Mostrando postagens com marcador 1977. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 1977. Mostrar todas as postagens

Isaura Bruno

ISAURA BRUNO
(50 anos)
Atriz

* Vila Ribeiro - Fazenda Santana, SP (23/06/1926)
+ Campinas, SP (02/05/1977)

Após perder o pai com 3 anos e a mãe quando estava com 11 anos, foi criada pela avó materna, mas foi expulsa da casa após a morte desta. Não quis ir trabalhar na roça e foi trabalhar na casa de uma família ajudando na cozinha.

Apesar de todas as dificuldades, foi crescendo, mudando de emprego e se transformou numa mocinha alegre, que gostava de ir aos bailes e as gafieiras após o trabalho. Nestes bailes ela se reunia com outras domésticas, mas sempre com a preocupação de sair dos bailes antes da meia noite, pois no dia seguinte tinha de trabalhar.

Para dificultar mais ainda sua vida, Isaura Bruno engravidou sem estar casada e então, não podia dormir no emprego e para piorar a situação, não tinha casa. Dormia em abrigos, em igrejas, em casarões antigos, onde alugava uma cama. Sua filha acabou morrendo de pneumonia, com poucos meses da idade.

Isaura sofreu, mas não perdeu sua paixão pelas gafieiras e pelos bailinhos. O diretor de rádio e mais tarde de televisão Walter Forster viu Isaura em um desses bailes e a convidou para trabalhar no filme Luar do Sertão.

Era o ano de 1949 e nascia ali uma estrela. Quando veio a televisão, Isaura Bruno teve a melhor chance de sua vida. Foi convidada para fazer o papel de Mamãe Dolores, na novela O Direito de Nascer. Foi a primeira negra a protagonizar uma telenovela em O Direito de Nascer, na extinta TV Tupi.

Essa novela explodiu, principalmente no eixo Rio-São Paulo. Na verdade Isaura já tinha sido convidada e tinha feito um papel de sucesso, a Tia Anastácia, na novela Sítio do Pica-Pau Amarelo, em 1964.

Mas com o êxito de Mamãe Dolores, ela ficou adorada e foi realmente considerada uma estrela. Seu último trabalho foi em 1969, na Rede Globo, quando atuou na novela A Cabana do Pai Tomás.

Televisão

1969 - A Cabana do Pai Tomás ... Bessie
1966 - O Anjo e o Vagabundo ... Branca
1965 - O Preço de uma Vida ... Mãe Maria
1964 - O direito de nascer ... Mamãe Dolores
1964 - Sítio do Picapau Amarelo ... Tia Nastácia

Cinema

1975 - O Incrível Seguro de Castidade
1972 - A Marcha
1968 - O Jeca e a Freira
1962 - O Vendedor de Lingüiças
1952 - Simão o Caolho
1949 - Luar do Sertão

Nos anos 70 sua carreira declina e ela não consegue mais trabalhos na televisão. Pobre e esquecida, ela morre vendendo doces nas ruas de Campinas, SP, em 2 de maio de 1977, vítima de um Ataque Cardíaco.

Carlos Lacerda

CARLOS FREDERICO WERNECK DE LACERDA
(63 anos)
Jornalista, Político e Empresário

☼ Rio de Janeiro, RJ (30/04/1914)
┼ Rio de Janeiro, RJ (21/05/1977)

Carlos Lacerda foi um jornalista, político e empresário brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 30/04/1914.

Foi membro da União Democrática Nacional (UDN), vereador (1945), deputado federal (1947-1955) e governador do Estado da Guanabara (1960-1965). Foi o fundador, em 1949, e proprietário do jornal Tribuna da Imprensa, e criador, em 1965, da editora Nova Fronteira.

Filho do político, tribuno e escritor Maurício de Lacerda e de Olga Caminhoá Werneck, era neto paterno do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Sebastião Lacerda. Pela família materna, era bisneto do botânico Joaquim Monteiro Caminhoá e descendente direto do Barão do Ribeirão e de Inácio de Sousa Vernek, cuja família tinha importante influência política e econômica na região.

Seus pais eram primos, descendentes em linhas afastadas de Francisco Rodrigues Alves, o primeiro sesmeiro da cidade de Vassouras. Por outro lado, embora tivesse sobrenome parecido como o do Barão de Pati do Alferes (Francisco Peixoto de Lacerda Vernek), o seu sobrenome Lacerda origina-se de seu bisavô, um pobre confeiteiro português que se estabeleceu em Vassouras e se casou com uma descendente de Francisco Rodrigues Alves (estes serão os pais de seu avô paterno, Sebastião Eurico Gonçalves de Lacerda).

Nasceu no Rio de Janeiro, mas foi registrado como tendo nascido em Vassouras, RJ, cidade onde seu avô residia e seu pai tinha grandes interesses políticos. Recebeu o nome de Carlos Frederico como homenagem aos pensadores políticos Karl Marx e Friedrich Engels.

Ingressou em 1929 no curso de Ciências Jurídicas e Sociais da então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Durante seu período acadêmico, destacou-se como orador e participou ativamente do movimento estudantil de esquerda no Centro Acadêmico Cândido de Oliveira. Devido ao grande envolvimento em atividades políticas, abandonou o curso em 1932.

Tornou-se militante comunista, seguindo os passos de seu pai, Maurício de Lacerda, e do seu tio Paulo Lacerda, antigos militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Sua primeira ação contra o governo de Getúlio Vargas implantado com a Revolução de 1930, deu-se em janeiro de 1931, quando planejou, junto com outros comunistas, incentivar marchas de desempregados no Rio de Janeiro e em Santos durante as quais ocorreriam ataques a lojas comerciais. A conspiração comunista foi descoberta e desbaratada pela polícia liderada por João Batista Luzardo, o que até virou notícia no jornal americano The New York Times.

Em março de 1934, leu o manifesto de lançamento oficial da Aliança Nacional Libertadora (ANL) em uma solenidade no Rio de Janeiro à qual compareceram milhares de pessoas.

No ano seguinte, publicou com o pseudônimo de Marcos, um livreto contando a história do quilombo de Manuel Congo. Apesar do seu viés de propaganda comunista juvenil, o livreto resultou da primeira pesquisa histórica feita sobre um assunto que tinha sido quase esquecido.

Quando ocorreu o fracasso da Intentona Comunista de 1935, teve que se esconder na velha chácara da família em Comércio (atual Sebastião Lacerda, Vassouras) e ser protegido pela família influente.

Rompeu com o movimento comunista em 1939 dizendo considerar que tal doutrina "levaria a uma ditadura, pior do que as outras, porque muito mais organizada, e, portanto, muito mais difícil de derrubar". A partir de então, como político e escritor, consagrou-se como um dos maiores porta-vozes das ideologias conservadora e direitista no país, e grande adversário de Getúlio Vargas, e dos movimentos políticos Trabalhista e Comunista.

O Anti-Getúlio

Inimigo político de Getúlio Vargas, Carlos Lacerda foi o grande coordenador da oposição à campanha de Getúlio à presidência em 1950, e durante todo o mandato constitucional do presidente, até agosto de 1954. Uniu-se a militares golpistas e aos partidos oposicionistas, principalmente a União Democrática Nacional (UDN), num esforço conjunto para derrubar o presidente Getúlio Vargas, através de acusações que publicava em seu jornal, Tribuna da Imprensa.

Carlos Lacerda foi vítima de atentado a bala na porta do prédio onde residia, em 05/08/1954, quando voltava de uma palestra no Colégio São José, no bairro da Tijuca. No atentado morreu o major da Aeronáutica Rubens Vaz, membro de um grupo de jovens oficiais que se dispuseram a acompanhá-lo e protegê-lo das ameaças que vinha sofrendo. Atingido de raspão em um dos pés, Carlos Lacerda foi socorrido e medicado em um hospital. Lá mesmo acusou os homens do Palácio do Catete como mandantes do crime.

A pressão midiática e a comoção pública com a morte do major Rubens Vaz obrigaram o governo a instaurar um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar o atentado. Rapidamente, os militares ligados a Carlos Lacerda fizeram do inquérito o palco perfeito para fomentar ainda mais a crise. Uma série de investigações levou à prisão dos autores do crime, que confessaram o envolvimento do chefe da guarda pessoal de Getúlio Vargas, Gregório Fortunato e do irmão do presidente, Benjamim Vargas.

Com a conclusão do Inquérito Policial Militar (IPM), chamado na imprensa de República do Galeão, instaurado pelo brigadeiro Nero Moura, Ministro da Aeronáutica, o presidente do inquérito, indicado pelo ministro, coronel João Adil Oliveira, informou, em audiência com o presidente Getúlio Vargas, que havia a existência de indícios sólidos sobre a participação de membros da Guarda no atentado.

Dezenove dias depois, com o agravamento da crise política e o ultimato das Forças Armadas pela sua renúncia, Getúlio Vargas suicidou-se em 24/08/1954. O suicídio reverteu a opinião pública e provocou uma imensa onda de comoção e revolta. Isso obrigou Carlos Lacerda e parte de seu grupo a deixar o país. À época, milhares de revoltosos tomaram as ruas, empastelando jornais ligados à oposição.

Lacerda e a Posse de Juscelino

Carlos Lacerda participou ainda de nova tentativa de golpe de estado, em 1955, quando uniu-se aos militares e à direita udenista para impedir a eleição e a posse do presidente eleito Juscelino Kubitschek e de seu vice-presidente, João Goulart.

As manobras golpistas começaram já no período eleitoral, quando ocorreu o episódio da Carta Brandi, uma notícia falsa plantada pelos opositores no jornal de Carlos Lacerda, envolvendo João Goulart num pretenso contrabando de armas da Argentina para o Brasil.

Depois de eleito Juscelino Kubitschek, Carlos Luz, presidente interino à época, aliado aos militares e a Carlos Lacerda, tramaram um novo golpe. A bordo do Cruzador Tamandaré fizeram a resistência, mas foram alvejados a tiros pela artilharia do exército a mando do general Henrique Teixeira Lott, que tinha pretensões de se candidatar a presidência. Foi o último tiro de guerra disparado na Baía da Guanabara no Rio de Janeiro. Durante anos o episódio ficou conhecido como o Golpe de Lott, principalmente pela ação da mídia conservadora.

Vencido na tentativa de golpe, Carlos Lacerda partiu para um exílio breve em Cuba, que ainda era uma ditadura conservadora, nas mãos do general Fulgencio Batista, antes da Revolução Cubana.

Voltou em seguida para reassumir sua cadeira de deputado, e continuar a oposição a Juscelino Kubitschek, atacando, entre outras coisas, a construção de Brasília.

Juscelino Kubitschek não permitiu jamais o acesso de Carlos Lacerda à televisão. Juscelino Kubitschek confessou a Carlos Lacerda, no encontro de Lisboa, em 1966, que se deixasse ele falar na televisão, Lacerda o teria derrubado do governo.

O Golpista Derruba-Presidentes

Em 1961, fez um discurso atacando, pela televisão, o presidente Jânio Quadros, antigo aliado. A renúncia de Jânio Quadros ocorreu em seguida, em 25/08/1961.

Com a transferência da capital para Brasília, candidatou-se ao governo do recém-criado Estado da Guanabara. Apesar do grande favoritismo inicial, Carlos Lacerda foi eleito por pequena margem, tendo sido ajudado pela divisão de votos populares que ocorreu com a candidatura de Tenório Cavalcanti ao mesmo cargo.

O seu governo do antigo Estado da Guanabara destacou-se pela construção de grandes obras que mostraram suas habilidades de administrador e consolidaram a simpatia da classe-média. Seu Secretário de Obras foi o eminente engenheiro civil e sanitarista Enaldo Cravo Peixoto.

Construiu a estação de tratamento de água do Guandu, até hoje a maior do país, e um sistema de distribuição que resolveram um centenário problema de abastecimento. A falta de água era crônica e inspirava marchinhas de carnaval como "Rio de Janeiro, cidade que nos seduz, de dia falta água, de noite falta luz", sucesso de Victor Simón e Fernando Martins, do Carnaval de 1954.

Construiu túneis importantes para o trânsito de veículos, como o Santa Bárbara e o Rebouças, ligando a Zona Norte à Zona Sul da Cidade do Rio de Janeiro. Terminou a construção e reurbanização do aterro do Flamengo. Removeu favelas de bairros da Zona Sul e Maracanã, criando o Parque da Catacumba, o Campus da Universidade do Estado da Guanabara (UEG), atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e instalando seus antigos habitantes em conjuntos habitacionais afastados como Cidade de Deus e Vila Kennedy. Construiu inúmeras escolas e manteve um alto padrão de qualidade dos hospitais públicos.

Durante seu governo, foi divulgado que policiais assassinavam os mendigos que perambulavam pela cidade e jogavam seus corpos ao Rio da Guarda, afluente do Rio Guandu. O governo de Carlos Lacerda foi acusado pela imprensa de oposição de ter dado instruções aos policiais para que realizassem estes assassinatos. Carlos Lacerda demitiu o Secretário de Segurança e o envolvimento dos escalões superiores do governo nestes fatos nunca foi provado.

Foi um dos líderes civis do Golpe Militar de 1964, porém voltou-se contra ele em 1966, com a prorrogação do mandato do presidente Castelo Branco. Segundo Carlos Lacerda, a prorrogação do mandato de Castelo Branco levaria à consolidação do governo revolucionário numa Ditadura Militar permanente no Brasil, o que realmente aconteceu.

Acredita-se que a sua oposição à prorrogação devia-se ao fato de já se haver lançado como candidato a Presidente da República em 1965. Confiava no sucesso do governo que tinha realizado no estado da Guanabara para enfrentar o candidato de oposição Juscelino Kubitschek.

A Desilusão Com 1964 e a Cassação

Foi cassado em 1968 pelo regime militar, provando o fel da perseguição de um regime ditatorial que tanto lutara para que se instaurasse.

Em novembro de 1966, lançou a Frente Ampla, movimento de resistência ao Golpe Militar de 1964, que seria liderada por ele com seus antigos opositores João Goulart e Juscelino Kubitschek.

Empresário e Escritor

Em 1965, fundou a editora Nova Fronteira, que publicou importantes autores nacionais e estrangeiros, inclusive o Dicionário Aurélio (de 1975 até 2004).

Escreveu numerosos livros, entre eles "Caminho da Liberdade" (1957), "O Poder das Idéias" (1963), "Brasil Entre a Verdade e a Mentira" (1965), "Paixão e Ciúme" (1966), "Crítica e Autocrítica" (1966), "A Casa do Meu Avô: Pensamentos, Palavras e Obras" (1977).

"Depoimento" (1978) e "Discursos Parlamentares" (1982) foram compilados e publicados após a sua morte.

Representações na Cultura

Carlos Lacerda já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Marcos Palmeira no filme "JK - Bela Noite Para Voar" (2005) e José de Abreu na minissérie "JK" (2006).

Morte

Carlos Lacerda morreu na madrugada de 21/05/1977, em uma clínica particular após ter contraído uma gripe comum. Sua morte repentina levantou a suposição de que Carlos Lacerda, e os dois ex-presidentes teriam sido assassinados pelo Centro de Informações do Exército (CIE) da Ditadura Militar, pois todos eles faleceram em datas próximas.

Em 20/05/1987, através do Decreto Federal nº 94.353, teve restabelecidas, post mortem, as condecorações nacionais que foram retiradas e reincluído nas ordens do mérito das quais fora excluído em 1968.

Fonte: Wikipédia

Clarice Lispector

HAIA PINKHASOVNA LISPECTOR
(56 anos)
Escritora

Tchetchelnik, Ucrânia (10/12/1920)
+ Rio de Janeiro, RJ (09/12/1977)

Clarice Lispector, nascida Haia Pinkhasovna Lispector foi uma escritora e jornalista brasileira, nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira.

De origem judaica, Clarice Lispector foi a terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. Nasceu na cidade de Tchetchelnik enquanto seus pais percorriam várias aldeias da Ucrânia por conta da perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa de 1918-1921. Chegou ao Brasil quando tinha dois meses de idade, e sempre que questionada de sua nacionalidade, Clarice Lispector afirmava não ter nenhuma ligação com a Ucrânia: "Naquela terra eu literalmente nunca pisei: fui carregada de colo" - e que sua verdadeira pátria era o Brasil.

A família chegou a Bragança Paulista em março de 1922, sendo recebida por Zaina, irmã de Mania Lispector, e seu marido e primo José Rabin. Por iniciativa de seu pai todos mudaram de nome, exceto Tânia, sua irmã. O pai passou a se chamar Pedro; Mania, Marieta; Leia, sua irmã, Elisa; e Haia, por fim, Clarice.

Pedro, seu pai,  passou a trabalhar com José Rabin, já um próspero comerciante. Com dificuldades de relacionamento com José Rabin e sua família, Pedro decidiu mudar-se para Recife, então a cidade mais importante do Nordeste.

Clarice Lispector começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade de Recife, onde passou parte da infância no bairro de Boa Vista. Estudou no Ginásio Pernambucano de 1932 a 1934. Falava vários idiomas, entre eles o francês e o inglês. Cresceu ouvindo no âmbito domiciliar o idioma materno, o iídiche.

Sua mãe morreu em 21 de setembro de 1930, quando Clarice tinha apenas 9 anos, após vários anos sofrendo com as consequências da Sífilis, supostamente contraída por conta de um estupro sofrido durante a Guerra Civil Russa, enquanto a família ainda estava na Ucrânia. Clarice Lispector sofreu com a morte da mãe, e muitos de seus textos refletem a culpa que a autora sentia e figuras de milagres que salvariam sua genitora.

Quando tinha 15 anos seu pai decidiu mudar para o Rio de Janeiro. Sua irmã Elisa conseguiu um emprego no ministério, por intervenção do então ministro Agamenon Magalhães, enquanto seu pai teve dificuldades em achar uma oportunidade na capital. Clarice Lispector estudou em uma escola primária na Tijuca, até ir para o curso preparatório para a Faculdade de Direito. Foi aceita para a Escola de Direito na então Universidade do Brasil em 1939. Se viu frustrada com muitas das teorias ensinadas no curso, e descobriu um escape: a literatura. Em 25 de maio de 1940, com apenas 19 anos, publicou seu primeiro conto "Triunfo" na Revista Pan.

Três anos depois, após uma cirurgia simples para a retirada de sua vesícula biliar, seu pai Pedro morreu vítima de complicações do procedimento. As filhas ficaram arrasadas com as circunstâncias da morte tão inesperada, e como consequência Clarice Lispector se afastou da religião judaica. No mesmo ano, Clarice Lispector chamou a atenção, provavelmente com o conto "Eu e Jimmy", de Lourival Fontes, então chefe do Departamento de Imprensa e Propaganda, órgão responsável pela censura no Estado Novo de Getúlio Vargas, e foi alocada para trabalhar na Agência Nacional, responsável por distribuir notícias aos jornais e emissoras de rádio da época. Lá conheceu o escritor Lúcio Cardoso, por quem se apaixonou, não correspondida, já que Lúcio era homossexual, e de quem se tornou amiga íntima.



Em 1943, no mesmo ano de sua formatura, casou-se com o colega de turma Maury Gurgel Valente, futuro pai de seus dois filhos. Maury foi aprovado no concurso de admissão na carreira diplomática, e passou a fazer parte do quadro do Ministério das Relações Exteriores. Em sua primeira viagem como esposa de diplomata, Clarice Lispector morou na Itália onde serviu durante a Segunda Guerra Mundial como assistente voluntária junto ao corpo de enfermagem da Força Expedicionária Brasileira. Também morou em países como Inglaterra, Estados Unidos e Suíça, países para onde Maury foi escalado. Apesar disso, sempre falou em suas cartas a amigos e irmãs como sentia falta do Brasil.

Em 10 de agosto de 1948, nasceu em Berna, Suíça o seu primeiro filho, Pedro. Quando criança Pedro se destacou por sua facilidade de aprendizado, porém na adolescência sua falta de atenção e agitação foram diagnosticados como esquizofrenia. Clarice Lispector se sentia de certa forma culpada pela doença do filho, e teve dificuldades para lidar com a situação.

Em 10 de fevereiro de 1953, nasceu Paulo, o segundo filho de Clarice Lispector e Maury Gurgel Valente, em Washington, D.C., nos Estados Unidos.

Em julho de 1959 se separou do marido que ficou na Europa e voltou permanentemente ao Rio de Janeiro com seus filhos, passando a morar no Leme. No mesmo ano assinou a coluna "Correio Feminino - Feira de Utilidades", no jornal carioca Correio da Manhã, sob o pseudônimo de Helen Palmer. No ano seguinte, assumiu a coluna "Só Para Mulheres", do Diário da Noite, como ghost-writer da atriz Ilka Soares.

Provocou um incêndio ao dormir com um cigarro acesso em 14 de setembro de 1966. Seu quarto ficou destruído e a escritora foi hospitalizada entre a vida e a morte durante três dias. Sua mão direita foi quase amputada devido aos ferimentos, e depois de passado o risco de morte, ainda ficou hospitalizada por dois meses.

Em 1975 foi convidada a participar do I Congresso Mundial de Bruxaria, em Cali na Colômbia. Fez uma pequena apresentação na conferência, e falou do seu conto "O Ovo e a Galinha", que depois de traduzido para o espanhol fez sucesso entre os participantes. Ao voltar ao Brasil, a viagem de Clarice Lispector ganhou ares mitológico, com jornalistas descrevendo (falsas) aparições da autora vestida de preto e coberta de amuletos. Porém, a imagem se formou, dando a Clarice Lispector o título de "a grande bruxa da literatura brasileira". Seu próprio amigo Otto Lara Resende disse sobre a obra de Clarice Lispector: "Não se trata de literatura, mas de bruxaria."


Morte

Foi hospitalizada pouco tempo depois da publicação do romance "A Hora da Estrela" com câncer inoperável no ovário, diagnóstico desconhecido por ela. Faleceu no dia 09/12/1977, um dia antes de seu 57° aniversário. Foi enterrada no Cemitério Israelita do Caju, no Rio de Janeiro, em 11/12/1977. Até a manhã de seu falecimento, mesmo sob sedativos, Clarice Lispector ainda ditava frases para sua amiga Olga Borelli.

Durante toda sua vida Clarice Lispector teve diversos amigos de destaque como Fernando Sabino, Lúcio Cardoso, Rubem Braga, San Tiago Dantas e Samuel Wainer, entre diversos outros literários e personalidades.


Obra

Em dezembro de 1943, publicou seu primeiro romance, "Perto do Coração Selvagem". Escrito quando tinha 19 anos, o livro apresenta Joana como protagonista, a qual narra sua história em dois planos: a infância e o início da vida adulta. A literatura brasileira era nesta altura dominada por uma tendência essencialmente regionalista, com personagens contando as dificuldades da realidade social do país na época. Clarice Lispector surpreendeu a crítica com seu romance, seja pela problemática de caráter existencial, completamente inovadora, seja pelo estilo solto, elíptico e fragmentário. Este estilo de escrita se tornou marca característica da autora, como pode ser observado em seus trabalhos subsequentes.

Na época da publicação, muitos associaram o seu estilo literário introspectivo a Virginia Woolf ou James Joyce, embora ela afirme não ter lido nenhum destes autores antes de ter escrito seu romance inaugural. A epígrafe de Joyce e o título, inspirado em citação do livro de Joyce "Retrato do Artista Quando Jovem", foram sugeridos por Lúcio Cardoso após o livro ter sido escrito. "Perto do Coração Selvagem" ganhou o prêmio da Fundação Graça Aranha de melhor romance de estreia, em outubro de 1944.

Em 1946, em uma viagem ao Rio de Janeiro, lançou seu segundo livro "O Lustre".

Em 1949, lançou o livro "A Cidade Sitiada", o seu terceiro romance.

Em 1961, "A Maçã no Escuro".

Em 1964 Clarice Lispector lançou dois livros: "A Legião Estrangeira", uma coletânea de contos, e o romance "A Paixão Segundo G.H.". Ambos foram publicados pela Editora do Autor, liderada pelos amigos Fernando Sabino e Rubem Braga.

Em 1969 "Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres".


Em 1970, começou a escrever um novo livro com o título de "Atrás do Pensamento: Monólogo Com a Vida". Mais tarde foi renomeado de "Objeto Gritante". Finalmente foi lançado em 1973 com o título definitivo de "Água Viva". O livro foi sucesso de crítica e público, ao ponto de o cantor Cazuza o ter lido diversas vezes.

Durante a década de 1970, após ser demitida do Jornal do Brasil (todos os judeus que trabalhavam na publicação foram demitidos neste período), a autora começou a traduzir obras do francês e do inglês para a Editora Artenova. Entre as obras estão contos de Edgar Allan Poe, "O Retrato de Dorian Gray" de Oscar Wilde, dois romances de Agatha Christie e "Entrevista Com o Vampiro" de Anne Rice.



Em 1974, publicou mais dois livros de contos, novamente pela Artenova: "A Via Crucis do Corpo" e "Onde Estivestes de Noite". A primeira edição deste último foi retirada de circulação porque foi colocado um ponto de interrogação no título, erroneamente. Já "A Via Crucis do Corpo"  levantou polêmica com seu alto caráter sexual, e por não ter sido considerado à altura dos outros trabalho de Clarice Lispector, a revista Veja e o Jornal do Brasil chegaram a chamar a obra de "lixo".

A obra de Clarice Lispector ultrapassa qualquer tentativa de classificação. A escritora e filósofa francesa Hélène Cixous chegou ao ponto de dizer que há uma literatura brasileira A.C. (Antes da Clarice) e D.C. (Depois da Clarice).

Além de escritora, Clarice Lispector foi colunista do Jornal do Brasil, do Correio da Manhã e Diário da Noite. As colunas, que foram publicadas entre as décadas de 60 e 70, eram destinadas ao público feminino, e abordavam assuntos como dicas de beleza, moda e comportamento.

Em meados de 1970, Clarice Lispector começou a trabalhar no livro "Um Sopro de Vida: Pulsações", publicado postumamente. Este livro consiste de uma série de diálogos entre o "autor" e sua criação, Angela Pralini, personagem cujo nome foi emprestado de outro personagem de um conto publicado em "Onde Estivestes de Noite". Esta abordagem fragmentada foi novamente utilizada no seu penúltimo e, talvez, mais famoso romance, "A Hora da Estrela". No romance, Clarice Lispector conta a história de Macabéa, uma datilógrafa criada no Estado de Alagoas que migra para o Rio de Janeiro e vai morar em uma pensão, tendo sua rotina narrada por um escritor fictício chamado Rodrigo S.M. O livro descreve a pobreza e a marginalização no Brasil a partir de um ângulo único que, fugindo dos clichês de um sofrimento simplesmente causado pela pobreza, e do estereótipo das questões existenciais como burguesas, encontra sua principal personagem no lugar exato e singular de sua (in)existência. A história de Macabéa foi publicada poucos meses antes da morte de Clarice Lispector.

Em artigo publicado no jornal The New York Times, no dia 11 de março de 2005, a escritora foi descrita como o equivalente de Kafka na literatura latino-americana. A afirmação foi feita por Gregory Rabassa, tradutor para o inglês de Jorge Amado, Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llosa e de Clarice Lispector.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #ClariceLispector

José Carlos Pace

JOSÉ CARLOS PACE
(32 anos)
Piloto Automobilístico

* São Paulo, SP (06/10/1944)
+ Mairiporã, SP (18/03/1977)

José Carlos Pace estreou no automobilismo em 1963 disputando provas de Turismo pela equipe Willys.

Em 1970, já na Europa, disputou o Campeonato Inglês de Fórmula 3, sagrando-se campeão.

Em 1971 venceu o Grande Prêmio de Imola de Fórmula 2. Com esta vitória, conseguiu um convite para integrar a equipe de Protótipos da Ferrari a partir da temporada de 1972, tendo como melhor resultado o segundo lugar nas 24 horas de Le Mans de 1973.


O ingresso na Fórmula 1 aconteceu pela equipe Williams, que na época utilizava carros March da temporada anterior. Ainda assim, José Carlos Pace pontuou duas vezes, terminando o campeonato em 16º lugar, com três pontos.

No ano seguinte, paralelamente ao Campeonato de Protótipos, disputou a Fórmula 1 pela equipe Surtees. Terminou o campeonato em 11º lugar, com 7 pontos, conseguindo como melhor resultado o 3º lugar na Áustria. Foi escolhido o quarto melhor piloto do mundo pelo anuário Autocourse, perdendo para Jackie Stewart, Ronnie Peterson e Emerson Fittipaldi.

Em 1974, começou a temporada novamente na Surtees. Na metade da temporada, mudou de equipe, passando a disputar o campeonato pela Brabham, onde conseguiu o segundo lugar em Watkins Glen, nos Estados Unidos. Terminou o campeonato em 12º lugar, com 11 pontos.


Em 1975, disputando a temporada pela Brabham, José Carlos Pace fez sua melhor temporada no automobilismo. Além da Fórmula 1, participou do Campeonato Brasileiro de Turismo e sagrou-se campeão do Grupo 1. Venceu também as 25 horas de Interlagos. Seu principal feito na temporada veio no segundo Grande Prêmio de 1975, no Brasil. José Carlos Pace venceu a corrida, fazendo dobradinha com Emerson Fittipaldi, a primeira na Fórmula 1. Terminou a temporada em 6º lugar, com 24 pontos.

O campeonato de 1976 não foi muito bom para  José Carlos Pace. Utilizando os motores Alfa Romeo, que eram pesados e gastavam muita gasolina, fez apenas 7 pontos, terminando em 14º lugar.

Em 1977, um segundo lugar no Grande Prêmio da Argentina foi o último pódio de José Carlos Pace. Participou de mais duas corridas, Brasil e África do Sul, sem pontuar.


No dia 18 de março de 1977, o avião em que viajava, um pequeno mono-motor de propriedade do também piloto Marivaldo Fernandes, bateu numa árvore na Serra da Cantareira, município de Mairiporã, após decolar do Aeroporto Campo de Marte no início de uma violenta tempestade, tendo José Carlos Pace morte imediata.

Em 1985, o Autódromo de Interlagos foi batizado Autódromo José Carlos Pace em homenagem ao Môco, como era conhecido no meio automobilístico.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #JoseCarlosPace #Moco

Maysa

 MAYSA FIGUEIRA MONJARDIM
(40 anos)
Cantora, Compositora e Atriz

* São Paulo, SP (06/06/1936)
+ Niterói, RJ (22/01/1977)

Maysa foi uma cantora, compositora e atriz brasileira. Ao longo da sua carreira gravou 17 álbuns de estúdio, 6 compactos duplos e 9 compactos simples. Cristalizou uma das mais brilhantes, sensíveis e belas obras da Música Popular Brasileira. É considerada pela crítica especializada e por grande parte do público, como uma das melhores cantoras da história da Música Popular Brasileira.

Segundo algumas fontes, Maysa teria nascido na capital paulista, numa tradicional família do Estado do Espírito Santo que logo se mudou para o Rio de Janeiro. Outras fontes, porém, afirmam que seu nascimento foi mesmo no Rio de Janeiro. Da capital paulista ou do Rio de Janeiro, é certo, no entanto, que em 1947 a família transferiu-se para Bauru, no interior paulista. Logo depois, mudaram-se novamente para a capital. Mesmo fixada em São Paulo, a família ainda mudaria de endereço várias vezes.

Maysa era neta do Barão de Monjardim, Alfeu Adolfo Monjardim de Andrade e Almeida, que foi presidente da província do Espírito Santo por cinco vezes. Estudou no tradicional colégio paulistano Assunção e no Sacré-Cœur de Marie, em São Paulo. As férias, ela passava em Vitória, onde reencontrava os tios e os primos.

Casou-se aos dezoito anos com o empresário André Matarazzo, dezessete anos mais velho, amigo de seus pais, e membro da conhecida família ítalo-brasileira Matarazzo de cuja união nasceu Jayme Monjardim Matarazzo, diretor de telenovelas e cinema, que foi criado pela avó e, posteriormente, num colégio interno na Espanha, para onde ele foi mandado após a morte do seu pai.

Desquitada do marido em 1957, pois ele se opôs à carreira musical, Maysa seguiria em frente fazendo grande sucesso com canções como "Ouça" e "Meu Mundo Caiu" de sua autoria que entraram para a história da Música Popular Brasileira.

Teve vários relacionamentos amorosos, entre eles, com o compositor Ronaldo Bôscoli, o empresário espanhol Miguel Azanza, o ator Carlos Alberto, o maestro Júlio Medaglia, entre vários outros. Ao assumir o relacionamento com Miguel Azanza em 1963, Maysa estabeleceu residência na Espanha onde morou durante anos com o marido e o filho. Só retornou definitivamente ao Brasil em 1969.


Anos 50 e o Início da Carreira

Em 1956, Maysa foi convidada pelo produtor Roberto Côrte-Real para gravar um disco, durante uma reunião familiar. O álbum "Convite Para Ouvir Maysa" (todo preenchido com composições próprias) foi gravado logo após o nascimento de seu único filho Jayme Monjardim. O disco gravado apenas em caráter beneficente, toda sua renda fora destinada ao Hospital do Câncer de Dona Carmen Annes Dias Prudente, logo começou a fazer sucesso, tocando nas rádios paulistas e cariocas. Pouco a pouco, a carreira de Maysa foi adquirindo um caráter profissional, o que descontentou seu marido André Matarazzo e logo levou seu casamento à ruína.

Já em 1957, ainda não desquitada, Maysa era contratada da TV Record paulista, com um programa só seu patrocinado pela Abrasivos Bombril e acabava de gravar seu segundo disco, de 10 polegadas, intitulado Maysa.

Em 1957, com menos de um ano de carreira, no julgamento anual dos Cronistas de Rádio de São Paulo, para a escolha de Os Melhores do Ano de 1956, Maysa foi apontada como a maior revelação feminina, o melhor compositor e o melhor letrista. O Clube dos Cronistas de Discos concedeu-lhe o título de "A Maior Cantora do Ano".

No ano seguinte, foi premiada com o disputado Troféu Roquette Pinto de "A Melhor Cantora de 1958". No ano anterior, ela já havia recebido o mesmo prêmio como "Cantora Revelação de 1957". O jornal O Globo, que em 1957 havia conferido a ela o "Disco de Ouro de Cantora Revelação", agora também a premiava como a principal voz feminina do país. Também seria de Maysa naquele ano o Troféu Chico Viola, para o "Melhor Disco de 1958".

Em 1958, já desquitada, muda-se para o Rio de Janeiro, então Capital Federal e se torna também contratada da TV Rio, com um programa só seu, patrocinado pelos Biscoitos Piraquê.

Lançou seu terceiro disco, agora de 12 polegadas, intitulado "Convite Para Ouvir Maysa nº 2". O disco foi considerado pela crítica, musicalmente irretocável. Tornou-se campeão de vendas e lançou a canção "Meu Mundo Caiu" como o maior sucesso do ano.

Até o fim da década, Maysa seguiria sua carreira acumulando diversos prêmios, vendo a carreira e popularidade, em crescente ascensão. Seus discos eram campeões de vendas e seus programas de televisão eram muito prestigiados. Ainda em 1958 ela se tornaria a melhor e mais bem paga cantora do Brasil.


Anos 60

Durante os anos 60, Maysa aprimorou constantemente a técnica vocal, registrando em discos de grande qualidade técnica o auge de sua carreira. A partir de 1960, empreendeu inúmeras excursões pelo mundo, se apresentando em vários países, além de aderir ao movimento da bossa nova, com o qual pôde expandir referências musicais. Junto a um grupo formado por Roberto Menescal, Luiz Eça, Luiz Carlos Vinhas, Bebeto Castilho, Hélcio Milito e Ronaldo Bôscoli, foram responsáveis pelo lançamento da bossa nova no exterior, em um histórica turnê à Argentina e o Uruguai, em 1961.

Maysa teve uma intensa carreira internacional. Em 1960, tornou-se a primeira cantora brasileira a se apresentar no Japão, a convite da companhia área brasileira Real Aerovias, que acabara de estrear o vôo Rio de Janeiro - Tóquio. Excursionou pela América Latina, passando diversas vezes por Buenos Aires, Montevidéu, Punta del Leste, Lima, Caracas, Bogotá, Porto Rico e Cidade do México. Apresentou-se em Paris, Lisboa, Madri, Nova York, Itália, Marrocos e Angola. Entre 1960 e 1961 realizou temporada nos Estados Unidos, gravando o lendário álbum "Maysa Sings Songs Before Dawn" pela Columbia norte-americana. Lá, também se apresentou no sofisticado Blue Angel Night Club, a mais requintada casa noturna de Nova York na época.

Ainda em 1963, empreendeu um histórico concerto no Olympia de Paris, naquela que é a mais famosa casa de espetáculos da capital francesa. Em 1966 participou do II Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, classificando para a finalíssima a canção "Amor-Paz" de sua autoria, com a compositora Vera Brasil, juntamente com "Disparada", com Jair Rodrigues e "A Banda", com Chico Buarque de Hollanda e Nara Leão. No mesmo ano, Maysa também participou da primeira edição Festival Internacional da Canção. Neste último alcançou o terceiro lugar na fase nacional e o prêmio de "Melhor Intérprete Brasileira" do festival, defendendo a canção "Dia das Rosas" de Luiz Bonfá e Maria Helena Toledo, desbancando totalmente a vencedora "Saveiros", interpretada por uma então novata, Nana Caymmi.

Retornou definitivamente ao Brasil em 1969. Neste ano, estreou "Maysa Especial" com Ítalo Rossi na TV Tupi carioca e o espetáculo "A Maysa de Hoje", gravado em disco, com temporadas no Canecão do Rio de Janeiro e no Urso Branco de São Paulo, obtendo sucesso de crítica e público. Pouco tempo depois, participou como jurada do V Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, e do IV Festival Internacional da Canção, com a música "Ave-Maria dos Retirantes", de Alcyvando Luz e Carlos Coqueijo, que não se classificou para a final. Naquela edição, o Troféu Galo de Ouro, premiação máxima do festival, ganhou o nome de Maysa Monjardim.

Anos 70

Em 1970, Maysa lançou pela Philips o álbum "Ando Só Numa Multidão de Amores", que não obteve sucesso de público. Maysa passou então a investir na carreira de atriz e já em 1971 estreou na telenovela "O Cafona" da Rede Globo, interpretando Simone, seu alter-ego. Por esse papel, Maysa acabou ganhando o prêmio de Coadjuvante de Ouro. No mesmo ano, integrou o elenco da telenovela "Bel-Ami" da TV Tupi, interpretando Márica, mas abandonou a produção. Ela ainda montaria o espetáculo teatral "Woyzeck" de Georg Büchner, sem sucesso.

Após algumas temporadas em boates do Rio de Janeiro e São Paulo, desde o fim de 1972, Maysa se afastou do meio artístico e foi morar em uma casa de praia, localizada no município de Maricá, litoral fluminense. Lá, Maysa morou até o fim da vida, na maior parte em companhia do namorado, o ator Carlos Alberto. Durante este período, quase não gravou discos nem fez shows, fazia poucas aparições na mídia e reservava suas aparições a participações especiais, como no Fantástico e no Brasil Especial, da TV Globo.

Realizou alguns dos últimos shows de sua carreira, na Boate Igrejinha, localizada em São Paulo, em 1975. A temporada, pouco tempo depois, ficaria marcada como "A Turnê do Adeus"

Estilo Musical

As composições e as canções foram escolhidas de maneira a formar um repertório sob medida para o seu timbre, que não era o de uma voz vulgar, pelo contrário, possuía um viés melancólico e triste, que se tornou emblemático do gênero fossa ou samba-canção. Ao lado de Maysa, destacam-se Nora Ney, Ângela Maria e Dolores Duran. O gênero, comparado ao bolero, pela exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo. O samba-canção, surgido na década de 1930, antecedeu o movimento da bossa nova, surgido ao final da década de 1950, em 1958, com o qual Maysa também se identificou. Mas este último representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo. O legado de Maysa, ainda que aponte para dívidas históricas com a bossa nova, é o de uma cantora de voz mais arrastada do que as intérpretes da bossa e por isso aproxima-se antes do bolero.

Contemporânea da compositora e cantora Dolores Duran, Maysa compôs 30 canções, numa época em que havia poucas mulheres nessa atividade. Maysa interpretava de maneira muito singular, personalista, com toda a voz, sentimento e expressão, sendo um dos maiores nomes da canção intimista. Um canto gutural, ensejando momentos de solidão e de grande expressão afetiva. Um dos momentos antológicos desta caracterização dramática foi a apresentação, em 1974, de "Chão de Estrelas" (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa), e de "Ne Me Quitte Pas", 10 de junho de 1976, tendo sido apresentadas em duas edições do programa Fantástico da TV Globo.

Todo este característico estilo de Maysa, influenciou ao menos meia dúzia de sua geração, e principalmente a geração posterior a sua. O estilo Maysa se tornou notável em cantores e compositores, como: Ângela Rô-Rô, Leila Pinheiro, Fafá de Belém, Simone e também Cazuza e Renato Russo.

Celebrizaram-se as canções: "Ouça", "Meu Mundo Caiu", "Tarde Triste", "Resposta", "Adeus", "Felicidade Infeliz", "Diplomacia é o Que?", todas de sua autoria, e mais: "Ne Me Quitte Pas", "Chão de Estrelas", "Dindi", "Por Causa de Você", "Se Todos Fossem Iguais a Você", "Eu Sei Que Vou Te Amar", "Franqueza", "Eu Não Existo Sem Você", "Suas Mãos", "Bouquet de Izabel", "Bronzes e Cristais", "Bom Dia Tristeza", "Noite de Paz", "Castigo", "Fim de Caso", "O Barquinho", "Fim de Noite", "Meditação", "Alguém Me Disse", "Cantiga de Quem Está Só", "A Felicidade", "Manhã de Carnaval", "Hino ao Amor (L'Hymne a L'Amour)", "Demais", "Preciso Aprender a Ser Só", "Canto de Ossanha", "Tristeza", "As Mesmas Histórias", "Dia das Rosas", "Se Você Pensa", "Pra Quem Não Quiser Ouvir Meu Canto", "Light My Fire", "Chuvas de Verão", "Bonita", "As Praias Desertas", "Bloco da Solidão", "Tema de Simone" e "Morrer de Amor".


Morte

Vivendo isolada na casa de praia em Maricá, desde 1972, para onde ia todo o fim de semana, Maysa morreu a caminho da mesma casa enquanto dirigia a Brasília azul em alta velocidade, no dia 22 de Janeiro de 1977, por volta das 17:00 hs, na Ponte Rio-Niterói. O efeito de anfetaminas somado à ingestão excessiva de álcool e ao cansaço físico e psicológico que a cantora vinha sofrendo teriam provocado o fatídico acidente. Porém, a conclusão dos laudos periciais mostrou que no momento do acidente ela estava completamente sóbria, não havia resquícios de álcool em seu organismo.

Em uma de suas últimas anotações, registrou:

Hoje é novembro de 1976, sou viúva, tenho 40 anos.
(Maysa)

Fonte: Wikipédia e Blog Maysa Oficial
#FamososQuePartiram #Maysa

Milton Carlos

MILTON TACINO FANTUCCI FILHO
(21 anos)
Cantor e Compositor

* São Paulo, SP (13/11/1954)
+ São Paulo, SP (21/10/1976)

Irmão da compositora Isolda e seu grande parceiro musical. Começou a interessar-se pela música, ainda criança, fazendo estórias e músicas para teatrinhos de bonecos com a irmã.

Atuou com a irmã, Isolda, como backing vocal.

Gravou seu primeiro disco em 1970, tendo como destaque as músicas "Desta Vez Te Perdi", "Tudo Parou", "Eu Vou Caminhar" e "Um Presente Para Ela", parcerias com Isolda.

Em 1973, gravou "Samba Quadrado" e "Você Precisa Saber das Coisas", também parcerias com a irmã. Nesse mesmo ano, teve a primeira de suas composições gravadas por Roberto Carlos, "Amigos, Amigos".

Dois anos depois, lançou novo LP que trazia algumas de sua composições com Isolda, entre as quais, "Amanhã é Outro Dia", "Foi Ela Um Tema de Amor", "Eu Juro Que Te Morreria Minha" e "Tele-rodovia".

Em 1976, Roberto Carlos emplacaria dois grandes sucessos de Milton Carlos e Isolda: "Pelo Avesso" e "Um Jeito Estúpido de Te Amar".

Nesse ano, 1976, o quarto LP de Milton Carlos foi lançado, trazendo novas composições suas com Isolda, como "Uma Valsa", "Por Favor" e "Último Samba-Canção".

Seu último LP foi lançado em 1977, com novas parcerias com a irmã, tais como "Enredo", "Ana Cláudia", "Maria de Tal" e "Saudade do Bexiga". Quando faleceu, fazia grande sucesso nas rádios com a regravação da marchinha "Dorinha Meu Amor", de J. Francisco de Freitas.

Morte

Milton Carlos faleceu no dia 21/10/1976 vítima de um acidente automobilístico, mas deixou vários marcos musicais em parceria com sua irmã Isolda como: "Jogo de Damas", "Elas Por Elas", "Um Jeito Estúpido de Te Amar" e "Pelo Avesso", conhecida na voz do Roberto Carlos.

Milton Carlos está sepultado no Cemitério Quarta Parada, Quadra 105, Terreno 104-B, em São Paulo, SP.

Uma Breve História
Por Bruno Negromonte

A década de 70 foi uma das mais profícuas para a Música Popular Brasileira em vários segmentos, foi a década que surgiu nomes como Belchior, Amelinha, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Ednardo, Zé Ramalho, Elba Ramalho, Djavan, isso para ficar só no Nordeste. Foi a década também que o já consagrado cantor e compositor Roberto Carlos entrou em definitivo para o hall dos grandes nomes da música mundial sendo eleito pelo povo brasileiro como o Rei de nossa música.

Enquanto no início da década o regime militar apertava o cerco contra artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque e tantos outros, alguns artistas ganhavam projeção nacional com músicas e letras que apesar de serem menos elaboradas, falavam daquilo que o povo vivenciava e aparentemente pouco eram análogas ao regime opressor da época. Além disso, diversos nomes surgiram nesse contexto musical encabeçado por artistas como Odair José, Waldick Soriano, Nelson Ned, Lindomar Castilho dentre outros. Surgiram também subgêneros musicais dentro do contexto existente como, por exemplo, o chamado "samba jóia" regido por Benito di Paula.

Dentro desse contexto de novos intérpretes e compositores em nossa música podemos destacar o nome do cantor e compositor Milton Carlos, que apesar de falecer precocemente foi um dos nomes mais representativos dessa década. Milton Carlos, assim como a sua irmã Isolda, começaram as suas respectivas carreiras ainda na adolescência, fazendo backing vocals. E embora muito jovens na época, eles já vinham sendo gravados por intérpretes como Antônio Marcos, Maria Creuza e a banda Os Incríveis no início dos anos 70. Mas, sem dúvida, foi a partir de 1973 depois de chegar à voz de Roberto Carlos que as canções dos irmãos Isolda e Milton Carlos ganharam projeção.

Milton Carlos vivia em um tempo, mas se identificando com outro, como expressou em composições como "1910", gravada pelos Incríveis, "Largo do Boticário", "Samba Quadrado" e "Memórias do Café Nice", gravadas por ele próprio.
"Milton sempre alugava meus tios perguntando como era São Paulo antigamente, como era o bairro do Bexiga, como era no tempo de vovô. Meus tios contavam, contavam e ele perguntava mais e mais!"
(Isolda)


Numa tarde de 1973, durante uma conversa no estúdio da RCA, Eduardo Araújo comentou com Milton Carlos que naquela semana iria à casa de Roberto Carlos mostrar-lhe uma composição que tinha feito para ele gravar. Milton Carlos então perguntou se Eduardo Araújo poderia levar também uma fita com uma composição dele com a irmã. "Mas o que eu vou ganhar com isso?", perguntou Eduardo Araújo, brincando. "Tudo que tenho é um fusca. Se Roberto Carlos gravar minha música, dou meu fusca pra você", prometeu Milton Carlos, que gravou numa fita sua composição "Amigos, Amigos".

Eduardo Araújo deixou as duas fitas com Roberto Carlos e foi passar uma temporada em sua fazenda em Minas Gerais. Na volta, ligou para o cantor:
- E aí, Roberto, vai gravar minha música ou não vai? - perguntou em tom descontraído.
- Dudu, sua música é bonita, mas acho que ela não é pra mim. Mas eu gostei daquela outra com uma mulher cantando - respondeu Roberto Carlos.
- Mulher cantando?
- É, bicho, aquela que fala de um cara apaixonado por uma amiga!
- Mas não é mulher, Roberto. É Milton Carlos, um rapaz que tem voz fina.
Não era falsete. Milton Carlos foi uma criança que não teve mudança de voz. Ele crescia, mas sua voz continuava infantil e com o tempo feminina. Era uma voz ímpar, bastante peculiar porque continha, além da beleza esfuziante, uma evidente androginia. E isso chamou a atenção das gravadoras, que logo o convidaram para gravar por volta de 1970. E o que podia ser uma coisa negativa se tornou positiva.

Depois de falar com Roberto Carlos, Eduardo Araújo telefonou para o autor de "Amigos, Amigos":
"Milton, você pode passar aqui em casa e deixar a chave do fusca porque Roberto Carlos vai gravar sua música!"
Milton Carlos ficou alguns segundos em silêncio, respirou fundo e perguntou:
"Isso não é brincadeira sua, não? Roberto Carlos vai mesmo gravar minha música?"
"Pra gente foi uma loucura, uma loucura. A gente não queria acreditar. E quando vimos a confirmação no jornal com a lista das músicas do novo disco de Roberto fizemos a maior comemoração. Chamamos os amigos, saímos, pagamos o chope para todo mundo."
(Isolda)

Outras canções da lavra dos irmãos Milton Carlos e Isolda, gravada por Roberto Carlos foram as canções "Um Jeito Estúpido De Te Amar" e "Pelo Avesso", música com um refrão de forte apelo popular:
"Eu quero seu amor a qualquer preço / quero que você me tenha até pelo avesso / pra me sentir envolvido em seus cabelos / faça de mim o que quiser / eu sou seu homem, minha mulher..."

Por via das dúvidas, Milton Carlos foi ao estúdio da RCA, gravou as duas canções numa fita e a enviou para o escritório de Roberto Carlos em São Paulo. Agora era torcer e esperar. Pois foi uma agradável surpresa para os autores saber, algumas semanas depois, que Roberto Carlos iria gravar não apenas uma, mas as duas canções em seu álbum de 1976. O cantor gostou muito de "Pelo Avesso" e ainda mais de "Um Jeito Estúpido De Te Amar", que se emocionou assim que ouviu a fita enviada por Milton Carlos. O compositor, aliás, defendia muito bem seus temas, cantando sempre com sentimento e segurança, o que por certo contribuía para a boa aceitação das suas músicas. Até hoje poucas vezes aconteceu isso na discografia de Roberto, autores de fora entrarem com mais de uma música num mesmo disco do cantor.

Ele morreu aos 22 anos, na noite de 21 de outubro de 1976, quando vinha de Jundiaí para São Paulo a bordo de seu Passat. Viajava em companhia de sua noiva, a também cantora Mariney Lima e do empresário Genildo de Oliveira. O acidente ocorreu num trecho da via Anhanguera quando o Passat do cantor tentou ultrapassar uma carreta Scania Vabis e bateu em um caminhão Chevrolet. Com o choque, o carro do cantor desgovernou-se e foi colhido pela carreta. Milton Carlos e sua noiva morreram na hora. O empresário Genildo Oliveira, que viajava no banco de trás, teve apenas ferimentos leves, o ajudante do motorista do caminhão, o jovem Mário Alves de Araújo, que desceu para socorrer as vítimas, foi atropelado na pista e também morreu no local.

Sem ainda ser informada da real dimensão do acidente, Isolda foi imediatamente para Jundiaí. Ao parar na porta do hospital, ela ligou o rádio do carro no momento em que Milton Carlos cantava a canção "Elas Por Elas". Logo depois, o locutor informava que o cantor e compositor Milton Carlos havia falecido naquela noite.
"Eu abri a porta do carro e corri feito uma louca para a entrada do hospital. Mas aí não sei o que aconteceu, não sei se desmaiei ou se me deram uma injeção, porque eu só acordei no carro do meu tio já chegando em casa!"
Mesmo sem o irmão e parceiro, Isolda continuou compondo suas canções para os cantores gravarem. E no ano seguinte entregou a Roberto Carlos uma música que se constituiria num dos maiores sucessos no Brasil, em todos os tempos: "Outra Vez". Se a Música Popular Brasileira é repleta de musas, a história dessa composição revela a existência de um raro "muso":
"Acho que minha vida se divide em antes e depois desse dia. Pensei em voltar a estudar, em tomar outro rumo, mas no meio dessa tempestade encontrei vários amigos que me abrigaram, emocionalmente e, mesmo sem perceber, continuei fazendo sozinha o que sempre fiz desde menina: brincar de fazer músicas. Desse momento em diante, sem mais o meu amigo para brincar comigo. Foi assim que fiz, numa madrugada, uma música desprovida de qualquer ambição futura, uma confidência sincera: 'Outra Vez'. Gravei essa canção numa fita entre outras e entreguei para Roberto Carlos." 
(Isolda - Cantora, compositora e irmã de Milton Carlos)

Obra Musical

  • Amanhã é Outro Dia (Com Isolda)
  • Ana Cláudia (Com Isolda)
  • Desta Vez Te Perdi (Com Isolda)
  • Enredo (Com Isolda)
  • Eu Juro Que Te Morreria Minha (Com Isolda)
  • Eu Vou Caminhar (Com Isolda)
  • Foi Ela Um Tema De Amor (Com Isolda)
  • Maria De Tal (Com Isolda)
  • Pelo Avesso (Com Isolda)
  • Samba Quadrado (Com Isolda)
  • Saudade Do Bexiga (Com Isolda)
  • Tele-Rodovia (Com Isolda)
  • Tudo Parou (Com Isolda)
  • Último Samba-Canção (Com Isolda)
  • Um Jeito Estúpido De Te Amar (Com Isolda)
  • Um Presente Para Ela (Com Isolda)
  • Uma Valsa, Por Favor (Com Isolda)
  • Você Precisa Saber Das Coisas (Com Isolda)

Discografia

  • 1977 - Milton Carlos (LP)
  • 1975 - Milton Carlos (LP)
  • 1973 - Milton Carlos (LP)
  • 1970 - Milton Carlos (LP)

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB e Musicaria Brasil
Contribuição Especial: Anderson Cesarini
#FamososQuePartiram #MiltonCarlos