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Bruno Tolentino

BRUNO LÚCIO DE CARVALHO TOLENTINO
(66 anos)
Poeta e Escritor

* Rio de Janeiro, RJ (12/11/1940)
+ São Paulo, SP (27/06/2007)

Nascido em 1940, numa tradicional família carioca, conviveu desde criança com intelectuais e escritores próximos à família, entre eles Cecília Meireles, a quem sempre se referiu carinhosamente como Tia Cecília, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto.

Primo do crítico literário brasileiro Antônio Candido de Mello e Souza e da crítica teatral Bárbara Heliodora, seu trisavô, Antônio Nicolau Tolentino, foi conselheiro do Império e fundador da Caixa Econômica Federal. À moda já antiga das preceptoras, foi instruído em inglês e francês ao mesmo tempo de sua alfabetização no português.

Publicou em 1963 seu primeiro livro, "Anulação e Outros Reparos", trazendo, entre outros, a famosa litania "Ao Divino Assassino", poema longo em Terza Rima em que o poeta se volta contra Deus e o "Seu Anjo Terrível" à época da morte de sua ex-namorada Anecy Rocha, irmã caçula do cineasta Glauber Rocha.

Com o advento do golpe militar de 1964, mudou-se para a Europa a convite do poeta Giuseppe Ungaretti, onde viveu trinta anos, tendo residido na Inglaterra, Bélgica, Itália e França. Lecionou nas universidades de Oxford, Essex e Bristol e trabalhou como tradutor-intérprete junto à Comunidade Econômica Européia.

Publicou em 1971, em língua francesa, o livro "Le Vrai Le Vain" e, em 1979, em língua inglesa, "About The Hunt", ambos bem recebidos pela crítica literária européia. Sucedeu o poeta e amigo W. H. Auden na direção da revista literária Oxford Poetry Now.

Em 1987, sob a acusação de porte de drogas, foi condenado a 11 anos de prisão. Cumpriu apenas 22 meses da pena, em Dartmoor, no Reino Unido. "Adorei a experiência e procurei tirar o máximo de proveito", Bruno declarou sobre os dias de encarceramento, numa entrevista em agosto de 2006.


Aos companheiros de prisão, organizou aulas de alfabetização e de literatura, estas últimas nomeadas de "Seminars Of Drama And Literature", que, conforme posteriormente relatado por Bruno Tolentino, "em cujas sessões avançadas chegaram a comparecer psicanalistas de renome, ao lado de personalidades do mundo das Letras tais como Harold Carpenter, o estudioso e biógrafo de Ezra Pound e Auden, o dramaturgo Harold Pinter, ou Lady Antonia Fraser".

Bruno Tolentino retornou ao Brasil em 1993, publicando o livro "As Horas de Katharina", escrito durante o período de 22 anos (1971-1993), ganhando com ele o Prêmio Jabuti de melhor livro de poesia de 1994.

Em 1995 publicou "Os Sapos de Ontem", uma coletânea de textos, artigos e poemas originados de uma polêmica intelectual com os irmãos Haroldo de Campos e Augusto de Campos, que nesse livro serão os principais alvos de sua "língua ferina entortada pelo vício da ironia", frase que Bruno Tolentino usou durante uma entrevista em que lhe foi pedido "um perfil abrangente de si mesmo".

Ainda em 1995 publicou "Os Deuses de Hoje", e, em 1996, "A Balada do Cárcere", livro nascido da experiência de sua prisão pouco menos de dez anos antes. Ainda nesse ano, foi publicada uma polêmica entrevista com Bruno Tolentino para a revista Veja, onde o poeta critica, entre outras coisas, a então atual situação intelectual e cultural do Brasil, a educação brasileira entregue às mesquinharias das cátedras universitárias, em especial da Universidade de São Paulo, o Concretismo, a concepção e aceitação da letra de música enquanto poesia e do show business enquanto cultura. Essa postura crítica, comum a intelectuais brasileiros como Elomar ou Olavo de Carvalho, e que tem como principais arenas publicadas a entrevista à Veja e o livro "Os Sapos de Ontem", acompanhou Bruno Tolentino ao longo dos anos de atividade intelectual no período que foi do seu retorno ao Brasil até sua morte.

Bruno Tolentino publicou derradeiramente em 2002 e 2006, respectivamente, os livros que considerou como a culminação de sua obra poética: "O Mundo Como Ideia", escrito durante quarenta anos (1959-1999), e "A Imitação do Amanhecer", escrito durante 25 anos (1979-2004). Ambos lhe renderam o Prêmio Jabuti, já conquistado pelo autor em 1993 com "As Horas de Katharina", tornando-o assim um dos únicos escritores a ganhar três edições do prêmio, considerado o mais importante da literatura brasileira.

Bruno Tolentino também recebeu, por "O Mundo Como Ideia", o Prêmio Senador José Ermírio de Morais, prêmio nunca antes dado a um escritor, em sessão da Academia Brasileira de Letras, com saudação proferida pelo acadêmico, filósofo, poeta e teórico do Direito Miguel Reale, seu amigo.

Doença e Morte

Bruno Tolentino, que tinha AIDS e já havia superado um câncer, esteve internado durante um mês na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, onde veio a falecer, aos 66 anos de idade, vitimado por uma Falência Múltipla de Órgãos, em 27/06/2007.


Livros Publicados

  • 1963 - Anulação e Outros Reparos (São Paulo: Massao Ohno)
  • 1971 - Le Vrai Le Vain (Paris: Actuels)
  • 1979 - About The Hunt (Oxford: OPN)
  • 1994 - As Horas de Katharina (São Paulo: Companhia das Letras)
  • 1995 - Os Deuses de Hoje (Rio de Janeiro: Record)
  • 1995 - Os Sapos de Ontem (Rio de Janeiro: Diadorim)
  • 1996 - A Balada do Cárcere (Rio de Janeiro: Topbooks)
  • 2002 - O Mundo Como Ideia (São Paulo: Globo)
  • 2006 - A Imitação do Amanhecer (São Paulo: Globo)


Citações Sobre Sua Obra

Publicadas na edição de "As Horas de Katharina", Companhia das Letras.

"Um dos melhores poetas da atualidade, ele é sem dúvida um 'daqueles poucos' que fazem a cultura de uma época."
(Yves Bonnefoy)

"Há muitos anos admiro em Bruno Tolentino um poeta de raro talento respaldado por uma vasta cultura, que abrange diversas línguas e diversas literaturas. Tanto esse conhecimento como essa experiência fazem da sua uma das mentes mais bem equipadas para abordar o problema da poesia em nosso tempo."
(Jean Starobinski)

"Seus poemas exalam uma dor tão justa que só sua perfeição formal torna suportável."
(Saint-John Perse)

Fonte: Wikipédia

Octavio Frias de Oliveira

OCTAVIO FRIAS DE OLIVEIRA
(94 anos)
Jornalista, Editor e Empresário

* Rio de Janeiro, RJ (05/08/1912)
+ São Paulo, SP (29/04/2007)

O empresário Octavio Frias de Oliveira nasceu no Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana, em 5 de agosto de 1912. Frias era o penúltimo dos nove filhos do casal Luiz Torres de Oliveira e Elvira Frias de Oliveira. Na época, seu pai era juiz de direito em Queluz, no interior paulista. Pertencia, porém, a uma família com raízes tradicionais no Rio de Janeiro. O bisavô do recém-nascido fora o Barão de Itambi, político influente no Segundo Reinado.

Em 1918, Octavio Frias de Oliveira veio de Jundiaí, SP, para São Paulo, quando seu pai licenciou-se da magistratura, à qual só retornaria em 1931, para trabalhar com o industrial Jorge Street. Na capital paulista, o futuro empresário cursou o Colégio São Luís, mantido por padres jesuítas e um dos mais conceituados da cidade. Premido por sérias dificuldades financeiras que a família enfrentava, no entanto, Frias deixou o colégio aos 15 anos, para começar a trabalhar.

Seu primeiro emprego, em 1927, foi como office-boy na Companhia de Gás de São Paulo, que pertencia, como grande parte dos serviços públicos da época, a empresários ingleses. Em três meses foi promovido a mecanógrafo, ou seja, operador de máquinas de contabilidade. Em 1930, foi convidado e aceitou um posto na Secretaria da Fazenda do Governo do Estado, a fim de organizar a confecção mecânica dos tributos estaduais. Em 1940, já era diretor do Departamento Estadual do Serviço Público, respondendo pela diretoria de Contabilidade e Planejamento.

Embora adotasse, desde cedo, uma atitude algo cética em relação à política, alistou-se nas tropas da Revolução Constitucionalista, que eclodiu em julho de 1932. Permaneceu dois meses em Cunha, na região do Vale do Paraíba, onde passou o aniversário na trincheira, participou de escaramuças e viu companheiros serem mortos. Acreditava que a ação militar contra o governo central, entretanto, era uma aventura fadada ao fracasso e não alimentava simpatia pela liderança oligárquica do movimento. Nos anos seguintes, manteve-se distante tanto do comunismo como do integralismo, as duas correntes que empolgavam a juventude. Seus interesses estavam na atividade empresarial, a que passou a se dedicar a partir do início da década de 40, contrariamente aos conselhos de seu pai, que prezava a estabilidade do serviço público.


Quando menino, Octavio Frias de Oliveira assistiu a inúmeras discussões entre seu pai e seu tio-avô, o empresário Jorge Street, grande industrial do setor têxtil. Jorge Street foi um pioneiro que ergueu três impérios empresariais e foi três vezes à falência. Construiu, quinze anos antes da Revolução de 30 e do advento das leis trabalhistas, a Vila Maria Zélia, no Brás, que provia os operários de moradia, escola e assistência médica. Frequentemente, as discussões entre o juiz e o industrial, parentes por casamento, versavam sobre as vantagens e desvantagens da social-democracia escandinava, que despertava, então, grande curiosidade.

Em 1943, Octavio Frias participou, na condição de um dos acionistas-fundadores, do estabelecimento do Banco Nacional Imobiliário (BNI), mais tarde Banco Nacional Interamericano, sob a liderança de Orozimbo Roxo Loureiro. Como diretor da carteira imobiliária, lançou um programa de condomínios a preço de custo. Foi construída, assim, mais de uma dezena de prédios, entre eles o Copan, que viria a se tornar um dos símbolos de São Paulo. Convidado por Octavio Frias, de quem se tornou amigo, Oscar Niemeyer projetou ainda, além do Copan, a Galeria Califórnia, na Rua Barão de Itapetininga, um prédio na Praça da República e outro na Rua Direita, antiga sede das Indústrias Matarazzo. Um discípulo de Oscar Niemeyer, o arquiteto e pintor Carlos Lemos, projetou na mesma época, com financiamento do Banco Nacional Imobiliário (BNI), o Teatro Maria Della Costa. Cândido Portinari e Di Cavalcanti fizeram painéis para alguns desses edifícios e também se tornaram amigos de Octavio Frias. Como diretor de banco, viajou várias vezes aos Estados Unidos, onde tomou contato com a cultura empresarial norte-americana e foi fortemente influenciado por ela.

Seis meses depois de Octavio Frias deixar o banco, por divergências quanto à administração dos negócios, o Banco Nacional Imobiliário (BNI) foi adquirido pelo Bradesco, após ter entrado em liquidação. Octavio Frias fundou uma empresa própria, Transaco-Transações Comerciais, em 1953, uma das primeiras firmas especializadas na venda de ações diretamente ao público.

Traduziu para o português o livro "Do Fracasso ao Sucesso na Arte de Vender", clássico comercial do norte-americano Frank Bettger, e organizou cursos de vendas - o que era inédito no Brasil - para uma equipe que chegou a contar com 500 vendedores. Data deste período sua primeira ligação com a imprensa: a Transaco prestou serviços profissionais à Tribuna da Imprensa, o jornal carioca de Carlos Lacerda, e à Folha da Manhã, então dirigida pelo advogado José Nabantino Ramos, um dos pioneiros na introdução da psicanálise em São Paulo. José Nabantino Ramos havia transformado um diário pouco expressivo num jornal moderno. Em 1960, o advogado reuniria três títulos da empresa, o carro-chefe Folha da Manhã, a Folha da Tarde e a mais antiga Folha da Noite, fundada por Olival Costa e Pedro Cunha em 19/02/1921, num só jornal - a Folha de S.Paulo.


Em 1948, Octavio Frias se casou com sua primeira mulher, Zuleica Lara de Oliveira, que faleceu em acidente de automóvel em 1955, na Rodovia Presidente Dutra. Casou-se novamente um ano depois, com Dagmar de Arruda Camargo, que já tinha uma filha de casamento anterior, Maria Helena, e com quem teve três filhos: Otavio (1957), Maria Cristina (1960) e Luiz (1963).

Em 1954, o empresário comprou um pequeno sítio nas proximidades de São José dos Campos, no interior paulista. Mas as intenções de lazer não duraram muito tempo. Logo o sítio se transformou em granja e depois num empreendimento avícola de porte, que chegou a manter um plantel de 2 milhões de aves. Atualmente, a Granja Itambi se dedica apenas à pecuária de leite.

Associado ao empresário Carlos Caldeira Filho, Octavio Frias fundou a Estação Rodoviária de São Paulo, inaugurada em 1961. Mas o principal empreendimento dos dois sócios seria concretizado pouco depois, em 13 de agosto de 1962, com a aquisição da Folha de S.Paulo, que então disputava com o Diário de S.Paulo a posição de segundo jornal da capital paulista e que atravessava período de dificuldades financeiras. Agastado com a greve dos jornalistas de 1961, José Nabantino Ramos decidira se desfazer do controle acionário do jornal.

Octavio FriasCarlos Caldeira, respectivamente presidente e superintendente da empresa, voltaram-se à tarefa prioritária de recuperar o equilíbrio financeiro do jornal. Para dirigir a Redação, Octavio Frias nomeou o cientista José Reis, um dos criadores da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC). Trouxe para integrar a equipe o responsável pela modernização do rival O Estado de S.Paulo, o jornalista Cláudio Abramo, que viria a suceder a José Reis e manter, com Octavio Frias, uma produtiva convivência profissional que se prolongou por mais de vinte anos. Em 1964, a Folha de S.Paulo apoiou a derrubada do presidente João Goulart e o estabelecimento de um regime de tutela militar - temporária, conforme se acreditava - sobre o país.

Superada a fase de adversidades econômico-financeiras, a nova gestão passou a se dedicar à modernização industrial e à montagem de uma estrutura de distribuição de exemplares que alicerçou os saltos de circulação que estavam por vir. Foram comprados novos equipamentos e impressoras nos Estados Unidos.

Em 1968, a Folha de S.Paulo se tornava o primeiro jornal latino-americano a ser impresso no sistema "off-set". Em 1971, outro pioneirismo: os moldes de chumbo passavam à história e o jornal adotava a composição "a frio". O jornal crescia em circulação e melhorava sua participação no mercado publicitário.

No final dos anos 60, Octavio Frias chegou a organizar o embrião de uma rede nacional de televisão, congregando à TV Excelsior de São Paulo, líder de audiência cujo controle adquiriu em 1967, mais três emissoras no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Por insistência de Carlos Caldeira, porém, os dois sócios abandonaram a empreitada em 1969.

Mais ágil e inovador do que o concorrente tradicional, a Folha de S.Paulo ganhava espaço junto às camadas médias que ascenderam com o "milagre econômico", fixando-se como publicação de grande presença entre jovens e mulheres. Ao mesmo tempo, dedicava-se com desenvoltura crescente a áreas do jornalismo até então pouco exploradas, como o noticiário econômico, esportivo, educacional e de serviços.

A partir do final de 1973, o jornal passou a adotar uma atitude política mais independente e afirmativa, em vez da "neutralidade" acrítica do intervalo 1968-1973. A Folha de S.Paulo apoiou a ideia da abertura política e se colocou a serviço da redemocratização, abriu suas páginas para todas as tendências de opinião e incrementou o teor crítico de suas edições.

Octavio Frias acreditava firmemente na filosofia editorial de uma publicação isenta e pluralista, capaz de oferecer o mais amplo leque de visões sobre os fatos. Encontrou um colaborador habilitado em Cláudio Abramo, responsável pela área editorial entre 1965 e 1972, sucedido por Ruy Lopes (1972/1973) e Boris Casoy (1974/1976) e reconduzido a essa função em 1976, onde permaneceu até 1977, quando Boris Casoy, em meio à crise provocada por uma articulação do regime militar contra o presidente Ernesto Geisel, foi convidado por Octavio Frias a retornar ao cargo. Cláudio Abramo reformulou o jornal, fez a primeira, em 1976, de uma série de reformas gráficas que se sucederiam, reuniu colunistas como Jânio de Freitas, Paulo Francis, Tarso de Castro, Glauber Rocha, Flávio Rangel, Alberto Dines, Mino Carta, Osvaldo Peralva, Luiz Alberto Bahia e Fernando Henrique Cardoso. A Folha se transformava num dos principais focos de debate público do país. Ao contrário das expectativas, essa linha editorial foi preservada e desenvolvida durante o período em que Boris Casoy foi editor responsável (1977-1984).

Em 1983/1984, a Folha foi o baluarte do movimento Diretas Já!, a favor de eleições populares para a Presidência da República, na imprensa. Apoiou o Plano Cruzado em 86 e fez campanhas contra o fisiologismo político durante o governo José Sarney, manifestando-se contrária à prorrogação do mandato presidencial. Manteve-se em posição crítica durante a ascensão e o apogeu de Fernando Collor. Embora apoiasse suas propostas de liberalização econômica, foi a primeira publicação a recomendar o impeachment do chefe do governo, afinal consumado em 1992. Em 1986, tornou-se o jornal de maior circulação em todo o país, liderança que mantém desde então. Em 1995, um ano depois de ultrapassar a marca de 1 milhão de exemplares aos domingos, a Folha inaugurou seu novo parque gráfico, considerado o maior e mais atualizado tecnologicamente na América Latina, um projeto orçado em US$ 120 milhões.

Atualmente, a Folha é o centro de uma série de atividades na esfera da indústria das comunicações, abrangendo jornais, banco de dados, instituto de pesquisas de opinião e de mercado, agência de notícias, serviço de informação e entretenimento em tempo real, gráfica de revistas e empresa transportadora.

Octavio Frias de Oliveira e sua esposa Dagmar Frias de Oliveira
Em 1991, Octavio FriasCarlos Caldeira decidiram dissolver a sociedade que mantinham, cabendo ao primeiro a empresa de comunicações e ao segundo os demais negócios e imóveis em comum. A partir de meados da década de 80, Octavio Frias de Oliveira transferiu a operação executiva para seus filhos Luiz e Otavio, respectivamente nas funções de presidente e diretor editorial do Grupo Folha. Continuou, porém, orientando as decisões estratégicas e participando ativamente do dia a dia do jornal,  acompanhando os números da empresa, definindo a linha dos editoriais, criticando reportagens ou recomendando pautas jornalísticas. Embora tivesse sempre afirmado não ser jornalista, mas empresário, era frequente que Octavio Frias trouxesse "furos" de reportagem, como a notícia de que o estado de saúde de Tancredo Neves era muito mais grave do que afirmavam, em janeiro de 1985, médicos e autoridades do novo governo.

Consolidado o seu papel na imprensa brasileira, o Grupo Folha passou a investir em novas tecnologias. Em 1996, lançou o Universo Online (UOL), provedor de conteúdo e de acesso à internet. Em setembro do mesmo ano, houve a fusão do Universo Online com o Brasil Online, do Grupo Abril, constituindo-se, então uma nova empresa, o Universo Online S/A, presidida por Luiz Frias, filho de Octavio Frias de Oliveira. Essa foi a primeira associação envolvendo dois dos maiores grupos de comunicação do país.

Em setembro de 1999, o Universo Online (UOL) anunciou a venda de 12,5% de sua participação acionária. O acordo garantiu a obtenção de recursos que permitiram sustentar seu crescimento no Brasil e expandir suas operações na América Latina, na península Ibérica e no mercado hispânico dos Estados Unidos. Na ocasião, a empresa passou a chamar-se UOL Inc. S/A. A partir daí, ramificou sua atuação e se consolidou também como uma empresa de tecnologia, em setores como comércio e pagamento eletrônico, jogos, sites de relacionamento, armazenamento e processamento de dados em larga escala e soluções de Tecnologia da Informação (TI).

No final de 2011, a Folhapar fechou o capital do Universo Online (UOL), ultrapassando 74% de participação acionária; o grupo de acionistas liderado pelo empresário João Alves de Queiroz Filho, controlador da Holding Hypermarcas, permaneceu no Universo Online (UOL), com 25% das ações. Por acordo de acionistas, a gestão é do Grupo Folha.

Nova associação com outro grande grupo de comunicação do país foi anunciada em outubro do mesmo ano. O Grupo Folha e a Infoglobo Comunicações, que edita o jornal O Globo, associaram-se para lançar o jornal Valor, especializado em economia. A nova publicação, de circulação nacional, estreou em 2 de maio de 2000.

No 79º aniversário da Folha, em fevereiro de 2000, Octavio Frias de Oliveira e o Grupo Folha foram homenageados pela Câmara dos Deputados em sessão solene, requerida pelos deputados Marcos Cintra (PL-SP) e Aloizio Mercadante (PT-SP). Ao encerrar a sessão, que contou com a presença de cerca de 80 deputados e senadores, o  presidente da Câmara,  Michel Temer (PMDB-SP) disse que ela foi "uma homenagem à democracia".


Morte

Em novembro de 2006, como decorrência de uma queda doméstica, o publisher da Folha foi submetido a cirurgia para remoção de hematoma craniano. Após alta hospitalar, suas condições clínicas pioraram, levando a um quadro de insuficiência renal grave.

Octavio Frias de Oliveira morreu em 29/04/2007, aos 94 anos. Após sua morte, a Prefeitura de São Paulo batizou com seu nome a ponte estaiada que liga a Avenida Jornalista Roberto Marinho à Marginal Pinheiros, na zona sul de São Paulo, aberta ao trânsito em maio de 2008. No mesmo mês, o governo do Estado inaugurou o Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira, o maior centro oncológico da América Latina, na zona oeste paulistana.

Octavio Frias de Oliveira foi um homem de hábitos simples, quase espartanos, obcecado pelo trabalho. Empresário de sucesso, seus traços mais marcantes eram a inteligência prática e intuitiva, o tino comercial, a informalidade no trato, a curiosidade pelos empreendimentos produtivos e seu interesse por tudo o que fosse novo. Agnóstico em religião, liberal em política e economia, praticante de esportes, sua vitalidade extraordinária foi fonte de ânimo e inspiração para quem trabalhou ou conviveu com ele. Sua maior contribuição terá sido estabelecer para a imprensa brasileira um patamar inédito em termos de independência diante do poder político e econômico, de profissionalismo nos negócios da comunicação e de pluralidade e espírito público no jornalismo.


Marinês

MARIA INÊS CAETANO DE OLIVEIRA
(71 anos)
Cantora

* São Vicente Férrer, PE (16/11/1935)
+ Recife, PE (14/05/2007)

Marinês, nome artístico de Maria Inês Caetano de Oliveira, foi uma cantora brasileira de forró, baião e xaxado, entre outros ritmos, dona do título de "Rainha do Forró e do Xaxado".

Filha de pai seresteiro, iniciou a carreira na banda Patrulha de Choque do Rei do Baião, que formou com o marido Abdias e o zabumbeiro Cacau para se apresentar na abertura dos shows de Luiz Gonzaga.

Gravou o primeiro disco em 1956, já à frente do grupo Marinês e Sua Gente, com o qual se consagrou. A Primeira canção gravada por Marinês foi em 1956, com Luiz Gonzaga, intitulada "Mané e Zabé".

Mas sem dúvida, a canção que consagrou Marinês foi "Peba na Pimenta", de João do Vale, José Batista e Adelino Rivera, que causou polêmica na época em que foi gravada, devido ao seu duplo sentido.

Abdias e Marinês
Morte

Maria Inês Caetano de Oliveira, a Marinês, morreu na segunda-feira, 14/05/2007, no Hospital Português, em Recife, PE, aos 71 anos. Ela havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no começo do mês de maio de 2007, em Caruaru, PE.

Em 2003, a cantora havia se submetido a uma cirurgia de implante de uma ponte de safena.

O velório aconteceu no Teatro Severino Cabral e o enterro foi às 10:00 hs de terça-feira, 15/05/2007, no Cemitério da Paz, em Campina Grande, PB.

Luiz Gonzaga e Marinês
Discografia
  • 1957 - Vamos Xaxar
  • 1959 - Aquarela Nordestina
  • 1960 - Marinês e Sua Gente
  • 1961 - O Nordeste e Seu Ritmo
  • 1962 - Outra Vez, Marinês
  • 1963 - Coisas do Norte
  • 1964 - Siu, Siu, Siu
  • 1965 - Maria Coisa
  • 1966 - Meu Benzim
  • 1967 - Marinês
  • 1968 - Mandacaru
  • 1969 - Vamos Rodar Roda
  • 1970 - Sonhando Com Meu Bem
  • 1971 - Na Peneira do Amor
  • 1972 - Canção da Fé
  • 1973 - Só Pra Machucar
  • 1974 - A Dama do Nordeste
  • 1975 - A Volta da Cangaceira
  • 1976 - Nordeste Valente
  • 1976 - Meu Cariri
  • 1977 - Balaiando
  • 1978 - Cantando Pra Valer
  • 1979 - Atendendo ao Meu Povo
  • 1980 - Bate Coração
  • 1981 - Estaca Nova
  • 1982 - Desabafo
  • 1983 - Só o Amor Ilumina
  • 1986 - Tô Chegando
  • 1987 - Balaio de Paixão
  • 1988 - Feito Com Amor
  • 1995 - Marinês, Cidadã do Mundo
  • 1998 - Marinês e Sua Gente - Raízes do Nordeste
  • 1999 - Marinês e Sua Gente - 50 Anos de Forró
  • 2000 - Marinês
  • 2003 - Cantando Com o Coração
  • 2006 - Marinês Canta a Paraíba

Fonte: Wikipédia

Laura de Vison

NORBERTO CHUCRI DAVID
(67 anos)
Ator, Professor e Transexual

* Rio de Janeiro, RJ (07/09/1939)
+ Rio de Janeiro, RJ (08/07/2007)

Norberto Chucri David, artisticamente Laura de Vison, foi um ator e transformista brasileiro.

Carioca do Engenho de Dentro, filho de pais libaneses que comercializavam tecidos com a ajuda dos filhos, Norberto estudou na Faculdade Nacional de Filosofia e licenciou-se em filosofia, psicologia e história. Como Norberto, viveu profissionalmente como professor de História em escolas públicas e particulares do Rio de Janeiro. Como professor, usava paletó e gravata, diariamente, mas não era sempre convencional. Certa vez, chegou a se vestir de Cleópatra para explicar a História do Egito.

Considerada a musa do underground carioca, Laura de Vison fez muito sucesso nas décadas de 70, 80 e 90 como transformista. Seu nome artístico surgiu ainda na década de 60 quando desfilava de biquíni e casaco de pele no Carnaval carioca. Até recentemente, Laura de Vison fazia shows na cena LGBT carioca e suas aparições eram sempre muito festejadas.

Norberto Chucri David

Um de seus principais palcos foi o Bar Boêmio, no Centro do Rio de Janeiro. Ali, era aplaudida por turistas, antropólogos, sociólogos, atores, cantores e personalidades internacionais, como o estilista Jean Paul Gaultier. Quando soube que Laura de Vison lecionava história e moral e cívica, Jean Paul Gaultier ficou pasmo: "Interessante essa faceta dupla, isso não seria permitido pela moral francesa", declarou à imprensa.

 Com reconhecimento internacional, principalmente pelo seu estilo exótico de se montar, Laura de Vison a ser capa da revista americana "Out Look".

Após 18 anos como professor no Colégio Cenecista Capitão Lemos Cunha, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, perdeu o emprego porque respondeu às perguntas dos alunos sobre a transmissão sexual da AIDS. Na década de 1970 foi presa por homofobia, segundo ela "simplesmente por ser gay". Ficou dez dias em uma cela que lhe rendeu uma grande experiência de vida.

Muito profissional, em "O Fantasma da Ópera" chegou a comer o cérebro do fantasma: dois miolos crus, com quase 300 gramas. Laura de Vison geralmente era comparada a drag queen americana Divine, atriz preferida do diretor John Waters no longa metragem Pink Flamingos (1972) por suas performances bizarras e incomuns.

Durante sua carreira, Laura atuou em oito filme, entre curtas e longas, inclusive no premiado "Cazuza, o Tempo Não Para", onde viveu a si mesma. Seu último trabalho foi a peça teatral "Dei a Elza Em Você", em 2006. No espetáculo, três drag-queens decadentes decidem montar um show com rapazes musculosos.


Morte

Laura de Vison faleceu no dia 8 de julho de 2007 vítima de Insuficiência Cardiorrespiratória decorrente de complicações de uma cirurgia para tratamento de problemas de Hérnia. O enterro aconteceu no dia posterior, às 14:00 hs, no cemitério de Inhaúma, no Rio de Janeiro. Deixou irmãos, sobrinhos, amigos, "afilhados" e uma legião de fãs. 

Filmografia
  • 2005 - Mamãe Parabólica
  • 2005 - Laura, Laura
  • 2004 - Cazuza - O Tempo Não Pára
  • 2001 - Memórias Póstumas
  • 1999 - Você Decide (Episódio: Ninguém é Perfeito)
  • 1994 - Incidente em Antares … Cantora Garcia  (Minissérie)
  • 1987 - No Rio Vale Tudo (Si Tu Vas à Rio… Tu Meurs)
  • 1985 - Noite

Prêmios

  • Medalha de Ouro no Festival du Court-Métrage de Bruxelles, na Bélgica, em virtude do filme "O Bigode da Aranha"
  • Candango de Ouro, em Brasília, e Sol de Prata, no Fest Rio, na categoria de melhor ator em "Mamãe Parabólica"

Fonte: Wikipédia

Núbia Lafayette

IDENILDE ARAÚJO ALVES DA COSTA
(70 anos)
Cantora

☼ Assu, RN (21/01/1937)
┼ Niterói, RJ (18/06/2007)

Idenilde Araújo Alves da Costa, conhecida pelo nome artístico de Núbia Lafayette, foi uma cantora brasileira. Nasceu em Assu, no interior do estado do Rio Grande do Norte, onde residiu até os três anos, idade que tinha quando a família se mudou para o Rio de Janeiro. Desde tenra idade demonstrou talento para a música apresentando-se em programas infantis desde os 8 anos de idade.

A carreira de Idenilde teve início no final da década de 50, com o nome artístico de Nilde Araújo. Nessa época trabalhava como vendedora nas Lojas Pernambucanas do Rio de Janeiro quando resolveu participar no programa de calouros "A Voz de Ouro", da TV Tupi, interpretando canções da época. Foi crooner da Boite Cave do Rio de Janeiro e estreou cantando Dalva de Oliveira.

Chegou a gravar um disco ainda como Nilde Araújo o seu primeiro nome artístico, e veio a assumir o nome definitivo de Núbia Lafayette em 1960 por sugestão do compositor Adelino Moreira, que a apresentou com o apoio de Nelson Gonçalves a gravadora RCA Victor e encontrou em Núbia Lafayette a interprete ideal para suas canções inolvidáveis.

E ainda em 1960, Núbia Lafayette grava seu primeiro disco de carreira com a música "Devolvi"(Adelino Moreira), que logo passou a tocar nas rádios de todo país e exaustivamente nas rádios de todo o nordeste o que a projetou como uma cantora romântica e popular.


Nelson Gonçalves teve uma grande importância na carreira de Núbia Lafayette: apresentou-a a RCA Victor, foi sua fonte de inspiração musical masculina e foi um grande professor ensinando-a como se comportar no palco.

Núbia Lafayette pela grande afinidade com o cantor foi apontada por muitos de seus fãs como um "Nelson Gonçalves de Saias", regravou muitos de seus sucessos como "Argumento" (Adelino Moreira), "A Volta do Boêmio" (Adelino Moreira) e "Fica Comigo Esta Noite" (Nelson Gonçalves e Adelino Moreira).

"Devolvi", o seu primeiro sucesso não foi o único, logo depois vieram cair na boca do povo músicas como o bolero "Seria Tão Diferente", "Prece à Lua, Solidão", "Preciso Chorar", "Primazia", "Ouvi Dizer", todas compostas por Adelino Moreira e "Mais Uma Lição" (Nonô Basílio).

Depois, já pelos anos 70 e pela gravadora CBS veio uma segunda fase de sucessos, Núbia Lafayette volta para as paradas com "Casa e Comida" música de Rossini Pinto que foi faixa título de um LP gravado em 1972. A música virou uma espécie de hino nacional das mulheres mal casadas e desprezadas pelo seu maridos infiéis. Quase todas sabiam de cor o refrão que dizia: "Não é só casa e comida que faz a mulher feliz".

Neste mesmo LP, a música "Aliança Com Filete de Prata" (Gloria Silva) também passou a fazer parte definitivamente do seu repertório, como também as músicas que lançou anos depois a exemplo de "Mata-me Depressa" (Rossini Pinto), "Quem Eu Quero Mão Me Quer" (Raul Sampaio e Benil Santos), "Esta Noite Eu Queria Que o Mundo Acabasse" (Silvio Lima) e as recordistas de pedidos suplicantes nos eufóricos shows de Núbia Lafayette,  "Lama" (Aylce Chaves e Paulo Marques) e "Fracasso" (Mário Lago), músicas que ficaram celebres em sua voz.


Apesar dos modismos, Núbia Lafayette sempre se manteve fiel ao romantismo das mágoas, da traição do desconsolo e da fossa que teve em Adelino Moreira seu grande profeta, mais ainda assim gravou também outro dos grandes especialista da dor de cotovelo como Lupicínio Rodrigues, Herivelto Martins, Raul Sampaio, Jair Amorim, Evaldo Goveia, Othon Russo entre outros.

Muitos cantores da Música Popular Brasileira que estão fazendo sucesso por aí, são confessadamente influenciados por essa musa do povo que é Núbia Lafayette a exemplo de Alcione, Fafá de Belém, Elymar Santos e Tânia Alves. Realmente é uma legião de fãs dentro e fora do meio artístico.

Cauby Peixoto, Adilson Ramos, Waldick Soriano, Cláudia Barroso, Paulo Gracindo entre outros, muitos desses já puderam até exercitar sua tietagem dividindo microfone com Núbia Lafayette em gravações emocionadas que é o caso de Alcione, Gonzaguinha, Nelson GonçalvesElymar SantosWaldick Soriano, Noite Ilustrada, Gilberto Milfont e Trio Irakitan.

Núbia Lafayette continuou a participar em programas especiais e apresentações esporádicas até ao fim da sua vida. Morava em Maricá, no litoral do estado do Rio de Janeiro.

A cantora sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico no dia 10/03/2007, tendo ficado internada 10 dias. No dia 25/05/2007 voltou a ser internada no Hospital de Clínicas Niterói devido a complicações. Faleceu aos 70 anos de idade, no dia 18/06/2007, em Niterói, RJ.

Discografia

  • 1960 - Solidão (RCA Camden)
  • 1961 - Devolvi (Compacto, RCA Camden)
  • 1961 - Devoção (RCA Camden)
  • 1962 - Diferente (RCA Camden)
  • 1963 - Eu, Núbia Lafayette (RCA Camden)
  • 1964 - Triste Madrugada (RCA Victor)
  • 1965 - Noites Sem Fim (RCA Camden)
  • 1970 - Nem Eu, Nem Tu, Ninguém (Philips)
  • 1971 - Núbia Lafayette (CBS)
  • 1972 - Casa e Comida (CBS)
  • 1973 - De Quem Eu Gosto (Compacto, CBS)
  • 1974 - Núbia Lafayette (CBS)
  • 1975 - Abandono Cruel (CBS)
  • 1976 - Núbia Lafayette (CBS)
  • 1977 - Migalhas (CBS)
  • 1978 - Núbia Lafayette (CBS)
  • 1980 - Núbia Lafayette (CBS)
  • 1981 - Os Vinte Anos Artísticos de Núbia Lafayette (CBS)

Fonte:  Letras.com.br

Carmen Costa

CARMELITA MADRIAGA
(87 anos)
Cantora e Compositora

* Trajano de Moraes, RJ (05/01/1920)
+ Rio de Janeiro, RJ (25/04/2007)

Nascida no interior, aos 15 anos ela trabalhava na cidade do Rio de Janeiro como empregada doméstica do cantor Francisco Alves. Numa festa ele a fez cantar para os convidados, entre eles Carmen Miranda, e a incentivou a iniciar uma carreira.

Se apresentou como caloura no programa de rádio de Ary Barroso, saindo-se vencedora. Passou a cantar profissionalmente e a fazer dupla com o cantor e compositor Henricão. Seu primeiro sucesso foi Está Chegando a Hora, versão da canção mexicana Cielito Lindo, nos anos 40.

Em 1945, casou-se com o americano Hans Van Koehler e foi viver com ele nos Estados Unidos. Passou uma temporada em Los Angeles e Nova York. Esteve no concerto histórico no Carnegie Hall, que marcou a bossa nova nos Estados Unidos, em 1962.

Nos anos 50 voltou ao Brasil, quando conheceu o compositor Mirabeu Pinheiro, com quem viveu um romance por cinco anos e com quem teve sua única filha, Silésia. Juntos fizeram sucessos como Cachaça Não é Água Não (quando foram acusados de plágio) e Obsessão. Desta mesma época foi o samba-canção de Ricardo Galeno intitulado Eu Sou a Outra ("ele é casado / eu sou a outra na vida dele…"), que retratava uma situação que a própria Carmen vivia e, anos depois, assumia.

Foi homenageada no programa MPB Especial, da TV Cultura de São Paulo, gravado em 1972, no qual a artista carioca interpretou canções de grande sucesso. Entre o repertório estavam, Está Chegando a Hora (Rubens Campos), Só Vendo Que Beleza e Casinha da Marambaia (Rubens Campos e Henricão), Xamego (Luiz Gonzaga), Polêmica (Ataulfo Alves) e Cachaça Não é Água Não (Mirabeau). Com Paulo Marquez, gravou um LP intitulado A Música de Paulo Vanzolini (1974).

A cantora também participou de vários filmes, como Pra Lá de Boa (1949), Carnaval em Marte (1955), Depois Eu Conto (1956) e Vou Te Contá (1958).

Em 2003, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro tinha aprovado um projeto de iniciativa do Museu da República e Carmen Costa foi "tombada", virando assim Patrimônio Cultural do Brasil. Para a ocasião, compôs a música Tombamento, que cantou para o ministro da Cultura, Gilberto Gil ("Eu sou a raça / Sou mistura / Sou aquela criatura / Que o tempo vai tombar").

Suas última gravação foi com o cantor Elymar Santos, de quem era convidada especial em alguns shows.

Em 02 de junho de 2004, no Rio de Janeiro, participou da reinauguração da Rádio Nacional, emissora líder de audiência nas décadas de 40 e 50. Na ocasião, houve o encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com as Cantoras do Rádio, geração de artistas reveladas na Rádio Nacional. Lula definiu o encontro de "saudosismo gostoso" e subiu ao palco do auditório da Rádio Nacional para abraçar e beijar Emilinha Borba (80), Marlene (79), Carmen Costa (84), Ademilde Fonseca (83), Adelaide Chiozzo (73) e Carmélia Alves (81).

Carmen Costa faleceu no Hospital Lourenço Jorge, no Rio de Janeiro, aos 87 anos, depois de alguns dias internada. Foi vítima de Insuficiência Renal e Parada Cardiorrespiratória às 6:00hs do dia 25 de abril de 2007.

Fonte:  Wikipédia

Tetsuo Okamoto

TETSUO OKAMOTO
(75 anos)
Nadador

* Marília, SP (20/03/1932)
+ Marília, SP (02/10/2007)

Foi o primeiro atleta a ganhar uma medalha olímpica da história da natação brasileira. Foi uma medalha de bronze conquistado nos Jogos de Helsinque, em 1952, nos 1.500 metros livre.

Foi o primeiro campeão pan-americano da natação brasileira, com a medalha de ouro nos 400 m livre e nos 1.500 m livre na primeira edição dos jogos, em Buenos Aires, em 1951.

Carreira

Okamoto procurou o esporte porque sofria de Asma. Suas primeiras braçadas foram no Yara Clube, de Marília. Em 1950, depois de competir nos Estados Unidos com os atletas americanos e japoneses, descobriu que precisava mudar o método de treinamento. Na época, nadava 1.500 metros por dia e foi orientado pelos estrangeiros a treinar muito mais. Passou a nadar 10 mil metros. A mudança deu certo e, um ano depois, já ganhava ouros na Argentina.

De volta ao Brasil, foi recebido como herói em Marília, a cidade natal, que decretou feriado municipal. Enquanto desfilava em carro aberto, sua casa era assaltada e os ladrões foram presos. Okamoto chegou a recusar um carro oferecido pela comunidade japonesa como prêmio pelo resultado inédito na Argentina. Como era atleta amador, temia que o presente pudesse ser visto como pagamento e, conseqüentemente, profissionalização, e lhe tirasse a chance de ir aos Jogos de Helsinque.

Ainda em Buenos Aires, não houve muita comemoração pelas medalhas no Pan. A Argentina vivia sob ditadura e os atletas ficaram hospedados em acampamento militar. A alimentação era de caserna, não estavam nem aí, contava Okamoto. Mas o jantar em um restaurante de Buenos Aires, com direito a um bife, serviu de festa pelo ouro nos 1.500 metros. Foi o máximo de luxo concedido ao herói brasileiro.

Morreu em São Paulo, aos 75 anos, vítima de Insuficiência Respiratória e Insuficiência Cardíaca. Okamoto também sofria com problemas renais e fazia Hemodiálise.

O ex-nadador foi enterrado no Cemitério Getsêmani, em São Paulo.

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos decretou três dias de luto oficial na ocasião de sua morte.

Fonte: Wikipédia

Sônia Oiticica

SÔNIA OITICICA
(88 anos)
Atriz

* Rio Largo, AL (19/12/1918)
+ São Paulo, SP (26/02/2007)

Sônia era filha de um anarquista convicto, o professor José Oiticica, que mesmo sendo à época um grande intelectual foi preso várias vezes por esse motivo. Numa delas, ele e a família saíram do Rio de Janeiro para ficarem detidos no Engenho Riachão, em Alagoas. Foi aí que nasceu Sônia, numa família de oito irmãos, sete mulheres e um rapaz.

Alguns meses depois a família voltou para o Rio de Janeiro, onde Sônia passou a sua infância e adolescência. A casa de seus pais era frequentada por nomes como Coelho Neto, Viriato Correia e Monteiro Lobato.

Seu pai dava aulas de grego e, entre os seus alunos, estavam Antônio Houaiss e Antônio de Pádua. Este último apresentou Sônia ao embaixador Paschoal Carlos Magno, que acabara de criar um núcleo de teatro estudantil para encenar Shakespeare. Assim, ela e Paulo Porto seriam Romeu e Julieta, sob direção de Italia Fausta.

Carreira

Sônia foi a primeira atriz brasileira a interpretar Julieta, de William Shakespeare. Apesar de ser a primeira a interpretar o texto do dramaturgo inglês, foi interpretando os textos de um brasileiro famoso que Sônia Oiticica ficou conhecida. A atriz atuou em pelo menos oito grandes montagens de textos de Nelson Rodrigues.

Em "Romeu e Julieta" causou escândalo, ao tomar a decisão ousada para a época, em 1938, de beijar de verdade em cena.

Em 1940 ingressa no teatro profissional, quando vai trabalhar na companhia de Luís Iglezias, no Teatro Rival, na Cinelândia. Nesse mesmo ano faz "Pureza", o seu primeiro filme.

Casamento e Separação

Em 1944 deixa tudo para casar com Charles Edward. Parecia um casamento impossível, ele filho de um capitalista e ela de um anarquista. Pior que as diferenças ideológicas foi o facto de o marido a proibir de atuar, chegando Sônia a fazer figuração escondida só para matar saudades. Seis anos depois do casamento e grávida, pediu a separação.

Reinício de Carreira

Voltou então ao rádio e em 1952 aos palcos. Em 1953 embarca no sonho de formar uma companhia de teatro oficial subsidiada, com Sérgio Cardoso, Leonardo Villar e Nydia Licia, entre outros, a Companhia Dramática Nacional. É nessa companhia que faz "A Falecida", a primeira peça de Nelson Rodrigues que representa.

Em 1958 mudou-se para São Paulo. Aí atuou novamente com Sérgio Cardoso em O Soldado Tanaka e logo depois integrou-se no Teatro Popular do Sesi, dirigido por Osmar Rodrigues Cruz.

No entanto, o diretor que mais admirou foi Eduardo Tolentino, do Teatro Amador Produções Artísticas (TAPA), com quem atuou muito mais tarde, na década de 1990.

Doença e Morte

Sônia Oiticica morreu aos 88 anos, no Hospital Regional Sul, em Santo Amaro, São Paulo, onde estava internada desde o dia 16 de fevereiro de 2007 devido a uma fratura do colo do fémur, provocada por uma queda na casa de sua filha Eleonora aonde estava morando. Uma infecção generalizada por causa de má internação veio a causar falência múltipla dos órgãos. Foi cremada em Vila Alpina no dia 27 de fevereiro de 2007.

A artista plástica Ana Cláudia Oiticica, filha da atriz, acusou publicamente o hospital de incúria, acusação que a direção do mesmo refutou.

Televisão
  • 1985 - Jogo do Amor (SBT)
  • 1982 - Campeão ... Sônia (Rede Bandeirantes)
  • 1982 - Ninho da Serpente ... Júlia (Rede Bandeirantes)
  • 1981 - Os Adolescentes ... Conceição (Rede Bandeirantes)
  • 1980 - Dulcinéa Vai à Guerra ... Lucrécia (Rede Bandeirantes)
  • 1979 - Gaivotas ... Elisa (TV Tupi)
  • 1977 - Nina ... Angélica
  • 1975 - Gabriela ... Sílvia Bastos
  • 1973 - Cavalo de Aço ... Catarina
  • 1968 - Legião dos Esquecidos ... Maria (TV Excelsior)
  • 1968 - As Professorinhas ... Leonor (Rede Record)
  • 1966 - Redenção (TV Excelsior)
  • 1966 - As Minas de Prata ... Luiza de Paiva (TV Excelsior)

Cinema
  • 1982 - Dora Doralina
  • 1981 - Bonitinha, Mas Ordinária
  • 1979 - Killer Fish
  • 1979 - O Caso Cláudia
  • 1979 - Os Noivos
  • 1977 - O Desconhecido
  • 1971 - Uma Verdadeira História de Amor
  • 1970 - A Moreninha
  • 1940 - Pureza

Principais Peças
  • 2001 - O Telescópio
  • 1996 - Rasto Atrás
  • 1994 - Vestido de Noiva
  • 1974 - Anti-Nélson Rodrigues
  • 1966 - Manhãs de Sol
  • 1959 - O Soldado Tanaka
  • 1957 - Perdoa-me Por Me Traíres
  • 1954 - Senhora dos Afogados
  • 1953 - A Falecida
  • 1938 - Romeu e Julieta
Entre outras, num total de 29 peças teatrais.

Fonte: Wikipédia

Joel Silveira

JOEL SILVEIRA
(88 anos)
Jornalista e Escritor

* Lagarto, SE (23/09/1918)
+ Rio de Janeiro, RJ (15/08/2007)

Autodidata, cursou até o segundo ano do curso de direito. Tido como militante de esquerda e por divergências com seu pai, o qual considerava um burguês, mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1937, disposto a trabalhar como jornalista, função na qual se destacou, tornando-se, inclusive, escritor.

Embora pareça paradoxal o período do Estado Novo permitiu que ele e mais um grupo de jovens jornalistas, como David Nasser, Edmar Morel e Samuel Wainer, viessem a se notabilizar pela "grande reportagem" dos anos 1940, forma encontrada pelos jornais para sobreviver à censura imposta pela ditadura.

Seu primeiro emprego foi no periódico literário Dom Casmurro, de propriedade de Brício de Abreu e Álvaro Moreyra, que era um jornal esquerdista. Depois foi repórter e secretário da revista Diretrizes, semanário de propriedade de Samuel Wainer, onde permaneceu até a redação ser fechada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), em 1944.


Seus mais de 60 anos de carreira contabilizaram passagens por diversas redações do país, nas quais ocupou inúmeros cargos. Foi escolhido por Assis Chateaubriand, dos Diários Associados, para ser correspondente de guerra junto à Força Expedicionária Brasileira, apesar de parecer contrário do Departamento de Imprensa e Propaganda e do general Eurico Gaspar Dutra, então Ministro da Guerra. Além do mais, apesar de haver outros candidatos de peso à missão, como David Nasser, Edmar Morel e Carlos Lacerda.

"Quando me inscrevi para seguir com a FEB como correspondente de guerra, eles fizeram de tudo para que eu não embarcasse. A acusação era a de sempre: comunista."

É reconhecido por ser um dos precursores do jornalismo internacional e do jornalismo literário no Brasil. Ganhou de Assis Chateaubriand o apelido de "a víbora" por seu estilo ferino e impactante.

As reportagens Eram Assim os Grã-Finos em São Paulo e A Milésima Segunda Noite da Avenida Paulista o consagraram como profissional e hoje são tidas como verdadeiros clássicos do gênero.

Publicou cerca de 40 livros. Foi agraciado com o Prêmio Machado de Assis, o mais importante da Academia Brasileira de Letras, em 1998, pelo conjunto de sua obra.

Foi ganhador dos prêmios Líbero Badaró, Prêmio Esso Especial, Prêmio Jabuti e o Golfinho de Ouro.

Pouco antes de falecer, foi homenageado no segundo Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, realizado entre os dias 17 e 19 de maio de 2007 pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Por conta de problemas de saúde, foi representado pela filha.

Joel Silveira morou em Copacabana, no Rio de Janeiro, até sua morte, em 2007. Morreu de causas naturais.

Fonte: Wikipédia