Nina Arueira

MARIA DA CONCEIÇÃO ROCHA E SILVA
(19 anos)
Escritora, Jornalista, Poetisa e Militante da UJC

☼ Campos dos Goytacazes, RJ, (07/01/1916)
┼ Rio de Janeiro, RJ (18/03/1935)

Maria da Conceição Rocha e Silva, melhor conhecida como Nina Arueira, foi uma escritora, jornalista, líder sindical e poetisa brasileira, nascida em Campos dos Goytacazes, RJ, numa casa não mais existente, na Avenida Alberto Torres, no dia 07/01/1916.

Fez seu curso primário e normal (incompleto) em sua cidade natal. Desde os primeiros anos da juventude, militou na imprensa de Campos e do Estado do Espírito Santo.

O nome Nina Arueira é fruto de um pseudônimo, porque o nome de batismo era Maria da Conceição Rocha e Silva. De seu apelido na intimidade, que era Pequenina, e do sobrenome do pai, Arueira, formou um nome muito forte e que viria a ser conhecido em muitos lugares fora de Campos.

Filha de Lino Arueira e de Maria Magdalena Rocha e Silva, desde a infância demonstrou qualidades invulgares. A sua avó chamava-a de Pequenina, e os familiares apenas de Nina, pseudônimo que viria a adotar na adolescência.

Aos 5 anos de idade já teria lido um livro de Victor Hugo e ditava pequenas poesias que o seu pai anotava e que, mais tarde, seriam selecionadas e publicadas no periódico "Rindo", sob o pseudônimo de Princesa de Vera Cruz.


No dia 15/07/1924, então com 8 anos de idade, foi escolhida para, numa grande comemoração cívica municipal, receber o primeiro bispo da cidade de Campos dos Goytacazes, Dom Henrique César Fernandes Mourão.

Em 1928, então com 12 anos de idade, perdeu o pai, passando a auxiliar a mãe no pequeno comércio da família. Este é um momento de grande amadurecimento da jovem e as observações que ali faz acerca da sociedade, das relações trabalhistas e da hipocrisia reinante na mesma, se refletirão nos seus futuros texto e poesias.

Aos 15 anos, ingressou no Liceu de Humanidades de Campos, onde a sua fama de articulista e crítica se difundiu. Realizou conferências no teatro da cidade, nas quais criticou instituições como a Igreja Católica, o capitalismo e outras. É deste período o seu manifesto "À Mocidade de Minha Terra". Por suas ideias, enfrentou críticas e perseguições por parte de outros jornalistas e pessoas da cidade.

Ainda no Liceu, conheceu Clóvis Tavares e Adão Pereira com os quais fundou um jornal estudantil. O grupo foi o responsável por apresentar à sociedade campista o Modernismo.

Nina abandonou o Liceu por estar insatisfeita com a metodologia educacional ali utilizada.

Foi membro da Loja Leadbeater da Sociedade Teosófica no Brasil, cujo presidente era o venerando Srº Virgílio Paula, posteriormente, durante muitos anos, Presidente da Escola Jesus Cristo. Seu diploma de membro da Sociedade Teosófica se encontra no Museu de Ciro (Exposição Espírita Permanente), da Escola Jesus-Cristo.

A Militância na União da Juventude Comunista (UJC)

Nos dias difíceis no início da década de 1930 no Brasil, e em meio às preocupações familiares, filiou-se à União da Juventude Comunista (UJC), juntamente com seus dois amigos do jornal estudantil. Iniciou-se para a jovem um período de lutas: cansado dos debates escritos, vai para a porta das fábricas, onde organiza comícios e funda sindicatos.

Ainda neste período, passou a frequentar a Sociedade Teosófica como que a buscar a religiosidade que lhe faltava no movimento do operariado, e apaixona-se por Clóvis Tavares, o companheiro de todos os momentos.

Em 01/05/1934, durante o grande comício na Praça do Santíssimo Salvador em Campos, o casal foi convidado a discursar para os trabalhadores. Durante a fala de Clóvis Tavares, alguém na multidão ateou fogo à bandeira nacional, fato encarado pela polícia presente como uma afronta ao Governo. Na repressão resultante, Clóvis Tavares foi detido e Nina escapou.

Durante o período em que Clóvis Tavares ficou detido, continuaram a se corresponder, mas Nina afastou-se da militância política e começou a dedicar-se a questões transcendentais. Neste período, foi de grande valia a amizade de Virgílio de Paula, que Nina chamava carinhosamente de "Vovô Virgílio".

Profundamente deprimida, a jovem contraiu tifo, transferindo-se para a residência de Virgílio de Paula, para melhor ser cuidada. Aqui continuou a escrever e debater com uma lucidez que espantava os poucos que tinha a coragem de ir visitá-la, vindo a falecer aos 19 anos, no Rio de Janeiro, RJ, no dia 18/03/1935.

O Espírito Nina

Profundamente abalado pela morte da noiva, Clóvis Tavares recebeu a notícia que o espírito de Nina havia se comunicado numa sociedade espírita. Esse fato deu novo alento à vida de Clóvis que, a partir de então, tornou-se adepto da doutrina espírita e, pouco depois, em outubro de 1935, fundou um educandário inspirado numa escola do plano espiritual fundada pelo espírito Nina.

Entre os médiuns que psicografaram as mensagens do espírito Nina, que nortearão os trabalhos de Clóvis Tavares, destaca-se Francisco Cândido Xavier. Desde então foram fundadas casas espíritas e grupos assistenciais com o nome de Nina Arueira.

Mais recentemente, o espírito Nina, pela psicografia de Alceu da Costa Filho, ditou o romance espírita "O Diário de Sofia".

A Memória de Nina Arueira e Clóvis Tavares No Cinema

A vida de dois nomes muito conhecidos no Movimento Espírita, Clóvis Tavares e Nina Arueira, foi a inspiração para o documentarista Oceano Vieira de Melo fazer seu novo filme. O longa "Luz na Escola" foi exibido no dia 24/11/2015 em duas salas do circuito Kinoplex na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ, cidade natal dos personagens, em comemoração ao centenário de Clóvis Tavares e aos 80 anos da Escola Jesus Cristo.

Reconhecido pelo movimento espírita e autor de mais de dez livros, dentre eles "Amor e Sabedoria de Emmanuel", "Histórias Que Jesus Contou" e "Trinta Anos Com Chico Xavier"Clóvis Tavares ganha cena no filme quando, ainda jovem estudante, se identifica com os ideais comunistas na cidade onde nascera.

Nina Arueira é sua companheira de sala, no Liceu de Humanidades de Campos, nos anos 30, e igualmente levada pelos ideais, ajuda a fundar as bases para a Juventude Comunista, provocando na cidade acirrados debates em favor dos menos favorecidos. Neste mesmo tempo, os dois se apaixonam, iniciam o namoro e passam a ser os principais líderes da doutrina de Lênin na região.

Enquanto Clóvis aprimora seu discurso materialista e ambos começam a sofrer com as perseguições, Nina conhece um dos admiradores dos seus artigos publicados, Srº Virgílio de Paula, o estudioso de teosofia e do espiritismo e fundador do Grupo Espírita João Baptista, na cidade. Por seu intermédio e também dos livros espíritas, Nina se identifica com o Evangelho e fica maravilhada com a visão de Jesus todo justiça, amor e caridade, explicado à luz do espiritismo.

Mas faltando apenas dois meses para seu casamento com Clóvis, Nina adoece e vem a desencarnar com tifo, deixando o noivo desolado, mas que não demora a receber mensagens da própria noiva, em espírito, orientando-o para que ele se dedicasse à educação com o Evangelho.

Consolado pelas mensagens e pela doutrina, Clóvis começa um trabalho junto às crianças e funda o que chama Escola Infantil Jesus Cristo, nominada depois Escola Jesus Cristo, dado que os adultos também se afeiçoaram ao trabalho.

Todo o preparo do jovem espírita, que se mudara para estudar no Rio de Janeiro e lá tivera contato com intelectuais e escritores na Federação Epírita Brasileira (FEB) - Guillon Ribeiro, Manoel Quintão, Carlos Imbassahy, Leopoldo Machado - é resgatado pelo produtor Oceano Vieira de Melo, ao retratar a vida de Clóvis Tavares.

Pela amizade de mais de 50 anos do professor Clóvis Tavares com o médium Chico Xavier, quem chegava a ir duas vezes por ano visitar, muitas passagens entre os dois também são lembradas no documentário.

Em 1939, quatro anos depois da desencarnação da noiva, Clóvis Tavares faz sua primeira visita ao médium e recebe de Nina sua segunda mensagem, onde ela cita um fato de conhecimento apenas dos dois: antes de desencarnar, Nina havia escrito um pequeno romance espiritualista, "Yanur", dedicado ao noivo que, materialista, guardara em segredo.

A mocidade espírita de Campos visitava famílias necessitadas da Escola Jesus Cristo e numa dessas visitas, uma criança recém-nascida abandonada foi resgatada e acolhida, mas apesar de Clóvis ter providenciado todos os cuidados, ela veio a desencarnar.

Em uma de suas habituais viagens a Pedro Leopoldo para encontrar-se com Chico XavierClóvis obteve do médium a informação de que o visitava um espírito de muita luz, chamado Elzinha França, o nome dado à criança acolhida. Clóvis contou ao médium quem era a menina e Chico Xavier logo complementou que ela era uma das professoras que integravam a equipe espiritual de serviço na Escola Jesus Cristo.

Clóvis Tavares vem a se casar apenas 20 anos depois da desencarnação de Nina, com Hilda Mussa, que passou a ser também a sua fiel colaboradora nos trabalhos da Escola Jesus Cristo.

São essas e tantas outras histórias, como a revelação de Chico Xavier sobre a reencarnação de Santos Dumont naquele núcleo familiar, ajudam a compor o importante registro cinematográfico "Luz da Escola", que além de entreter o público, certamente guardará a memória daqueles que fizeram a diferença na história do espiritismo no Brasil.

Fausto dos Santos

FAUSTO DOS SANTOS
(34 anos)
Jogador de Futebol

☼ Codó, MA (28/01/1905)
┼ Santos Dumont, MG (28/03/1939)

Fausto dos Santos, conhecido por Maravilha Negra, foi um jogador de futebol nascido em Codó, MA, no dia 28/01/1905. Fausto dos Santos era um volante de muita disposição, grande técnica, habilidade e chute razoavelmente forte, que liderava o meio de campo de sua equipe com muita elegância e tinha precisão no toque de bola.

Fausto dos Santos teve uma infância difícil, por força da miséria no Nordeste brasileiro. Sua mãe, Dona Rosa, queria um futuro melhor para o filho, coisa que dificilmente teria no interior maranhense. Por isso foi com a família tentar a sorte no Rio de Janeiro, então a capital e maior cidade do Brasil.

Naqueles áureos tempos em que os campos de futebol se espalhavam por todos os cantos da cidade, Fausto dos Santos encontrou sua vocação, ao manter uma relação íntima com a bola. Ele a chamava de tu e ela o obedecia em todos os malabarismos que fazia, caindo sempre aos seus pés, como se uma escrava fosse. Era aquilo que hoje chamamos de domínio da bola.

Em 1926, aos 21 anos, Fausto dos Santos, alto e magro, aparecia jogando como titular da equipe do Bangu Atlético Clube, atuando de meia atacante e mostrando sinais evidentes de que se tratava de um verdadeiro craque. Era bonito vê-lo tocar na bola, dar a matada no peito, driblar, fazer ginga, no desarme e na preparação do gol. Todas essas qualidades encantaram a Henry Welfare, um inglês radicado no Brasil e técnico do Clube de Regatas Vasco da Gama.

Nos campeonatos cariocas de 1926 e 1927, Fausto dos Santos mostrava que era bom de bola, porém era mais conhecido pela sua vida boêmia.

Tinoco, um de seus muitos amigos de jornadas noturnas, jogava no Vasco da Gama e sempre insistia para Fausto dos Santos vestir a camisa do Vasco. Os principais argumentos eram que no Vasco ele ganharia fama e que Bangu era muito distante. 

Em 1928, Fausto dos Santos cedeu aos apelos dos companheiros e se transferiu para o Vasco. Era o destino natural. O Vasco era um clube que procurava ascender, ao mesmo tempo combatendo uma odiosa, porém disfarçada, discriminação racial. Construíra, em 1927, o maior estádio do Brasil, o fantástico São Januário. Contratara para treinador o britânico Harry Welfare. O Vasco crescia e Fausto dos Santos crescia também, à sua maneira.

Em 1929, a equipe do Vasco, formada por jogadores do naipe de Brilhante, ItáliaFausto dos Santos, Santana e Russinho, foi uma das melhores de sua história. Com apenas uma derrota, o esquadrão de São Januário terminou o campeonato empatado com o América, que, tendo conservado a base de 1928, foi um adversário difícil. Pela primeira vez o título de campeão carioca teria que ser decidido numa melhor de três.

A primeira partida, disputada nas Laranjeiras, foi equilibrada e terminou com um empate em branco. Mas o América levou azar, já que Osvaldinho chutou um pênalti na trave. No segundo jogo, ainda nas Laranjeiras, deu outro empate, 1x1, com gols de Russinho para o Vasco, e do inevitável Osvaldinho para o América. A finalíssima, ainda no campo do Fluminense, foi sensacional. Mexendo com os nervos da torcida, o jogo bateu todos os recordes de público da época, proporcionando a assombrosa renda de 130 contos de réis. Com 3 gols do centroavante Russinho, um de Mário Mattos e outro de Santana, o Vasco aplicou um memorável 5x0 no time rubro, sagrando-se campeão.

No seu ótimo livro "O Negro No Futebol Brasileiro", o jornalista Mário Filho revela o temperamento e a importância do Maravilha Negra em São Januário:

"Fausto falava pouco, ia guardando o que tinha de dizer, de repente explodia, lá vinha tudo. Vingava-se dando gritos no vestiário, dando pontapés no campo.
Pouco antes do time entrar em campo, Harry Welfare reunia os jogadores. Era o momento das instruções… Welfare nem se atrevia a dizer 'faça isso ou aquilo'. Se Fausto brigasse com ele, com quem quer que fosse no Vasco, o Vasco ficaria com Fausto. Quanto mais jogava, mais força tinha dentro do Vasco. Entreva em São Januário de chapéu no alto da cabeça, o paletó desabotoado, a camisa sem um botão, deixando aparecer um pedaço da barriga preta. E olhava para todo mundo de cara amarrada, para ver se alguém não gostava…
Fausto, se estava doente, nem se queixava, bom ou doente tinha de entrar em campo. Também o jogador que estivesse na frente tratasse de tirar o corpo fora. Fausto não conversava, metia logo o pé. Vinha uma bola alta, ele levantava a perna como uma bailarina, as travas da chuteira dele passavam raspando pela cara do jogador do outro time. A bola era de Fausto, não era de mais ninguém.
Pena que Fausto fosse assim, um revoltado. Se não seria o maior center-half brasileiro de todos os tempos.
Welfare não se lembrava de nenhum center-half que tomasse conta de um campo como Fausto. Fausto ficava no grande círculo, as bolas vinham direitinho para onde ele estava. Parecia que ele atraía a bola. Não precisava entrar de sola, tomar a bola à valentona, ameaçando todo mundo…"
("O Negro No Futebol Brasileiro", Mario Filho - trechos das páginas 171 e 173)


"O ano de 1930 vai encontrar Fausto dos Santos como um jogador muito popular, ídolo entre os vascaínos, adorado pelas mulheres que frequentavam os cabarés. Já havia sido selecionado para alguns jogos das Seleções Carioca e Brasileira.
Era ano de Copa do Mundo - a primeira - e os cartolas, para variar, não chegavam a um acordo, perdidos no bairrismo que opunha cariocas e paulistas. Resultado: saiu do Brasil uma Seleção formada por jogadores vinculados ao futebol do Rio de Janeiro, exceção de Araken Patusca, que pegou o navio em Santos, pois estava brigado com seu clube, o Santos."
(Revista Placar Especial Vasco -  Abril, 1979)

Fausto dos Santos seguiu com a delegação brasileira e, na capital uruguaia, atuou contra a Iugoslávia e a Bolívia. Suas duas notáveis exibições extasiaram a crônica esportiva e o público uruguaios. Os jornais estampavam manchetes, referindo-se a Fausto dos Santos como a "Maravilha Negra".

Na estréia na Copa do Uruguai, o Brasil perdeu para a Iugoslávia por 2x1 e venceu a Bolívia por 4x0. Porém, a vitória iugoslava diante dos bolivianos por 4x0 tirou o Brasil do mundial. Apesar da eliminação brasileira, o futebol de Fausto dos Santos estava consagrado.

A Copa transformou Fausto dos Santos numa espécie de deus para os vascaínos. A partir daí, era figura obrigatória nos noticiários dos jornais, nos bares da Lapa, nas rodas de boemia da cidade.

Em 05/09/1931, na véspera de uma partida contra o Uruguai, no campo do Fluminense, pela Copa Rio Branco, Fausto dos Santos recebeu do próprio médico da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) a notícia de que não jogaria. Uma forte gripe o deixara de cama por vários dias no dormitório de São Januário. Eram os primeiros sintomas da tuberculose. A vida boêmia deixava suas marcas.

"Sofria a discriminação, revoltava-se, explodia, dentro e fora de campo. Faltava a jogos - ou estava gripado ou expulso, punido pela Liga.
Em 1931, o Vasco foi o primeiro clube carioca a excursionar pela Europa. No primeiro jogo, o Vasco perdeu para o Barcelona por 3x2, mas Fausto dos Santos ganhou imensa popularidade. E o prestígio subiu, no dia seguinte, na revanche, quando o Vasco venceu por 2x1.
Pronto, Fausto dos Santos tinha conquistado a Espanha. La Maravilha Negra passava a ser também uma definição espanhola.
Da Espanha, o Vasco foi para Portugal. Oito jogos, seis vitórias, um empate e uma derrota."
(Revista Placar Especial Vasco - Abril, 1979)

O Vasco encantou plateias europeias, deu show de bola e voltou sem dois de seus principais jogadores: O goleiro Jaguaré e Fausto dos Santos. Eles não resistiram ao encanto das pesetas espanholas e assinaram contrato com o Barcelona.

Fausto dos Santos e Jaguaré foram alvos de críticas ofensivas por parte da imprensa. A resposta dos dois eram suas atuações que se transformavam em grandes vitórias para o Barcelona.

Pelo clube espanhol, o negro brasileiro foi a Paris e recebeu do jornal France Football este elogio:

"Ele faz com espantosa facilidade o que outros fariam com um esforço sobre-humano. Fausto, com seu futebol maravilhoso, veio ensinar à Europa como deve jogar um center-half."

Mas já era um homem doente. Seu estado se agravava a cada noitada, a cada esforço que fazia em campo. Com o Barcelona, foi campeão da Cataluña. Mas a derrota ante um clube húngaro apressou sua saída da Espanha. Foi para o Young Fellows, da Suíça. Ficou pouco, apenas dois meses. Em 1934, mais magro, sem vintém, estava de volta ao Vasco. Pagaram 7 contos por seu passe.

Apesar de tudo, Fausto dos Santos ainda era ídolo, e a torcida prestigiou o Vasco, que voltou a ser Campeão Carioca - pela Liga Carioca de Futebol -, com um super time: Rei, Domingos da Guia e Itália, Gringo, Fausto e Mola, Orlando, AlmirLeônidas da Silva, Nena e D’Alessandro.

Por ser profissional e, portanto, não filiado à Confederação Brasileira de Desportos (CBD), que na época defendia o amadorismo, Fausto dos Santos não pôde ir à Copa do Mundo na Itália, em 1934. Mas em 1935, com a mudança de mentalidade, ele estava de volta às seleções Carioca e Brasileira.

Ainda em 1935, o Nacional de Montividéu o contratou. No Uruguai não teve o mesmo brilho de antes, sendo expulso de campo em quase todos os jogos. Com a saúde bastante abalada o craque brasileiro não conseguia mais correr os dois tempos de uma partida e por isso voltou ao Brasil, em 1936, para jogar no Flamengo.

No Flamengo teve o azar de se deparar com o técnico húngaro Dori Kruschner, fã do sistema WM que consistia de 3 beques, 2 médios, 2 meias e 3 atacantes e um rígido treinamento físico, até então inédito no país. Fausto dos Santos já não tinha gás, por isso o técnico o escalou na zaga. Fausto dos Santos não gostou e pediu rescisão do contrato, que lhe foi negada no clube e na Justiça.

Em 1938, porém, vendo-se sem chance e humilhado, Fausto dos Santos se retratou em carta exaltando o trabalho de Dori Kruschner. O Maravilha Negra ainda voltou a jogar com o aparente talento de sempre e foi até cogitado para a Seleção Brasileira que iria à Copa do Mundo, disputada na França, em 1938. Mas a velha e cruel gripe, cheia de tosse, veio abatê-lo novamente.

Morte

Uma tarde, após jogar entre os aspirantes do Flamengo, sentiu-se mal e teve hemoptise. Quando quis retornar aos treinos, em 1939, os médicos o enviaram a um sanatório na cidade de Palmira, hoje Santos Dumont, no Estado de Minas Gerais, sem muita esperança de curá-lo da tuberculose.

Sob os cuidados da Irmã Catarina, abnegada freira que lhe incutiu a fé cristã através de doutrinação oral e de um livro emprestado, Fausto dos Santos que viera do Rio de Janeiro viveu seus últimos momentos.

Ao início da noite do dia 28/03/1939, depois de arder em uma febre de graus elevados, com a respiração sôfrega e os pulmões corroídos, Fausto dos Santos, aos 34 anos de idade deu seu último suspiro, vítima de tuberculose.

E por lá mesmo Fausto dos Santos foi enterrado sem grandes pompas em cova rasa, cravada por uma tosca cruz de madeira, sem nome nem data.

Fausto dos Santos morreu tendo conquistado 2 títulos cariocas para o Vasco, em 1929 e em 1934 e marcando seu nome como um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. Morreu na miséria, um fim triste para um jogador que, menos de uma década antes, encantou o mundo.

Títulos
  • 1929 - Campeonato Carioca
  • 1931 - Copa Cataluña
  • 1932 - Copa Cataluña
  • 1934 - Campeonato Carioca

Itália e Fausto dos Santos
Premiações
  • 1931 - Jogador do Ano: Melhor jogador do Vasco.
  • 1933 - Jogador do Ano: Melhor jogador do Vasco.


Indicação: Miguel Sampaio

Vic Militello

VICÊNCIA MILITELLO MARTELLI
(73 anos)
Atriz

☼ São Paulo, SP (17/02/1943)
┼ São Paulo, SP (28/01/2017)

Vicência Militello Martelli, conhecida como Vic Militello, foi uma atriz brasileira nascida em São Paulo, SP, no dia 17/02/1943. Filha da atriz Dirce Militello e do ator Humberto Militello.

Filha de artistas circenses, aprendeu a atuar no picadeiro, com os pais, Dirce Militello e Humberto Militello, apresentando-se em viagens pelo interior do Brasil. Quando criança participou de várias peças de teatro infantil e shows de canto popular.

Durante a adolescência, se aproximou do teatro, destacando-se em "A Celestina" (1969) e em seguida foi convidada para participar da comédia "Deu a Louca no Cangaço" (1969), filme de Fauzi Mansur e Nelson Teixeira Mendes. Logo enveredou pelas pornochanchadas, sendo dirigida até por José Mojica Marin, o Zé do Caixão, no terror erótico "Como Consolar Viúvas" (1976).

Entre "O Poderoso Machão" (1974) e "Eu Faço… Elas Sentem" (1976), acabou encaixando um clássico do cinema brasileiro, "O Rei da Noite" (1975), de Hector Babenco, como uma das três irmãs apaixonadas pelo personagem-título, vivido por Paulo José.

A repercussão do filme de Hector Babenco lhe abriu as portas da TV Globo, onde foi logo escalada para viver seu papel mais famoso, como Joana D’Arc, a Daquinha, fazendo par romântico com Tony Ferreira na novela de época "Estúpido Cupido" (1976), sobre a juventude rebelde dos anos 1950.


Vic Militello ganhou os principais prêmios de interpretação e seus principais trabalhos no cinema foram em "Beijo 2348/72" (1990), "Bellini e a Esfinge" (2001) e "O Homem do Ano" (2003).

Na televisão participou de telenovelas como "Estúpido Cupido" (1976), "Vereda Tropical" (1984) e "Kubanacan" (2003), todas da TV Globo. Na TV Bandeirantes, participou de "Floribella" (2005). Atuou também em "Olho Por Olho" (1988), "Memorial de Maria Moura" (1994), "Uga Uga" (2000) e "Sítio do Pica-Pau Amarelo".

Vic Militello fez parte do Movimento Humanos Direitos, uma organização não-governamental formada sobretudo por artistas brasileiros. Seu propósito é a defesa de direitos humanos no Brasil, além de ser, em virtude da inversão da expressão "direitos humanos", uma conclamação para que os humanos sejam direitos, ou seja, decentes.

Nos palcos, fez fama com seu "Teatro de Terror" nos anos 1990, uma espécie de "Rock Horror Show" brasileiro.

Seu último trabalho foi na comédia "Amanhã Nunca Mais" (2011), de Tadeu Jungle. Como a sogra do protagonista, vivido por Lázaro Ramos, foi responsável pelas melhores tiradas da produção.

Morte

Vic Militello faleceu no sábado, 28/01/2017, aos 73 anos, devido a complicações de um câncer. Ela lutava contra um câncer desde 2013.

A morte de Vic Militello foi confirmada por sua neta Juliana Martelli Machado, no Facebook.

"Eh com muita tristeza que venho informar o falecimento da minha avó Vic Militello. Obrigada a quem rezou ou orou por ela. Agora ela descansou."
O velório da atriz aconteceu no Teatro de Arena de São Paulo, no sábado, 28/01/2017, às 20h30 e o sepultamento no domingo, 29/01/2017, no Cemitério do Araçá, em São Paulo.

Carreira

Televisão
  • 1967 - Sítio do Pica-Pau Amarelo
  • 1976 - Estúpido Cupido ... Joana d'Arc
  • 1980 - Um Homem Muito Especial ... Iolanda
  • 1980 - Drácula, Uma História de Amor ... Yolanda
  • 1980 - As Cinco Panelas de Ouro ... Dona Emília Mourão
  • 1984 - Vereda Tropical ... Teda Bara
  • 1988 - O Primo Basílio ... Carvoeira
  • 1988 - Olho Por Olho ... Otávia
  • 1994 - Memorial de Maria Moura ... Agatha
  • 1994 - Você Decide (1 Episódio)
  • 1995 - Tocaia Grande ... Dora Pão-de-Ló
  • 2000 - Uga Uga ... Dominatrix
  • 2003 - Kubanacan ... Vicky
  • 2005 - Floribella ... Helga Beethoven
  • 2005 - Sítio do Pica-Pau Amarelo ... Mulher-barbada

Cinema
  • 1969 - Deu a Louca no Cangaço
  • 1974 - Onanias, o Poderoso Machão
  • 1975 - O Rei da Noite ... Maria das Graças
  • 1975 - Eu Faço... Elas Sentem
  • 1976 - Como Consolar Viúvas ... Marieta
  • 1976 - Pesadelo Sexual de Um Virgem
  • 1981 - As Prostitutas do Drº Alberto ... Marta
  • 1987 - Romance da Empregada ... Amiga de Fausta
  • 1990 - Beijo 2348/72 ... Madame
  • 1996 - Correspondência ... Dona Maria
  • 2001 - Bellini e a Esfinge
  • 2002 - Xuxa e os Duendes 2 - No Caminho das Fadas ... Bruxa Desdêmona
  • 2003 - O Homem do Ano ... Tia Laura
  • 2005 - Mais Uma Vez Amor ... Vizinha em São Paulo
  • 2010 - A Guerra dos Vizinhos ... Dona Lurdes
  • 2011 - Amanhã Nunca Mais ... Olga

Prêmios:
  • 1996 - Melhor Atriz em Curta-metragem por "Correspondência" (Festival de Brasília)

Tibério Gaspar

TIBÉRIO GASPAR RODRIGUES PEREIRA
(73 anos)
Cantor, Compositor, Produtor Musical e Violonista

☼ Rio de Janeiro, RJ (11/09/1943)
┼ Rio de Janeiro, RJ (15/02/2017)

Tibério Gaspar Rodrigues Pereira foi um violinista, produtor musical e compositor brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 11/09/1943. Gaspar é autor de várias composições que foram sucessos na voz de Wilson Simonal, além de "Sá Marina", "BR-3" e "Teletema".

Iniciou sua carreira profissional em 1967, trabalhando em parceria com Antônio Adolfo. As primeiras composições da dupla foram "Caminhada", finalista do II Festival Internacional da Canção (FIC), "Tema Triste" e "Rosa Branca". Ainda nesse ano, teve registrado pela primeira vez seu trabalho de compositor, com a gravação da composição "Caminhada", por Agostinho dos Santos.

Em 1968 "Sá Marina" (Tibério Gaspar e Antônio Adolfo) foi gravada, com enorme sucesso, por Wilson Simonal. Também nesse ano, trabalhou na produção e direção musical do evento "Música Nossa" (Teatro Santa Rosa, RJ), ao lado de Roberto Menescal, Mário Telles, Ugo Marotta e Paulo Sérgio Valle.

Em 1969 participou do IV Festival Internacional da Canção (FIC) com "Juliana" (Tibério Gaspar e Antônio Adolfo), defendida pelo conjunto A Brazuca e classificada em 2º lugar no evento.

Em 1970 representou o Brasil na Olimpíada da Canção de Atenas, na Grécia, com "Teletema" (Tibério Gaspar e Antônio Adolfo), defendida por Evinha e classificada em 2º lugar. Nesse mesmo ano, venceu o V Festival Internacional da Canção (FIC) com "BR3" (Tibério Gaspar e Antônio Adolfo), defendida por Tony Tornado e Trio Ternura.

Participou, como compositor, de trilhas sonoras para o cinema, com destaque para os filmes "O Matador Profissional" (1969), "Balada dos Infiéis" (1970), "Ascenção e Queda De Um Paquera" (1970), "Memórias De Um Gigolô" (1970), "O Enterro Da Cafetina" (1971), "Romualdo e Juliana" (1971) e "Beth Balanço" (1984).


Ainda como compositor, teve músicas incluídas em trilhas sonoras de novelas da TV Globo, como "Véu De Noiva" (1969), "Verão Vermelho" (1969), "Assim Na Terra Como No Céu" (1970), "Irmãos Coragem" (1970) e "O Cafona" (1971).

Classificou composições em vários festivais, tais como II Canta Rio-Sul, Festival de Alegre, Festival de São Silvério, Festival de São Simão, Festival de Pinheiros, Festival de Boa Esperança, XV Festival Antense da Canção, Festival de Ilha Solteira, Festival de Piraí, Festival de Juiz de Fora, Festival de Diamantina, Festival de Itumbiara e Festival de Montanha, além dos já citados. 

Tibério Gaspar participou da produção de discos de artistas como Antonio Adolfo & A Brazuca, Ruy Maurity, Tony Tornado, Cristina ConradoEudes Fraga, entre tantos outros, além de ter assinado, para a Prefeitura de Sapucaia, a produção do CD do "XV Festival Antense da Canção".

Trabalhou também na área publicitária, tendo ocupado, em 1977 e 1978, o cargo de diretor geral da Aquarius Produções, responsável pela produção de inúmeras peças publicitárias para todo o Brasil. Compôs jingles para clientes como Leite Gogó, Sérgio Dourado, Caixa Econômica Federal, Adidas, Caderneta de Poupança Letra, Caderneta de Poupança Delfim, Carrocerias Randon, Sudantex, Lanjal, Coca-Cola, dentre outros.

Criou e produziu, em 1986, o jingle institucional de fim de ano da Rede Manchete de Televisão.

Como produtor de televisão, atuou, com Lúcio Alves no III Festival Universitário (TV Tupi) e no programa "Som Livre Exportação" da TV Globo, no qual participou também como apresentador, ao lado de Elis Regina, Rita Lee, Suzana de Moraes e Ivan Lins.

Antonio Adolfo e Tibério Gaspar
Trabalhou na produção e direção de shows de artistas como Ruy Maurity e Belchior (Teatro Carioca), Antonio Adolfo & A Brazuca (Teatro Casa Grande), Johnny Alf (Teatro de Bolso), Tony Tornado (Teatro Copacabana Palace), Maria Alcina (Teatro Copacabana Palace), Nonato Buzar (Hotel Intercontinental), Leonardo Ribeiro (Vinicius Piano Bar), Cristina Conrado (People e Mistura Fina), além de ter dirigido a cantora Elza Soares no show "Passaporte" (Teatro Rival).

Como intérprete de suas composições, lançou, em 2002, o CD "Tibério Canta Gaspar".

Em 2004 o parceiro Sidney Mattos interpretou as faixas "Ia-Kekerê" e "Nossos Meninos", parceria de ambos, no CD "Boas Novas", de Sidney Mattos.

Em 2005 representou o Brasil no Festival Internacional de Viña del Mar com a composição "Matilde" (Tibério Gaspar e Guto Araújo), interpretada pela cantora Cristina Conrado.

No ano de 2015 lançou o CD "Caminhada", no qual interpretou as faixas "A Voz Da América" (Tibério Gaspar e Nonato Buzar), "Caminhada" (Tibério Gaspar e Antônio Adolfo), "Companheiro" (Tibério Gaspar e Naire Siqueira), "Coração Maluco", "Dança Mineira" (Tibério Gaspar e Aécio Flávio), "Dono Do Mundo" (Tibério Gaspar e Antônio Adolfo), "Luz Na Escuridão", "O Melhor Amigo", "Será Que Eu Pus Um Grilo Na Sua Cabeça?" (Tibério Gaspar e Guilherme Lamounier), "Sideral" (Tibério Gaspar, Durval Ferreira e Valdir Granthon), "Vê Ser Vê" (Tibério Gaspar e Rubão Sabino) e "Vitória Do Bem" (Tibério Gaspar).

Entre seus intérpretes constam Wilson Simonal, Erasmo Carlos, Leoni, Cristina Conrado, Elis Regina, Luiz Melodia, Denise Pinaud, Antonio Adolfo & A Brazuca, Agostinho dos Santos, Andréa Montezuma, Pery Ribeiro, Golden Boys, Paula Toller, Tim Maia, Marinês, Maysa, Emílio Santiago, Wanderléa, Tony Tornado, Regininha, Evinha, Claudette Soares, Dóris Monteiro, Luiz Cláudio, Luiz Camilo, Taiguara, Zizi Possi, Dalto, Leonardo Ribeiro, Toots Thieleman, Antoine, Herb Albert & Tijuana Brass, Sérgio Mendes & Brasil 77, Earl Klug, Joe CockerStevie Wonder, Márcio Lott, entre tantos outros.

Morte

No dia 29/01/2017, o músico passou mal no Teatro Glaucio Gill, na passagem de som para um show em homenagem a Tom Jobim, e foi levado para o Hospital Miguel Couto. No período em que ficou internado, sua saúde piorou com uma infecção e ele veio a falecer vítima de septicemia às 12h00 de quarta-feira, 15/02/2017, aos 73 anos, no Rio de Janeiro, RJ.

O velório de Tibério Gaspar aconteceu na quinta-feira, na capela 9 do Cemitério São João Batista. O sepultamento foi às 17h00.

Pelo Facebook, Antônio Adolfo lamentou a morte do artista:

"Profundamente triste com o falecimento de meu querido amigo e parceiro. Vamos ficar com a lembrança de Tibério, amigo de todas as horas, grande poeta, compositor, e tantas outras qualidades: justiça, raça, fibra, carisma, dedicação ao próximo etc. Gostaria de ter sua poesia para poder escrever coisas mais bonitas e profundas, como as que você sempre escreveu e mereceu!"

Discografia
  • 2015 - Caminhada (Selo Kriok Produções, CD)
  • 2002 - Tibério Canta Gaspar (Independente, CD)

Paulo Machado de Carvalho

PAULO MACHADO DE CARVALHO
(90 anos)
Advogado e Empresário

☼ São Paulo, SP (09/11/1901)
┼ São Paulo, SP (07/03/1992)

Paulo Machado de Carvalho foi um advogado e empresário brasileiro nascido em São Paulo, SP, no dia 09/11/1901.

Conhecido nacionalmente com o título de Marechal da Vitória por ter sido o chefe da delegação brasileira em duas Copas do Mundo, é considerado o maior responsável "fora de campo" pelas conquistas das Copas do Mundo de 1958 e de 1962. Por conta disso, o Estádio do Pacaembu, em São Paulo é batizado oficialmente de Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho em sua homenagem.

Além disso, foi responsável pela criação de vários veículos de comunicação atuais, tanto no rádio quanto na televisão, sendo o fundador e patrono da Rede Record de Televisão e também da Rádio Sociedade Record, atual Rádio Record, conhecida também como a "Voz de São Paulo" na Revolução Constitucionalista de 1932 e uma das ferramentas fundamentais para o sucesso dos ideais revolucionários.

Paulo Machado de Carvalho estudou direito, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, e depois foi para a Suíça aprimorar seus estudos. Voltou ao Brasil cheio de sonhos, mas sua paixão logo se dirigiu ao rádio, que estava recém-inaugurado no Brasil.

Paulo Machado de Carvalho, Carmen Miranda e Almirante no aeroporto de Congonhas em 03/12/1954
A Carreira no Rádio e na Televisão

Em 1931, Paulo Machado de Carvalho adquiriu a Rádio Record e criou a Associação das Emissoras de São Paulo. O estúdio da Record ficava na Praça da República e, apesar de pequeno, reunia orquestras inteiras para a apresentação de programas musicais.

Nos primeiros anos de trabalho, Paulo Machado de Carvalho fez de tudo no rádio: selecionou músicas, arquivou discos, dirigiu programas. Durante a época em que estava na Record, participou da produção do primeiro jornal falado da rádio, comandado por Assis Chateaubriand.

Em 1944 adquiriu a Rádio Panamericana, que passou a integrar o Grupo das Emissoras Unidas e em 1965 mudaria seu nome para Jovem Pan.

Em 27/09/1953, Paulo Machado de Carvalho inaugurou a TV Record, realizando um outro sonho que alimentava desde a chegada da televisão ao Brasil três anos antes, em 1950. A emissora entrou no ar com o que tinha de mais moderno à época, com todos os equipamentos importados dos Estados Unidos e entregues no Porto de Santos. Antes da TV Record havia mais duas emissoras de televisão em São Paulo, a TV Tupi e a TV Paulista.

A TV Record teve fases de rede nacional de televisão que não deram certo: Em 1959, foi formada a Rede de Emissoras Unidas de Rádio e Televisão, em 1968, a Rede de Emissoras Independentes (REI).

Como empresário, destacou-se na área de mídia formando um grupo de empresas do setor que incluía TV Record, Rádio Record, Rádio Excelsior, Rádio São Paulo, Rádio Panamericana (Jovem Pan) AM e Rádio Panamericana (Jovem Pan) FM. Algumas dessas emissoras foram vendidas posteriormente, como a Rádio Excelsior, que atualmente pertence às Organizações Globo, utilizando a denominação Central Brasileira de Notícias (CBN).

Quando a Rede Record passou a ter problemas financeiros por causa dos seguidos incêndios e da concorrência com a TV Globo, Paulo Machado de Carvalho decidiu vender metade da emissora para um grupo gaúcho. A Record foi comprada por Sílvio Santos, cerca de metade dela em 1972. O apresentador preferiu vender a emissora à Igreja Universal do Reino de Deus em 1989.

"A primeira mudança da igreja foi remover a imagem de Nossa Senhora colocada em frente à sede da TV por Paulo Machado de Carvalho!"
(Luiz Carlos Ramos)

Com a compra, a emissora foi reerguida e tornou-se, em 1990, uma rede nacional de televisão, chamada Rede Record. Edir Macedo é o dono da rede até hoje.

No dia em que a TV Record, em irrecuperável situação financeira, passou oficialmente ao controle da Igreja Universal do Reino de Deus, em março de 1990, ninguém da família teve coragem de comunicar o fato ao Drº Paulo, solitário e entediado dentro de sua sala. Coube ao diretor comercial da Rádio Record, Chico Paes de Barros, avisar ao chefe e amigo que aquela seria sua última tarde no escritório da Avenida Miruna.

- Drº Paulo, a Record acabou de ser vendida aos evangélicos.

- Lamento, meu filho. Ergui isso aqui do nada, em 1931. Mas não havia mais o que fazer. Vamos para casa.

Atualmente, apenas as rádios Jovem Pan AM e FM pertencem à família Machado de Carvalho e são dirigidas por seu neto Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, conhecido como Tutinha.

Pelé e Paulo Machado de Carvalho
A Carreira Esportiva

Na área esportiva, Paulo Machado de Carvalho foi vice-presidente do São Paulo Futebol Clube em 1934, presidente entre 1946 e 1947, e vice-presidente, entre 1955 e 1956. A partir do ano seguinte, assumiu o departamento de futebol, cargo que já tinha ocupado entre 1942 e 1947, e chegou a pagar torcedores para vaiar o time quando jogava mal no primeiro tempo e, no intervalo, mostrava a reação da torcida aos jogadores em busca de "reações heroicas".

Ao lado de João Havelange, então presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), foi dirigente do futebol brasileiro, tendo sido chefe das delegações campeãs mundiais de 1958 (Suécia) e 1962 (Chile), o que lhe valeu o apelido de Marechal da Vitória.

Na ocasião da primeira conquista, foi convidado por João Havelange e preparou o plano para a Copa desde meados de 1957.

"Olha, doutor Paulo, preciso de uma seleção que faça o povo esquecer a de 1950, uma seleção vitoriosa, um time campeão. E porque eu preciso de tudo isso é que o quero como seu chefe. Arme tudo como quiser. Com carta branca!"
(Pediu João Havelange)


O plano foi elaborado com a colaboração de jornalistas com experiência no futebol e foi transformado em um livro chamado "O Plano Paulo Machado de Carvalho". Nos últimos preparativos, já na Suécia, era vítima constante das brincadeiras de Mané Garrincha, que aparecia com o dedo imitando um revólver e dizia "Doutor Paulo, 'teje' preso!", para, algum tempo depois, voltar e dizer "Teje solto!".

Quando o Brasil teve de jogar a final com seu segundo uniforme, azul, Paulo Machado de Carvalho, para tranquilizar os jogadores, teria dito que o uniforme lhes daria sorte, pois era da cor do manto de Nossa Senhora Aparecida. Pelé, no entanto, disse em entrevista ao O Estado de S. Paulo em 2008 não se lembrar deste fato.

Paulo Machado de Carvalho já tinha fama de supersticioso naquela Copa, por causa do terno, voltando ao Brasil para desfilar em carro aberto com os jogadores, não se cansou de mostrar a taça ao povo. Na viagem ao Chile, para aquela que seria a segunda conquista do Brasil, Paulo Machado de Carvalho mostrou toda sua superstição ao usar o mesmo terno marrom que usava todos os dias "para dar sorte" na Copa anterior, que tinha virado motivo de piada entre os jogadores.

Em razão das boas campanhas futebolísticas e da brilhante carreira empresarial, recebeu homenagem da prefeitura de São Paulo: o Estádio do Pacaembu leva o seu nome desde 1961, como homenagem prestada pelo então prefeito Prestes Maia.

Em 1970 foi eleito para seu último cargo esportivo, vice-presidente da Federação Paulista de Futebol.

A Família

Paulo Machado de Carvalho era filho de Antonio Marcelino de Carvalho (12/06/1872 - 14/02/1920), negociante bem-sucedido que chegou à presidência da Associação Comercial de São Paulo, e Brasília Leopoldina Machado de Oliveira, filha do governador do Paraná, Brasílio Augusto Machado de Oliveira, e neta do Brigadeiro José Joaquim Machado de Oliveira.

Era irmão de Marcelino de Carvalho, mestre de etiqueta nos anos de 1950, tendo seus livros permanecido clássicos nas décadas seguintes.

Casou-se em 12/05/1923 com Maria Luiza Chaves do Amaral (1904 - 1985), filha de Erasmo do Amaral e Eponina Pacheco Chaves. Eponina era irmã de Eduardo Pacheco Chaves, filha de Anesia da Silva Prado e neta de Martinho da Silva Prado.

Paulo Machado de Carvalho e Maria Luiza Chaves do Amaral foram pais de Paulo Machado de Carvalho Filho, Erasmo Alfredo Amaral de Carvalho e Antônio Augusto Amaral de Carvalho.

Paulo Machado de Carvalho faleceu aos 90 anos, em São Paulo, SP, no dia 07/03/1992.

Na Cultura Popular

Em 1988, Paulo Machado de Carvalho foi o o tema do enredo da escola de samba Rosas de Ouro para o Carnaval: "Carvalho, Madeira de Lei - Paulo Machado de Carvalho". A escola da Brasilândia terminou o concurso na sexta colocação, entre doze escolas.

Fonte: Wikipédia

Kempes

EVERTON KEMPES DOS SANTOS GONÇALVES
(34 anos)
Jogador de Futebol

☼ Carpina, PE (03/08/1982)
┼ La Unión, Colômbia (28/11/2016)

Everton Kempes dos Santos Gonçalves, mais conhecido como Kempes, foi um kogador de futebol que atuava como atacante, nascido e, Carpina, PE, no dia 03/08/1982.

Kempes chegou para compor o ataque da Chapecoense. O experiente jogador passou por diversos times como Portuguesa, Nacional de Muriaé, Paraná, Vitória, Estrela do Norte, Sertãozinho, Ceará, Caxias, Ipatinga, Criciúma, Novo Hamburgo, Américo Mineiro e pelo Cerezo Osaka, do Japão.

A Associação Portuguesa de Desportos foi o clube que proporcionou seu empréstimo à outros clubes.

No Vitória, Kempes foi campeão Capixaba em 2006, tendo marcado um dos gols da vitória por 3 x 1 na final sobre o Estrela do Norte no estádio Salvador Costa, dando o título a equipe alvianil após 30 anos na fila.

Kempes retornou a Portuguesa do empréstimo em 2010, vindo do Novo Hamburgo. Sua re-estreia, marcou dois gols, no empate frente ao Coritiba, ganhando, assim, chance no time de Oswaldo Alvares, o Vadão. No jogo seguinte, mais dois gols, igualando-se a Héverton na Artilharia do time na Série B.


Em 2010, Kempes foi emprestado ao Ceará para a disputa do Campeonato Brasileiro.

Em 2011, Kempes foi emprestado ao América Mineiro para a disputa do Campeonato Brasileiro.

Em 2012, acertou sua ida ao Japão para atuar pelo Cerezo Osaka, também por empréstimo.

Retornou á Portuguesa em 2013, voltou de empréstimo do Cerezo Osaka.

Acertou sua volta ao futebol japonês, contratado pelo JEF United Ichihara Chiba, clube da segunda divisão do Japão.

No ano de 2014 voltou ao Brasil contratado pelo Joinville.

Em dezembro de 2015, Kempes é anunciado como novo reforço da Chapecoense para a temporada 2016, assinando contrato até dezembro.

Morte

Kempes faleceu aos 34 anos vítima de um acidente aéreo. Ele foi uma das vítimas fatais da queda do Voo 2933 da Lamia, no dia 28/11/2016. A aeronave transportava a equipe da Chapecoense para Medellín, onde disputaria a primeira partida da final da Copa Sul-Americana de 2016.

Além da equipe da Chapecoense, a aeronave também levava 21 jornalistas brasileiros que cobririam a partida contra o Atlético Nacional, comissão técnica, diretoria, convidados e a tripulação da aeronave.

Títulos

Vitória - ES
  • 2006 - Campeonato Capixaba

Chapecoense
  • 2016 - Campeonato Catarinense
  • 2016 - Copa Sul-Americana

Artilharias
  • 2013 - J. League Division 2 (22 gols)

Fonte: Wikipédia

Dener Assunção

DENER ASSUNÇÃO BRAZ
(25 anos)
Jogador de Futebol

☼ Bagé, RS (28/06/1991)
┼ La Unión, Colômbia (28/11/2016)

Dener Assunção Braz, mais conhecido como Dener Assunção, foi um jogador de futebol brasileiro que atuava como lateral-esquerdo, nascido em Bagé, RS, no dia 28/06/1991.

Dener Assunção deu seus primeiros passos na cidade gaúcha de Bagé e chegou ao Grêmio ainda nas categorias de base. Ele estreou como profissional na equipe de Porto Alegre e teve passagem por Guarany de Bagé, Veranópolis, Vitória, Caxias, Ituano e Coritiba.

Foi campeão paulista à frente do Ituano em 2014 e pela Chapecoense, foi campeão catarinense em 2016.

A bola de futebol, a mulher e o filho eram companheiros inseparáveis de Dener. Aos 25 anos, o lateral-esquerdo passava por um momento mágico da vida: A felicidade com a família que há dois anos ficou completa com a chegada do primogênito, e a boa fase nos gramados. O jogador sonhava até com uma chance na seleção brasileira. Um sonho que acabou junto com o da Chapecoense em disputar a inédita final da Copa Sul-Americana.

Dener era um pai dedicado e estava sempre com o garoto Bernardo ao lado. Amanda Machado era a companheira de todas as horas para o jogador. Os dois já viviam juntos, mas estavam se preparando para uma cerimônia de casamento, que seria realizada no dia 08/12/2016, a quinta-feira depois do jogo, de volta da decisão da competição.

Em campo, Dener estava em boa fase. Ele negociava com o São Paulo, e o Flamengo também o cobiçava.

O lateral chegou à Chapecoense em 2015 e fez dois gols, o último deles na vitória por 2 x 0 sobre o São Paulo, no dia 20/11/2016. O bom momento fazia o lateral acreditar que poderia ter uma chance na Seleção Brasileira.

Na terça, 29/11/2016, Amanda estava com seu pai em São Paulo, onde iria experimentar o vestido de noiva que tinha encomendado. Até a noite, estava tentando embarcar para Medellín.

"Se eu pudesse, diria que o amo muito. Meu sonho era casar com ele. E ele sabia disso!"
(Amanda Machado)

Morte

Dener Assunção faleceu aos 25 anos vítima de um acidente aéreo. Ele foi uma das vítimas fatais da queda do Voo 2933 da Lamia, no dia 28/11/2016. A aeronave transportava a equipe da Chapecoense para Medellín, onde disputaria a primeira partida da final da Copa Sul-Americana de 2016.

Além da equipe da Chapecoense, a aeronave também levava 21 jornalistas brasileiros que cobririam a partida contra o Atlético Nacional, comissão técnica, diretoria, convidados e a tripulação da aeronave.

Daniella Assunção, irmã de Dener, disse que conversou com ele antes do embarque, via Whatsapp. "A hora que eu chegar, eu ligo para vocês", escreveu Dener à família na mensagem.

Moradora de Bagé, RS, Daniella Assunção contou que recebeu a notícia do acidente durante a madrugada.

"Era o sonho dele, desde pequenininho, o que ele mais queria era jogar futebol"

Ela ainda relembra que o irmão estava muito feliz pelo bom momento que vivia na carreira e, quem sabe, com isso, pudesse realizar o sonho de atuar na Seleção Brasileira.

O primeiro treinador de Dener, Nei Ferraz também estava muito emocionado.

"Final do ano passado fui na casa dele e ele me deu essa camisa (da Chapecoense). E eu guardei com muito orgulho. Para mim isso aqui é um troféu!"

Os dois trabalharam juntos em Bagé, quando Dener era adolescente, antes de conseguir uma vaga no Grêmio.

"Com 13, 14 anos, a gente via que ele tinha potencial. Já tinha qualidade, já era um homem. Foi por méritos dele que conseguiu a vaga no Grêmio!"

Títulos

Veranópolis
  • 2012 - Campeonato Gaúcho (Campeão do Interior)

Ituano
  • 2014 - Campeonato Paulista

Chapecoense
  • 2016 - Campeonato Catarinense
  • 2016 - Copa Sul-Americana

Lala Schneider

LALA SCHNEIDER
(80 anos)
Atriz, Diretora e Professora

☼ Irati, PR (23/04/1926)
┼ Curitiba, PR (28/02/2007)

Lala Schneider foi uma atriz brasileira nascida em Irati, PR, no dia 23/04/1926. Conhecida como a primeira-dama do teatro no Paraná, já foi considerada uma das cinco melhores atrizes do Brasil, tendo atuado em teatro, televisão e cinema. Trabalhou também como diretora e professora de interpretação.

Lala Schneider iniciou a carreira em 1950 na peça "O Poder do Amor", no Teatro de Adultos do Serviço Social da Indústria (SESI). Na época, trabalhava no setor administrativo do SESI, onde ficou até se aposentar. Ela foi uma das fundadoras do Teatro de Comédia do Paraná.

Ao longo dos seus 57 anos de carreira, Lala Schneider fez inúmeras montagens e ganhou 16 prêmios, entre eles o Troféu Gralha Azul na categoria Melhor Atriz, em 1984-1985 por "Colônia Cecília", e em 1992-1993 por "O Vampiro e a Polaquinha".

Ao todo, foram 99 peças, 9 filmes e 8 novelas em 52 anos de carreira. Na TV Globo, Lala Schneider fez participações em novelas como "Lua Cheia de Amor" (1990) e "Felicidade" (1991), além da minissérie "Tereza Batista" (1992).


No cinema, Lala Schneider trabalhou principalmente com cineastas paranaenses. Ela fez "Guerra dos Pelados", "Aleluia Gretchen" e "Making Of Curitiba", de Sylvio Back, "O Cerco da Lapa", de Berenice Mendes, "Maré Alta", de Egídio Élcio, entre outros. Seu último trabalho local foi o filme "Mistéryus", baseado em contos de Valêncio Xavier.

Em 1994, em homenagem à atriz, o diretor João Luiz Fiani inaugurou seu teatro em Curitiba com o nome de Fundação Teatro Lala Schneider.

Lala Schneider foi homenageada na exposição "Heroínas", exposição no Shopping Crystal, um trabalho de fotografias feitas pelo curitibano Cayo Vieira para um calendário com atrizes paranaenses de destaque.

Lala Schneider representou a personagem Clara, da peça "A Visita da Velha Senhora", de Friedrich Dürrenmatt.

Em 2004, Lala Schneider recebeu do Centro Cultural Teatro Guaíra, a Medalha Comemorativa dos 50 anos do Guairinha (Auditório Salvador de Ferrante), homenagem concedida às personalidades que fizeram parte da história do teatro paranaense.

Morte

Lala Schneider morreu na manhã de quarta-feira, 28/02/2007, aos 80 anos, em Curitiba, PR. Segundo a família, a atriz estava bem de saúde, apenas com problemas na coluna e de ansiedade.

Familiares tentaram acordar Lala Schneider por volta das 10h00 e chegaram a chamar uma ambulância. O corpo passou pelo Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba para que a causa da morte fosse identificada e seguiu para o velório, que aconteceu no hall de exposições do Teatro Guaíra a partir das 17h00.

O sepultamento ocorreu na quinta-feira, 01/03/2007, no Cemitério do Boqueirão, em Curitiba, PR.

Lala Schneider - Canal 3 Londrina, 1967
Trabalhos

Teatro
  • 1950 - O Poder do Amor (Nilo Brandão)
  • 1959 - Entre Quatro Paredes (Sartre, dirigida por Armando Maranhão)
  • 1959 - Antes do Café (Eugéne O’Neill, dirigida por Eddy Franciosi)
  • 1984/1985 - Colônia Cecília (Troféu Gralha Azul para Melhor Atriz)
  • 1992/1993 - O Vampiro e a Polaquinha (Troféu Gralha Azul para Melhor Atriz)
  • Entre muitas outras num total de 99 peças.

Cinema
  • Guerra dos Pelados (Sylvio Back)
  • Aleluia Gretchen ... Minka (Sylvio Back)
  • Making Of Curitiba (Sylvio Back)
  • O Cerco da Lapa (Berenice Mendes)
  • Maré Alta (Egídio Élcio)
  • Vovó Vai Ao Supermercado (Valdemir Milani)
  • Mistéryos (Baseado em contos de Valêncio Xavier)
  • Café do Teatro (Adriano Esturilho)
  • Entre outros, num total de 9 filmes.

Televisão
  • 1966 - O Direito de Nascer (TV Paraná)
  • 1966 - Estranha Melodia (TV Paraná)
  • 1980 - Maria Bueno (TV Paraná)
  • 1990 - Lua Cheia de Amor (TV Globo)
  • 1991 - Felicidade (TV Globo)
  • 1992 - Tereza Batista (TV Globo - Minissérie)
  • 2006 - A Diarista (TV Globo - Episódio: "Aquele da Pressa")
  • Entre outras, num total de 8 telenovelas.