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Archimedes Messina

ARCHIMEDES MESSINA
(85 anos)
Compositor, Jornalista, Publicitário e Radialista

☼ São Paulo, SP (1932)
┼ São Paulo, SP (31/07/2017)

Archimedes Messina foi um compositor, jornalista, publicitário e radialista brasileiro, nascido em São Paulo em 1932.

Archimedes Messina fez parte do dia-a-dia dos brasileiros nos últimos 50 anos. Dentre os muitos jingles que ele criou e que viraram clássicos na cabeça de várias gerações, o mais famoso deles ainda vai ao ar todas as semanas: "Silvio Santos Vem Aí", a trilha sonora que acompanha o maior apresentador do país desde o início de sua carreira no rádio, foi composta por Archimedes Messina e ajudou a torná-lo um dos maiores compositores de jingles brasileiros.

Archimedes Messina sempre sonhou em trabalhar com rádio. Quando menino, ouvia toda a programação de jornais, radionovelas e programas de auditório. Entrando na vida adulta, surgiu a primeira oportunidade de se tornar radioator na Rádio São Paulo, líder de audiência na época. Mais tarde passou a escrever programas de rádio e o primeiro foi para o drama "Aqueles Olhos Azuis".

A atuação como ator em pequenos papéis acompanhou trabalhos de locução na TV Record e os primeiros projetos como compositor, fazendo músicas para as novelas nas quais atuava. Mas foi com marchinhas carnavalescas que Archimedes Messina começou a se projetar nacionalmente: "Faz Um Quatro Aí", de 1957, foi seu primeiro sucesso, que o colega de rádio, o humorista Chocolate, gravou.

O sucesso com essa e outras marchinhas chamou atenção do amigo Jorge Adib, que comandava uma agência de publicidade chamada Multi Propaganda. Uma proposta de aumento de salário, que era o dobro do que Archimedes Messina ganhava na Rádio São Paulo, foi o suficiente para superar o receio do então radioator em mudar radicalmente de função. Ele fechou um contrato de três meses para compor jingles para os clientes da Multi Propaganda. Deu tão certo que ao final dos três meses ele recebeu o dobro do que havia sido combinado e entrou de vez para o mercado publicitário.


Três anos depois, integrava o elenco de compositores da Sonotec, onde durante 15 anos compôs os jingles da Varig, como "Urashima Tarô" e do "Seu Cabral" além de ter composto o jingle para o Café Seleto.

Os anos trabalhando em rádio já haviam colocado Archimedes Messina no caminho de Senor Abravanel, já Silvio Santos, que trabalhava para Manuel de Nóbrega na Rádio Nacional.

Em 1964, o comunicador ganharia seu primeiro programa solo aos domingos e coube a Archimedes Messina compor a trilha sonora do programa. O compositor encontrou Silvio Santos em um corredor da Rádio Nacional e perguntou como ele queria que fosse a música: "Silvio pediu simplesmente uma música animada, bem alegre e simples, que pegasse rápido, afinal seria o tema de abertura do seu programa", contou o especialista em jingles Fábio Barbosa Dias.

Segundo Fábio Barbosa Dias, o futuro Homem do Baú ainda sugeriu que a música começasse com um "lá, lá, lá" e que depois Archimedes Messina poderia continuar como quisesse. Surgiram então os versos:

Lá, lá, lá, lá
Lá, lá, lá, lá
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá

Agora é hora de alegria
Vamos sorrir e cantar
Do mundo não se leva nada
Vamos sorrir e cantar

Lá, lá, lá, lá
Lá, lá, lá, lá
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá
Silvio Santos vem aí!


Silvio Santos aprovou a música de cara e o sucesso com o público foi tão grande que ela o acompanhou no ano seguinte em sua chegada à televisão. Com ela, fez sucesso na TV Paulista, na TV Globo e finalmente na TVS, hoje SBT, que o próprio Silvio Santos inaugurou em 1981.

Trilha de todos os domingos, a música foi até tema do jingle eleitoral de Silvio Santos em sua fracassada tentativa de se candidatar à presidência da República em 1989. Anos mais tarde, a música traria dores de cabeça a Silvio Santos.

Em 2001, Archimedes Messina moveu um processo contra Silvio Santos reclamando os direitos autorais que a composição arrecadou ao longo de todos os anos em que foi executada. Os cálculos dos advogados levaram a um pedido de R$ 50 milhões. O SBT recorreu e o processo se arrastou até 2011, quando a Justiça determinou que fosse paga uma indenização de R$ 5 milhões para Archimedes Messina e que a música não fosse mais executada. No ano seguinte, em condições mantidas em sigilo, Silvio Santos e Archimedes Messina entraram em um acordo e em 2013 a música voltou a fazer parte dos domingos dos brasileiros.

Ainda que esse seja o seu maior sucesso, a carreira de Archimedes Messina passa longe de se resumir ao jingle de Silvio Santos. O fenômeno com o jingle do apresentador chamou a atenção de Carlos Ivan Siqueira, diretor de propaganda da Varig, que em 1967 encomendou uma música que vendesse viagens para Portugal: "Archimedes criou uma historinha que envolvia um tal de 'Seu Cabral', que vinha ao Brasil de caravela e voltava a Portugal em um avião da Varig", contou Fábio Barbosa Dias.


Foi só o primeiro dos muito jingles que Archimedes Messina fez para a companhia aérea em 20 anos de parceria. Sempre que precisava vender algum novo destino da companhia, Archimedes Messina pesquisava algo sobre a cultura ou a história daquele país que lhe servissem de gancho. Foi assim que a lenda de Urashima Taro, uma tartaruga salva por um pescador, se tornou a base para outro sucesso: O pescador trouxe a tartaruga para o Brasil e ela voltou a sua terra natal, o Japão, em um jatinho da Varig. A música foi gravada por Rosa Miyake, apresentadora do programa "Imagens do Japão".
"Ele me convidou para gravar e eu achei o máximo! No dia da gravação eu estava muito nervosa. Ele me chamou no estúdio e disse: 'Rosinha, esse pedaço do estúdio é todinho seu, cante como se estivesse no palco'. Eu estava suando! Foi uma experiência que eu nunca vou esquecer. Ele era querido por todos por sua lealdade e sensibilidade."
(Recordou Rosa Miyake)

Foram 12 músicas para a companhia aérea, cada uma sobre um Estado brasileiro ou país. Em alguns casos, Archimedes Messina viajou com custos cobertos pela Varig para conhecer melhor a história do lugar e assim criar uma história que cativasse o público. Outro de seus sucessos foi o jingle do Café Seleto, composto em 1974 sem que Archimedes Messina recebesse qualquer informação sobre o produto. E não precisou. Assim mesmo a música caiu nas graças do povo e de Manoel da Silva, o Maneco, dono da marca: "Ao receber a gravação finalizada, seus olhos encheram de lágrimas", aponta Fábio Barbosa Dias.

Archimedes Messina trabalhou até o final de sua vida. Embora raramente compusesse jingles, dedicou seus últimos anos a colocar melodia nas letras que havia composto ao longo de sua carreira, mas que não teve tempo de musicar por causa do volume de trabalho. O processo de composição seguiu o mesmo: batucando em uma caixinha de fósforo para encontrar a melodia correta para "grudar" nos ouvidos do público.

Morte

Archimedes Messina faleceu na segunda-feira, 31/07/2017, aos 85 anos. Na sexta-feira, 28/07/2017,  Archimedes Messina sofreu um aneurisma no fígado em casa e foi internado no Hospital Santa Maggiore, na região central de São Paulo. Uma cirurgia estava marcada para esta quarta-feira, 02/08/2017, mas ele não resistiu a uma ruptura no vaso do fígado. O velório ocorreu justamente na quarta-feira, na Vila Mariana, em São Paulo.

Archimedes Messina deixou dois filhos, três netos e a mulher, Inajá, companheira desde 1962 e com quem era casado desde 1965.

Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #ArchimedesMessina

Célia

CÉLIA REGINA CRUZ
(70 anos)
Cantora

☼ São Paulo, SP (08/09/1947)
┼ São Paulo, SP (29/09/2017)

Célia Regina Cruz, mais conhecida como Célia, foi uma cantora brasileira nascida em São Paulo, SP, no dia 08/09/1947.

Célia estudou violão clássico e popular, harmonia, teoria e composição. Ela foi revelada em 1970 no programa de televisão "Um Instante, Maestro!", comandado pelo controvertido apresentador Flávio Cavalcanti.

Célia tornou-se conhecida com a gravação de "Onde Estão Os Tamborins", na década de 1970. Vendeu mais de 70 mil cópias e ganhou diversos prêmios como o Roquete Pinto e o Elena Silveira, além de vários discos de ouro.

Em 1971, gravou seu primeiro LP, "Célia", contendo as faixas "To Be" (Joyce), "Abrace Paul McCartney" (Joyce), "David" (Nelson Ângelo), "Zózoio - Como É Que É" (Nelson Ângelo), "Blues" (Joyce e Capinan), "No Clarão Da Lua Cheia" (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro), "Durango Kid" (Toninho Horta e Fernando Brant), "Pelo Teletipo" (Ruy Maurity e José Jorge), "Adeus Batucada" (Sinval Silva), "Para Lennon e McCartney" (Márcio Borges, Lô BorgesFernando Brant) e "Fotograma" (Antônio Adolfo e Tibério Gaspar). Este disco foi contemplado com vários prêmios.

Lançou mais um disco em 1972, registrando as canções "A Hora É Essa" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), "Detalhes" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), "Toda Quarta-Feira Depois Do Amor" (Luís Carlos Sá e Zé Rodrix), "Vida De Artista" (Luís Carlos SáZé Rodrix), "Dominus Tecum" (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle), "Ay Adelita" (Piry Reis e João Carlos Pádua), "Mia" (Armando Manzanero), "Na Boca Do Sol" (Arthur Verocai e Vítor Martins), "Em Família" (Tom e Dal), "É Preciso Dizer Adeus" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), "Dez Milhões De Neurônios" (Paulinho Nogueira e Zezinho Nogueira) e "Badalação (Bahia Volume 2)" (Nonato Buzar, Tom e Dito). Em seguida, participou de festivais de música realizados na Venezuela e no Uruguai.


Em 1975, gravou novo LP, contendo as faixas "Eu Te Amo Amor" (Francis HimeVinícius de Moraes), "Saudade De Amar" (Francis Hime e Vinícius de Moraes), "Não Há Porque" (Ivan Lins e Vitor Martins) e "Preciso De Silêncio" (Ivan Lins e Vitor Martins), "Pomba Branca" (Max e Vasco de Lima Couto), "Camisa Amarela" (Ary Barroso), "Samba-Canção Antigo" (Tito Madi), "Amor De Mentira" (Benito de Paula), "Canção Morrendo De Saudade" (Sérgio Bittencourt) e "Onde Estão Os Tamborins?" (Pedro Caetano).

Lançou, em 1977, seu quarto LP, registrando os sambas "Violão Amigo" (Bide e Marçal), "A Primeira Vez" (Bide e Marçal), "Mãe, Eu Juro" (Peteleco e Marques Filho), "A Mesma Estória" (Cartola e Élton Medeiros), "Eu Queria" (Mário Rossi e Roberto Martins), "Era Ela" (Peterpan e Russo do Pandeiro), "Meu Pranto Ninguém Vê" (Ataulfo Alves e Zé da Zilda), "Folhas Ao Ar" (Élton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho), "Ao Ouvir Esta Canção... Hás De Pensar Em Mim" (Francisco Mattoso e José Maria de Abreu), "Minhas Madrugadas" (Candeia e Paulinho da Viola), "O Que Se Leva Dessa Vida" (Pedro Caetano), "Eu Gosto De Pandeiro" (Zé da Zilda e Zilda do Zé), "Mundo De Zinco" (Wilson Batista e Nássara) e "Minha Embaixada Chegou" (Assis Valente). Nesse mesmo ano, estreou, no Teatro Pixinguinha, em São Paulo, o show "Por Um Beijo", em cartaz durante seis meses.

Em 1979, apresentou-se pelo Brasil pelo Projeto Pixinguinha, ao lado de Paulo Moura.

Gravou, em 1982, o LP "Amor", contendo as canções "Ave Perdida" (Francisco de Assis), "Fogo Por Favor" (Francisco de Assis), "Eu Te Amo" (Tom Jobim e Chico Buarque), "O Que Se Leva Dessa Vida" (Pedro Caetano), "Violão Amigo" (Bide e Marçal), "Mãe, Eu Juro" (Peteleco e Marques Filho), "Guarânia, Guarani" (Taiguara), "Onde Está Você" (Oscar Castro-Neves e Luvercy Fiorini), "Folhas No Ar" (Élton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho), "Ao Ouvir Esta Canção... Hás De Pensar Em Mim" (Francisco Mattoso e José Maria de Abreu), além da faixa-título, "Amor" (Ivan Lins e Vítor Martins).

Paulo Moura e a cantora Célia durante excursão do Projeto Pixinguinha em 1979
Em 1980, lançou o LP "Meu Caro", registrando "Açucena" (Ivan Lins e Vítor Martins), "Barcos" (Fernando de Oliveira e Rosa Passos), "Água De Moringa" (Wilson Moreira e Nei Lopes), "Não Houve Nada" (Filó e Sérgio Natureza), "Jardineiro" (Luiz Avellar e Fátima Guedes), "Por Uma Mulher" (Djavan), "Vuelve Mi Luz" (Sueli Costa e Capinan), "Sina De Cantor" (Tunai e Sérgio Natureza), "O Que Arde Cura" (Nathan Marques e Ana Terra), "Quem Tem Telhado De Vidro Está Sempre Bronzeado" (Aécio Flávio e Eliana Stoducto), além da faixa-título "Meu Caro" (Elodi).

Ainda na década de 1980, fez shows em teatros e casas noturnas, notadamente em São Paulo, entre os quais "Toda Delícia" (1980), "Fogo, Por Favor" (1982), "Força" (1983), ao lado de Rosa Maria e Miriam Batucada, e "Vento Bravo" (1984).

Em 1991, estreou o espetáculo "A Louca Do Bordel".

Lançou em 1993, o CD "Louca De Saudade", contendo as faixas "Passo Marcado" (Lula Barbosa e Ary Marcos), "Moleca" (Lula Barbosa e Ary Marcos), "Rio de Janeiro (Isto é o Meu Brasil)" (Ary Barroso), "Falando De Amor" (Tom Jobim), "2001 e Índio" (João Bosco e Aldir Blanc), "Guacyra" (Joracy Camargo e Hekel Tavares), "Não Vou Sair" (Celso Viáfora), "No Mesmo Colar" (Moacyr Luz, Aldir Blanc e Paulo Emílio), "Ave Maria" (Jayme Redondo e Vicente Paiva), "Na Minha Vez" (Amilson Godoy), "Geração" (Guilherme Rondon e Paulo Simões), "América Brasil" (Ivan Lins e Vítor Martins) e "Onde Estão Os Tamborins" (Pedro Caetano).

Dois anos depois, em 1995, atuou no espetáculo "Os Gordos Também Amam", dividindo o palco com José Maurício Machline.

Em 1996, comemorando 25 anos de carreira, apresentou no Espaço Vinicius de Moraes, em São Paulo, o espetáculo "Célia e Banda Son Caribe", cantando salsas, mambos e merengues.

Célia dividiu o palco do Tom Brasil, em São Paulo, com Zé Luiz Mazziotti, em 1998, no show "Ame", contendo um repertório de clássicos da música popular brasileira. Participou, também, de inúmeros shows a bordo de navios internacionais, em rotas turísticas pela costa brasileira e outros países da América Latina.


Em 2000, lançou, com Zé Luiz Mazziotti, o CD "Pra Fugir Da Saudade", contendo exclusivamente sambas de Paulinho da Viola: "Pra Fugir Da Saudade", "Onde a Dor Não Tem Razão""Timoneiro", "Cantoria", "Cadê a Razão", "Coração Leviano", "Minhas Madrugadas", "Tudo Se Transformou", "Coisas do Mundo Minha Nêga", "Argumento", "Pode Guardar As Panelas" e "Só o Tempo".

Em 2007, lançou, com o violonista Dino Barioni, o CD "Faço No Tempo Soar Minha Sílaba", contendo as canções "Muito Romântico" (Caetano Veloso), "Disritmia" (Martinho da Vila), "Geraldinos e Arquibaldos" (Gonzaguinha) e "Serra da Boa Esperança" (Lamartine Babo), entre outras. O disco contou com a participação de Zélia Duncan, Beth Carvalho, Dominguinhos, Lucinha Lins e Quinteto em Branco e Preto.

Celebrando 40 anos de carreira, Célia lançou, em 2010, o CD "Célia 40 Anos - O Lado Oculto Das Canções". No repertório as músicas "Vidas Inteiras" (Adriana Calcanhotto), canção incluída na trilha sonora da novela "Passione" da TV Globo, "Eternamente" (Tunai e Sérgio Natureza), "Vinho Antigo" (Cláudio Rabello e Dalto), "Não Vou Ficar" (Tim Maia), "Aqui" (Ana Carolina e Antônio Villeroy), "Desejo De Mulher" (Zélia Duncan e Hamilton de Holanda), "Se Não For Por Amor" (Benito Di Paula), "Cigarro" (Zeca Baleiro), "Apelo" (Baden Powell e Vinícius de Moraes), "Cantiga De Quem Está Só" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia), "Êxtase" (Guilherme Arantes), "Meu Benzinho" (Ângela Ro Ro), "Não Se Vá" (Versão de Thina para música de Alain Bellec) e "Sonhos" (Peninha). O disco contou com a participação de Ogair Jr. (piano), Marcos Paiva (contrabaixo acústico), Dino Barioni (violão), Thadeo Romano (bandoneón), Toninho Ferragutti (acordeom), Nelton Essi (percussão), além de Ney Matogrosso, em dueto com a cantora na faixa "Não Se Vá".

Célia fez shows pelo Brasil, Itália, França e países da América Latina, chegando a fazer uma apresentação para o príncipe Rainier III em Mônaco.

Célia ficou quatro semanas liderando o programa "Qual é a Música?" do Programa Sílvio Santos.

Morte

Célia faleceu na noite de sexta-feira, 29/09/2017, aos 70 anos, em São Paulo, SP, vítima de câncer. Ela estava internada há cerca de um mês no Hospital Sancta Maggiore para o tratamento deste câncer.

O velório foi realizado na manhã de sábado, 30/09/2017, de 9h00 às 15h00 no Cemitério do Araçá, em São Paulo, e depois o corpo seguiu para a cremação no Cemitério da Vila Alpina.

Discografia

  • 2015 - Aquilo Que a Gente Diz (Independente / Tratore, CD)
  • 2010 - Célia 40 Anos - O Lado Oculto Das Canções (Som Livre, CD)
  • 2007 - Faço No Tempo Soar Minha Sílaba - Célia e Dino Barioni (Lua Music, CD)
  • 2000 - Pra Fugir Da Saudade - Célia e Zé Luis Mazziotti (CD)
  • 1993 - Louca De Saudade (Velas, CD)
  • 1983 - Meu Caro (Pointer, LP)
  • 1982 - Amor (Continental, LP)
  • 1977 - Célia (Continental, LP)
  • 1975 - Célia (Continental, LP)
  • 1972 - Célia (Continental, LP)
  • 1971 - Célia (Continental, LP)

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #Celia

Ruth Escobar

MARIA RUTH DOS SANTOS ESCOBAR
(82 anos)
Atriz, Produtora Cultural e Empresária

☼ Porto, Portugal (31/03/1935)
┼ São Paulo, SP (05/10/2017)

Maria Ruth dos Santos Escobar foi uma atriz e produtora cultural luso-brasileira, nascida na cidade do Porto, norte de Portugal, no dia 31/03/1935.

Tornou-se uma atriz de destaque e uma das mais importantes produtoras culturais do Brasil e destacada personalidade do teatro brasileiro, empreendedora de muitos projetos culturais especialmente comprometidos com a vanguarda artística.

Nascida numa família pobre, aos 16 anos, em 1951, emigrou com sua mãe, Marília do Carmo, para o Brasil. Casou-se com o filósofo e dramaturgo Carlos Henrique Escobar, e juntos, em 1958, partiram para a França, onde Ruth fez cursos de interpretação. Ao retornar ao Brasil, montou companhia própria, a Novo Teatro, em parceria com o diretor Alberto D'Aversa.

Protagonizou "Antígone América", texto de seu marido, em 1962, após algumas experiências de palco, como "Mãe Coragem e Seus Filhos", de Bertolt Brecht, em 1960, e "Males da Juventude", de Ferdinand Bruckner, em 1961, ambas dirigidas por Alberto D'Aversa.

No mesmo ano que estreia "Antígone América", seu casamento com Carlos Henrique Escobar se desfaz. Ao mesmo tempo começa a reunir recursos para financiamento do seu teatro.

Em 1964, decide fazer teatro popular e adapta um ônibus, transformando-o em palco, para levar espetáculos à periferia de São Paulo, iniciativa que recebeu o nome de Teatro Popular Nacional. Por essa nova experiência teatral passaram Antônio Abujamra, que dirigiu "A Pena e a Lei", de Ariano Suassuna e Silnei Siqueira, que encenou "As Desgraças de uma Criança", de Martins Pena, entre outros. As atividades do Teatro Popular Nacional se encerraram em 1965.

Inauguração do Teatro Ruth Escobar

Ainda em 1964, Ruth Escobar inaugurou seu próprio teatro, que recebeu o seu nome, situado no bairro da Bela Vista, na cidade de São Paulo.

Separou-se do primeiro marido e casou-se com o arquiteto Wladimir Pereira Cardoso, que se tornou cenógrafo das produções da companhia. Entre outras, são encenadas em seu teatro a "A Ópera dos Três Vinténs", de Bertolt Brecht e Kurt Weill, com direção de José Renato, em 1964, "O Casamento do Sr. Mississipi", de Dürrenmatt, dirigida por Jô Soares, em 1965, "As Fúrias de Rafael Alberti", outra encenação de Antônio Abujamra, em 1966, "O Versátil Mr. Sloane", de Joe Orton, sob a direção de Antônio Ghigonetto, em 1967, e "Lisístrata", de Aristófanes, encenação de Maurice Vaneau, em 1968.

Em 1968, com a vinda para o Brasil do diretor argentino Victor García, convidado para a montagem de "Cemitério de Automóveis", adaptação do próprio Victor García para a obra de Fernando Arrabal, uma antiga garagem na rua Treze de Maio foi totalmente remodelada. A encenação destacou Ruth Escobar como atriz e produtora.

Seu prestígio aumentou, em 1969, com a produção de "O Balcão", de Jean Genet, encenada por Victor Garcia, cenografada por Wladimir Pereira Cardoso. A produção arrebatou todos os prêmios importantes do ano, e Ruth Escobar foi agraciada com o Troféu Roquette Pinto para a personalidade do ano.

Polêmicas sempre cercaram a atriz e produtora. Uma delas ocorreu em 1972, quando produziu "Missa Leiga", de Chico de Assis, direção de Ademar Guerra, e foi proibida de utilizar a Igreja da Consolação como palco e foi montada numa fábrica.

Nos anos subsequentes, Ruth Escobar ficou à frente do Centro Latino-Americano de Criatividade, projeto abortado por falta de recursos, e centralizou no seu teatro importantes manifestações contra o Regime Militar, inclusive a fundação do Comitê da Anistia Internacional.

Ruth Escobar, 1982
Festival Internacional de Teatro

Com o I Festival Internacional de Teatro, em 1974, Ruth Escobar passou a apresentar periodicamente em São Paulo o melhor da produção cênica mundial. A cidade pôde conhecer, entre outros, o trabalho de Bob Wilson, "Time And Life Of Joseph Stalin", que a censura obrigou a mudar para "Time And Life Of David Clark", a premiada montagem de "Yerma", por Victor García, com Nuria Espert, além dos encenadores Andrei Serban e Jerzy Grotowski.

Em 1974, centralizou a produção para circuito internacional de "Autos Sacramentales", outra encenação de Victor García baseada em "Calderón de La Barca". Depois de estrear em Shiraz, no Irã, a realização teve êxito na Bienal de Veneza, em Londres e em Portugal.

Em 1976, outro projeto de fôlego, a Feira Brasileira de Opinião, reuniu textos dos mais destacados dramaturgos da época, mas foi interditado pela Censura, o que obrigou Ruth Escobar a arcar com os prejuízos da montagem em andamento.

No II Festival Internacional de Teatro, de 1976, chegaram ao país o grupo catalão Els Joglars, com "Allias Serralonga", os City Players, do Irã, com uma inusitada montagem de "Calígula", de Albert Camus, a companhia Hamada Zenya Gekijo, do Japão, o grupo G. Belli, da Itália, com "Pranzo di Famiglia", dirigida por Tinto Brass, entre outros.

Ruth Escobar, 2001
Volta à Cena e Outras Produções

Em 1977, Ruth Escobar resolveu voltar à cena. Para interpretar a exasperada Ilídia de "A Torre de Babel", trouxe a São Paulo o autor Fernando Arrabal para dirigi-la.

Produziu "A Revista do Henfil", de Henfil e Oswaldo Mendes, sob a direção de Ademar Guerra, em 1978.

Em 1979, voltou à cena em "Caixa de Cimento", encenação do argentino Juan Uviedo. Ainda em 1979, produziu "Fábrica de Chocolate", texto de Mário Prata que aborda a tortura.

Entre as grandes atrações do III Festival Internacional de Teatro, em 1981, estavam o grupo norte-americano Mabu Mines, o belga Plan K, o La Cuadra, de Sevilha, além do uruguaio Galpón e do português A. Comuna.

Política e Últimos Festivais

Nos anos 1980, Ruth Escobar afastou-se parcialmente do teatro. Eleita deputada estadual para duas legislaturas, dedicou-se a projetos comunitários.

Em 1994, voltou aos festivais internacionais, então mais discretos, porém ampliando sua abrangência ao trazer grupos de teatro, de dança, de formas animadas ou aqueles que uniam todas essas linguagens, como o Aboriginal Islander Dance Theatre, o Bread And Puppet, o Cricot 2, os Dervixes Dançantes.

A quinta edição, de 1995, acentuou a forte tendência à diversificação ao trazer para o país a dança de Carlota Ikeda e o grupo japonês Dumb Type, o russo Lev Dodine com "Gaudeamus", Michell Picolli, entre outros.

Em 1996, Philippe Decouflé, o grupo Dong Gong Xi Gong, de Taiwan, e Josef Nadj foram os destaques da 6ª edição.

Em 1987, Ruth Escobar lançou "Maria Ruth - Uma Autobiografia", contando parte da sua trajetória, na qual a produção cultural se mescla, de modo indissolúvel, à sua atuação social, voltada sobretudo para o inconformismo com as regras estabelecidas.

Em 1990, retornou aos palcos, numa encenação de Gabriel Villela"Relações Perigosas", de Heiner Müller.

Entre 1994 e 1997, voltou a produzir festivais internacionais, com o nome Festival Internacional de Artes Cênicas.

Em 1998 recebeu, do governo francês, a condecoração da Legião de Honra.

Em 2001, criou uma versão de "Os Lusíadas", de Camões, seu último trabalho nos palcos, como produtora.

Alzheimer e Patrimônio

Em 2000, Ruth Escobar foi diagnosticada com a Doença de Alzheimer, que, ao longo dos anos, se intensificou e atingiu nível avançado, comprometendo sua memória e toda sua atividade profissional.

Em 2006, sua filha Patrícia Escobar conseguiu interditar na justiça o patrimônio de Ruth, que passou a ser gerido por um escritório de advocacia.

Em 2011, Inês Cardoso, outra de suas filhas, fez uma carta aberta como pedido de ajuda ao expor o fato da mãe não ter plano de saúde e estar em situação de abandono médico. A filha ainda denunciou que o escritório não estaria cuidando devidamente do patrimônio, que inclui algumas casas e também o acervo pessoal da artista, com documentos históricos do moderno teatro brasileiro. Nelson Aguiar, outro filho de Ruth Escobar, culpa a irmã Patrícia pela escolha da interdição que ocasionou a má administração do legado.

Morte

Ruth Escobar faleceu na tarde de quinta-feira, 05/10/2017, aos 82 anos, informou a Associação de Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (APETESP), organização que é proprietária do Teatro Ruth Escobar. Ela faleceu entre 13h30 e 14h00, no Hospital 9 de Julho, na Bela Vista.

Ruth sofria de Alzheimer e estava internada havia um mês no Hospital Nove de Julho. Ela deixa quatro filhos, um quinto já morreu.

O velório começou a ser realizado na tarde de quinta-feira, 05/10/2017, no próprio teatro. O local do enterro não foi confirmado, mas deve começar às 11h00 de sexta-feira, 06/10/2017.

Ruth Escobar, 2001
Trabalhos

Como Intérprete
  • 1959 - Festival Branco e Preto (Também Diretora)
  • 1960 - Mãe Coragem
  • 1961 - Os Males da Juventude
  • 1962 - Antígone América
  • 1964 - A Ópera dos Três Vinténs
  • 1964 - A Farsa do Mestre Patelin
  • 1964 - As Desgraças de Uma Criança
  • 1965 - Soraia Posto 2
  • 1965 - Histórias do Brasil
  • 1965 - O Casamento do Senhor Mississipi
  • 1966 - As Fúrias
  • 1966 - Os Trinta Milhões do Americano
  • 1967 - O Estranho Casal
  • 1967 - O Versátil Mr. Sloane
  • 1968 - Roda Viva
  • 1968 - Cemitério de Automóveis
  • 1968 - Lisístrata
  • 1968 - Os Sete Gatinhos
  • 1969 - O Balcão
  • 1969 - Romeu e Julieta
  • 1969 - Os Monstros
  • 1971 - Os Dois Cavaleiros de Verona
  • 1972 - A Massagem
  • 1974 - Capoeiras da Bahia
  • 1974 - I Festival Internacional de Teatro
  • 1976 - II Festival Internacional de Teatro
  • 1977 - Torre de Babel
  • 1978 - Revista do Henfil
  • 1979 - Fábrica de Chocolate
  • 1979 - Caixa de Cimento
  • 1981 - III Festival Internacional de Teatro
  • 1982 - Irmã Maria Ignácio Explica Tudo
  • 1989 - Relações Perigosas
  • 1994 - IV Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 1995 - V Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 1996 - VI Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 1997 - VII Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 1999 - VIII Festival Internacional de Artes Cênicas

Como Produtora
  • 1959 - Festival Branco e Preto
  • 1960 - Antígone América
  • 1964 - A Pena e a Lei
  • 1964 - A Ópera dos Três Vinténs
  • 1964 - As Desgraças de Uma Criança
  • 1966 - As Fúrias
  • 1967 - O Estranho Casal
  • 1967 - O Versátil Mr. Sloane
  • 1968 - Cemitério de Automóveis
  • 1968 - Os Sete Gatinhos
  • 1968 - Roda Viva
  • 1969 - O Balcão
  • 1969 - Romeu e Julieta
  • 1969 - Os Monstros
  • 1970 - Cemitério de Automóveis
  • 1972 - Missa Leiga
  • 1972 - A Massagem
  • 1972 - A Viagem
  • 1973 - Missa Leiga
  • 1974 - Autos Sacramentais
  • 1974 - Capoeiras da Bahia
  • 1974 - I Festival Internacional de Teatro
  • 1976 - II Festival Internacional de Teatro
  • 1978 - Revista do Henfil
  • 1979 - Fábrica de Chocolate
  • 1979 - Caixa de Cimento
  • 1981 - III Festival Internacional de Teatro
  • 1982 - Irmã Maria Ignácio Explica Tudo
  • 1989 - Relações Perigosas
  • 1994 - IV Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 1995 - V Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 1996 - VI Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 1997 - VII Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 1999 - VIII Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 2001 - Os Lusíadas

Fonte: Wikipédia e Veja
#FamososQuePartiram #RuthEscobar

Lúcia Garófalo

LÚCIA GAROFALO
(72 anos)
Jornalista, Radialista e Empresária

☼ São Jose do Rio Preto, SP (10/02/1945)
┼ Brasília, DF (23/09/2017)

Lúcia Garófalo foi uma jornalista e empresária brasileira nascida em São José do Rio Peto, SP, no dia 10/02/1945.

Menina do interior, nascida na cidade de São Jose do Rio Preto, SP, logo cedo despertou o interesse pela Educação. Apaixonada pelo dom de educar, formou-se em Pedagogia e em São Paulo trabalhou por anos com muita paixão.

Interessada na carreira diplomática, já em Brasília, cursou a Faculdade de Direito na Universidade de Brasília (UNB), onde tornou-se Bacharel e onde exerceu pouco a profissão, porém conheceu grandes professores e amigos.

Por influências e a atração na área da Comunicação Social, se formou também em Jornalismo na Universidade de Brasília (UNB). Foi uma das fundadoras do PRODASEN por acreditar no poder revolucionário da informática, que conforme dizia o Ministro Pereira Lira, seu amigo e professor, achavam que a informática na jurisprudência iria comandar o mundo.


Ganhadora de várias medalhas de Honra ao Mérito e diplomas pela sua fidelidade e perseverança à cultura Brasiliense, fundou em 1980, juntamente com seu esposo o jornalista Mário Garófalo, a Brasília Super Rádio FM.

Acompanhou todos os passos da empresa deste a licitação à concessão da emissora, a instalação dos equipamentos, a emoção da entrada no ar, a entusiástica reação dos primeiros ouvintes, sendo a única emissora do mundo, com exceção da Rádio Vaticano, a ter sido inaugurada por um Papa, João Paulo II, quando esteve em Brasília, no dia 30/06/1980.

Após o falecimento, em 27/09/2004, do saudoso Mário Garófalo, com quem viveu por 28 anos, Lúcia Garófalo manteve a atividade profissional como apresentadora, diretora, locutora e produtora da Brasília Super Rádio FM, incluindo o tradicional programa "Um Piano Ao Cair Da Noite". Entre os ouvintes, a radialista era famosa pelo bordão "A diferença é a música!".

Lúcia Garófalo surpreendeu a todos que achavam que a emissora iria desaparecer após a partida do seu criador Mário Garófalo.

Morte

Lúcia Garófalo faleceu na noite de sábado, 23/09/2017, aos 72 anos. Segundo familiares, Lúcia Garófalo lutava contra um câncer diagnosticado há dois anos. O comunicado foi transmitido em tom emocionado pela rádio na qual ela trabalhou por 37 anos, em nome da equipe e da família.
"Esta voz que, diariamente ao longo de 37 anos, embalou e despertou o sono da capital do Brasil, emudeceu-se. Os familiares e a equipe da Brasília Super Rádio FM, a emissora da música diferente, pesarosamente, comunicam ao nosso estimado público ouvinte e parceiros o falecimento de Lúcia Garófalo, ocorrido na noite deste sábado de primavera!"
O velório ocorreu na segunda-feira, 25/09/2017, a partir das 8h00, no cemitério Campo da Esperança, na capela 7, em Brasília, DF, e o sepultamento às 11h30.

Lourenço

LOURENÇO OLEGÁRIO DOS SANTOS FILHO
(61 anos)
Cantor e Compositor

☼ Recife, PE (17/11/1955)
┼ Rio de Janeiro, RJ (01/10/2017)

Lourenço Olegário dos Santos Filho, mais conhecido por Lourenço, foi um cantor e compositor brasileiro, nascido em Recife, PE, no dia 17/11/1955.

Aos 16 anos mudou-se com a família para o Estado do Rio de Janeiro. Inicialmente foi morar na cidade de Petrópolis, logo depois transferiu-se para o bairro de Bangú, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Lourenço integrou a Ala de Compositores da Tradição.

No início dos anos 80 passou a cantar em bailes na quadra da Portela.

Em 1982, quando conheceu a cantora Alcione, ela o convidou para ser integrante da Banda do Sol, no qual permaneceu por dez anos.

Em 1986, Alcione incluiu de sua autoria em parceria com o médico e compositor Franco, "Fruto e Raiz", composição que deu nome ao disco da cantora.

Em 1987, no LP "Ouro e Cobre", Alcione interpretou "Machucou", (Lourenço, Marley e Marques).

Em 1989, Dominguinhos do Estácio, no disco "Gosto de Festa", pela RGE, gravou "Apego" (Lourenço). Nesta música, o compositor fez uma participação especial.


Em 1990, em seu disco "Coisa Sentimental", Reinaldo interpretou "Gafieira" (Lourenço e Adilson Victor).

Em 1991, Almir Guineto, em seu disco "De Bem Com a Vida", pela RGE, gravou "Mulher, Sempre Mulher" (Lourenço, Carlos SennaAlmir Guineto, Teteu e J. Laureano).

Na década de 1990 vários grupos gravaram suas composições:

"Doidinha Por Meu Samba", "Mundo Lindo" (Molejo); 
"Armadilha" (Exaltasamba); 
"Maré Mansa" (Asa de Águia); 
"Mineirinho" (Só Pra Contrariar); 

Lourenço também se destacou no Carnaval, sendo autor de seis sambas da Escola de Samba Tradição, quatro deles de forma consecutiva no início dos anos 2000 ao lado de Adalto Magalha. Os mais famosos são "Passarinho, Passarola, Quero Ver Voar" (1994), "Liberdade! Sou Negro, Raça e Tradição" (2000), puxado por Wantuir, e "O Homem do Baú - Hoje é Domingo, é Alegria, Vamos Sorrir e Cantar!" que homenageou Silvio Santos em 2001.


Lourenço também foi intérprete da Tradição em 2004, quando defendeu a reedição de "Contos de Areia", originalmente apresentado pela Portela em 1984.

Em 2002, outra vez em parceria com Adalto Magalha, a escola Tradição desfilou com o samba-enredo "Os Encantos da Costa do Sol". Neste mesmo ano, o grupo Pique Novo, no disco "Ao Vivo 10 Anos" (Sony Music) incluiu de sua autoria "Amor Oriental" (Lourenço e Ronaldo Barcellos).

Em 2003, compôs com Adalto Magalha o samba-enredo "O Brasil é Penta - R é 9 - o Fenômeno Iluminado", com o qual a Tradição desfilou no carnaval. Neste mesmo ano Ivete Sangalo interpretou de sua autoria "Sorte Grande" no CD "Clube Carnavalesco Inocentes em Progresso". A faixa ficou mais conhecida pelo nome "Poeira" e logo tornou-se um sucesso nacional, sempre cantada em diversos estádios de futebol, assim como em quase todas as emissoras de rádio e TV do país. A música bateu o recorde de em agosto de 2003 quando foi executada 310 vezes em apenas 12 horas.

Entre seus vários intérpretes está Elza Soares em "Mais Uma Vez" (Lourenço e Carlos Dafé) e ainda o grupo Molejo em "Mundo Lindo".

Lourenço participou em shows de bandas musicais, entre eles, Copa Sete, Chanell, Brasil Show e Banda Devaneios

Morte

Lourenço faleceu no domingo, 01/10/2017, aos 61 anos no Hospital Rio Mar, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Lourenço faleceu vítima de insuficiência cardíaca após sofrer de pneumonia e anemia.

Ele deixa mulher, duas filhas e dois netos.

Lourenço foi velado na segunda-feira, 02/10/2017, na Capela 3 do Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, Zona Oeste do Rio de Janeiro, e o sepultamento às 16h00.

Discografia

  • 1989 - Gosto de Festa (RGE, LP)

Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #Lourenco

Sérgio Sá

SÉRGIO ANTÔNIO SÁ DE ALBUQUERQUE
(64 anos)
Cantor, Compositor, Instrumentista, Arranjador, Produtor, Ator, Palestrante e Escritor

☼ Fortaleza, CE (17/01/1953)
┼ Fortaleza, CE (03/10/2017)

Sérgio Antônio Sá de Albuquerque, mais conhecido por Sérgio Sá, foi um cantor, compositor, instrumentista, arranjador, produtor e escritor brasileiro nascido em Fortaleza, CE, no dia 17/01/1953.

Sérgio Sá nasceu com catarata congênita, associada a microftalmia. Ele era cego de nascença. Sua trajetória de vida foi marcada por êxitos e realizações.

Desde que veio de Fortaleza aos 13 anos continuar seus estudos em São Paulo, Sérgio Sá procurou desenvolver seu talento para a música - tem ouvido absoluto -, incorporando-se a bandas de garagem, tocando, cantando e logo mais arranjando, produzindo e gravando.

Iniciou a sua carreira cantando baladas de rock em inglês, no início da década de 70. Nessa época, adotava o nome artístico de Paul Bryan e lançou em 1973 três compactos pela Top Tape. Tinha quatro músicas entre as dez mais executadas e vendidas no país.

Em 1974, ela já assinava o nome de batismo em "Sonhos de um Palhaço", canção composta em parceria com Antônio Marcos que fez sucesso na voz de Vanusa. Com a cantora e compositora, Sérgio Sá criou o hit feminista "Mudanças" (1979). 

Logo depois, assumiria os teclados do grupo de rock paulistano Joelho de Porco, como tecladista, permanecendo nele até 1976.

Em 1977 se formou em Educação Artística pela Faculdade Morzateum, e era artista nato com habilidades diversas, em diferentes áreas de atuação, com currículo excepcional que marcou sua presença na história da Música Popular Brasileira.

Em 2016, Sérgio Sá se lançou como candidato a vereador de São Paulo pelo Partido Social Democrata Cristão (PSDC), sem conseguir se eleger.

Carreira

Como compositor foram mais de 350 canções gravadas por artistas como Roberto Carlos ("Como é Possível"), Simone ("Olho do Furacão"), Tim Maia ("O Vento e as Canções"), Fábio Júnior ("Eu Me Rendo" e "O Que é Que Há?"), Chitãozinho & Xororó, ("Pensando em Minha Amada"), isso só para citar alguns exemplos.

Seu trabalho em criação publicitária inclui comerciais para empresas como Banco Itaú, McDonald's, TV Globo, TV Bandeirantes, além de trilhas sonoras para novelas e seriados como o "Mundo da Lua" (1991/1992) da TV Cultura.

Destaca-se também seu trabalho em Los Angeles onde criou e executou trilhas e vinhetas para clientes como a KJLH, emissora de FM de Stevie Wonder.

Sérgio Sá integrou a equipe responsável pela Campanha Nacional de Rádio Presidência, em 2002, no ano seguinte, contratado pela Radiobrás, foi responsável pela criação das vinhetas que compõe o novo formato da "Voz do Brasil".

No período entre 2004 e 2006 realizou campanhas para prefeito em São Paulo, Curitiba, Goiânia e em diversas cidades do interior do país.

Gilberto Gil e Sérgio Sá
Em 2006, Sérgio Sá manteve-se na ativa e foi convidado para produzir a trilha sonora do musical "Mary Poppins" do estúdio de Ballet Cisne Negro. Com adaptações e composições elaboradas especialmente para a produção Sérgio Sá surpreendeu com sua capacidade de criar e executar uma obra musical alinhada aos passos rítmicos exigidos pela dança de ballet. Mais tarde, repetiu a dose desenvolvendo uma produção natalina para a Coca-Cola que, através de alta tecnologia de luz e som, impressionou o público com bonecos gigantescos contadores de histórias embalados pela trilha sonora criada por ele.

Voltando ao passado, Sérgio Sá, com o pseudônimo de Paul Bryan, nos anos 70, criou diversos temas românticos que lideraram as paradas de sucesso e de vendas do país: "Dont Say Goodbye", tema da novela "Cavalo de Aço" (1973), "Listen", parte da trilha internacional de "O Bem Amado" (1973), "Window", tema de "Carinhoso" (1973), foram algumas de suas obras com grande repercussão.

Como arranjador trabalhou ao lado de nomes como Gilberto Gil, em seu projeto "Quanta", Zizi Possi, Jane Duboc, Ivan Lins, e vários outros artistas, Sérgio Sá foi um dos primeiros a mesclar sintetizadores a sons acústicos e um dos pioneiros em gravações digitais.

Como intérprete, com 8 discos já gravados entre os quais "Voa Vida", "Fora de Prumo" e "Ecos do Amanhã", inúmeras apresentações no Brasil, Estados Unidos e Europa, lançou o CD "Sérgio Sá - I'm Paul Bryan" onde regravou seus hits em inglês além de versões de seus sucessos e composições inéditas.


Seu último lançamento, no início de 2015, de forma independente, foi o CD "Sérgio S/A", comemorando seus 46 anos de carreira, com participações de convidados ilustres da Música Popular Brasileira como Zeca Baleiro, Elba Ramalho, Jorge Vercillo, Jane Duboc, Gilberto Gil, Cláudia Albuquerque, Carlos Navas, Lucinha Lins, Tribo De Jah e Vânia Bastos.

Suas participações em gravações atingiram a marca de 30 mil horas de estúdio e suas apresentações ao vivo somam mais de 10 mil (Marcas registradas até agosto/2015).

Como produtor trabalhou produziu para Zé Rodrix, Vanusa, Jane Duboc, Milton Carlos, Eduardo Araújo, além de inúmeros artistas independentes, tiveram em seus trabalhos a assinatura de Sérgio Sá como produtor musical.

Como escritor, seu livro "Fábrica de Sons" (Editora Globo) já em quarta edição atualizada e acrescida de CD, foi aprovado e adquirido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

Em Outubro de 2004, Sérgio Sá, deficiente visual de nascença, lançou "Feche Os Olhos Para Ver Melhor", obra em que faz um apanhado de vivências e reflexões, propondo novas maneiras de enxergar o mundo e que foi também lançado em edição em braile. Com o lançamento do livro de ficção "Ecos do Amanhã", Sérgio Sá entretém o leitor com uma narrativa instigante e faz um brado de alerta e de profundo amor à humanidade.


Em 2012 Concluiu seu quarto livro, "Aos Olhos de Um Cego" (Sá Editora). Ainda em 2012 estreou como ator na peça "O Grande Viúvo", conto de Nelson Rodrigues, no projeto Teatro Cego. Uma proposta com espetáculo de característica inédita no Brasil, pois convida o público a abdicar da visão para por à prova seus outros quatro sentidos. Atores, atrizes e músicos cegos e não cegos se unem no palco para fazer arte.

Paralelo a outros projetos Sérgio Sá demonstrava maestria também como palestrante, viajando por todo o país com a sua Palestra-Show "Feche Os Olhos Para Ver Melhor", propondo reflexões com interatividade, música ao vivo e bom humor.

Desde de 2009 era convidado pela Secretaria Municipal de Cultura a falar com crianças e jovens da periferia, levando suas vivências musicais e literárias.

Em 2011, em parceria com Irineu Toledo, "Tocando Músicas e Trocando Ideias", ao lado de grandes palestrantes como Luciano Pires, José Luiz Tejon, Daniel Carvalho Luz, foi aplaudido por mais de 2.000 pessoas no evento Feliz Dia Novo.

Morte

Sérgio Sá morreu na madrugada de terça-feira, 03/10/2017, em Fortaleza, CE, vítima de um infarto, aos 64 anos. A informação foi confirmada pelo filho, Thiago Pinheiro, em publicação no Facebook. 
"É com imensa tristeza que comunico o falecimento de meu pai Sérgio Sá durante esta madrugada. Sérgio, que estava na casa de uma prima em Fortaleza, foi vítima de um rápido processo de infarto por volta das 2h30, e não resistiu e nos deixou com a eterna saudade."
No comunicado, o filho fez elogios a Sérgio Sá, como pessoa e profissional:
"Meu pai sempre foi homem íntegro, sempre buscou grande excelência, produtor e compositor que deixou fortes marcas em nossa música e em minha vida. Agora, tornou-se a forte memória de alguém que nunca deixou de acreditar na força e sutileza do amor."
"Há algumas semanas ele veio me visitar, conhecer o estúdio que nunca havia visitado, passamos um dia inteiro agradável, conversas suaves sobre música, ouvimos o disco que acabara de finalizar, nos abraçamos, demos risada, agradecemos pela trajetória, falamos da admiração mútua, foi um dia de paz, momento muito importante para os dois e eu jamais imaginaria que seria o último encontro. Mal sabia que seriam meus momentos derradeiros na presença física do meu querido pai, pessoa que sempre amei e que conheci através dos discos, das composições brilhantes e do carinho em menos encontros do que eu gostaria de ter tido!"
Fonte: Sérgio Sá, Estadão e G1  
Indicação: Miguel Sampaio e Fadinha Veras
#FamososQuePartiram #SergioSa