Bob Lester

EDGARD DE ALMEIDA NEGRÃO DE LIMA
(102 anos)
Cantor, Sapateador e Dançarino

☼ Santa Maria, RS (17/01/1913)
┼ Rio de Janeiro, RJ (06/11/2015)

Edgard de Almeida Negrão de Lima, nome artístico Bob Lester, foi um cantor, dançarino e sapateador brasileiro que se destacou nas décadas de 30 e 40.

Bob Lester nasceu Edgard de Almeida Negrão de Lima, em 17/01/1913, na cidade de Santa Maria, RS. Suas tendências musicais surgiram desde muito cedo, pois sua mãe Maria do Carmo era musicista de uma orquestra em Porto Alegre. Em meados da década de 30, ainda com o pseudônimo de Almeida, participou do programa de rádio "A Hora do Gongo", apresentado por Ary Barroso. Nas duas primeiras participações, por estar muito nervoso, acabou sendo gongado. Quando já pensava em desistir, amigos o convenceram a fazer uma terceira tentativa. E foi desta vez que Edgard recebeu a nota máxima do programa, sendo contratado para cantar e sapatear no Cassino da Urca, apresentando-se ao lado de artistas como Oscarito, Grande Otelo e da famosa vedete Mistinguett.

Bob Lester foi o primeiro sapateador do Cassino da Urca e nessa mesma época, atuou também em vários espetáculos do Copacabana Palace e do Quintandinha, em Petrópolis, RJ, além de ser contratado pela Rádio Cajuti.

Por volta de 1937, Bob Lester recebeu convite para atuar na Espanha e Portugal, mas acabou por conhecer toda a Europa numa excursão que fez com a orquestra "Suspiro de Espanha". De volta ao Brasil, o artista não ficou muito tempo por aqui.

Em 1942, viajou novamente para Portugal, Espanha e, finalmente, chegou aos Estados Unidos onde passou a residir. Bob Lester também se apresentou nos cassinos da França, Suíça, Itália, Escócia, Monte Carlos e Filadélfia e atuou como dançarino em espetáculos de Frank Sinatra, Bob Hope e Doris Day, realizados em New York. Foi também nos Estados Unidos que, por sugestão de Bob Hope, adotou o pseudônimo Bob Lester.

Bob Lester permaneceu no exterior por um bom tempo, mas, atendendo ao chamado de sua mãe que estava enferma e gostaria de vê-lo, retornou a seu país. Com o falecimento de sua progenitora, o artista decidiu não mais voltar aos Estados Unidos, embora ainda tenha se apresentado no Uruguai, (Teatro Solis), Paraguai (Clube Biguá), e em cassinos e emissoras de televisão da Argentina e da Bolívia. No Brasil, atuou com sucesso ao lado de ídolos populares como Leny Eversong, Trigêmeos Vocalistas e na Companhia Teatral de Procópio Ferreira. Com relação à gravação de músicas, não se encontra nenhum registro em nome de Bob Lester.

Mudando-se para o Rio Grande do Sul, Bob Lester começou a encontrar dificuldades para se apresentar, embora atuasse como jurado numa emissora de rádio local. Em inícios dos anos 60, foi contratado pelo empresário Fernando Eiras Morales para uma temporada na Argentina e Uruguai, e foi neste país que recebeu a trágica notícia do falecimento de sua família, esposa e duas filhas, num acidente automobilístico. O cantor nem mesmo conseguiu chegar a tempo para o enterro. Traumatizado, iniciou um longo período de tratamento em hospital psiquiátrico de Porto Alegre e, posteriormente, no Rio de Janeiro. Parcialmente recuperado, mas já arruinado financeiramente por seu último empresário, tentou sem êxito retornar ao estrelato do anos 30 e 40, apresentando-se em programas de TV que lhe renderam algumas homenagens.

Na década de 80, mais uma fatalidade abalou a vida de Bob Lester: Uma enchente no bairro de Jacarepaguá onde morava, deixou sua residência inabitável e destruiu quase todos os seus pertences, inclusive instrumentos musicais de trabalho, reportagens e material fotográfico trazidos dos Estados Unidos.

Por um longo período que começou em meados dos anos 80, o cantor foi completamente esquecido pelos meios de comunicação, apresentando-se esporadicamente em uma ou outra emissora de televisão.

Após se recuperar de um tumor na bexiga, já no início da década de 2000, Bob Lester retomou seus trabalhos, sendo assunto principal de várias revistas e jornais das pequenas cidades por onde se apresentou em praça pública, com seus shows de música, sapateado e imitações dos quais ainda sobrevivia.

O artista também voltou a marcar presença em programas de TV de grande audiência como o "Programa do Jô", "Mais Você", "Pânico na TV", entre outros, além de ser convidado para participar de apresentações de cantores nos mais variados estilos tais como Lobão e Agnaldo Timóteo.

Entre 2002 e 2004, Hanna Godoy e Mariana Silveira começam a produzir o curta metragem "Bob Lester". O filme, cujo roteiro foi premiado, traz o ator Stênio Garcia no papel principal, e exibe cenas com apresentações do conjunto "Bando da Lua". Por falta de verba, no entanto, somente em 2010 é que se pôde concluí-lo. A estréia se deu no Cine Odeon, na 20ª edição do Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, e contou com a presença do próprio Bob Lester e de Stênio Garcia.

Em dezembro de 2010, Bob Lester gravou a marchinha carnavalesca "Cuidado Com o Pereira", do cantor e compositor Luiz Henrique. A gravação foi um acontecimento inédito em sua carreira, já que o artista nunca havia gravado antes como solista.

Em 2011, com 98 anos, ao lado dos artistas Luiz Henrique e Marion Duarte, participou, cantando e sapateando, do show "Tributo ao Rei do Samba Sinhô", que foi apresentado em vários locais do Rio de Janeiro como o Salão Vip do Amarelinho da Cinelândia, o Teatro do SESC de Madureira e a Estudantina Musical da Praça Tiradentes.

Não tendo residência fixa, Bob Lester costumava viver entre Rio de Janeiro e São Paulo e, quando se encontrava no Rio de Janeiro, era de praxe que fizesse seus shows, aos finais de semana, na Praia do Arpoador. Segundo declarações do próprio Bob Lester, sobrevivia com a ajuda financeira de artistas amigos.

Morte

Bob Lester morreu na sexta-feira, 06/11/2015, vítima de insuficiência cardíaca, aos 102 anos de idade, no Rio de Janeiro. O enterro ocorreu no sábado, 07/11/2015, às 13:00 hs no Cemitério do Pechincha, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Bob Lester estava hospedado no Retiro dos Artistas, no Pechincha, com saúde debilitada. Foi internado na quarta-feira, 04/11/2015, no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Segundo a administradora do Retiro dos Artistas, Cida Cabral, era a terceira vez que Bob Lester ficava no retiro:

"Ele era um cidadão do mundo e não gostava de ficar parado. Morava na quitinete de um amigo em Niterói, mas estava muito debilitado. Então, o trouxeram para cá, na terça-feira passada. Infelizmente, na madrugada de quarta-feira, precisamos levá-lo às pressas para a emergência."

Controvérsias

O primeiro ponto obscuro na carreira de Bob Lester seria com relação à atuação do músico no "Bando da Lua", acompanhando Carmen Miranda, quando da estada da cantora nos Estados Unidos. Ruy Castro, autor da mais recente biografia de Carmen Miranda, em estrevista dada ao jornalista Adriano Quadrado, do Jornal da Cidade, nega a participação do artista no renomado conjunto. Nos livros já publicados sobre Carmen Miranda, pouquíssimas são as referências ao nome Bob Lester. No entanto na obra "Carmen Miranda, a Cantora do Brasil", Abel Cardoso Júnior, a respeito do grupo, relata que, a partir de 1944, "a troca de elementos foi constante", inclusive com a participação de alguns componentes do conjunto "Anjos dos Inferno". Somente por volta de 1949 é que o conjunto liderado por Aloísio de Oliveira, já com formação completamente diferente, passa a usar novamente o nome "Bando da Lua", o que inclusive em muito desagradou os primitivos componentes do conjunto.

Ao serem entrevistados pela Revista Manchete, de 27/05/2000, o pesquisador musical Ricardo Cravo Albin, o percussionista Vadeco, integrante da primeira formação do "Bando da Lua", e Ricardo Quartin, produtor musical de Frank Sinatra, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, endossam as palavras de Bob Lester, ao afirmarem que ele realmente tocou com Carmen MirandaRicardo Quartin inclusive não descarta a possibilidade de Bob Lester ter caído no ostracismo devido à grande inimizade entre ele e o líder do "Bando da Lua", Aloísio de Oliveira. Já Ricardo Cravo Albin esclarece que Bob Lester não foi uma figura permanente no grupo. Em matéria da Revista Contigo, publicada em 28/04/2010, Bob Lester confessa que não foi propriamente um componente do conjunto, com a seguinte afirmação sobre Carmen Miranda e o seu "Bando da Lua":

"É que eu subia ao palco com ela, acompanhado do Bando da Lua... isso sim... Fui amigo do pessoal todo."

E a essa conclusão também nos faz chegar a "Enciclopédia de Música Brasileira, Erudita e Folclórica Popular - Vol. 1" (Art Editora Ltda, 1977), em seu verbete sobre o artista:

"Em 1939, trabalhou em vários 'shows' nos cassinos da Urca, do Quitandinha de Petrópolis, RJ, e do Copacabana Palace Hotel. Acompanhou Carmen Miranda e o Bando da Lua quando a cantora foi para os Estados Unidos."

A segunda controvérsia é o fato de Bob Lester ter sido mesmo dançarino nos shows de Frank Sinatra. Alguns estudiosos contestam esta informação, no entanto, quando da vinda do astro americano ao Brasil, segundo matéria do jornal O Estado de S. Paulo, de 24/01/1980, Bob Lester, já em sua fase de penúria, foi reconhecido na rua pelo músico Shepard Coleman, da banda de Frank Sinatra. Jornalistas que presenciaram a cena, comoveram-se com a situação de Bob Lester e lhe compraram terno e sapatos para que ele pudesse assistir ao show de Frank Sinatra, e uma foto de Bob Lester sorrindo ao lado do grande artista americano foi imediatamente levada à suíte do cantor por um assessor zeloso, que também prometeu um encontro dos velhos companheiros, conforme reportagem da revista Veja, de 30/01/1980.

E, por fim, teríamos a polêmica no que se refere ao acidente automobilístico ocorrido com a família do cantor. Não é possível saber ao certo a data do ocorrido, muito menos quais os familiares que faleceram. As matérias que tratam sobre o assunto não são precisas. Acredita-se que o acidente tenha ocorrido antes de 1970, data em que a revista O Cruzeiro publicou uma grande reportagem sobre o artista e já relatando a fatalidade, cujos detalhes são narrados por um Bob Lester já abalado mentalmente. Outra hipótese seria a de que o próprio cantor é quem estaria dirigindo o automóvel e, por ter se sentido culpado pela morte da família, abdicou totalmente de sua existência, passando a viver como mendigo. Esta última hipótese, inclusive, justificaria a falta de precisão encontrada nas declarações do artista ao falar sobre este assunto.

Curiosidades

  • No inicio dos anos 90, Bob Lester passou por Blumenau e conseguiu com a prefeitura municipal, hospedagem, por três dias, no asilo municipal. Em retribuição, Bob Lester promoveu um show para todos os hospedes do asilo. Para que o show acontecesse a prefeitura de Blumenau pediu para que a banda Ximya de Ovo tocasse.
  • Com o falecimento do cantor de operetas Johannes Heesters, em 24/12-2011, Bob Lester passou a ser o mais velho cantor e sapateador em atividade no mundo.
  • De acordo com matéria publicada no jornal O Globo, de 22/05/2011, o hotel onde Bob Lester morava, era pago pelo cantor Roberto Carlos, fato que foi confirmado ao jornal pela assessoria de Roberto Carlos.
  • Em 24/08/2011, no Largo da Carioca, RJ, Bob Lester, aos 98 anos, levou uma surra de guardas municipais e foi parar no Hospital Souza Aguiar para tratar os ferimentos. Bob Lester tentava impedir que os guardas covardemente espancassem um camelô que estava trabalhando. O fato foi noticiado pelo jornal O Dia e pelas Rádio Globo e Rádio Nacional.
  • Em maio de 2013, Bob Lester deu entrevista ao programa de Antônio Carlos, da Rádio Globo do Rio de Janeiro, informando que, por ter sido cortada a ajuda que recebia da produção do cantor Roberto Carlos, não tendo mais como pagar sua hospedagem em hotel, conseguiu ser abrigado no Retiro dos Artista, em Jacarépagua, RJ, de onde teve que fugir logo em seguida, visto que lá não lhe davam a liberdade de sair quando quisesse.
  • Em 01/10/2013, Bob Lester foi assessorado por advogados voluntários na 5º DP, na Lapa, após sofrer devido a intoxicação por gás lacrimogênio ao participar de protesto na Câmara dos Deputados apoiando os professores. Ele emocionou a todos os presentes com a sua simpatia. 

Indicação: Miguel Sampaio

Felipe Pinheiro

FELIPE PINHEIRO
(33 anos)
Ator, Redator e Dramaturgo

☼ Rio de Janeiro, RJ (29/01/1960)
┼ Rio de Janeiro, RJ (01/11/1993)

Felipe Pinheiro foi ator e dramaturgo brasileiro. Estreou na TV participando do elenco do programa humorístico "TV Pirata" na TV Globo.

Teve uma carreira curta de apenas sete anos, mas se tornou um rosto conhecido do público por sua participação em várias campanhas publicitárias, a mais famosa delas a do Casal Unibanco.

Participou das minisséries "O Pagador de Promessas" (1988) e "Contos de Verão" (1993), e das novelas "Bebê a Bordo" (1988), "Vamp" (1991) e "Olho no Olho" (1993).

Pedro Cardoso e Felipe Pinheiro
A carreira de Felipe Pinheiro se desenvolveu mais no teatro, onde trabalhou por 11 anos ao lado do ator Pedro Cardoso, atuando, roteirizando, produzindo e dirigindo várias peças do estilo "besteirol" como "A Porta" e "C de Canastra". Como redatores, a dupla também fez parte do time de grandes nomes do humor que escreviam os quadros do famoso programa "TV Pirata", um marco do humorismo televisivo brasileiro.

Sua única experiência no cinema acabou sendo o seu último trabalho, o filme "O Judeu", onde interpretava o personagem principal. O filme só foi concluído e exibido alguns anos depois da sua morte.

Felipe Pinheiro participou também de muitos comerciais para a televisão.

Ele morreu repentinamente, em seu apartamento, no Jardim Botânico, no dia 01/11/1993, vítima de um ataque cardíaco, de acordo com o médico da família, sem concluir sua participação da novela "Olho no Olho". Seu personagem, o ator Bob Walter, que mal apareceu na novela, teve sua saída da trama explicada por uma viagem a Los Angeles.

Fonte: Wikipédia

Lucídio Portella

LUCÍDIO PORTELLA NUNES
(93 anos)
Médico e Político

☼ Valença do Piauí, PI (08/04/1922)
┼ Teresina, PI (30/10/2015)

Lucídio Portela Nunes foi um médico e político brasileiro, governador do estado do Piauí de 1979 a 1983. Era o irmão mais velho do falecido Petrônio Portella Nunes, articulador da abertura política ocorrida nos governos de Ernesto GeiselJoão Baptista Figueiredo.

Filho de Eustáquio Portella Nunes e Maria Ferreira de Deus, era formado em Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com especialização em Tisiologia pelo Ministério da Saúde e pós-graduação em Radiologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Era membro da Associação Piauiense de Medicina.

Durante pelo menos três décadas sua atividade política resumiu-se a acompanhar a carreira de seu irmão sempre recusando um papel mais ativo no cenário político estadual. Tal postura mudaria em 1978 quando foi referendado pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA) para o cargo de Governador do Piauí, indicação feita pelo presidente Ernesto Geisel e confirmada pelo Colégio Eleitoral Estadual em 01/09/1978, sendo o último governador eleito pelo voto indireto. Com a morte de seu irmão em 1980 assumiu o comando do Partido Democrático Social (PDS) e presidiu as eleições gerais de 1982 nas quais seu partido conquistou uma ampla maioria.

Em 15/11/1982 o PDS elegeu o governador Hugo Napoleão, o vice-governador Bona Medeiros e o senador João Lobo. Além disso seus filiados conquistaram 6 das 9 vagas na Câmara dos Deputados e 17 das 27 cadeiras na Assembleia Legislativa, além de assegurar o controle de 102 das 113 prefeituras em disputa, número elevado para 104 por causa da nomeação de Freitas Neto para prefeito de Teresina por decisão de Hugo Napoleão e a manutenção de Júlio César como prefeito de Guadalupe, PI.


Dos 971 vereadores eleitos 774 pertenciam ao partido governista. O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) apresentou a candidatura do senador Alberto Silva e elegeu 3 deputados federais, 10 deputados estaduais, 11 prefeitos e 194 vereadores. Já o Partido dos Trabalhadores (PT) elegeu 3 vereadores no município de Esperantina, PI, e teve José de Ribamar Santos como candidato a governador.

Lucídio Portella deixou o governo em 15/03/1983 mas conservou influência no meio político e se manteve afinado com o sucessor até que Hugo Napoleão e os membros da Frente Liberal no Piauí ignoraram a candidatura de Paulo Maluf à presidência da República em favor do oposicionista Tancredo Neves. O resultado foi a "implosão" do PDS e a criação do Partido da Frente Liberal (PFL), partido liderado por Hugo Napoleão e que contou com a adesão de quase a totalidade dos antigos despesistas. Para se ter uma ideia do estrago feito nas hostes do PDS, dos 17 deputados estaduais eleitos em 1982 apenas 01 ficou ao lado de Lucídio Portella, justamente seu sobrinho Marcelo Coelho.

Aturdido pelo golpe encorajou a candidatura de sua esposa Myriam Portella a prefeitura de Teresina em 1985 com o intuito de avaliar o quanto lhe restava de capital político. No ano seguinte avalizou a coligação de seu partido com o PMDB e foi eleito vice-governador do Piauí na chapa de Alberto Silva, até então o mais combatido inimigo político de sua família, em especial de seu irmão Petrônio Portella. Como resultado o PDS foi revigorado com a eleição de 03 deputados federais e 06 deputados estaduais.

Após a necessária convivência política com Alberto Silva, o PDS rompeu com o governador que ajudou a eleger e firmou uma aliança com o PFL, visando as eleições de 1990 e em meio as negociações para a formalização da coligação "Frente de Recuperação do Piauí", Lucídio Portella fez valer seu cacife ao assegurar a vaga de vice-governador para o seu então genro Guilherme Melo na chapa de Freitas Neto e apresentou-se como candidato a senador, união afinal vitoriosa ante o desgaste do bloco situacionista.

Lucídio Portella recebendo o papa João Paulo II em Teresina, PI
Extinto o PDS em 1993, Lucídio Portella migrou para seus sucedâneos, ora o Partido Progressista Reformador (PPR), depois o Partido Progressista Brasileiro (PPB) e por fim o atual Partido Progressista (PP). Apesar das mudanças, a condução de seu grupo político sempre coube ao próprio Lucídio Portella.

Seu familiar mais conhecido é Petrônio Portella Nunes, político que ao longo de trinta anos foi guindado de deputado estadual a Ministro da Justiça com passagens pelo Governo do Piauí e ainda pelo Senado Federal onde ocupou funções de destaque. Seu sobrinho, Marcelo Coelho, foi eleito deputado estadual em 1982, 1986, 1998 e 2002 sempre pelo PDS e pelas legendas que o sucederam, sem mencionar que sua esposa Myriam Portella, foi candidata a prefeita de Teresina em 1985, eleita deputada federal em 1986 e novamente derrotada na eleição para a prefeitura da capital piauiense em 1988, isso quando filiada ao PDS. A seguir seu então genro Guilherme Melo trocou o PMDB pelo PDS e foi eleito deputado estadual em 1986, vice-governador do Piauí em 1990 sendo efetivado em 1994 ante a renúncia de Freitas Neto.

Entre abril de 1998 e janeiro de 1999 seu irmão Elói Portella Nunes exerceu o mandato de senador enquanto Freitas Neto foi Ministro Extraordinário das Reformas Institucionais ao final do primeiro governo Fernando Henrique Cardoso. Atualmente, seu genro Ciro Nogueira exerce seu primeiro mandato como senador, e sua filha, Iracema Portella, é deputada federal.

O Terminal Rodoviário de Teresina é oficialmente "Terminal Rodoviário Governador Lucídio Portella" e uma escola da rede estadual de ensino localizada na referida cidade também leva o seu nome.

Morte

Lucídio Portella morreu no fim da tarde de sexta-feira, 30/10/2015, aos 93 anos. Segundo informações da assessoria de imprensa da deputada federal Iracema Portella, filha do ex-político, Lucídio Portella estava na clínica do filho, para onde ia todos os dias, quando passou mal e veio a falecer em questão de minutos. O velório aconteceu na Assembleia Legislativa do Piauí a partir das 21:00 hs e o enterro ocorreu no sábado, 31/10/2015, às 12:00 hs, no Cemitério Jardim da Ressurreição.

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Fadinha Veras

Ada Chaseliov

ADA CHASELIOV
(63 anos)
Atriz

☼ Rio de Janeiro, RJ (30/03/1952)
┼ São Paulo, SP (27/10/2015)

Ada Chaseliov foi uma atriz de teatro, cinema e televisão. Nasceu no Rio de Janeiro, em 30/03/1952. Iniciou sua carreira com Maria Clara Machado, na escola de teatro O Tablado, em 1965, na montagem do infantil "A Volta de Camaleão Alface".

Em 1973, estreou no cinema, em "Um Virgem na Praça" e, no ano seguinte, ganhou um pequeno papel na novela "Supermanoela", escrita por Walther Negrão e dirigida por Gonzaga Blota e Reynaldo Boury, na TV Globo.

A atriz participou de diversas novelas na TV Globo, dentre elas destaques para "Guerra dos Sexos" (1983), onde interpretou a ciumenta e atormentada Manuela, e "Belíssima" (2005), ambas de Sílvio de Abreu. Sua grande conquista na TV foi a vilã Leonor, na minissérie "A Muralha", em 2000.

No teatro, atuou em "Murro Em Ponta De Faca", montagem de Paulo José para a peça de Augusto Boal, "El Dia Que Me Quieras", versão de Luiz Carlos Ripper para o texto de José Ignácio Cabrujas, "O Jardim das Cerejeiras", de Tchecov, com direção de Paulo Mamede, "A Gaivota", de Tchecov, "Mahagony - A Cidade dos Prazeres", de Bertold Brecht"Missa Leiga", de Chico de Assis, ambas direções de Ademar Guerra,  e "Grande e Pequeno", de Botho Strauss, sob a direção de Celso Nunes.

Atriz constante nas montagens dos musicais da dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho, participou dos espetáculos: "As Malvadas", "O Abre Alas", "Cole Porter - Ele Nunca Disse Que Me Amava", "Cristal Bacharach", "Ópera do Malandro" e "A Noviça Rebelde". Em 2010, voltou em nova produção da dupla, "Gypsy", na qual interpretava a stripper Electra. Em 2011, estava no elenco do musical "Um Violinista No Telhado".

A atriz costumava trabalhar com a diretora Denise Saraceni e o autor Sílvio de Abreu.

Com Denise Saraceni trabalhou em "Felicidade" (1991), "Anjo Mau" (1997), "Torre de Babel" (1998), "A Muralha" (2000), "Sabor da Paixão" (2002), "Da Cor do Pecado" (2004), "Belíssima" (2005), "Tudo Novo de Novo" (2009), "Passione" (2010) e "Cheias de Charme" (2012).

Com Sílvio de Abreu trabalhou em "Guerra dos Sexos" (1983), "Anjo Mau" (1997), "Torre de Babel" (1998), "Da Cor do Pecado" (2004), "Belíssima" (2005) e "Passione" (2010).

Seu último trabalho foi na novela "Amor à Vida" interpretando uma Juíza do julgamento da guarda de Paulinha.

Ada Chaseliov foi casada com o diretor de cinema Ney Sant'Anna, com quem teve uma filha.

Morte

A atriz Ada Chaseliov morreu na madrugada de terça-feira, 27/10/2015, aos 63 anos, em São Paulo, SP, decorrente de um linfoma. Ela morava no Rio de Janeiro, mas estava internada havia um mês no Hospital Sírio Libanês, tratando de um linfoma.

A atriz Thalita Lippi divulgou a noticia pelo Twiter e citou Betty Lago que também morreu vítima de câncer.  Thalita Lippi é fruto do relacionamento de Ney Sant'Anna com Nádia Lippi.


Televisão
  • 2013 - Amor à Vida ... Juíza
  • 2012 - Cheias de Charme ... Drª Jacobina
  • 2010 - Passione ... Matilde
  • 2009 - Tudo Novo de Novo ... Irany
  • 2007 - Sete Pecados ... Namorada de Marcelo
  • 2007 - Paraíso Tropical ... Guiomar
  • 2006 - Belíssima ... Ester Schneider
  • 2004 - Da Cor do Pecado ... Solange Vasconcelos
  • 2002 - Sabor da Paixão ... Yvone
  • 2002 - Desejos de Mulher ... Luiza
  • 2000 - A Muralha ... Leonor
  • 1998 - Torre de Babel ... Eliane Mauad
  • 1997 - Anjo Mau ... Dora
  • 1996 - Castelo Rá-Tim-Bum ... Bruxa da Bela Adormecida (Episódio "Bruxas Boas")
  • 1995 - Cara e Coroa
  • 1993 - O Mapa da Mina ... Olga
  • 1991 - Felicidade ... Ana
  • 1983 - Guerra dos Sexos ... Manuela Marino
  • 1974 - Supermanoela
  • 1974 - Fogo Sobre Terra ... Maria Paula


Cinema
  • 2010 - De Pernas Pro Ar ... Dona Luordes
  • 2006 - Ego e as Estrelas Também ... Dona Eugênia
  • 2006 - Brasília 18% ... Cacilda Becker
  • 2000 - Olhos Mortos ... Patroa
  • 1988 - Sonhei Com Você
  • 1984 - Memórias do Cárcere ... Olga Prestes
  • 1973 - Um Virgem na Praça


Teatro
  • Os Saltimbancos Trapalhões ... Zorastra (Direção: Charles Möeller e Cláudio Botelho)
  • Como Vencer na Vida Sem Fazer Força (Direção: Charles Möeller e Cláudio Botelho)
  • Um Violinista no Telhado ... Yente (Direção: Charles Möeller e Cláudio Botelho)
  • Gypsy - O Musical ... Electra (Direção: Charles Möeller e Cláudio Botelho)
  • A Noviça Rebelde ... Frau Schmidt (Direção: Charles Möeller)
  • Ópera do Malandro ... Dóris Pelanca (Direção: Charles Möeller e Cláudio Botelho)
  • Cole Porter, Ele Nunca Disse Que Me Amava ... Linda Porter (Direção: Charles Möeller)
  • Cistal Bacharach ... Lau N (Direção: Charles Möeller)
  • O Abre Alas (Direção: Charles Möeller)
  • As Malvadas ... Amanda Plummer (Direção: Charles Möeller e Cláudio Botelho)
  • A Gaivota (Direção: Jorge Tackla)
  • O Inspetor Geral (Direção: Antônio Abujamra)
  • Casamento Branco (Direção: Sérgio Britto)
  • Jardim das Cerejeiras (Direção: Paulo Mamede)
  • Sábado, Domingo e Segunda (Direção: José Wilker)
  • Grande e Pequeno (Direção: Celso Nunes)
  • El Dia En Que Me Quieras (Direção: Luis Carlos Ripper)
  • Ascensão e Queda da Cidade de Mahhagonny ... Anne Smith (Direção: Ademar Guerra)
  • A Volta do Camaleão Alface ... Lúcia (Direção: Maria Clara Machado)

Yoná Magalhães

YONÁ MAGALHÃES GONÇALVES MENDES DA COSTA
(80 anos)
Atriz

☼ Rio de Janeiro, RJ (07/08/1935)
┼ Rio de Janeiro, RJ (20/10/2015)

Yoná Magalhães Gonçalves Mendes da Costa foi uma atriz brasileira. Começou a sua carreira na Rádio e TV Tupi em 1954, desempenhando pequenos papéis e fazendo figuração. Depois de muito trabalho, teve a sua grande chance e surgiram os grandes papéis e personagens de destaque. Tudo isto ainda antes do vídeo-tape. Quando este surgiu, Yoná Magalhães já estava casada com o produtor Luís Augusto Mendes, pai do seu filho, Marcos Mendes.

Apesar de estar afastada do Rio de Janeiro, tendo ido morar na Bahia, não abandonou o trabalho. Em Salvador, com o grupo A Barca, formado por ex-alunos da escola de teatro e sob a direção de Luís Carlos Maciel, participou em grandes clássicos da TV Itapoã. Convidada por Glauber Rocha, participou também da gravação de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", como Rosa, filmando em Monte Santo, na Bahia.

No teatro trabalhou com vários autores brasileiros como Vicente Pereira, Nelson Rodrigues, Plínio Marcos, Guilherme Figueiredo, Miguel Falabella, Pedro Bloch, Alcione Araújo e Carlos E. Neves. Contudo, dedicou-se mais à televisão, onde realizou a maioria dos seus trabalhos.

Em 1964 voltou ao Rio de Janeiro, grávida, tendo sido neste ano que nasceu Marcos Mendes. Ainda antes de voltar ao vídeo, foi dirigida por Sérgio Cardoso, tendo recebido um convite da atriz Nathália Timberg para trabalhar na peça "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues, encenada no Teatro Municipal. Participou ainda nas montagens de "Terror e Miséria no Terceiro Reich", de Bertolt Brecht, e em "Os Físicos", de Dürrenmat, antes de criar sua própria Companhia, com a qual encenou "O Pecado Imortal" e "Os Inimigos Não Mandam Flores", de Pedro Bloch.

Popularidade: 1966-1978

A popularidade veio em março de 1966, quando foi convidada por Walter Clark para participar na novela "Eu Compro Esta Mulher" (1966), de Glória Magadan, onde formou par com o ator Carlos Alberto, sendo o primeiro par romântico da emissora. A atriz trabalhou ainda em outras novelas da mesma autora, tais como "O Sheik de Agadir" (1966), com Leila Diniz e Marieta Severo, "A Sombra de Rebecca" (1967), "O Homem Proibido" (1968), "A Gata de Vison" (1968/1969), onde contracenou com Tarcísio Meira e Geraldo Del Rey, e "A Ponte dos Suspiros" (1969). Com o ator Carlos Alberto Yoná Magalhães formou a dupla mais famosa da televisão brasileira.

Yoná Magalhães foi a primeira mocinha do casting da Rede Globo.

Transferiu-se para a TV Tupi, de São Paulo, em 1971, junto com Carlos Alberto, tendo ambos participado na novela "Simplesmente Maria", dirigida por Walter Avancini.

Em 1972, de volta à TV Globo, Yoná Magalhães integrou a novela "Uma Rosa Com Amor", ao lado de Marília Pêra e Paulo Goulart. Escrita por Vicente Sesso, com a direção de Walter Campos, a novela contava a história da secretária Serafina Rosa Petroni, Marília Pêra, e do seu amor pelo patrão, Claude Antoine GeraldiPaulo Goulart. Na trama, Yoná Magalhães deu vida a Nara Paranhos de Vasconcelos, que rivalizava com Serafina pelo amor de Claude.

No ano seguinte, integrou o elenco de "O Semideus" (1973), de Janete Clair, sob a direção de Daniel FilhoWalter Avancini. Faziam parte do elenco, Tarcísio Meira, Glória Menezes, Francisco Cuoco, entre outros.

Em 1974, atuou em "Corrida do Ouro", de Lauro César Muniz, que teve a colaboração de Gilberto Braga e a direção de Reynaldo Boury.

Em 1975, a atriz atuou em duas novelas: "Cuca Legal", de Marcos Rey, sob a direção de Oswaldo Loureiro, e "O Grito", de Jorge Andrade, que foi dirigida por Walter Avancini, Roberto Talma e Gonzaga Blota.

Em 1976, Yoná Magalhães integrou o elenco de "Saramandaia", de Dias Gomes, sendo novamente dirigida pelo mesmo trio. Yoná Magalhães participou, ainda de "Espelho Mágico" (1977), de Lauro César Muniz, com direção de Daniel Filho, Gonzaga Blota e Marco Aurélio Bagno. No enredo, que retratava o quotidiano dos profissionais que trabalham na televisão, Yoná Magalhães interpretou Nora Pelegrini, uma ex-estrela que desempenhava papéis secundários.

"Sinal de Alerta", escrita por Dias Gomes e Walter George Durst, em 1978, apresentou a atriz no papel da jornalista Talita, proprietária da Folha do Rio, um jornal que liderava uma campanha contra a deterioração do meio ambiente. A novela teve direção de Jardel Mello, Gonzaga Blota e Paulo Ubiratan.

TV Tupi e Volta à Rede Globo:  1979-1989

No final da década de 70, mudou-se para São Paulo, onde trabalhou na TV Tupi, atuando na novela "Gaivotas" (1979), de Jorge Andrade, e na TV Bandeirantes, onde participou nas novelas "Cavalo Amarelo" (1980), de Ivani Ribeiro, "Os Imigrantes" (1981), de Benedito Ruy Barbosa, Wilson Aguiar Filho e Renata Palottini, e "Maçã do Amor" (1983), de Wilson Aguiar Filho.

Depois, de volta ao Rio de Janeiro e à TV Globo, Yoná Magalhães viveu a jovem americanófila Maria das Graças, na novela "Amor Com Amor Se Paga" (1984), escrita pela autora Ivani Ribeiro e dirigida por Atílio Riccó, Jayme Monjardim e Gonzaga Blota.

No ano seguinte, participou na novela de maior sucesso da história da TV Globo: "Roque Santeiro" (1985), de Dias Gomes e Aguinaldo Silva. Na trama, dirigida por Paulo Ubiratan, Jayme Monjardim, Gonzaga Blota e Marcos Paulo, a atriz deu vida a Matilde, dona de uma boate onde trabalhavam as dançarinas Ninon (Cláudia Raia) e Rosaly (Isis de Oliveira).

A seguir, Yoná Magalhães integrou a novela "O Outro" (1987), escrita por Aguinaldo Silva, na qual interpretou a exuberante Índia do Brasil, secretária do personagem Denizard, interpretado por Francisco Cuoco.

Em 1989 desempenhou um papel em "Tieta" (1989), de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares, tendo dado vida a Tonha, mulher de Zé Esteves (Sebastião Vasconcelos), pai de Tieta (Betty Faria).

1990-2013

Em 1990, atuou em "Meu Bem, Meu Mal", de Cassiano Gabus Mendes, no papel de Valentina, irmã de Dom Lázaro, desempenhado pelo ator Lima Duarte. Dois anos depois, participou da novela "Despedida de Solteiro" (1992), escrita por Walther Negrão, Rose Calza e Ângela Carneiro, sob a direção de Reynaldo Boury, Carlos Manga Júnior e Cláudio Cavalcanti.

Até o final da década de 90, participou ainda de outras três novelas do autor Walther Negrão: "Anjo de Mim" (1996), na qual interpretou Ivete, "Era Uma Vez..." (1998), no papel de Anita, e "Vila Madalena" (1998), quando viveu Abigail Rodriguez, a Bibiana.

Em 2001, a atriz participou de duas novelas: "A Padroeira", de Walcyr Carrasco, com a direção de Walter Avancini - em seu último trabalho - e Mário Márcio Bandarra. E "As Filhas da Mãe", escrita por Silvio de Abreu, Alcides Nogueira e Bosco Brasil, com direção de Jorge Fernando.

Do autor Silvio de Abreu, Yoná Magalhães trabalhou ainda em "A Próxima Vítima" (1995), no papel de Carmela Ferreto, Cacá, uma das quatro Irmãs Ferreto, as outras foram Filomena Ferreto (Aracy Balabanian), Francisca Ferreto (Tereza Rachel) e Romana Ferreto (Rosamaria Murtinho). A personagem de Yoná Magalhães era mãe de Isabella Ferreto (Cláudia Ohana), a vilã da novela e ex-esposa de Adalberto, interpretado por Cecil Thiré, o pai de Isabella, que no final viria a ser o serial-killer da trama. O personagem de Yoná Magalhães causou grandes discussões, por ter um relacionamento com um rapaz muito mais jovem do que ela - Adriano, interpretado pelo ator Lugui Palhares.

Em "Agora é Que São Elas" (2003), novela de Ricardo Linhares, a atriz viveu Sofia, sob a direção de Roberto Talma, Leandro Nery e Amora Mautner. No ano seguinte, a atriz interpretou Flaviana, sogra do personagem de José Wilker, Giovanni Improtta, em "Senhora do Destino", de Aguinaldo Silva. Na novela, a personagem Flaviana implicava com o personagem de José Wilker por ele se relacionar com uma garota muito mais jovem do que ele, a ninfa Bébé, interpretada pela atriz Ludmila Dayer.


Em 2007, Yoná Magalhães integrou o elenco da novela "Paraíso Tropical", de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Na trama, deu vida à ex-vedete Virgínia, mulher do malandro Belisário Cavalcanti (Hugo Carvana), com quem participava em pequenos golpes que visavam, sobretudo, manter o nível de vida do casal, agora decadente. O personagem de Yoná Magalhães teve brigas memoráveis com a personagem Iracema (Daisy Lúcidi), que era síndica do Edifício Copa Mara, em Copacabana, onde as personagens moravam.

Em 2008, atuou na novela "Negócio da China", de Miguel Falabella, interpretando Suzete, mãe da protagonista Lívia (Grazi Massafera) e avó do menino Théo (Eike Duarte).

Yoná Magalhães participou também em importantes minisséries da TV Globo, como "Grande Sertão: Veredas" (1985) e "Engraçadinha... Seus Amores e Seus Pecados" (1995), e atuou em diversas séries da emissora, entre as quais "A Vida Como Ela É", "Você Decide" e "Carga Pesada".

Em 2009, Yoná Magalhães participou na série "Tudo Novo de Novo" e da novela "Cama de Gato", ambos da Rede Globo, nesta última interpretando Adalgísa Monteiro de Brito, que armava trambiques com Severo, personagem de Paulo Goulart.

Yoná Magalhães foi protagonista de grandes sucessos da televisão como "O Sheik de Agadir" (1966), "Eu Compro Esta Mulher" (1966), "A Sombra de Rebeca" (1967), "Demian, o Justiceiro" (1967), "A Gata de Vison" (1968), "A Ponte dos Suspiros" (1969), "Simplesmente Maria" (1970), "Uma Rosa com Amor" (1972), "Cuca Legal" (1975), "Saramandaia" (1976), "O Grito" (1975), "Espelho Mágico" (1977), "Sinal de Alerta" (1978), "Gaivotas" (1979), "Cavalo Amarelo" (1980), "Maçã do Amor" (1983), "Amor Com Amor Se Paga" (1984), "O Outro" (1987) e "Vida Nova" (1988).

Com o enorme sucesso da sua personagem Matilde, a dona da boate, na novela "Roque Santeiro", foi convidada, em fevereiro de 1985, a posar nua na revista masculina Playboy, aos cinquenta anos de idade. Seu último trabalho foi na novela "Sangue Bom" (2013) interpretando a personagem Glória Pais.

Morte

Yoná Magalhães morreu no Rio de Janeiro, na manhã terça-feira, 20/10/2015, aos 80 anos. Ela estava internada desde o dia 18/10/2015 na Casa de Saúde São José, na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. A atriz estava no CTI do hospital devido a um problema no coração. Foi submetida a uma operação, porém não resistiu e veio a falecer às 10:05 hs do dia 20/10/2015.

O velório aconteceu no Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro, e seu corpo cremado no mesmo lugar às 13:30 hs.

Yoná Magalhães deixou o filho Marcos Mendes, fruto de seu casamento com o produtor Luis Augusto Mendes.

Isis de Oliveira, Yoná Magalhães e Claudia Raia na novela "Roque Santeiro"
Novelas

  • 2013 - Sangue Bom ... Glória Pais
  • 2011 - Tapas & Beijos ... Leda
  • 2009 - Cama de Gato ... Adalgisa
  • 2009 - Tudo Novo de Novo ... Esther (Episódios: "Sogras e Lagartos" e "Intimidades")
  • 2008 - Negócio da China ... Suzete Noronha
  • 2008 - Dicas de Um Sedutor ... Eliana (Episódio: "Amor e Amizade")
  • 2007 - Paraíso Tropical ... Virgínia Batista
  • 2005 - Carga Pesada ... Edna
  • 2005 - Sob Nova Direção ... Daslusa Fragoso
  • 2004 - Senhora do Destino ... Flaviana
  • 2004 - Um Só Coração ... Lígia do Amaral
  • 2003 - Agora é Que São Elas ... Sofia
  • 2001 - As Filhas da Mãe ... Violante Ventura
  • 2001 - A Padroeira ... Úrsula
  • 1999 - Vila Madalena ... Abigail Ramirez (Bibiana)
  • 1999 - Você Decide
  • 1998 - Era Uma Vez ... Anita
  • 1996 - Anjo de Mim ... Ivete
  • 1995 - A Próxima Vítima ... Carmela Ferreto de Vasconcellos
  • 1994 - Você Decide
  • 1993 - Sonho Meu ... Magnólia
  • 1992 - Despedida de Solteiro ... Lola
  • 1990 - Meu Bem, Meu Mal ... Valentina Venturini
  • 1989 - Tieta ... Tonha
  • 1988 - Vida Nova ... Lalá
  • 1987 - O Outro ... Índia do Brasil
  • 1985 - Roque Santeiro ... Matilde
  • 1984 - Amor Com Amor Se Paga ... Grace (Maria da Graça)
  • 1983 - Maçã do Amor ... Lia
  • 1982 - Os Imigrantes - Terceira Geração ... Mercedita
  • 1981 - Os Imigrantes ... Mercedes
  • 1980 - Dulcinéa Vai à Guerra ... Pepita
  • 1980 - Cavalo Amarelo ... Pepita
  • 1979 - Gaivotas ... Maria Emília
  • 1978 - Sinal de Alerta ... Talita
  • 1977 - Espelho Mágico ... Nora Pelegrini
  • 1976 - Saramandaia ... Zélia Tavares
  • 1975 - O Grito ... Kátia
  • 1975 - Cuca Legal ... Fátima
  • 1974 - Corrida do Ouro ... Valquíria
  • 1973 - O Semideus ... Adriana
  • 1972 - Uma Rosa Com Amor ... Nara Paranhos de Vasconcellos
  • 1970 - Simplesmente Maria ... Maria
  • 1969 - A Ponte dos Suspiros ... Leonor Dantolo
  • 1968 - A Gata de Vison ... Dolly Parker / Meggy Parker
  • 1968 - Demian, o Justiceiro ... Princesa Surama
  • 1967 - A Sombra de Rebeca ... Suzuki
  • 1966 - O Sheik de Agadir ... Janette Legrand
  • 1966 - Eu Compro Esta Mulher ... Maria Teresa
  • 1959 - Trágica Mentira
  • 1955 - As Professoras

Yoná Magalhães e Ney Latorraca em Grande Sertão: Veredas, 1985
Minisséries

  • 1995 - Engraçadinha... Seus Amores e Seus Pecados ... Geni
  • 1985 - Grande Sertão: Veredas ... Maria Mutema

Yoná Magalhães e Geraldo Del Rey em "Deus e o Diabo na Terra do Sol"
Filmes

  • 1958 - Alegria de Viver
  • 1958 - Pista de Grama
  • 1964 - Deus e o Diabo na Terra do Sol
  • 1965 - Society em Baby-Doll
  • 1967 - Opinião Pública

Miguel Falabella e Yoná Magalhães
Teatro

  • Terror e Miséria
  • Os Físicos
  • Socity em Baby
  • Os Inimigos Não Mandam Flores
  • Balbina de Inhansãn
  • Vestido de Noiva
  • Mulher Integral
  • Falcão Peregrino
  • Vagas Para Moças de Fino Trato
  • A Partilha
  • O Milagre da Santa

Fonte: Wikipédia

Coronel Ustra

CARLOS ALBERTO BRILHANTE USTRA
(83 anos)
Militar

☼ Santa Maria, RS (28/07/1932)
┼ Brasília, DF (15/10/2015)

Carlos Alberto Brilhante Ustra foi um coronel reformado do Exército Brasileiro, ex-chefe, de 1970 a 1974, do Destacamento de Operações Internas - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército, um dos órgãos atuantes na repressão política, durante o período do Regime Militar no Brasil, ocorrido entre 1964 e 1985. Também era conhecido pelo codinome de Drº Tibiriçá.

De setembro de 1970 a janeiro de 1974, Ustra chefiou o DOI-CODI do II Exército em São Paulo, órgão encarregado da repressão a grupos de oposição à ditadura militar e aos grupos de esquerda que atuavam na região. No mesmo período, a Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo reuniu 502 denúncias de tortura no DOI-CODI paulista.

Segundo Thomas Skidmore descreve em seu livro "Brasil: De Castelo a Tancredo", em 1986, a então deputada Bete Mendes reconheceu em Ustra, adido militar no Uruguai durante o governo José Sarney, o homem que a torturou em 1970. A deputada enviou uma carta ao então presidente José Sarney, solicitando que ele fosse exonerado do cargo e pronunciou discurso sobre o assunto no Congresso Nacional. No entanto, o general Leônidas Pires Gonçalves, ministro do Exército à época, manteve Ustra no posto e também avisou que não demitiria nenhum outro militar por acusações de tortura. Isso tornou Ustra um protagonista da primeira crise militar do governo José Sarney.

Em resposta a Bete Mendes, em 1987, o ex-coronel lançou o livro "Rompendo o Silêncio", em que narra sua passagem pelo DOI-CODI, no período de 1970 a 1974, além da Operação Bandeirante (OBAN).

Em 2006, lançou o livro "A Verdade Sufocada", em que conta sua versão dos fatos que viveu durante a ditadura.

Em 2008, Ustra tornou-se o primeiro militar a ser reconhecido, pela Justiça, como torturador durante a ditadura. Embora reformado, ele continuou politicamente ativo nos clubes militares, na defesa da ditadura militar e nas críticas anticomunistas.

Condenação

Em 2008, por decisão em primeira instância do juiz Gustavo Santini Teodoro, da 23ª Vara Cível de São Paulo, o coronel Ustra tornou-se o primeiro oficial condenado em ação declaratória por sequestro e tortura, mais de 30 anos depois de fatos ocorridos durante a ditadura militar (1964-1985).

Publicada em 09/10/2008, a sentença é o julgamento, em primeira instância, ao requerimento de dois ex-guerrilheiros e seus filhos Janaína de Almeida Teles, Edson Luis de Almeida Teles, César Augusto Teles, Maria Amélia de Almeida Teles e uma quinta pessoa, Criméia Alice Schmidt de Almeida, que acusaram Ustra, agente de órgãos de segurança nos anos 70, de sequestro e tortura em 1972 e 1973, requerendo à Justiça que, através de uma ação declaratória, ele fosse reconhecido como torturador.

Na sentença, ficou reconhecido que o militar, na qualidade de chefe de operações do DOI-CODI de São Paulo, deveria saber que naquele lugar eram feitas sessões de interrogatório. Baseado em depoimento de Pérsio Arida ao final, julgou:

"Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado pelos autores César Augusto Teles, Maria Amélia de Almeida Teles e Criméia Alice Schmidt de Almeida.... JULGO IMPROCEDENTE o pedido formulado pelos autores Janaína de Almeida Teles e Edson Luis de Almeida Teles..."
(Gustavo Santini Teodoro - Juiz de Direito)

O advogado do coronel Ustra, Paulo Alves de Souza, continuou afirmando que os ex-guerrilheiros, autores da ação, mentiam e anunciou que recorreria da decisão.

Em agosto de 2012, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) rejeitou o recurso de Ustra, confirmando a sentença anterior que o declarara torturador.

Em junho de 2012, Ustra também fora condenado a indenizar por danos morais a esposa e a irmã do jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, morto em 1971. Merlino foi preso no dia 15/07/1971 em Santos, SP, e morto quatro dias depois. A versão oficial da sua morte, fornecida pelos agentes do antigo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), foi a de que ele cometeu suicídio enquanto era transportado para o Rio Grande do Sul.

Ordem dos Advogados do Brasil

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no uso de suas atribuições constitucionais, através do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, ingressou, em agosto de 2008, no Supremo Tribunal Federal (STF), com uma ação em que solicita àquela Corte para decidir se a Lei da Anistia inclui ou não crimes praticados por militares e policiais. A OAB considera que a lei de 1979 não isenta militares envolvidos em crimes, pois os tratados internacionais, dos quais o Brasil é signatário, dizem que crimes contra a humanidade perpetrados por agentes da Administração Estatal não prescrevem. Assim, apenas ações praticadas por militantes sem ligações com o aparelho estatal estariam beneficiados pela anistia.

A OAB pretende abrir a possibilidade de o Brasil revisar as ações praticadas por agentes do Estado, uma vez que estes possuíam em mãos todo o aparato estatal para tais ações, enquanto os que discordavam da ideologia do governo militar eram privados de suas liberdades.

Comissão da Verdade

Em maio de 2013, Ustra compareceu à sessão da Comissão da Verdade, a primeira aberta ao público em geral e transmitida pela televisão. De posse de um habeas-corpus que lhe permitia ficar em silêncio, mesmo assim ele respondeu a algumas perguntas, negando que tivesse cometido qualquer crime durante seu período no comando do DOI-CODI paulista e que recebeu ordens de seus superiores no Exército para fazer o que foi feito, alegando em sua defesa que "combatia o terrorismo".

Ustra também negou que qualquer pessoa tivesse sido morta dentro do DOI-CODI, afirmando que todos os mortos o "foram em combate nas ruas". Acusou a presidente Dilma Roussef de participar de quatro organizações terroristas mas, quando questionado sobre a existência dos chamados instrumentos de tortura "pau-de-arara" e "cadeira do dragão" nas dependências do órgão, exerceu seu direito de manter-se em silêncio.

Mesmo quando confrontado com um documento exibido por um membro da comissão, Cláudio Fonteles, um documento do próprio Exército, listando a morte de pelo menos 50 pessoas dentro do DOI-CODI no período em que foi comandado por Ustra, o ex-militar afirmou que o documento não provava que essas mortes tinham realmente acontecido nas dependências do órgão. Convidado a uma acareação com o atual vereador paulista Gilberto Natalini, que se encontrava na platéia e já havia dado seu depoimento sobre as torturas que lhe foram infligidas pessoalmente por Ustra naquela época, o militar recusou-se gritando que "não fazia acareação com ex-terrorista", o que provocou a reação do vereador aos gritos dizendo que era "um brasileiro de bem. O senhor é que é terrorista. Eu fui torturado pelo coronel Ustra!", levando ao encerramento da sessão.

Ouvido também em audiência pública antes do ex-coronel, o ex-sargento do Exército Marival Fernandes, que trabalhou na análise de documentos do órgão, entre 1973 e 1974, e quatro meses sob o comando de Ustra, testemunhou que o ex-comandante, então capitão, era o "Senhor da Vida e da Morte" do DOI-CODI e "escolhia quem ia viver e ia morrer".

Manifestações

Um grupo de 150 militantes do Levante Popular, do Movimento dos Pequenos Produtores e da Juventude do MST realizou dia 31/03/2014 um "escracho" em frente à casa do ex-coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, em um bairro nobre de Brasília. Por meia hora, cantaram músicas do tempo da ditadura, colaram cartazes na vidraça de frente da residência e no portão e escreveram no asfalto que ali morava um torturador.

Morte

Carlos Alberto Brilhante Ustra morreu na madrugada de quinta-feira, 15/10/2015, em Brasília, aos 83 anos. Ele havia sido internado no Hospital Santa Helena para tratamento de um câncer. A família informou que ele fazia quimioterapia e estava com a imunidade baixa.

De acordo com boletim divulgado pelo hospital, Ustra teve falência múltipla de órgãos, provocada por uma pneumonia. Em 23/04/2015, ele foi encaminhado à UTI do Hospital das Forças Armadas (HFA) com suspeita de infarto, após um mal-estar.

O horário e local do velório e do enterro ou cremação do corpo não foram divulgados.

Sua morte foi lamentada publicamente como uma consagração da impunidade aos responsáveis pelos assassinatos e torturas cometidos pela ditadura militar no Brasil.