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Jô Soares

JOSÉ EUGÊNIO SOARES
(84 anos)
Humorista, Apresentador de Televisão, Escritor, Dramaturgo, Diretor Teatral, Ator e Músico

☼ Rio de Janeiro, RJ (16/01/1938)
┼ São Paulo, SP (05/08/2022)

José Eugênio Soares, mais conhecido como Jô Soares, foi um humorista, apresentador de televisão, escritor, dramaturgo, diretor teatral, ator e músico nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 16/01/1938.

Jô Soares apresentou de 1988 a 1999 o "Jô Soares Onze e Meia" no SBT e de 2000 a 2016 o "Programa do Jô" na TV Globo.

Jô Soares foi o único filho do empresário paraibano Orlando Heitor Soares e da dona de casa Mercedes Pereira Leal. Pelo lado materno, foi bisneto do conselheiro Filipe José Pereira Leal, diplomata e político que, no Brasil Imperial, foi governador do Estado do Espírito Santo. Por parte de seu pai, foi sobrinho-bisneto de Francisco Camilo de Holanda, ex-governador da Paraíba.

Jô Soares queria ser diplomata quando criança. Estudou no Colégio de São Bento do Rio de Janeiro, no Colégio São José de Petrópolis, e em Lausana, na Suíça, no Lycée Jaccard, com este objetivo. Porém, percebeu que o senso de humor apurado e a criatividade inata apontavam para outra direção.

Jô Soares com o filho Rafael Soares

Entre 1959 e 1979, Jô Soares foi casado com a atriz Therezinha Millet Austregésilo, com quem teve um filho, Rafael Soares (1964-2014), que era autista.

Entre 1980 a 1983, foi casado com atriz Sílvia Bandeira, doze anos mais nova.

Em 1984 começou a namorar a atriz Claudia Raia, romance que durou dois anos.

Jô Soares já namorou a atriz Mika Lins e em 1987, casou-se com a designer gráfica Flávia Junqueira Pedras, de quem se separou em 1998.

Jô Soares admitiu sofrer de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e em sua casa, os quadros precisam estar tombados levemente para a direita.

Jô Soares era sobrinho de Togo Renan Soares, conhecido como Kanela, ex-treinador da seleção brasileira de basquetebol.

No dia 01/10/2012, levou ao ar um programa especial que reprisou uma entrevista com Lolita Rodrigues e Nair Bello em homenagem à apresentadora Hebe Camargo, com quem declarou ter vivido intensas alegrias.

Rafael Soares comemora o aniversário em 11/05/2003 ao lado dos pais Jô e Theresa

Jô Soares
falava, com diferentes níveis de fluência, cinco idiomas: português, inglês, francês, italiano e espanhol, além de ter bons conhecimentos de alemão. Traduziu um álbum de histórias em quadrinhos de Barbarella, criação do francês Jean-Claude Forest.

Jô Soares era católico, sendo devoto de Santa Rita de Cássia.

No dia 25/07/2014, Jô Soares foi internado no Hospital Sírio-Libanês, para tratar de uma pneumonia, permanecendo no hospital por 22 dias.

No dia 31/10/2014, morreu seu único filho, Rafael Soares, no Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio de Janeiro. No dia 03/11/2014, Jô Soares dedicou o programa ao seu filho, em que fez um discurso contando um pouco da história dele.

No dia 04/08/2016, foi eleito para a Academia Paulista de Letras, assumindo a cadeira 33, que pertenceu ao escritor Francisco Marins.

Cronologia

Detentor de um talento versátil, além de atuar, dirigir, escrever roteiros, livros e peças de teatro, Jô Soares também foi um apreciador de jazz e chegou a apresentar um programa de rádio na extinta Jornal do Brasil AM, no Rio de Janeiro, além de uma experiência na também extinta Antena 1 Rio de Janeiro.

1956 - Estreou na televisão no elenco da "Praça da Alegria", na época na TV Record, onde ficou por 10 anos.

1965 - Protagonizou a única novela de sua carreira, a comédia "Ceará Contra 007", a trama de maior audiência naquele ano no Brasil. Também na TV Record.

1967 - Em "Família Trapo", roteirizou ao lado de Carlos Alberto de Nóbrega e atuou como Gordon, o mordomo atrapalhado e descompensado. Seu último trabalho na TV Record.

1971 - "Faça Humor, Não Faça Guerra" foi primeiro humorístico da TV Globo a contar a com a participação de Jô Soares. O programa em meio à Guerra Fria e ao conflito do Vietnã brincava com o slogan pacifista hippie "Make Love, Don't Make War" (Faça Amor, Não Faça Guerra).

Eliezer Motta e Jô Soares caracterizados como Carlos Suely e Capitão Gay

1973 - Em "Satiricom", novo programa humorístico da TV Globo, com direção de Augusto César Vanucci, realizou roteiros com Max Nunes e Haroldo Barbosa. A atração satirizava o título do filme homônimo de Federico Fellini, "Satyricon". Na promoção do programa, todavia, diziam que era a "sátira da comunicação" num mundo que tinha virado uma "aldeia global", expressão que esteve na moda depois dos primeiros anos da TV via satélite.

1976 - "Planeta dos Homens", nova sátira com o cinema. Desta vez, a série cinematográfica "O Planeta dos Macacos", atuava com roteiros de Haroldo Barbosa.

1981 - "Viva o Gordo", com direção de Walter Lacet e Francisco Milani, foi o primeiro programa solo de Jô Soares. Tinha roteiros de Armando Costa. Deu origem ao espetáculo do gênero "One Man Show" de chamado "Viva o Gordo, Abaixo o Regime" (sátira explícita ao Golpe Militar de 1964 ainda vigente àquela época). As aberturas do programa brincavam com efeitos especiais usando técnica de inserção de imagens de entre cenas famosas do cinema como em "Cliente Morto Não Paga" e "Zelig", ou "contracenando" com políticos nacionais e internacionais, como Orestes Quercia, Jânio Quadros, Ronald Reagan, dentre outros.

Jô Soares (Zezinho) e Magda Cotrofe em "Viva o Gordo"

1982 - Participação no "Chico Anysio Show".

1983 - Participação no musical infantil "Plunct, Plact, Zuuum" e comentários no "Jornal da Globo" até 1987.

1988 - "Veja o Gordo", estreou no SBT com o mesmo estilo do "Viva o Gordo" da TV Globo. Estreou nesse ano, ainda no SBT, o talk show "Jô Soares Onze e Meia" que foi ao ar de 1988 até 1999.

2000 - Trazido de volta para a TV Globo, onde apresentou o "Programa do Jô" até 2016, e fez participação no especial de Natal do programa "Sai de Baixo" - episódio "No Natal a Gente Vem Te Mudar" (sátira ao título da peça de Naum Alves de Souza, "No Natal a Gente Vem Te Buscar") como Papai Noel.

2018 - Participou como comentarista do programa "Debate Final", no Fox Sports, debatendo sobre a Copa do Mundo FIFA de 2018.

Morte

Jô Soares faleceu na sexta-feira, 05/08/2022, aos 84 anos, em São Paulo, SP. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês desde o final de julho de 2022 e a causa da morte não foi divulgada.

A notícia foi divulgada pela ex-mulher, Flavia Pedras, em uma publicação de sua página pessoal do Instagram. A notícia também foi confirmada pela assessoria de imprensa de Jô Soares.

Jô Soares no programa Viva o Gordo
Carreira

Discografia
  • 1972 - Norminha (Som Livre)
  • 1980 - a B... e Outras Estórias (Álbum de Piadas, K-Tel)
  • 1992 - Quinteto Onze e Meia - O Álbum (CID Entertainment)
  • 2000 - Jô Soares e O Sexteto - Ao Vivo no Tom Brasil (Globo Columbia)

Televisão
  • 1956-1967 - Praça da Alegria ... Alemão
  • 1965 - Ceará Contra 007 ... Jaime Blonde
  • 1967-1971 - Família Trapo ... Gordon
  • 1971-1973 - Faça Humor, Não Faça Guerra ... Vários personagens
  • 1973 - Globo Gente ... Apresentador
  • 1973-1975 - Satiricom ... Vários personagens
  • 1976-1982 - Planeta dos Homens ... Vários Personagens
  • 1977-1978 - Praça da Alegria ... Alemão
  • 1981-1987 - Viva o Gordo ... Vários personagens
  • 1982 - Chico Anysio Show ... Coronel Pantoja (Episódio: "12 de outubro")
  • 1983 - Plunct, Plact, Zuuum ... Mestre Cuca / Rei (Especial de Fim de Ano)
  • 1983-1987 - Jornal da Globo ... Comentarista de cultura
  • 1988-1990 - Veja o Gordo ... Vários personagens
  • 1988-1999 - Jô Soares Onze e Meia ... Apresentador
  • 2000-2016 - Programa do Jô ... Apresentador
  • 2000 - Sai de Baixo ... Papai Noel (Episódio: "No Natal a Gente Vem Te Mudar")
  • 2002 - A Grande Família ... Ele mesmo (Episódio: "Grandes Famílias, Pequenos Negócios")
  • 2018 - Debate Final ... Comentarista

Cinema
  • 1954 - O Rei do Movimento ... Jornaleiro
  • 1956 - De Pernas Pro Ar ... Jorginho
  • 1958 - Pé na Tábua ... Felício
  • 1959 - Aí Vêm os Cadetes ... Nelson
  • 1959 - O Homem do Sputnik ... Espião Americano
  • 1960 - Vai Que é Mole ... Bolinha
  • 1960 - Tudo Legal ... Euclides
  • 1965 - Pluft, o Fantasminha ... Tio Gerúndio
  • 1968 - Hitler III Mundo ... Alex
  • 1968 - Papai Trapalhão ... Antônio
  • 1969 - Agnaldo, Perigo à Vista ... Abelardo
  • 1969 - A Mulher de Todos ... Drº Plirtz
  • 1971 - Nenê Bandalho ... Narrador
  • 1973 - Amante Muito Louca ... Diretor
  • 1976 - O Pai do Povo ... El Magnífico Contreras / Cardinal / Silvestrina
  • 1979 - Tangarela, a Tanga de Cristal ... Agnaldo
  • 1986 - Cidade Oculta ... Riperti
  • 1995 - Sábado ... Homem na casa das máquinas
  • 2001 - O Xangô de Baker Street ... Desembargador Coelho Bastos
  • 2002 - Joana e Marcelo, Amor (Quase) Perfeito ... Ele mesmo
  • 2003 - Person ... Ele mesmo
  • 2004 - A Dona da História ... Ele mesmo
  • 2010 - VIPs: Histórias Reais de um Mentiroso ... Ele mesmo
  • 2012 - As Aventuras de Agamenon, o Repórter ... Ele mesmo
  • 2013 - Giovanni Improtta ... Presidente do Clube

Televisão (Autor / Diretor)
  • 1965 - Ceará Contra 007 ... Colaborador
  • 1967-1971 - Família Trapo ... Autor principal
  • 1971-1973 - Faça Humor, Não Faça Guerra
  • 1976-1982 - Planeta dos Homens
  • 1981-1987 - Viva o Gordo
  • 1988-1990 - Veja o Gordo
  • 1988 - Jô Soares Onze e Meia ... Criador do projeto original
  • 2000 - Programa do Jô

Cinema (Autor / Diretor)
  • 1976 - O Pai do Povo ... Autor, Diretor e Produtor
  • 2001 - O Xangô de Baker Street ... Autor

Obras
  • 1972 - Os Dilemas do Fantasma e do Capitão América (Capítulo no livro "Shazam!", de Álvaro de Moya)
  • 1983 - O Astronauta Sem Regime
  • 1992 - Humor Nos Tempos do Collor
  • 1994 - A Copa Que Ninguém Viu e a Que Não Queremos Lembrar
  • 1995 - O Xangô de Baker Street
  • 1998 - O Homem Que Matou Getúlio Vargas
  • 2005 - Assassinatos na Academia Brasileira de Letras
  • 2011 - As Esganadas
  • 2017 - O Livro De Jô - Uma Autobiografia Desautorizada - Vol. 1
  • 2018 - O Livro De Jô - Uma Autobiografia Desautorizada - Vol. 2

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #JoSoares

Ota

OTACÍLIO COSTA D'ASSUNÇÃO BARROS
(67 anos)
Cartunista, Quadrinista, Editor e Escritor

☼ Rio de Janeiro, RJ (04/07/1954)
┼ Rio de Janeiro, RJ (24/09/2021)

Ota, nome artístico de Otacílio Costa d'Assunção Barros, foi um cartunista, Quadrinista, editor e escritor nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 04/07/1954.

Ota ingressou na Editora Brasil-América Limitada (EBAL) em 1970, permanecendo até o final de 1973, quando entrou para a Editora Vecchi. No mesmo ano, lançou pela Editora Górrion três edições totalmente autorais da revista "Os Birutas", cujos personagens também foram publicados como tiras diárias no período entre 1972 e 1973. Nessa mesma época colaborou para publicações underground como "A Roleta", "Vírus" e "A Mosca".

Em 1974 se tornou o editor responsável pela versão brasileira da revista humorística "Mad", também exerceu função similar na revista de terror "Spektro" a partir de 1977.

Com a falência da Editora Vecchi em 1983, porém, ambas deixaram de ser publicadas. Voltou para a Editora Brasil-América Limitada (EBAL) para trabalhar na editoração da "Cinemin", uma publicação voltada ao cinema, retornando a seu antigo cargo em 1984 quando a "Mad" voltou pela Editora Record.


Após um período reunindo em torno de 150 quadrinhos eróticos brasileiros impressos na década de 1960 (os chamados "catecismos") publicou pela Record em 1984 o livro "O Quadrinho Erótico de Carlos Zéfiro", com uma análise da obra de Carlos Zéfiro que ajudou a formar o reconhecimento em torno de seu trabalho.

Em 1994, recebeu o prêmio de Melhor Revista Independente no Troféu HQ Mix, do Rio de Janeiro, pela criação da "Revista do Ota", em 1993. O periódico, porém, não foi além do primeiro número. Ainda em 1994, tentou retomar a publicação da "Spektro" que, devido a problemas de distribuição, teve o mesmo destino da "Revista do Ota".

Manteve seu cargo na "Mad" após uma nova mudança de editora em 2000, quando a revista foi assumida pela Mythos.

Em 2005, assinou uma coluna sobre quadrinhos no Jornal do Brasil.


Em 2006, começou a publicar a tira "Concursino" para o jornal Folha Dirigida.

Em março de 2008, após dois anos fora das bancas, a "Mad" voltou a ser publicada pela Panini. Ota foi convidado a supervisionar o conteúdo nacional da revista, enquanto outro editor ficaria responsável pela adaptação do material internacional. Sete edições depois, motivado por desentendimentos editoriais, Ota deixou o cargo ocupado por ele por 34 anos, perfazendo um total de mais de 300 volumes publicados. Na mesma época, declarou que iria leiloar toda sua coleção de objetos, artigos e revistas relacionados à "Mad".

Ota foi responsável pela restauração, seleção e tradução das revistas "Luluzinha" e "Recruta Zero" da Pixel Media, selo da Ediouro Publicações. Também foi responsável pela coleção de álbuns remasterizados de "Asterix" pela Editora Record.


Em 2016, publicou de forma independente, o e-book "A Garota Bipolar - O Começo de Tudo", a série "A Garota Bipolar" teve edições impressas em formatinho, vendendo cerca de 3000 exemplares.

Em junho de 2020, pela Tai Editora lançou um projeto de financiamento coletivo no Catarse de uma coletânea da série.

Em junho de 2021, passou a publicar tiras sobre o ambiente universitário no site da Faculdade Campos Elíseos.

Recentemente Ota vinha fazendo letras para algumas editoras de quadrinhos, como Figura, Lorentz, Tai e Quadriculando, e estava envolvido com em duas republicações de seus trabalhos: "Os Estranhos Hóspedes do Hotel Nicanor", pela MMarte (ele assinava os roteiros com o pseudônimo Juka Galvão e os desenhos eram de Flavio Colin) e "A Garota Bipolar", que foi financiado pelo Catarse, pela Tai.

Morte

Otacílio Costa D'Assunção Barros, o Ota, foi encontrado morto na sexta-feira, 24/09/2021, em seu apartamento na Rua Ernani Cotrim, na Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro, aos 67 anos. A causa da morte não foi divulgada.

Amigos e colegas de Ota estavam sem contato com o cartunista desde quarta-feira, 22/09/2021. Na sexta, 24/09/2021, os bombeiros foram acionados. Chegando no local, arrombaram a porta e encontraram Ota morto.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #Ota

Arnaldo Jabor

ARNALDO JABOR
(81 anos)
Cineasta, Roteirista, Diretor de Cinema e Televisão, Produtor Cinematográfico, Dramaturgo, Crítico, Jornalista e Escritor

☼ Rio de Janeiro, RJ (12/12/1940)
┼ São Paulo, SP (15/02/2022)

Arnaldo Jabor foi um cineasta, roteirista, diretor de cinema e televisão, produtor cinematográfico, dramaturgo, crítico, jornalista e escritor nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 12/12/1940.

Filho de Salomão Jabor Sobrinho, um oficial da Aeronáutica, e Diva Hess, uma dona de casa, Arnaldo Jabor nasceu numa família de classe média. Seu pai descendia por linha paterna de libaneses, mas sua ascendência era bastante diversa, com ancestrais portugueses e alemães.

Era ligado por parentesco de afinidade ao crítico literário Agrippino Grieco, cujo filho primogênito Donatello era casado com sua tia paterna, Diva Jabor.

Formado no ambiente do Cinema Novo, participou da segunda fase do movimento, que buscava analisar a realidade nacional, inspirando-se no neorrealismo italiano e na nouvelle vague francesa. Seu primeiro longa metragem foi o inovador documentário "Opinião Pública" (1967), uma espécie de mosaico sobre como o brasileiro olha sua própria realidade.

No início dos anos 70, com o recrudescimento da repressão política e da censura, os antigos autores cinemanovistas procuraram caminhos metafóricos, alegóricos, para driblar a ação do Governo e poder expor suas propostas e Arnaldo Jabor fez o mesmo com "Pindorama" (1970). Mas aqui o excesso de barroquismo e de radicalismo contra o cinema clássico comprometeram a qualidade da obra, como o próprio Arnaldo Jabor admitiria mais tarde.


Seu próximo filme o redime completamente e se converte num dos grandes sucessos de bilheteria do cinema brasileiro: "Toda Nudez Será Castigada" (1973), adaptado da peça homônima de Nelson Rodrigues, possui um enfoque mais humano, mas ainda assim não poupa implacáveis críticas à hipocrisia da moral burguesa e de seus costumes, na história do envolvimento da prostituta Geni (Darlene Glória, no papel que lhe valeu o Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim) com o viúvo Herculano (Paulo Porto).

O filme seguinte, dessa vez adaptado de um romance de Nelson Rodrigues, é ainda mais forte nas suas investidas contra as deformidades comportamentais e sexuais da sociedade: "O Casamento" (1975), último filme da atriz Adriana Prieto, também foi bem recebido por crítica e público e rendeu a atriz Camila Amado o Kikito de ouro de melhor atriz coadjuvante. Com "Tudo Bem" (1978), iniciou a chamada "Trilogia do Apartamento". Talvez seu filme mais célebre, investiga, num tom de forte sátira e ironia, as contradições da sociedade brasileira já vitimada pelo fracasso do milagre econômico, isso no espaço restrito de um apartamento de classe média. A obra ganhou o prêmio de Melhor Filme no Festival de Brasília e proporcionou a Paulo Gracindo e Fernanda Montenegro, entre outros atores, grandes desempenhos.

A película seguinte se dedicou mais a uma análise intimista e sexual: "Eu Te Amo" (1980), obra que consagrou Paulo César Pereio e Sônia Braga no cinema, concentrando-se nas crises amorosas e existenciais de um homem e uma mulher.

O próximo filme, "Eu Sei Que Vou Te Amar" (1986), com os jovens Fernanda Torres (ganhadora do prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes na ocasião) e Thales Pan Chacon na pele de um casal em crise, guarda semelhanças de forma e conteúdo com "Eu Te Amo". Ambos os filmes se consagraram como grandes sucessos de bilheteria.


No início da década de 1990, com o fim do fomento estatal para a produção cinematográfica nacional no Governo de Fernando Collor, Arnaldo Jabor foi obrigado a procurar novos rumos e encontrou na imprensa o seu ganha-pão. Estreou como colunista de O Globo no final de 1995 e mais tarde foi para a TV Globo, atuando como colunista em vários telejornais da casa, como Jornal Nacional, Jornal da Globo, Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Fantástico e também na Rádio CBN, levando para televisão e rádio o estilo irônico com que comentava os fatos da atualidade brasileira.

Seus dois últimos livros "Amor é Prosa, Sexo é Poesia" (Editora Objetiva, 2004) e "Pornopolítica" (Editora Objetiva, 2006) se tornaram best-sellers instantâneos.

Abordando os mais variados temas como cinema, artes, sexualidade, política nacional e internacional, economia, amor, filosofia, preconceito, suas intervenções "apimentadas" na televisão e em suas colunas lhe renderam admiradores e muitos críticos.

Diversos textos que circulam pela internet são falsamente assinados por Arnaldo Jabor. No dia 03/11/2009, o próprio autor escreveu uma coluna negando essas autorias e fazendo uma crítica sobre o assunto, reclamando que a era digital não era para ele. E no jornal O Sul, escreveu na sua coluna "A Paranoia Está Batendo", em 05/10/2011, que iPhones e outros aparelhos modernos lhe deixam com sentimento de solidão, por escrever para uma pessoa e nem saber onde ela está.

Morte

Arnaldo Jabor faleceu na terça-feira, 15/02/2022, aos de 81 anos, em São Paulo, SP. Ele estava internado desde 16/12/2021 no Hospital Sírio-Libanês. Arnaldo Jabor sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e não se recuperou.

Filmografia

  • 1965 - O Circo (Curta-metragem)
  • 1967 - A Opinião Pública
  • 1970 - Pindorama
  • 1973 - Toda Nudez Será Castigada
  • 1975 - O Casamento
  • 1978 - Tudo Bem
  • 1980 - Eu Te Amo
  • 1986 - Eu Sei Que Vou Te Amar
  • 1990 - Carnaval (Curta-metragem)
  • 2010 - A Suprema Felicidade

Prêmios e Nomeações

  • Ganhou o Urso de Prata, no Festival de Berlim, por "Toda Nudez Será Castigada" (1973)
  • Ganhou o Kikito de Ouro de Melhor Filme, no Festival de Gramado, por "Toda Nudez Será Castigada" (1973)
  • Ganhou o Prêmio Especial do Júri, no Festival de Gramado, por "O Casamento" (1975)
  • Ganhou o Candango de Melhor Filme, no Festival de Brasília, por "Tudo Bem" (1978)

Livros

  • 1993 - Os Canibais Estão na Sala de Jantar (Editora Siciliano)
  • 1997 - Sanduíches de Realidade (Editora Objetiva)
  • 2001 - A Invasão das Salsichas Gigantes (Editora Objetiva)
  • 2004 - Amor é Prosa, Sexo é Poesia (Editora Objetiva)
  • 2006 - Pornopolítica (Editora Objetiva)
  • 2007 - Eu Sei Que Vou Te Amar (Editora Objetiva)
  • 2009 - Amigos Ouvintes (Editora Globo)
  • 2014 - O Malabarista - Os Melhores Textos de Arnaldo Jabor (Editora Objetiva)

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #ArnaldoJabor

Olavo de Carvalho

OLAVO LUIZ PIMENTEL DE CARVALHO
(74 anos)
Jornalista, Escritor, Ensaísta, Polemista, Influenciador Digital, Ideólogo, Astrólogo e Filósofo

☼ Campinas, SP (29/04/1947)
┼ Richmond, Estados Unidos (24/01/2022)

Olavo Luiz Pimentel de Carvalho foi um jornalista, ensaísta, polemista, influenciador digital, ideólogo, astrólogo e filósofo autoproclamado, nascido em Campinas, SP, no dia 29/04/1947. Era considerado um representante do conservadorismo no Brasil, tendo também expressiva influência na extrema-direita brasileira.

Autor profícuo, escreveu mais de 40 livros, mais de 44 cursos, dezenas de milhares de páginas em apostilas e artigos, protagonizou um filme e, durante 14 anos, ministrou semanalmente seu Curso Online de Filosofia, o COF - contabilizando mais de 570 aulas.

Suas ideias ganharam protagonismo no debate público, pautando assuntos como conservadorismo, religião, filosofia e política. Segundo ele mesmo, seus cursos são os únicos realmente formadores de profissionais de alto nível no país, superiores às graduações de humanas nas universidades.

Chamado de Pai da Direita no Brasil, rejeitou tal título. Ciente de que fez muito pela direita no país, acredita que a democracia envolve o rodízio dos poderes e que a esquerda pretende ter a hegemonia governando.

Olavo de Carvalho continuou ensinando como podia até seu último dia. Como passatempo, costumava atirar usando uma arma austríaca de caça dos anos 60, Steyr-Mannlicher, além de assistir filmes e séries na Amazon.

Polemista por estilo, sua forma de atuação pública virou capa de praticamente todos os jornais do país, prova inconteste de que, tanto para os seus alunos quanto para seus opositores, Olavo de Carvalho estava ingresso nos cânones da filosofia Brasileira. Mas como tudo começou?

Estudos Independentes

Olavo de Carvalho tornou-se autodidata bem jovem, buscou o conhecimento por conta própria. Não se viu dependente do conteúdo escolar passado pelos professores regulares das instituições.

Aprendeu sozinho na companhia dos livros e também por meio de conversas com outros intelectuais brasileiros com quem teve contato.

Aos 2 anos de idade, saiu de Campinas, SP. Na cidade de São Paulo, morou no bairro do Glicério, perto da Praça da Sé.

Seu pai, Luiz Gonzaga de Carvalho, separou-se de sua esposa quando Olavo tinha aproximadamente 8 anos. Quando morreu, Olavo era ainda adolescente. Sua mãe, Nicéa Pimentel de Carvalho, era uma pobre operária da indústria gráfica. Faleceu aos 99 anos, após uma queda no banheiro seguida de fratura.

Olavo de Carvalho não era filho único, tinha também um irmão e juntos cuidaram da mãe. Tanto ela quanto o pai foram referenciados como sendo muito bons, pessoas excelentes.

Mesmo criado na pobreza e em um bairro com semi-analfabetos, Olavo de Carvalho já se dedicava à alta literatura aos 14 anos de idade, com a qual, por exemplo, já tinha lido a obra completa de Dostoievski.

Ele se recordava de se recusar a ler alguns autores brasileiros indicados no colégio, porque já estava lendo Goethe, autor que descobriu a partir da leitura de "Os Sofrimentos Do Jovem Werther".

Autonomamente, formou seu gosto literário por meio da grande literatura mundial. Sendo apenas um adolescente, já tinha lido Dante, Tolstoy, Shakespeare e tantos outros.

Como queria estudar assuntos mais profundos, deixou a escola, onde os professores, segundo afirmou, sequer acompanhavam seu nível. Abandonou o colégio na 4ª série ginasial, equivalente à oitava série do ensino fundamental.

O Envolvimento de Olavo Com o Comunismo

Em 1966, com apenas 19 anos, filiou-se ao Partido Comunista, devido ao seu interesse precoce por política.

Em 1968, aos 21, abandonou sua filiação ao comunismo. Durante o Regime Militar, foi opositor. Percebeu por que o socialismo não funcionava somente quando adulto.

Olavo de Carvalho estima que o primeiro livro marxista que leu foi uma antologia organizada por um francês, uma coletânea de vários autores. Na época, não ficou muito impressionado. Apenas mais tarde se interessou, quando cooptado por uma organização de esquerda, que era uma dissidência do partido comunista.

Esta organização mais tarde se tornaria a Aliança Nacional Libertadora (ANL). Foi nesse meio que ele conheceu grandes nomes da esquerda, como José Dirceu e Rui Falcão.

Olavo de Carvalho passou um tempo morando na Casa do Estudante, imóvel inaugurado em 1947 para abrigar os estudantes universitários de baixa renda da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

Ele não estudava Direito, mas por estar franqueado pela organização política, por interesse partidário, conseguiu a vaga. Até mesmo José Dirceu morava nessa casa, ainda que fosse aluno da Pontifícia Universidade Católica (PUC), também por privilégio da organização que integrava.

Primeiros Trabalhos Jornalísticos

Olavo de Carvalho começou a sua carreira como jornalista na empresa Folha da Manhã S/A aos 17 anos. Posteriormente, conseguiu o melhor emprego de jornalismo em São Paulo na época, no Jornal da Tarde.

Foi ensaísta e colunista de diversos veículos: Folha de São Paulo, Bravo!, Planeta, Primeira Leitura, Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, O Globo, Época, Zero Hora e Diário do Comércio. Participou também de jornais como A Gazeta e Estado de São Paulo.

Em seus primeiros anos como jornalista, como tinha uma visão de mundo alinhada à esquerda, desenvolveu-se rapidamente. Olavo de Carvalho foi repórter, copydesk, redator, roteirista e até foi credenciado no Palácio do Governo.

Trabalhou em jornais dessa forma entre os seus 17 e 30 anos de idade.

Ainda na década de 70, Olavo de Carvalho desistiu dos empregos no jornalismo e começou a trabalhar como freelancer. O que o levou a perder o interesse não foi nenhuma razão política, mas sim a má conduta moral das pessoas desses ambientes.

Ser freelancer na época era algo tão raro, que ele foi entrevistado para explicar como era isso. Na verdade, os motivos eram práticos. Ele fazia seus próprios horários e ganhava mais do que o dobro que a média dos jornalistas ganhava.

Durante a década de 80, trabalhou para várias revistas, como Nova, Quatro Rodas, Cláudia, dentre outras. Eram revistas de administração pública e privada, de economia, política e temas variados. Em entrevistas, Olavo de Carvalho relatava que aceitava o trabalho que aparecia. Foi, inclusive, freelancer da Abril e O Globo.

Mudanças e Trajetória de Vida

Olavo de Carvalho se mudou para o Rio de Janeiro na década de 90. Este foi um período fundamental em sua vida.

Sua trajetória pública começou quando publicou o artigo "Bandidos e Letrados", partes 1 e 2, no Jornal do Brasil, na seção de Opinião, abalando o meio intelectual brasileiro.

O primeiro curso de filosofia ministrado por Olavo de Carvalho fora de São Paulo foi no Rio de Janeiro. Ministrou também os cursos de História da Filosofia e Pensamento e atualidade em Aristóteles a Casa de Cultura Laura Alvim.

A maioria dos cursos foram organizados por Stella Caymmi, assistente pessoal do filósofo à época. Posteriormente, os cursos dados na Casa de Cultura Laura Alvim foram publicados em livros.

No Centro Educacional da Lagoa (Celtec), Olavo de Carvalho lançou "A Nova Era" e a "Revolução Cultural" pelo IAL e Stella Caymmi Editora. Houve palestra para um auditório lotado, iniciando uma trajetória de sucesso em Ciência Política.

As análises feitas nesse dia, mostraram-se certeiras nas décadas seguintes.

Olavo de Carvalho também se destacou a frente da Editora da Cidade ao editar e prefaciar um importante livro com ensaios de Otto Maria Carpeaux. Por essa mesma editora, lançou seu grande sucesso "O Imbecil Coletivo". Após essa obra, iniciou-se a derrocada da hegemonia gramciana implantada no Brasil desde os anos 60, tal qual ele a denunciou.

É importante também recordar que, em 1997, a Editora da Cidade em parceria com a Topbooks, de José Mario Pereira, dividiram um stand. A programação cultural foi rica, muito concorrida e tornou-se modelo para as bienais seguintes.

Além desses detalhes, nas terras cariocas, Olavo de Carvalho publicou seu outro sucesso "O Jardim das Aflições", pela editora Diadorim. Esse é considerado seu livro mais importante.

Olavo de Carvalho frequentou cursos de filosofia na Pontifícia Universidade Católica (PUC) com professores notáveis. Chegou a fazer o curso por três anos, mas não o completou. Estudou por um ano com o Padre Stanislavs Ladusãns no Conjunto de Pesquisas Filosóficas, COMPEFIL, no alto da Gavea. Não fez outros cursos na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

No Rio de Janeiro, residiu em Copacabana e em Santa Cruz de Serra. Depois, mudou-se para o bairro Laranjeiras. Sendo muito pobre, residia em um edifício chamado de favelão. Ao lembrar desse período, ele considera que foi feliz. No Rio de Janeiro, ainda havia intelectuais de verdade, como Josué Montello, Herberto Sales, Paulo Francis, Carlos Heitor Cony e Bruno Tolentino.

Conheceu também Antônio Olinto, intelectual e escritor brasileiro com livros traduzidos em 38 línguas.

Olavo de Carvalho os conheceu e teve seus livros lidos e apreciados por eles. Ao se recordar disso, considera essa admiração mais valiosa que qualquer apreciação vinda da grande mídia.

Rememorando sua trajetória de vida, diz que sua vida editorial começou de fato no Rio de Janeiro. Nessa época, ele já era chamado de polemista. Antes ele não emitia opinião, mas começou a falar de pessoas que nunca tinham sido criticadas, o que impactou a opinião pública.

Em 1999, saiu do Rio de Janeiro e se mudou para a Romênia, país em efervescência cultural, a convite do embaixador e ex-ministro da cultura, Jerônimo Moscardo. Ao voltar da Romênia, estava muito pobre.

Foi quando Rogério Marinho, irmão do Roberto Marinho, lhe concedeu uma coluna no jornal O Globo. Mas quando Rogério Marinho morreu, Olavo de Carvalho perdeu seu emprego, pois nenhum dos outros jornalistas o queria lá.

Também viveu por um tempo no Paraná, onde se dedicou mais intensamente ao ensino. Disse que lá encontrou os melhores estudantes, o que lhe foi um grande estímulo. Ficou por volta de um ano e meio com cursos praticamente todos os dias.

Em 2002, Olavo de Carvalho criou o website Mídia Sem Máscara (MSM), com o intuito de combater o viés de esquerda que via na grande mídia brasileira. É também o criador do programa de rádio pela internet chamado True Outspeak.

Olavo de Carvalho Nos Estados Unidos

Em 2005, Olavo de Carvalho passou a morar nos Estados Unidos porque recebeu a proposta de ser correspondente internacional do Diário do Comércio, jornal da Associação Comercial de São Paulo. Não tinha planos de voltar a viver permanentemente no Brasil, uma vez que sua vida com filhos e netos estava constituída lá.

Esteve novamente no Brasil por questões de saúde, mas terminou seus dias no interior da Virgínia. Escolheu esse lugar porque gostou da beleza da região, do espírito dos moradores.

O professor também confessou que já estava cansado do Brasil. Preferiu a mudança pensando na liberdade que tinha para escrever sobre o que queria.

Entre 2005 e 2011 escreveu um conjunto de textos que foi reunido na coleção "Cartas de Um Terráqueo ao Planeta Brasil", em 10 volumes.

Mesmo morando nos Estados Unidos, pretendia continuar os trabalhos para O Globo, mas foi demitido. A ideia do curso de filosofia online sistemático veio de seu assessor e aluno, Silvio Grimaldo. Quando ministrou seu curso, esperava aproximadamente 100 alunos, mas alcançou mais de 5.000.

Ao tentar regularizar sua situação fora do Brasil, ele ganhou o visto de pessoas com realizações excepcionais em artes, letras, ciências, etc. Possuindo "extraordinary ability", o maior reconhecimento que um escritor brasileiro já recebeu desde o início do país, pôde residir legalmente nos Estados Unidos.

Assim, passou a viver do Diário de Comércio e dos cursos.
"A maior recompensa do meu trabalho é: Eu ver a inteligência dos meus alunos despertando!"
(Olavo de Carvalho)

De toda a sua trajetória de vida e suas obras, o que mais se recorda do professor Olavo de Carvalho foi o período em que ele se envolveu com astrologia, tópico usado para desmerecer seus trabalhos.

Por volta dos seus 30 anos, o assunto polêmico e popular da época era a astrologia. Mas como isso entrou na vida do professor Olavo de Carvalho?

Havia um psicólogo argentino em São Paulo, criado na Suíça, gênio da psicologia clínica, que chamou Olavo de Carvalho para assistir seu curso e redigi-lo. O tema era astrologia e, como não havia entendido, Olavo de Carvalho recebeu do doutor uma série de livros sobre astrologia para estudar.

Foi assim que seu interesse pelo assunto começou. Seus estudos de astrocaracterologia e alquimia estendiam-se às análises de conjuntura política, passando pela psicologia, gnoseologia e religião.

Como astrólogo, colaborou no primeiro curso de extensão universitária em astrologia para estudantes de psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 1979, quando tinha 32 anos.

Ele estudou as correntes em alta na época e, por isso, recebeu muita atenção da mídia, como a TV Manchete, por exemplo. Após estudar bastante, tornou-se um dos grandes nomes em astrologia no país. Mas percebendo que o assunto era difícil e que não havia conclusão sobre o tema, resolveu deixá-lo de lado.

O público se interessava pelas temáticas de astrologia e alquimia, estudo de esoterismo, deixando de lado os aspectos teórico e científico da astrologia.

Hoje, a parte científica e complexa desses estudos não é do interesse do jornalismo. Tudo que o professor Olavo de Carvalho estudou sobre astrologia é usado apenas para manchar sua reputação, sendo constantemente depreciado como um charlatão, majoritariamente por pessoas que não leram seus livros nem conhecem a abrangência do tema sobre o qual falam.

Reputação e Polêmicas

Olavo de Carvalho é um dos maiores nomes da política, cultura e ensino em filosofia. É o maior polemista brasileiro, graças às suas provocações e acusações à mídia no poder dos maiores veículos informativos do país.

Embora possua um vastíssimo trabalho de longo prazo, é constantemente ignorado e atacado a partir, principalmente, de suas manifestações no Facebook.

Olavo de Carvalho usava o Facebook como uma espécie de diário. Assim, ele explicava que dava aos seus alunos o exemplo de um filósofo filosofando diariamente sobre suas impressões diárias.

Ele enfatizava que o pensamento não é distinto da vida, já que muitos vivem de uma maneira diferente em relação ao que falam e defendem filosofias de vida nunca postas em prática.

Costumeiramente, quando ele é mencionado, o tom é de deboche, sarcasmo ou acusações. Apenas suas postagens curtas e polêmicas recebem destaque fora de contexto.

Falando de si, Olavo de Carvalho considerava possuir uma história parecida com a de Ronaldo Alves, um amigo nascido no Morro da Rocinha, que costumava dizer:
"Eu sofri mais discriminação na favela por ler livros do que fora dela por ser preto!"
Analogamente, Olavo de Carvalho afirmava que ler livros era ser considerado louco. Dizia ter experimentado, desde o tempo na escola, a estranheza de ser um leitor assíduo e ávido perto dos que não buscavam se formar bem.

A reputação de Olavo de Carvalho é constantemente atacada por ele ter se envolvido com astrologia e por ser considerado um forte conselheiro do presidente Jair Bolsonaro.

Olavo de Carvalho rejeitava qualquer vínculo com a presidência de Bolsonaro, pois falou com ele pouquíssimas vezes e, inclusive, recusou o cargo de ministro da educação.

Sua vida familiar também já foi exposta. Em setembro de 2017, sua filha escreveu uma carta o acusando, mas os outros 7 filhos foram contra as difamações da irmã. Segundo Olavo de Carvalho, aparentemente ela fez isso por não ter sido mencionada em seu filme.

Olavo de Carvalho se considerava um escritor independente, sem vinculação a partidos ou grupos políticos. Além de independente, ele não se considerava um ideólogo, mas sim um analista da realidade. A diferença é que um ideólogo força a realidade dentro de um escopo de ideias que ele quer que sejam reais. O analista, por sua vez, analisa os fatos e diz o que vê.

Olavo de Carvalho e Jair Bolsonaro
Sobre o presidente Bolsonaro, considerava que é um homem sincero, que fala aquilo que vê e que é necessário para o Brasil. Sugeriu pessoas que considerava intelectuais para alguns cargos e alguns se concretizaram.  

Por outro lado, em Lula, via uma pessoa que se tornou cínica, mentirosa. Olavo de Carvalho foi o primeiro a denunciar concretamente os motivos que tornaram o PT um partido criminoso. Fez isso ao revelar a existência do Foro de São Paulo.

Ele não se afirmava como um ideólogo de direita e dizia que qualquer influência sua foi somente um subproduto de seu trabalho.

Em seus cursos, livros e artigos não ensinava "direitismo". Ele se preocupava em criar intelectos, não partidos.

De acordo com Olavo de Carvalho, não havia partido, revista, jornal diário, estação de rádio ou universidade conservadora no Brasil. Isso significava que o povo, majoritariamente conservador e cristão, não tinha representação.

Ele explicava que a esquerda entendia que isso era a democracia. Essa é a razão para que Olavo de Carvalho afirmasse que o problema não era a esquerdização, mas a exclusão das alternativas. Isso o motivou a escrever "O Imbecil Coletivo", 1996.

Os imbecis eram, para Olavo de Carvalho, aqueles que se persuadiam uns aos outros sem serem confrontados.

Olavo de Carvalho perdeu todos os seus empregos na mídia por causa de suas opiniões. Por esse livro, tornou-se a persona non grata, na Academia Brasileira de Letras, pois criticou o processo de imbecilização nas universidades e o constrangimento ideológico que sofriam aqueles que não se adequavam às pautas da esquerda.

Olavo de Carvalho não concluiu seu curso de filosofia na universidade. No entanto, sempre estudou, principalmente filosofia, psicologia e religião. Quando trabalhava assiduamente como jornalista, tinha apenas um registro profissional.

A falta de um diploma e a dependência de uma validação de uma universidade reconhecida tornou-se motivo para seus opositores negarem que ele fosse um filósofo. Outros o rotulavam como filósofo autoproclamado ou pseudofilósofo.

Seus alunos, porém, estavam prontos a atestar que Olavo de Carvalho era um filósofo no sentido genuíno da palavra. Como exemplo, citam que os grandes filósofos da humanidade, principalmente os gregos, não tinham diploma algum, simplesmente faziam filosofia com suas vidas. Para eles, determinante é ter um pensamento filosófico próprio, procurar a verdade a qualquer custo com sinceridade, sem medo do que se pode encontrar na investigação. Sem diploma algum, Olavo de Carvalho possui uma vasta obra filosófica com suas análises, reflexões e pensamentos.

Assim, ele dava a conhecer ao grande público o que pensava sobre a realidade política, econômica e cultural do dia a dia brasileiro.
"O filósofo busca a explicação do real segundo sua própria exigência de veracidade e segundo o nível alcançado por seus antecessores!"
O trabalho real de um filósofo é a busca da unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa. Trata-se de uma necessidade e uma busca incessante por alcançar a unidade do conhecimento.

Obras

Como escritor, seu primeiro livro é de 1980, intitulado "A Imagem do Homem na Astrologia".

Olavo de Carvalho é autor de uma vastíssima obra, destacando-se os livros "A Nova Era e a Revolução Cultural", "O Jardim Das Aflições", "O Imbecil Coletivo", "Aristóteles em Nova Perspectiva", "A Dialética Simbólica", "O Futuro do Pensamento Brasileiro", "A Filosofia e Seu Inverso", "O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota"; a tradução comentada "Como Vencer Um Debate Sem Precisar Ter Razão", de Arthur Schopenhauer; a edição do debate com o cientista político russo Alexandre Dugin e "Os EUA e a Nova Ordem Mundial".

Olavo de Carvalho se atribuía o feito de ter quebrado a hegemonia da esquerda com suas publicações e com os alunos que formou. Desde o começo dos anos 90, ele já analisava o debate dos intelectuais.

Foi ele que revelou as estratégias de dominação da cultura para a implantação do socialismo em seu livro "Nova Era e a Revolução Cultural", em 1994. Ele previu a vitória do Partido dos Trabalhadores (PT) e o que fariam. O PT não estava disposto a suportar o rodízio no poder. Olavo de Carvalho já havia dito isso.
"Minha trajetória de vida são os livros que escrevi, eu não faço outra coisa além de escrever e ensinar!"
Ele explicava que houve uma esquerdização da mídia, universidades e show business. Há 20 anos, disse que o primeiro candidato com discurso conservador venceria, o que aconteceu com o Bolsonaro.

Falando sobre sua obra, "Jardim das Aflições", que está entre as mais conhecidas, disse:
"Meu propósito não é mudar o rumo da história, mas atestar que nem todos estavam dormindo enquanto a história mudava de rumo!"
Em "O Imbecil Coletivo", previu também a hegemonia que a esquerda tomaria na política brasileira e documentou o processo de decadência intelectual que estava acontecendo no Brasil.

Nas entrevistas que concedeu, costumava ressaltar que antes de algo ser vivido na prática, tudo começava com ideias em pequenos grupos.

Seu livro "O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota", 2013, tornou-se um fenômeno de vendas instantâneo. Mesmo sendo um livro compendioso, de 615 páginas, a obra figurou em todas as listas dos mais vendidos da Internet, desde a semana de lançamento.

Morte

Olavo de Carvalho faleceu na segunda-feira, 24/01/2022, aos 74 anos, na região de Richmond, na Virgínia, Estados Unidos, deixando sua esposa, a filósofa Roxane de Carvalho, oito filhos e 18 netos.

A família de Olavo de Carvalho divulgou uma nota em redes sociais sobre sua morte, oito dias após ser diagnosticado com Covid-19. Ele estava internado num hospital em Richmond, na Virgínia, Estados Unidos. Embora a causa da morte não tenha sido divulgada junto da nota, sua filha Heloísa afirmou que ela se deveu à Covid-19.

Por outro lado, Ahmed Youssif El Tassa, médico de Olavo de Carvalho, disse que o motivo do falecimento teria sido Insuficiência Respiratória Aguda associada a Pneumonia Bacteriana.

Olavo de Carvalho negava a existência da pandemia, chegando a afirmar, em 2020, que o coronavírus era "a mais vasta manipulação de opinião pública que já aconteceu na história humana". Era também crítico da vacinação, da proteção pessoal com a utilização de máscara e do lockdown.

Após a sua morte, políticos de extrema-direita, como o presidente da República Jair Bolsonaro e seus filhos, lamentaram o ocorrido. Ministros, ex-ministros e parlamentares do mesmo espectro político também se manifestaram. O Governo Federal ainda emitiu uma nota de pesar, manifestando condolências e Jair Bolsonaro decretou luto oficial de um dia após a confirmação oficial da morte.

Olavo de Carvalho foi sepultado no cemitério Saint Joseph em Petersburg no dia 26/01/2022. A seu funeral, estiveram presentes familiares, o ex-chanceler Ernesto Araújo, o embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Nestor Forster e o blogueiro Allan dos Santos.

Obras

Autor
  • 1980 - A Imagem do Homem na Astrologia
  • 1983 - O Crime da Madre Agnes ou A Confusão Entre Espiritualidade e Psiquismo
  • 1983 - Questões de Simbolismo Astrológico
  • 1983 - Universalidade e Abstração e Outros Estudos
  • 1985 - Astros e Símbolos
  • 1986 - Astrologia e Religião
  • 1986 - Fronteiras da Tradição
  • 1992 - Símbolos e Mitos no Filme "O Silêncio dos Inocentes"
  • 1993 - Os Gêneros Literários: Seus Fundamentos Metafísicos
  • 1993 - O Caráter Cforma Pura da Personalidade
  • 1994 - A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci
  • 1994 - Uma Filosofia Aristotélica da Cultura
  • 1995 - O Jardim das Aflições: De Epicuro à Ressurreição de César - Ensaio Sobre o Materialismo e a Religião Civil
  • 1996 - Aristóteles Em Nova Perspectiva: Introdução à Teoria dos Quatro Discursos
  • 1996 - O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras
  • 1998 - O Futuro do Pensamento Brasileiro. Estudos Sobre o Nosso Lugar no Mundo
  • 1998 - O Imbecil Coletivo II: A Longa Marcha da Vaca Para o Brejo e Logo Atrás Dela, os Filhos da PUC
  • 1998 - O Exército na História do Brasil (4 Volumes)
  • 2002-2006 - Coleção História Essencial da Filosofia
  • 2006 - A Dialética Simbólica - Ensaios Reunidos
  • 2011 - Maquiavel ou A Confusão Demoníaca
  • 2012 - A filosofia e Seu Inverso
  • 2012 - Os EUA e a Nova Ordem Mundial (Co-autor Alexandre Dugin)
  • 2013 - Visões de Descartes Entre o Gênio Mal e o Espírito da Verdade
  • 2013 - O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota
  • 2013 - Apoteose da Vigarice - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume I)
  • 2014 - O Mundo Como Jamais Funcionou - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume II)
  • 2014 - A Fórmula Para Enlouquecer o Mundo - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume III)
  • 2015 - A Inversão Revolucionária em Ação - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume IV)
  • 2016 - O Império Mundial da Burla - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume V)
  • 2016 - O Dever de Insultar - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume VI)
  • 2017 - Breve Retrato do Brasil - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume VII)
  • 2018 - Os Histéricos no Poder - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume VIII)

Flávio Bolsonaro e Olavo de Carvalho
Prêmios

  • 1999 - Medalha do Pacificador
  • 2000 - Ordem Nacional do Mérito da Romênia
  • 2001 - Medalha do Mérito Santos-Dumont
  • 2012 - Medalha Tiradentes
  • 2019 - Ordem do Rio Branco no grau de Grã-Cruz (Essa é a mais alta homenagem diplomática conferida pelo Governo brasileiro, apenas para pessoas físicas, jurídicas, corporações militares ou instituições civis, nacionais ou estrangeiras pelos seus serviços ou méritos excepcionais)

#FamososQuePartiram #OlavodeCarvalho

Agnaldo Timóteo

Foto: Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo / Fotos Públicas
AGNALDO TIMÓTEO PEREIRA
(84 anos)
Cantor, Compositor, Escritor e Político

☼ Caratinga, MG (16/10/1936)
┼ Rio de Janeiro, RJ (03/04/2021)

Agnaldo Timóteo Pereira foi um cantor, compositor, escritor e político nascido em Caratinga, MG, no dia 16/10/1936.

Agnaldo Timóteo passou toda a sua infância em sua terra natal, Caratinga. Desde pequeno se interessou por música e se apresentava nos circos que passavam pela cidade. Foi lá onde ele conheceu o cartunista Ziraldo, seu conterrâneo.

Iniciou sua carreira como intérprete de versões de sucessos internacionais. Teve grande popularidade nas décadas de 1960-1970, foi recordista de vendas de discos e foi agraciado com vários prêmios ao longo de sua carreira.

Com mais de 55 anos de carreira, o cantor continuava a se apresentar pelo Brasil e conseguia mobilizar grande público, principalmente nas cidades do interior, tendo ainda reconhecimento internacional em Moçambique. Também mantinha-se ativo devido as suas participações em programas de televisão e entrevistas.

Carreira Musical

Década de 1950

Aos 16 anos, saiu de Caratinga, MG, e foi para Governador Valadares, no mesmo estado, onde iniciou seu trabalho como torneiro mecânico, fabricando peças para veículos que eram usados nas construções de estradas e rodovias. Lá trabalhou na oficina de italianos, a Lambertucci Retifica, no Bairro Prado, que era vizinha de uma casa onde se ouvia muita música. Agnaldo Timóteo largava o trabalho para ouvir "Adeus, Querido", sucesso da cantora Angela Maria.

Os anos 50 foram marcados pelas viagens em busca de oportunidades para gravar e cantar. Mudou-se para Belo Horizonte, MG, onde não obteve muito êxito, embora fosse reconhecido pelas rádios da cidade como o Cauby Mineiro. Era chamado para defender as canções de Cauby Peixoto e até se fazer se passar por ele, pois o mesmo viajava muito e não podia comparecer a todos os convites e compromissos. Agnaldo Timóteo era então chamado para imitá-lo nas rádios.

Com a ajuda de Aldair Pinto cantou nas rádios Inconfidência, Itatiaia, Mineira e Guarani. Teve a oportunidade de conhecer Angela Maria em um show que ela realizou em Belo Horizonte, MG, e ela deu-lhe o conselho para ir para o Rio de Janeiro, onde, provavelmente, teria mais chances e oportunidades.

No Rio de Janeiro, passou por hospedarias e casas de parentes, passando pelo Lins de Vasconcelos, onde conheceu o cantor Roberto Carlos, que na época havia buscado a capital pelo sonho de virar cantor. Agnaldo Timóteo revelou em um programa de televisão que eles costumavam ir a pé do Lins à Cinelândia para as Rádios Nacional e Mayrinck Veiga em busca de oportunidades, pois não tinham dinheiro sequer para pagar o bonde.

Neste período, não encontrando as oportunidades que buscava, pediu trabalho para Angela Maria, que tinha um automóvel e não sabia dirigir.

Em 1961, indicado pela sua patroa, aconteceu sua estreia em disco: um 78 rotações com "Sábado no Morro" e "Cruel Solidão", para o selo Caravelle, onde gravou também no ano seguinte a marcha "Na Base do Amendoim". Nada aconteceu.

Em 1963, pela Philips, gravou o compacto duplo "Tortura de Amor" de Waldick Soriano, um trabalho mais bem elaborado e fiel ao seu estilo romântico. A gravadora, no entanto, não acreditou no sucesso e as 180 cópias foram vendidas de mão em mão pelo próprio Agnaldo Timóteo.

Rio Hit Parade - 1965

O programa realizado por Jair de Taumaturgo na TV Rio, teve Agnaldo Timóteo como o defensor da balada "The House Of The Rising Sun", sucesso do grupo britânico The AnimalsAgnaldo Timóteo ganhou todos os prêmios do programa e arrebatou o público jovem, sendo contratado, imediatamente, pela EMI-Odeon, onde teve a oportunidade de gravar seus primeiros discos.

O LP "Surge Um Astro", um disco de versões de sucessos internacionais lançado naquele ano, foi sucesso de vendas do mercado fonográfico daquele ano. Emplacou sucessos como "A Casa de Irene" ("A Casa D'Irene"), "A Casa do Sol Nascente" ("The House Of The Rising Sun"), "É Tão Triste Veneza" ("Que C'est Triste Venise"), mas o hit ficou com "Mamãe" ("La Mamma").

Agnaldo Timóteo participou de muitos programas da juventude, principalmente o "Jovem Guarda", embora fosse mais velho que a média dos outros participantes.

Em 1966, lançou "O Astro do Sucesso", que seguia o mesmo roteiro de sucesso do primeiro. Era composto por versões de sucessos internacionais que estavam fazendo sucesso. As músicas de maior destaque foram "Último Telefonema" ("L'ultima Telefonata"), "Não Te Amo Mais" ("Je Ne T'Aime Plus") e "Aline", estas últimas sucesso do jovem francês Christophe.

Meu Grito - 1967

Em 1967 lançou o álbum "Obrigado Querida", emplacando como hit daquele ano a canção "Meu Grito" (Roberto Carlos), ficando em primeiro lugar em todas as gravadoras do país. O disco veio ainda com dois grandes sucessos da sua carreira: "Mamãe Estou Tão Feliz" ("Mamma") e "Os Verdes Campos da Minha Terra" ("Green Green Grass Of Home").

Segundo Agnaldo Timóteo, "Meu Grito" consolidou a sua carreira, que precisava de uma música própria e original, diferente das versões que recebia para gravar.

O disco de 1968 veio com "Deixe-me Outro Dia, Menos Hoje" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), mas esta não estourou como a primeira, obtendo apenas sucesso com "A Hora do Amor" ("L'ora Dell'amore").

O LP de 1969 não teve muito destaque, trazendo apenas "Eu Vou Sair Para Buscar Você" (Nelson Ned) como sucesso.

Em 1970 tentou carreira no mercado latino, com versões de sucessos seus, de Cauby Peixoto e Nelson Gonçalves, mas também não disparou. Lançou neste meio tempo regravações de hits de outros artistas como "These Are The Songs" (Tim Maia). O LP "Agnaldo Timóteo Sempre Sucesso" também não foi de grande sucesso, embora estivesse como um dos mais vendidos daquele ano.

Em 1972, com o álbum "Os Brutos Também Amam", Agnaldo Timóteo mostrou que seguiria a linha dos românticos, cada vez menos falando a linguagem dos jovens. Este disco mostrou o amadurecimento musical do artista, que vinha contando seus sentimentos e desastres amorosos através de músicas inéditas. O maior sucesso foi "Os Brutos Também Amam" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos). A capa deste disco trazia um desenho seu com dois leões de fundo, fato que fez o apresentador Sílvio Santos colocar o cantor para cantar ao vivo em uma jaula ao lado de um leão.

O próximo disco traria outro sucesso inédito "Frustrações" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), que deu o título do seu álbum de 1973. A capa deste também foi emblemática, pois trazia o cantor no gramado de um Maracanã vazio, para demonstrar tamanha solidão. Segundo ele próprio, o estádio foi um símbolo de uma grande frustração sua, o futebol. Botafoguense de carteirinha, ele nunca foi bom no esporte. O disco trazia outros sucessos também como "Adeus Pampa Mia" e "Cedo Para Amar", levando o cantor várias vezes no mesmo ano para receber prêmios no Programa do Chacrinha.

A Galeria do Amor - 1975

Agnaldo Timóteo lançou a primeira composição própria, "A Galeria do Amor" (Agnaldo Timóteo). "A Galeria do Amor", segundo Nelson Motta foi uma música de grande valor na música brasileira e foi uma das grandes contribuições da música chamada Brega. O disco contou inclusive com uma canção de Nelson Motta em parceria com Guto Graça Melo, "Enigma de Uma Vida", além de "Quero Ser Seu Amigo" (Benito di Paula), ambas inéditas, além da regravação de "A Noiva", versão de Fred Jorge, sucesso de Cauby Peixoto.

Em 1977 fez o seu disco de maior sucesso "Perdido na Noite", com a canção de trabalho assinada pelo próprio Agnaldo Timóteo, além de outras composições como "Aventureiros" (Agnaldo Timóteo) e "O Conquistador" (Agnaldo TimóteoWagner Montanheiro e Miguel Plopschi). O álbum teve "Tristeza Danada" (Majó) como segundo destaque. Provavelmente foi sua primeira tentativa de incursão para o grupo de cantores da MPB, pois neste álbum esteve presente "Olhos Nos Olhos" (Chico Buarque), sendo lançada simultaneamente por ele, pelo compositor e por Maria Bethânia.

Em 1978, "Eu Pecador" foi outra mensagem de duplo-sentido deixada por Agnaldo Timóteo em seu disco. Entretanto, desta vez, Agnaldo Timóteo deixou a sua outra visão sobre os romances de que tratava, afirmando que eles eram o seu pecado. O álbum contou com a sua primeira tentativa de incursão no grupo da MPB, a gravação de "Por Causa de Você" (Dolores Duran e Tom Jobim).

Depois do sucesso de "A Galeria do Amor", Agnaldo Timóteo voltou ao tema da vida noturna no Rio de Janeiro.

Década de 2010

Em 2011 lançou "A Força da Mulher", álbum que reunia 14 faixas com nomes de mulher, dando voz a sucessos como "Michelle" (Paul McCartney), "Manuela" (Ana Magdalena e Julio Iglesias) e "Mulher (Sexo Frágil)" (Erasmo Carlos), e dedicou o trabalho a então presidente da república Dilma Rousseff. Em 2012 concorreu ao Prêmio da Música Brasileira, na categoria Melhor Cantor Popular pelo álbum e gravou no mesmo um DVD com mesmo nome, saindo em turnê.

Agnaldo Timóteo realizou participação especial no show "Duas Gerações" da dupla Matogrosso & Mathias gravado ao vivo em 2014, cantando o sucesso "24 Horas de Amor".

Em 2015 lançou o CD e DVD, "Agnaldo Timóteo 50 Anos na Estrada Asfaltada (Ao Vivo)", lançado em parceria da Coqueiro Verde com o Canal Brasil. O show foi gravado um ano antes no Teatro São Pedro, em São Paulo, onde o artista celebrou sua carreira cantando sucessos com participações especiais de Alcione, Angela Maria, Cauby Peixoto, Claudete Soares e Martinha. Ainda no mesmo ano, participou do projeto "MPB na ABL", comemorando a música romântica nos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro, ao lado do cantor Luiz Vieira, a convite de Ricardo Cravo Albin para um bate-papo intercalado com apresentações musicais.

Agnaldo Timóteo escreveu o prefácio do livro "Mensagens Para a Vovó" de autoria de Antônio Marcos Pires e, junto com o autor, participou da Bienal do Livro de São Paulo 2016 autografando este livro.

Lançou, no início de 2017, o álbum "Obrigado, Cauby" em tributo ao cantor falecido em 15/05/2016. Agnaldo Timóteo canta vários sucessos da carreira de Cauby Peixoto, tais como "Conceição", em dueto póstumo com o homenageado, "Bastidores" e "Ninguém é de Ninguém"Agnaldo Timóteo saiu em turnê pelo país com show homônimo. No mesmo ano foi lançado nos cinemas o documentário "Eu, Pecador", retratando sua vida musical, pessoal e política. Nesse documentário, aos 81 anos, Agnaldo Timóteo assumiu já haver tido relações com outros homens. Porém, optou por não definir a sua sexualidade.

Em 2018 gravou o álbum "Reverências", ao vivo no Teatro Itália, em São Paulo, onde que presta tributo a ídolos e artistas do seu tempo que influenciaram sua obra como Elis Regina, Gonzaguinha e Tim Maia. No mesmo ano gravou um show para o programa "Todas as Bossas" da TV Brasil, apresentando seus recentes trabalhos e participou de álbuns coletivos em homenagem a outros artistas, tais como Luiz Vieira e Martinha. As apresentações musicais foram registradas em disco. Também participou ao lado de grandes artistas nacionais do projeto especial em homenagem ao centenário da cantora Dalva de Oliveira e saiu em turnê na companhia de Claudete Soares, Eliane Pittman e Márcio Gomes pelo país, para a divulgação do trabalho.

Política

Agnaldo Timóteo iniciou atuação política em 1982, quando elegeu-se deputado federal no Rio de Janeiro, pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). No meio do mandato, desentendeu-se com Leonel Brizola, líder do partido, e transferiu-se para o Partido Democrático Social (PDS).

No Colégio Eleitoral de 15/01/1985, para escolha do presidente da República, que teve a vitória Tancredo Neves, votou em Paulo Maluf.

Candidatou-se em 1986 a governador do Rio de Janeiro e foi derrotado.

Em 1994, reelegeu-se deputado federal.

Em 1996 foi eleito vereador na cidade do Rio de Janeiro, mas não conseguiu a reeleição em 2000.

Transferiu-se para São Paulo e em 2004 foi eleito vereador pelo Partido Progressista (PP), mas, devido a divergências com Celso Russomanno, foi para o Partido Liberal (PL).

Em 04/07/2012, o jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem acusando Agnaldo Timóteo e outros 16 vereadores da cidade de São Paulo de fraudar o painel eletrônico da Câmara Municipal de São Paulo. Em sua defesa, Agnaldo Timóteo argumentou que havia marcado presença no terminal ao lado do elevador.

Em alguns casos, segundo o jornal, funcionários usavam painéis que deveriam ser usados exclusivamente por parlamentares para fazer marcações, evitando assim desconto de R$ 465,00 em folha de pagamento por dia.

A reportagem do O Estado de S. Paulo foi acompanhada de fotos, filmes e gravações de áudio realizadas ao longo de 20 sessões da Câmara. As marcações ajudaram a criar leis originadas de 18 propostas, sendo assim a prática considerada crime e podendo evoluir até para a cassação do mandado de parlamentares envolvidos.

Em 18/03/2018, jornal Gazeta do Povo publicou reportagem sobre um vídeo divulgado nas redes sociais pelo cantor defendendo o ex-presidente Lula e atacando curitibanos, catarinenses e gaúchos. No vídeo, Agnaldo Timóteo chama os sulistas de ingratos, miseráveis e elitistas.

"Estou falando com os curitibanos, os catarinenses e os gaúchos. Vocês não se envergonham de serem preconceituosos contra o Lula? Olha o que ele fez por vocês, elitistas […] Eu fico pau da vida de ver a ingratidão de vocês com um homem que cuidou de todo o Brasil, não só do Nordeste!"
Internação

Agnaldo Timóteo foi internado na segunda-feira, 20/05/2019, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Barreiras, distante a 883 km de Salvador, após um mal-estar. Agnaldo Timóteo apresentou um quadro de pressão arterial alta. Ele, que chegou a ficar desacordado, deu entrada na unidade médica por volta das 16h00. Na ocasião, ele estava com pressão alta, vômito e glicemia baixa.

Márcio Timóteo, filho de Agnaldo Timóteo, falou que o pai foi diagnosticado com Acidente Vascular Cerebral (AVC), e por conta disso foi transferido para o Hospital do Oeste da Bahia.

O problema de saúde fez com que Agnaldo Timóteo precisasse cancelar o show marcado para as 23h00 daquele dia, na cidade baiana Santa Rita de Cássia. Em um vídeo publicado, em que ele aparece deitado na cama do hospital, Agnaldo Timóteo lamentou:
"Não me sinto seguro (para subir ao palco). O médico também não autorizou e achou melhor ter precauções!"
Segundo o boletim médico emitido pelo Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador, BA, onde ele estava internado, o cantor respirava com ajuda de aparelhos e encontrava-se instável. Agnaldo Timóteo passou por exame de cateterismo, que mediu sua pressão intracardíaca e o nível de saturação de oxigênio.

O centro médico informou que Agnaldo Timóteo já foi admitido na unidade com perfil naturalmente de alto risco, tendo em vista a idade dele e as doenças associadas.

Morte

Agnaldo Timóteo faleceu às 10h45 de sábado, 03/04/2021, aos 84 anos, após 17 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Casa São Bernardo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, vítima de complicações decorrentes da Covid-19.

Discografia

  • 1964 - Sábado no Morro / Cruel Solidão (Caravelle, 78 RPM)
  • 1964 - Tortura de Amor (Phillips, Compacto Duplo)
  • 1965 - Surge Um Astro (Odeon, Long-Play)
  • 1966 - O Astro do Sucesso (Odeon, Long-Play)
  • 1967 - O Sucesso é o Astro (Odeon, Long-Play)
  • 1968 - Obrigado, Querida (Odeon, Long-Play)
  • 1968 - Song By Brazilian International Famous Agnaldo Timóteo (EMI-Odeon, Long-Play)
  • 1969 - Comanda o Sucesso (Odeon, Long-Play)
  • 1970 - O Intérprete (Odeon, Long-Play)
  • 1971 - Sempre Sucesso (Odeon, Long-Play)
  • 1971 - Canta en Castellaño (EMI-Odeon, Long-Play)
  • 1972 - Os Brutos Também Amam (Odeon, Long-Play)
  • 1973 - Frustrações (Odeon, Long-Play)
  • 1974 - Encontro de Gerações (Odeon, Long-Play)
  • 1974 - The Good Voice Of Brazil (EMI-Odeon, Long-Play)
  • 1975 - Galeria do Amor (Odeon, Long-Play)
  • 1975 - Sucessos de Ouro (Coronado / EMI-Odeon, Long-Play)
  • 1976 - Perdido Na Noite (Odeon, Long-Play)
  • 1976 - Te Amo Cada Vez Mais (Odeon, Long-Play)
  • 1976 - Sucessos de Ouro Vol. 2 (Coronado / EMI-Odeon, Long-Play)
  • 1977 - Eu Pecador (Odeon, Long-Play)
  • 1979 - Deixe-me Viver (Odeon, Long-Play)
  • 1979 - Angela & Agnaldo, Juntos (EMI-Odeon, Long-Play)
  • 1980 - Companheiros (EMI-Odeon, Long-Play)
  • 1981 - Agnaldo Timóteo & Carmen Costa - Na Galeria do Amor (EMI-Odeon, Long-Play)
  • 1981 - Sonhar Contigo (EMI-Odeon, Long-Play)
  • 1983 - Eu Agradeço (EMI-Odeon, Long-Play)
  • 1983 - Alô, Mamãe, Eu Te Amo (Som Livre, Long-Play)
  • 1985 - Descobrimos Nossas Cores (Coronado / EMI-Odeon, Long-Play)
  • 1986 - Presente de Deus (3M, Long-Play)
  • 1987 - ... Ontem, Hoje e Sempre (3M, Long-Play)
  • 1989 - Presente (Continental, Long-Play)
  • 1992 - Uma Palavra Só... Perdão (Musicolor / Continental, Long-Play)
  • 1994 - Meus Momentos (EMI Music, CD)
  • 1995 - Obrigado, Mãe (Globo / Columbia, CD)
  • 1996 - Revivendo os Grandes Sucessos de Agnaldo Timóteo (Globo / Columbia, CD)
  • 1997 - Ao Nelson Com Carinho (Globo / Columbia, CD)
  • 1997 - Meus Momentos Vol. 2 (EMI Music, CD)
  • 1998 - Em Nome do Amor - Agnaldo Timóteo Canta Roberto Carlos (Sony Music, CD)
  • 1999 - Angela & Agnaldo - Sucesso Sempre! (Sony Music, CD)
  • 2000 - Meus Momentos (Independente, CD)
  • 2002 - Feitiço do Rio (Independente, CD)
  • 2003 - Muito Prazer, Com Carinho (Independente, CD)
  • 2003 - Os Verdes Campos da Minha Terra (Futura Records, CD)
  • 2006 - Em Sertanejo (Independente, CD)
  • 2007 - Rio, Post Card Of Brazil (Astral Music, CD)
  • 2008 - Agnaldo Timóteo En Español (Independente, CD)
  • 2010 - Agnaldo Timóteo Sempre (Som Livre, CD)
  • 2010 - Obrigado São Paulo, Obrigado Brasil (Som Livre, CD)
  • 2010 - Amor Proibido (EMI Music, CD)
  • 2011 - A força da Mulher (Edições Musicais 2001, CD)
  • 2012 - Minha Oração (Edições Musicais 2001, CD)
  • 2012 - Agnaldo Timóteo Anos 70 Vol. 1 Box (6 CDs)
  • 2012 - Agnaldo Timóteo Anos 70 Vol. 2 Box (6 CDs)
  • 2013 - Recuerdos de Mi Juventud (Atração, CD)
  • 2015 - Agnaldo Timóteo - 50 Anos na Estrada Asfaltada (Coqueiro Verde Records, CD)
  • 2015 - La Historia Es Viva (Radar Records, CD)
  • 2017 - Obrigado, Cauby (Som Livre, CD)
  • 2018 - Reverências (Ao Vivo, CD)
  • 2018 - A Nossa Seleção é Animal (Sel Music, Single)
  • 2019 - E a Vida Continua (Nova Estação, CD)
  • 2019 - Presente de Deus (Discobertas , Single)

Filmografia

  • 1988 - Abolição
  • 2008 - Agnaldo Timóteo - Programa Ensaio
  • 2009 - Alô, Alô, Terezinha!
  • 2012 - Vou Rifar Meu Coração
  • 2012 - A Força da Mulher
  • 2013 - Cauby - Começaria Tudo Outra Vez
  • 2015 - Agnaldo Timóteo - 50 Anos na Estrada Asfaltada
  • 2017 - Eu, Pecador

Fonte: Wikipédia
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