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Aurora Miranda

AURORA MIRANDA DA CUNHA
(90 anos)
Atriz e Cantora

* Rio de Janeiro, RJ (20/04/1915)
+ Rio de Janeiro, RJ (22/12/2005)

Aurora Miranda nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 20/04/1915. Cantava desde menina, em casa, com as irmãs Carmen Miranda e Cecília.

A pedido do compositor e violonista Josué de Barros, lançador de Carmen Miranda, cantou, antes de completar 18 anos, um número na Rádio Mayrink Veiga. Com o sucesso, passou a apresentar- se no "Programa Casé", na Rádio Philips.

Em 1933, gravou seu primeiro disco, pela Odeon, cantando em dupla com Francisco Alves a marcha "Cai, Cai, Balão" (Assis Valente) e o samba "Toque de Amor" (Floriano Ribeiro de Pinho).

O disco fez muito sucesso. Assim, no mês seguinte, novamente com Francisco Alves, lançou pela mesma etiqueta o fox-trot "Você Só... Mente" (Noel Rosa e Hélio Rosa), que se transformou também em grande êxito.

Sempre pela Odeon, gravou a seguir os sambas "Fala R.S.C." (José Evangelista) e "Alguém Me Ama" (Benedito Lacerda), e a marcha "Se a Lua Contasse" (Custódio Mesquita). Começou, então, a cantar em dupla com Carmen Miranda, apresentando-se em 1934 com ela, João Petra de Barros, Jorge MuradCustódio Mesquita na Rádio Record e no Teatro Santana, em São Paulo, SP.


Ainda em 1934, fez sucesso com o samba "Sem Você" (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa) e o samba- canção "Moreno Cor de Bronze" (Custódio Mesquita), e lançou seu maior êxito, a marcha de André Filho, "Cidade Maravilhosa", em dueto com o autor, que obteve o segundo lugar no concurso oficial de Carnaval de 1935 e em 1960 se tornou o hino oficial do antigo Estado da Guanabara.

Estreou no cinema, em 1935, trabalhando no filme "Alô, alô, Brasil", dirigido por Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro, no qual cantou "Cidade Maravilhosa", além de "Ladrãozinho" (Custódio Mesquita). Ainda nesse ano, gravou a marcha junina "Onde Está Seu Carneirinho?" (Custódio Mesquita), também cantada em 1935 no filme "Estudantes", de Wallace, e "Nego, Neguinho" (Custódio Mesquita e Luiz Peixoto), e foi uma das primeiras cantoras a lançar em disco o novo gênero samba-choro (choro cantado), interpretando "Fiz Castelos de Amores" (Gadé e Valfrido Silva).

No filme "Alô, Alô, Carnaval", de 1936, dirigido por Adhemar Gonzaga, cantou em dupla com Carmen Miranda, acompanhada pela Orquestra de Simon Bountman, a marcha "Cantores do Rádio" (João de Barro, Lamartine Babo e Alberto Ribeiro) e sozinha, com acompanhamento do regional de Benedito Lacerda, o samba "Molha o Pano" (Getúlio Marinho e A. Vasconcelos).

Nesse mesmo ano, gravou com sucesso o samba "Bibelô" (André Filho) e fez seu único disco em dueto com Carmen Miranda, interpretando "Cantores do Rádio" e o samba "Rancor" (Augusto Rocha e Paulo de Frontin Werneck).


Destacou-se, no carnaval de 1937, com a marcha "Trenzinho do Amor" (João de Barro e Alberto Ribeiro) e o samba "Deixa a Baiana Sambar" (Portelo Juno e Valdemar Pujol). Neste ano excursionou com Carmen Miranda à Argentina e ao Uruguai, apresentando-se com o Bando da Lua.

Em 1938 destacou-se com os sambas "Vem Pro Barracão" (Nelson Petersen e Oliveira Freitas), "Vai Acabar" (Nelson Petersen) e a marcha "Dia Sim, Dia Não" (Alberto Ribeiro).

Para o carnaval de 1939, gravou pela RCA Victor a marcha "Menina do Regimento" (João de Barro e Alberto Ribeiro), e cantou também no filme "Banana da Terra", de J. Rui. Fez sucesso com o samba-canção "Roubaram Meu Mulato" (Claudionor Cruz), o samba-choro "Teus Olhos" (Roberto Martins e Ataulfo Alves) e o samba "Acarajé... Ô" (Ademar Santana e Léo Cardoso), em dueto com Carlos Galhardo.

Com uma maneira própria de cantar um jeito contido, romântico e sentimental, foi a cantora que mais gravou no Brasil, na década de 1930, depois de Carmen Miranda.

Em 1940, em seu último disco na RCA Victor, lançou o samba "Paulo, Paulo" (Gadé), em dupla com Grande Otelo (cujo nome não figura na etiqueta), e o maxixe "Petisco do Baile" (Ciro de Sousa e Garcez).


Casando-se em 1940 com Gabriel Richaid, fixou residência nos Estados Unidos, deixando com 25 anos de idade, sua carreira em segundo plano.

Desde então, passou a cantar esporadicamente, participando, em 1944, do filme "Você Já Foi à Bahia?", de Walt Disney, no qual cantou "Os Quindins de Iaiá" (Ary Barroso), fazendo seis gravações pela Decca norte americana, quatro lançadas em 1941 e as outras duas apenas em 1975, em um LP da MCA no Brasil, apresentando-se no rádio ao lado de Rudy Valee e Orson Welles, e realizando espetáculos no Teatro Roxy e boate Copacabana, em New York.

Voltou para o Brasil em 1952, quando lançou em disco "Risque" (Ary Barroso).

Em 1956 apresentou- se no show de Carlos Machado "Mr. Samba", em homenagem a Ary Barroso. No mesmo ano, regravou em LP pela Sinter oito antigos sucessos seus, e lançou dois discos pela Odeon, encerrando sua marcante carreira, em que deixou gravados 81 discos e 161 músicas em 78 rotações.

Em 1990 cantou o fox "Você Só... Mente", no filme "Dias melhores Virão", de Cacá Diegues.

Em 1994 regravou com Sílvio Caldas o samba "Quando Eu Penso Na Bahia" (Ary Barroso e Luís Peixoto), dueto lançado no CD "Songbook Ary Barroso" (Lumiar).

Em 1995 apresentou-se em espetáculo em homenagem a Carmen Miranda promovido pelo Lincoln Center, em New York.

Morte

Aurora Miranda morreu em 22/12/2005, às 15:00 hs, em sua residência, no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde morava com um filho e quatro netos. A família atribuiu a morte a causas naturais. Aurora Miranda estava com 90 anos e sofria nos últimos anos as sequelas de uma pneumonia.

O corpo de Aurora Miranda, irmã de Carmen Miranda, foi enterrado na sexta-feira, 23/12/2005, às 10:00 hs, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Ela deixou dois filhos e sete netos.


Cinema

  • 1935 - Alô, Alô, Brasil
  • 1935 - Estudantes
  • 1936 - Alô Alô Carnaval
  • 1939 - Banana-da-Terra
  • 1940 - Laranja-da-China
  • 1944 - Phantom Lady
  • 1944 - The Conspirators
  • 1944 - Brazil
  • 1944 - The Three Caballeros - Você Já foi à Bahia?
  • 1945 - Tell It To a Star
  • 1981 - Once Upon a Mouse
  • 1989 - Dias Melhores Virão
  • 1994 - Banana Is My Business

Isaurinha Garcia

ISAURA GARCIA
(70 anos)
Cantora

☼ São Paulo, SP (26/02/1923)
┼ São Paulo, SP (30/08/1993)

Isaurinha Garcia foi uma cantora brasileira nascida na rua da Alegria, no Brás, São Paulo, no dia 26/02/1923.

Descendente de italianos, Isaurinha Garcia era sobrinha do famoso pintor modernista José Pancetti. Despertou o talento para a música cantando enquanto engarrafava vinhos na loja de seus pais. Percebendo a vocação de sua filha, a mãe, Dona Amélia, levou-a para apresentar-se em um concurso promovido pelo programa "A Hora da Peneira Rhoudine", da Rádio Cultura, porém Isaurinha Garcia, então com 13 anos, não venceu.

Dona Amélia, inconformada, levou-a para participar novamente no ano seguinte, 1938, desta vez em concurso promovido pela Rádio Record no programa de Otávio Gabus MendesIsaurinha Garcia venceu ao apresentar o samba "Camisa Listrada", de Assis Valente, e logo no ano seguinte, aos 14 anos, assinou contrato com a emissora, onde permaneceu por décadas, sem jamais ter trocado São Paulo pelo Rio de Janeiro.

Neste começo de carreira, inspirava-se em Carmen Miranda e Aracy de Almeida, e vivia na Rua da Alegria no Brás, bairro onde nasceu. Ainda sem muitos recursos, ia de bonde ou a pé para a emissora todo domingo se apresentar. Formou dupla com o cantor Vassourinha, excursionando por todo o país. A dupla desfez-se, e Isaurinha Garcia seguiu carreira solo.


Sua voz fez parte de jingles publicitários para rádios, e somente em 1941, Isaurinha Garcia lançou seu primeiro disco, pelo selo Columbia. O primeiro álbum lançou os singles "Pode Ser?", samba de Geraldo Pereira e Marino Pinto, e "Chega de Tanto Amor", choro composto por Mário Lago.

No mesmo ano, 1941, gravou seus segundo e terceiro discos, lançando os sucessos "Aproveita Beleléu" (Marino Pinto e Murilo Caldas), "A Baratinha", marchinha de Antônio Almeida e "O Telefone Está Chamando" (Benedito Lacerda e Popeye do Pandeiro).

Em 1942, gravou outros quatro discos, e em 1943, o samba "Aperto de Mão" (Jaime Florence, Augusto Mesquita e Horondino da Silva) foi seu primeiro grande sucesso. Mas só em 1945 se consagraria como uma das maiores vozes da Música Popular Brasileira (MPB), ao interpretar o samba "Mensagem" (Aldo Cabral e Cícero Nunes), o clássico de sua carreira.

Em fins da década de 1940 e começo de 1950, Isaurinha Garcia excursionou com shows pelo país, e o sucesso granjeou-lhe os títulos de "Rainha do Rádio Paulista", "Rainha da Noite" e "Rainha dos Taxistas". Tornou-se conhecida, também, como "A Personalíssima", título do álbum lançado em 1957.

Isaurinha Garcia casou-se pela primeira vez aos 14 anos, e na década de 1950 apaixonou-se pelo compositor Walter Wanderley, pai de sua única filha, MônicaWalter Wanderley era violento, e ele e Isaurinha Garcia viviam uma relação tempestuosa, marcada por intrigas, traições e ciúmes. Isaurinha Garcia tinha como rival a cantora Claudette Soares. Há quem diga que, por causa de Walter WanderleyClaudette Soares e Isaurinha Garcia teriam se engalfinhado em frente a uma boate.


Apesar do conturbado relacionamento, alvo das fofocas e publicidade, Isaurinha Garcia jamais amou outro homem como amou Walter Wanderley:
"Acho que há em mim duas pessoas. Eu amei muito. Amei de verdade. E sofri muito. Então, eliminei primeiro aquilo que me fazia sofrer. Me apego muito às pessoas, aos animais, a tudo. E depois fico com medo de perder. Gostar mais de alguém, não vou gostar, não. Me apavorei!"
Isaurinha Garcia foi campeã de vendas da gravadora RCA/Columbia e foi uma das maiores cantoras da Música Popular Brasileira (MPB). Com mais de 50 anos de carreira, foi considerada a Édith Piaf brasileira. Gravou mais de trezentas canções e entre seus maiores sucessos está a música "Mensagem".

Em 2003, dez anos após a morte de Isaurinha Garcia, o romance com Walter Wanderley foi narrado no musical "Isaurinha - Personalíssima", dirigido por Jaqueline Laurence, com a atriz Rosamaria Murtinho no papel da cantora.

Em 2013 a Sony Music Brasil lançou uma caixa box comemorativa intitulada "Isaurinha Garcia 90 Anos" e no mesmo ano o Governo do estado de São Paulo juntamente com a Secretária de Estado da Cultura e o Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS-SP) lançaram o livro "Quando o Carteiro Chegou... Mensagem a Isaurinha Garcia".

Com mais de 300 canções, a beleza singela e o inigualável timbre da "Personalíssima" fizeram-na eterna na música brasileira.

Morte

Isaurinha Garcia faleceu em São Paulo, SP, no dia 30/08/1993, aos 70 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Fonte: Wikipédia e Projeto VIP

Dorinha Tapajós

DORA TAPAJÓS GOMES
(38 anos)
Cantora

* Rio de Janeiro, RJ (02/09/1950)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/08/1989)

Dorinha Tapajós, era filha de Paulo Tapajós e irmã dos compositores Maurício Tapajós e Paulinho Tapajós. Foi criada em Botafogo, convivendo desde cedo com compositores e cantores que frequentavam sua casa.

Em junho de 1968, atuou pela primeira vez como cantora, em show apresentado no intervalo do Festival Universitário de Música de Porto Alegre, ao lado do irmão Paulinho Tapajós.

Começou a cantar profissionalmente em 1968, como integrante do conjunto A Turma da Pilantragem (A Turma da Pilantragem foi o nome de um grupo musical surgido no movimento cultural brasileiro denominado Pilantragem, em fins da década de 1960), com o qual gravou três LPs até 1969, quando o conjunto se desfez. Nesse ano, formou, com Regininha e Malu Balona, o trio vocal Umas e Outras, com o qual atuou até 1970.

Paulinho Tapajós e Dorinha Tapajós
Ainda em 1969, apresentou-se no IV Festival Internacional da Canção (FIC), ao lado do Grupo Mineiro e do conjunto The Youngsters, interpretando "Bem Te Vi" (Arthur Verocai e Arnoldo Medeiros).

Em 1971, gravou o compacto simples "Dorinha Tapajós", contendo as músicas de Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza, Dorival Caymmi e Nelson Motta. Nesse mesmo ano fez parte, juntamente com Cynara, Regininha e Bimba, do quarteto vocal que acompanhou Chico Buarque em show realizado no Canecão.

Em 1972, gravou, com Paulinho Tapajós, o compacto duplo "Paulinho e Dorinha".

Fez parte do grupo Quarteto em Cy de 1972 a 1980, juntamente com Cyva, Cynara e Soninha.

Em 1984, fez parte do musical "Sítio do Pica-Pau Amarelo", de Ricardo Villas.

Sônia, Cynara, Cyva e Dora
Como cantora solista, apresentou-se nas casas noturnas People e Calígula com o show "Suaves Canções".

Ao longo de sua carreira, participou de várias gravações de jingles, além de ter atuado como vocalista em discos de Chico Buarque, Milton Nascimento, Simone, Jorge Bem Jor, Ivan LinsPaulinho Tapajós, entre outros.

Dorinha Tapajós faleceu no Rio de Janeiro, no dia 17/08/1989, aos 38 anos, vítima de Septicemia,  uma infecção geral grave do organismo por germes patogênicos..

Sylvia Telles

SYLVIA TELLES
(32 anos)
Cantora

* Rio de Janeiro, RJ (27/08/1934)
+ Maricá, RJ (17/12/1966)

Também conhecida como Sylvinha Telles, foi uma das intérpretes dos primórdios da bossa nova. A maioria de seus discos estão fora de catálogo, o que dificulta o seu conhecimento pelas gerações recentes. Porém, ocasionalmente é lançada uma compilação com algumas de suas inúmeras gravações.

Segundo matéria publicada em O Globo e assinada por João Máximo:

"Sylvinha foi uma das melhores intérpretes da moderna música brasileira, entendendo-se como tal a que vai de 'Ponto Final', com Dick Farney e 'Amargura', com Lúcio Alves, até as canções que Tom Jobim e Vinicius de Moraes fizeram depois de 'Orfeu da Conceição'."

Sylvia Telles era filha de Maria Amélia D'Atri, natural da França, e do carioca Paulo Telles, um amante da música clássica. Seu irmão mais velho, Mário Telles, também foi músico.

Ela estudou no Colégio Sagrado Coração de Maria e sonhava em se tornar bailarina, mas, ao realizar um curso de teatro, descobriu que seu talento era realmente cantar.

Carreira

Em 1954, Billy Blanco, amigo da família, notou o dom de Sylvinha e apresentou-a a amigos músicos. Nas reuniões que eles faziam, pôde conhecer os grandes nomes do rádio da época, tais como Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto, que a ajudou a encontrar trabalho em boates para o início de sua carreira profissional. Nessa época, conheceu seu primeiro namorado, o cantor e violonista João Gilberto, amigo de Mário Telles. O relacionamento acabou porque a família Telles não gostava do jovem, que vivia de favor na casa dos outros.

No ano seguinte, Garoto escreveu-lhe um musical, chamado "Gente de Bem e Champanhota", executado no Teatro Follies de Copacabana. Na ocasião, o músico e advogado José Cândido de Mello Mattos, o Candinho, acompanhou Sylvinha na canção "Amendoim Torradinho" (Henrique Beltrão). Eles se apaixonaram à primeira vista. Pouco tempo depois, morreu Garoto, sem poder ver o lançamento do primeiro disco de Sylvia Telles.

Sylvinha e Candinho casaram-se e tiveram uma filha, Cláudia Telles. Em 1956, ela e seu marido apresentaram pela TV Rio o programa "Música e Romance", recebendo como convidados Tom Jobim, Dolores Duran, Johnny AlfBilly Blanco. Contudo, o casal logo se separou.

Em 1958, o local de encontro dos músicos passou a ser o apartamento de Nara Leão, então com quinze anos de idade. Ronaldo Bôscoli, que frequentava as reuniões, atuava como produtor musical do grupo. Sylvia Telles, que já era um nome conhecido, foi então chamada para participar de um espetáculo no Grupo Universitário Hebraico, juntamente com Carlos Lyra, Roberto Menescal, entre outros. Foi neste show, "Carlos Lyra, Sylvia Telles e os Seus Bossa Nova", que a expressão Bossa Nova foi divulgada pela primeira vez.

Sylvinha Telles chegou a fazer turnês em outros países, como Estados Unidos, Suíça, França e Alemanha.

Em 1963, já divorciada de CandinhoSylvinha Telles casou-se com o produtor musical Aloysio de Oliveira, separando-se no ano seguinte por causa de ciúme. Aloysio de Oliveira casou-se com Cyva, do Quarteto em Cy, posteriormente.

Morte

Aos trinta e dois anos de idade, Sylvia Telles morreu em um acidente de automóvel na Rodovia Amaral Peixoto, no município de Maricá, RJ, em companhia de seu namorado Horacinho de Carvalho, filho da socialite Lily de Carvalho Marinho. Eles se dirigiam à fazenda de Horacinho no município, mas Horacinho dormiu ao volante, algo que acontecera à própria Sylvia Telles dois anos antes, enquanto voltava de um show.


Discografia

  • 1955 - Amendoim Torradinho
  • 1955 - Menina
  • 1957 - Carícia
  • 1959 - Silvia
  • 1959 - Amor de Gente Moça
  • 1960 - Amor em Hi-Fi
  • 1961 - Sylvia Telles USA
  • 1962 - Bossa Nova Mesmo
  • 1963 - Bossa, Balanço, Balada
  • 1964 - Bossa Session
  • 1964 - It Might As Well Be Spring
  • 1964 - The Face I Love
  • 1965 - The Music Of Mr. Jobim By Sylvia Telles
  • 1965 - Sylvia Telles Sings The Wonderful Songs Of Antonio Carlos Jobim
  • 1966 - Reencontro
  • 1966 - Folklore e Bossa Nova do Brasil

Fonte: Wikipédia

Nair de Teffé

NAIR DE TEFFÉ VON HOONHOLTZ
(95 anos)
Caricaturista, Pintora, Cantora, Atriz, Pianista e Primeira Dama Brasileira

☼ Petrópolis, RJ (10/06/1886)
┼ Rio de Janeiro, RJ (10/06/1981)

Considerada, por Hermes Lima e por artistas e intelectuais, a primeira caricaturista mulher do mundo. Além disso, Nair de Teffé foi a primeira-dama do Brasil de 1913 a 1914.

Filha de Antônio Luís von Hoonholtz, o Barão de Teffé, neta de Frederico Guilherme von Hoonholtz, o Conde von Hoonholtz e sobrinha de Jorge João Dodsworth, o 2º Barão de JavariNair de Teffé estudou em Paris, Marselha e Nice, na França, para onde se mudou com um ano de idade, tendo regressado ao Brasil, iniciou sua carreira por volta de 1906.

Publicou seu primeiro trabalho, "A Artista Rejane", na Revista Fon-Fon, sob o pseudônimo de Rian (Nair de trás para frente e "ninguém", em francês). Também publicaram suas caricaturas da elite, dentre outros, os periódicos O Binóculo, A Careta, O Ken, bem como os jornais Gazeta de Notícias e da Gazeta de Petrópolis.

Seu traço era ágil e transmitia muito bem o caráter das pessoas.


Deixou de exercer sua carreira como caricaturista em 08/12/1913, ao casar-se com o futuro presidente do Brasil, o marechal Hermes da Fonseca. Eles estavam noivos desde 06/01/1913. Hermes da Fonseca era viúvo de Orsina da Fonseca, falecida em 1912.

Nair de Teffé foi uma mulher à frente de seu tempo. A primeira-dama promovia saraus no Palácio do Catete, que ficaram famosos por introduzir o violão nos salões da sociedade. Sua paixão por música popular reunia amigos para recitais de modinhas.

As interpretações de Catulo da Paixão Cearense fizeram sucesso e, em 1914, incentivaram Nair de Teffé a organizar um recital de lançamento do "Corta Jaca", um maxixe composto por Chiquinha Gonzaga, sua amiga.

Foram feitas críticas ao governo e retumbantes comentários sobre os "escândalos" no palácio, pela promoção e divulgação de músicas cujas origens estavam nas danças lascivas e vulgares, segundo a concepção da elite social. Levar para o Palácio do Governo a música popular foi considerado, na época, uma quebra de protocolo, causando polêmica nas altas esferas da sociedade e entre políticos. Ruy Barbosa chegou a tecer fortes críticas a Nair de Teffé.

Nair de Teffé no dia do casamento, em Petrópolis, com o presidente da República marechal Hermes da Fonseca, tendo ao seu lado direito o cardeal Arcoverde
Logo após o término do mandato presidencial, Nair de Teffé mudou-se novamente para a Europa. Voltou para o Brasil por volta de 1921 e participou da Semana de Arte Moderna. Resolveu voltar para Petrópolis, onde foi eleita em 1928, presidente da Academia de Ciências e Letras que extinguiu em 1929 e fundou em seu lugar a Academia Petropolitana de Letras, sendo presidente até 1932.

Em 09/04/1929, Nair de Teffé tomou posse na Academia Fluminense de Letras.

Em 1932, retornou ao Rio de Janeiro onde fundou em 28/11/1932 o Cinema Rian, na Avenida Atlântica, em Copacabana.

Dezessete anos depois, já viúva, Nair de Teffé, aos 73 anos, voltou a fazer caricaturas, inclusive de várias personalidades.

No fim dos anos 70, participou das comemorações do Dia Internacional da Mulher.

Nair de Teffé morreu no Rio de Janeiro, no dia 10/06/1981, no dia de seu aniversário de 95 anos.

Fonte: Wikipédia

Gilda de Abreu

GILDA DE ABREU
(74 anos)
Atriz, Cineasta, Cantora, Escritora e Radialista

* Paris, França (23/09/1904)
+ Rio de Janeiro, RJ (04/06/1979)

Filha de um diplomata brasileiro e de uma cantora lírica, começou como atriz de teatro em 1933, passando ao cinema no papel principal da comédia romântica "Bonequinha de Seda", produzida por Ademar Gonzaga, em 1936.

Foi uma das primeiras mulheres a dirigir filmes no Brasil, fazendo estrondoso sucesso com o melodrama "O Ébrio" de 1946, sobre a ascensão e decadência de um cantor em virtude de uma decepção amorosa e do alcoolismo. O papel principal foi de seu marido, o cantor e compositor Vicente Celestino, com quem se casou em 1933.

Dirigiu também os dramas "Pinguinho de Gente", uma história ingênua e simplória, em 1947, "Coração Materno", onde também atuou como atriz e roteirista, em 1951, ao lado de Vicente Celestino, e "Chico Viola não Morreu", documentário sobre a vida e as canções de Francisco Alves.

Foi cantora lírica e de operetas, autora de radionovelas, das peças teatrais "Aleluia", "A Mestiça", "Arca de Noé" e "Alma de Palhaço" e de vários livros, dois deles sobre o marido, que morreu em 1968. Quando ela morreu estava casada com José Spinto.

No dia 04/06/1979, onze anos depois da morte do marido, aos 74 anos, a bonequinha de seda de Celestino despediu-se da vida na cidade do Rio de Janeiro, partindo ao encontro daquele que tanto amou e admirou.

Elizeth Cardoso

ELIZETH MOREIRA CARDOSO
(69 anos)
Cantora

☼ Rio de Janeiro, RJ (16/07/1920)
┼ Rio de Janeiro, RJ (07/05/1990)

Elizeth Cardoso foi uma cantora brasileira nascida no Rio de Janeiro, RJ, no dia 16/07/1920. Conhecida como "A Divina"Elizeth Cardoso é considerada uma das maiores intérpretes da música brasileira e um das mais talentosas cantoras de todos os tempos, reverenciada pelo público e pela crítica.

Elizeth Moreira Cardoso nasceu na Rua Ceará, no subúrbio de São Francisco Xavier, e cantava desde pequena pelos bairros da Zona Norte carioca, cobrando ingresso no valor de 10 tostões das outras crianças para ouvi-la cantar os sucessos de Vicente Celestino. O pai, seresteiro, tocava violão e a mãe gostava de cantar.

Desde cedo precisou trabalhar e, entre 1930 e 1935, foi balconista, funcionária de uma fábrica de saponáceos e cabeleireira, até que o talento foi descoberto aos 16 anos, quando comemorava o aniversário. Foi então convidada para um teste na Rádio Guanabara, pelo chorão Jacob do Bandolim.

Apesar da oposição inicial do pai, apresentou-se em 1936 no "Programa Suburbano", ao lado de Vicente Celestino, Aracy de Almeida, Moreira da Silva, Noel Rosa e Marília Batista. Na semana seguinte foi contratada para um programa semanal na rádio.

Elizeth Cardoso casou-se no fim de 1939 com Ari Valdez, mas o casamento durou pouco.

Trabalhou em boates como taxi-girl, atividade que exerceria por muito tempo.

Em 1941, tornou-se crooner de orquestras, chegando a ser uma das atrações do Dancing Avenida, que deixou em 1945, quando se mudou para São Paulo para cantar no Salão Verde e para apresentar-se na Rádio Cruzeiro do Sul, no programa "Pescando Humoristas".

Estilo

Além do choro, Elizeth Cardoso consagrou-se como uma das grandes intérpretes do gênero samba-canção, surgido na década de 1930, ao lado de Maysa, Nora Ney, Dalva de Oliveira, Ângela Maria e Dolores Duran. O gênero, comparado ao bolero, pela exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo ou fossa.

O samba-canção antecedeu o movimento da bossa nova, surgido ao final da década de 1950, com o qual Maysa já foi identificada. Mas este último representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo e da melancolia.

Elizeth Cardoso migrou do choro para o samba-canção e deste para a bossa nova gravando em 1958 o LP "Canção do Amor Demais", considerado axial para a inauguração deste movimento, surgido em 1957. O antológico LP trazia ainda, também da autoria de Vinicius de Moraes e Tom Jobim, "Chega de Saudade", "Luciana", "Estrada Branca", "Outra Vez". A melodia ao fundo foi composta com a participação de um jovem baiano que tocava o violão de maneira original, inédita: o jovem João Gilberto.

Anos 1960

Em 1960, gravou jingle para a campanha vice-presidencial de João Goulart. Nos anos 1960 apresentou o programa de televisão "Bossaudade", na TV Record, Canal 7, São Paulo.

Em abril de 1965 conquistou o segundo lugar na estréia do I Festival de Música Popular Brasileira  da TV Record, interpretando "Valsa do Amor Que Não Vem" (Baden Powell e Vinicius de Moraes). O primeiro lugar foi da novata Elis Regina, com "Arrastão".

Elizeth Cardoso serviu também de influência para vários cantores que viriam depois, sendo uma das principais a cantora Maysa.

Em 1968 apresentou-se, num espetáculo que foi considerado o ápice da carreira, com Jacob do Bandolim, Época de Ouro e Zimbo Trio, no Teatro João Caetano, em benefício do Museu da Imagem e do Som (MIS), do Rio de Janeiro. Considerado um encontro histórico da Música Popular Brasileira, no qual foram ovacionados pela platéia. LPs foram lançados em edição limitada pelo Museu da Imagem e do Som (MIS).

Apelidos

Elizeth Cardoso teve vários apelidos como "A Noiva do Samba-Canção", "Lady do Samba", "Machado de Assis da Seresta", "Mulata Maior", "A Magnífica", apelido dado por Mister Eco, e a "Enluarada", por Hermínio Bello de Carvalho. Nenhum desses títulos, porém, se iguala ao que foi consagrado por Haroldo Costa: "A Divina", que a marcou para o público e para o meio artístico.

Elizeth Cardoso lançou mais de 40 LPs no Brasil e gravou vários outros em Portugal, Venezuela, Uruguai, Argentina e México.

"A Divina" teve sua inesquecível voz calada em 07/05/1990, quando faleceu no Rio de Janeiro, RJ,  aos 69 anos, vítima de um câncer no estômago.

Discografia

De 1950 até 1954, Elizeth Cardoso só lançou canções em discos 78 rpm.

Álbuns de Estúdio Solo
  • 1955 - Canções à Meia Luz
  • 1956 - Fim de Noite
  • 1957 - Noturno
  • 1958 - Canção do Amor Demais
  • 1958 - Retrato da Noite
  • 1958 - Naturalmente
  • 1959 - Magnífica
  • 1960 - A Meiga Elizeth
  • 1962 - A Meiga Elizeth nº 2
  • 1963 - Grandes Momentos
  • 1963 - A Meiga Elizeth nº 3
  • 1963 - Elizeth Interpreta Vinícius
  • 1963 - A Meiga Elizeth nº 4
  • 1964 - A Meiga Elizeth nº 5
  • 1965 - Quatrocentos Anos de Samba
  • 1965 - Elizete Sobe o Morro
  • 1966 - Muito Elizeth
  • 1967 - A Enluarada Elizeth
  • 1968 - Momento de Amor
  • 1970 - Falou e Disse
  • 1972 - Preciso Aprender a Ser Só
  • 1973 - Mulata Maior
  • 1974 - Feito em Casa
  • 1976 - Elizeth Cardoso
  • 1978 - A Cantadeira do Amor
  • 1979 - O Inverno do Meu Tempo
  • 1982 - Outra Vez Elizeth
  • 1991 - Ary Amoroso (1991)

Álbuns de Estúdio em Conjuntos
  • 1960 - Sax Voz
  • 1961 - Sax Voz nº 2
  • 1966 - A Bossa Eterna de Elizeth e Cyro
  • 1969 - A Bossa Eterna de Elizeth e Cyro nº 2
  • 1971 - Elizeth Cardoso e Silvio Caldas Vol. I
  • 1971 - Elizeth Cardoso e Silvio Caldas Vol. II
  • 1991 - Todo o Sentimento (1991)

Álbuns Ao Vivo Solo e em Conjuntos
  • 1968 - Ao Vivo no Teatro João Caetano Vol. I
  • 1968 - Ao Vivo no Teatro João Caetano Vol. II
  • 1969 - Elizeth e Zimbo Trio Balançam na Sucata
  • 1970 - Elizeth no Bola Preta Com a Banda do Sodré
  • 1970 - É de Manhã
  • 1977 - Elizeth Cardoso em Tokyo
  • 1981 - Elizethíssima
  • 1982 - Recital
  • 1983 - Elizeth - Uma Rosa Para Pixinguinha
  • 1984 - Leva Meu Samba
  • 1986 - Luz e Esplendor

Fonte: Wikipédia

Nora Ney

IRACEMA DE SOUSA FERREIRA
(81 anos)
Cantora

* Rio de Janeiro, RJ (20/03/1922)
+ Rio de Janeiro, RJ (28/10/2003)

Aprendeu a tocar violão sozinha e, para incentivá-la, seu pai a presenteou com o instrumento. Familiarizava-se com o mundo da música frequentando assiduamente programas de rádio e de auditório.

Dona de uma voz grave, começou a carreira em 1950 e em 1953 já era uma das grandes divas do rádio, interpretando Dorival Caymmi, Noel Rosa, Ary Barroso, entre outros. Em 1952 gravou pela Continental seu primeiro LP, Menino Grande.

Ao lado de Maysa Matarazzo, Ângela Maria e Dolores Duran, consagrou-se como uma das maiores intérpretes do Samba-Canção (Gênero surgido na década de 1930). O Samba-Canção é comparado ao Bolero, pela exaltação do amor romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado.

Foi casada duas vezes, o primeiro não durou muito e nem teve filhos nesse matrimônio. Seu segundo casamento foi com o cantor Jorge Goulart. A filha do casal, Vera Lúcia Maia, se tornou Miss Brasil em 1963. Devido à atuação política de Goulart no Partido Comunista, teve que se auto-exilar depois do Golpe de 1964, ou seja, morou em outros países com a filha e o marido.

Discografia

1955 - Canta Nora Ney
1958 - Nora Ney
1960 - Ninguém me Ama
1968 - Mudando de Conversa
1972 - Tire seu Sorriso do Caminho, que Eu Quero Passar com a Minha Dor
1977 - Jubileu de Prata - Nora Ney e Jorge Goulart
1987 - Meu Cantar É Tempestade de Saudade

Compilações

1991 - As Eternas Cantoras do Rádio
1993 - Nora Ney
1994 - Mestres da MPB - Nora Ney
1994 - Acervo Especial - Nora Ney
2000 - A Música Brasileira Deste Século por seus Autores e Intérpretes
2000 - Amor, Meu Grande Amor - Nora Ney e Jorge Goulart

Ela morreu, na madrugada de 28/10/2003, aos 81 anos, no Hospital Samaritano, onde estava internada há três meses. Ela teve Falência Múltipla dos Órgãos. Nora Ney, que era casada com o cantor Jorge Goulart, deixa dois filhos e três netos.

Fonte: Wikipédia e Terra

Marisa Gata Mansa

MARISA VERTULLO BRANDÃO
(69 anos)
Cantora

* Rio de Janeiro, RJ (27/04/1933)
+ Rio de Janeiro, RJ (09/01/2003)

O apelido "Gata Mansa" ela recebeu do jornalista Djalma Sampaio por causa de seu jeito calmo de falar. Nascida numa família entusiasta da boa música, cresceu nesse ambiente que a incentivou a cantar. Foi casada com o compositor e pianista César Camargo Mariano, que compôs em sua homenagem a música "Marisa", tema da cerimônia religiosa de seu casamento com o compositor.

Marisa gravou o primeiro compacto, de 78 rotações, "Você Esteve Com Meu Bem" (João Gilberto e Russo do Pandeiro), pela RCA Victor. Uma trajetória marcada por um viés jazzístico, foi crooner do Golden Room do Copacabana Palace e substituindo Dolores Duran no Bacará. Típica voz de bares noturnos, cantava no Beco das Garrafas, ao lado de outros nomes da bossa nova.

Marisa Gata Mansa morreu às 20:00 hs do dia 09/01/2003. Ela estava internada no Hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro, desde o começo da semana. A cantora tinha 69 anos e faleceu devido a uma insuficiência respiratória aguda, conseqüência de uma isquemia cardíaca.

No ano de sua morte, Marisa iria completar 50 anos de carreira, iniciada com a benção de João Gilberto e que prosseguiu com a geração inicial da bossa nova. 

Fonte: Wikipédia

Dolores Duran

ADILÉIA SILVA DA ROCHA
(29 anos)
Cantora e Compositora

* Rio de Janeiro, RJ (07/06/1930)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/10/1959)

Dolores Duran nasceu numa vila na Rua do Propósito, no Centro do Rio de Janeiro, onde morou por alguns anos. Teve uma infância pobre e não conheceu o pai. Se mudou para um cortiço no bairro da Piedade, subúrbio carioca, com a mãe, o padrasto e as irmãs Denise, Solange e Leila. Desde criança gostava de cantar e sonhava em ser cantora famosa. Aos 8 anos de idade contraiu a febre reumática que quase a levou a morte, e que deixou como sequela um sopro cardíaco gravíssimo. Por pouco ela não resiste, para desespero de sua mãe.

Aos 12 anos de idade, influenciada pelos amigos, resolveu, com a permissão da mãe, se inscrever num concurso de cantores, mas ela tinha dúvidas se iria se sair bem. Surpreendentemente, ela cantou muito bem, como uma profissional e conquistou o primeiro prêmio no programa "Calouros Em Desfile", de Ary Barroso. As apresentações no programa tornaram-se frequentes, fixando-a na carreira artística.

Quando tinha 12 anos, teve que abandonar os estudos, parando no ensino primário, para ajudar a mãe com despesas de casa. Arranjou um emprego e passou a trabalhar como atriz nas rádio Cruzeiro do Sul, nos programas da Tupi e no teatro, além de cantar em programas de TV. Mas todos esses empregos eram temporários, o que não garantiam dinheiro certo.


Tentou terminar os estudos, ingressando no ginásio, pagando uma escola, mas como o dinheiro era pouco e as mensalidades da escola estavam atrasadas, ela foi expulsa do colégio. Como ela tinha que se dedicar muito a música e ao teatro, decidiu de vez parar de estudar. Sua mãe não gostou desta atitude e mesmo muito discutirem, a mãe, a contra gosto, tentou aceitar a vocação de cantora da filha. Sua mãe dizia que artistas também estudavam e que a fama acabaria um dia. Adiléia tinha uma personalidade muito forte e não levava desaforos para casa, respondia a quem quer que fosse, sabia se defender bem.

No final dos anos 40, ela conheceu um casal rico e influente: Lauro e Heloísa Paes de Andrade, que já a tinham ouvido cantar. Eles passaram a ajudá-la a se tornar realmente uma cantora e a levavam em diversos lugares chiques e reconhecidos, frequentado por famosos.

Lauro passou a chamá-la de Dolores Duran, por ser um nome fino na época. Esse nome é espanhol e dramático que significa Dores. Ele é muito forte e traz uma carga de dor e sofrimento intenso, e o sobrenome Duran, que quer dizer durante, sempre, intensifica ainda mais, como se não tivesse fim essa dor.

Sem nunca ter estudado línguas, aprendeu sozinha a cantar em inglês, francês, italiano, espanhol e até em esperanto. Ella Fitzgerald durante sua passagem pelo Rio de Janeiro, nos anos 1950, foi à boate Baccarat especialmente para ouvir Dolores Duran e entusiasmou-se com a sua interpretação para "My Funny Valentine" - a melhor que já ouvira, declarou Ella Fitzgerald.


O jornalista Antônio Maria foi um dos melhores amigos da cantora, e escrevia publicações sobre ela.

Suas músicas se tornaram estrondoso sucesso. Eram dramáticas, belas e românticas, e expressavam os sentimentos mais puros de um coração. Prova disso é que Antônio Maria publicou: "Dolores Duran falou de sentimentos como ninguém, em todas as línguas. Seu idioma era o amor!"

Cantava em diversas boates no Rio de Janeiro. Sua fama se espalhou e ela foi contratada pela Rádio Nacional, que na época só escolhia os melhores cantores. Era a rádio mais disputada. Ela jamais estudou canto e música, sua voz não precisava de correção através de aulas. Parecia mesmo que ela nasceu para cantar. Nessa época seu padrasto morreu e sua família enfrentou grandes dificuldades.

Passou a cantar músicas internacionais no programa "Pescando Estrelas", onde só havia cantoras jovens e conceituadas. Lá ela conheceu e se tornou melhor amiga da cantora da Rádio Guanabara e da Rádio Nacional, Julie Joy.

Dolores Duran teve muitos namorados. O primeiro que teve foi um garçom da boate Vogue. O apelido dele era Serra Negra e namoraram por poucos meses. Ele pediu para voltar, mas como ela era mulher de uma palavra só, não voltou. Viu que não deu certo na primeira vez, na segunda sairia brigas novamente.

Depois dele namorou por 6 meses Billy Blanco, de quem também gravou músicas, já que ele também era compositor. Nessa época compôs junto com Tom Jobim o samba "O Negócio é Amar", que fez grande sucesso. Nara Leão interpretou a canção.


Nesse período já estava famosa, distribuía autógrafos pela rua, onde ia a entrevistavam e tiravam fotos suas. Gostava de futebol e frequentava o Maracanã, onde assistiu a Copa de 1950. Também ia muito nas praias e cinemas.

A década de 1950 se iniciou marcante para Dolores Duran, que passou a cantar nas sofisticadas boates do Hotel Glória.

Em 1951, conheceu um músico do Acre, tocador de acordeão, chamado João Donato. Eles se encontravam em frente ao Hotel Glória todas as noites. Dolores DuranJoão Donato e Julie Joy eram grandes amigos, sempre saíam juntos e passeavam. Só não se casaram devido à oposição da família do rapaz e do preconceito da sociedade. João Donato tinha 17 anos, enquanto Dolores Duran tinha 21 anos, e uma mulher mais velha não era bem vista com um homem mais novo. Ela lutou muito para tê-lo ao seu lado, mas ele preferiu ouvir sua família. O namoro chegou ao fim quando João Donato foi morar no México. João Donato e Dolores Duran não aguentavam mais brigas e cobranças de suas famílias. Isso a fez sofrer, mas ela superou e seu sucesso na música aumentou.

A estreia de Dolores Duran em disco foi em 1952, chamado "Músicas Para o Carnaval", gravando dois sambas para o carnaval do ano seguinte: "Que Bom Será" (Alice Chaves, Salvador Miceli e Paulo Marquez) e "Já Não Interessa" (Domício Costa e Roberto Faissal).

Em 1953, gravou "Outono" (Billy Blanco), e "Lama" (Paulo Marquez e Alice Chaves). Dois anos depois, vieram as músicas "Canção Da Volta" (Antônio Maria e Ismael Neto), "Bom Querer Bem" (Fernando Lobo), "Praça Mauá" (Billy Blanco) e "Carioca" (Antônio Maria e Ismael Neto).


Muitas vezes, nas madrugadas, ela criava suas letras na mesa dos bares, bebendo e fumando, ouvindo músicas de bolero, salsa e samba. Se inspirava em seus casos amorosos e na sua vida em geral, suas alegrias, tristezas, dores, anseios e mágoas, para compor suas inesquecíveis letras.

Em 1955 foi vítima de um infarto, tendo passado trinta dias internada no Hospital Miguel Couto. Dolores Duran resolveu não seguir as restrições que os médicos lhe determinaram, agravando os problemas cardíacos que trazia desde a infância, problemas que só se agravaram com o tempo, pois abusava do cigarro (fumava mais de três carteiras por dia) e da bebida, principalmente a vodca e o whisky. Com isso, a depressão passou a marcar sua vida. Mesmo famosa e amada por milhares de fãs se sentia triste, um vazio lhe tomava conta e com isso, buscava refúgio na bebida e no cigarro.

Nesse mesmo ano, conheceu o cantor e compositor Macedo Neto, de quem gravou diversos sambas. Os dois se conheceram nos estúdios da gravadora Copacabana e rapidamente foram morar juntos. Antes de se casarem no papel, porém, Dolores Duran engravidou e passou por uma gravidez tubária (gravidez de alto risco que acarreta esterilidade materna e perda do feto), interrompendo seu sonho de ser mãe, o que arruinou sua vida e a levou a piora do vício em cigarro e bebidas.

Um fato que a marcou foi que após ter perdido seu filho, ter entrado em depressão e resolvido se casar oficialmente com Macedo Neto, ele proibiu de sua mãe comparecer ao casamento deles, por a mãe dela ser negra, fato que a deixou perplexa e enfurecida. A única que foi ao seu casamento foi a irmã Denise, pois sua mãe e suas outras irmãs não conseguiram ir tamanha ofensa. Dolores Duran só se casou para não se sentir tão só, pois nunca perdoou o marido por não ter deixado sua mãe ir ao seu casório.

Em 1958, após muitas discussões e brigas violentas, desquitou-se de Macedo Neto e passou meses na Europa cantando e se apresentando com seu conjunto musical, fazendo muito sucesso. Lá encontrou e viveu novos e intensos amores.


Em 1956, fez sucesso com a música "Filha De Chico Brito" (Chico Anysio). No ano seguinte, um jovem compositor apresentou a Dolores Duran uma composição dele e de Vinicius de Moraes. Tratava-se de Antônio Carlos Jobim em início da carreira. Em três minutos, Dolores Duran pegou um lápis e compôs a letra da música "Por Causa De Você"Vinicius de Moraes ficou encantado com a letra e gentilmente cedeu o espaço a Dolores Duran. Foi revelado, a partir daí, o talento dela para a composição e grandes sucessos, como "Estrada Do Sol", "Idéias Erradas", "Minha Toada""A Noite Do Meu Bem", entre outras.

Cantou no Uruguai, na União Soviética e na China, na companhia de músicos brasileiros, mas por desentendimento dela com o grupo, mudou de planos e realizou seu grande sonho, viajando da China sozinha para Paris. Ficou um bom tempo passeando e conhecendo as maravilhas da cidade-luz, a bela e encantadora Paris.

De volta ao Brasil algum tempo depois, pegou para criar uma recém-nascida, pobre e negra, a quem deu nome de Maria Fernanda da Rocha Macedo, que foi registrada por Macedo Neto, mesmo estando ele separado de Dolores Duran e a menina não ter com ele qualquer parentesco.

A mãe biológica de Maria Fernanda era viúva e havia falecido após o parto pois não aguentou a emoção de ter perdido o marido, padrasto da menina, que foi uma das vítimas da pior tragédia em trens suburbanos do Rio de Janeiro. A criança iria ficar com a empregada de Dolores Duran, amiga da mãe da criança, mas por ela ser muito pobre, acabou entregando a neném para Dolores, que se encantou perdidamente pela criança e deu todo amor e carinho possíveis. Passeava com a menina e lhe deu tudo de bom que o dinheiro e o amor podiam proporcionar.

A partir daí, durante os dois últimos anos de vida, compôs algumas das mais marcantes músicas da MPB, como "Castigo""Olha o Tempo Passando", entre tantas outras.


Morte

Na madrugada de 23/10/1959, depois de um show na boate Little Club, a cantora saiu com seu último namorado, chamado Nonato Pinheiro e com seus amigos para uma festa no Clube da Aeronáutica. Ao sair da festa, resolveram fechar a noite bebendo e ouvindo músicas no Kit Club.

A cantora chegou em casa às 07:00 hs do dia 24/10/1959. Brincou e beijou muito a filha, já com 3 anos, na banheira. Em seguida, passou os últimos cuidados à empregada Rita"Não me acorde. Estou cansada. Vou dormir até morrer!", disse brincando. No quarto, sofreu um infarto fulminante - que, à época, foi associado a uma dose excessiva de barbitúricos, cigarros e álcool.

A morte prematura de Dolores Duran, aos 29 anos, interrompeu uma trajetória vivida intensamente. A amiga Marisa Gata Mansa levou os últimos versos de Dolores Duran para Ribamar musicá-los. Carlos Lyra fez o mesmo sobre os versos inéditos. O ex-marido criou a filha adotiva deles.

Samba-Canção

Dolores Duran foi um grande expoente, como cantora e compositora, do gênero samba-canção, surgido na década de 1930. Além dela, destacam-se nesse gênero Maysa Matarazzo, Nora Ney, Dalva de Oliveira e Ângela Maria.

O gênero samba-canção, pode ser comparado ao bolero pela exaltação do amor-romântico ou pelo sofrimento por um amor não realizado. O samba-canção antecedeu o movimento da bossa nova, surgido ao final da década de 1950. Mas este último, um amálgama do jazz norte-americano com o samba do Rio de Janeiro, representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações, que substituíram o drama pessoal e as melodias melancólicas.

Discografia

  • 1955 - Dolores Duran Viaja
  • 1957 - Dolores Duran Canta Para Você Dançar
  • 1958 - Dolores Duran Canta Para Você Dançar Nº 2
  • 1959 - Êsse Norte é Minha Sorte

Fonte: Wikipédia