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Gal Costa

GAL MARIA DA GRAÇA PENNA BURGOS COSTA
(77 anos)
Cantora, Compositora e Multi-Instrumentista

☼ Salvador, BA (26/09/1945)
┼ São Paulo, SP (09/11/2022)

Gal Maria da Graça Penna Burgos Costa, nascida Maria da Graça Costa Penna Burgos e conhecida como Gal Costa, foi uma cantora, compositora e multi-instrumentista nascida em Salvador, BA, no dia 26/09/1945. Gal Costa foi eleita como a sétima maior voz da música brasileira pela revista Rolling Stone Brasil em 2012.

Gal Costa era filha de Mariah Costa Penna, sua grande incentivadora, falecida em 1993, e de Arnaldo Burgos. Sua mãe contava que durante a gravidez passava horas concentrada ouvindo música clássica, como num ritual, com a intenção de que esse procedimento influísse na gestação e fizesse que a criança que estava por nascer fosse, de alguma forma, uma pessoa musical. O pai de Gal Costa, morto quando ela tinha quatorze anos, sempre foi uma figura ausente, vazio plenamente preenchido pelo amor de sua mãe, além dos parentes.

Por volta de muito tempo se tornou amiga das irmãs Sandra e Dedé (Andreia) Gadelha, futuras esposas dos compositores Gilberto Gil e Caetano Veloso, respectivamente.

Em 1959 ouviu pela primeira vez o cantor João Gilberto cantando "Chega de Saudade" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) no rádio. João Gilberto também exerceu uma influência muito grande na carreira da cantora, que também trabalhou como balconista da principal loja de discos de Salvador da época, a Roni Discos.

Em 1963 foi apresentada a Caetano Veloso por Dedé Gadelha, iniciando-se a partir daí uma grande amizade e profunda admiração mútua.

Vida e Carreira

Gal Costa era discreta quanto a sua vida pessoal. Durante sua vida manteve relacionamentos estáveis, mas nunca foi oficialmente casada. De 1991 a 1992 viveu junto com o empresário Marco Pereira. Ela era assumidamente bissexual, e ao longo dos anos ficaram conhecidos seus relacionamentos afetivos com mulheres anônimas e famosas, dentre elas a cantora Marina Lima e a atriz Lúcia Veríssimo.

Em entrevistas revelou nunca ter conseguido engravidar devido a obstrução nas trompas, doença que surgiu ainda na adolescência, e que tentou o processo de fertilização, mas não obteve êxito. Seguindo os conselhos de sua mãe, decidiu entrar na fila de adoção, mas só quando tivesse emocionalmente certa deste passo.

Em 2007, conseguiu adotar um menino de dois anos de idade, que sofria de raquitismo devido às condições de miserabilidade extrema na qual vivia em uma favela carioca antes de ir para o abrigo. Ela o batizou como Gabriel. Em entrevistas, informou que o processo de adoção foi rápido, pois a criança não contemplava as características físicas que a maioria dos adotantes procurava.

Vivendo no Rio de Janeiro desde os anos 60, voltou a viver em Salvador nos fim dos anos 80, e em 2014 mudou-se com seu filho para São Paulo, vivendo em uma mansão nos Jardins. Revelou para a mídia gostar de viver na Capital Paulista, tendo se adaptado rapidamente a grande metrópole, e que tornou-se um ser humano melhor após a chegada de seu filho. Eventualmente era vista na mídia acompanhada de homens e mulheres anônimos.

No início da carreira e no primeiro compacto, a cantora se apresentava como Maria da Graça. Por sugestão do produtor Guilherme Araújo, no entanto, adotou o nome artístico Gal. Caetano Veloso não gostou da mudança, argumentando que "Gal." é abreviatura de general, de modo que o nome Gal Costa a fazia parecer homônima do então Presidente da República, o Gal. Costa e Silva.

Em entrevista concedida a Jô Soares, em 2013, a Gal Costa revelou que havia alterado o registro civil para incluir o apelido pelo qual ficou conhecida nacionalmente, passando a se chamar oficialmente Gal Maria da Graça Penna Burgos Costa.

Na religião, Gal Costa frequentava o candomblé, tendo sido iniciada no Terreiro do Gantois, por Mãe Menininha do Gantois.

Década de 1960

Gal Costa estreou ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Tom Zé e outros, o espetáculo "Nós, Por Exemplo..." (22/08/1964), que inaugurou o Teatro Vila Velha, em Salvador. Neste mesmo ano participou de "Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova", no mesmo local e com os mesmos parceiros.

Deixou Salvador para viver na casa da prima Nívea, no Rio de Janeiro, seguindo os passos de Maria Bethânia, que havia estourado como cantora no espetáculo "Opinião". A primeira gravação em disco se deu no disco de estreia de Maria Bethânia (1965): O duo "Sol Negro" (Caetano Veloso), seguido do primeiro compacto, com as canções "Eu Vim da Bahia" (Gilberto Gil) e "Sim, Foi Você" (Caetano Veloso) - ambos lançados pela RCA, que posteriormente transformou-se em BMG (atualmente Sony BMG) - gravadora à qual Gal Costa retornaria em 1984, com o álbum "Profana". No fim do ano conheceu João Gilberto pessoalmente.

Gal Costa participou do I Festival Internacional da Canção, em 1966, interpretando a canção "Minha Senhora" (Gilberto Gil e Torquato Neto), que não emplacou.

O primeiro LP foi lançado em 1967, ao lado do também estreante Caetano Veloso, "Domingo", pela gravadora Philips, que posteriormente transformou-se em Polygram (atualmente Universal Music), permanecendo neste selo até 1983. Deste disco fez grande sucesso a canção "Coração Vagabundo" (Caetano Veloso).

Participou também do III Festival de Música Popular Brasileira defendendo as canções "Bom Dia" (Gilberto Gil e Nana Caymmi) e "Dadá Maria" (Renato Teixeira), esta última em dueto com Sílvio César no festival e com Renato Teixeira na gravação.

Em 1968, participou do disco "Tropicália ou Panis et Circencis" (1968), com as canções "Mamãe Coragem" (Caetano VelosoTorquato Neto), "Parque Industrial" (Tom Zé), "Enquanto Seu Lobo Não Vem" (Caetano Veloso), além de "Baby" (Caetano Veloso), o primeiro grande sucesso solo, que se tornou um clássico. Em novembro participou do IV Festival da Record defendendo a canção "Divino Maravilhoso" (Caetano Veloso e Gilberto Gil).

Lançou o primeiro disco solo, "Gal Costa" (1969), que além de "Baby" (Caetano Veloso) e "Divino Maravilhoso" (Caetano Veloso e Gilberto Gil) trouxe "Que Pena (Ele Já Não Gosta Mais de Mim)" (Jorge Benjor) e "Não Identificado" (Caetano Veloso), todas grandes sucessos. No mesmo ano gravou o segundo disco solo, "Gal", conhecido como o psicodélico, que traz os hits "Meu Nome é Gal" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos) e "Cinema Olympia" (Caetano Veloso), e deste disco foi gerado o espetáculo "Gal!"

Década de 1970

Em 1970, viajou para Londres para visitar Caetano Veloso e Gilberto Gil, exilados pela ditadura militar, e dessa viagem trouxe algumas músicas incluídas em seu disco seguinte, "Legal", cuja capa foi produzida por Hélio Oiticica. Do repertório desse trabalho fizeram grande sucesso as músicas "London London" (Caetano Veloso) e "Falsa Baiana" (Geraldo Pereira).

Em 1971, gravou um compacto duplo importantíssimo em sua carreira, onde estão os grandes sucessos "Sua Estupidez" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos) e "Você Não Entende Nada" (Caetano Veloso). Nesse mesmo ano realizou um dos shows mais importantes da música brasileira, "Fa-Tal", dirigido por Waly Salomão e que gravado ao vivo gerou o disco que até hoje é considerado por muitos críticos como o mais importante de sua carreira, o "Fa-Tal / Gal a Todo Vapor", que traz grandes sucessos como "Vapor Barato" (Jards Macalé e Waly Salomão), "Como 2 e 2" (Caetano Veloso) e "Pérola Negra" (Luiz Melodia).

Em 1973, gravou o disco "Índia", dirigido por Gilberto Gil, que trazia os sucessos "Índia" (J. A. Flores e M. O. Guerreiro - versão José Fortuna) e "Volta" (Lupicínio Rodrigues), e desse disco fez outro show muito bem sucedido, também dirigido por Waly Salomão, "Índia". Nesse mesmo ano participou do Festival Phono 73, que gerou três discos, onde Gal Costa gravou com sucesso as músicas "Trem das Onze" (Adoniran Barbosa) e "Oração de Mãe Menininha" (Dorival Caymmi), em dueto com Maria Bethânia.

Em 1974, gravou o disco "Cantar", dirigido por Caetano Veloso, que trazia os sucessos "Barato Total" (Gilberto Gil), "Flor de Maracujá" (João Donato e Lysia Enio), "Até Quem Sabe" (João Donato e Lysia Enio) e "A Rã" (João Donato e Caetano Veloso). Desse disco gerou o show "Cantar", que não foi bem recebido por seu público por se tratar de um disco muito suave, contrastando com a imagem forte que a cantora criou a partir do Movimento Tropicalista.

Gal Costa, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Caetano Veloso
Em 1975, fez imenso sucesso ao gravar para a abertura da novela da TV Globo "Gabriela" a canção "Modinha Para Gabriela" (Dorival Caymmi). Desse ano também é o sucesso "Teco Teco" (Pereira da Costa e Milton Vilela), lançada em compacto. O grande sucesso da canção de Dorival Caymmi motivou a gravação do disco "Gal Canta Caymmi", lançado em 1976, que trazia os hits "Só Louco", "Vatapá", "São Salvador" e "Dois de Fevereiro", todas de Dorival Caymmi. Nesse mesmo ano, ao lado dos colegas Gilberto Gil, Caetano Veloso e Maria Bethânia, participou do show "Doces Bárbaros", nome do grupo batizado e idealizado por Maria Bethânia, espetáculo que rodou o Brasil e gerou o disco e o filme "Doces Bárbaros". O disco é considerado uma obra-prima e apesar disto, curiosamente na época do lançamento, 1976, foi duramente criticado. Doces Bárbaros foi um dos mais importantes grupos da contracultura dos anos 70 e, ao longo dos anos, foi tema de filme, DVD, enredo da escola de samba GRES Estação Primeira de Mangueira em 1994 com o enredo "Atrás da Verde-e-Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu", comandaram trio elétrico no carnaval de Salvador, espetáculos na praia de Copacabana.

Inicialmente o disco seria gravado em estúdio, mas por sugestão de Gal Costa e Maria Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo de estúdio, com as canções "Esotérico", "Chuckberry Fields Forever", "São João Xangô Menino" e "O Seu Amor", todas gravações raras.

Em 1977, lançou o disco "Caras & Bocas", que trazia os sucessos "Tigresa" e "Negro Amor", além da música homônima ao disco que Maria Bethânia e Caetano Veloso escreveram para Gal Costa. Desse disco gerou-se o show "Com a Boca no Mundo".

Em 1978, lançou aquele que seria o primeiro disco de ouro de sua carreira, "Água Viva", que trouxe os sucessos "Folhetim" (Chico Buarque), "Olhos Verdes" (Vicente Paiva) e "Paula e Bebeto" (Milton Nascimento e Caetano Veloso). Desse disco surgiu o espetáculo "Gal Tropical", onde Gal Costa deu uma virada em sua carreira, mudando drasticamente de imagem, passando de musa hippie para uma cantora mais mainstream. O show "Gal Tropical" foi um imenso sucesso de público e crítica, e gerou o disco "Gal Tropical", em que Gal Costa cantou alguns dos maiores sucessos de sua carreira, como "Balancê" (João de Barro e Alberto Ribeiro), "Força Estranha" (Caetano Veloso), "Noites Cariocas" (Jacob do Bandolim e Hermínio Bello de Carvalho), além das regravações dos grandes sucessos "Índia" e "Meu Nome é Gal".

Década de 1980

Desde a década de 1960, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record) até o final da década de 1980, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos espetáculos transmitidos. Apresentando os novos talentos registravam índices recordes de audiência. Gal Costa participou do especial "Mulher 80" da TV Globo, um desses momentos marcantes da televisão. O programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então, abordando esta temática no contexto da música nacional e da inegável preponderância das vozes femininas, com Maria Bethânia, Gal Costa, Elis Regina, Fafá de Belém, Zezé Motta, Marina Lima, Simone, Rita Lee, Joanna e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado "Malu Mulher".

Em 1980, gravou o disco "Aquarela do Brasil", focado na obra do compositor Ary Barroso, e que trouxe hits como "É Luxo Só" (Ary Barroso e Luiz Peixoto), "Aquarela do Brasil" (Ary Barroso), "Na Baixa do Sapateiro" (Ary Barroso), "Camisa Amarela" (Ary Barroso) e "No Tabuleiro da Baiana" (Ary Barroso).

Em 1981, estreou o show "Fantasia", um grande fracasso de crítica, mas que gerou um dos mais bem sucedidos discos de sua carreira, tanto de público quanto de crítica, o premiado "Fantasia", que trouxe vários sucessos, como "Meu Bem, Meu Mal" (Caetano Veloso), "Massa Real" (Caetano Veloso), "Açaí" (Djavan), "Faltando Um Pedaço" (Djavan), "O Amor" (Caetano Veloso, Ney Costa Santos e Vladmir Maiakovski), "Canta Brasil" (David Nasser e Alcir Pires Vermelho) e "Festa do Interior" (Moraes Moreira e Abel Silva). Com o grande sucesso do disco, Gal Costa convidou Waly Salomão para dirigir o show "Festa do Interior" que a redimiu do grande fracasso do show "Fantasia". Ainda em 1981, em seu especial produzido e exibido na TV Globo no programa "Grandes Nomes", no qual o nome do seu especial foi seu nome de batismo, "Maria da Graça Costa Penna Burgos", no fim do especial, Gal Costa usou uma roupa de franjas rosas, que foi comparado a um boneco infantil da época. Os críticos disseram que o que salvou o especial foi sua apresentação com a renomada, e considerada por muitos, a maior cantora popular brasileira Elis Regina. Nessa participação, Gal Costa começou cantando "Amor Até o Fim", música que fazia parte da discografia das duas, e Elis Regina fez um dueto com a Gal Costa. Logo após, Elis Regina cantou uma música recém lançada sua, "Aprendendo a Jogar", e em seguida mais dois duetos "Ilusão à Toa" e "Estrada do Sol".

Em 1982, gravou outro disco de sucesso, "Minha Voz", em que se destacaram as gravações de "Azul" (Djavan), "Dom de Iludir" (Caetano Veloso), "Luz do Sol" (Caetano Veloso), "Bloco do Prazer" (Moraes Moreira e Fausto Nilo), "Verbos do Amor" (João Donato e Abel Silva) e "Pegando Fogo" (Francisco Mattoso e José Maria de Abreu).


Em 1983, gravou outro disco bem sucedido comercialmente, "Baby Gal", que também se tornou um show, e que trouxe os sucessos "Eternamente" (Tunai, Sérgio Natureza e Liliane), "Mil Perdões" (Chico Buarque), "Rumba Louca" (Moacyr Albuquerque e Tavinho Paes), além da regravação de "Baby".

Originalmente idealizado para a montagem do ballet teatro do Balé Teatro Guaíra (Curitiba, 1982), o espetáculo "O Grande Circo Místico" foi lançado em 1983. Gal Costa integrou o grupo seleto de artistas da MPB que viajaram pelo país apresentando o projeto, um dos maiores e mais completos espetáculos teatrais, para uma plateia de mais de duzentas mil pessoas, em quase duzentas apresentações. Gal Costa interpretou a canção "A História de Lili Braun", musicado pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo. O espetáculo contava a história de amor entre um aristocrata e uma acrobata e a saga da família austríaca proprietária do Circo Knie, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do século.

Em 1984, deixou a gravadora Philips e assinou contrato com a RCA, onde gravou o disco "Profana", que trazia os hits "Chuva de Prata" (Ed Wilson e Ronaldo Bastos), "Nada Mais (Lately)" (Stevie Wonder - Versão: Ronaldo Bastos), "Atrás da Luminosidade" (Caetano Veloso) e "Vaca profana" (Caetano Veloso).

Em 1985, gravou o disco "Bem Bom", com os sucessos "Sorte" (Celso Fonseca e Ronaldo Bastos), cantada em dueto com Caetano Veloso, e "Um Dia de Domingo" (Michael Sullivan e Paulo Massadas), em dueto com Tim Maia.

Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura e feminismo, cantou no coro da versão brasileira de "We Are The World", o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou "USA For Africa". O projeto "Nordeste Já" (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes numa criação coletiva. Surgiu o compacto, de criação coletiva, com as canções "Chega de Mágoa" e "Seca D´água". Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro. Em atitude que surpreendeu muitos dos fãs, em fevereiro deste mesmo ano, posou nua para a edição 127 da extinta revista Status, poucos meses antes de completar quarenta anos.

Em 1987, lançou o disco e o espetáculo "Lua de Mel Como o Diabo Gosta", um fracasso de crítica, mas que trouxe mais alguns sucessos à carreira da cantora como, "Lua de Mel" (Lulu Santos), "Me Faz Bem" (Milton Nascimento e Fernando Brant) e "Viver e Reviver (Here, There, And Everywhere)" (John Lennon e Paul McCartney - Versão: Fausto Nilo).

Em 1988, gravou com grande sucesso a música "Brasil" (Cazuza, Nilo Romero e George Israel) para a abertura da novela da TV Globo "Vale Tudo".

Década de 1990

Em 1990, gravou o disco "Plural", que trazia os sucessos de "Alguém Me Disse" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia), "Nua Ideia" (João Donato e Caetano Veloso) e "Cabelo" (Jorge Benjor e Arnaldo Antunes).

Em 1992, lançou o disco "Gal", com repertório em boa parte extraído do show "Plural", e do qual fez sucesso a música "Caminhos Cruzados" (Tom Jobim e Newton Mendonça).

Em 1993, lançou o premiado disco "O Sorriso do Gato de Alice", produzido por Arto Lindsay, com o sucesso "Nuvem Negra" (Djavan). Desse disco gerou-se o show de mesmo nome, com direção de Gerald Thomas, que causou polêmica por Gal Costa cantar a música "Brasil" com os seios à mostra.

Em 1994, reuniu-se com Gilberto Gil, Caetano Veloso e Maria Bethânia, na quadra da escola de samba Mangueira, para o show "Doces Bárbaros na Mangueira", que comemorou os 18 anos dos Doces Bárbaros.

Em 1995, lançou "Mina D'água do Meu Canto", trazendo apenas composições de Chico Buarque e Caetano Veloso, do qual fez sucesso a música "Futuros Amantes" (Chico Buarque).

Em 1997, gravou o CD "Acústico MTV", sucesso de vendas, no qual cantou vários sucessos de sua carreira e lançou com sucesso uma nova versão de "Lanterna dos Afogados", cantando ao lado do autor da canção, Herbert Vianna.

Em 1998, gravou o CD "Aquele Frevo Axé", com o hit "Imunização Racional (Que Beleza)" (Tim Maia).

Em 1999, lançou um disco duplo ao vivo "Gal Costa Canta Tom Jobim Ao Vivo", realizando o projeto do maestro, que era fazer um disco com a cantora, embora sozinha.

Década de 2000

Em 2001, gravou o CD "Gal de Tantos Amores", contendo a música "Caminhos do Mar" (Dorival Caymmi, Danilo Caymmi e Dudu Falcão). Nesse mesmo ano, foi incluída no Hall Of Fame do Carnegie Hall, sendo a única cantora brasileira a participar do Hall Of Fame, após participar do show "40 Anos de Bossa Nova", em homenagem a Tom Jobim, ao lado de César Camargo Mariano e outros artistas.

Em 2002, lançou o CD "Bossa Tropical", no qual registrou a faixa "Socorro" (Alice Ruiz e Arnaldo Antunes), sucesso originalmente gravado pela cantora Cássia Eller.

Em 2003, lançou o CD "Todas as Coisas e Eu", contendo clássicos da MPB, como "Nossos Momentos" (Haroldo Barbosa e Luis Reis), que fez sucesso.

Em 2005, lançou pela gravadora Trama o CD "Hoje", produzido por César Camargo Mariano, onde reuniu várias canções novas de compositores pouco conhecidos do grande público, tendo se destacado "Mar e Sol" (Carlos Rennó e Lokua Kanza).

Em 2006, realizou temporada na casa de shows Blue Note, em New York, espetáculo que foi gravado e lançado em setembro no CD "Gal Costa Live At The Blue Note", lançado originalmente nos Estados Unidos e Japão e somente em 2007 no Brasil. Ainda em 2006, lançou pela gravadora Trama o CD e DVD "Gal Costa Ao Vivo", gravados durante a temporada do show "Hoje".

Em 2009, reclusa nos últimos anos para se dedicar ao filho, Gabriel, Gal Costa voltou aos palcos como convidada de Dionne Warwick em show que estreou no Rio de Janeiro, passando por Curitiba, São Paulo e Porto Alegre. "Aquarela do Brasil", o samba-exaltação de Ary Barroso que deu título a discos lançados tanto por Gal Costa (em 1980) como por Dionne Warwick (em 1995), é um dos duetos do show.

Década de 2010

Em dezembro de 2011, lançou o álbum "Recanto", produzido por Caetano Veloso e Moreno Veloso. Álbum com arranjos eletrônicos idealizado por Caetano Veloso, Moreno Veloso e Kassin. Elogiadíssimo pela crítica, foi eleito o melhor álbum de 2011.

Em 2012, foi eleita a sétima maior voz da música brasileira de todos os tempos, pela revista Rolling Stone Brasil.

Depois de sete anos longe de disco e show inéditos, Gal Costa estreou a turnê do elogiado álbum "Recanto" no Rio de Janeiro. Com direção de Caetano Veloso, autor de todas as músicas do CD, o show inaugurou a sofisticada casa de shows, à beira da lagoa Rodrigo de Freitas, Miranda. No repertório, além de canções inéditas como "Neguinho", "Segunda", "Tudo dói" e "Miami Maculelê", sucessos da carreira da cantora, entre eles, "Um Dia de Domingo", "Baby", "Meu Bem, Meu Mal", "Modinha Pra Gabriela", "Força Estranha", "Vapor Barato" e canções que há muito ela não cantava, como "Da Maior Importância" e "Mãe". No palco, Gal Costa está acompanhada pelo Domenico Lancellotti (bateria e MPC), Pedro Baby (guitarra e violão) e Bruno Di Lullo (baixo e violão). O show seguiu em turnê pelo país e pelo exterior, como Portugal, Holanda, Israel, Itália e terminou na Festa Literária de Paraty em 2014, seguido de um último show no Uruguai.

No segundo semestre de 2014, lançou o elogiadíssimo show "Espelho D'água", título extraído da canção homônima que ganhou dos irmãos Camelo, e resgatou antigos sucessos como "Sua Estupidez", "Tuareg", "Caras e Bocas" e "Tigresa". Nesse ano ainda foi lançado em CD e LP o registro de um show que Gal Costa e Gilberto Gil fizeram em Londres em novembro de 1971, gravado em estéreo diretamente da mesa de som no Student Centre da City University London, "Live In London '71". O repertório inclui muitas músicas do show "Fa-tal" que estreou um mês antes no Rio de Janeiro. Um destaque do disco é a enérgica gravação ao vivo de "Acauã", onde Gal Costa e Gilberto Gil cantam juntos.

Em 2015, realizou uma turnê em homenagem ao centenário de nascimento de Lupicínio Rodrigues (1914-2014). Idealizado pelo cantor, compositor e produtor musical J. Velloso e produzido por Mauricio Pessoa, o show "Ela Disse-me Assim," foi dirigido por J. Velloso e e pelo jornalista Marcus Preto. No fim de maio foi lançado o disco "Estratosférica", comemorando seus cinquenta de carreira, recheado de compositores novos como Céu, Criollo, Artur Nogueira, Malu Magalhães, e antigos colegas como Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Tom Zé, Guilherme Arantes e João Donato. Com direção também assinada por Marcus Preto.

Em 2016, Marcus Preto lançou um documentário sobre Gal Costa, incluindo imagens do show "Fa-tal" gravadas pelo diretor Leon Hirszman em 1971. Ainda em 2016, Gal Costa foi ouvida pelo mundo, tendo sua voz em canções como "Até Quem Sabe", "Pontos de Luz" e "Vapor Barato" sendo regravadas ou sampleadas por artistas e DJ's. Neste ano também, integrou um grupo de artistas, como Zélia Duncan, Elba Ramalho, Zeca Baleiro e Maria Gadú, que saíram em turnê com o Prêmio da Música Brasileira em homenagem à Gonzaguinha.

Em 2017, lançou um CD e DVD, baseado no show "Estratosférica". No dia 25 de novembro, o Multishow exibiu, ao vivo, Gal Costa, Gilberto Gil, e Nando Reis no show da turnê "Trinca de Ases", que também virou um CD e DVD em 2018.

Em 2018, lançou o elogiado CD, "A Pele do Futuro". A sonoridade do álbum busca remeter ao estilo musical Soul e Disco da década de 1970. As canções de trabalho foram "Palavras nCorpo", "Sublime" e "Cuidando de Longe", e o título do álbum foi retirado da letra da canção "Viagem Passageira".

Em 2019, lançou o elogiado show "A Pele do Futuro", com direção musical de Pupillo e direção geral de Marcus Preto, que virou um CD duplo e DVD.

Morte

Gal Costa faleceu na quarta-feira, 09/11/2022, aos 77 anos, em São Paulo, SP. A causa da morte por suposto infarto agudo do miocárdio foi divulgada pela imprensa, que acabou desmentida pela assessoria da cantora, que não esclareceu o motivo concreto do óbito.

Gal Costa havia completado 57 anos de carreira e era uma das atrações do festival Primavera Sound, que aconteceu em São Paulo no fim de semana anterior ao falecimento. A participação de Gal Costa foi cancelada de última hora em razão da necessidade de recuperação da cantora após ter sido submetida a uma cirurgia para retirada de um nódulo na fossa nasal direita.

Gal Costa encontrava-se em plena atividade antes do procedimento e viajava o Brasil com a turnê "As Várias Pontas de Uma Estrela", na qual interpretava sucessos da MPB dos anos 1980. Além de espetáculos próprios, Gal Costa estava na lista de diversos festivais de música nacionais e programava-se para uma turnê pela Europa, que se iniciaria em novembro de 2022.

Discografia

Álbuns de Estúdio
  • 1967 - Domingo (Com Caetano Veloso)
  • 1968 - Tropicalia ou Panis et Circencis (Com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé)
  • 1969 - Gal Costa
  • 1969 - Gal
  • 1970 - Legal
  • 1973 - Índia
  • 1974 - Cantar
  • 1976 - Gal Canta Caymmi
  • 1977 - Caras & Bocas
  • 1978 - Água Viva
  • 1979 - Gal Tropical
  • 1980 - Aquarela do Brasil
  • 1981 - Fantasia
  • 1982 - Minha Voz
  • 1983 - Baby Gal
  • 1984 - Profana
  • 1985 - Bem Bom
  • 1987 - Lua de Mel Como o Diabo Gosta
  • 1990 - Plural
  • 1992 - Gal
  • 1993 - O Sorriso do Gato de Alice
  • 1995 - Mina d'Água do Meu Canto
  • 1998 - Aquele Frevo Axé
  • 2001 - Gal de Tantos Amores
  • 2002 - Bossa Tropical
  • 2003 - Todas as Coisas e Eu
  • 2005 - Hoje
  • 2011 - Recanto
  • 2015 - Estratosférica
  • 2018 - A Pele do Futuro
  • 2021 - Nenhuma Dor

Álbuns Ao Vivo
  • 1971 - Fa-Tal - Gal a Todo Vapor
  • 1974 - Temporada de Verão (Com Caetano Veloso e Gilberto Gil)
  • 1976 - Doces Bárbaros (Com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia)
  • 1997 - Acústico MTV
  • 1999 - Gal Costa Canta Tom Jobim
  • 2006 - Ao Vivo
  • 2006 - Live At The Blue Note
  • 2013 - Recanto Ao Vivo
  • 2014 - Live In London '71 (Com Gilberto Gil)
  • 2017 - Estratosférica Ao Vivo
  • 2018 - Trinca de Ases (Com Gilberto Gil e Nando Reis)
  • 2019 - A Pele do Futuro ao Vivo

DVD
  • 1997 - Acústico MTV
  • 1999 - Gal Costa Canta Tom Jobim
  • 2004 - Outros (Doces) Bárbaros
  • 2005 - Ensaio
  • 2005 - Roda Viva
  • 2006 - Ao Vivo
  • 2013 - Recanto Ao Vivo
  • 2017 - Estratosférica Ao Vivo
  • 2018 - Trinca de Ases (Com Gilberto Gil e Nando Reis)

Outros Álbuns
  • 2010 - Divina, Maravilhosa
  • 2005 - Puerto Rico Heineken Jazz 2005

Prêmios

  • 1969 - Troféu Imprensa (Melhor Revelação Feminina)
  • 1970 - Troféu Imprensa (Melhor Cantora)
  • 1983 - Troféu Imprensa (Melhor Cantora)
  • 1985 - Troféu Imprensa (Melhor Música "Chuva de Prata")
  • 1985 - Troféu Imprensa (Melhor Cantora)
  • 1986 - Troféu Imprensa (Melhor Música "Um Dia de Domingo")
  • 1986 - Troféu Imprensa (Melhor Cantora)
  • 1999 - Melhores do Ano (Melhor Cantora)
  • 2011 - Prêmio Grammy Latino à Excelência Musical (Conjunto da Obra)
  • 2012 - Prêmio Contigo! MPB FM (Melhor Álbum de MPB "Recanto")
  • 2012 - Prêmio Multishow (Melhor Show)
  • 2013 - Prêmio Contigo! MPB FM (Melhor Cantora)
  • 2015 - Prêmio Multishow (Prêmio Especial - 50 anos de Carreira)
  • 2016 - Prêmio da Música Brasileira (Melhor Cantora Pop/Rock/Reggae/Hip-Hop/Funk)

Turnês

  • 1973 - Índia
  • 1974 - Cantar
  • 1977 - Com a Boca no Mundo
  • 1979 - Tropical
  • 1980 - Tropical
  • 1981 - Fantasia
  • 1982 - Festa do Interior
  • 1983 - Baby
  • 1984 - Baby
  • 1984 - Profana
  • 1985 - Profana
  • 1988 - Lua de Mel Como o Diabo Gosta
  • 1990 - Plural
  • 1991 - Plural
  • 1994 - O Sorriso do Gato de Alice
  • 1995 - Mina D'Água do Meu Canto
  • 1997 - Acústico
  • 1998 - Acústico
  • 1998 - Aquele Frevo Axé
  • 1999 - Aquele Frevo Axé
  • 2004 - Todas as Coisas e Eu
  • 2005 - Hoje
  • 2012 - Recanto
  • 2014 - Espelho D'água
  • 2015 - Ela Disse-me Assim
  • 2015 - Estratosférica
  • 2017 - Trinca de Ases (Com Gilberto Gil e Nando Reis)

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #GalCosta

Rolando Boldrin

ROLANDO BOLDRIN
(86 anos)
Ator, Apresentador, Cantor e Compositor

☼ São Joaquim da Barra, SP (22/10/1936)
┼ São Paulo, SP (09/11/2022)

Rolando Boldrin foi um apresentador, ator, cantor e compositor nascido em São Joaquim da Barra, SP, no dia 22/10/1936.

Desde pequeno, já tocava viola e aos 12 anos de idade, começou uma empreitada musical com o seu irmão, formando a dupla Boy e Formiga, que era bem sucedida na rádio do município.

Aos 16 anos, devido a incentivos por parte de seu pai, Rolando Boldrin foi para a capital São Paulo, de carona em um caminhão. Lá, antes de emplacar na carreira de cantor, foi sapateiro, frentista, carregador, garçom e ajudante de farmacêutico.

Aos 18 anos serviu o exército no quartel de Quitaúna e, nos anos que se seguiram, dedicou-se à atividade musical.

Rolando Boldrin debutou na música, em 1960, como participante do disco de sua futura esposa, que se tornou sua produtora na época, Lurdinha Pereira.

Em 1974, lançou seu primeiro disco solo, pela Continental, "O Cantadô".


Rolando Boldrin
também teve uma grande experiência como ator de teleteatros da TV Tupi, entre o final da década de 50 e começo da de 60, ao lado de vários nomes como Lima Duarte, Laura Cardoso, Dionísio Azevedo dentre outros.

O livro "A TV Antes do VT" mostra várias passagens do ator na emissora, em fotos registradas das gravações dos programas da TV Tupi, antes da implantação do videotape.

Como ator de televisão, entre as décadas de 1960 e 1980, Rolando Boldrin atuou em diversas novelas na TV Record, TV Tupi e Bandeirantes, em aproximadamente 30 novelas.

Como apresentador de televisão, na década de 80, esteve à frente dos programas "Som Brasil" (TV Globo), "Empório Brasileiro" (Bandeirantes) e "Empório Brasil" (SBT). Seu ultimo trabalho como apresentador foi o programa "Sr. Brasil", pela TV Cultura de São Paulo.

Após atuar como Pedro Melo em "O Tronco" (1999), filme baseado no romance homônimo do escritor goiano Bernardo Élis, recebeu o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Brasília.

Rolando Boldrin era casado com Patricia Maia Boldrin, produtora e cenógrafa.

Divulgação da Cultura Brasileira

Aproveitando o espaço na televisão, Rolando Boldrin foi um dos maiores divulgadores da música sertaneja brasileira. Em agosto de 1981, estreou o programa "Som Brasil", na TV Globo, com o objetivo de divulgar a música brasileira de inspiração regional.

Rolando Boldrin contava causos, dançava e exibia peças teatrais e pequenos documentários. Mas o destaque eram as atrações musicais, cujo repertório incluía músicas de cantores e compositores que tinham como fonte a cultura popular brasileira.

Rolando Boldrin deixou o programa em 1984, mas levou a ideia a outros programas apresentados por ele, "Empório Brasileiro", "Empório Brasil" e "Sr. Brasil".

Em 2010, Rolando Boldrin foi tema do desfile da escola de samba Pérola Negra no carnaval de São Paulo com o enredo "Vamos Tirar o Brasil da Gaveta". O seu empenho em ressaltar a cultura nacional foi um dos pontos centrais do desfile.

Em 2022, a TV Cultura homenageou Rolando Boldrin pelos seus 85 anos de vida com a exibição do documentário "Eu, a Viola e Deus", dirigido por João Batista de Andrade.

Morte

Rolando Boldrin faleceu na quarta-feira, 09/11/2022, aos 86 anos, em São Paulo, SP, vítima de insuficiência respiratória e renal, segundo informações da TV Cultura. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein havia dois meses.

O velório de Rolando Boldrin será realizado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) na quinta-feira, 10/11/2022, das 8h00 às 15h00, e será aberto ao público. Ele será velado no Hall Monumental, e o acesso para visitação do público será feito pelo portão do estacionamento localizado na Av. Pedro Álvares Cabral, 201, apenas para pedestres. O sepultamento ocorrerá no Cemitério Gethsêmani Morumbi, às 17h00.

Carreira

Cinema
  • 2017 - O Filme da Minha Vida ... Giuseppe
  • 1999 - O Tronco ... Pedro Melo
  • 1987 - Ele, o Boto ... Narrador
  • 1978 - Doramundo ... Pereira
  • 1958 - Os Miseráveis

Televisão Como Apresentador
  • 2005-2022 - Sr. Brasil (TV Cultura)
  • 1995-1996 - Estação Brasil (TV Gazeta com a Rede CNT)
  • 1989-1990 - Empório Brasil (SBT)
  • 1984-1986 - Empório Brasileiro (Bandeirantes)
  • 1981-1984 - Som Brasil (TV Globo)

Televisão Como Ator
  • 1981 - Os Imigrantes ... Décio
  • 1980 - Pé de Vento ... Junqueira
  • 1980 - Cavalo Amarelo ... Alberto
  • 1979 - Cara a Cara ... Orestes
  • 1978 - Roda de Fogo ... Eduardo
  • 1977 - O Espantalho ... Juca
  • 1977 - O Profeta ... João Henrique
  • 1975 - A Viagem ... Alberto
  • 1975 - Ovelha Negra ... Júlio Monteiro
  • 1974 - Os Inocentes ... Otávio Queiróz
  • 1973 - Mulheres de Areia ... César
  • 1972 - Quero Viver ... Alfredo
  • 1972 - O Tempo Não Apaga ... Bernardo
  • 1971 - Quarenta Anos Depois ... Leôncio
  • 1971 - Os Deuses Estão Mortos ... Barão
  • 1970 - As Pupilas do Senhor Reitor ... Padre José
  • 1969 - Algemas de Ouro ... Cícero
  • 1969 - Seu Único Pecado ... Hélio
  • 1968 - Ana ... César
  • 1968 - O Direito dos Filhos ... Ernesto
  • 1966 - Calúnia ... Belot
  • 1965 - Fatalidade
  • 1965 - Olhos Que Amei ... Alexandre
  • 1964 - Gutierritos, o Drama dos Humildes ... Pedro
  • 1964 - O Direito de Nascer ... Ricardo
  • 1964 - Quem Casa Com Maria? ... Igor
  • 1964 - Se o Mar Contasse ... Padre Juca
  • 1964 - Alma Cigana ... Afonso
  • 1963 - Moulin Rouge, a Vida de Toulouse-Lautrec ... Van Gogh
  • 1962 - A Estranha Clementine
  • 1960 - TV de Vanguarda
  • 1959 - Senhorita Reed ... Johnson
  • 1958 - O Mordomo e a Dama
  • 1958 - O Comediante ... Cornier
  • 1958 - O Preço da Glória ... Resfriado
  • 1958 - O Grande Amor de Maria Waleska
  • 1954 - A Muralha ... Don Jerônimo Taveira

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #RolandoBoldrin

Carlos Zéfiro

ALCIDES AGUIAR CAMINHA
(70 anos)
Ilustrador, Quadrinista, Compositor e Funcionário Público

☼ Rio de Janeiro, RJ (26/09/1921)
┼ Rio de Janeiro, RJ (05/07/1992)

Carlos Zéfiro, pseudônimo de Alcides Aguiar Caminha, com o qual ilustrou e publicou, durante as décadas de 1950 a 1970, histórias em quadrinhos de cunho erótico que ficaram conhecidas por "catecismos", foi um desenhista e funcionário público nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 26/09/1921.

Alcides Aguiar Caminha, carioca boêmio, ilustrou e vendeu cerca de 500 trabalhos desenhados em preto e branco com tamanho de 1/4 de folha ofício (chegou a publicar num outro formato, 14 x 21 cm), um quadro por página contendo de 24 a 32 páginas que eram vendidos dissimuladamente em bancas de jornais, devido ao seu conteúdo porno-erótico, ficando conhecidos como "catecismos" e chegaram a tiragens de 30.000 exemplares.

Casado desde os 25 anos, com Serat Caminha, teve 5 filhos e sempre escondeu de toda a família sua atividade paralela de desenhista. Alcides aposentou-se como funcionário público do setor de Imigração do Ministério do Trabalho.

Sua identidade somente se tornou pública em uma reportagem de Juca Kfouri para revista Playboy (onde era editor na época) que foi publicada em 1991, um ano antes de sua morte.

Autodidata no desenho e concluinte do curso de segundo grau somente quando tinha 58 anos, manteve o anonimato sobre sua verdadeira identidade por temer ter seu nome envolvido em escândalo o que lhe traria problemas por se tratar de funcionário público submetido à Lei 1.711 de 1952 que poderia punir com a demissão o funcionário público por "incontinência pública escandalosa" e retirar os proventos com os quais mantinha a família.

Carreira

Os "catecismos" eram desenhados diretamente sobre papel vegetal, eliminando assim a necessidade do fotolito, e impresso em diferentes gráficas, em diferentes Estados da Federação, gerando, inclusive, diversos imitadores.

Em 1970, durante a ditadura militar, foi realizada em Brasília uma investigação para descobrir o autor daquelas obras pornográficas. Chegou-se a prender por três dias o editor Hélio Brandão, amigo do artista, mas a investigação terminou inconclusa.

Sem formação em desenho, seus quadrinhos eram naif e inspirados em quadrinhos românticos mexicanos publicados pela editora Editormex (cujas histórias possuíam apenas dois quadros por página) e em fotonovelas pornográficas de origem sueca.

O nome Carlos Zéfiro foi tirado de um autor mexicano de fotonovelas.

Para o jornalista Gonçalo Junior, os "catecismos" de Carlos Zéfiro não possuem nenhuma relação com os tijuana bibles, quadrinhos eróticos publicados nos Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1950, que usava como protagonistas personagens de desenhos animados, quadrinhos e até celebridades.

Além de seus trabalhos como ilustrador, Alcides Caminha foi compositor, inscrito na Ordem dos Músicos do Brasil e parceiro de Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho, com quem compôs quatro sambas para a Mangueira, entre eles os sucessos: "Notícia", gravado por Roberto Silva na década de 1950, e "A Flor e o Espinho".

Alcides Caminha revelou sua identidade nas páginas da revista Playboy em 1991, após saber que o quadrinista baiano Eduardo Barbosa havia declarado ser o verdadeiro Carlos ZéfiroEduardo Barbosa chegou a desenhar alguns "catecismos", entretanto Alcides Caminha foi identificado por Hélio Brandão. Em novembro do mesmo ano participou da I Bienal de Quadrinhos.

Em 1992 recebeu o Troféu HQ Mix, pela importância de sua obra.

Impacto na Cultura Popular

Na década de 1980, o quadrinista Sebastião Seabra adotou o pseudônimo Sebastião Zéfiro para não comprometer o trabalho que possuía como ilustrador de livros didáticos.

Sebastião Seabra conseguiu junto a Editora Maciota que fosse publicado o trabalho de Carlos Zéfiro (na época ainda no anonimato). Chegou a se especular que os artistas fossem parentes.

O jornalista Geraldo Galvão Ferraz foi um dos primeiros a escrever um artigo sobre Carlos Zéfiro, o cartunista e jornalista Ota publicou um livro sobre o quadrinista, Joaquim Marinho também escreveu um livro sobre Carlos Zéfiro.

Após sua morte, Carlos Zéfiro teve um trabalho publicado como homenagem póstuma em 1997 na capa e no encarte do CD "Barulhinho Bom - Uma Viagem Musical" da cantora Marisa Monte.

Em 1998, as vinhetas de abertura e intervalos do Video Music Brasil 1998, da MTV Brasil foram claramente inspiradas nos folhetins de sua obra.


Em agosto de 1999, em Anchieta, bairro em que morava, foi inaugurada a Lona Cultural Carlos Zéfiro, com show da Velha Guarda da Portela e Marisa Monte. A cantora e o jornalista Juca Kfouri, que revelou a verdadeira identidade de Carlos Zéfiro nas páginas da Playboy, são os padrinhos da Lona Cultural, fundada e dirigida por um grupo de artistas locais, que tinha à frente Adailton Medeiros.

Em 2005, a arquiteta Christianne Gomes defendeu como projeto final de graduação de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal Fluminense, o projeto Centro Erótico Carlos Zéfiro, que visava a criação de um espaço na zona portuária do Rio de Janeiro onde as mais diferentes formas de sexo poderiam ser discutidas e/ou experimentadas. O projeto previa a criação de um museu erótico, vilas de prostituição, motel, cafés, cinemas, salas de exposições, um centro de tratamento de DST, um posto da delegacia de crimes sexuais e clínicas de psicologia avançada e foi recebido em 2006 pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.

Em 2009, ao fazer uma crítica a corrupção do Senado Federal, o Jornal Extra do Rio de Janeiro publicou uma galeria de imagens por João Arruda e Ary Moraes inspiradas nos quadrinhos de Carlos Zéfiro.


Em janeiro de 2011, os trabalhos de Carlos Zéfiro foram expostos ao lado de outros quadrinhos eróticos do resto mundo no Museu do Sexo, em Nova York.

Em março de 2011, Carlos Zéfiro foi tema da peça de teatro "Os Catecismos Segundo Carlos Zéfiro" escrito e dirigido por Paulo Biscaia Filho.

Em outubro de 2018, o jornalista Gonçalo Junior publicou o livro "Deus da Sacanagem - A Vida e o Tempo de Carlos Zéfiro" (Editora Noir).

Inicialmente publicado de forma independente e sendo constantemente pirateado, a partir da década de 1980, os quadrinhos de Carlos Zéfiro passaram a ter reimpressões pelas editoras Maciota, Record (revistas editadas por Ota), Marco Zero.

Nos anos 2000, A editora Cena Muda publicou o primeiro quadrinho erótico de Carlos Zéfiro, "Sara", criado em 1949 no formato 16 x 23 cm. Segundo a editora Adda Di Guimarães, a revista é maior que os catecismo, já que a versão original foi publicada em formatinho.

Morte

Carlos Zéfiro faleceu no domingo, 05/07/1992, aos 70 anos, no Rio de Janeiro, RJ, no bairro de Anchieta.

Fonte: Wikipédia
FamososQuePartiram #CarlosZefiro

Ruy Maurity

RUY MAURITY DE PAULA AFONSO
(72 anos)
Cantor e Compositor

☼ Paraíba do Sul, RJ (12/12/1949)
┼ Rio de Janeiro, RJ (01/04/2022)

Rui Maurity de Paula Afonso, ou simplesmente Ruy Maurity, foi um cantor e compositor nascido em Paraíba do Sul, RJ, no dia 12/12/1949.

Sua mãe, Iolanda Maurity Santos, foi a primeira violinista a integrar a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, e seu irmão é o pianista Antônio AdolfoRuy Maurity aprendeu sozinho a tocar violão.

Em 1970, venceu o III Festival Universitário do Rio de Janeiro com a música "Dia Cinco", que compôs junto com José Jorge. No mesmo ano, gravou seu primeiro LP, "Este é Rui Maurity", pela gravadora EMI-Odeon.

Ruy Maurity alcançou projeção nacional no período em que fez discos pela gravadora Som Livre, lançando músicas geralmente compostas com o parceiro José Jorge.


Da obra autoral registrada nessa companhia fonográfica, duas músicas da parceria de Ruy Maurity com José Jorge fizeram sucesso nacional naquela áurea década de 1970. Em 1971 o Brasil cantou a trágica saga ruralista de "Serafim e Seus Filhos", música de realismo fantástico incluída no repertório do álbum "Em Busca do Ouro" (1972), assinado por Ruy Maurity & Trio, e "Nem Ouro, Nem Prata", samba que deu título ao quarto álbum do artista, lançado em 1976 com regravação (de levada mais ágil e menos sedutora) de "Serafim e Seus Filhos" no repertório.

Lançou o disco "Safra 74", que teve algumas de suas músicas incluídas nas trilhas sonoras das novelas "Escalada" (1975) e "Fogo Sobre Terra" (1975), da TV Globo.

Em 1976 e 1977, lançou, respectivamente, os LPs "Nem Ouro Nem prata" e "Ganga Brasil", que inclui a gravação do tema principal da novela "Dona Xepa" (1977), da TV Globo.


Em 1978, gravou o disco "Bananeira Mangará". Com o tempo foi caracterizando cada vez mais a sua carreira com os temas e músicas regionais.

Na década de 1980, gravou os discos "Natureza" (1980) e "A Viola no Peito" (1984).

Ruy Maurity tem uma de suas músicas lembrada todo ano, no réveillon, "Marcas do Que Se Foi". Realizou, ainda, inúmeros shows em diversas cidades brasileiras.

Em 1998, lançou o CD "De Coração", distribuído atualmente pela Kuarup, no qual interpreta diversas parcerias com José Jorge.

Ruy Maurity era casado com Suzana Waldeck de Paula Afonso, e tem três filhos:  Alexandre e os gêmeos Marco Antônio e Mariana.

Morte

Ruy Maurity faleceu na sexta-feira, 01/04/2022, aos 72 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos, no Rio de Janeiro, RJ.

Desde 17/03/2022, estava em coma em decorrência de duas paradas cardíacas sofridas após se submeter a um exame de endoscopia.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #RuyMaurity

Severino Januário

SEVERINO JANUÁRIO DOS SANTOS
(69 anos)
Compositor e Sanfoneiro

☼ Exu, PE (04/10/1918)
┼ Crato, CE (02/07/1988)

Severino Januário dos Santos, mais conhecido por Severino Januário, foi um compositor e sanfoneiro nascido em Exu, PE, no dia 04/10/1918.

Em 1955, gravou seu primeiro disco, pela Sinter, interpretando o baião "Cachorro do Má" (Severino JanuárioLuiz Gonzaga) e a rancheira "Alembrando" (Severino Januário e Luiz Gonzaga). No mesmo ano gravou o xote "Cabra Macho" (Severino JanuárioLuiz Gonzaga) e o baião "Canastrinha" (Severino Januário e Luiz Gonzaga).

Em 1956, lançou pela RCA Victor o chamego "Chamego de Sinhá" (Severino Januário) e o choro "Arrasta-pé no Cariri" (Severino Januário).

Em 1957, gravou o baião "Casaca de Couro" (Severino Januário) e a polca "Polca Fogueteira" (Luiz Gonzaga). Ainda em 1957, gravou o miudinho "Serra Talhada" (Severino Januário e Luiz Gonzaga) e o calango "Carapina" (Severino Januário e Luiz Gonzaga).

Em 1958, gravou o xote "Porto Novo", o forró "Salgueirinho", a mazurca "Petrolina" e o forró "Forró em Tacaratu".

Em 1959, gravou as polcas "Cajazeiras" (Severino Januário) e "Caiçaras" (Severino Januário), e o choro "Calundu" (Severino Januário). Gravou no mesmo ano o choro do sertão "Mineirinho" (Miguel Lima).


Em 1960, gravou de sua autoria o xaxado "Moxotó" (Severino Januário), as rancheira "Rancheira da Vovó" (Miguel Lima e Aguiar Filho) e "Marambaia" (Miguel Lima e Claudino Lima).

Em 1961, gravou o baião "Promessa" (Miguel Lima e Ferreira Filho), o choro "Andorinha" (Severino Januário e Marina Nunes) e o baião "Januário em Caxias" (Severino Januário e Diógenes Lima).

Em 1962, gravou o baião "Sabiá do Sertão" (Severino Januário e Miguel Lima).

Em 1963, gravou o baião "Pagando Promessa" (Severino Januário e Miguel Lima).

Ao longo de sua carreira, Severino Januário gravou mais de dez LPs, entre os quais "Briga no Forró" pela Premier, "Choveu no Meu Roçado" pela Beverly, "Forró de São João" pela Tapecar e "Xaxadinho das Alagoas" pela Candem.

No início dos anos 70, gravou "Fogueira de São João" (Luiz Gonzaga) e "Asa Branca" (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira).

Em 1976, gravou pela Som Livre o LP "Forró Envenenado" (Severino Januário), com destaque para as composições "Casca de Coco" (Severino Januário), "Forró em Paulo Afonso" (Severino Januário), "Chamego de Cearense" (Severino Januário) e "Voltei Para o Sertão" (Severino Januário).

Morte

Severino Januário faleceu no sábado, 02/07/1988, aos 69 anos, em Crato, CE, vítima de um ataque cardíaco, no palco, durante uma apresentação.

#FamososQuePartiram #SeverinoJanuario