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Carlos Cachaça

CARLOS MOREIRA DE CASTRO
(97 anos)
Cantor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (03/08/1902)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/08/1999)


Morador do morro desde os oito anos de idade, Carlos Cachaça cresceu participando de blocos e cordões, acompanhando o surgimento das escolas de samba. Sua obra musical traduz o seu tempo, uma narrativa poética do que viveu. Sem fantasias, seus versos e melodias contam um pouco do que viu e sentiu.

Este mangueirense, apaixonado por carnaval reuniu várias virtudes. Ao contrário do que seu apelido sugere, Carlos zelava pela diversão e pelo trabalho. Quando jovem bebia, mas não sofria alteração, o que lhe permitia uma total disciplina. Trabalhou na Rede Ferroviária Federal, até se aposentar. Foram quarenta anos, (de 1925 a 1965), trabalhando diariamente sem faltar um dia.

Ao lado do grande Cartola, seu parceiro mais constante, e Saturnino Gonçalves, pai da Dona Neuma, entre outros, fundou, em 1925, o Bloco dos Arengueiros, que mais tarde deu origem a Estação Primeira de Mangueira.

Carlos Cachaça, esteve em atividades até a morte, aos 97 anos. Foi o primeiro compositor a inserir elementos históricos nos sambas de enredo, o que é uma norma até hoje. Em 1923 compôs seu primeiro samba Ingratidão e em 1932 compõe a primeira parceria com Cartola.

Ganhou o apelido de Cachaça para diferenciar de outros "Carlos" da turma e por causa de sua bebida preferida. Sua última participação ativa na Mangueira foi em 1948, quando a escola foi a 1ª a colocar som no desfile, para o samba-enredo Vale de São Francisco.

Em dezembro de 1980 lançou pela Ed. José Olympio, em co-autoria com Marília T. Barbosa da Silva e Arthur L. Oliveira Filho, o livro Fala Mangueira.

Em 1997, ao completar 95 anos, foi homenageado, na quadra da Mangueira por ser o único fundador vivo da agremiação.

O único disco solo de Cachaça é de 1976 e inclui pérolas como Quem Me Vê Sorrindo (com Cartola) e Juramento Falso.

Carlos Cachaça foi pouco interpretado pelos cantores da era do rádio. Não Quero Mais Amar a Ninguém (com Cartola e Zé da Zilda) é uma exceção. Foi gravado por Aracy de Almeida em 1937 e regravado por Paulinho da Viola em 1973, no LP Nervos de Aço pela gravadora Odeon. Época em que vários dos seus sambas passam a ser redescobertos.

Fonte: Wikipédia

Zé Keti

JOSÉ FLORES DE JESUS
(78 anos)
Cantor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (16/09/1921)
+ Rio de Janeiro, RJ (14/11/1999)

Nascido em 16/09/1921, embora tenha sido registrado, em 6 de outubro, no bairro de Inhaúma, José Flores de Jesus, ficou conhecido como Zé Kéti. Em 1924, foi morar em Bangu na casa do avô, o flautista e pianista João Dionísio Santana, que costumava promover reuniões musicais em sua casa, das quais participavam nomes famosos da música popular brasileira como Pixinguinha, Cândido das Neves, entre outros. Filho de Josué Vale da Cruz, um marinheiro que tocava cavaquinho, cresceu ouvindo as cantorias do avô e do pai. Após a morte do avô, em 1928, mudou-se para a Rua Dona Clara. Cantou o samba, as favelas, a malandragem e seus amores.

Ele começou a atuar na década de 1940, na ala dos compositores da escola de samba Portela. Entre 1940 e 1943, compôs sua primeira marcha carnavalesca: "Se o Feio Doesse". Em 1946, "Tio Sam no Samba" foi o primeiro samba de sua autoria gravado pelo grupo Vocalistas Tropicais. Em 1951, obteve seu primeiro grande sucesso com o samba "Amor Passageiro", parceria com Jorge Abdala gravado por Linda Batista na RCA. No mesmo ano, seu samba "Amar é Bom", parceria com Jorge Abdala foi gravado na Todamérica pelos Garotos da Lua.

Em 1955, sua carreira começou a deslanchar quando seu samba "A Voz do Morro", gravada por Jorge Goulart e com arranjo de Radamés Gnattali, fez enorme sucesso na trilha do filme "Rio 40 graus", de Nelson Pereira dos Santos. Neste filme, trabalhou também como segundo assistente de câmera e ator. Outro sucesso nos anos 50 foi "Leviana", que também foi incluído no filme "Rio 40 Graus" (1955), de Nelson Pereira dos Santos, diretor com o qual trabalhou também no filme "Rio Zona Norte" (1957).

Dono de um temperamento tímido, seu pseudônimo veio do apelido de infância "Zé Quieto" ou "Zé Quietinho". No ano de 1962 idealizou o conjunto A Voz do Morro, do qual participou e que ainda contava com Élton Medeiros, Paulinho da Viola, Anescarzinho do Salgueiro, Jair do Cavaquinho, José da Cruz, Oscar Bigode e Nelson Sargento. O grupo lançou três discos.

Em 1964, participou do espetáculo "Opinião", ao lado de João do Vale e Nara Leão, que o levou ao concerto que tornou conhecidas algumas de suas composições, como "Opinião" e "Diz Que Fui Por Aí" (esta em parceria com Hortênsio Rocha). No ano seguinte, lançou "Acender as Velas", considerada uma de suas melhores composições. Esta música inclui-se entre as músicas de protesto da fase posterior a 1964. A letra deste samba possui um impacto forte, criado pelo relato dramático do dia-a-dia da favela. Nara Leão e Elis Regina fizeram um enorme sucesso com a gravação desta música.

Também em 1964, gravou pelo selo Rozemblit um compacto simples que tinha a música "Nega Dina". Nessa mesma época, recebeu o Troféu Euterpe como o melhor compositor carioca e, juntamente com Nelson Cavaquinho, o troféu O Guarany, como melhor compositor brasileiro.

Com Hildebrando Matos, compôs em 1967 a marcha-rancho "Máscara Negra", outro grande sucesso, gravada por ele mesmo e também por Dalva de Oliveira, foi a música vencedora do carnaval, tirando o 1º lugar no 1º Concurso de Músicas para o Carnaval, criado naquele ano pelo Conselho Superior de MPB do Museu da Imagem e do Som e fazendo grande sucesso nacional.

Nos anos seguintes, viveu um período de esquecimento na música do Brasil. Durante a década de 1980, Zé Keti morou em São Paulo. Em 1987, no início de julho, teve o primeiro Derrame Cerebral.

Em 1995, década seguinte, voltou a morar no Rio com uma das filhas. Continuou compondo, cantando e lançou um disco.

Em 1996, lançou o CD "75 Anos de Samba", com participação de Zeca Pagodinho, Monarco, Wilson Moreira e Cristina Buarque. Este CD foi produzido por Henrique Cazes, com quatro músicas inéditas e vários sucessos antigos. Nesse mesmo ano, subiu ao palco com Marisa Monte e a Velha Guarda da Portela e interpretou com enorme sucesso alguns clássicos do samba, como "A Voz do Morro" e "O Mundo é Um Moinho", de Cartola, entre outros.

Em 1997, recebeu da Portela um troféu em reconhecimento pelo seu trabalho e participou da gravação do disco "Casa da Mãe Joana". Em 1998, ganhou o Prêmio Shell pelo conjunto de sua obra: mais de 200 músicas. Nesta noite foi homenageado por muitos músicos da Portela, entre eles, Paulinho da Viola, Élton Medeiros, Monarco e a própria Velha Guarda, em show dirigido por Sérgio Cabral e encenado, em noite única, no Canecão do RJ.

Em janeiro de 1999, recebeu a placa pelos 60 anos de carreira na roda de samba da Cobal do Humaitá. Apresentou-se ao lado da Velha Guarda da Portela e teve várias músicas regravadas.

Aos 78 anos, Zé Keti morreu de Falência Múltipla dos Órgãos em 1999.

Fonte: Wikipédia

Dias Gomes

ALFREDO DE FREITAS DIAS GOMES
(76 anos)
Dramaturgo e Autor de Novelas

* Salvador, BA (19/10/1922)
+ São Paulo, SP (18/05/1999)

Essencialmente um homem de teatro, aos 15 anos Dias Gomes escreveu sua primeira peça, "A Comédia dos Moralistas", com a qual ganharia o prêmio do Serviço Nacional de Teatro, no ano seguinte. Em 1942, sua peça "Amanhã Será Outro Dia" chega às mãos do ator Procópio Ferreira que, empolgado com a qualidade do texto, chama o autor para uma conversa. Embora tivesse gostado do que lera, tratava-se de um drama antinazista e Procópio achava arriscado levar à cena um espetáculo desse porte em plena Segunda Guerra Mundial. Quando questionado se não teria uma outra peça, de comédia talvez, Dias lembrou-se de "Pé de Cabra", uma espécie de sátira ao maior sucesso de Procópio até então, e não hesitou em levá-la ao grande ator que, entusiasmado, comprometeu-se a encená-la.

Sob a alegação de que a peça possuía alto conteúdo marxista, "Pé de Cabra" seria proibida no dia da estreia. Curioso notar que, embora anos depois o autor viesse a se filiar ao Partido Comunista Brasileiro, até então Dias Gomes nunca havia lido uma só linha de Karl Marx.

Graças à sua influência, Procópio consegue a liberação da peça, mediante o corte de algumas passagens, e a mesma é levada à cena com grande sucesso. No ano seguinte, Dias Gomes assinaria com Procópio aquele que seria o primeiro grande contrato de sua carreira, no qual se comprometia a escrever com exclusividade para o ator. Desse período nasceram "Zeca Diabo", "João Cambão", "Dr. Ninguém", "Um Pobre Gênio" e "Eu Acuso o Céu".

Infelizmente nem todas as peças foram encenadas, pois logo Dias e Procópio se desentenderam por sérias divergências políticas. Refletindo o pensamento da época, Procópio não concordava com as preocupações sociais que Dias insistia em discutir em suas peças. Tais diferenças levariam o autor a se afastar temporariamente dos palcos e ele passou a se dedicar ao rádio.

Foi no ambiente radiofônico que Dias Gomes travou contato pela primeira vez com aquela que viria a se tornar sua primeira esposa, a então desconhecida Janete Clair. Com ela, teria três filhos: Guilherme, Alfredo e Denise Emmer.

De 1944 a 1964, Dia Gomes adaptou cerca de 500 peças teatrais para o rádio, o que lhe proporcionou apurado conhecimento da literatura universal.

Em 1960, Dias Gomes volta aos palcos com aquele que viria a ser o maior êxito de sua carreira, pelo qual se tornaria internacionalmente conhecido: "O Pagador de Promessas". Adaptado para o cinema, "O Pagador de Promessas" seria o primeiro filme brasileiro a receber uma indicação ao Oscar e o único a ganhar a Palma de Ouro em Cannes.

Em 1965, Dias assiste, perplexo, à proibição de sua peça "O Berço do Herói", no dia da estreia. Adaptada para a televisão com o nome de "Roque Santeiro", a mesma seria proibida uma década depois, também no dia de sua estreia. Somente em 1985, com o fim do Regime Militar, o público iria poder conferir a "Roque Santeiro" - que, diga-se de passagem, viria a se tornar uma das maiores audiências do gênero.

Com a implantação da Ditadura Militar no Brasil, em 1964, Dias Gomes passa a ter suas peças censuradas, uma após a outra.

Demitido da Rádio Nacional, graças ao seu envolvimento com o Partido Comunista, não lhe resta outra saída senão aceitar o convite de Boni, então presidente da Rede Globo, para escrever para a televisão.

De 1969 a 1979 Dias Gomes dedica-se exclusivamente ao veículo, no qual demonstra incomum talento.

Em 1972 Dias Gomes levaria o povo para a televisão ao ambientar "Bandeira 2" no subúrbio carioca.

Em 1973 escreveu a primeira novela em cores da TV brasileira, "O Bem Amado".

Em 1974 já falava em ecologia e no crescimento desordenado da cidade com "O Espigão".

Em 1976, com "Saramandaia", abordaria o realismo fantástico, então em moda na literatura.

O fracasso de "Sinal de Alerta", em 1978, leva Dias a se afastar do gênero telenovela temporariamente.

Ao longo de toda a década de 80, Dias Gomes voltaria a se dedicar ao teatro, escrevendo para a televisão esporadicamente. Datam desse o período os seriados "O Bem Amado" e "Carga Pesada" (apenas no primeiro ano), e as novelas "Roque Santeiro" e "Mandala", das quais escreveria apenas parte.

Viúvo de Janete Clair, que morrera um ano antes, em 1984 Dias casa-se com a atriz Bernadeth Lyzio, com quem tem duas filhas: Mayra Dias Gomes e Luana Dias Gomes.

Nos anos 90, Dias Gomes viraria as costas de vez para as telenovelas, dedicando-se única e exclusivamente às minisséries.

Academia Brasileira de Letras

Dias Gomes ocupou a cadeira 21, cujo patrono é o maranhense Joaquim Serra e o atual ocupante é o escritor Paulo Coelho.

Teatro

1938 - A Comédia dos Moralistas
1939 - Esperidião
1940 - Ludovico
1941 - Amanhã Será Outro Dia
1942 - O Homem Que Não Era Seu
1942 - Pé-de-Cabra
1943 - Zeca Diabo
1943 - João Cambão
1943 - Dr. Ninguém
1943 - Um Pobre Gênio
1943 - Eu Acuso o Céu
1943 - Sinhazinha
1943 - Toque de Recolher
1944 - Beco Sem Saída
1949 - A Dança das Horas (Adaptação do romance "Quando é Amanhã")
1951 - O Bom Ladrão
1954 - Os Cinco Fugitivos do Juízo Final
1959 - O Pagador de Promessas
1960 - A Invasão
1961 - A Revolução dos Beatos
1962 - O Bem-Amado
1963 - O Berço do Herói
1966 - O Santo Inquérito
1968 - O Túnel
1968 - Dr. Getúlio, Sua Vida, Sua Gloria
1969 - Vamos Soltar os Demônios (Amor Em Campo Minado)
1977 - As Primícias
1978 - Phallus
1978 - O Rei de Ramos
1979 - Campeões Do Mundo
1986 - Olho No Olho
1988 - Meu Reino Por Um Cavalo
1995 - Roque Santeiro, o musical

Literatura

1945 - Duas Sombras Apenas
1946 - Um Amor e Sete Pecados
1947 - A Dama da Noite
1948 - Quando é Amanhã
1982 - Sucupira, Ame-a ou Deixe-a
1983 - Odorico na Cabeça
1994 - Derrocada
1995 - Decadência

Cinema

1960 - O Pagador de Promessas
1987 - O Rei do Rio (Adaptação de "O Rei de Ramos")
2010 - O Bem Amado

Televisão

1969 - A Ponte dos Suspiros
1970 - Verão Vermelho
1970 - Assim na Terra Como no Céu
1971 - Bandeira 2
1973 - O Bem Amado
1974 - O Espigão
1975 - Roque Santeiro (1ª Versão Censurada)
1976 - Saramandaia
1978 - Sinal de Alerta
1979 - Carga Pesada (Supervisão de Texto)
1980 - O Bem Amado (Seriado)
1982 - Um Tiro No Coração (Minisérie)
1985 - Roque Santeiro
1987 - Expresso Brasil (Seriado)
1987 - Mandala (Até o 35° Capítulo)
1988 - O Pagador de Promessas (Minisérie)
1990 - Araponga
1992 - As Noivas de Copacabana (Minisérie)
1995 - Irmãos Coragem - Remake (Supervisão de Texto)
1995 - Decadência (Minisérie)
1996 - O Fim do Mundo
1998 - Dona Flor e Seus Dois Maridos (Minisérie)

Adaptações Em Outros Países

1971 - Así en La Tierra Como en el Cielo (Argentina)
1996 - Sucupira (O Bem Amado) (TV Nacional do Chile)

Em meio à preparação de mais um trabalho para a televisão, a minissérie "Vargas" - baseada em sua peça "Dr. Getúlio, Sua Vida, Sua Glória" -, Dias Gomes morre num trágico acidente automobilístico, ao sair de um restaurante no centro de São Paulo.

Fonte: Wikipédia

Carlos Kroeber

CARLOS HENRIQUE KROEBER
(64 anos)
Ator

☼ Belo Horizonte, MG (20/09/1934)
┼ Rio de Janeiro, RJ (13/06/1999)

Carlos Kroeber foi um ator brasileiro nascido em Belo Horizonte, MG, no dia 20/09/1934.

Carlos Kroeber atuou em cinema, teatro e televisão. Foi um dos fundadores do Teatro Experimental, em Belo Horizonte, em 1955.

Carlos Kroeber foi um dos atores mais atuantes do cinema nacional, fez mais de 60 filmes em 30 anos de carreira. Fez também teatro e televisão, ganhando vários prêmios como melhor ator e melhor coadjuvante, principalmente no cinema.

A estréia de Carlos Kroeber no cinema foi no final da década de 60 em "O Homem Que Comprou o Mundo" (1968). Atuou em 1997 no filme "Navalha na Carne", adaptação para as telas da peça de Plínio Marcos.

O primeiro prêmio como melhor ator veio em 1971 com o papel principal no filme "A Casa Assassinada" (1971).

Na televisão, Carlos Kroeber chegou apenas em 1976 como o Frei Damasceno da novela "Estúpido Cupido" na TV Globo, e na mesma emissora, fez ainda mais 20 novelas e quatro minisséries.

Carlos Kroeber faleceu no dia 13/06/1999, aos 64 anos, no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, depois de permanecer quase dois meses internado no CTI do hospital com insuficiência respiratória e cardíaca.

Carlos Kroeber, Kátia D'Angelo e Ana Lúcia Torres em "As Três Marias" 1980.
Televisão

  • 1998 - Labirinto Juiz
  • 1998 - Torre de Babel ... Drº Navarro
  • 1995 - Engraçadinha... Seus Amores e Seus Pecados
  • 1995 - História de Amor ... Remador
  • 1994 - A Viagem ... Juiz
  • 1994 - Pátria Minha ... Cristiano
  • 1993 - Sonho Meu ... Varela
  • 1992 - Glückliche Reise
  • 1992 - Deus nos Acuda ... Alberto
  • 1992 - Perigosas Peruas ... Michelângelo
  • 1990 - Rainha da Sucata ... Conde Giacomo di Lampedusa
  • 1990 - Barriga de Aluguel ... Ramiro
  • 1989 - República ... Dom Pedro II
  • 1989 - O Sexo dos Anjos ... Nascimento
  • 1989 - Que Rei Sou Eu? ... Dom Curro de la Grana
  • 1988 - Fera Radical ... Drº Nogueira
  • 1987 - Mandala ... Drº Henrique
  • 1986 - Cambalacho ... Delegado
  • 1986 - Roda de Fogo ... Werner Benson
  • 1985 - O Tempo e o Vento ... Nepomuceno
  • 1985 - Um Sonho a Mais ... Pedro Ernesto
  • 1984 - Amor Com Amor Se Paga ... Anselmo
  • 1984 - Transas e Caretas ... Dom Manuel
  • 1983 - Guerra dos Sexos ... Moisés
  • 1982 - Sol de Verão ... Hilário
  • 1982 - Sétimo Sentido ... Antônio Rivoredo
  • 1981 - Terras do Sem-Fim ... Sinhô Badaró
  • 1981 - Baila Comigo ... Gerente de Banco
  • 1980 - As Três Marias ... Olímpio
  • 1979 - Pai Herói ... Tiago
  • 1978 - O Pulo do Gato ... Pacheco
  • 1976 - Anjo Mau ... Conrado Medeiros
  • 1976 - Estúpido Cupido ... Frei Damasceno

Cinema

  • 1990 - O Quinto Macaco ... Mr. Garcia
  • 1988 - Jardim de Alah
  • 1987 - Vera
  • 1987 - Running Out Of Luck
  • 1986 - Por Incrível Que Pareça
  • 1985 - Chico Rei ... Governador
  • 1984 - Noites do Sertão
  • 1984 - O Cavalinho Azul
  • 1984 - Quilombo
  • 1982 - Tessa, a Gata
  • 1982 - Luz del Fuego ... Trancoso
  • 1981 - Bonitinha Mas Ordinária ... Drº Werneck
  • 1979 - Bye Bye Brasil
  • 1979 - Muito Prazer
  • 1979 - Massacre em Caxias
  • 1978 - O Bandido Antonio Dó
  • 1977 - Anchieta, José do Brasil
  • 1977 - Gente Fina é Outra Coisa
  • 1976 - Soledade, a Bagaceira
  • 1976 - Um Brasileiro Chamado Rosaflor
  • 1976 - O Casamento ... Padre Bernardo
  • 1976 - Gordos e Magros ... Carlão / Carlinhos
  • 1976 - Feminino Plural
  • 1976 - Tem Alguém na Minha Cama
  • 1975 - O Padre Que Queria Pecar
  • 1975 - As Loucuras de um Sedutor
  • 1975 - Guerra Conjugal ... João Bicha
  • 1975 - Quem Tem Medo de Lobisomem? ... Leão
  • 1975 - A Extorsão
  • 1974 - Um Homem Célebre
  • 1974 - O Marginal
  • 1974 - O Filho do Chefão
  • 1974 - Motel
  • 1973 - Joanna Francesa ... Aureliano
  • 1973 - Os Primeiros Momentos
  • 1972 - Som Amor e Curtição
  • 1972 - Os Inconfidentes ... Alvarenga Peixoto
  • 1971 - A Casa Assassinada ... Timóteo
  • 1971 - Rua Descalça
  • 1970 - É Simonal
  • 1969 - Navalha na Carne
  • 1968 - O Homem que Comprou o Mundo

Fonte: Wikipédia

Ariel Coelho

ARIEL COELHO
(48 anos)
 Ator e Humorista

* Curitiba, PR (1951)
+ Rio de Janeiro, RJ (28/06/1999)

Ator formado pelo Curso de Arte Dramática da Fundação Teatro Guaíra e que teve nas peças de seu amigo Antônio Carlos Kraide as primeiras chances de aparecer no palco, participou de produções internacionais rodadas no Brasil.

Em 1985, o inglês John Boorman o escolheu para fazer um padre que aparecia com destaque (inclusive alguns diálogos) em três seqüências de "A Floresta das Esmeraldas" (The Esmerald Forest).

Em 1987, Paul Mazursky o colocou como um dos músicos da banda que aparece em seqüência de "Luar Sobre Parador", rodado em Ouro Preto.

No cinema, Ariel Coelho participou dos filmes " O Quinto Macaco" (1990); "Luar Sobre Parador" (1988); "Where the River Runs Black" (1986); "As Sete Vampiras" (1986); "Por Incrível Que Pareça" (1986); "The Emerald Forest" (1985); "Brás Cubas" (1985); "Urubus e Papagaios" (1985); " O Cavalinho Azul" (1984); "Um Sedutor Fora de Série" (1983); "Índia, a Filha do Sol" (1982);

No teatro, era integrante do grupo "Pessoal do Cabaré", com o qual encenou, dentre outros espetáculos "Poleiros do Anjos" (1981); "Musical dos Musicais" (1982); "Serafim Ponte Grande" (1982); "O Beijo no Asfalto" (1984).

No teatro, Ariel Coelho fez, ainda,"A Viagem de Um Barquinho", peça infantil de Sílvia Orthoff (1977); "Curitiba Velha de Guerra" (1977); "Uma Noite com Valentim" (1991", "Drácula", na montagem de Antônio Carlos Kraide, sobre texto de Eddy Françoise.

Ariel Coelho faleceu aos 48 anos, no Rio de Janeiro, RJ, no dia 28/06/1999, vítima de uma infecção generalizada.

Cinema

1990 - O Quinto Macaco ... Pastor
1988 - Moon Over Parador ... Paulo
1986 - Where the River Runs Black ... Francisco
1986 - As Sete Vampiras ... Frederico Rossi
1986 - Por Incrível Que Pareça
1985 - The Emerald Forest ... Padre Leduc
1985 - Urubus e Papagaios
1985 - Brás Cubas
1984 - O Cavalinho Azul
1983 - Um Sedutor Fora de Série
1982 - Índia, a Filha do Sol

Televisão

1999 - Chiquinha Gonzaga ... Conde
1997 - Salsa e Merengue ... Delegado
1996 - O Fim do Mundo ... Irana
1995 - Malhação ... Danilo
1995 - Decadência
1995 - Engraçadinha... Seus Amores e Seus Pecados
1994 - Incidente em Antares ... Alambique
1994 - Confissões de Adolescente ... André Franco (participações esporádicas)
1991 - O Fantasma da Ópera ... Otávio Pimenta
1991 - Floradas na Serra ... Gumercindo
1987 - Sassaricando ... Garçom
1987 - Corpo Santo ... Aderbal
1986 - Tudo ou Nada ... Honório
1985 - Tudo em Cima
1985 - Tamanho Família ... Bóris Grushin Kovski
1984 - Marquesa de Santos ... Roque
1983 - Parabéns pra Você ... Torquato
1981 - O Amor É Nosso ... Floriano

Blota Júnior

JOSÉ BLOTA JÚNIOR
(79 anos)
Advogado, Locutor, Político, Apresentador e Produtor de TV

* Ribeirão Bonito, SP (03/03/1920)
+ São Paulo, SP (22/12/1999)

Formou-se na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Tentou por cinco vezes entrar para o rádio, mas foi reprovado. Mais tarde, ingressou na Radio Cosmos, hoje Radio América, mudando-se depois para a Radio Cruzeiro do Sul onde foi diretor artístico, sendo contratado em 1943 pela Radio Record onde exerceu todas as funções, desde comentarista esportivo até diretor da emissora.

Foi locutor da "Voz da América" da NBC de New York. Quando da inauguração em 1953, da TV Record, apresentou o show inaugural junto com sua mulher Sônia Ribeiro. Foi também diretor superintendente da Rádio Panamericana (Jovem Pan) e vice presidente da fábrica de bicicletas Caloi.

Ingressou na carreira política como deputado estadual, cumprindo três legislaturas, e deputado federal de 1975 a 1979, sendo líder de dois governos e presidente da Comissão de Constituição e Justiça, tendo sido também o primeiro Secretário de Esportes e Turismo do Estado de São Paulo. Seu último cargo público foi o de Secretário de Comunicações, no governo de Paulo Maluf.

Blota Júnior e sua esposa, a radialista Sônia Ribeiro, eram os apresentadores-oficiais do "Troféu Roquette Pinto", do qual foi criador, "Show do Dia 7" e "Festivais da Música Popular Brasileira" (1966-1971), na TV Record.

Apresentou programas na TV Bandeirantes e no SBT. Ainda fez as locuções esportivas da Copa do Mundo de Futebol, de 1974, na Alemanha e os Jogos Olímpicos de 1988, na Coréia do Sul. Foi vice presidente da Associação dos Pioneiros da Televisão, presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (ACEESP) e diretor da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT). Nos últimos tempos apresentava diversos sorteios realizados pela televisão.

Tornou-se viúvo de Sônia Ribeiro, com quem teve três filhos: Sônia Ângela, José Blota e José Francisco, além de cinco netos.

Blota Júnior faleceu vítima de falência múltipla dos órgãos em decorrência de uma pneumonia.

Fonte: Wikipédia

Hilton Gomes

HILTON GOMES DE SOUZA
(75 anos)
Jornalista, Radialista, Apresentador e Repórter

☼ Rio de Janeiro, RJ (23/05/1924)
┼ Rio de Janeiro, RJ (17/10/1999)

Hilton Gomes de Sousa, mais conhecido por Hilton Gomes, foi um jornalista, radialista, apresentador e repórter brasileiro nascido em Quintino Bocaiúva, bairro do Rio de Janeiro, em 23/05/1924.

Hilton Gomes era filho de Luiz Gomes de Souza e Cacilda Normandia de Souza. Tinha irmãos, mas era ele quem mais gostava da companhia do pai, quando este ia trabalhar no jornal A Noite, de Irineu MarinhoE foi lá que um dia conversou com Roberto Marinho, que também trabalhava no jornal.

Estudou também, mas não fez curso de jornalismo, pois, segundo ele, isso nem existia na época. 

Seu primeiro cargo foi como office boy, na Companhia Telefônica, atual Oi, mas logo passou para uma agência de propaganda. Escrevia também textos para rádio e televisão.

Foi, em seguida, trabalhar na Rádio Tupi, de Assis Chateaubriand, e passou logo para a TV Tupi do Rio de Janeiro.


Cid Moreira e Hilton Gomes, primeiros apresentadores do 'Jornal Nacional', em 1969.
Em 1951, apresentou o Telejornal Brahma, consagrando-se como o primeiro noticiarista do país. Fez amizade com as pessoas importantes da época, como João Calmon, Paulo Cabral Heloisa Helena. E se enfronhou no jornalismo, embora fizesse programas de auditório também.

Figura bonita, alta, voz grave e sorriso permanente, logo conquistou a todos. Foi depois para a TV Rio, onde estavam Péricles do Amaral e Cerqueira Leite. Fez sucesso com o Telejornal Bendix.

Esteve ainda na TV Excelsior, e foi por ela que foi, representando o telejornalismo, aos Estados Unidos, fazer a cobertura do assassinato de John Kennedy em 1963. Fez a cobertura da cerimônia fúnebre narrando todos os acontecimentos pela Rádio Voz da América.

Quando voltou, já como profissional consagrado, foi para a TV Globo. Mauro Salles era o diretor de jornalismo da emissora e o apreciou muito. Roberto Marinho também se lembrou do "garoto de calças curtas", que tamborilava na máquina de escrever do pai, no jornal A Noite, muitos anos antes.

E Hilton Gomes foi logo para o horário nobre, às 20h00, na primeira fase do Jornal da Globo, ao lado de Luís Jatobá e Nathalia TimbergDepois veio o Cid Moreira, mas Hilton Gomes continuava sempre.


Hilton Gomes no Festival Internacional da Canção
Para a profissão fez inúmeras viagens e grandes entrevistas. Fez uma reportagem com o Papa João Paulo, que lhe deu um bracelete. E esteve também na NASA, nos Estados Unidos. Nos programas de auditório, em que atuava como apresentador, fez sucesso em "Oh, Que Delícia de Show" "Festival da Canção". Entrevistou Roy Rogers e vários cantores internacionais. 

Das narrações famosas a que se destaca é o primeiro pouso do homem na Lua, com a Apollo 11, em 1969. Um fato interessante é que no dia seguinte ao pouso na Lua, no bar onde ia tomar seu tradicional café, os funcionários que o atendiam, o chamaram de mentiroso, que o homem não tinha ido a Lua coisa nenhuma. Quando mais gente começou a lhe perturbar com o assunto, Hilton Gomes desistiu do café e foi embora sem que ninguém o visse.

Esteve também no Japão, sempre a trabalho.

Casado com Maria Alice, o casal teve quatro filhos e oito netos. Hilton Gomes estava afastado da profissão, pois teve um problema sério de saúde, que o fez colocar um marca-passo.

Hilton Gomes faleceu no dia 17/10/1999, aos  75 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de uma parada cardiorespiratória.

Fonte: Wikipédia

Xavantinho

RANULFO RAMIRO DA SILVA
(56 anos)
Cantor

* Uberlândia, MG (1942)
+ São Paulo, SP (08/10/1999)

Desde pequenos trabalhou na roça com os pais e mais cinco irmãos. José Ramiro (Pena Branca) tocava viola.

Xavantinho, foi internado por problemas respiratórios no Hospital Nipo-Brasileiro em São Paulo-SP e faleceu no início da tarde do dia 8 de Outubro de 1999, aos 56 anos, de Insuficiência Respiratória e Falência Múltipla dos Órgãos. Sua morte deixará uma lacuna enorme e insubstituível na música brasileira.

Segundo as palavras do crítico Mauro Dias, em matéria de O Estado de São Paulo (09/10/1999):

"A obra da dupla representa o que há de melhor, mais digno e mais refinado na música sertaneja, sem concessão a modismos ou injunções de mercado".

Fonte: http://www.jangadabrasil.com.br

Zezé Macedo

MARIA JOSÉ DE MACEDO
(83 anos)
Atriz, Humorista e Poetisa

* Silva Jardim, RJ (06/05/1916)
+ Rio de Janeiro, RJ (08/10/1999)

Zezé Macedo foi uma comediante e atriz brasileira de rádio, cinema e televisão. É a recordista feminina no Brasil em participações de cinema, tendo feito 108 filmes. Seu tipo físico, magra e baixa, sempre lhe garantiu papéis cômicos, apesar de ter sempre afirmado que também gostaria de representar papéis dramáticos em novelas. Oscarito dizia que ela era a maior comediante do cinema brasileiro. Grande Otelo chamava-a de Carlitos de saia e Ivan Cardoso, de primeira-dama do cinema brasileiro. Na época das chanchadas, também ficou conhecida como a empregadinha do Brasil, numa referência aos inúmeros papéis de empregada doméstica que interpretou ao longo de sua carreira.

Também se destacou como poetisa, tendo publicado quatro livros de poemas seus.

Juventude e Ínício de Carreira

Nasceu no município fluminense de Capivari, hoje chamado Silva Jardim. Seu padrasto, Columbano Santos, tabelião e prefeito da cidade, era partidário dos atores.

Estreou no teatro aos quatro anos de idade, interpretando a protagonista na peça As Pastorinhas. Na época, como não sabia ler, decorava os textos ao ouvi-los lidos por seu padrasto, o qual lhe encorajava bastante. Também desde cedo manifestou inclinação pela poesia.

Aos quinze anos de idade, casou-se com o mecânico e eletricista Alcides Manhães, desistindo de ser atriz e mudando-se para Niterói. Com ele teve seu único filho, Hércules, morto com apenas um ano de idade ao cair do colo da avó paterna e fraturar o crânio. O casal separou-se pouco depois. Zezé passou a trabalhar como escrituária e funcionária pública, antes de voltar a ser atriz.

Através das amizades de seu padrasto, começou a ler poemas seus no Grande Jornal Fluminense, transmitido aos domingos pela Rádio Tamoio. O diretor artístico da emissora, Paulo de Grammont, gostou de suas declamações e contratou-a, sem salário, para o setor de radioteatro. No entanto, como não havia vagas, tornou-se secretária de Dias Gomes e Rodolfo Mayer, permanecendo três anos nesta função. Aos poucos, porém, foi começando a fazer pontas nos programas de rádio, substituindo atrizes, lendo poemas, e, por conta disso, publicou seu primeiro livro de poesias, Coração Profano, em 1954, um grande êxito de vendas. Publicou ainda mais três livros de poesia.

Por essa época, participou do programa Lar, Doce Lar substituindo a atriz que fazia a empregada doméstica, agradando bastante o público, e, logo no dia seguinte, foi convidada por Paulo Porto e Olavo de Barros a se transferir para a Rádio Tupi (tanto a Rádio Tamoio quanto a Tupi faziam parte da rede de Assis Chateaubriand), o que lhe possibilitou o ingresso para a televisão.

Cinema

Foi através da televisão que Watson Macedo a conheceu e convidou-a para estrelar em O Petróleo É Nosso (1954). A partir de então, Zezé tornou-se presença marcante no cinema, atuando primeiramente para diversas produtoras como a Watson Macedo Produções Cinematográficas, Cinelândia Filmes, Cinedistri, Brasil Vita Filmes, Flama Filmes, UCB, celebrizando-se como comediante. Dentre os vários filmes de que participou nessa época, merecem destaque De Vento em Popa (1957), de Carlos Manga, no qual interpreta uma cantora de ópera, fugindo da imagem estereotipada de empregada doméstica; O Homem do Sputnik (1959), considerado pelos cinéfilos como um das melhores chanchadas; e Esse Milhão É Meu (1959). Nesses três filmes, atuou ao lado de Oscarito, o qual exigiu sua presença neles.

Com o declínio da chanchada no começo da década de 1960, Zezé passou a se dedicar mais ao teatro e à televisão, mas sem se afastar do cinema. A partir de 1965, tornou-se contratada da Rede Globo de Televisão, onde atuaria até o fim de sua vida. No cinema, estrelou, dentre outros, Lana - Königin der Amazonen (1964), filme alemão feito no Brasil em parceria com a Atlântida, e Macunaíma (1968).

Na década de 1970, sua carreira no cinema foi impulsionada com o surgimento da pornochanchada. Chegava a fazer três filmes por ano. Enquanto isso, na televisão, dava início à parceria com Chico Anisio, que lhe rendeu seus dois personagens mais emblemáticos da televisão: Biscoito e Dona Bela. A primeira era a esposa feia e rica do bêbado Tavares e a segunda era uma aluna do Professor Raimundo que, acreditando ser pornografia tudo que o mestre lhe perguntava, jogava-se ao chão histérica e afirmava: Só pensa naquilo!. Outra participação marcante dessa época na televisão foi no Sítio do Picapau Amarelo, no qual interpretou a Dona Carochinha.

Últimos Anos

Nos anos seguintes, passou a diminuir seu ritmo de trabalho, dedicando-se cada vez mais à televisão. Em 1983, estrelou como a protagonista em Eteia, a Extraterrestre em Sua Aventura no Rio, de Roberto Mauro, uma sátira ao E.T., de Steven Spilberg. Três anos depois, ganhou um prêmio especial do júri no Festival de Gramado por sua atuação em As Sete Vampiras, de Ivan Cardoso. Seu último filme longa-metragem foi O Escorpião Escarlate, de Ivan Cardoso, em 1990, mais uma vez interpretando uma secretária do lar. Todavia, voltou às telas de cinema quatro anos depois, no curta-metragem Jaguardarte, de André Klotzel, no qual aparece declamando versos de Lewis Carroll.

Dedicou seus últimos anos a programas humorísticos na televisão, tendo atuado até pouco antes de falecer.

Vida Particular

Macedo voltou a se casar novamente, em 1961, com o ator e cantor Victor Zambito, dez anos mais novo, o qual conheceu enquanto atuava no Teatro Recreio. Válter Pinto e Virgínia Lane foram seus padrinhos. Os dois não tiveram filhos e permaneceram juntos por 38 anos, até o falecimento de Zezé.

Morte

Em 26/08/1999, Zezé sofreu um derrame cerebral e foi internada na Clínica Bambina, no bairro carioca do Botafogo. De acordo com os médicos, ela tinha um aneurisma cerebral que havia se rompido. Ela iria ser operada, mas devido ao seu estado fragilizado, os médicos optaram lhe fazerem uma drenagem de coágulo. Depois de 46 dias de internação, a atriz veio a falecer às 2h55min de 9 de outubro, aos 83 anos. Seu corpo foi cremado no Cemitério do Caju.

Fonte: Wikipédia

Célia Biar

CÉLIA RAPHAELLA MARTINS BIAR
(81 anos)
Atriz


* São Paulo, SP (10/03/1918)
+ São Paulo, SP (06/11/1999)

Seu verdadeiro nome era Célia Raphaella Martins Biar. Trabalhando dentro do moderno teatro brasileiro, adotou o nome de Célia Biar e tornou-se uma atriz característica da alta comédia.

Filha da modista Beatriz Biar, foi integrada ainda muito jovem ao Grupo de Teatro Experimental, dirigido por Alfredo Mesquita, na montagem de "Pif-Paf" (A Dama de Copas), de Abílio Pereira de Almeida, em 1947. Participou da produção "A Noite de 16 de janeiro", em 1949, profissionalizando-se no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) no mesmo ano, com "Nick Bar ...Álcool, Brinquedos, Ambições" de William Saroyan, com direção de Adolfo Celi. A partir daí, Célia Biar teve participação ativa no elenco da companhia, surgindo com ênfase especialmente nas comédias sofisticadas.

Ainda em 1949, esteve em "Arsênico e Alfazema" e "Luz de Gás", ambas dirigidas por Adolfo Celi; "Ele"; "O Mentiroso" e "Os Filhos de Eduardo" - esta última de 1950 - todas com o diretor Ruggero Jacobbi. Naquele ano, Célia Biar integrou os elencos de "O Cavalheiro da Lua" e "Lembranças de Bertha", dirigidas por Ziembinski e "Do Mundo Nada Se Leva", com direção de Luciano Salce.

No ano seguinte, esteve em "Seis Personagens à Procura de um Autor" de Luigi Pirandello; "Convite ao Baile", de Jean Anouilh; "Harvey" de Mary Chase, direção de Ziembinski; "Relações Internacionais" de Noel Coward, dirigida por Cacilda Becker; "Inimigos Íntimos" de Pierre Barillet e J. P. Grédy, mais uma direção de Salce e "Vá com Deus" de John Murray e Allen Boretz, pelo diretor Flaminio Bollini, são as montagens de 1952.

Ainda na década de 50, Célia Biar participou das montagens de "Divórcio para Três"; "Treze à Mesa"; "Se Eu Quisesse"; "Uma Mulher do Outro Mundo"; "Santa Marta Fabril S. A."; "O Sedutor"; "A Casa de Chá do Luar de Agosto" e "Gata em Teto de Zinco Quente".

"Adorável Júlia" de Marc-Gilbert Sauvajon, direção de Ziembinski em 1957 e "A Dama de Copas (Pif-Paf)" de Abílio Pereira de Almeida, direção de Armando Paschoal, em 1958, foram seus últimos trabalhos no TBC.

Célia Biar fez uma participação na Companhia Brasileira de Comédia, em "Folha de Parreira" de Jean-Bernard Luc em 1955. Com o Pequeno Teatro de Comédia, sob a direção de Antunes Filho, integrou a montagem de "Pic-Nic", de William Inge, em 1959.

Na Companhia Nydia Licia fez, em 1961, "Quarto de Despejo", de Carolina Maria de Jesus, com direção de Amir Haddad e "Um Elefante no Caos", de Millôr Fernandes. Em 1964, voltou à companhia para fazer "Um Apartamento Indiscreto", de Claude Magnier, outra direção de Amir.

No Rio de Janeiro, em 1966, participou de duas produções: "Sinistra Comédia" de Harold Pinter, direção de Flávio Rangel e "Oh, que Delícia de Guerra!" espetáculo que projetou o diretor Ademar Guerra. Após longo afastamento fazendo TV, Célia Biar voltou aos palcos em 1974 na produção "Dr. Knock" de Jules Romains, ao lado de Paulo Autran.

Célia Biar estreou na TV em 1970, em "Pigmalião 70" e só parou em 1999, na novela "Suave Veneno" - era a freira de um orfanato visitado por Carlota, personagem vivido por Betty Faria. Atuou, também, nas novelas "Minha Doce Namorada"; "O Primeiro Amor"; "Bicho do Mato"; "Carinhoso"; "Corrida do Ouro"; "A Moreninha"; "Estúpido Cupido"; "Locomotivas"; "Te Contei?"; "Final Feliz"; "Brega e Chique"; "Sassaricando" e "Gente Fina".

Célia Biar adorava fumar enquanto jogava cartas nas horas de folga. Fumava também quando estava trabalhando.

Apesar de ter abandonado o vício desde 1989, ela morreu aos 81 anos, de câncer no pulmão.

Célia Biar não se casou e não teve filhos.

Fonte: Dramaturgia Brasileira - In Memoriam

Milton Carneiro

MILTON CARNEIRO
(76 anos)
Ator e Humorista

☼ Rio de Janeiro, RJ (25/09/1923)
┼ Rio de Janeiro, RJ (08/12/1999)

Milton Carneiro foi um ator e comediante brasileiro. Era muito conhecido no Brasil pelo seu personagem Atanagildo, do programa humorístico "Escolinha do Professor Raimundo".

O ator e humorista interpretou desde textos de Bernard Shaw até montagens de teatro mambembe em seus mais de 50 anos de carreira. Seu último trabalho na TV foi no programa humorístico "Zorra Total", da TV Globo. No programa, Milton Carneiro fazia o papel de diretor da escola no quadro "Escolinha do Professor Raimundo".

"Apesar de ter câncer e de ser cardíaco, ele nunca deixou que isso atrapalhasse seu trabalho e seu bom humor", conta a atriz Berta Loran. Essa energia ele herdou dos tempos em que fazia teatro popular. "Viajei com meu grupo de teatro mambembe por todo o País, nos anos 50, em lombo de burro, em caminhão, ônibus, o que conseguíssemos", lembrou certa vez.

O idealismo do começo da carreira, quando ainda era estudante e começou a carreira ao lado de Cacilda Becker, evoluiu para o profissionalismo na TV Globo, para onde foi em 1965. Na emissora, esteve em quase todos os programas humorísticos, entre eles "O Planeta dos Homens" e "Viva o Gordo", forjando bordões como o do personagem Waldir, que ao ser afrontado dizia: "Ah é, é?".

Milton Carneiro participou, também, de algumas novelas na década de 60.

Milton Carneiro morreu no Rio de Janeiro, em 08/12/1999, vítima de infarto aos 76 anos de idade. Deixou mulher e duas filhas.

Milton Carneiro e Berta Loran
Cinema

  • 1944 - Gente Honesta
  • 1944 - O Brasileiro João de Souza
  • 1945 - Vidas Solitárias
  • 1946 - Jardim do Pecado
  • 1946 - Sob a Luz de Meu Bairro
  • 1949 - Dominó Negro
  • 1950 - Katucha
  • 1952 - Tudo Azul
  • 1958 - Massagista de Madame
  • 1959 - Entrei de Gaiato
  • 1959 - Garota Enxuta
  • 1961 - Um Candango na Belacap
  • 1963 - Bonitinha Mas Ordinária
  • 1963 - Sonhando Com Milhões
  • 1964 - Crônica da Cidade Amada
  • 1964 - Asfalto Selvagem
  • 1966 - 007 1/2 no Carnaval
  • 1968 - Como Matar um Playboy
  • 1970 - Memórias de um Gigolô
  • 1970 - Pais Quadrados... Filhos Avançados
  • 1971 - Edy Sexy, o Agente Positivo
  • 1973 - As Moças Daquela Hora
  • 1974 - Motel
  • 1974 - As Mulheres Que Fazem Diferente
  • 1975 - As Loucuras de um Sedutor
  • 1975 - Eu Dou o Que Ela Gosta
  • 1976 - O Pai do Povo
  • 1976 - O Trapalhão no Planalto dos Macacos
  • 1976 - Tem Alguém na Minha Cama
  • 1977 - Gente Fina é Outra Coisa
  • 1978 - Se Segura, Malandro!
  • 1978 - Como Matar Uma Sogra
  • 1978 - Os Melhores Momentos da Pornochanchada

Milton Carneiro e Jô Soares
Televisão

  • 1965 - Rosinha do Sobrado
  • 1965 - Rua da Matriz ... Inventor
  • 1965 - TNT ... Dono da agência
  • 1968 - Balança Mas Não Cai
  • 1970 - Faça Humor, Não Faça Guerra
  • 1973 - Satiricom
  • 1976 - Planeta dos Homens
  • 1982 - Chico Anysio Show
  • 1983 - Guerra dos Sexos ... Souza
  • 1990 - Escolinha do Professor Raimundo ... Atanagildo

Fonte: Wikipédia

Rubinho

RUBENS CUBEIRO RODRIGUES
(63 anos)
Instrumentista

* Brasil (1936)
+ São Paulo, SP (12/02/1999)

Rubens Cubeiro Rodrigues, guitarrista brasileiro, integrou o Quinteto Onze e Meia, criado para acompanhar as apresentações de Jô Soares no SBT na década de 80. Anteriormente participou de diversos programas do SBT, de música sertaneja, onde na maioria das vezes atuava apenas como personagem, visto que os programas eram todos em playback.

Em cena, ele fazia um tipo enigmático com sua imensa barbicha. Nunca respondia às provocações de Jô Soares. Nos bastidores, atestam seus companheiros de programa, era um legítimo e bem humorado tagarela.

Rubinho estava na banda desde sua criação, quando ainda era quarteto. Seus problemas de saúde começaram em agosto de 1998, quando sofreu um derrame. Sem sequelas graves, ele superou o problema e vinha se recuperando bem até que, em dezembro, sofreu outro derrame. Desta vez não recobrou mais a consciência.

O guitarrista era casado tinha quatro filho e seis netos.

Morte

O guitarrista do Quinteto Onze e Meia do talk show de Jô Soares no SBT, Rubinho, morreu na sexta-feira, 12/02/1999 em São Paulo, vítima de complicações decorrentes de um Acidente Vascular Cerebral. Desde de dezembro, Rubens Cubeiro Rodrigues, de 63 anos, estava hospitalizado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Bandeirantes, no bairro da Liberdade, na zona central de São Paulo.

O enterro aconteceu no sábado, 13/02/199, às 10:30 hs no Cemitério da Quarta Parada, no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo.

Fonte: Wikipédia e Folha On Line

João Baptista Figueiredo

JOÃO BAPTISTA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO
(81 anos)
Geógrafo, Militar e Presidente do Brasil

* Rio de Janeiro, RJ (15/01/1918)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/12/1999)

João Baptista de Oliveira Figueiredo foi um geógrafo, político e militar brasileiro, tendo sido 30º Presidente do Brasil de 1979 a 1985 e o último presidente do período da Ditadura Militar.

Nascido na Rua Sá Freire no bairro Imperial de São Cristóvão no Rio de Janeiro, era filho do general Euclides Figueiredo, comandante da Revolução Constitucionalista de 1932. Figueiredo estudou no Colégio Militar de Porto Alegre, na Escola Militar do Realengo, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e na Escola Superior de Guerra.

Ingressou na carreira política ao ser nomeado Secretário Geral do Conselho de Segurança Nacional do governo do Presidente Jânio Quadros e, em 1964, foi integrante do movimento que culminou com o Golpe Militar de 1964, que depôs o então presidente João Goulart, e deu início ao Regime Militar no Brasil.

Comandou e chefiou várias companhias militares durante os primórdios do Regime Militar, como a agência do Serviço Nacional de Informações (SNI) no Rio de Janeiro de 1964 a 1966. Exerceu o comando da Força Pública de São Paulo de 1966 a 1967, do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas de 1967 a 1969 e foi Chefe do Estado-Maior do III Exército em 1969.

Apontado pelo Presidente Ernesto Geisel, concorreu para presidente na eleição de 1978 pelo Aliança Renovadora Nacional (ARENA), na chapa com Aureliano Chaves para vice-presidente. Seus adversários eram o general Euler Bentes Monteiro para presidente na chapa com Paulo Brossard, ambos do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Foi eleito pelo Colégio Eleitoral com 355 votos (61,1%), contra 226 dados a Euler Bentes Monteiro (38,9%).

Figueiredo no desfile de 7 de setembro
Ao fundo, Aureliano Chaves (vice-presidente) e João Leitão de Abreu (ministro da Casa Civil)
Brasília, 1984
Seu mandato foi marcado pela continuação da abertura política iniciada no governo de Ernesto Geisel, e pouco após assumir, houve a concessão de uma anistia ampla geral e irrestrita aos políticos cassados com base em atos institucionais. Em 1980, extinguiu-se o bipartidarismo instaurado. A partir disto, foi criado o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) como sucessor do MDB, e o Partido Democrático Social (PDS) como sucessor da ARENA, além de outros novos partidos. Figueiredo, assim, virou filiado ao PDS.

A 22 de setembro de 1981 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada de Portugal. Em 1982, engendrou-se uma reforma eleitoral para assegurar a situação maioria nas eleições de 1982 onde se defrontariam os governistas do PDS e quatro legendas de oposição. Contudo, durante o seu governo ocorreram vários atentados terroristas, atribuídos a setores da direita e militares da Linha Dura. Sua gestão ficou marcada pela grave crise econômica que assolou o mundo, com as altas taxas de juros internacionais, pelo segundo choque do petróleo em 1979, a disparada da inflação, que passou de 45% ao mês para 230% ao longo de seis anos, e com a dívida externa crescente no Brasil, que pela primeira vez rompeu a marca dos 100 bilhões de dólares, o que levou o governo a recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1982. Neste ano, houve a criação do estado de Rondônia.

Figueiredo foi o presidente que, até sua despedida, governou por mais tempo, depois de Getúlio Vargas.

O ex-presidente faleceu no Rio de Janeiro, em 24 de dezembro de 1999 vítima de insuficiência renal e insuficiência cardíaca. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.

Figueiredo e Ernesto Geisel dias antes da posse de Figueiredo em Brasília - 1979
Vida Antes da Presidência

Aos onze anos de idade João Figueiredo iniciou sua carreira militar obtendo o primeiro lugar no concurso para o Colégio Militar de Porto Alegre transferindo-se a seguir para o Colégio Militar do Rio de Janeiro ingressando por fim na Escola Militar do Realengo onde optou pela Cavalaria. Aos quarenta anos trabalhou ao lado de Golbery do Couto e Silva no Estado-Maior do Exército e durante o curto governo de Jânio Quadros chefiou o Serviço Federal de Informações e foi secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional.

Iniciado o Regime Militar de 1964 foi lotado na agência fluminense do Serviço Nacional de Informações. Em 1969 foi promovido a General de Brigada e comandou o Estado-Maior do III Exército pouco antes de ser nomeado chefe do Gabinete Militar no governo Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). Com a posse de Ernesto Geisel foi nomeado ministro-chefe do Serviço Nacional de Informações, cargo do qual se afastou para se candidatar a Presidência da República.

Viveu no exílio na Argentina entre 1932 e 1934 pois seu pai comandara a Revolução Constitucionalista de 1932, no Vale do Paraíba no estado de São Paulo.

Casou-se com  Dulce Maria de Guimarães Castro (Dulce Figueiredo) em 1942.

Presidência da República

Apontado pelo presidente Ernesto Geisel como seu sucessor em 31 de dezembro de 1977, Figueiredo foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral em 15 de outubro de 1978 como candidato da ARENA com o resultado de 355 votos contra 266 dados ao general Euler Bentes Monteiro do MDB. Vitorioso, prometeu a "mão estendida em conciliação" jurando fazer "deste país uma democracia".

No plano político concedeu anistia ampla geral e irrestrita aos políticos cassados com base em atos institucionais, permitindo o retorno ao Brasil dos exilados pelo Regime Militar. Logo após extinguiu o bipartidarismo e engendrou uma reforma eleitoral para assegurar à situação maioria nas eleições de 1982 onde se defrontariam os governistas do PDS e quatro legendas de oposição. Apurados os votos os adversários do regime obtiveram dez governos estaduais sendo nove do PMDB e um do PDT num equilíbrio inédito de forças desde 1965.

Embora tenha conquistado doze governos estaduais e tenha eleito a maior bancada no Senado Federal e na Câmara dos Deputados e conseguido o maior número de prefeitos e vereadores, a vitória do governo se deu em face de um conjunto de regras eleitorais talhadas para favorecer o pedessismo: proibição de coligações partidárias (forçando a incorporação do PP ao PMDB), voto vinculado (o eleitor só poderia votar em candidatos de um mesmo partido) e as sublegendas (nas eleições para senador e prefeito cada partido poderia lançar até três nomes). Ademais os eleitores das capitais dos estados e de municípios considerados áreas de segurança nacional e estâncias hidrominerais não puderam eleger seus prefeitos, o que só ocorreria em 1985. Também os eleitores de Rondônia ficaram privados de eleger seu governador pelo voto direto, situação remediada apenas em 1986.

Após as eleições o governo ensaiou em maio de 1983 uma tênue aliança com os parlamentares do PTB para reaver a maioria na Câmara, entretanto uma série de fissuras na bancada governista fez com que o Congresso Nacional rejeitasse em outubro o decreto 2.045 numa atitude inédita desde o início do regime militar. No mês seguinte o PT realizou em São Paulo a primeira manifestação em favor das eleições diretas para presidente. No início do ano seguinte houve em todo o país uma intensa mobilização popular em favor do tema num movimento denominado Diretas Já.

Os Atentados e a Abertura

Contudo, durante o seu governo ocorreram vários atentados terroristas, atribuídos a setores da direita e militares da Linha Dura. Em janeiro de 1980, ocorreu uma onda de ataques e, nos meses seguintes, são registrados 25 atentados, sem vítimas, em sua maioria explosões de bombas em bancas de jornais que vendiam periódicos de esquerda, da chamada imprensa alternativa. A situação se agravou com a detonação, em 27 e 28 de agosto, de cartas-bombas enviadas ao vereador do Rio de Janeiro Antônio Carlos de Carvalho, do PMDB, e a Eduardo Seabra Fagundes, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em consequência desses atentados, o jornalista José Ribamar de Freitas, chefe de gabinete do vereador, ficou gravemente ferido e dona Lyda Monteiro da Silva, secretária da Ordem dos Advogados do Brasil, faleceu. Imediatamente, os presidentes de todos os partidos reuniram-se no Congresso para manifestar solidariedade à luta contra o terrorismo.

O mais notório atentado, porém, aconteceu no Riocentro, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, na noite de 30 de abril de 1981, quando duas bombas explodiram durante um show de música popular promovido pelo Centro Brasil Democrático (Cebrade), em comemoração ao Dia do Trabalho. No local havia cerca de 20 mil pessoas, a maioria delas jovens. Não se sabe se por acidente ou imperícia, uma das explosões ocorreu num carro particular que manobrava no estacionamento, matando um dos ocupantes, o sargento Guilherme Pereira do Rosário, e ferindo gravemente o motorista, capitão Wilson Luís Chaves Machado, ambos do DOI-CODI do I Exército. A imprensa e a opinião pública se convenceram de que as vítimas eram os próprios terroristas, mas o general Gentil Marcondes, comandante do I Exército, divulgou a versão de que ambos cumpriam "missão de rotina" e determinou que o sepultamento do sargento fosse com honras militares.

O atentado provocou uma crise política, que acabou sendo solucionada à base de mútuas concessões. Não houve punição ostensiva aos militares integrantes da Linha Dura e o I Exército pôde fazer seu próprio inquérito, "concluindo" que os dois militares haviam sido "vítimas de uma armadilha ardilosamente colocada no carro do capitão". O governo negou conhecimento da operação no Riocentro, mas, em compensação, não ocorreu a partir daí nenhum outro atentado terrorista significativo. Tal solução, entretanto, não agradou a todos os membros do governo. No dia 6 de agosto, em decorrência da não-punição dos autores do atentado, o general Golbery do Couto e Silva, tido como o principal articulador do processo de distensão política, pediu demissão da chefia do Gabinete Civil, cargo que ocupava desde o início do governo de  Ernesto Geisel, alegando "divergências irreconciliáveis".

Figueiredo atribuía os atentados aos "bolsões radicais porém sinceros", ou seja, militares Linha Dura que não queriam que a abertura política de Figueiredo fosse em frente, por medo de revanchismo, caso a oposição chegasse ao poder.

Economia

Como presidente, discursou de forma marcante na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, criticando os altos juros impostos pelos países desenvolvidos.

Sua gestão ficou marcada pela grave crise econômica que assolou o Brasil e o mundo, com as altas taxas de juros internacionais, pelo segundo choque do petróleo em 1979, a disparada da inflação que passou de 45% ao mês para 230% ao longo de seis anos, e com a dívida externa crescente no Brasil que pela primeira vez rompeu a marca dos 100 bilhões de dólares, o que levou o governo a recorrer ao Fundo Monetário Internacional em 1982.

No entanto, em seu último ano de governo o país havia conseguido sair da recessão e o Produto Interno Bruto (PIB) atingido um crescimento superior a 7%. As contas externas também encontraram relativo equilíbrio ao final de seu governo, com uma explosão das exportações e aumento da independência nacional do mercado externo, especialmente na área do petróleo.

Implementou, também, o programa de incentivo à agricultura, que tinha como slogan "Plante que o João Garante". Esse programa foi criado por Antônio Delfim Neto, então Ministro do Planejamento, e seu vice José Flávio Pécora. Muitos pequenos agricultores quebraram por causa dos incentivos, que visavam modernizar a agricultura brasileira.

A agricultura, porém, foi realmente modernizada, e o programa é grande responsável pelo Brasil, atualmente, ser um dos maiores e melhores exportadores agrícolas do mundo. O preço dos alimentos como feijão, arroz (alimentos básicos), baixou consideravelmente, antes muito caros para a população mais humilde.

Aconteceu em 1981, uma grande seca no Nordeste do Brasil, acontecendo saques a armazéns pelos flagelados, e foram criadas frentes de trabalho para gerar renda para as vítimas da seca.

Também foi autor do maior programa de habitação da história do Brasil, construindo quase 3 milhões de casas populares - mais do que a soma de toda a história do  Banco Nacional de Habitação (BNH, que posteriormente foi incorporado à caixa econômica) implantada pelo então Ministro do Interior Mario Andreazza.

Figueiredo com Tancredo Neves, governador de Minas Gerais - Uberlândia, Minas Gerais - 1984
Sucessão Presidencial

Em mensagem de fim de ano transmitida por cadeia nacional de rádio e televisão ao final de 1983, Figueiredo comunicou sua renúncia ao posto de coordenador da sucessão presidencial devolvendo tal prerrogativa ao PDS. Saudada como uma vitória pelos defensores de uma candidatura civil, tal atitude evidenciava, na verdade, a ausência de consenso nas fileiras partidárias quanto ao nome a ser escolhido dada a profusão de nomes tanto de origem militar (Costa Cavalcanti, Otávio Medeiros, Mário Andreazza) quanto civil (Paulo Maluf, Aureliano Chaves, Marco Maciel, Hélio Beltrão). Paralelo à efervescência de nomes no campo governista, a oposição preferiu se empenhar pelo retorno das eleições diretas para presidente na campanha das Diretas Já.

Contudo, mesmo fissurada, a ação política do governo foi eficiente: impediu, por falta de quórum, a aprovação da emenda de Dante de Oliveira, que propunha o retorno das eleições diretas do presidente da república, na Câmara dos Deputados. Isto impediu a apreciação da emeda pelo Senado Federal. Mesmo apoiada por 298 votos favoráveis e apenas 25 contrários, a ausência de 112 parlamentares impediu que se chegassem aos dois terços válidos à continuidade da proposição. Compelida a se readaptar ao novo cenário político, a oposição logo articulou a candidatura do governador mineiro Tancredo Neves à sucessão de Figueiredo. Seu companheiro de chapa foi o senador José Sarney que se filiou ao PMDB em agosto de 1984 como egresso da Frente Liberal, grupo de dissidentes do PDS que cerrou fileiras ao lado dos antigos rivais políticos, em especial após a derrota de Mário Andreazza na convenção nacional do partido que escolheu Paulo Maluf como candidato presidencial do governo.
Figueiredo com Tancredo Neves, Brasília - 1984

Apoiado em um espectro político que agregava tanto oposicionistas de primeira hora como uma crescente leva de dissidentes e mesmo o apoio dos prescritos partidos comunistas, Tancredo Neves se apresentou como candidato em comícios realizados pelo país e terminou por ser eleito Presidente da República em 15 de janeiro de 1985 por 480 votos contra 180 dados a Paulo Maluf e 26 abstenções. O vitorioso, porém, não chegou a governar pois foi internado na véspera da posse devido a um problema de saúde que o obrigou a se submeter a sete cirurgias, porém, a despeito das tratativas, Tancredo Neves faleceu em 21 de abril daquele ano.

Foi sucedido na presidência por José Sarney (seu antigo desafeto de partido), vice de Tancredo Neves, eleito indiretamente pelo Congresso Nacional que, embora fosse candidato da oposição, havia recebido apoio até do ex-presidente Ernesto Geisel, com quem se encontrara três vezes.

Figueiredo não quis entregar a faixa presidencial a José Sarney na cerimônia de posse em 15 de março de 1985, pois o considerava um "impostor", vice de um presidente que nunca havia assumido.

Depois de seu governo, afastou-se definitivamente da vida política. Ficou célebre a sua "Declaração de Despedida", dada ao jornalista Alexandre Garcia para a extinta TV Manchete:

"Bom, o povo, o povão que poderá me escutar, será talvez os 70% de brasileiros que estão apoiando o Tancredo. Então desejo que eles tenham razão, que o doutor Tancredo consiga fazer um bom governo para eles. E que me esqueçam."

Foi o presidente do ciclo do Regime Militar com maior tempo de mandato: seis anos, sendo também o quarto mandatário com mais tempo à frente da Presidência da República, atrás somente de Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso (oito anos) e de Getúlio Vargas (dezoito anos).

Figueiredo, Brasília - 1979
Principais Realizações

  • Anistia aos punidos pelo AI-5 e perdão aos crimes de abuso de poder, tortura e assassinato cometidos por órgãos de segurança.
  • Extinção do bipartidarismo, o que dividiu a oposição entre os novos partidos criados e manteve a união dos arenistas, agora no PDS, que garantiram dessa forma a presidência da Câmara.
  • Garantiu o processo de abertura política, iniciado por Geisel, que resultou no fim do regime militar.
  • Estabeleceu o reajuste semestral do salário.
  • No seu governo foi criado o programa Grande Carajás.
  • Criação do Estado de Rondônia.
  • Amplo programa de reforma agrária no norte do Brasil.

Figueiredo na primeira reunião ministerial, Brasília - 1979
Extinção da TV Tupi

Em julho de 1980, Figueiredo assinou o decreto que extinguia a TV Tupi, a primeira emissora de televisão da América Latina. Sete emissoras foram lacradas. As emissoras de São Paulo e do Rio de Janeiro estavam com dívidas. As emissoras de Belo Horizonte (TV Itacolomi), Recife (TV Rádio Clube de Pernambuco), Fortaleza (TV Ceará Tupi), Porto Alegre (TV Piratini) e Belém (TV Marajoara) estavam saudáveis, mas também foram fechadas. Cerca de um ano depois, Sílvio Santos obteve a concessão para utilizar os canais da  TV Tupi São Paulo, TV Piratini e TV Marajoara.

Frases

Durante e depois de seu mandato, João Figueiredo ficou conhecido pela extrema franqueza das suas declarações. Eis algumas delas:
  • Sobre a abertura política: "Se alguém for contra, eu prendo e arrebento"
  • Na posse como presidente: "Vou fazer deste país uma democracia"
  • Sobre o exercício do poder: "Prefiro cheiro de cavalo do que cheiro de povo"
  • Sobre a realidade econômica do país: "Sei que o Brasil é um país essencialmente agrícola. Viram, não sou tão ignorante quanto dizem"
  • Sobre as peculiaridades do Rio Grande do Sul: "Durante muito tempo o gaúcho foi gigolô de vaca"
  • Em resposta a um menino que perguntou o que faria se recebesse salário mínimo: "A única solução é dar um tiro no coco"
  • Em resposta aos estudantes que o insultavam durante visita a Florianópolis, em Santa Catarina: "Minha mãe não está em pauta"
  • Sobre os rumores de um golpe contra Tancredo Neves: "O que sei é que no dia da posse vou embora de Brasília levando apenas minhas mulheres". Diante do espanto, a primeira-dama Dulce Figueiredo esclareceu: "É assim que ele se refere aos cavalos"
  • Em resposta ao jornalista André Luiz Azevedo, quando perguntado se o Ato Institucional nº 5 (AI-5) faria aniversário: "AI-5? Quem é esse menino?"
  • Em resposta à jornalista Leila Cordeiro, quando perguntado se seria candidato ao governo do Rio de Janeiro: "Tenho juízo, não sou maluco"
  • Sobre a militância política da classe artística: "Uma coisa que nunca entendi é porque todo artista, esse tal de Caetano Veloso por exemplo, tem de ser dessa tal de esquerda"
  • No final do seu mandato de presidente, em entrevista ao jornalista Alexandre Garcia, da TV Manchete: "Eu quero que me esqueçam"

Fonte: Wikipédia
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