi adaptar a inconfidência para a tela do cinema. Em 1937 planeja "Inconfidência Mineira", em 1939 inicia os preparativos e em 1941 começa a filmar. Mas teve muitos problemas e só conseguiu concluí-lo em 1948. Carmen transforma sua realização numa grande obsessão e nela produz, roteiriza, dirige e atua. Entre concepção, filmagem e acabamento transcorreram onze anos. Sua personagem, Bárbara Heliodora é tão marcante quanto sua realizadora, mas o filme foi um retumbante fracasso, levando Carmen à falência, forçando-a a vender seus estúdios no início dos anos 50. Infelizmente, "Inconfidência Mineira" foi um fracasso e hoje encontra-se desaparecido.

Carmen Santos teve morte prematura, aos 48 anos,no dia 24 de setembro de 1952.

Os mais jovens talvez nem a conheçam mas com certeza encontrarão seu nome em qualquer publicação sobre a História do Cinema Brasileiro, porque Carmen ajudou fazer essa história.

Oduvaldo Vianna

ODUVALDO VIANNA
(80 anos)
Autor, Diretor, Produtor e Roteirista

* São Paulo, SP (27/02/1892)
+ Rio de Janeiro, RJ (30/05/1972)

Oduvaldo Vianna foi um autor, diretor, produtor e roteirista de teatro e cinema brasileiro, nascido em São Paulo, SP, no dia 27/02/1892.

Suas peças teatrais começaram a ser encenadas em 1916. Em 1919 faz sucesso com "O Almofadinha" pela Companhia Nacional de Comédias e "Vaudevilles" no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro. Do mesmo ano é a opereta "O Clube dos Pirrôs" pela Companhia Paschoal Segretto e as revistas "Viva a República" e "Flor da Noite".

Em 1921, Oduvaldo cria com o escritor Viriato Correia e o empresário Nicolino Viggiani uma companhia que se instala no Teatro Trianon, o mais importante do Rio na década de 1920. Eles encenam três peças de Oduvaldo, entre elas "Terra Natal", comédia sobre os costumes importados adotados na, então, Capital Federal, e dissolvem a companhia em um ano.

Em 1922 é um dos fundadores da Companhia Abigail Maia, com a própria atriz, e no ano seguinte passa a dirigir a Companhia Brasileira de Comédias.

Em 1931, dirige suas próprias peças como "Um Tostãozinho de Felicidade" e "Sorrisos de Mulher" na Companhia Brasileira de Espetáculos Modernos.

No mesmo ano passa a escrever para o principal ator da época, Procópio Ferreira, peças como "O Vendedor de Ilusões", "Feitiço, "Segredo", "Mas Que Mulher!" e "Fruto Proibido".


Sua consagração surge com "Amor", em 1933, com a Companhia Dulcina Durães Odilon. Ele mesmo dirigiu, com modernidades para a época, sua peça que defendia o divórcio para deixar os ex-cônjuges livres para novos amores.

Seu filme "Bonequinha de Seda" (1936), que ele dirigiu e roteirizou, tornou-se um clássico do cinema brasileiro.

Na segunda metade dos anos da década de 1930, ele dirige a Escola de Teatro Martins Pena. Na década seguinte chega ao rádio, onde passa a escrever radionovelas que ficam famosas, algumas chegam até a ganhar novas versões na televisão, anos depois.

Em 1963 recebe a Medalha de Honra ao Mérito, por mais de trinta anos dedicados ao teatro, dada pela Associação Brasileira de Críticos Teatrais.


Fonte: Wikipédia

Vianinha

ODUVALDO VIANNA FILHO
(38 anos)
Ator, Diretor, Dramaturgo, Roteirista, Ensaísta, Ativista Político e Animador Cultural

* São Paulo, SP (04/06/1936)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/07/1974)

Oduvaldo Vianna, filho, o Vianninha, como é comumente chamado – para diferenciá-lo do pai, também Oduvaldo Viana. Atuou profissionalmente no teatro, no cinema e na televisão, marcando sua presença constante inclusive na imprensa, em entrevistas e em artigos teóricos. Sua mãe, Deuscélia Vianna, conta que o marido foi registrar o filho que acabara de nascer na Casa de Saúde São José, no dia 4 de junho de 1936, em um cartório no Centro do Rio de Janeiro e, extremamente vaidoso, deu ao menino o nome de Oduvaldo Vianna. O escrivão, igualmente distraído, esqueceu de acrescentar o "filho". Vianninha ficaria com o mesmo nome do pai para o resto da vida.

O talento artístico e a ideologia, digamos, ele herdou dos pais, ambos ligados à dramaturgia e à militância política. Ele, jornalista, dramaturgo, cineasta e radionovelista; ela, radionovelista e escritora. Logo que nasceu, aos três meses, Vianninha já aparecia numa cena de Bonequinha de Seda e, com um ano, fazia o papel da protagonista quando criança em Alegria, dois filmes dirigidos por seu pai.

A militância política teve início aos 9 anos, quando em plena Avenida Ipiranga, na capital paulista, Oduvaldo e Deuscélia vão encontrá-lo distribuindo "santinhos", cabalando votos para o pai – candidato a deputado estadual pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), por São Paulo – gritando: "Votem em Oduvaldo Vianna, o candidato do povo!".

Esta cena arrancou lágrimas dos pais, orgulhosos com o entusiasmo do filho. Só mais tarde, em 1950, ele entraria para a União da Juventude Comunista. Ainda aos 10 anos, Vianninha tenta escrever uma história, Zé Galinha Ganha no Boxe, Perde no Amor, mas não passa do segundo capítulo.

Teatro Paulista do Estudante (TPE)

Como filhos de intelectuais famosos, Vianninha e Gianfrancesco Guarnieri foram convocados pelo partido para organizar um grupo de teatro amador no setor estudantil. Nasce, daí, o TPE, orientado pelo diretor italiano Ruggero Jacobbi, cuja primeira sede foi o apartamento dos Vianna (1954). Vianninha entrara para a Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie (1953), mas entusiasmado e envolvido com o teatro, onde atuava como ator, abandona o curso (1955), para grande tristeza do pai que o adverte: "Teatro não é profissão que sustente ninguém". O TPE se fundiria algum tempo depois com o Teatro de Arena (1956) – que existia desde 1953 sob a direção de José Renato – mas com administrações independentes.

Teatro de Arena

Vianninha estreia como ator, no elenco oficial do Arena, com a peça "Escola de Maridos", de Molière, atuando em diversas montagens. Mas é por seu trabalho em "Juno, o Pavão", de Sean O´Casey, que ele recebe os prêmios Saci e Governador do Estado como melhor ator coadjuvante (1956). Casa-se com Vera Gertel (1957), com quem já namorava desde o TPE. Escreve a peça "Bilbao, via Copacabana", e com ela ganha o Prêmio Caixa Econômica Federal.

O ano de 1958 foi muito importante para Vianninha: além de nascer seu primeiro filho, Vinícius Vianna, sua atuação em "Eles Não Usam Black Tie", de Gianfrancesco Guarnieri , com direção de José Renato, propicia-lhe grande sucesso, recuperando e levantando o Arena que estava para fechar. É iniciado, nessa época, o processo que levaria a uma verdadeira revolução na arte cênica brasileira. Com a entrada de Augusto Boal, o Arena ficou nas mãos da juventude, que queria um teatro popular voltado para a nossa realidade. Vianninha atua em "Gente Como a Gente", de Roberto Freire, e "Revolução na América do Sul", de Boal. Do Seminário de Dramaturgia surge "Chapetuba Futebol Clube" (1959), considerada a melhor peça do ano, e Vianninha recebe os prêmios Saci, Governador do Estado e da Associação de Críticos Teatrais do Rio de Janeiro.

Apesar de todo o sucesso, o Arena vivia um ambiente de desencontros, com atritos e divergências políticas. Vera Gertel, que acompanhou de perto o esfacelamento do grupo, conclui:

"O Arena ficara pequeno para o Vianna [...] que queria alguma coisa mais. [Ele sentia] a necessidade de aliar a política ao teatro ideológico, participante. [...] O Arena era um teatro burguês e ele queria fazer um teatro popular".

No CPC, o Homem Político

Vianninha desliga-se do Teatro de Arena de São Paulo e retorna ao Rio de Janeiro (1960), onde já estavam morando seus pais. O pontapé para uma nova etapa foi dado com a sua mais recente criação: A Mais-valia Vai Acabar, Seu Edgar, encenada na areninha da Faculdade de Arquitetura, na Urca, com músicas de Carlos Lyra e direção de Chico de Assis.

Para Vianninha, a alternativa era produzir conscientização em massa, em escala industrial, para fazer frente ao poder econômico que produz alienação em massa. Surge então o Centro Popular de Cultura (CPC), em 1961, que se liga à União Nacional dos Estudantes (UNE), com Vianninha, Carlos Estevam (assistente de Álvaro Vieira Pinto, do Iseb), Leon Hirszman, Francisco de Assis, Carlos Lyra, Armando Costa, Cacá Diegues, Arnaldo Jabor, Paulo Afonso Grisolli, Carlos Vereza, Joel Barcelos, Antônio Carlos Fontoura e, depois, Ferreira Gullar, Thereza Aragão, João das Neves, Pichin Plá e muitos outros. Vianninha atua no filme "Cinco Vezes Favela", no episódio dirigido por Cacá Diegues (1962).

Com o CPC foi criado o teatro de rua, que se apresentava em praças públicas, favelas, associações e sindicatos. Seu repertório era constituído por criações coletivas de esquetes relâmpagos e autos, como "Auto do Tutu", "Auto do Cassetete", "Auto dos 99%" ou de peças curtas, como "Brasil, Versão Brasileira", do próprio Vianninha, e "Miséria ao Alcance de Todos", de Arnaldo Jabor. "Quatro Quadras de Terra", escrita por Vianninha em 1963, ganha no ano seguinte o primeiro lugar no concurso de dramatização da Casa de las Americas (Cuba).

Com o golpe militar de 31 de março de 1964, Vianninha e a turma do CPC viram a invasão e o incêndio da UNE – com seu teatro recém-construído – tudo transformado em cinzas. Era o projeto de suas vidas que também desmoronava. Ainda em 1964, Vianninha voltaria a escrever duas telepeças: "O Matador" e "O Morto do Encantado Saúda e Pede Passagem", premiadas com o primeiro e o quinto lugares, respectivamente, em concursos no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Opinião: Uma Saída Musical

A situação do país alterara-se profundamente. Os ex-cepetistas formaram um grupo voltado para protestar contra a ditadura, um teatro de resistência que atingisse a classe média e os setores de oposição, tal como o Arena. O Opinião era formado pelo chamado Grupo dos Oito: Vianninha (liderando), Ferreira Gullar, Thereza Aragão, Armando Costa, Denoy de Oliveira, Paulo Pontes, João das Neves e Pichin Plá. Optaram por um show com músicas populares e texto escrito por Vianninha, Armando Costa e Paulo Pontes, abordando a vida de três personagens: uma moça de classe média da zona sul carioca, um favelado e um camponês. Os personagens falavam de seus conflitos sociais e discorrriam sobre os problemas do país. O elenco, composto por Nara Leão – depois substituída por Maria Bethânia – o sambista Zé Keti e o cantador maranhense João do Vale, contou com a direção de Augusto Boal. O show foi montado com muito sacrifício, no "shopping dos Antiquários", na Rua Siqueira Campos (Copacabana), no espaço antigamente ocupado pelo Arena de São Paulo. Opinião foi saudado pela imprensa como o acontecimento cultural mais importante do teatro brasileiro naquele ano. Uma verdadeira catarse. O espetáculo se constituiria em divisor de águas, como detonador da resistência cultural ao regime de exceção.

Em seguida, o grupo montaria "Liberdade, Liberdade" (1965), de Millôr Fernandes e Flávio Rangel, tendo à frente do elenco Paulo Autran, Tereza Rachel e Vianninha. Nesse mesmo ano, Vianna Filho escreveu "Moço em Estado de Sítio" – considerada pelo crítico Yan Michalski "uma obra de ruptura, com estrutura ousada, numa dinâmica cinematográfica" – que permaneceu no anonimato durante 12 anos, depois de sofrer censura e ter proibida a sua encenação. Outra peça proibida e censurada foi o musical de Vianna Filho e Armando Costa, "Brasil Pede Passagem". Os dois autores fizeram então, juntamente com Sérgio Cabral, "Samba Pede Passagem", em homenagem a Noel Rosa, com uma colagem de textos de autores famosos.

Nesse mesmo ano, Vianninha atuou no filme "Desafio", de Paulo César Saraceni. Porém, o Opinião continuava a toda e seria montada a peça "Se Correr o Bicho Pega, se Ficar o Bicho Come", cujo roteiro foi inicialmente escrito de forma coletiva. Mais tarde, os três atos foram estruturados por Vianninha, e Ferreira Gullar reescreveria o texto sob a forma de versos de cordel. A peça foi dirigida por Gianni Ratto (1965). Nosso crítico de plantão, Michalski, mais uma vez diria: "Surpreendente e agradabilíssima teatralidade do espetáculo, que mereceu o Prêmio Molière, como melhores autores do ano, e ainda os prêmios Saci e Governador do Estado de São Paulo, como melhor peça do ano".

Paralelamente, Vianninha escrevia uma peça que fugia na época dos objetivos e das propostas do grupo: "Mão na Luva" ficou guardada por 18 anos. Segundo Yan Michalski, o autor escreveu "um apaixonadíssimo poema de amor, recitado através de diálogos de um lirismo desesperado" (27/07/1966). Para o Opinião, ele escrevia, em parceria com Thereza Aragão, o show "Telecoteco Opus nº 1"; e sozinho, "Os Azeredos mais os Benevides", que lhe valeu Menção Honrosa no concurso do Serviço Nacional de Teatro (SNT). Atuou, ainda, em dois filmes – "A Derrota", de Mario Fiorani e "Mar Corrente", de Luís Paulino dos Santos – este último, ao lado de Odete Lara. Escreveu para o semanário Folha da Semana, ligado ao PCB, cujos redatores-chefes eram Sérgio Cabral e Maurício Azêdo.

O governo militar baixara uma portaria policialesca, que resultou na Semana de Protesto contra a Censura, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Isto, em 1967. A crise se estabeleceria no "Grupo Opinião", com a encenação de "Meia Volta Volver", de Vianninha. Nessa época, ele participava como ator em "A Saída? Onde Fica a Saída?", de Armando Costa, Antônio Carlos Fontoura e Ferreira Gullar (1968).

A Barra Começa a Pesar

Vianninha, Paulo Pontes e Armando Costa desligam-se do "Opinião" e se unem-se a Gianni Ratto e a Sérgio Fadel para formarem o Teatro do Autor Brasileiro (TAB). Estrearam com um musical, a revista "Dura Lex Sed Lex, no Cabelo só Gumex", que Vianninha escreveria em colaboração com Armando Costa e Paulo Pontes. O espetáculo não teve sucesso e o TAB fechou suas portas com dívidas no início de 1968.

Os teatros do eixo Rio-São Paulo entraram em greve de protesto por três dias. Artistas e intelectuais ocuparam as escadarias do Municipal carioca para denunciar o terrorismo cultural. Vianninha abriu uma faixa com os dizeres "Teatro brasileiro em greve contra a censura, pela cultura", improvisando comícios-relâmpago. Um crítico ferrenho seu comparece, surpreendendo a todos: Nelson Rodrigues.

Acontece a Passeata dos Cem Mil e a dissolução do Congresso da UNE, com a prisão de 700 estudantes. Vianna Filho escreveria, em meados desse ano, "Papa Highirte", vencendo o Concurso Nacional de Dramaturgia do SNT. Mas sua encenação foi proibida pela Censura, assim como a sua publicação, permanecendo 11 anos em silêncio.

Em dezembro de 1968 é editado o AI-5 e, a partir de 1969, a Lei de Segurança Nacional incluiria o banimento e até a pena de morte no país, com censura prévia nos jornais e nas revistas. Para Vianninha, a situação se tornara cada vez mais sufocante. Paulo Pontes decide então levá-lo para a TV Tupi, onde Bibi Ferreira apresentava o programa semanal "Bibi – Série Especial", numa época de muito preconceito – entre os intelectuais – contra a televisão.

Foi nesse clima que ele escreveria, para o teatro, "A Longa Noite de Cristal", conquistando o Prêmio Coroa como melhor texto de 1969. No ano seguinte, depois de estrear em São Paulo sob a direção de Celso Nunes, a peça conquista o Prêmio Molière em duas categorias: melhor autor e melhor diretor. Ainda em 1969, Vianninha – inspirado em scripts de seus pais para o rádio – escreveria "Brasil e Cia.", com os parceiros Armando Costa, Ferreira Gullar e Paulo Pontes.

Em 1970 casa-se com Maria Lúcia Marins. Atua ao lado de Glauce Rocha no filme "Um Homem sem Importância", de Alberto Salvá, e escreve "Corpo a Corpo", encenada no ano seguinte por Celso Nunes. Nesse mesmo ano, era escrita e encenada a sua peça "Em Família", dirigida por Sérgio Brito. Posteriormente, o texto seria transformado pelo autor em roteiro de filme, dirigido por Paulo Porto e merecedor da Medalha de Prata no Festival Internacional de Moscou (1971). O mesmo texto, reescrito em 1972 por Vianninha, teve seu título mudado para "Nossa Vida em Família". Nesse ano, há dois acontecimentos marcantes na vida do artista: a alegria pelo nascimento do segundo filho, Pedro Ivo e a tristeza pelo falecimento de seu querido pai, Oduvaldo Viana. Além disso, perderia o emprego na TV Tupi e, em contrapartida, teria uma nova peça encenada sob a direção de José Renato: "Allegro Desbum".

Convidado a trabalhar na TV Globo, passaria a sofrer pressões das "patrulhas ideológicas", que consideravam que o artista capitulara diante das tentações do sistema. Mas Vianninha responde: "Recusar-se a trabalhar em televisão em pleno século XX é, no mínimo, burrice". Vianninha começa, então, a fazer adaptações de obras clássicas para telepeças, no programa "Casos Especiais", da Globo: "Medéia", "Noites Brancas", "A Dama das Camélias" (com Gilberto Braga), "Mirandolina", "Ano Novo", "Vida Nova", "As Aventuras de uma Garrafa de Champanhe" (com Domingos Oliveira), além de adaptar um texto de sua autoria, "O Matador".

"A Grande Família" seria lançado em 1973, na mesma emissora, em forma de seriado. Baseado em uma sitcom americana, Vianninha escrevia os textos com Armando Costa e o programa tinha a direção de Paulo Afonso Grisolli. O diretor considera Vianninha como um dos que mais contribuíram para introduzir um conceito de dramaturgia brasileira na televisão.

Rasga Coração

No dia 11 de abril de 1973 – véspera de Vianninha ser operado para a retirada de um Tumor no Pulmão – nasce a filha Mariana Marins Vianna. Com uma aparente melhora, o artista passaria a se dedicar aos episódios de "A Grande Família", além de continuar pesquisando para o segundo ato de "Rasga Coração" e de atualizar uma comédia do pai, "O Homem que Nasceu Duas Vezes", rebatizada de "Mamãe, Papai Está Ficando Roxo!", que seria dirigida por Walter Avancini. Mas seu estado de saúde piora e, com a ajuda da TV Globo, Vianninha e sua mulher viajam para os Estados Unidos (fevereiro de 1974), para que ele se submeta a novo tratamento. Volta ao Brasil no final de março, 15 quilos mais magro, desenganado. Porém, como um obstinado, começa a ditar para um gravador o segundo ato de "Rasga Coração", que começara a escrever em 1971. Deuscélia fazia a transcrição, datilografava e levava para o filho corrigir à mão.

Vianninha piorou e foi internado no Hospital Silvestre. Mesmo em estado crítico, decidiu ainda concluir o programa-piloto de "Turma, Minha Doce Turma" para a Globo. Enquanto isso, a batalha empreendida por José Renato para liberar "Rasga Coração" fora perdida. Além de censurada, a peça teve sua encenação e publicação proibidas. Mesmo assim, "Rasga Coração" recebeu o primeiro prêmio no concurso do SNT, por unanimidade da banca, sendo liberada pela Censura apenas cinco anos depois. No prefácio da peça, escrito em 28/02/1972, o autor dedicaria ao "lutador anônimo político, aos campeões de lutas populares; preito de gratidão à ‘velha guarda’: à geração que me antecedeu, que foi a que politizou em profundidade a consciência do país".

Oduvaldo Vianna, filho, veio a falecer na manhã do dia 16 de julho de 1974, aos 38 anos. Sua obra "Rasga Coração" estreou em 21 de setembro de 1979 no Teatro Guaíra (Curitiba/PR). A crítica de teatro Ilka Zanotto assim descreveu a estreia:

"Recebeu, ao descer a cortina, 8 minutos de aplausos, uma apoteose. Na segunda noite, o público simplesmente se recusava a deixar o teatro, com aplausos intermináveis, gritos de 'bravo', lágrimas e abraços, numa fusão total entre palco e plateia, mergulhado numa catarse autêntica preconizada pelo velho Aristóteles".

Não poderia ter outro resultado: Prêmio Molière de 1979.

Nelson Rodrigues, um ultra-crítico de Vianninha, assim declarou: "Rasga Coração é uma das mais belas e fascinantes obras-primas do teatro brasileiro. Não posso ser mais conclusivo e definitivo". Vianninha foi um autor super-premiado – só o Molière, foram quatro – que revolucionou a arte cênica brasileira com uma dramaturgia que tem, pelo menos, duas obras-primas: "Rasga Coração" e "Papa Highirte". Ele buscou, infatigavelmente, imprimir sentido político à sua notável produção intelectual, vinculando-a, desde os primeiros escritos, aos deserdados, aos oprimidos e aos derrotados.

Em entrevista a Alfredo Souto de Almeida, Vianninha falou sobre a influência que recebeu do pai:

"Acho que aprendi sempre vendo meu pai ditar as peças dele, as novelas dele, durante toda a vida [...] E eu acho que foi através disso que fui muito influenciado, mesmo. Inclusive eu tenho a impressão de que a influência é direta até no tipo de tratamento, no tipo de diálogo, um pouco sincopado, uma série de coisas que meu pai teve como característica".

Carlos Estevam, um dos fundadores e dirigente do CPC, assim resumiu:

"Sei que vou dizer uma frase bombástica, mas não estou enganado ao guardar do Vianninha a certeza de que ele seria a espécie humana num futuro remoto. O homem evoluirá para ser como ele foi; alguém completamente disponível para as outras pessoas".

"Se tu queres ver a imensidão do céu e do mar/ refletindo a prismatização da luz solar/ rasga o coração, vem te debruçar/ sobre a vastidão do meu penar".
(Catulo da Paixão Cearense / Anacleto Medeiros)

Ele morreu de câncer com menos de 40 anos e em pleno sucesso profissional e estava casado pela segunda vez com Maria Lúcia Mariz, com quem teve dois filhos.

Fonte: Funarte