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Guilherme de Almeida

GUILHERME DE ANDRADE DE ALMEIDA
(78 anos)
Advogado, Jornalista, Heraldista, Crítico de Cinema, Poeta, Ensaísta e Tradutor

☼ Campinas, SP (24/07/1890)
┼ São Paulo, SP (11/07/1969)

Guilherme de Andrade de Almeida foi um advogado, jornalista, heraldista, crítico de cinema, poeta, ensaísta e tradutor brasileiro. Filho de Estevam de Araújo Almeida, professor de direito e jurisconsulto, e de Angelina de Andrade.

Foi casado com Belkiss Barroso de Almeida, de cuja união nasceu o filho, Guy Sérgio Haroldo Estevam Zózimo Barroso de Almeida, que se casou com Marina Queirós Aranha de Almeida. Foi, com seu irmão, Tácito de Almeida, importante organizador da Semana de Arte Moderna de 1922, tendo criado em 1925 conferência para difusão da poesia moderna, intitulada "Revelação do Brasil Pela Poesia Moderna", que foi apresentada em Porto Alegre, Recife e Fortaleza.

Um dos poemas de Guilherme de Almeida, "A Carta Que Eu Sei de Cor", presente em seu livro "Era Uma Vez", foi declamado na Faculdade de Letras de Coimbra, em 1930, na importante conferência "Poesia Moderníssima do Brasil". Esta conferência foi estampada na revista Biblos (Faculdade de Letras de Coimbra), Vol. VI, n. 9-10, Coimbra, setembro e outubro de 1930, pp. 538 - 558; e no Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, domingo, 11/01/1931, página 3.

Guilherme de Almeida foi um dos fundadores da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, onde lecionou Ciência Política. Foi ainda um dos fundadores da Revista Klaxon, que visava a divulgação da ideias modernistas, tendo realizado sua capa, assim como os arrojados anúncios da Lacta, para a mesma revista. Elaborou também a capa da primeira edição do livro "Paulicéa Desvairada", de Mário de Andrade.

Participou do grupo verde-amarelista e colaborou também com a Revista de Antropofagia, tendo escrito poemas-piada à moda de Oswald de Andrade.

Guilherme de Almeida foi o primeiro modernista a entrar para a Academia Brasileira de Letras em 1930.

Em 1958, foi coroado o quarto "Príncipe dos Poetas Brasileiros", depois de Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Olegário Mariano. Entre outras realizações, foi o responsável pela divulgação do poemeto japonês Haikai no Brasil.

Vida Pública

Combatente na Revolução Constitucionalista de 1932 e exilado em Portugal, após o final da luta, foi homenageado com a Medalha da Constituição, instituída pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Sua obra maior de amor a São Paulo foi seu poema "Nossa Bandeira". Ainda, o poema "Moeda Paulista" e a pungente "Oração Ante a Última Trincheira".

É proclamado "O Poeta da Revolução de 32". Escreveu a letra do "Hino Constitucionalista de 1932 / MMDC", "O Passo do Soldado", de autoria de Marcelo Tupynambá, com interpretação de Francisco Alves.

É de sua autoria a letra da "Canção do Expedicionário" com música de Spartaco Rossi, referente à participação dos pracinhas brasileiros na Segunda Guerra Mundial.

Autor da letra do "Hino da Televisão Brasileira", executado quando da primeira transmissão da Rede Tupi de Televisão, realizada por mérito de seu concunhado, o jornalista Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo.

Foi presidente da Comissão Comemorativa do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.

Casa Guilherme de Almeida

Guilherme de Almeida mudou-se para o local em 1946, um sobrado na Rua Macapá, no Pacaembu, em São Paulo. Era chamado carinhosamente por ele como a "Casa da Colina". E ele a descreveu:

"A casa na colina é clara e nova. A estrada sobe, pára, olha um instante e desce".

Nela, o poeta viveu até 1969 e nela faleceu. Lá, os saraus eram bem animados, como lembra o poeta Paulo Bomfim. Também estavam sempre presentes os amigos Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Victor Brecheret, Noemia Mourão, René Thiollier, Saulo Ramos, Roberto Simonsen, Carlos Pinto Alves e tantos outros.

A casa, em 1979, tornou-se o Museu Casa Guilherme de Almeida, pertencente à Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, tendo sido "tombado como museu biográfico e literário" pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), em maio de 2009.

O museu conta com importante acervo de obras de arte: quadros de Di Cavalcanti, Lasar SegallAnita Malfatti, as primeiras edições dos livros do poeta, entre seis mil volumes no total, além de mobiliário, peças pessoais e relíquias da Revolução de 1932.

Guilherme de Almeida encontra-se sepultado no Mausoléu do Soldado Constitucionalista de 1932, no Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo, ao lado de Ibrahim de Almeida Nobre, o "Tribuno de 32", dos despojos dos jovens conhecidos pela sigla M.M.D.C. (Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Américo Camargo de Andrade), e do caboclo Paulo Virgínio.

Obras do Autor


Poesia

  • 1917 - Nós
  • 1919 - A Dança Das Horas
  • 1919 - Messidor
  • 1920 - Livro de Horas de Soror Dolorosa
  • 1922 - Era Uma Vez…
  • 1924 - A Frauta Que Eu Perdi
  • 1925 - Meu
  • 1925 - A Flor Que Foi Um Homem (Narciso)
  • 1925 - Encantamento
  • 1925 - Raça
  • 1929 - Simplicidade
  • 1931 - Carta à Minha Noiva
  • 1931 - Você
  • 1932 - Cartas Que Eu Não Mandei
  • 1938 - Acaso
  • 1941 - Cartas do Meu Amor
  • 1947 - Poesia Varia
  • 1951 - O Anjo de Sal
  • 1954 - Acalanto de Bartira
  • 1956 - Camoniana
  • 1957 - Pequeno Romanceiro
  • 1961 - Rua
  • 1965 - Rosamor
  • 1968 - Os Sonetos de Guilherme de Almeida
  • 2010 - Margem: Poesia

Poesia (Traduções)

  • 1932 - Eu e Você (Tradução do Toi et Moi, de Paul Géraldy)
  • 1923 - O Gitanjali (De Rabindranath Tagore)
  • 1936 - Poetas de França
  • Suíte Brasileira (Terceira parte do livro de Luc Durtain Quatre Continents)
  • 1939 - O Jardineiro (De Rabindranath Tagore)
  • 1943 - O Amor de Bilitis (Algumas Canções) - De Pierre Louÿs
  • 1944 - Flores da Flores do Mal (De Charles Baudelaire)
  • Paralelamente a Paul Verlaine
  • 1965 - Festival (De Simon Tygel)
  • Arcanum (De Niles Bond)
  • 1967 - Os Frutos do Tempo (Les Fruits du Temps, de Simon Tygel)

Seleção de Poemas e Poesia Completa

  • 1931 - Poemas Escolhidos
  • 1952 - Toda a Poesia (1ª edição, 6 volumes)
  • 1967 - Meus Versos Mais Queridos

Teatro

  • 1916 - Mon Coeur Balance e Leur Ame (Escritas em colaboração com Oswald de Andrade)
  • 1921 - Scheherazada, Um Ato Em Versos
  • 1939 - O Estudante Poeta (Escrita em colaboração com Jaime Barcelos)

Teatro (Traduções)

  • 1950 - Entre Quatro Paredes (Huis Clos), de Jean-Paul Sartre
  • 1952 - A Antígone, transcrição da tragédia de Sófocles
  • 1954 - Na Festa de São Lourenço (Tradução em versos, nas partes tupi e castelhana, do Auto de José de Anchieta, segundo o texto de Maria de Lourdes de Paula Martins)
  • 1965 - História de Uma Escada (Historia de Una Escalera), de Antonio Buero Vallejo

Teatro (Traduções Inéditas)

  • A Importância de Ser Prudente (The Importance Of Being Ernest), de Oscar Wilde
  • Orfeu (Orphée), de Jean Cocteau
  • Lembranças de Berta (Hello From Bertha), de Tennessee Williams
  • Eurídice (Eurydice), de Jean Anouilh

Prosa

  • 1924 - Natalika
  • 1926 - Do Sentimento Nacional na Poesia Brasileira (Tese de concurso)
  • 1926 - Ritmo, Elemento de Expressão (Tese de concurso)
  • 1929 - Gente de Cinema, I (Série)
  • 1933 - O Meu Portugal
  • 1935 -  A Casa (Palestra pronunciada no salão do Clube Piratininga e dedicada aos alunos do Ginásio Bandeirantes)
  • 1944 - Gonçalves Dias e o Romantismo (Conferência realizada na Academia Brasileira de Letras)
  • 1948 - Histórias, Talvez...
  • 1948 - As Palavras de Buda
  • 1953 - Baile de Formatura
  • 1961 - Jornal de Um Amante (Do Journal d’un Amant, de Simon Tygel)
  • 1962 - Cosmópolis

Literatura Infantil

  • 1941 - O Sonho de Marina
  • 1941 - João Pestana (De Hans Christian Andersen)
  • 1942 - João Felpudo (De Heinrich Hoffmann)
  • 1943 - Pinocchio (De Carlo Collodi)
  • 1943 - O Camundongo e Outras Histórias (De Wilhelm Busch)
  • 1943 - Corococó e Caracacá (De Wilhelm Busch)
  • 1943 - O Fantasma Lambão (De Wilhelm Busch)
  • 1946 - A Mosca (De Wilhelm Busch)
  • 1946 - Uma Oração de Criança (De Rachel Field)
  • 1949 - A Cartola (De Wilhelm Busch)

Heráldica

Autor de Brasões-de-Armas das seguintes cidades:

  • São Paulo (SP)
  • Petrópolis (RJ)
  • Volta Redonda (RJ)
  • Londrina (PR)
  • Brasília (DF)
  • Guaxupé (MG)
  • Caconde (SP)
  • Iacanga (SP)
  • Embu das Artes (SP)

Fonte: Wikipédia

Marcelo Tupynambá

FERNANDO ÁLVARES LOBO
(64 anos)
Engenheiro, Radialista, Crítico Musical, Poeta e Músico

☼ Tietê, SP (29/05/1889)
┼ São Paulo, SP (04/07/1953)

Marcelo Tupynambá (na grafia moderna Marcelo Tupinambá), era o pseudônimo de Fernando Álvares Lobo, filho de músicos portugueses de sobrenome Lobo. Sua mãe chamava-se Maria Rodrigues de Azevedo Lobo e era professora. Seu tio-avô, Elias Álvares Lobo, foi autor da primeira ópera escrita em português e seu pai, Eduardo Álvares Lobo, foi destacado no cenário musical de sua época para reger a orquestra que recepcionou Dom Pedro II no interior paulista.

Ainda pequeno, Marcelo Tupynambá mudou-se para São Paulo, onde fez o curso primário.

Também foi engenheiro formado pela Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), radialista, crítico musical e poeta. Trabalhou como engenheiro mas, sentindo que a sua verdadeira vocação era a música, a ela passou a dedicar-se inteiramente. Teve ativa participação durante a Semana de Arte Moderna. Foi amigo e colaborador das rodas literárias e artísticas onde conviveu com Villa-Lobos, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Mário de Andrade, e outros.

Foi ao lado de Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha, fundamental na edificação de um estilo de composição que se tornaria paradigma na identificação de uma música verdadeiramente nacional.

Sua obra compreende mais de trezentas canções para canto e piano ou piano solo, incluindo outros gêneros como operetas, bailados, corais e quartetos de corda.

A música de Marcelo Tupynambá exerceu enorme influência no gosto popular entre as décadas de 1910 e 1930. Os foliões, durante o período de carnaval, saiam às ruas entoando as melodias do autor, que eram, ainda, difundidas através dos teatros, cinemas, discos e mais tarde também através do rádio e TV, resultando num enorme índice de popularidade e aceitação. Famosas, as músicas de Marcelo Tupynambá logo foram impressas e consumidas em forma de partitura. 

Marcelo Tupynambá (1º à esquerda) entre colegas, 1946
As músicas de Marcelo Tupynambá já receberam mais de 200 gravações desde 1913 até hoje por intérpretes como Pixinguinha, Francisco AlvesInezita Barroso, Eudóxia de Barros, Guiomar Novaes, e foram reverenciadas por Villa-Lobos, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida, Menotti Del Picchia e Darius Milhaud.

Porém grande parte das músicas de Marcelo Tupynambá permanece desconhecida do público em geral também porque cantores e músicos não têm fácil acesso a suas partituras.

O descaso perante a obra de Marcelo Tupynambá, que parece ser histórico, foi relatado primeiramente por Mário de Andrade, em artigo da década de 20 para a revista cultural "Ariel" e em seu famoso livro "Uma Pequena História da Música". O autor de "Macunaíma" queixava-se, já naquele tempo, dos músicos que abandonavam as partituras de Marcelo Tupynambá como se fossem moda passageira. O pensador, que liderou uma geração de compositores comprometidos com o desenvolvimento de uma verdadeira música nacional, de Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Luciano Gallet e tantos outros, se referia à música de Marcelo Tupynambá como um dos mais sólidos pilares da cultura brasileira. Dizia ser "escritas como entre o povo se faz arte". E chegou a analisar:

"O que exalta a música de Marcelo Tupynambá é a linha melódica. Muito pura e variada. O compositor encerra nela a indecisão heterogênea de nossa formação racial...é atualmente, entre os nossos melodistas de nome conhecido, o mais original e perfeito."

Marcelo Tupynambá e sua esposa Irene Menezes
Em outro trecho conclusivo do artigo da "Ariel"Mário de Andrade afirma, quase que profeticamente:

"Não se ouve mais o 'Matuto', ninguém mais se lembra de 'Ao Som da Viola'. Mas é possível que um dia os compositores nacionais, conscientes da sua nacionalidade e destino, queiram surpreender a melodia mais bela e original de seu próprio povo. As músicas de Marcelo Tupynambá serão nesse dia observadas com admiração e amadas com mais constância. Elas o merecem e o artista que as compôs, será lembrado, como um dos que melhor e primeiramente souberam surpreender os balbucios da consciência nacional nascente."
Foi, ainda Mário de Andrade, parceiro responsável pelos versos de "Canção Marinha", música de Marcelo Tupynambá, gravada em disco pela cantora Inezita Barroso.

O compositor francês Darius Milhaud, pertencente ao Grupo dos Seis (Les Six) em Paris, de passagem pelo Brasil no final da década de 1910, também descreveu a falta de atenção dos músicos brasileiros aos temas de Marcelo TupynambáDarius Milhaud classificou Marcelo Tupynambá como "umas das glórias e jóias da arte brasileira", e afirmou que suas melodias seriam como estrelas–guia da nossa riqueza musical, ignorada, desperdiçada, sem maiores explicações.

"Tupynambá e Nazareth precedem a música de seu país como aquelas duas grandes estrelas do céu sulino (Centauro e Alfa Centauri) precedem os cinco diamantes do Cruzeiro do Sul."
(Darius Milhaud, in La Revue Musicale, 1920)

Darius Milhaud fez o que aconselhava a todo músico brasileiro: estudou-as e tratou ele mesmo de citar sete melodias de Marcelo Tupynambá em uma das suas músicas mais interpretadas até os dias atuais, o balé "Le Boeuf Sur Le Toit".

Villa-Lobos, em 28/04/1923, concedeu um retrato autografado a Marcelo Tupynambá, que juntamente com o retrato assinado do maestro Eleazar de Carvalho e Souza Lima, tinham lugares reservados em cima do piano do compositor. Numa outra ocasião, Villa-Lobos, considerado nosso maior compositor, afirmou ter composto uma sinfonia sob inspiração dos temas de Marcelo Tupynambá, e assim escreveu na dedicatória: "Foi de um tema, de uma parte de tua alma sonora, filha dos trópicos de nosso Brasil, que criei esta sinfonia sertaneja."

Registro da participação de Marcelo Tupynambá em programas da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (08/10/1925)
As partituras da coleção Marcelo Tupynambá, em sua maioria, são para canto e piano, piano solo, coro, banda e orquestra. Uma obra extensa, composta por mais de trezentas partituras para canto e piano (canções) e piano solo, uma dezena de peças para coro e orquestra (operetas), outra dezena de músicas para orquestra sinfônica (bailados e trilha sonora) e ainda algumas composições para instrumento solo e piano (lendas para violino e piano) e outras para coro (motivos folclóricos e música sacra).

Toda essa diversidade de composições incluíam colaboradores, letristas, parceiros e arranjadores. Os versos das canções de Marcelo Tupynambá são dos poetas Guilherme de AlmeidaMenotti Del PicchiaMário de Andrade, Afonso Schmidt, Amadeu Amaral, Manuel Bandeira, Castello Netto, Olegário Mariano, Homero Prates, Alphonsus de Guimarães, entre outra dezena de escritores, alguns representantes da Semana de Arte Moderna de 1922.

Participaram de arranjos de músicas suas os maestros Guerra-PeixePixinguinha, Gabriel Migliori, Souza Lima e Gaó. Interpretaram suas canções Francisco Alves, Vicente Celestino, Silvio CaldasInezita Barroso e Zizi Possi. Gravaram suas músicas Pixinguinha e Oito Batutas, Altamiro Carrilho, Eudóxia de Barros e Mário de Azevedo.

Escreveram criticamente sobre sua obra Oswald de AndradeMário de Andrade, Vasco Mariz, Ary Vasconcelos, Mariza Lira, Edigar de Alencar, José G. Vinci de Moraes, Manoel Aranha Correa do Lago, Renato Almeida, Bruno Kiefer, Aloysio Alencar Pinto, Darius Milhaud, Oneyda Alvarenga, Benedito Pires de AlmeidaMenotti Del Picchia, José Miguel Wisnik, Zuza Homem de Mello, José Ramos Tinhorão, Homero PratesManuel Bandeira, Elizabeth Travassos, Ulisses Paranhos, Cravo Albin, Jairo Severiano, Duprat Fiúza, Beatriz Leal Guimarães, Sérgio Millet e Ailton Rodrigues.

O teatro musicado pode ser considerado o primeiro divulgador da música de Marcelo Tupynambá. Tão logo suas canções faziam sucesso nos espetáculos, as canções passavam a ser editadas no formato de partitura e gravadas em disco. A partir de 1924, também o rádio se tornaria outro importante instrumento de divulgação de sua obra.

Marcello Tupynambá e Edgard Arantes
Marcelo Tupynambá foi pioneiro na função de diretor artístico da Rádio EducadoraRádio BandeirantesRádio RecordRádio TupiRádio Gazeta em São Paulo. Para o cinema, escreveu trilhas sonoras e seu oficio no dia a dia, assim como o de Ernesto Nazareth, era acompanhar as fitas de cinema mudo.

Marcelo Tupynambá atuou desde sempre para o reconhecimento e valorização da arte popular brasileira. Ele preocupava-se com a música regional, por exemplo: as modas e toadas do interior, com melodias simples e letras inspiradas em assuntos do cotidiano, eram recriadas em versão para voz e piano.

Atuando em diversos campos artísticos, o compositor deve ser considerado um legítimo representante da consolidação da canção brasileira como música nacional por excelência.

Marcelo Tupynambá foi casado com Irene Menezes Lobo, com quem teve os filhos: Cecilia, Helena, Samuel, Cláudio, Eduardo, Thereza e Ignês.

A herma que os tieteenses ergueram em sua homenagem foi inaugurada em 27/08/1967. O dia 30 de maio foi instituído "Dia de Marcelo Tupynambá" pela Lei n° 1.149 de março de 1972.


José Messias

JOSÉ MESSIAS CUNHA
(86 anos)
Cantor, Compositor, Escritor, Radialista, Apresentador, Produtor, Jornalista, Crítico e Jurado

☼ Bom Jardim de Minas, MG (07/10/1928)
┼ Rio de Janeiro, RJ (12/06/2015)

José Messias da Cunha foi um compositor, cantor, escritor, músico, radialista, apresentador e produtor de programas de rádio e televisão, além de jornalista, crítico musical e jurado musical em programas de talentos na televisão. Personagem de destaque expressivo na cultura artística brasileira durante várias décadas, desde a era de ouro do rádio e o início da televisão no país.

José Messias nasceu em 07/10/1928, no município de Bom Jardim de Minas, MG. Nascido de família pobre, mas extremamente musical, onde o pai e o avô eram regentes de banda, o tio era trombonista, ainda jovem começou a compor músicas para blocos de carnaval. Essa verve artística e musical iria acompanhá-lo por toda a sua vida nas múltiplas facetas de expressão.

Mudou-se, mais tarde, para Barra Mansa, RJ, trazido por um parente de nome José Gentil, nascido também em Bom Jardim de Minas, já falecido, que foi quem o levou para o Rio de Janeiro. Este parente foi quem o ensinou a ler e escrever, pois como é sabido, José Messias não tinha estudo quando morava em Bom Jardim de Minas. Este seu parente era auto ditada, falando fluentemente latim, inglês e esperanto, e ainda grande conhecedor da gramática da língua portuguesa. E ali aprendeu os ofícios do circo em pequenas companhias locais, havendo atuado, inclusive como palhaço.

Em 1945 seguiu para o Rio de Janeiro, onde viveria por várias décadas, e participou de vários programas de rádio, entre os quais, "Papel Carbono", de Renato Murce. Estudou no Liceu de Artes e Ofícios. Trabalhou, também, durante algum tempo, no comércio, até que foi apresentado ao compositor Herivelto Martins, de quem veio a ser então secretário.

Com esse trabalho e com o relacionamento no meio artístico de então, oportunidades começaram a surgir, e José Messias chegou a substituir Grande Otelo em vários espetáculos. Continuava a compor músicas de Carnaval e, em 1952, conseguiu que fosse gravada a "Marcha do Coça Roça", sua primeira composição, que veio a ser interpretada por Heleninha Costa.

Seguiram-se, depois, várias outras interpretações de composições suas, por artistas famosos da época de ouro do rádio brasileiro: Emilinha Borba, Francisco Carlos, Marlene, e Quatro Ases e Um Coringa. Nessa época escreveu para jornais e revistas.

Em 1954, o então Ministro do Trabalho João Goulart nomeou-o para o Serviço de Recreação Operária, porém à disposição da Rádio Mauá, o que lhe permitiu continuar a desenvolver seus atributos musicais.

Em 1955, estreou como apresentador de auditório na Rádio Mayrink Veiga. Por dez anos, ele acumulou o exercício da função pública com as atividades privadas de direção e de apresentação de programas em várias radio-emissoras daquela época no Rio de Janeiro, como Rádio Mundial, Rádio Carioca, Rádio Metropolitana, Rádio Tupi, Rádio Guanabara e Rádio Nacional.


Identificado com a juventude da época, José Messias renovou o cenário musical de então. Criou, em conjunto com Carlos Imperial e Jair de Taumaturgo, o marcante movimento de renovação e vanguarda musical que veio a ser a Jovem Guarda.

Vanguardista em cultura musical, ele efetivamente lançou ao estrelato muitos cantores, por meio do seu programa "Favoritos da Nova Geração". Figuram entre os mais conhecidos e famosos os artistas Clara Nunes, Jerry Adriani, Roberto Carlos e Wanderley Cardoso, dentre muitos outros.

Ainda em 1955, compôs o samba "A Mão Que Afaga", com Raul Sampaio, gravado na Continental, pelos Vocalistas Tropicais.

Em 1956, estreou em discos pela pernambucana gravadora Mocambo, registrando a batucada "Macumbô" (José Messias e Carlos Brandão) e o samba "Deus e a Natureza" (José Messias e Carlos Brandão).

Em 1957, gravou na Copacabana os sambas "Ai, Ai, Meu Deus" (Amorim Roxo e Nelinho) e "Vou Beber" (José Messias e Carlos Brandão).

Em 1959, gravou pela Continental o mambo "Você Aí" (José Messias) e o samba "Fim de Safra" (Luiz de França e Zé Tinoco). Nesse ano, seu samba "O Sono de Dolores", em homenagem a Dolores Duran, que acabara de falecer, foi gravado por Ângela Maria e Mara Silva na Rádio Copacabana.

Em 1960, gravou na Polydor a "Marcha da Condução" (José Messias) e "Garoto Solitário" (Adelino Moreira), sucesso no carnaval do ano seguinte. Nesse ano, Carlos Augusto gravou seu bolero "Chega".

Em 1961, gravou na Philips o rock "Rock do Cauby" (José Messias) e o samba "Amor de Verão"(Edgardo Luiz e Geraldo Martins).

Em 1962, obteve destaque com a "Marcha do Carequinha". Gravou na Rádio Mocambo o cha-cha-chá "Garrincha-cha" (Rutinaldo), homenagem ao jogador de futebol Garrincha, do Botafogo do Rio de Janeiro. Nesse ano, seu bolero "Pecador", foi gravado por Silvinho. No começo dessa década, foi um dos radialistas que mais apoiou o movimento ligado ao rock, prestigiando os artistas ligados à Jovem Guarda.

Em 1963, gravou na RGE o "Twist do Pau de Arara" (Raul Sampaio e Francisco Anísio) e o "Cha Cha Cha do Carequinha" (José Messias). Ainda gravou na Odeon as marchas "Deus Tem Mais Pra Dar" (Valfrido Silva, Gadé e Humberto de Carvalho) e "Marcha do Pica-Pau" (Valfrido Silva e Humberto de Carvalho). Também em 1963, teve a música "Aconteça o Que Acontecer" gravada pelo Trio Esperança.

Em 1969, gravou a música "Terreiro de Outro Rei" (José Messias) no LP "O Fino da Roça", de Jackson do Pandeiro. Atuou também na TV Tupi, TV Continental, TV Rio e TV Excelsior. Na TV Tupi, participou dos programas "Flávio Cavalcanti" e "A Grande Chance".

No SBT, de São Paulo, participou, desde o ano 2000, do "Programa Raul Gil", bem como teve atuação muito permanente nas mais diversas emissoras da radiofonia carioca, especialmente a Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Em 2000, teve a música "Travesseiro" relançada na voz de José Ricardo, no CD "José Ricardo - Serenata Suburbana", do selo Revivendo.

Em 2002, produziu o CD "Seleção Nota 10 de José Messias" pela Warner.

Compositor

Compositor desde a juventude, José Messias é sócio honorário da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM). É autor de mais de duzentas composições. Algumas delas foram gravadas por grandes nomes da Música Popular Brasileira, entre artistas e grupos musicais, como Ângela Maria, Caetano Veloso, Cauby Peixoto, Clara Nunes, Dircinha Batista, Emilinha Borba, Jair Rodrigues, José Ricardo, Linda Batista, Marisa Monte, Nelson Gonçalves, Pery Ribeiro, Quarteto em Cy, Roberto Carlos, Sílvio César, entre outros.

Rádio e Televisão

José Messias foi, também, apresentador e diretor em várias emissoras de rádio e de televisão do Rio de Janeiro. Como tal, dirigiu Flávio Cavalcanti, Aírton Rodrigues e Lolita Rodrigues entre outros.

"A Grande Chance"

Na década de 1970, enquanto ainda trabalhava na rádio, ingressou também nas duas principais emissoras de televisão cariocas, a TV Tupi e a TV Rio. Veio, assim, pouco depois, a compor o juri musical mais importante da televisão brasileira da época, no então famoso programa "A Grande Chance", apresentado por Flávio Cavalcanti.

Conforme relato do jornalista, radialista e estudioso da música popular brasileira, Osmar Frazão, a última formação do programa "A Grande Chance" contou com a participação dos seguintes jurados: Umberto Reis, Erlon Chaves, Osmar Frazão, Artur Faria, Cidinha Campos (depois retornou Márcia de Windsor), Carlos Renato, Jorge Mascarenhas, além de José Messias, sendo que Osmar Frazão entrou para substituir Sérgio Bittencourt, que ficou uma temporada em São Paulo. Por tal razão, Osmar Frazão, nesse programa, foi batizado por Flávio Cavalcanti de "A Enciclopédia da Musica Popular Brasileira".

Foi, ainda, Osmar Frazão a convidá-lo como apresentador do programa denominado "A Hora dos Calouros" na Rádio Nacional.

Apresentador

Em 1966, a Rádio Nacional contratou-o como locutor, apresentador e produtor, onde apresentou, entre outros, o "Show da Cidade", o "Programa José Messias", "A Hora dos Calouros" e "Viva a Jovem Guarda".

Em 1972, transferiu-se para a TV Bandeirantes e o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), e então produziu e dirigiu o "Clube dos Artistas", então apresentado pelo casal Airton Rodrigues e Lolita Rodrigues.

Em 1974, criou o quadro "Pra Quem Você Tira o Chapéu", que já foi apresentado por vários artistas.

Anos depois, passou o comando a Raul Gil e participou de seu programa desde 1998, como jurado fixo.

No inicio da década de 80, enquanto ainda integrava a Rádio Nacional, adquiriu emissoras de rádio da Região dos Lagos e do Jornal de Negócios, assumindo, em 1990, a superintendência do Sistema Serramar de Comunicações, que então congregava cinco emissoras.

Em 1998, assumiu a titularidade da Secretaria de Cultura, Educação, Esporte e Lazer de Saquarema.

Jurado Musical

Em 2002, convidado pelo também apresentador, compositor e cantor Raul Gil, tornou-se jurado no "Programa de Calouro do Raul Gil". Além da função de jurado ilustre, nos vários programas de talentos apresentados por Raul Gil, em sucessivas redes de televisão, José Messias dedicou-se ao resgate da memória do rádio e da televisão brasileiros.

Escritor

José Messias da Cunha foi membro da Academia Nacional de Letras e Artes. Recentemente, lançou seu primeiro livro, "Sob a Luz das Estrelas: Somos Uma Soma de Pessoas". Na obra, ele apresenta a história de sua vida e carreira, bem como exibe um valioso retrospecto da história do rádio e da televisão no Brasil, história da qual foi co-protagonista.

Morte

José Messias morreu na noite de sexta-feira, 12/06/2015, aos 86 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado há cerca de dez dias no Hospital Italiano, no Grajaú, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Segundo nota de pesar do SBT, José Messias teve falência múltipla de órgãos em decorrência de uma complicação renal.

Família e amigos se despediram de José Messias na tarde de sábado, 13/06/2015. Seu corpo foi enterrado no Cemitério de Saquarema, no Rio de Janeiro, por volta das 15:00 hs. Durante toda a manhã, as pessoas mais próximas de José Messias estiveram reunidas em um velório que aconteceu em uma capela ao lado do Hospital Municipal Nossa Senhora de Nazareth, em Bacaxá, distrito de Saquarema.

Condecorações

José Messias da Cunha foi condecorado com vários méritos, entre diplomas, troféus e medalhas, com especial destaque para:

  • Cidadão Benemérito da Cidade do Rio de Janeiro
  • Medalha Tiradentes
  • Prêmio Noel Rosa (Pelo Sindicato dos Compositores)

Discografia


  • 1956 - Macumbô / Deus e a Natureza (Mocambo, 78 rpm)
  • 1957 - Ai, Ai, Meu Deus / Vou Beber (Copacabana, 78 rpm)
  • 1959 - Você Aí / Fim de Safra (Continental, 78 rpm)
  • 1960 - Marcha da Condução / Garoto Solitário (Polydor, 78 rpm)
  • 1961 - Rock do Cauby / Amor de Cerão (Philips, 78 rpm)
  • 1962 - Garrincha-cha / Duas Mães (Mocambo, 78 rpm)
  • 1962 - Maria Carnaval / Marcha do Carequinha (Philips, 78 rpm)
  • 1962 - Trenzinho de Brinquedo-Piuí / Dorme (Mocambo, 78 rpm)
  • 1963 - Deus Tem Mais Pra Dar / Marcha do Pica-Pau (Odeon, 78 rpm)
  • 1963 - Twist do Pau de Arara / Cha Cha Cha do Carequinha (RGE, 78 rpm)

Fonte: Wikipédia e Ego

José Domingos Raffaelli

JOSÉ DOMINGOS RAFFAELLI
(77 anos)
Jornalista, Crítico Musical, Escritor, Radialista e Produtor

☼ Rio de Janeiro, RJ (15/10/1936)
┼ Rio de Janeiro, RJ (26/04/2014)

José Domingos Raffaelli trabalhou para as seguintes publicações:

Jornais
  • 1954 - Le Matin (Antuérpia, Bélgica)
  • 1972-1987 - Jornal do Brasil (Rio de Janeiro)
  • 1973-1976 - Estado do Paraná (Curitiba)
  • 1976-1981 - Diário do Paraná (Curitiba)
  • 1987-2002 - O Globo (Rio de Janeiro)
  • 2002-2003 - O Tempo (Belo Horizonte)
  • 2005 - Jornal das Gravadoras (Rio de Janeiro)
Revistas:
  • 1949-1950 - Quinta Avenida (São Paulo)
  • 1976-1981 - Quem (Curitiba)
  • 1979-1989 - Somtrês (São Paulo)
  • 1980 - Musical Meeting (Rio de Janeiro)
  • 1986-1989 - Senhor (Rio de Janeiro)
  • 1993-1996 - Ele & Ela (Rio de Janeiro)
  • 1993-1997 - Qualis (São Paulo)
  • 2002 - International Magazine (Rio de Janeiro - A partir de 2002)

Atuou como correspondente brasileiro das seguintes revistas estrangeiras:

  • 1980-1993 - Jazz Journal (Inglaterra)
  • 1984-1990 - Jazz Hot (França)
  • 1986-1992 - Jazz Forum (Polônia)
  • 1989-1996 - Billboard (Estados Unidos)
  • 1995-1999 - Jazz Life (Japão)
  • 1996-1998 - Cadence International (Estados Unidos)
  • 1998-2000 - JazzIt (Itália)

Assinou cerca de 800 textos para contracapas e releases de discos de jazz e música brasileira para Cia. Brasileira de Discos, Mocambo, Sinter, Philips, Phonogram, PolyGram, Imagem, RCA Victor, Odeon, EMI, Inner City, Milestone, Empathy, Visom, Leblon, Malandro Records, DeckDisc e Delira Música, além de discos independentes.

Na televisão, trabalhou na TV-Educativa (1987), como apresentador do concerto de Oscar Peterson no Teatro Cultura Artística, São Paulo, TV-Manchete (1990-1994), como redator do programa "Free Jazz In Concert", Globo News (2005), como entrevistado no programa de 40 anos da morte do cantor Nat King Cole.

No Rádio, atuou como produtor e apresentador dos programas "Jazz em Desfile" (1956-1957 / Rádio Mayrink Veiga), "Arte Final: Jazz" (1985-1987 / Rádio Jornal do Brasil AM-Estéreo), "Jazz na Imprensa" (1988-1991 / Rádio Imprensa FM), "Jazz na Eldorado" (1991 / Rádio Eldorado AM), "Jazz na CBN" (1991-1993 / Rádio CBN), "O Mundo do Jazz" (1992-1994 / Rádio MEC FM e AM), "Brasil Instrumental" (1993-1994 / Rádio MEC AM) e "O Mundo do Jazz" (1997 / Rádio MEC FM e AM), e como produtor do programa "Domingo Sem Futebol" (1980-1983 / Rádio Guaira, Curitiba).

Foi responsável pela produção dos seguintes eventos:

  • 1979-1980 - "Música Instrumental na Universidade Candido Mendes"
  • 1995-2000 - "Sextas de Jazz" (Hotel Novo Mundo)
  • 2002 - "Chivas Jazz Festival"
  • 2003 - "Chivas Jazz Festival"
  • 2004 - "Chivas Jazz Festival"
  • 2003-2004 - "Chivas Jazz Lounge" (Restaurante Epitácio e Mistura Fina)

Produziu concertos de Dôdo Ferreira (2003), Osmar Milito Trio (2003), Brazilian Jazz Trio - Hélio Alves, Nilson Matta e Duduka da Fonseca (2004) e Quinteto Victor Assis Brasil (2004).

Ao longo de sua trajetória profissional, proferiu inúmeras palestras sobre jazz e música popular brasileira.

Publicou os seguintes livros:

  • 1978 - "Miles Davis, Vida e Obra"
  • 1991 - "CD Clássicos & Jazz" Co-autor da seção de jazz em parceria com Zuza Homem de Mello e Alberico Cilento
  • 2000 - "Guia de Jazz em CD" Em parceria com Luiz Orlando Carneiro

José Domingos Raffaelli foi um dos fundadores e dirigiu o Rio de Janeiro Jazz Clube (1951), o Clube Amigos do Jazz (1952) e a Sociedade Brasileira de Jazz (1980). Foi diretor honorário do Clube de Jazz e Bossa (1965).

Atuou como colaborador da discografia "Jazz Records" (1942-1980), de Erik Raben (Dinamarca), da "Modern Jazz Discography" (1981-1985), de Walter Bruyninckz (Bélgica), e da discografia de Bill Evans (1982), de Karl Emil Knudsen (Dinamarca).

Fez parte do júri do III Festival de Música Brasileira (1985 - Cascavel, PR) e de cinco edições do Prêmio BDMG-Instrumental (2001-2005, Belo Horizonte).

Recebeu as seguintes premiações:
  • 1989 - Distinción Jazzologia "Por Su Valiosa Contribuición al Jazz", outorgada pelo Centro Cultural San Martin (Buenos Aires)
  • 1999 - Troféu "In Recognition Of Outstanding Service And Dedication To Jazz", outorgado pela International Association Of Jazz Educators (IAJE)

Assinou o texto introdutório do catálogo "Clube de Jazz e Bossa", editado, em 2004, pelo Instituto Cultural Cravo Albin. A coletânea incluiu mais cinco catálogos temáticos e veio acompanhada por um CD remissivo aos temas abordados.

Morte

José Domingos Raffaelli morreu no sábado, 26/04/2014, aos 77 anos. Ele lutava contra um tumor na coluna e estava internado no Hospital Souza Aguiar. Foi enterrado no domingo, 27/04/2014, às 16:66 hs, no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo.

Em abril deste de 2014, seu filho Flávio fez um post no Facebook avisando a amigos que a doença já estava em metástase.

Pietro Bardi

PIETRO MARIA BARDI
(99 anos)
Jornalista, Ensaísta, Galerista, Marchand, Historiador, Crítico, Colecionador, Expositor e Negociador de Obras de Arte

☼ La Spezia, Itália (21/02/1900)
┼ São Paulo, SP (10/10/1999)

Pietro Maria Bardi foi um jornalista, historiador, crítico, colecionador, expositor e negociador de obras de arte. Pietro Maria Bardi ou simplesmente P.M. Bardi foi, junto com Assis Chateaubriand, o responsável pela criação do Museu de Arte de São Paulo (MASP), sendo seu diretor por 45 dedicados anos consecutivos.

Filho de Pasquale Bardi e Elisa Viggioni, Pietro era o segundo de quatro irmãos. Diziam que era de poucos amigos e que sua vida escolar foi bastante atribulada. O próprio Pietro Bardi declarou, em inúmeras entrevistas, ter sido reprovado quatro vezes na terceira série do ensino fundamental.

Abandonou a escola ainda novo, desanimado pelo insucesso, e atribuía sua inteligência a um acidente doméstico, após uma queda em que feriu a cabeça, onde a partir daí tomou gosto pela leitura. Lia absolutamente tudo que podia durante sua adolescência, hábito que o acompanhou por toda a vida.

Pietro Bardi ao lado da estátua de Assis Chateaubriand
Jornalismo

Ainda rapaz, Pietro Bardi trabalhou como operário assistente no Arsenale Marittimo e, em seguida, tornou-se aprendiz em um escritório de advocacia. Em 1917 foi convocado para integrar o Exército italiano e partiu de La Spezia para não mais retornar.

É nessa fase que ele iniciou de fato sua carreira jornalística, antes já esboçada em alguns artigos e colaborações a jornais como Gazzetta di Genova e o Indipendente e com a publicação, aos 16 anos, de seu primeiro livro, um ensaio sobre colonialismo.

Instalado em Bérgamo desde a baixa na carreira militar, Pietro Bardi encontrou trabalho no Giornale di Bergamo. Mais tarde, integrou a equipe do Popolo di Bergamo, Secolo, Corriere della Sera, Quadrante, Stile e muitos outros.

Escrever foi sua principal atividade profissional até a morte, a maneira encontrada para manifestar seu estilo polêmico e a crítica baseada no conhecimento profundo e na vivência cotidiana da arte, da política e principalmente da arquitetura.

Arte

Em 1924, Pietro Bardi transferiu-se para Milão e casou-se com Gemma Tortarolo, com quem teve duas filhas, Elisa e Fiorella. Foi em Milão que ele começou uma aventura como marchand e crítico de arte, com a aquisição da Galleria dell'Esame.

Em 1929 tornou-se diretor da Galleria d'Arte di Roma e mudou-se para a capital.

Trazendo uma exposição a Buenos Aires, passou pelo Brasil pela primeira vez em 1933. Foi nessa ocasião que viu a Avenida Paulista, futuro endereço do Museu de Arte de São Paulo (MASP).

Após a Segunda Guerra Mundial, Pietro Bardi conheceu a arquiteta Lina Bo no Studio d'Arte Palma, em Roma, onde ambos trabalhavam. Ele divorciou-se e casou-se com Lina Bo em 1946. No mesmo ano, atiraram-se à aventura da vinda para o Brasil, país com a perspectiva de prosperidade e cenário de uma arquitetura talentosa e promissora, situação oposta à da Europa, que amargava a reconstrução nos anos pós-guerra.

O casal alugou o porão de um navio cargueiro, o Almirante Jaceguay. Partiram de Gênova trazendo uma significativa coleção de obras de arte e peças de artesanato que seriam organizadas numa série de mostras. Transportaram também a enorme biblioteca do marchand. Chegaram ao Rio de Janeiro em 17/10/1946.

Lina Bo e Pietro Bardi
Com as obras trazidas da Itália, Pietro Bardi organizou a Exposição de Pintura Italiana Moderna, em cujos salões conheceu o empresário Assis Chateaubriand, que o convidou para montarem juntos um museu há muito tempo idealizado.

De 1947 a 1996 Pietro Bardi criou e comandou o Museu de Arte de São Paulo (MASP). Paralelamente, manteve sua atividade de ensaísta, crítico, historiador, pesquisador, galerista e marchand.

Publicou, em 1992, seu 50º e último livro, "História do MASP".

Em 1996, já adoecido, afastou-se do comando do museu.

Fundou, ao lado de Massimo Bontempelli, a revista Quadrante, importante periódico no qual diversos arquitetos modernos italianos, como Giuseppe Terragni, puderam publicar suas obras.

Abatido e com sua saúde debilitada desde a morte de Lina Bo, em março de 1992, morreu em 10/10/1999, tendo cumprido quase um século de vida a provar sua definição de si próprio, em resposta ao parceiro Assis Chateaubriand"Sim, sou um aventureiro".

Fonte: Wikipédia

Barbara Heliodora

HELIODORA CARNEIRO DE MENDONÇA
(91 anos)
Diretora, Crítica e Professora Teatral, Roteirista, Figurinista, Tradutora e Ensaísta

* Rio de Janeiro, RJ (29/08/1923)
+ Rio de Janeiro, RJ (10/04/2015)

Heliodora Carneiro de Mendonça, ou Barbara Heliodora, foi diretora crítica e professora teatral, roteirista, figurinista, tradutora, ensaísta e uma das maiores autoridades brasileiras da obra de William Shakespeare. Era filha do historiador Marcos Claudio Philippe Carneiro de Mendonça e e da poetisa Anna Amelia de Queiroz Carneiro de Mendonça.

Barbara Heliodora fez o Bacharelado em Língua e Literatura Inglesas no Connecticut College, nos Estados Unidos, e o Doutorado em Artes na Universidade de São Paulo (USP). Começou a carreira como jornalista aos 35 anos. Nessa época, estreou na crítica teatral por insistência de seus amigos que trabalhavam no meio e conheciam sua admiração pela arte.

Pela relevância de seu trabalho, ao longo de sua carreira recebeu o título de Oficial da Ordre des Arts et des Lettres, da França, a Medalha Connecticut College, nos Estados Unidos e a Medalha João Ribeiro, da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 2005, pelos serviços prestados à cultura brasileira. Era Professora Titular aposentada da Universidade do Rio de Janeiro (UNI-RIO) e Professora Emérita da mesma Universidade.

Entre suas atividades profissionais, exerceu sobretudo o ofício de crítica teatral, mas desempenhou outros papéis no cenário cultural nacional, entre os quais o de diretora do Serviço Nacional de Teatro (1964-1966); o de fundadora e duas vezes presidente do Círculo Independente de Críticos Teatrais (RJ-SP); de membro do júri do Prêmio Molière, desde sua criação até a extinção, membro do júri do Prêmio Mambembe; integrante da equipe de jurados para as bolsas da Rio-Arte na área de teatro e membro de júris de incontáveis outras premiações.


Exerceu também a atividade de tradutora, tendo em seu currículo a publicação em português de cerca de 40 livros de vários gêneros e autores de língua inglesa e um mesmo número de peças de teatro de autores diversos além de, como especialista da obra de William Shakespeare, ter traduzido boa parte das peças do "bardo".

Barbara Heliodora tornou-se uma das mais respeitadas especialistas em Shakespeare do país. Sua paixão pelo dramaturgo inglês começou na infância e, segundo a própria Barbara Heliodora, continuou por toda a vida: ela dizia que Shakespeare foi um grande e fiel amigo.

Entre suas obras, destacam-se os livros: "A Expressão Dramática do Homem Político em Shakespeare", "Falando de Shakespeare" e "Martins Pena, Uma Introdução".

Participou de publicações coletivas, tendo escrito capítulos ou artigos em livros como "A História da Cultura no Brasil" (MEC); "A Era do Barroco" (MNBA); "Theatre Companies Of The World" (Kullman & Young); "Escenarios de dos Mundos" (Centro de Documentación Teatral, Espanha); e freqüentemente teve artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais, entre os quais citam-se o Shakespeare Survey; o Shakespeare Quarterly; o Shakespeare Bulletin; a revista Bravo!; a revista República; e os jornais Estado de São Paulo e Folha de São Paulo.

Como crítica, era admirada e temida: "Eu me indispus com muita gente", dizia. "Mas agora passo por cima de tudo isso. Não tenho rancores. Só projetos", disse em 2014 em entrevista a revista Época.

Barbara Heliodora se aposentou no final de 2013, quando anunciou que abandonaria a coluna que mantinha no jornal O Globo. Pretendia continuar trabalhando como tradutora.

Morte

Bárbara Heliodora morreu na manhã de sexta-feira, 10/04/2015, aos 91 anos, no hospital Samaritano, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ela estava internada desde o dia 21/03/2015. Ela deixou três filhas e quatro netos.

Fonte: Instituto de Artes Unicamp e Época
Indicação: Fadinha Veras

Ivan Junqueira

IVAN JUNQUEIRA
(79 anos)
Jornalista, Poeta e Crítico Literário

* Rio de Janeiro, RJ (03/11/1934)
+ Rio de Janeiro, RJ (03/07/2014)

Ivan Junqueira foi um jornalista, poeta e crítico literário brasileiro. Era membro da Academia Brasileira de Letras.

Nasceu e realizou seus primeiros estudos no Rio de Janeiro, no Colégio Notre Dame, em Ipanema, posteriormente tendo ingressado nas faculdades de Medicina e Filosofia da Universidade do Brasil, não chegando a concluí-las.

Em 1963 tornou-se jornalista, atuando como redator da Tribuna da Imprensa. Atuou depois no Correio da Manhã, Jornal do Brasil e O Globo, nos quais foi redator e sub-editor até 1987.

Foi assessor de imprensa e depois diretor do Centro de Informações das Nações Unidas no Rio de Janeiro entre 1970 e 1977, e tornou-se mais tarde supervisor editorial da Editora Expressão e Cultura e diretor do Núcleo Editorial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), além de colaborador da Enciclopédia Barsa, Encyclopædia Britannica, Enciclopédia Delta Larousse, Enciclopédia do Século XX, Enciclopédia Mirador Internacional e Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro, este último editado pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi também assessor de Rubem Fonseca na Fundação Rio.


Como crítico literário e ensaísta, colaborou com jornais e revistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, e também com publicações especializadas nacionais e estrangeiras, entre elas: Colóquio Letras, Revista do Brasil, Senhor, Leitura e Iberomania.

Em 1984 foi escolhido como a "Personalidade do Ano" pela União Brasileira de Escritores (UBE).

Foi assessor da Fundação Nacional de Artes Cênicas (Fundacen) de 1987 a 1990. Em 1991 transferiu-se para a Fundação Nacional de Arte (Funarte), onde foi editor da revista Piracema e chefe da Divisão de Texto da Coordenação de Edições até 1997, quando se aposentou do serviço público. Foi ainda editor adjunto e depois editor executivo da revista Poesia Sempre, da Fundação Biblioteca Nacional.

Como poeta, já teve seus livros traduzidos para o alemão, chinês, dinamarquês, espanhol, francês, inglês, italiano e russo.

Ivan Junqueira foi membro do Pen Clube do Brasil.


Morte

Ivan Junqueira morreu na quinta-feira, 03/07/2014, aos 79 anos no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele estava internado há um mês e teve insuficiência respiratória. O corpo do acadêmico foi sepultado no Cemitério São João Batista.


Prêmios Recebidos

  • 1981 - Prêmio Nacional de Poesia, do Instituto Nacional do Livro (INL)
  • 1985 - Prêmio Assis Chateaubriand, da Academia Brasileira de Letras
  • 1985 - Prêmio Nacional de Ensaísmo Literário, do Instituto Nacional do Livro (INL)
  • 1991 - Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte
  • 1992 - Prêmio da Biblioteca Nacional
  • 1994 - Prêmio José Sarney de poesia inédita, do Memorial José Sarney
  • 1995 - Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro
  • 1995 - Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, do Pen Clube do Brasil
  • 1999 - Prêmio Oliveira Lima, da União Brasileira de Escritores (UBE)
  • 2000 - Prêmio Jorge de Lima, da União Brasileira de Escritores (UBE)


Em 1998 recebeu a Medalha Cruz e Sousa, da municipalidade de Florianópolis, e, em 1999, a Medalha Paul Claudel, da União Brasileira de Escritores (UBE). Em 2002 foi patrono do IV Concurso Nacional de Poesia Viva, patrocinado pelo jornal Poesia Viva.


Academia Brasileira de Letras

Ivan Junqueira ocupava a cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio