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Xisto Guzzi

XISTO GUZZI
(94 anos)
Ator e Locutor

* Franca, SP (23/06/1909)
+ Rio de Janeiro, RJ (05/06/1994)

Era filho de Ângelo e Virgínia Guzzi, imigrantes italianos. Ainda jovem, a convite de um amigo de infância, Vicente Leporace, participou de um concurso para locutor de rádio e foi aprovado. Então levou o amigo, para juntos dividirem a programação do dia e da noite.

Mais tarde junto com o amigo foi trabalhar em Santos, na época áurea dos cafés e cassinos. Além da longa carreira como locutor, participou de programas de humorismos na Rádio Atlântica de Santos. Ai veio para São Paulo e fez parte da Caravana da Alegria, com Paulo Leblon e Caldeira Filho. A seguir foi contratado pelas Emissoras Associadas, onde ficou por cerca de 40 anos.

Era locutor, radiator e humorista. Era produtor do programa Marmelandia, escrito por Max Nunes. Na Escolinha do Ciccilo, interpretava Mr.Polish, um americano muito engraçado, cuja entrada musical característica do personagem, fazia muito sucesso.


Foto: Xisto Guzzi (em pé da esquerda para a direita)
 Vera Lúcia, Correa Junior, Gentil Castro, João Monteiro
Paulo Leblon, Ibraim Mauá - Ernani Franco


Com a inauguração do televisão, além de rádio, atuava no teleteatro, fazendo novelas. Fez: O Segredo de Laura e várias outras, como O Preço de um Vida, A Outra, O Mestiço, O Direiro de Nascer, onde interpretava o médico, tipo de papel que várias vezes recebeu. E, como curiosidade, era a profissão que teria seguido, se não fosse ator.

Fez cinema, partitipou do filme O Sobrado. Aos 65 anos, em 1974, aposentou-se, deixando inúmeros fãs e amigos. Na mesma ocasião perdeu sua esposa Lila, com quem havia se casado ainda em Santos. Posteriormente foi morar no Rio de Janeiro, onde permaneceu até sua morte, em 1994.

Xisto Guzzi deixou 3 filhos: Ubirajara, Ubiratan e Jussara.

Televisão
  • 1971 - A Fábrica ... Alfredinho
  • 1969 - Nino, o Italianinho ... Pedro
  • 1968 - Antônio Maria
  • 1967 - Yoshico, um Poema de Amor
  • 1966 - Somos Todos Irmãos ... Barão Krischiberg
  • 1965 - O Pecado de Cada Um ... Augusto
  • 1965 - A Outra ... Santana
  • 1965 - Olhos que Amei ... Nahor
  • 1965 - O Mestiço ... Onofre
  • 1965 - Teresa ... Fabiano
  • 1964 - O Segredo de Laura
  • 1964 - A Gata
  • 1962 - A Estranha Clementine
  • 1962 - A Noite Eterna
  • 1959 - TV de Vanguarda
      • Uma Rua Chamada Pecado
      • Eugenia Grandet
      • A Janela
      • O Comediante ... Will C. Brown
      • O Preço da Glória ... Comandante
  • 1958 - Os Miseráveis ... Juiz
  • 1958 - TV Teatro
      • Pode-se Tip Tap de Patins
      • O Príncipe Encantado
  • 1958 - TV de Comédia
      • Vá com Deus
  • 1958 - Marcelino, Pão e Vinho
  • 1958 - Sublime Obsessão
  • 1957 - Seu Genaro
  • 1956 - Douglas Red
  • 1956 - Uma História de Ballet
  • 1956 - Conde de Monte Cristo .... Morrel
  • 1954 - As Aventuras de Red Ringo .... Xerife
  • 1954 - Sangue na Terra .... Delegado
Cinema
  • 1971 - Diabólicos Herdeiros
  • 1968 - O Pequeno Mundo de Marcos
  • 1965 - Quatro Brasileiros em Paris
  • 1965 - O Homem das Encrencas
  • 1962 - O Rei Pelé
  • 1956 - O Sobrado
 Fonte:  Wikipédia

Tonico

JOÃO SALVADOR PEREZ
(77 anos)
Cantor, Compositor e Instrumentista

* São Manuel, SP (02/03/1917)
+ São Paulo, SP (13/08/1994)

Tonico & Tinoco foi uma dupla sertaneja, considerada a mais importante da história da música brasileira e a de maior referência. Em 60 anos de carreira, Tonico & Tinoco realizaram quase 1000 gravações, divididas em 83 discos. As gravadoras a que eles pertenceram já lançaram no mercado um total de 60 discos. Tonico & Tinoco venderam mais de 150 milhões de cópias, realizando cerca de 40.000 apresentações em toda a carreira.

O gosto pela música veio dos avós maternos Olegário e Izabel, que alegravam a colônia com suas canções, ao som de uma antiga sanfona. A primeira música que aprenderam foi Tristeza do Jeca em 1925. Em 15 de agosto de 1935 fizeram a primeira apresentação profissional. Cantaram na Festa de Aparecida de São Manuel, onde milhares de pessoas de todo o Brasil visitam o segundo Santuário dedicado à Padroeira do Brasil. Junto com o primo Miguel, formavam o Trio da Roça.

Em 1931, Tonico & Tinoco moravam em Botucatu, SP, na Fazenda Vargem Grande, de Petraca Bacci, com os pais, Salvador Perez, um espanhol de Léon, chegado ao Brasil criança, em 1892 e Maria do Carmo, uma brasileira descendente de negros com bugres. A exemplo de outras crianças da época, os dois garotos, mal aprenderam a falar, já eram cantadores das modas de viola. Aprendiam as letras com Virgílio de Souza, violeiro das redondezas. Num baile que Tonico conheceu e apaixonou-se por Zula, filha do administrador da fazenda, Antônio Vani. O pai proibiu o namoro e magoado, Tonico compôs Saudosa Maloca.

Como não havia rádio na região, o conjunto ficou famoso. Mas Tonico & Tinoco só cantavam em dupla nas horas vagas ou nas folgas do trabalho, quando a turma parava para tomar café. Cantavam as modas de viola de Jorginho do Sertão, um autor imaginário, que utilizavam para assinar suas canções, que falava da crise no país com as revoluções de 1930 e 1932.

No fim do ano agrícola de 1937, os Pérez decidiram, com outras famílias, tentar a vida na cidade de Sorocaba, SP. As irmãs Antonia, Rosalina e Aparecida foram trabalhar na fábrica de tecidos Santa Maria. Tonico foi ser servente na Pedreira Santa Helena, fábrica do cimento Votorantim. Tinoco virou engraxate na Estação Sorocabana, e Chiquinho engajou-se na construção da Rodovia Raposo Tavares, que liga o sul de São Paulo ao Mato Grosso do Sul.

A crise econômica do país chega ao auge. Getúlio Vargas implanta a ditadura do Estado Novo. Adolf Hitler invade e ocupa a Tchecoslováquia e depois a Polônia. Começa a Segunda Guerra Mundial. A vida em Sorocaba fica insuportável, nada dá certo para os Pérez e eles decidem retornar ao campo, agora para a Fazenda São João Sintra, em São Manuel, SP.

A volta, contudo, possibilitou aos irmãos Perez a primeira chance de cantar numa rádio. O administrador da fazenda, José Augusto Barros, levou-os para cantar na Rádio Clube de São Manuel - ainda hoje lá, na Rua Coronel Rodrigues Alves, no centro da cidade. Assim, até o final de 1940, eles ficam trabalhando na roça durante a semana e aos domingos cantam na emissora da cidade. Só por amor à arte, sem ganhar. As dificuldades levaram os Pérez a uma derradeira migração.

Em janeiro de 1941 chegam, de mala e cuia - quatro sacos com os “trens” de cozinha e duas trouxas de roupa - a São Paulo. À falta de profissão, as meninas foram trabalhar em casa de família, Tinoco num depósito de ferro-velho, Chiquinho na Metalúrgica São Nicolau e Tonico, sem outra alternativa, comprou uma enxada e foi ser diarista nas chácaras do bairro de Santo Amaro.

Os tempos duros da cidade grande tinham lá sua compensação, principalmente nos domingos, quando a família ia ao circo, na Rua Lins de Vasconcelos no então pacato bairro do Cambuci. Num desses espetáculos, os irmãos conheceram pessoalmente Raul Torres e Florêncio, a dupla de violeiros mais famosa de São Paulo e que depois,com Rielli na sanfona, formaram na Rádio Record o famoso trio Os Três Batutas do Sertão.

Em São Paulo, inscreveram-se no programa de calouros comandado por Chico Carretel (Durvalino Peluzo), na Rádio Emissora de Piratininga. O Capitão Furtado, que estava sem violeiro em seu programa Arraial da Curva Torta, na Rádio Difusora, promoveu então concurso para preencher a vaga: os dois irmãos, formando a dupla Irmãos Perez, cantaram o cateretê Tudo Tem no Sertão (Tonico). Classificados para a final, interpretaram de Raul Torres e Cornélio Pires, (esse último um radialista e pesquisador que foi pioneiro no estudo da vida sertaneja, especialmente a paulista, e que deixou uma extensa obra a respeito.) Adeus Campina da Serra. Quando terminaram, o auditório aplaudiu de pé, em meio a lágrimas. Todos pediam bis àquela dupla que cantava diferente, com afinação, fino e alto. Todos os outros violeiros foram abraçá-los. O cronômetro marcava 190 segundos de aplausos, contra apenas 90 segundos da dupla segundo colocada.

No dia seguinte o Trio da Roça estava contratado pela Rádio Difusora, que naquele período havia sido comprada pela Rádio Tupi, parte de ofensiva do jornalista Assis Chateaubriand para formar uma poderosa rede de veículos de comunicação - os Diários e Emissoras Associados. Três meses depois o contrato foi renovado por dois anos e o salário foi acertado em cruzeiros, a nova moeda que aposentara os réis. Eram 1.200,00, uma fortuna comparado ao salário mínimo da época, de 280,00.

Já sem o primo Miguel, eles eram apenas os Irmãos Pérez. Um dia, durante um ensaio do programa Arraial da Curva Torta, o Capitão Furtado - de batismo Ariosvaldo Pires, sobrinho de Cornélio Pires, apresentador do programa e também lendário divulgador da música sertaneja - disse que uma dupla tão original, com vozes gêmeas, não poderia ter nome espanhol. Batizou-os, na hora, de Tonico & Tinoco.

A divulgação nos programas da rádio transformava a dupla em sucesso imediato, fazendo surgir dezenas de convites para shows. A primeira apresentação dessas foi no Cine Catumbi, em São Paulo, atualmente transformado em uma casa de forró sertanejo. Depois rumaram para o interior, em excursões que demoravam semanas. Apresentavam-se em cinemas, clubes e até em pátios vazios de armazéns. Quando terminaram a primeira excursão, no Circo Biriba, em Ribeirão Preto, fizeram a partilha do lucro: 4500,00 cruzeiros para cada um.

A dupla estreou em disco, na Continental, em 1944, com o cateretê Em Vez de me Agradecê (Capitão Furtado, Jaime Martins e Aimoré), que foi lançada em 1945. Na gravação de Em Vez de me Agradecê ocorreu um fato inusitado, pois eles a gravaram e em seguida, quando foram gravar o lado B do disco soltaram a voz tão alto, da forma como cantavam lá na roça e estouraram o microfone. Como o processo de gravação era algo muito caro, o disco saiu apenas com um lado, mas como punição a dupla precisou ficar seis meses fazendo aula de canto para educar a voz e voltar a gravar. Por isso que o lançamento do primeiro 78 rpm para o segundo é curto pois eles gravaram a primeira moda ainda em 1944.

Bem sucedida com essa gravação, que serviu de teste, gravou seu primeiro disco completo, a moda de viola Sertão do Laranjinha, motivo popular adaptado pela dupla e Capitão Furtado, e Percorrendo o Meu Brasil, com João Merlini, que foi sucesso imediato. No ano seguinte, 1946, o sucesso definitivamente chegou com Chico Mineiro (Tonico e Francisco Ribeiro).

Com o sucesso de Chico Mineiro a dupla consagrou-se definitivamente e tornou-se a dupla sertaneja mais famosa do Brasil. Uma curiosidade: quando Tonico & Tinoco foram gravar Chico Mineiro a gravadora havia informado que esse seria o último disco da dupla, pois eles já haviam gravado 5 discos e existia sempre uma reclamação dos ouvintes com relação a dupla, alegavam que não era possível entender a pronuncia deles nas letras das músicas, os fãs não entendiam o que eles estavam dizendo. Aí surgiu Chico Mineiro e tudo mudou, inclusive com o dinheiro que eles ganharam com essa música conseguiram comprar sua primeira casa para viver com a família. Desde então, tornou-se a dupla sertaneja mais famosa do país.

Ao final da Segunda Guerra Mundial, o número de emissoras de rádio saltou para 117, e os aparelhos receptores eram 3 milhões. Tonico & Tinoco estão agora na Rádio Nacional de São Paulo onde nasceu um de seus mais marcantes programas: Um dia, o auditório estava ocupado com um ensaio e como eles precisavam entrar no ar, puxaram os microfones para fora e fizeram a apresentação do corredor. O locutor Odilon Araújo perguntou de onde o programa estava sendo transmitido e Tinoco respondeu: "Da Beira da Tuia". O nome ficou.

Apesar da popularidade, o trabalho para dupla sertaneja era garantido, porém limitado aos circos. Felizmente nessa época, apenas em São Paulo estavam baseados cerca de 200 circos que iam ao interior para apresentação dos ídolos sertanejos do rádio.

Em 1961 estreiam no cinema com o filme Lá no Meu Sertão de Eduardo Llorente, filme baseado na vida e obra de Tonico & Tinoco. No final de 1960 a dupla recebera um golpe quase mortal, quando Tonico, tuberculoso desde 1940, precisou ser internado num hospital em Campos do Jordão, SP, cedendo lugar para o irmão Chiquinho tanto nos shows, quanto nos programas de rádio e gravações de discos. Tonico fez uma cirurgia e um tempo depois deixou o hospital com a certeza que não voltaria mais a cantar. Tinoco, através da Rádio Nacional onde faziam o programa, pediu para os fãs rezarem pela saúde de Tonico, o qual ficou curado, e voltou a cantar com mais força e beleza. Em devoção a Nossa Senhora Aparecida, a quem a dupla atribuiu sua cura, construíram na Vila Diva, em São Paulo, uma capelinha que recebe romeiros e devotos até hoje.

Em 1965 filmaram Obrigado à Matar de Eduardo Llorente, um filme baseado na lenda do Chico Mineiro. No ano de 1969, ocorrem novas mudanças na carreira de Tonico & Tinoco, eles estreiam na Rádio Bandeirantes onde permaneceram até 1983.


No cinema, em 1969, fizeram A Marca da Ferradura de Nelson Teixeira Mendes. Em 1970 Tonico & Tinoco resolvem lançar um LP intitulado Recordando Raul Torres em homenagem ao cantor. Conseguiram a autorização para gravar as músicas, entre elas, Moda da Mula Preta, Pingo d´Agua e Chico Mulato (Raul Torres e João Pacífico), mas infelizmente Raul Torres não chegou a ouvir as gravações, tendo falecido dois meses antes do lançamento.

Gravaram em referência a famosa estrada do norte do Brasil, Transamazônica (Tonico e Caetano Erba) e em homenagem a sua terra natal, São Manuel, SP, Minha Terra, Minha Gente (Tonico). Filmaram ainda nesse ano Os Três Justiceiros de Eduardo Llorente, uma espécie de bang-bang, sem muito sucesso.

Em 1972, já com um enorme prejuízo, filmam Luar do Sertão de Osvaldo de Oliveira e desistem da carreira de atores. Quase faliram nessa incursão pelo cinema. Mazzaropi fazia sucesso e fortuna pois produzia, distribuía e fiscalizava seus filmes, já Tonico & Tinoco sem condições de ter um fiscal na porta de cada cinema onde seus filmes eram exibidos, foram passados para trás, arcando com um prejuízo imenso.

Em 1979, precisamente no dia 6 de junho, Tonico & Tinoco fazem o que nenhum caipira havia sonhado: apresentam-se no Teatro Municipal de São Paulo, num show de três horas que reúne um público recorde de 2.500 pessoas. Da Beira da Tuia, celeiros centenários onde cantavam no passado, os Irmãos Perez chegavam a um dos mais famosos teatros do mundo, que até então só abria suas portas para óperas, balés e concertos eruditos.


Permaneceram na Continental até 1982, emplacando vários sucessos. Nesse ano resolvem ir para a gravadora Copacabana onde mudam seu repertório, passam a gravar músicas mais alegres, arrasta-pés divertidos e Nadir Perez, esposa de Tinoco passa a assinar várias músicas com a dupla. No ano de 1983 estreiam o programa Na Beira da Tuia na TV Bandeirantes e lançam o filme O Menino Jornaleiro, só que dessa vez como co-produtores.

Em 1984 participam do filme A Marvada Carne de André Klotzel, como convidados especiais.

Em 1989 voltam para a  Copacabana e gravam Mãe Natureza (Tinoco e José Carlos). Nesse disco Tonico já se encontrava bastante debilitado mas continuava sua carreira.

No ano de 1994 na Polygram com a produção de José Homero e Chitãozinho, gravam seu último trabalho, onde destaca-se Coração do Brasil (Joel Marques e Maracaí) com participação especial de Chitãozinho & Xororó e Sandy & Júnior, e Chora Minha Viola (Nilsen Ribeiro e Geraldo Meirelles).

Apresentaram o programa Na Beira da Tuia nas seguintes emissoras: TV Bandeirantes (1983), SBT (1988), TV Cultura (Viola, Minha Viola).


Realizaram grandes eventos, como A Grande Noite da Viola, no Maracanãzinho, Rio de Janeiro (1981), Teatro Municipal de São Paulo (1979), Semana Cultural Tonico & Tinoco no Centro Cultural de São Paulo (1988) e o Troféu Tonico & Tinoco (1992). No mesmo ano, realizaram um show em conjunto com Chitãozinho e Xororó na cidade de São Bernardo do Campo, SP, onde foram prestigiados por mais de 100.000 espectadores.

Entre as inúmeras premiações destacamos:

  • 04 Roquette Pinto 
  • Medalha Anchieta (Comenda da Cidade de São Paulo)
  • Ordem do Trabalho (Ministro do Trabalho Almir Pazzianoto)
  • Ordem do Mato Grosso (Comendador)
  • Troféu Imprensa
  • 02 Prêmios Sharp de Música
  • Prêmio Di Giorgio

O slogan "A Dupla Coração do Brasil", surgiu em 1951, quando o humorista Saracura resolveu batizá-los assim, pela interpretação de todos os ritmos regionais. A dupla passou por todas as mudanças na música sertaneja, mas jamais mudou seu estilo, copiadíssimo durante as décadas de 1950 e 1960.

O último show da dupla Tonico & Tinoco foi na cidade mato-grossense de Juína, no dia 7 de agosto de 1994.

A Morte de Tonico

Tonico (João Salvador Perez), faleceu no dia 13 de agosto de 1994, após uma queda da escada do prédio onde morava.

Fonte:  Wikipédia

Walter Pinto

WALTER PINTO
(81 anos)
Produtor e Autor de Teatro

* Rio de Janeiro, RJ (17/01/1913)
+ Rio de Janeiro, RJ (21/04/1994)

Produtor dos maiores espetáculos de Teatro de Revista brasileiro, é responsável pela reformulação do gênero, nos anos 1940 e 1950.

Walter formou-se em Contabilidade e Ciências Econômicas, mas acabou dedicando-se à Companhia de Teatro Pinto, fundada por seu pai.

Em 1940, com a morte prematura do irmão Álvaro, Walter Pinto assume a direção da Empresa de Teatro Pinto, que desde os anos 1920 se dedica ao teatro musicado. A Companhia Walter Pinto estreia com É Disso que Eu Gosto (1940), de Miguel Orrico, Oscarito Brennier e Vicente Marchelli, título extraído da música que Carmem Miranda cantava, à frente do elenco, com Oscarito e Margot Louro.

Walter Pinto 1960 Aeroporto Rio (Foto: Cedoc-Funarte)
A Companhia Walter Pinto, veio a se tornar a maior delas no teatro musicado, encenando Revistas e revelando uma geração de atores, músicos e compositores, dentre os quais se podem listar: Dercy Gonçalves, Carmem Miranda, Assis Valente e outros.

Durante toda a década de 1940, os espetáculos são quase que exclusivamente dirigidos por Otávio Rangel. O produtor tira a ênfase do autor e dos primeiros atores para valorizar a espetacularidade da cena: escadas, luzes, grandes coreografias, efeitos de maquinaria, coros numerosos e grande orquestra garantem o sucesso dos espetáculos que se sucedem. Contrata coristas argentinas, francesas e até russas que atuam principalmente nas partes musicais, para as quais mantém um grupo de bailarinas. Durante a guerra, ensaia quadros patrióticos.

Oscarito, Walter Pinto, Alexandre Amorim, Freire Jr. e Silvia Fernanda com o presidente Getúlio Vargas em 1952 (Foto: Cedoc-Funarte)
O tema do carnaval, pela óbvia semelhança do descompromisso, da musicalidade e do apelo ao corpo, é recorrente. Técnica e artisticamente, os espetáculos da Companhia Walter Pinto atingem, como se dizia em seu tempo, nível internacional. O cronista Carlos Machado cita o ator francês Paul Nivoix, sobre Trem da Central (1948), de Freire Jr. e Walter Pinto:

"Nunca imaginei que no Brasil houvesse um produtor de tal força para extasiar o público. O que acabo de ver em Trem da Central é digno de ser mostrado em qualquer parte do mundo sem receio de ser superado".

Na década de 1950, o produtor recebe durante quatro anos, três deles seguidos, o prêmio da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, de melhor produtor de teatro musicado, categoria criada em conseqüência de seu trabalho e muito provavelmente a ele dedicada. Na mesma coluna, Carlos Machado publica:

"O êxito de Walter Pinto é devido, sobretudo, a ele mesmo. Podem figurar nos letreiros luminosos os nomes de Oscarito, Virgínia Lane, Grande Otelo ou Mara Rubia, as maiores atrações nacionais. De um momento para outro, esses grandes nomes são obrigados a sair do palco das revistas de Walter Pinto. Saem mas não fazem falta. O êxito é o mesmo... A explicação é óbvia: Walter Pinto apresenta uma revista em conjunto, e é o conjunto que se firma. Sua maior vitória está neste detalhe."

Nos anos 1960, o produtor passa a assinar também a direção e o texto dos espetáculos.

Walter Pinto foi um dos maridos da vedete Íris Bruzzi.

Atuou como ator em dois filmes:
  • 1959 - Mujeres de Fuego (Mulher de Fogo)
  • 1937 - Samba da Vida

Fonte: Wikipédia

Monique Alves

MONIQUE ALVES FRANKENHUIS
(32 anos)
Atriz

* Rio de Janeiro, RJ (07/08/1962)
+ Rio de Janeiro, RJ (29/08/1994)

Monique Alves foi uma atriz brasileira, filha de Jean Pierre Frankenhuis e Alcina Maria Fernandes Alves.

Nos seus 32 anos de vida, Monique Alves impressionou com seu talento e sua beleza.

Foi casada com o diretor Dennis Carvalho, com quem teve uma filha, Tainah, hoje mãe de Nina, primeira neta de Monique Alves e Dennis Carvalho.

Monique Alves, Dennis Carvalho e Tainah (1981)
Morte

Monique Alves morreu no dia 29/08/1994 em virtude de complicações por causa de uma leucemia depois de 2 transplantes de medula, uma feita em Paris e outra no Instituto do Câncer no Rio de Janeiro.

Trabalhos

  • 1990 - Meu Bem, Meu Mal … Luciana
  • 1989 - Pacto de Sangue
  • 1986 - Rockmania … Renata
  • 1984 - A Máfia no Brasil (Minissérie)
  • 1984 - Partido Alto
  • 1984 - Amenic - Entre o Discurso e a Prática
  • 1983 - Pão Pão, Beijo Beijo … Maria Helena
  • 1982 - Sétimo Sentido … Rosinha
  • 1982 - Aventuras de um Paraíba

Iberê Camargo

IBERÊ BASSANI DE CAMARGO
(79 anos)
Pintor, Gravurista e Professor

* Restinga Seca, RS (18/11/1914)
+ Porto Alegre, RS (09/08/1994)

Iberê Camargo iniciou seus estudos ainda no Rio Grande do Sul, na Escola de Artes e Ofícios de Santa Maria, com Parlagreco e Frederico Lobe. Já em Porto Alegre estudou pintura com João Fahrion.

Em 1942 ele chegou ao Rio de Janeiro, onde cursou a Escola Nacional de Belas Artes. Mas, insatisfeito com a metodologia ali adotada, juntou-se a outros artistas, também insatisfeitos, e com seu professor de gravura, Alberto da Veiga Guignard, para fundar o Grupo Guignard.

Em 1953 tornou-se professor de gravura no Instituto de Belas Artes do Rio de Janeiro, lecionando mais tarde essa técnica em seu próprio ateliê ou em permanências mais ou menos longas em Porto Alegre e em outras cidades, inclusive do exterior.

Embora Iberê Camargo tenha estudado com figuras marcantes representativas de variadas correntes estéticas, não se pode afirmar que tenha se filiado a alguma. Suas obras estiveram presentes, e sempre reapresentadas, em grandes exposições pelo mundo inteiro, como na Bienal de São Paulo e na Bienal de Veneza.


Prisão

No dia 5 de dezembro de 1980 ocorreu a maior tragédia na vida de Iberê Camargo: o pintor deixou o ateliê mais cedo, à procura de uma loja de cartões natalinos, e quando dobrava uma esquina no bairro de Botafogo, parou para observar a discussão de um casal.

O marido, vestindo apenas um calção, irritou-se: "O que é que está olhando?"

Após um empurra-empurra, Iberê e o desconhecido caíram no chão. Assustado, Iberê sacou a arma e matou o homem. Detido na hora, passou um mês na prisão, até receber habeas corpus.

Vida Pessoal

Iberê Camargo não gostava de cachorros nem de crianças e teve apenas uma filha, Gerci, fruto de um romance passageiro na década de 1930. Renovou as amizades, mas encontrou o verdadeiro companheirismo em 1983, no gato Martim, o seu "cucuruco", como o chamava.

O pintor colocava o bichano no bolso do macacão enquanto preparava seus quadros e fazia questão de que sua esposa, Maria Coussirat Camargo, pusesse um prato de comida para o gato na mesa de jantar. "O animal é melhor do que o homem, que hoje come na tua mesa e amanhã te faz velhacaria", comparava.

Morte

Iberê Camargo sofria de Câncer e morreu vítima de Insuficiência Respiratória em Porto Alegre. Segundo um amigo, Iberê não queria parar de pintar. Na véspera da sua morte, mesmo enfraquecido, o artista fez cinco desenhos a lápis em um pedaço de papel.

O velório do artista aconteceu na pinacoteca do Museu de Artes do Rio Grande do Sul, onde foram colocados trabalhos do pintor e frases escritas por ele.

Morreu dois meses após concluir o painel Solidão, sua última obra.

Fundação

Em 1995, no ano seguinte à sua morte, foi criada a Fundação Iberê Camargo, com sede na antiga moradia do artista, no bairro Nonoai, para conservar, catalogar e promover obra de Iberê. Mais tarde, a sede mudou-se para o bairro Cristal, em um prédio projetado pelo renomado arquiteto português Álvaro Siza Vieira.


Miriam Batucada

MIRIAM ANGELA LAVECCHIA
(47 anos)
Cantora

* São Paulo, SP (28/12/1946)
+ São Paulo, SP (02/07/1994)

Miriam era neta de italianos, tanto por parte de mãe, quanto por parte de pai. Nasceu aos 28 de Dezembro de 1946, mas foi registrada no dia 01 de janeiro de 1947, assim ganhando "um ano", como se dizia antigamente.

Miriam fez um curso técnico de digitadora pela IBM e chegou a trabalhar na Arno, sendo despedida por batucar no teclado.

Quando pequena, conheceu uma menina que tinha o apelido de Chacareira. Essa menina lhe ensinou a batucar com as mãos durante três meses. No começo, despontava um samba devagar, o que dias de prática fez se tornar um ritmo frenético e no compasso de qualquer samba.

Carreira

Em 1967 recebeu o convite para participar do programa do Blota Júnior. Sua apresentação durou duas horas e maravilhou todo público e o apresentador, e de quebra, Miriam ainda tocou todos os instrumentos que se encontravam no palco da TV Record naquele dia: piano, bateria, harmônica, violão, cuíca, além de batucar na mesa do apresentador e mostrar também a sua batucada nas mãos.

No dia seguinte já era representada pelo famoso empresário Marcos Lázaro, sendo contratada pela TV Record.

Participou do programa da Sônia Ribeiro e em seguida ganhou um programa com Ronnie Von nas tardes de sábado. E foi durante sua apresentação num programa de televisão que Cidinha Campos a intitulou de Miriam da Batucada. Como o "da" na época não estava na moda, o extraiu e ficou só com o codinome de Miriam Batucada.

Em 1968 gravou o compacto pela gravadora Rozemblit contendo as faixas Batucando Nas Mãos (Renato Teixeira) e Plác-Tic-Plác-Plác (Walter Peteléco), produzido por Côrte Real. Já apresentava sua famosa batucada nas mãos nessas músicas. Começou, nessa época a ser muito requisitada para espetáculos, e chegou a até fazer apresentações no exterior.

Apesar de seu samba ser relativamente tradicional, Miriam era pessoalmente muito criativa e aberta. Não teve problemas para gravar um disco relativamente inovador com Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Edy Star em 1971, chamado Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10.

Este se tornou seu disco mais famoso, o mais encontrado na Internet. Com Marcix (Compositora e produtora cultural) compos a musica Salve Rainha em homenagem a Chico Mendes.

Em 1973 gravou um compacto pela CBS com produção de Raul Seixas.

Pontos marcantes na personalidade de Miriam eram sua extrema simpatia e simplicidade. Como intérprete, tinha uma noção de ritmo muito boa. Um de seus sucessos era Teco Teco (Pereira da Costa e Milton Vilella). A canção hoje não é mais associada a ela, depois que Gal Costa também gravou.

Com fortes raízes italianas, Miriam era muito ligada a um bairro tradicional de São Paulo, a Mooca.

A Mooca só a homenageou após a sua morte, atribuindo o seu nome a uma travessa da Rua Bixira – Travessa Miriam Batucada.

Discografia

1968 – Rozenblit – Compacto Simples - Batucando na mão
1971 – Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10
1973 – Diabo no Corpo - Compacto Simples
1974 – Acertei No milhar - Compacto Duplo
1974 – Amanhã Ninguém Sabe - LP
1979 – Marcha do João - Compacto Simples
1991 – Alma de Festa - LP ¹
           Sinal de Vida - Compacto Simples

¹ Produzido por Marcix (Marcia Carvalho) e arranjado pelo maestro Otavio Basso (seu último disco)

Morte

Faleceu precocemente, sendo encontrada morta em seu apartamento onde morava só no bairro de Pinheiros, por sua irmã Mirna, que residia em Maringá, 21 dias após ter sofrido um Infarto Fulminante.


Fonte: Wikipédia

Estevam Sangirardi

ESTEVAM VICTOR LEÃO BOURROUL SANGIRARDI
(71 anos)
Radialista, Comentarista Esportivo e Escritor

* São Paulo, SP (03/01/1923)
+ São Paulo, SP (27/09/1994)

Com cinquenta anos de rádio, trabalhou nas rádios Jovem Pan, Rádio Record, Bandeirantes e Tupi, e nas TVs Gazeta, Record e Tupi. Trabalhou nos jornais A Gazeta Esportiva e a Gazeta Esportiva Ilustrada. Foi colunista do Diário da Noite de 1975 a 1977.

Estevam Sangirardi foi um humorista que durante algumas décadas construiu diversos personagens para seu show de humor, que ia ao ar no final das partidas de futebol. Nomes como Didu Morumbi, o torcedor do tricolor, Joca, o corintiano representante das classes menos favorecidas, o palmeirense Comendador Fumagalli, corneteiro que freqüentava o Parque Antártica foram alguns dos personagens criados para divertir os ouvintes do programa "Show de Rádio". Estevam Sangirardi era chamado de "Rei do Rádio Esportivo-Humorístico".

No seu "Show de Rádio", que marcou a história radiofônica do país, Estevam Sangirardi e sua equipe comandavam a festa do futebol com suas imitações de jogadores e personalidades políticas e artísticas do Brasil nos anos 1970 e 1980. O programa começava após cada transmissão ao vivo dos jogos. 

A biografia de Estevam Sangirardi é também a narrativa da história do rádio no Brasil, porque as duas histórias caminham paralelas. Estevam Sangirardi nasceu no mesmo ano que nasceu o rádio no Brasil, 1923, e nele construiu a sua história de sucesso. 

Entre os humoristas revelados no programa Show de Rádio, estão: João Kleber, Beto Hora, Serginho Leite, Carlos Roberto Escova, Ciro "Biro" Jatene, Nelson "Tatá" Alexandre e Cassiano Ricardo.

Foi diretor de relações públicas da gravadora Odeon Discos nos anos 60.

Deixou a viúva Olga Sangirardi, e o filho médico cardiologista Carlos Alberto Pastore e duas netas.


"Um Show de Rádio: A Vida de Estevam Sangirardi"

Para conhecer mais sobre a vida de Estevam Sangirardi leia o livro "Um Show de Rádio: A Vida de Estevam Sangirardi". O livro tem prefácio de Paulo Machado de Carvalho Filho e orelha de Reali Jr.

O autor, Carlos Coraúcci, tem 47 anos, é ator de teatro e pesquisador histórico. Para escrever este livro trabalhou cinco anos com pesquisas, entrevistou mais de cem pessoas, e recuperou quinze horas de gravações do "Show de Rádio".

Fonte: Wikipédia e Libre (Liga Brasileira de Editoras)

Mario Quintana

MARIO DE MIRANDA QUINTANA
(87 anos)
Jornalista, Poeta e Tradutor

* Alegrete, RS (30/07/1906)
+ Porto Alegre, RS (05/05/1994)

Mario Quintana era filho de Celso de Oliveira Quintana e Virgínia de Miranda, fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou para a Editora Globo, quando esta ainda era uma instituição eminentemente gaúcha, e depois na farmácia paterna.

Considerado o Poeta das Coisas Simples, com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas "Em Busca do Tempo Perdido" de Marcel Proust, "Mrs .Dalloway" de Virginia Woolf, e "Palavras e Sangue", de Giovanni Papini.

Em 1940, ele lançou o seu primeiro livro de poesias, "A Rua dos Cataventos", iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil.

Em 1953, Mario Quintana trabalhou no jornal Correio do Povo, como colunista da página de cultura, que saía aos sábados, e em 1977 saiu do jornal.

Em 1966, foi publicada a sua "Antologia Poética", com sessenta poemas, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, e lançada para comemorar seus 60 anos de idade, sendo por esta razão o poeta saudado na Academia Brasileira de Letras (ABL) por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recitou o poema "Quintanares", de sua autoria, em homenagem ao colega gaúcho. No mesmo ano ganhou o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira de Escritores (UBE) de melhor livro do ano.

Em 1976, ao completar setenta anos, recebeu a Medalha Negrinho do Pastoreio do governo do estado do Rio Grande do Sul.

Em 1980 recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.

Vida Pessoal

Mario Quintana não se casou nem teve filhos. Solitário, viveu grande parte da vida em hotéis: de 1968 a 1980, residiu no Hotel Majestic, no centro histórico de Porto Alegre, de onde foi despejado quando o jornal Correio do Povo encerrou temporariamente suas atividades por problemas financeiros, e Mario Quintana, sem salário, deixou de pagar o aluguel do quarto. Na ocasião, o comentarista esportivo e ex-jogador da Seleção Brasileira, Paulo Roberto Falcão cedeu a ele um dos quartos do Hotel Royal, de sua propriedade. A uma amiga que achou pequeno o quarto, Mario Quintana disse:

"Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas!"

Essa mesma amiga, contratada para registrar em fotografia os 80 anos de Mario Quintana, conseguiu um apartamento no Porto Alegre Residence, um apart-hotel no centro de Porto Alegre, onde o poeta viveu até sua morte. Ao conhecer o espaço, ele se encantou: "Tem até cozinha!"

Em 1982, o prédio do Hotel Majestic, que fora considerado um marco arquitetônico de Porto Alegre, foi tombado.

Em 1983, atendendo a pedidos dos fãs gaúchos do poeta, o governo estadual do Rio Grande do Sul adquiriu o imóvel e transformou-o em centro cultural, batizado como Casa de Cultura Mario Quintana. O quarto do poeta foi reconstruído em uma de suas salas, sob orientação da sobrinha-neta Elena Quintana, que foi secretária dele de 1979 a 1994, quando ele faleceu.

Segundo Mario Quintana, em entrevista dada a Edla Van Steen em 1979, seu nome foi registrado sem acento. Assim ele o usou por toda a vida.

Em 2006, no centenário de seu nascimento, várias comemorações foram realizadas no estado do Rio Grande do Sul em sua homenagem.

Relações com a Academia Brasileira de Letras

O poeta tentou por três vezes uma vaga à Academia Brasileira de Letras, mas em nenhuma das ocasiões foi eleito. As razões eleitorais da instituição não lhe permitiram alcançar os vinte votos necessários para ter direito a uma cadeira. Ao ser convidado a candidatar-se uma quarta vez, e mesmo com a promessa de unanimidade em torno de seu nome, o poeta recusou.

"Só atrapalha a criatividade. O camarada lá vive sob pressões para dar voto, discurso para celebridades. É pena que a casa fundada por Machado de Assis esteja hoje tão politizada. Só dá ministro."
(Mario Quintana)

"Se Mario Quintana estivesse na Academia Brasileira de Letras, não mudaria sua vida ou sua obra. Mas não estando lá, é um prejuízo para a própria Academia."
(Luis Fernando Veríssimo)

"Não ter sido um dos imortais da Academia Brasileira de Letras é algo que até mesmo revolta a maioria dos fãs do grande escritor, a meu ver, títulos são apenas títulos, e acredito que o maior de todos os reconhecimentos ele recebeu: o carinho e o amor do povo brasileiro por sua poesia e pelo grande poeta e ser humano que ele foi…"
(Cícero Sandroni)

Mario Quintana estava internado desde sexta-feira, 29/04/1994, e o seu estado se agravou na véspera de sua morte com problemas cardíacos e respiratórios.

Obra Poética

  • 1940 - A Rua dos Cataventos
  • 1946 - Canções
  • 1948 - Sapato Florido
  • 1950 - O Aprendiz de Feiticeiro
  • 1951 - Espelho Mágico
  • 1953 - Inéditos e Esparsos
  • 1962 - Poesias
  • 1973 - Caderno H
  • 1976 - Apontamentos de História Sobrenatural
  • 1976 - Quintanares
  • 1977 - A Vaca e o Hipogrifo
  • 1980 - Esconderijos do Tempo
  • 1986 - Baú de Espantos
  • 1987 - Preparativos de Viagem
  • 1987 - Da Preguiça Como Método de Trabalho
  • 1988 - Porta Giratória
  • 1989 - A Cor do Invisível
  • 1990 - Velório Sem Defunto
  • 2001 - Água

Livros Infantis

  • 1948 - O Batalhão das Letras
  • 1968 - Pé de Pilão
  • 1983 - Lili Inventa o Mundo
  • 1984 - Nariz de Vidro
  • 1984 - O Sapo Amarelo
  • 1994 - Sapato Furado

Antologias

  • 1966 - Nova Antologia Poética
  • 1978 - Prosa & Verso
  • 1978 - Chew Me Up Slowly
  • 1979 - Na Volta da Esquina
  • 1979 - Objetos Perdidos y Otros Poemas
  • 1981 - Nova Antologia Poética
  • 1982 - Literatura Comentada
  • 1983 - Os Melhores Poemas de Mário Quintana
  • 1985 - Primavera Cruza o Rio
  • 1986 - 80 anos de Poesia
  • 1990 - Trinta Poemas
  • 1994 - Ora Bolas
  • 1997 - Antologia Poética
  • 2005 - Mário Quintana, Poesia Completa

Traduções

Dentre os diversos livros que traduziu para a Livraria do Globo de Porto Alegre, estão alguns volumes do "Em Busca do Tempo Perdido", de Marcel Proust (talvez seu trabalho de tradução mais reconhecido até hoje), Honoré de Balzac, Voltaire, Virginia Woolf, Giovanni Papini e Charles Morgan. Além disso, estima-se que Mario Quintana tenha traduzido um sem-número de histórias românticas e contos policiais, sem receber créditos por isso - uma prática comum à época em que atuou na Livraria do Globo, de 1934 a 1955.

Fonte: Wikipédia
Créditos Fotográficos: Dulce Helfer

Ronaldo Bôscoli

RONALDO FERNANDO ESQUERDO E BÔSCOLI
(66 anos)
Compositor, Produtor Musical e Jornalista

☼ Rio de Janeiro, RJ (28/10/1928)
┼ Rio de Janeiro, RJ (18/11/1994)

Ronaldo Bôscoli foi um compositor, produtor musical e jornalista brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 28/10/1928.

Nascido numa família de artistas, era sobrinho-bisneto da compositora Chiquinha Gonzaga, primo do ator Jardel Filho, e teve como primeira profissão, em 1951, o trabalho num jornal, Diário da Noite, como jornalista esportivo, período limitado à juventude. Foi nessa época que iniciou amizade com Vinicius de Moraes, que já havia jogado o seu charme para sua irmã, Lila, com quem se casaria tempos depois.

Amigo de vários músicos e artistas, e disposto a trocar as redações pela noite carioca, em 1957 escreveu sua primeira letra, "Sente", musicada por Chico Feitosa e interpretada por Norma Bengell no mesmo ano. Nesta época, reunia-se no apartamento de Nara Leão, de quem era namorado. Traiu Nara Leão com a cantora Maysa MonjardimNara Leão não perdoou o namorado nem a amiga e se afastou dos dois.

Roberto Carlos e Ronaldo Bôscoli, 1981
Ronaldo Bôscoli compunha com outros artistas as canções que ficariam conhecidas como estilo Bossa Nova. Um dos grandes nomes do movimento, compôs, com Roberto Menescal, as célebres "O Barquinho", "Nós e o Mar", "Telefone" e "Balançamba". Escreveu com Carlos Lyra duas canções, "Lobo Bobo" e "Saudade Fez Um Samba", para o histórico disco "Chega de Saudade", de João Gilberto, lançado em 1959.

Com Luís Carlos Miele produziu diversos espetáculos, o primeiro pocket-show, expressão criada por ele, apresentando, no Little Club, Odete Lara com Sérgio Mendes e Conjunto.

Organizou e dirigiu dezenas de shows em boates no lendário Beco das Garrafas, onde ganhou o apelido de O Véio, não só por ser mais velho que a turma de artistas, mas pelo jeito ranzinza e reacionário.

Elis Regina e Ronaldo Bôscoli
Foi também responsável pela produção televisiva de "O Fino da Bossa", apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues.

Ronaldo Bôscoli se casou com Elis Regina em 1967.

Ainda ao lado de Luís Carlos Mielee, trabalhou como produtor musical durante 24 anos, produzindo os espetáculos de Roberto Carlos, e na TV Globo originando programas como "Brasil Pandeiro", com Beth Faria, "Alerta Geral", com Alcione, e "Bibi 78 e 79", com Bibi Ferreira.

Ronaldo Bôscoli é pai do produtor musical João Marcelo Bôscoli, filho que teve com Elis Regina.

Durante a década de 80 seguiu escrevendo programas para a TV Globo e produzindo o show anual de Roberto Carlos, mas deixou de ter a mesma influência no cenário musical.

Morte

Ronaldo Bôscoli faleceu na sexta-feira, dia 18/11/1994, às 7h00, no Rio de Janeiro, RJ, aos 66 anos, vítima de infecção generalizada e insuficiência renal. Há cinco anos Ronaldo Bôscoli lutava contra um câncer na próstata.

Ronaldo Bôscoli morreu antes de lançar seu último trabalho, o livro "Eles e Eu", uma auto-biografia com muitas histórias sobre a música brasileira. O lançamento do livro estava previsto para terça-feira, 22/11/1994,

Ronaldo Bôscoli estava internado havia um mês no Hospital da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro

O sepultamento de Ronaldo Bôscoli aconteceu no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipédia

Pedro Collor

PEDRO AFFONSO COLLOR DE MELLO
(42 anos)
Empresário

* Maceió, AL (14/12/1952)
* New York, Estados Unidos (19/12/1994)

Pedro Affonso Collor de Mello foi um empresário brasileiro, irmão do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Comandava as empresas da família em Alagoas, Organização Arnon de Mello, TV Gazeta de Alagoas, Jornal Gazeta de Alagoas, Rádio Gazeta AM, Rádio Gazeta FM e Gráfica Gazeta de Alagoas.

Pedro Collor denunciou um esquema de corrupção política envolvendo Paulo César Farias, tesoureiro de Fernando Collor. Essa denúncia, feita em entrevista exclusiva ao jornalista Luís Costa Pinto e publicada na revista Veja em edição com data de capa de 25 de maio de 1992, desencadeou o processo de impeachment do então presidente Fernando Collor.

Pedro Collor morreu vítima de câncer no cérebro em 1994, deixando a esposa, Thereza Collor, e três filhos, sendo um deles fruto do relacionamento com Regina Maria Habbema de Maia.

Fonte: Wikipédia

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Benjamin Cattan

BENJAMIN CATTAN
(69 anos)
Ator, Escritor e Diretor

* São Paulo, SP (1925)
+ São Paulo, SP (09/01/1994)

Benjamin Cattan foi um dos pioneiros da televisão brasileira. Estreou na TV Tupi de São Paulo, como diretor do principal programa teleteatral da emissora, o "TV de Vanguarda" e, depois, se transformou em diretor artístico da emissora. Ainda na TV Tupi, escreveu telenovelas como "Hospital" (1971) e "Simplesmente Maria" (1970), esta última também dirigida por ele.

Atuou como ator nas novelas "A Muralha" (1961), "Vitória Bonelli" (1972), "Maria Antonieta", entre outras. Foi, depois, para a Rede Bandeirantes de Televisão, para a TV Cultura e, por fim, para a TV Globo, onde trabalhou em cinco produções entre 1989 e 1992, quase em seguida: "O Salvador da Pátria" (1989), "Gente Fina" (1990), "Araponga" (1991), "Felicidade" (1991) e "As Noivas de Copacabana" (1992), seu último trabalho.

Em 1964, organizou, o Primeiro Concurso de Peças Nacionais, vencido por Oduvaldo Viana Filho, com "O Matador", Osmar Lins, com "A Ilha no Espaço", e Plínio Marcos, com "Estória de Subúrbio". Atuava nos palcos eventualmente, sempre em papéis marcante.

No teatro, Benjamin Cattan, dirigiu as primeiras apresentações da peça "Dois Perdidos Numa Noite Suja" de Plínio Marcos, em 1966.

No cinema, começou na Vera Cruz e participou de algumas chanchadas dos anos 50, como "Uma Pulga na Balança" (1953). Também fez filmes como "O Beijo da Mulher Aranha" (1985), de Hector Babenco e "Dias Melhores Virão" (1989), de Cacá Diegues.

Benjamin Cattan faleceu em São Paulo, onde nasceu e sempre viveu, vítima de um Acidente Vascular Circulatório.