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André Rebouças

ANDRÉ PINTO REBOUÇAS
(60 anos)
Engenheiro, Inventor e Abolicionista

* Cachoeira, BA (13/01/1838)
+ Funchal, Ilha da Madeira (09/05/1898)

André Pinto Rebouças nasceu em plena Sabinada, a insurreição baiana contra o governo regencial. Seu pai era Antônio Pereira Rebouças, um mulato autodidata que obteve o direito de advogar, representou a Bahia na Câmara dos Deputados em diversas legislaturas e foi conselheiro do Império. Sua mãe, Carolina Pinto Rebouças, era filha do comerciante André Pinto da Silveira.

André tinha sete irmãos, sendo mais ligado a Antônio, que se tornou seu grande companheiro na maioria dos seus projetos profissionais. Em fevereiro de 1846, a família mudou-se para o Rio de Janeiro. André e Antônio foram alfabetizados por seu pai e freqüentaram alguns colégios até ingressarem na Escola Militar.

Em 1857 foram promovidos ao cargo de segundo tenente do Corpo de Engenheiros e complementaram seus estudos na Escola de Aplicação da Praia Vermelha. André bacharelou-se em Ciências Físicas e Matemáticas em 1859 e obteve o grau de engenheiro militar no ano seguinte.

Os dois irmãos foram pela primeira vez à Europa, em viagem de estudos, entre fevereiro de 1861 e novembro de 1862. Na volta, partiram como comissionados do Estado brasileiro para trabalhar na vistoria e no aperfeiçoamento de portos e fortificações litorâneas.


Na Guerra do Paraguai, André serviu como engenheiro militar, nela permanecendo entre maio de 1865 e julho de 1886, quando retornou ao Rio de Janeiro, por motivos de saúde. Passou então a desenvolver projetos com seu irmão Antônio, na tentativa de estruturação de companhias privadas com a captação de recursos junto a particulares e a bancos, visando a modernização do país.

As obras que André realizou como engenheiro estavam ligadas ao abastecimento de água na cidade do Rio de Janeiro, às Docas Dom Pedro II e à construção das Docas da Alfândega, onde permaneceu de 1866 até a sua demissão, em 1871.

Paralelamente, André dava aulas, procurava apoio financeiro para Carlos Gomes retornar à Itália, debatia com ministros e políticos por diversas leis. Foi secretário do Instituto Politécnico e redator geral de sua revista. Atuou como membro do Clube de Engenharia e muitas vezes foi designado para receber estrangeiros, por falar inglês e francês.

Participou da Associação Brasileira de Aclimação e defendeu a adaptação de produtos agrícolas não produzidos no Brasil, e o melhor preparo e acondicionamento dos produzidos aqui, para concorrerem no mercado internacional. Foi responsável ainda pela seção de máquinas e aparelhos na Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional.


Na década de 1880, André Rebouças se engajou na campanha abolicionista e ajudou a criar a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, ao lado de Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e outros. Participou também da Confederação Abolicionista e redigiu os estatutos da Associação Central Emancipadora. Participou da Sociedade Central de Imigração, juntamente com o Visconde de Taunay.

Entre setembro de 1882 e fevereiro de 1883, André Rebouças permaneceu na Europa, retornando ao Brasil para dar continuidade à campanha. Mas o movimento militar de 15 de novembro de 1889 levou André a embarcar, juntamente com a família imperial, com destino à Europa.

Por dois anos, ele permaneceu exilado em Lisboa, como correspondente do The Times de Londres. Transferiu-se, então, para Cannes, na França, até a morte de Dom Pedro II.

Em 1892, com problemas financeiros, aceitou um emprego em Luanda, Angola, onde permaneceu por 15 meses. Fixando-se em Funchal, na Ilha da Madeira, a partir de meados de 1893, seu abatimento intensificou-se.

Cometeu suicídio no dia 9 de maio de 1898, e seu corpo foi resgatado na base de um penhasco, próximo ao hotel em que vivia.

Olegário Maciel

OLEGÁRIO DIAS MACIEL
(77 anos)
Engenheiro e Político

* Bom Despacho, MG (08/10/1855)
+ Belo Horizonte, MG (05/09/1933)

Foi um dos líderes da Revolução de 1930 que conduziu Getúlio Vargas ao poder no Brasil.

Filho de Antônio Dias Maciel e Flaviana Rosa da Silva Maciel, iniciou seus estudos no Colégio do Caraça. Formou-se em Engenharia pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro em 1878. Foi engenheiro superintendente da Companhia Belga da Estrada de Ferro Pitangui-Patos e também juiz de paz em Santo Antônio de Patos, atual Patos de Minas, MG.

O município vizinho de Patos de Minas passou a se chamar Presidente Olegário em homenagem à Olegário Maciel, que fora presidente da província de Minas Gerais no tempo da República Velha (1889-1930).

Atuação Política

Iniciou sua carreira política em Minas Gerais como deputado provincial pelo Partido Liberal entre 1880 e 1883. No início da República, elegeu-se deputado à Constituinte Mineira de 1891 a 1893. Foi eleito deputado federal pelo Partido Republicano Mineiro (PRM) em 1894, iniciando ali um longo período de permanência na Câmara Federal, onde obteve sucessivos mandatos até 1911.

Permaneceu alguns anos afastados da política, exercendo os cargos de consultor técnico do Ministério de Viação e Obras Públicas e inspetor dos Serviços de Vias Férreas durante o governo de Venceslau Brás (1914-1918).

Retornou à política ao se eleger vice-presidente do estado de Minas Gerais para o período de 1922 a 1926 na chapa de Raul Soares de Moura, assumindo o governo de agosto a dezembro de 1924, em virtude da doença e morte de Raul Soares. Também em 1922, elegeu-se senador por Minas Gerais, permanecendo no cargo por oito anos.

Em 1930 foi indicado por Antônio Carlos Ribeiro de Andrada para sucedê-lo na presidência de Minas Gerais, elegeu-se e assumiu o cargo em 7 de setembro daquele ano. Assim como Antônio Carlos, que por temer a derrota adiou por muito tempo seu apoio ao movimento que pretendia depor o presidente Washington Luís, Olegário Maciel também hesitou inicialmente em colocar-se ao lado dos revolucionários.

Após algumas consultas ao ex-presidente Artur Bernardes, acabou por juntar-se aos estados do Rio Grande do Sul e da Paraíba, derrubando Washington Luís para evitar a posse de Júlio Prestes, que vencera a disputa pela Presidência da República travada com o candidato apoiado pela Aliança Liberal, Getúlio Vargas. O movimento saiu-se vitorioso e conduziu Getúlio Vargas à Presidência da República. Olegário Maciel foi o único dos presidentes estaduais a ser mantido em seu cargo, uma vez que, para os demais Estados, Getúlio Vargas nomeou interventores federais.

Olegário Maciel apoiou em Minas Gerais a formação de uma agremiação fascista, denominada Legião de Outubro, cujo objetivo era fortalecer o apoio ao novo regime, o que despertou a reação contrária de Artur Bernardes e seus seguidores dentro do Partido Republicano Mineiro.

Em agosto de 1931, Osvaldo Aranha tentou um golpe contra Olegário Maciel, no entanto a tentativa de afastá-lo do governo de Minas foi frustrada pela ação da Força Pública estadual, sob o comando de seu oficial-de-gabinete Gustavo Capanema.

Olegário Maciel tentou reunir as forças políticas mineiras no Partido Social Nacionalista, mas seus esforçoes não lograram êxito em razão do Movimento Constitucionalista deflagrado por São Paulo em 9 de julho de 1932. Se antes do conflito Olegário Maciel era entusiasta da reconstitucionalização do Brasil, após o levante paulista preferiu manter-se fiel ao governo federal, não apenas deslocando tropas de Minas Gerais para combates na divisa com São Paulo, como também punindo quem tentava dentro de Minas Gerais apoiar as ações paulistas, como era o caso de Artur Bernardes e Venceslau Brás.

Fundou em 1933 o Partido Progressista, vindo a falecer alguns meses depois.

Fonte: Wikipédia

Dilermando de Assis

DILERMANDO CÂNDIDO DE ASSIS
(63 anos)
Militar, Engenheiro e Escritor

☼ Porto Alegre, RS (18/01/1888)
┼ Rio de Janeiro, RJ (13/11/1951)

Dilermando de Assis foi um militar famoso pela tragédia amorosa vivida com a esposa do escritor Euclides da Cunha.

Aos dezessete anos de idade, em 1905 apaixonou-se pela esposa do escritor e engenheiro militar, Euclides da Cunha, Anna Emília Ribeiro, filha do general Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro, então com trinta anos.

Anna Emília Ribeiro havia lhe indicado um quarto, na Pensão Monat. Dilermando de Assis, que era órfão, morava na Escola Militar. Encontravam-se, durante as longas ausências de Euclides da Cunha, sempre viajando a serviço, nesta pensão carioca, situada à Rua Senador Vergueiro - depois alugaram uma casa na Rua Humaitá, onde passavam longos períodos juntos.

Dilermando de Assis era então descrito como belo, alto e loiro - o relacionamento estabelece-se e, mesmo continuando casada, com ela tem dois filhos, registrados por Euclides da Cunha: Mauro, em 1906, morto com sete dias e Luís, em 1907.

Após o retorno de Euclides da Cunha, transfere-se para a Escola Militar de sua cidade natal, Porto Alegre, em 1906, mantendo copiosa correspondência com a amante.

Em 1908 conclui o curso, atingindo o posto de tenente, retornando para o Rio de Janeiro e passa a morar com o irmão Dinorah, em uma casa na Estrada Real de Santa Cruz, 214 (depois Avenida Suburbana e atual Avenida Dom Hélder Câmara), no bairro da Piedade.

A volta para o Rio de Janeiro fê-lo protagonizar o trágico episódio que vitimou mortalmente Euclides da Cunha, feriu e aleijou seu irmão Dinorah, e maculou sua biografia para sempre.

Casando-se com Anna, tem com esta quatro filhos. O relacionamento, porém, dura 14 anos.

Dilermando de Assis viveu em muitas cidades, pelo país, servindo ao Exército, sendo promovido sucessivamente até o posto de general. Durante a Revolução de 1924, comandou uma força de "provisórios" paranaenses que se opôs, sem sucesso, ao avanço dos paulistas na região de Guaíra, no oeste do estado. Tal força irregular, com todas as deficiências que se pode esperar como tantas outras despachadas às pressas em qualquer guerra, serviu para retardar a progressão do inimigo e sob esse aspecto, bem cumpriu seu dever.

Dilermando de Assis foi ainda comandante por cerca de 6 meses, do 7º Grupo Móvel de Artilharia de Costa (GMAC) na cidade de Rio Grande, RS, durante a Segunda Guerra Mundial, recebendo após isso o título de Ex-Combatente por ter participado efetivamente de operações bélicas no na defesa da costa brasileira.

Dilermando de Assis morreu, aos 63 anos de idade, vítima de um ataque cardíaco. Nesse mesmo ano, morreu também no mês de maio, vítima de câncer, sua ex-mulher, Anna de Assis.

A Tragédia da Piedade

Dilermando de Assis encontrava-se com Anna Emília Ribeiro em sua casa na Estrada Real de Santa Cruz, local afastado do Bairro da Piedade, onde foi surpreendido por Euclides da Cunha. Este havia passado em casa de parentes, onde conseguira a arma, no dia 15/08/1909, um domingo.

O escritor grita que está ali fora para "matar ou morrer". Alveja Dinorah, irmão de Dilermando de Assis, e ainda acerta 3 tiros no amante da esposa - mas o jovem possui ampla destreza, campeão de tiro que era e, com dois tiros, fere mortalmente o agressor que, ao tentar evadir-se, tomba morto.

Seu irmão, que era atleta, jogador do Botafogo de Futebol e Regatas, fica com Hemiplegia e, não suportando a condição, suicida-se em 1921.

Julgamento

A imprensa nacional toma logo o partido do marido traído - escritor afamado, Imortal da Academia Brasileira de Letras. Dilermando de Assis é exposto na imprensa como um vilão, e mesmo o inquérito policial tende a inverter a realidade dos fatos. O jornalista Orestes Barbosa foi dos únicos a defendê-lo, mesmo assim sem grande impacto.

O fato constitui-se em um marco da parcialidade na imprensa brasileira. Em uma entrevista concedida à revista Diretrizes, de Samuel WainerDilermando de Assis afirma que não conseguiria expor sua versão dos fatos "nem se pagasse".

É, apesar da gritante realidade dos acontecimentos, exposto ao júri popular, acusado de homicídio. Fartamente demonstrada, a legítima defesa resta comprovada, e Dilermando de Assis é absolvido. O Tribunal do Juri foi presidido pelo juiz Manuel da Costa Ribeiro e a defesa do réu foi feita pelo então rábula Evaristo de Moraes e por Delamare Garcia.

Nova Tragédia

A 04/07/1916 Dilermando de Assis sofre novo atentado, desta feita por parte de Euclides da Cunha Filho, apelidado familiarmente de Quidinho, então com 19 anos de idade. Estava num cartório, do fórum do Rio de Janeiro, quando foi por este alvejado pelas costas. Mesmo ferido, Dilermando de Assis reage, matando seu agressor - e um novo escândalo resulta em nova absolvição - deixando contudo um rastro de sangue na biografia do jovem militar.

Casamento

Em 12/05/1911, logo após sua absolvição em 05/05/1911, casou-se com a viúva Anna Emília Ribeiro. Morando ambos em Bagé, sua casa torna-se agitado ponto cultural da cidade. Ali realiza a construção de muitos prédios, como engenheiro, como o Quartel General do Exército.

Em 1926, quando a mulher contava 50 anos, e com cinco filhos, separam-se.

Após seu relacionamento com Anna de Assis, teve Dilermando de Assis com Maria Antonieta de Araujo Jorge uma filha, a escritora Dirce de Assis Cavalcanti, prima de J. G. de Araújo Jorge.

Maçonaria

Dilermando de Assis foi um dos defensores da Maçonaria tradicional, sendo um dos mais acerbos críticos ao Grão-Mestre Joaquim Rodrigues Neves que, nos anos 40, provocou a cisão da instituição no Brasil. Este episódio é narrado, com detalhes, em seu livro "A Tragédia da Piedade".

Obras

Dilermando de Assis escreveu, ainda que de forma esporádica, algumas obras, a maior delas tratando dos episódios sangrentos que protagonizara.

  • Um Nome, Uma Vida, Uma Obra - (Parceria com Ângelo Cibelá, 1946) - Onde Dilermando de Assis expõe textos publicados em seguida ao crime da Piedade, como "Uma tragédia de Ésquilo", por Monteiro Lobato e A Vítima Esquecida de Euclides da Cunha, por Acélio Daudt. 
  • A Tragédia da Piedade (Edições O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 1951) - É um verdadeiro libelo de auto-defesa, uma resposta ao livro A Vida Dramática de Euclides da Cunha, de Eloi Pontes. Neste livro Dilermando de Assis analisa todas as provas periciais dos autos de sua acusação, nos dois homicídios envolvendo os Cunha (pai e filho). Além disso, procede a uma minuciosa crítica a Os Sertões: Campanha de Canudos, apontando dezenas de erros, procurando ainda comprovar casos de plágio feitos pelo célebre escritor. Dilermando de Assis foi aconselhado a não publicar este livro, por Raimundo de Farias Brito, que lhe escrevera, em carta:  "...A idéia é muito digna. Mas não me parece que lhe seja isso necessário... Seja, porém, como for, parece-me que o melhor é deixar o passado em silêncio."

O livro, assim como as idéias do seu autor, são ainda hoje, de modo parcial e até passional, refutados pelos auto-proclamados "euclidianos".

Fonte: Wikipédia

José Ermírio de Morais

JOSÉ ERMÍRIO DE MORAIS
(83 anos)
Empresário, Engenheiro e Político

* Nazaré da Mata, PE (21/01/1890)
+ São Paulo, SP (09/08/1973)

José Ermírio de Morais foi um empresário, engenheiro e político brasileiro. Foi senador da República de 1963 a 1971.

Filho de família de fazendeiros do Nordeste, estudou engenharia nos Estados Unidos. Voltando ao Brasil, foi trabalhar em uma fábrica de tecidos no interior de São Paulo, casando depois com a filha do dono. Posteriormente comprou as ações desta empresa e assumiu o seu controle.

Sob sua administração o negócio cresceu e diversificou-se tornando-se o que é hoje o Grupo Votorantim. Já como um dos maiores empresários do Brasil elegeu-se senador pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Fundador e diretor da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (FIESP), comandou mais de 40 empresas em vários estados brasileiros e foi diretor-presidente do Grupo Votorantim.

Foi ministro da agricultura durante o governo João Goulart em 1963, ocupando o cargo durante seis meses.


Em 1962, elegeu-se senador por Pernambuco, na chapa de Miguel Arraes (governador), Paulo Guerra (vice-governador) e Barbosa Lima Sobrinho que disputou mas perdeu a outra vaga ao Senado.

Nessa época, deu apoio financeiro para a criação, no Recife, do jornal Última Hora Nordeste, que começou a circular a 18/06/1962 com o objetivo de fortalecer as forças nacionalistas e foi o único jornal pernambucano a se posicionar contra o golpe militar que acabaria depondo o presidente João Goulart.

No senado, presidiu as comissões de Ajustes Internacionais e Legislação, sobre energia atômica, e a de Agricultura, além de ter participado de várias outras. Durante o governo Jânio da Silva Quadros, chefiou a representação Brasileira em Bonn.

Foi, ainda, presidente da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, engenheiro estadual em Minas Gerais, presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e tesoureiro-geral do Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

José Ermírio de Morais foi pai do empresário Antônio Ermírio de Morais.

Morreu em São Paulo, SP, no dia 09/08/1973, aos 83 anos.

Expedito Parente

EXPEDITO JOSÉ DE SÁ PARENTE
(70 anos)
Engenheiro Químico

* Fortaleza, CE (20/10/1940)
+ Fortaleza, CE (13/09/2011)

Foi um engenheiro químico inventor do Biodiesel. Era filho de José Nicolau Cavalcante Gomes Parente e Maria Isaura Silveira Sá. Tinha onze irmãos.

Seu pai, nascido em Sobral em 1897 e também conhecido como Zé Parente, teve grande atuação na economia cearense e foi fundador da Casa Parente em 1914. Foi também fundador do Banco dos Proprietários S/A, do Banco dos Importadores do Ceará e do Banco Mercantil de Crédito (BMC), que dirigiu por três décadas. Construíu a Igreja de Santa Filomena, na Praia do Meireles, e participou da construção da Igreja do Cristo Rei, em Fortaleza. Foi ainda presidente eleito da Federação das Associações Comerciais e Industriais do Ceará e também presidente da Phenix Caixeiral. Colaborou como articulista nos jornais cearenses com o pseudônimo de Zep.

Expedito Parente graduou-se na Escola Nacional de Química da então Universidade do Brasil (atualmente Universidade Federal do Rio de Janeiro), no ano de 1965, obtendo o mestrado em Ciências da Engenharia Química no ano seguinte, também na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Concluiu ainda cursos de especialização em tecnologia de óleos vegetais e em engenharia de óleos vegetais, no Instituto de Óleos do Ministério da Agricultura, e em Tecnologia de Couros, na École Française de Tannerie, em Lyon, na França.

A partir de 1967, Expedito Parente tornou-se professor assistente da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, passando ao cargo de professor adjunto em 1975. Foi na Universidade Federal do Ceará, no final da década de 1970, que Parente desenvolveu o método de produção de Biodiesel que viria a submeter ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial em 1980, tendo sido garantida em 1983 a patente PI–8007957 (Processo de Produção de Combustíveis a partir de Frutos ou Sementes Oleaginosas), a primeira patente no mundo para um processo de produção em escala industrial de Biodiesel. Todavia, devido ao desinteresse do governo brasileiro na eṕoca (em parte devido ao esforço dedicado ao Pró-álcool), o processo desenvolvido por Parente nunca foi efetivamente utilizado, e tendo decorrido o prazo de validade da patente, ela entrou em domínio público.

Parente teve a idéia do Biodiesel num momento de descontração em seu sítio e, segundo ele, era apenas nessas horas que se podia ter boas inspirações. Após um banho de cachoeira acompanhado de cachaça, passou a prestar atenção no fruto de uma ingazeira, uma vagem linear com carocinhos, que lhe deu idéia de uma molécula. Depois disso, já no laboratório do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará, contando com a ajuda de um servidor aposentado, Bernardo Gondim, que morava no campus, numa dependência onde tinha um motor antigo, concluiu experiências e fez com que esse velho motor fosse movido com o seu Biodiesel.

Expedito Parente recebendo uma homenágem do presidente Lula em 2006

Considerava muito importante a popularização de sua descoberta, em escala mundial. Para ele, a sua tecnologia tinha três missões a cumprir: ambiental (substituindo os derivados de petróleo), estratégica (colocando o Brasil em posição de destaque no cenário internacional na nova era da energia limpa) e, principalmente, social, "por se tratar de um combustível com potencial para gerar a paz, e não a guerra, além da distribuição da riqueza, ao invés de sua concentração", como disse o próprio em entrevista concedida à Revista Veja, em 2004. Em entrevista anterior, concedida em 2001, disse que durante passeio com seu filho, pelo interior da Alemanha, viu uma bomba de Biodiesel em um posto: "Fiquei alegre de ver minha invenção difundida, mas frustrado porque aquilo não estava ocorrendo ainda no Brasil", comentou.

Fato engraçado é que o país que foi berço do projeto, não o acolheu. Parente fundou uma empresa, a Tecbio, tendo vários clientes mundo à fora, dentre eles a Boeing, para a qual ele desenvolveu o bioquerosene, assim como tentou fazer para a FAB há 3 décadas.

Morte

Faleceu na madrugada de terça-feira (13/09/2011), no Hospital São Carlos, em Fortaleza. O professor da Universidade Federal do Ceará faleceu aos 70 anos, em decorrência de complicações durante uma cirurgia para tratar de Diverticulite, de acordo com informações da Universidade. O seu corpo foi cremado.

Fonte: Wikipédia e SevenWheels

Barão de Capanema

GUILHERME SCHÜCH
(84 anos)
Naturalista, Engenheiro e Físico

☼ Ouro Preto, MG (17/01/1824)
┼ Rio de Janeiro, RJ (26/08/1908)

Guilherme Schüch, posteriormente Guilherme Capanema, primeiro e único Barão de Capanema, foi um naturalista, engenheiro e físico brasileiro, nascido em Ouro Preto, MG, no dia 17/01/1824. Foi o responsável pela instalação da primeira linha telegráfica do Brasil. Era bisavô do político Gustavo Capanema.

Filho do austríaco Rochus Schüch, natural da Morávia, que veio para o Brasil em 1817 como integrante da comitiva da Princesa Leopoldina, e da suiça Josefina Roth, que seu pai conhecera na colônia de Nova Friburgo, RJ.

Guilherme Schüch casou-se com Eugênia Amélia Delamare, nascida em Havre de Grace, França, no dia 12/07/1824, filha de Charles Robert Delamare e Reine Germaine Virginie, falecida no Rio de Janeiro no dia 12/04/1907. O casal teve três filhos: Paulina, Guilherme e Gustavo S. Capanema, médico e político.

Em 1841 foi enviado para a Europa, aos cuidados do Visconde de Barbacena, para estudar engenharia. Depois de 60 dias, pois a navegação se fazia à vela, chegou à Inglaterra, onde o ministro brasileiro Marquês Lisboa o fez seguir para Antuérpia e dali diretamente para Munique. Ali o ilustre botânico Carl Friedrich Philipp von Martius e o zoólogo Johann Baptiste von Spix lhe prestaram bons serviços, encaminhando-o nos seus estudos.

A viagem de Antuérpia a Munique foi feita de carruagem, pois ainda não existiam na época estradas de ferro. Concluiu o curso na Escola Politécnica de Viena. Formou-se doutor em matemática e ciência pela antiga Escola Militar do Rio de Janeiro.

De volta ao Brasil foi responsável pela fundação, em 11/05/1852, do Telégrafo Nacional, sendo seu primeiro diretor.

Guilherme Schüch frequentemente visitava o Imperador, que insistia por essas visitas para aperfeiçoar-se, dizia ele, na conversação da língua alemã.

Em uma das visitas, Manuel de Araújo Porto Alegre (Barão de Santo Angelo), informou ao Imperador que o Drº Azeredo Coutinho era de opinião que o Drº Guilherme Schüch devia ser nomeado para uma das cadeiras vagas da Escola Central, indicando a de mineralogia. O coronel Pedro de Alcântara Bellegarde, comandante da Escola Central, opinou para que sua nomeação fosse feita, devendo ela ser confirmada no fim do ano, se assim decidisse a congregação.

Dom Pedro II mandou que o Drº Guilherme Schüch se apresentasse ao Ministro da Guerra. Havia, porém, um impedimento: é que a lei dispunha que o magistério só poderia ser exercido por engenheiros formados pela Escola Central. O Ministro da Guerra resolveu o caso lembrando que o Drº Guilherme Schüch deveria ser sujeito a um exame do conjunto de matérias, inclusive arte militar. O Drº Guilherme Schüch deliberou, então, estudar a arte militar e para isto adquiriu os livros necessários e foi passar uma temporada na fazenda da família Paes Leme.

De volta, sujeitou-se aos exames exigidos pelo Ministro da Guerra, nos quais foi aprovado e em seguida nomeado lente substituto da Escola Central.

Engenheiro militar, na década de 1850 conseguiu fabricar munição para os fuzis Dreyse utilizados na Guerra Contra Oribe e Rosas, segredo militar prussiano. Também realizou diversas experiências com foguetes, tendo fabricado alguns foguetes de Halle por volta de 1852.

Em 1855 fez várias experiências com os foguetes de Halle junto com José Mariano de Mattos. No mesmo ano foi enviado à Bélgica com ordens de "comprar 1200 fuzis, 1000 clavinas com baionetas, sabres, e 500 clavinas sem baionetas".

Membro da Sociedade Velosiana de Ciências Naturais, onde participava da comissão de botânica, sugeriu sua fusão ao Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, o que não aconteceu. Tendo a sociedade se desmembrado, parte dos sócios, incluindo Guilherme Schüch, então fundou a Sociedade Palestra Científica do Rio de Janeiro, que teve sua primeira sessão em 25/06/1856.

Participou da comissão científica do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, criada em 1856, onde foi diretor da Seção Geológica e Mineralógica.

Em 1863 foi enviada à Real Fábrica de Ferro São João do Ipanema, em Iperó, perto de Sorocaba, tendo revitalizado-a. Inventor, desenvolveu também um formicida contra a saúva.

Notando o Drº Guilherme Schüch a dificuldade que havia em Minas Gerais de pronunciarem seu nome alemão, resolveu adotar o sobrenome de "Capanema", pertencente a uma serra e povoado daquela província, e nas vizinhanças de Ouro Preto.

Em 1877, o botânico João Barbosa Rodrigues homenageou Guilherme Schüch de Capanema, seu amigo, dando o nome de Capanemia a um novo gênero de orquídeas descrito em seu livro Genera Et Species Orchidearum Novarum.

Recebeu o título de Barão em 26/02/1881 por decreto de Dom Pedro II. O engenheiro Guilherme Schüch comandou a instalação das primeiras redes telegráficas do norte do Brasil.

Posteriormente, em homenagem à sua mediação no conflito entre Brasil e Argentina pela posse região do Rio Iguaçu, uma localidade do Paraná recebeu o nome de Capanema. Assim, configurou-se um caso em que um topônimo originou um antropônimo que, por sua vez, foi posteriormente motivo para a denominação de um outro nome de lugar.

Em 1889 com a Proclamação da República se aposentou da direção do Telégrafo Nacional.

Em 1903 foi nomeado diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Foi também professor de física e de mineralogia na Escola Militar.

Recipiente da comenda da Imperial Ordem da Rosa e da Imperial Ordem de Cristo, além de ter sido membro do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil.

Fonte: Wikipédia

Visconde de Taunay

ALFREDO MARIA ADRIANO D'ESCRAGNOLLE TAUNAY
(56 anos)
Nobre, Escritor, Músico, Artista Plástico, Professor, Compositor, Instrumentista, Engenheiro Militar, Político, Historiador e Sociólogo

* Rio de Janeiro, RJ (22/01/1843)
+ Rio de Janeiro, RJ (25/01/1899)

Foi o primeiro e único Visconde de Taunay.

Alfredo Taunay nasceu em uma família aristocrática de origem francesa no Rio de Janeiro. Seu pai, Félix Émile Taunay, era pintor, professor e diretor da Academia Imperial de Belas Artes e seu avô paterno foi o conceituado Nicolas-Antoine Taunay. Sua mãe, Gabriela Hermínia Robert d'Escragnolle Taunay, fora uma dama da alta sociedade brasileira e era irmã do Barão d'Escragnolle e filha do Conde d'Escragnolle.

Família e Educação

Após obter seu bacharelado em literatura no Colégio Pedro II em 1858, aos quinze anos de idade, Taunay estudou física e matemática no Colégio Militar do Rio de Janeiro, tornando-se bacharel em matemática e ciências naturais em 1863.

Casou-se com Cristina Teixeira Leite, filha do Barão de Vassouras, neta do primeiro Barão de Itambé e sobrinha-neta do Barão de Aiuruoca. Seu filho foi o historiador Afonso d'Escragnolle Taunay, membro-fundador da Academia Brasileira de Letras.

Guerra do Paraguai e Carreira Política

Taunay lutou na Guerra do Paraguai como engenheiro militar, de 1864 a 1870. Desta experiência surgiu seu livro "A Retirada da Laguna" (1869).

Após seu retorno ao Rio de Janeiro, Taunay lecionou no Colégio Militar do Rio de Janeiro e iniciou simultaneamente sua carreira como político do Segundo Império.

Atingiu o posto de major em 1875. Foi eleito para a Câmara dos Deputados pela Província de Goiás em 1872, cargo para o qual seria reeleito três anos mais tarde.

No dia 26 de abril de 1876, foi nomeado presidente da Província de Santa Catarina. Assumiu o cargo de 7 de junho de 1876 a 2 de janeiro de 1877, quando o passou ao vice-presidente Hermínio Francisco do Espírito Santo, que presidiu a província por apenas um dia. Em 1 de janeiro de 1877, durante seu mandato como presidente, ele havia inaugurado, no Largo do Palácio, atual Praça Quinze de Novembro, o monumento aos heróis catarinenses da Guerra do Paraguai.

Inconformado com a queda do Partido Conservador, Taunay retirou-se da vida política em 1878, deixando o país para estudar, durante dois anos, na Europa.

Em 1881 é eleito deputado pela Província de Santa Catarina e, em 1885, nomeado presidente da Província do Paraná. Em Curitiba, foi um dos responsáveis pela criação do primeiro parque da cidade, o Passeio Público, inaugurado em 2 de maio de 1886 (véspera do dia da entrega do cargo).

Exerceu tal cargo até 3 de maio de 1886. Neste ano, torna-se senador por Santa Catarina, tendo sido escolhido de uma lista tríplice pelo Imperador em 6 de setembro de 1886, sucedendo Jesuíno Lamego da Costa.

Recebeu o título nobiliárquico de Visconde de Taunay de Dom Pedro II em 6 de setembro de 1889. Com a Proclamação da República naquele mesmo ano, Taunay deixou a política para sempre.

Carreira Literária e Artística

Crítico das influências da literatura francesa, Taunay buscava promover a arte brasileira no exterior. No dia 21 de agosto de 1883 propõe à Câmara dos Deputados a autorização de uma soma para a realização de uma sinfonia por Leopoldo Miguez em Paris, nos Concerts-Collone. Anteriormente fora responsável pela promoção de Carlos Gomes no exterior.

Taunay foi um autor prolífico, produzindo ficção, sociologia, música (compondo e tocando) e história. Na ficção, a obra Inocência é considerada pelos críticos como seu melhor livro.


Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, criou a Cadeira nº 13, que tem como patrono Francisco Otaviano.

Faleceu Diabetico no dia 25 de janeiro de 1899.

Benjamin Constant

BENJAMIN CONSTANT BOTELHO DE MAGALHÃES
(54 anos)
Militar, Engenheiro, Professor e Estadista

☼ Niterói, RJ (18/10/1836)
┼ Rio de Janeiro, RJ (22/01/1891)

Formado em engenharia pela Escola Militar, participou da Guerra do Paraguai (1865 - 1870) como engenheiro civil e militar. Benjamin Constant esteve no Paraguai de agosto de 1866 a setembro de 1867, de onde voltou, devido doença, acompanhado de sua mulher, que o fora buscar.

As suas cartas, escritas sobretudo para a esposa e o sogro, nas quais crítica duramente a direção da guerra em geral, e a Duque de Caxias, em especial, foram publicadas por Renato Lemos, no livro "Cartas da Guerra: Benjamin Constant na Campanha do Paraguai", editado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Museu Casa de Benjamin Constant, em 1999.

Como professor, lecionou nas escolas militar, predecessora do Instituto Militar de Engenharia, Politécnica, Normal e Escola Superior de Guerra, entre outras.

Adepto do positivismo, em suas vertentes filosófica e religiosa - cujas idéias difundiu entre a jovem oficialidade do Exército Brasileiro -, foi um dos principais articuladores do levante republicano de 1889. Foi nomeado Ministro da Guerra e, depois, Ministro da Instrução Pública no Governo Provisório. Na última função, promoveu uma importante reforma curricular.

As disposições transitórias da Constituição de 1891 consagraram-no como fundador da República brasileira.

Ação no Governo Provisório

A despeito de ter sido militar e ter sido condecorado como tal devido a sua participação na Guerra do Paraguai, era pacifista, pregando o fim das Forças Armadas em um futuro mais ou menos distante, reduzidas à mera atuação policial para manutenção da ordem pública. Essa opinião, calcada nas idéias de Auguste Comte, fundador do Positivismo, foi o que lhe permitiu criar a doutrina do Soldado-Cidadão, segundo a qual, antes de serem soldados, os membros das Forças Armadas eram cidadãos de um regime republicano e como tais deveriam comportar-se.

Por outro lado, foi em reação à "civilização" (no sentido de reforço do papel civil, em oposição à atuação propriamente militar) iniciada na gestão de Benjamin Constant à frente da pasta da Guerra que, a partir da I Guerra Mundial, surgiu uma nova geração de militares e de intelectuais militares que propôs a "profissionalização" do Exército.

Essa geração era a dos Jovens Turcos brasileiros e, procurando referências para suas doutrinas militares na Alemanha, constituiu o germe tanto do Tenentismo quanto dos militares que chegaram, de uma maneira ou de outra, ao poder no Brasil a partir de 1930 até 1985. Em outras palavras, as inúmeras intervenções e golpes militares ocorridos no Brasil ao longo do século XX não tiveram relação com a atuação de Benjamin Constant e, por extensão, com o Positivismo.

Museus e Instituições

Benjamin Constant também foi o terceiro diretor do antigo Imperial Instituto dos Meninos Cegos, instituição criada em 1854 por Dom Pedro II para cuidar da edução de crianças com deficiência visual.

Em virtude de ter permanecido por longos anos à frente dessa instituição, em 1890 o Governo Provisório da recém-proclamada República renomeou-a como Instituto Benjamin Constant - que, apesar de inativo em alguns períodos, permanece em franca atividade até os dias atuais.

Além disso, em 1972 o governo brasileiro transformou a antiga residência de Benjamin Constant, no bairro de Santa Teresa, no município do Rio de Janeiro, no Museu Casa de Benjamin Constant, como uma homenagem - ainda que tardia - a esse valoroso líder político. Esse museu expõe para o público em geral a casa conforme ela arrumava-se no final do século XIX, quando lá residia. Para o público acadêmico, realizam-se pesquisas de caráter histórico e sociológico sobre o Brasil de fins do século XIX e início do século XX.

Benjamin Constant morreu em extrema pobreza no Rio de Janeiro. Exemplo de grande idealista não conseguiu adaptar-se à política. Manteve-se firme nas suas opiniões e jamais deixou de defender seus ideais.

Bernardo Sayão

BERNARDO SAYÃO CARVALHO DE ARAÚJO
(57 anos)
Engenheiro e Político

☼ Rio de Janeiro, RJ (18/06/1901)
┼ Açailândia, MA (15/01/1959)

Bernardo Sayão nasceu em 18/06/1901, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Fez o ginásio no Colégio Anchieta de Nova Friburgo, cursou a Escola de Agronomia de Piracicaba em São Paulo e a Escola de Agronomia de Viçosa em Minas Gerais, em 1929.

Em 1939, aparecia Bernardo Sayão em Goiás pela primeira vez, atraído pela obra de Pedro Ludovico, que constituía Goiânia, abrindo novas perspectivas para todo o estado de Goiás. Na década de 30, já acreditava nas vantagens da interiorização do desenvolvimento brasileiro.

Foi em 1941, que Getúlio Vargas escolheu Bernardo Sayão para dirigir a implantação de uma Colônia Agrícola no interior de Goiás. Fundou a Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG) que deu origem à cidade de Ceres, GO.

Encontrava-se em foco a tão falada e famosa "Marcha para o Oeste". No entanto, em 1950, devido a burocracias, Bernardo Sayão foi exonerado do cargo em comissão, de Administrador da Colônia Agrícola Nacional de Goiás. Quatro anos depois, era eleito Vice-Governador do Estado de Goiás, com votação superior à do próprio governador eleito. Por ter sido muito bem votado, era o homem mais indicado para iniciar as construções primárias de Brasília.


No ano de 1955, o Governo Federal providenciou e nomeou uma comissão, presidida por Altamiro Pacheco, e depois por Segismundo Melo, com a participação de Bernardo Sayão e Jofre Parada, para desapropriar, em nome de Goiás, as fazendas que ficavam situadas no Quadrilátero Cruls. Era proprietário da Fazenda do Gama, o Srº Algostinho da Silva.

Um dos primeiros encargos a serem executados no Distrito Federal, foi a construção de dois campos de pouso para aeronaves pequenas, sob a chefia de Bernardo Sayão. Um na Fazenda do Gama, próximo ao local onde existe hoje o Catetinho e outro, a que deu o nome de Vera Cruz, próximo ao Córrego Acampamento, nome dado por ter sido onde acampara a Comissão Cruls, em 1892 e onde Bernardo Sayão armara sua primeira barraca em 1955.

Com a criação da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), Bernardo Sayão foi um de seus primeiros diretores, juntamente com Israel Pinheiro, Ernesto Silva e Iris Meinberg. Foi nomeado Diretor Executivo.

Pela sua própria figura, atitude e audácia, ninguém seria capaz de contradizê-lo em abrir o picadão da estrada Belém-Brasília em tão pouco tempo, como exigia o presidente Juscelino Kubitschek.

A luta tinha apenas iniciado e o entusiasmo renasceu. Conseguiu cinco equipes de máquinas e partiu para a arrancada, a que seria, talvez, o maior desafio de sua vida e fonte de riqueza e progresso de uma região considerada intransponível.

Morte

No dia 15/01/1959, uma árvore derrubada, na abertura da Belém-Brasília, caíra sobre a barraca onde estava Bernardo Sayão e outro companheiro. Bernardo Sayão foi gravemente ferido.

Ao fim da tarde, depois de muitas dificuldades, chegava ao local o helicóptero usado pelo presidente e pilotado pelo major Tomaz, que dirigiu-se para Açailândia, a localidade mais próxima. Devido à gravidade de seus ferimentos, Bernardo Sayão morreu a caminho, dentro do helicóptero.

No dia 16/01/1959, à noite, trazido de avião, o corpo de Bernardo Sayão chegava a Brasília, onde já o aguardava o presidente Juscelino Kubitschek. Por ironia do destino, Bernardo Sayão também foi o pioneiro do Cemitério da Cidade, hoje Campo da Esperança, que ajudou a construir.

Fonte: WikipédiaInterlegis

Luís Carlos Prestes

LUÍS CARLOS PRESTES
(92 anos)
Militar, Engenheiro e Político

* Porto Alegre, RS (03/01/1898)
+ Rio de Janeiro, RJ (07/03/1990)

Foi secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro e foi companheiro de Olga Benário, morta na Alemanha, na câmara de gás, pelos nazistas.

Prestes formou-se pela Escola Militar do Realengo no Rio de Janeiro, em 1919, atual Academia Militar das Agulhas Negras, na Arma de Engenharia. Foi engenheiro ferroviário na Companhia Ferroviária de Deodoro, como tenente, até ser transferido para o Rio Grande do Sul.

O Início do Movimento

Em outubro de 1924, já capitão, Luís Carlos Prestes liderou um grupo de rebeldes na região missioneira Rio Grande do Sul, saiu de Santo Ângelo, e se dirigiu para São Luiz Gonzaga onde permaneceu por dois meses aguardando munições do Paraná, que não vieram. Aos poucos foi formando o seu grupo de comandados que vieram de várias partes da região. Rompendo o famoso "Anel de Ferro" propagado pelos governistas, rumou com sua recem formada coluna para o norte até Foz do Iguaçu. Na região sudoeste do estado do Paraná, o grupo se encontrou e juntou-se aos paulistas, formando o contingente rebelde chamado de Coluna Miguel Costa-Prestes, com 1500 homens, que percorreu por dois anos e cinco meses 25.000 km. Em toda esta volta, as baixas foram em torno de 750 homens devido à Cólera, à impossibilidade de prosseguir por causa do cansaço e dos poucos cavalos que tinham, e ainda poucos homens que morreram em combate.

Os Estudos na Bolívia e União Soviética

Prestes, apelidado de "Cavaleiro da Esperança", passa a estudar marxismo na Bolívia, para onde havia se transferido no final de 1928, quando a maioria da Coluna Miguel Costa-Prestes havia se exilado. Lá travava contato com os comunistas argentinos Rodolfo Ghioldi e Abraham Guralski, este último dirigente da Internacional Comunista (IC).

Em 1930 retorna clandestinamente a Porto Alegre onde chega a ter dois encontros com Getúlio Vargas. Convidado a comandar militarmente a Revolução de 30, recusa-se a apoiar ao movimento, colocando-se contra a aliança entre os tenentistas e as oligarquias dissidentes.

Em 1931, muda-se para a União Soviética a convite do país. Lá, trabalha como engenheiro e dedica-se a estudos marxistas-leninistas. Por pressão do Partido Comunista da União Soviética, é aceito como filiado pelo PCB, em agosto de 1934.

Sendo eleito membro da comissão executiva da Internacional Comunista, volta como clandestino ao Brasil em dezembro de 1934, acompanhado pela alemã Olga Benário, também membro da IC. Seu objetivo era liderar uma revolução armada no Brasil, decidido em Moscou.

O Comando da ANL e a Deportação de Olga

No Brasil, Prestes encontra o recém constituído movimento Aliança Nacional Libertadora (ANL), de cunho anti-fascista e anti-imperialista, que congregava tenentes, socialistas e comunistas descontentes com o Vargas. Mesmo clandestino, o "Cavaleiro da Esperança" é calorosamente aclamado presidente de honra da ANL em sua sessão inaugural no Rio de Janeiro.

Prestes procura então aliar o enorme crescimento da ANL, com a retomada de antigos contatos no meio militar para criar as bases que julgava capazes de deflagrar a tomada do poder no Brasil. Em julho de 1935 divulga um manifesto exigindo "todo o poder" à ANL e a derrubada do governo Vargas.

Getúlio Vargas aproveita a oportunidade e declara a ANL ilegal, o que não impede Prestes de continuar a organizar o que acabou por ficar conhecido como a Intentona Comunista.

Em novembro eclode a insurreição nas guarnições do exército de Natal, Recife e Rio de Janeiro (então Distrito Federal), mas é debelada por Getúlio Vargas, que desencadeia um violento processo de repressão e prisões.

Suspeitou-se que uma moça chamada Elvira Cupelo Colônio, mais conhecida como "Elza Fernandes", a qual namorava o então Secretário-Geral do Partido Comunista do Brasil (PCB), Antonio Maciel Bonfim - o "Miranda" -, estaria delatando os companheiros à polícia. Considerada uma ameaça naquela circunstância, uma vez que, sob tortura, poderia entregar diversos companheiros à prisão e à tortura, a jovem foi condenada à morte pelo "Tribunal Vermelho".

Como um dos membros do tribunal opôs-se à condenação, Prestes escreveu uma carta célebre aos correligionários:

Fui dolorosamente surpreendido pela falta de resolução e vacilação de vocês. Assim não se pode dirigir o Partido do Proletariado, da classe revolucionária.
… Por que modificar a decisão a respeito da "garota"? Que tem a ver uma coisa com a outra? Há ou não há traição por parte dela? É ou não é ela perigosíssima ao Partido?...
...Com plena consciência de minha responsabilidade, desde os primeiros instantes tenho dado a vocês minha opinião quanto ao que fazer com ela. Em minha carta de 16, sou categórico e nada mais tenho a acrescentar…
… Uma tal linguagem não é digna dos chefes do nosso Partido, porque é a linguagem dos medrosos, incapazes de uma decisão, temerosos ante a responsabilidade. Ou bem que vocês concordam com as medidas extremas e neste caso já as deviam ter resolutamente posto em prática, ou então discordam mas não defendem como devem tal opinião.

Alguns dias depois Elvira Colônio foi estrangulada com uma corda, em uma casa da Rua Mauá Bastos, Nº 48-A, na Estrada do Camboatá. O corpo foi enterrado no quintal da casa.

Em março de 1936, Prestes é preso, perde a patente de capitão e inicia uma pena de prisão que durará nove anos. Sua companheira Olga Benário, grávida, é deportada e morre na câmara de gás no campo de concentração nazista Ravensbrück. A criança, Anita Leocádia Prestes, nasceu em uma prisão na Alemanha, mas foi resgatada pela mãe de Prestes, após intensa campanha internacional.

O Fim do Estado Novo, Anistia, e a Volta à Clandestinidade

Com o fim do Estado Novo, Prestes foi anistiado, elegendo-se Senador.

Assumiu a secretaria geral do PCB. O registro do partido foi cassado, e novamente Prestes foi perseguido e voltou à clandestinidade.

Na Assembléia Constituinte de 1946, Prestes liderava a bancada comunista de 14 deputados composta por, entre outros, Jorge Amado, eleito pelos paulistas, Carlos Marighela, pelos baianos, João Amazonas, o mais votado do país, escolha de 18.379 eleitores do Rio, e o sindicalista Claudino Silva, único constituinte negro, também eleito pelo Rio.

Durante a Constituinte, Prestes fechou questão, a favor da emenda nº 3.165, de autoria do deputado carioca Miguel Couto Filho, tal emenda dizia:

"É proibida a entrada no país de imigrantes japoneses de qualquer idade e de qualquer procedência".

Em 1951, conheceu sua segunda companheira, a pernambucana Maria, que passa a se chamar Maria Prestes. Maria era mãe de dois meninos, Pedro e Paulo. Da união com Prestes nasceram outros sete filhos: João, Rosa, Ermelinda, Luiz Carlos, Zoia, Mariana e Yuri. Prestes e Maria viveram juntos por 40 anos, até sua morte.

Em 1958, Prestes teve sua prisão decretada, porém foi revogada por mandado judicial.

Ditadura Militar

Após o golpe militar de 1964, com o AI-1, Prestes teve seus direitos de cidadão novamente revogados por dez anos. Foi perseguido pelo Governo, mas conseguiu fugir. Ao revistar sua casa, a polícia encontrou uma série de cadernetas que deram base a inquéritos e processos, como o que condenou Giocondo Dias.

Exilou-se na União Soviética no final dos anos 1960, regressando ao Brasil devido à Anistia de 1979.

Os membros do PCB que também voltavam do exílio após o regime militar, de orientação euro-comunista, e que se tornaram maioria no Comitê Central do Partido, não mais aceitaram suas orientações, por considerarem-nas retrógradas, rígidas demais e pouco adaptadas aos tempos de então. Destituíram-no da liderança do PCB. Por divergências com o comitê central do partido, lança a Carta aos Comunistas, em que defende uma política de maior enfrentamento ao regime e uma reconstrução do movimento comunista no país. Em 1982, conjuntamente a vários militantes, sai do PCB,ingressando no PDT. Milita em diversas causas, como o não pagamento da dívida externa latino-americana e pela eleição de Leonel Brizola em 1989.

Em janeiro do ano seguinte Luís Carlos Prestes foi internado numa clínica no Rio de Janeiro para tratamento de Insuficiência Renal e princípio de Desidratação, segundo versão divulgada pela imprensa. Seu estado de saúde, no entanto, agravou-se no início de março, quando voltou a ser internado. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 7 de março de 1990. Nessa data a Justiça Eleitoral concedeu o registro definitivo ao PCB.

Dante de Oliveira

DANTE MARTINS DE OLIVEIRA
(54 anos)
Engenheiro e Político

* Cuiabá, MT (06/02/1952)
+ Cuiabá, MT (06/07/2006)

Natural do estado de Mato Grosso, ficou nacionalmente conhecido pela autoria de uma emenda constitucional que levou seu nome, propondo o restabelecimento das eleições diretas para presidente da república, num movimento que resultou na campanha das "Diretas Já".

Filho de Sebastião de Oliveira e Maria Benedita Martins de Oliveira, graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ainda na universidade militou no MR8 (Movimento Revolucionário Oito de Outubro) quando o referido movimento já havia optado pela via política ao invés da luta armada contra o Regime Militar de 1964 e a seguir ingressou no MDB. De volta ao seu estado disputou sua primeira eleição em 1976 quando perdeu a eleição para vereador em Cuiabá. Refeito do infortúnio foi eleito deputado estadual em 1978 e com a extinção do bipartidarismo filiou-se ao PMDB sendo eleito deputado federal em 1982 e nessa condição apresentou no ano seguinte uma emenda restabelecendo as eleições diretas para presidente que se realizariam em 15 de novembro de 1984.

Diretas Já

A ideia de apresentar uma emenda restaurando a eleição direta para Presidente da República não é uma atitude que se possa creditar exclusivamente a Dante de Oliveira, entretanto, sua iniciativa ganhou repercussão por ter sido a primeira a não ficar restrita às paredes do Congresso Nacional e ganhou as ruas num momento em que as manifestações pedindo a volta das eleições diretas se multiplicavam pelo país, a começar pelo município pernambucano de Abreu e Lima em 31 de março de 1983, e resultaria num movimento que dominaria a cena política nacional nos meses seguintes unificando as forças da sociedade civil, dos partidos de oposição e atraindo também os dissidentes governistas para o movimento "Diretas Já". Em 26 de novembro de 1983 os dez governadores de oposição subscreveram em São Paulo um manifesto pedindo o restabelecimento das eleições diretas para presidente. O primeiro "comício oficial" pró-diretas teve lugar em Curitiba dia 12 de janeiro de 1984 com a presença de trinta mil pessoas e foi seguido de outros como o realizado na Praça da Sé no dia do aniversário de 430 anos da capital paulista no qual compareceram duzentas mil pessoas.

Receoso quanto aos acontecimentos o governo João Figueiredo exerceu uma forte pressão sobre os parlamentares do PDS para que a emenda não fosse aprovada e segundo um relato de Dante de Oliveira o próprio Tancredo Neves chegou a afirmar que, diante da pressão governamental e da cúpula militar, a emenda não seria aprovada. Ainda assim a cúpula do movimento manteve a campanha nas ruas e às vésperas da votação uma pesquisa do IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) apontava que 84% dos entrevistados apoiavam a Emenda Dante de Oliveira. Como último recurso a fim de barrar as diretas, o governo federal enviou ao parlamento a chamada "Emenda Figueiredo" a qual, dentre outras medidas, previa o restabelecimento das eleições diretas apenas em 1988, entretanto nada foi capaz de dissuadir a apreciação da emenda oposicionista que se realizaria em 25 de abril de 1984 e foi cercada de grande expectativa, algo frustrado pela não obtenção do quórum de dois terços dos votos necessários à sua aprovação, pois embora tenha obtido 298 votos favoráveis e apenas 25 votos em sentido contrário, a ausência de 112 deputados federais do PDS (dos quais bastariam apenas 22 votos para que a emenda fosse submetida ao crivo do Senado Federal) pôs fim ao movimento. Tal resultado, porém, acentuou as fissuras no partido governista e abriu o caminho para a vitória de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral em 15 de janeiro de 1985.

No Executivo

Encerrado o período militar os brasileiros foram frustrados pela morte de Tancredo Neves e assim a Presidência da República ficou nas mãos de José Sarney cujas medidas de remoção do "entulho autoritário" (leis restritivas que ainda vigiam) previam a realização de eleições diretas nas capitais dos estados, áreas de segurança nacional, instâncias hidrominerais municípios de territórios e municípios recém-criados em 15 de novembro de 1985 e nisso Dante de Oliveira foi eleito prefeito de Cuiabá pelo PMDB, cargo do qual se afastou entre 28 de maio de 1986 e 2 de junho de 1987 quando foi ministro da Reforma Agrária do governo Sarney, e desse modo a capital mato-grossense foi administrada pelo vice-prefeito Estevão Torquato da Silva.

Findo seu mandato, ingressou no PDT e foi candidato a deputado federal em 1990, não conseguindo se eleger. Essa derrota foi revertida em 1992, quando foi eleito para o seu segundo mandato como prefeito de Cuiabá, cargo ao qual renunciou em 1994, meses antes de ser eleito governador de Mato Grosso. Após divergências com sua legenda, ingressou no PSDB e foi reeleito governador em 1998 e, ao deixar o cargo em 2002, perdeu a eleição para senador.

Em 2006 tencionava disputar mais um mandato de deputado federal, mas antes disso veio a falecer em Cuiabá vítima de uma Pneumonia, num quadro agravado pelo Diabetes.

Após sua morte, recebeu várias homenagens, inclusive a Avenida dos Trabalhadores hoje se chama Avenida Governador Dante Martins de Oliveira.

Fonte: Wikipédia