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Nonato Buzar

RAIMUNDO NONATO BUZAR
(81 anos)
Cantor, Compositor e Produtor Musical

* Itapecuru Mirim, MA (26/08/1932)
+ Rio de Janeiro, RJ (02/02/2014)

Raimundo Nonato Buzar era um cantor, compositor e produtor musical brasileiro. Descendentes de libaneses, Nonato Buzar iniciou sua carreira em 1953, quando transferiu-se para o Rio de Janeiro.

Teve composições gravadas por MaysaElis ReginaElizeth CardosoRosinha de Valença, João NogueiraLuiz GonzagaWilson SimonalNelson Gonçalves, AdrianaAlcione, Nana Caymmi, Cauby Peixoto, MPB-4, Jair Rodrigues, Sílvio César, Ivan Lins, Milton Nascimento, entre outros.

Como produtor musical, trabalhou nas gravadoras PolyGram, de 1969 a 1971, e RCA Victor. Nessa função, foi responsável por discos de Jair Rodrigues, Regininha, A Turma da Pilantragem, Jimmy Cliff, Festival Internacional da CançãoWilson Simonal, entre outros.

Nonato Buzar integrou A Turma da Pilantragem, entre 1967 e 1969, assinou temas de aberturas de novelas da TV Globo como "Verão Vermelho" (1969), "Irmãos Coragem" (1970) e "Assim Na Terra Como No Céu" (1970). Seu maior sucesso nessa série de temas feitos para novelas foi a música "Irmãos Coragem", composta com o compositor carioca Paulinho Tapajós e gravada pelo cantor paulista Jair Rodrigues.


Morte

Nonato Buzar morreu na manhã de domingo, 02/02/2014, aos 81 anos, no Rio de Janeiro. O músico havia sido internado com pneumonia há 15 dias. O quadro se complicou e o maranhense teve falência múltipla dos órgãos.

O músico deixa como legado o livro de crônicas, "Planeta Neus", ainda a ser publicado. Nonato Buzar tinha dois filhos, Maria Moreno e Franscisco Eduardo, e um neto de quatro meses.


Discografia


  • 1975 - Nonato Buzar e o País Tropical Via Paris (Copacabana, LP)
  • 1972 - O Primeiro Retrato (Tapecar, LP)
  • 1970 - Nonato Buzar (RCA Victor, LP)
  • 1969 - A Turma da Pilantragem (Philips, LP)
  • 1968 - A Turma da Pilantragem (Philips, LP)
  • S/D - Temas de Novelas (RCA Victor, LP)


Tributos


  • 1968 - Os Temas Que Nonano Buzar Fez Para o Filme O Donzelo (RCA Victor, LP)


Indicação Luiz Carlos Lucs

Durval Ferreira

DURVAL INÁCIO FERREIRA
(72 anos)
Compositor, Instrumentista, Arranjador e Produtor Musical

* Rio de Janeiro, RJ (26/01/1935)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/06/2007)

Durval Ferreira foi um arranjador, instrumentista, compositor e produtor musical. Começou a aprender violão com a mãe, que tocava bandolim, e desde então interessou-se por música, estudando sozinho. Mais tarde se aperfeiçoaria no contato com músicos como João Donato, Luís Eça, Johnny Alf, Cannonball Adderley, Herbie Mann, Tom Jobim e outros.

Em 1958 fez sua primeira composição, "Sambop" (Durval Ferreira e Maurício Einhorn) gravada dois anos depois por Claudete Soares no LP "Nova Geração Em Ritmo De Samba", gravadora Copacabana.

Em 1959 apresentou-se pela primeira vez em público no festival de bossa nova realizado no Liceu Franco-Brasileiro, do Rio de Janeiro, e em seguida em espetáculo da Faculdade de Arquitetura. Nessa época, organizou seu primeiro conjunto e acompanhou a cantora Leny Andrade.

Em 1962 integrou o conjunto de Ed Lincoln e, como guitarrista, tocou no Sexteto Bossa Rio, de Sérgio Mendes, durante o Festival de Bossa Nova, do Carnegie Hall, de Nova York, Estados Unidos. Três anos depois foi violonista do conjunto Tamba Trio em gravações, participando ainda do conjunto Os Gatos, com o qual gravou o LP "Aquele Som Dos Gatos" (Philips), e, em 1966, "Os Gatos" (Philips), incluindo sua composição "E Nada Mais" (Durval Ferreira e Lula Freire).

Durval Ferreira compôs a trilha sonora de "Estranho Triângulo", direção de Pedro Camargo, e participou, em 1968, do III Festival Internacional da Canção, da TV Globo, do Rio de Janeiro, com a música "Rua d'Aurora" (Durval Ferreira, Fátima Gaspar e Tibério Gaspar).

Durval Ferreira tem inúmeras composições gravadas por artistas brasileiros e norte-americanos, destacando-se "Batida Diferente" (Durval Ferreira e Maurício Einhorn), gravada por Roberto Menescal e seu Conjunto, na gravadora Elenco, pelo Tamba Trio, na gravadora Philips, e com várias outras gravações no Brasil e exterior.

"Tristeza De Nós Dois" (Durval FerreiraMaurício Einhorn e Bebeto), gravada em 1962 pelo conjunto de Sérgio Mendes e também com inúmeras gravações: "Estamos Aí" (Durval Ferreira, Maurício Einhorn e Regina Werneck), 1963, gravada por Leny Andrade, na Odeon, "Nuvem", com o mesmo parceiro, gravada pelo conjunto Os Gatos, de Eumir Deodato, na gravadora Philips

Sua composição com Maurício Einhorn e Hélio Mateus, "Avião", foi uma das últimas gravações do cantor Agostinho dos Santos, antes de sua morte em acidente aéreo.

Durval Ferreira participou, como jurado, do III e IV Festival Internacional da Canção, produziu as vinhetas da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, sozinho na FM, e em parceria com Orlandivo na AM. Foi diretor artístico da CID.

Durval Ferreira faleceu vítima de câncer.

Indicação: Miguel Sampaio

Márcio Vip Antonucci

MÁRCIO AUGUSTO ANTONUCCI
(68 anos)
Cantor, Compositor, Apresentador de TV, Ator e Produtor Musical

☼ São Paulo, SP (23/11/1945)
┼ Angra dos Reis, RJ (20/01/2014)

Márcio Augusto Antonucci, também conhecido como Márcio Vip Antonucci, foi um cantor e produtor musical brasileiro. Formou a dupla Os Vips, junto com seu irmão Ronald Luís Antonucci.

Iniciou sua carreira artística em 1964, como um dos integrantes da dupla Os Vips, destacando-se, também, como compositor, pela autoria das canções "Como Se Fosse Meu Irmão" (Lilian), "Longe Tão Perto" (Os Vips), "A Espera" (Painel de Controle), "O Jogo Acabou" (Perla), "Droga Maldita" (Vanusa) e "Borges" (Elenco da TV Colosso).

Em 1965, foi contratado como artista exclusivo da TV Excelsior, atuando como cantor e apresentador do programa "Linha de Frente", dirigido ao público jovem.

De 1966 a 1969, participou, como artista exclusivo da TV Record, dos programas "Jovem Guarda", "Ronnie Von" e "Show do dia 7", como integrante da dupla Os Vips.

Trabalhou também como ator na novela "Algemas de Ouro" (1969) e na mini-série "Ternurinha e Tremendão". Participou do júri do programa "Quem Tem Medo da Verdade", colaborando com o diretor Carlos Manga na criação do quadro "Lente da Verdade", no qual era utilizada uma câmera Nikkor de 7 mm, de sua propriedade, chamada "Olho de Peixe", que distorcia a fisionomia dos entrevistados dando mais dramaticidade ao programa.

Márcio Antonucci (à esquerda) ao lado do irmão Ronald Antonucci, com quem formava
a dupla de sucesso: Os Vips.
De 1972 a 1976, exerceu o cargo de produtor musical da Continental Discos, tendo lançado, entre outros, o cantor Agepê, contemplado com três Discos de Ouro, e o conjunto Roupa Nova. Foi responsável, também pelo LP "Novos Baianos Futebol Clube", contemplado com Disco de Ouro, e pelos LPs da série Os Motokas (Volumes I a XII), que contabilizaram mais de 3.000.000 de discos vendidos.

De 1976 a 1979, atuou como produtor musical da TV Globo, onde foi responsável pelos programas "Alerta Geral", "Brasil Especial", "Sandra & Miéle" e "Globo de Ouro".

Trabalhou como produtor musical da gravadora Som Livre, pela qual lançou as séries "Garra Brasileira", "Convocação Geral" e "Samba, Suor & Ouriço". Assinou, também, a produção musical dos LPs "Maravilhas Contemporâneas", de Luiz Melodia, e "Pecado Capital", da trilha sonora da novela homônima da TV Globo, ambos contemplados com Discos de Ouro.

De 1979 a 1981, exerceu o cargo de Diretor Geral do programa "Globo de Ouro", da TV Globo, e foi responsável pela criação dos quadros "O Som das Discotecas" e "O Som da Geração 80", esse último gerando um programa semanal devido ao alto índice de audiência.

De 1981 a 1985, atuou como diretor musical da TV Globo, tendo mudado todo o conceito musical das aberturas e vinhetas de todos os programas, com destaque para "A Volta da Vitória", que marcou a carreira dos pilotos Nelson Piquet e Ayrton Senna.

Ronald Antonucci e Márcio Antonucci
De 1985 a 1991, exerceu o cargo de diretor musical, de áudio e de sonorização da TV Globo, tendo mudado o conceito sonoro das músicas (novas trilhas e incidentais de novelas) e do áudio (gravações em 16 canais dos programas musicais), com destaque para o programa "Chico & Caetano", lançado em LP pela Som Livre. Assinou a direção musical de todas as trilhas de novelas e séries da TV Globo, como "Roque Santeiro", "Selva de Pedra", "Mandala""Tieta", entre outras.

De 1991 a 1995, atuou como diretor musical da gravadora Som Livre, nos fonogramas "Os Vips ao Vivo" (Volumes I e II), contemplados com quatro Discos de Ouro, e "TV Colosso" (Volumes I e II), contemplados com dois Discos de Ouro. Assinou a direção musical e os arranjos do "Show Colosso", que apresentou-se em temporada por todo o Brasil. Foi responsável, na gravadora PolyGram, pela produção musical dos 5 CDs do projeto "30 Anos de Jovem Guarda", que atingiram vendas superiores a 2.500.000 cópias, dois Discos de Ouro e dois Discos de Platina, e pela direção geral do show que excursionou o Brasil, contabilizando mais de 300 apresentações.

De 1996 a 1997, atuou como diretor geral do programa "Som Brasil" da TV Globo, tendo lançado o grupo Gera Samba, hoje É o Tchan!, e realizado a homenagem a Ângela Maria na comemoração dos 50 anos de carreira da cantora. Foi, também, responsável pela direção geral do "Reveillon da Globo", programa de fim-de-ano com duas horas e meia de duração.

Em 1997, atuou como diretor artístico e de programação da VIP TV em Miami, pela qual apresentou diariamente o programa "Coisas do Brasil" e as novelas e séries da TV Globo nos Estados Unidos.


De 1998 a 2000, trabalhou no projeto "A Discoteca do Chacrinha", tendo sido responsável pela produção musical dos 6 CDs, que atingiram vendas superiores a 500.000 cópias, 2 Discos de Ouro, e pela direção geral do shows que contabilizaram mais de 30 apresentações pelo Brasil.

Em 1999, atuou como Diretor Geral do projeto "Todos Pela Educação - Brasil 500 Anos", da TV Globo, apresentado também pela TV Futura, constituído por dez módulos de discussão e planejamento educacional nas principais cidades do país.

Em 2000 e 2001, assumiu o cargo de diretor de programas do SBT, com destaque para a direção geral do concerto "Os 3 Tenores", com José Carreras, Plácido Domingo e Luciano Pavarotti, realizado ao vivo do Estádio do Morumbi, em São Paulo.

Foi responsável, também, pela direção geral dos programas "Reveillon do SBT", com mais de quatro horas de duração, "A Missa de Fátima", transmitida ao vivo do Estádio da Portuguesa, e "O Grande Circo Místico", com a trilha sonora de Edu Lobo e Chico Buarque. É co-diretor dos programas "Pequenos Brilhantes", com Wilton Franco, e "Canta & Dança", com Luiz Bento, na mesma emissora.

Posteriormente, assumiu o cargo de diretor musical da TV Record, que passou a ser ocupado em 2008 pelo produtor musical Marco Camargo, jurado das temporadas do reality show "Ídolos" exibidas em 2008 e 2009, pela TV Record, onde ficou até março de 2009.

Morte

Márcio Antonucci morreu aos 68 anos, na segunda-feira, 20/01/2014, pela manhã, em um hospital de Angra dos Reis, RJ, onde ele estava internado há alguns dias por causa de uma pneumonia. A doença evoluiu para um quadro de infecção generalizada.

O filho de Márcio Antonucci, Bruno Antonucci, lamentou a perda na página do pai no Facebook:

"É com muito pesar que informo que o meu pai, ídolo e amigo nos deixou hoje pela manhã. Como disse, nos últimos dias, o quadro dele estava estável, porém, hoje, esse quadro mudou. Quando estivermos mais conformados com a situação poderemos tentar esclarecer o que houve."

Indicação: Miguel Sampaio

Luíz Sérgio Person

LUIZ SÉRGIO PERSON
(39 anos)
Ator, Diretor, Roteirista e Produtor

* São Paulo, SP (12/02/1936)
+ São Paulo, SP (07/01/1976)

Luiz Sérgio Person foi um ator, diretor, roteirista e produtor brasileiro. É conhecido sobretudo por ter dirigido dois importantes filmes do cinema brasileiro dos anos 1960, "São Paulo S.A.", um contundente retrato da alienação e do desespero do cidadão médio perante a emergente e aguda industrialização iniciada no final dos anos 50, e "O Caso dos Irmãos Naves", no qual usa um episódio verídico de injustiça e abuso de poder ocorrido durante o Estado Novo para traçar um paralelo com a repressão da ditadura militar da época, de forma crua e bastante corajosa.

Em 1951, fez o curso de interpretação cinematográfica no Centro de Estudos Cinematográficos de São Paulo, como bolsista da prefeitura. Nesse mesmo ano, ele se increveu num processo de seleção de atores para a peça "O Massacre", de Manuel Robins. Ficou entre os cinco finalistas mas os pais o impediram de abandonar o curso clássico no Colégio São Bento para ser ator numa peça encenada no Rio de Janeiro.

Em 1954, ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP) onde ficou até o último ano sem contudo diplomar-se.

No ano seguinte, em 1955, junto com um grupo de jovens talentosos, como Antunes Filho, Cláudio Petraglia, Flávio Rangel e Antônio Henrique do Amaral, encenou inúmeras peças teatrais em casa de amigos, dentro do mais perfeito espírito amador.

Antes de completar 20 anos, organizou e editou uma revista de cinema e teatro, "Seqüência". Apesar do título, a revista não passou do primeiro número pelas dificuldades que Luiz Sérgio Person enfrentou em conduzir sozinho todas as tarefas indispensáveis à edição. Alguns meses mais tarde, engajou-se como ator na Companhia de Comédias de Odilon Azevedo e se apresentou no Teatro Municipal de Campinas como galã na peça "Vamos Brincar de Amor". Nesse ano, ainda escreveu um roteiro cinematográfico, inédito, com base no romance "Chão Bruto", de Hernani Donato; o argumento e roteiro de "A Lei do Mais Forte", e teve participação secundária como ator nos filmes "Cais do Vício" e "A Doutora é Muito Viva", ambos de 1956.

Em 1957, experimentou a televisão como ator de  teleteatro na TV Tupi, levado pelo amigo Antunes Filho. Na TV Tupi e TV Record, dirigiu gente consagrada como a atriz Cacilda Becker, de quem ficou amigo. Escreveu o roteiro de "Casei-me Com Um Xavante" (1957), em parceria com Alfredo Palácios, de quem foi também assistente de direção e onde apareceu ainda como ator ao lado de Pagano Sobrinho, Luely Figueiró e Lola Brah. Dirigiu o longa-metragem "Um Marido Para Três Mulheres" (1957).


Afastou-se do cinema em 1959, quando passou a se dedicar a atividades industriais, assumindo a diretoria comercial da empresa Person-Bouquet S/A, o que o levou a circular por ambientes que mais tarde surgiram em "São Paulo, Sociedade Anônima" (1965).

Em 1961, retornou à atividade cinematográfica. Foi para a Itália fazer curso de direção no Centro Sperimentale di Cinematografia (CSC), em Roma, onde ficou por dois anos. Junto com vários colegas do curso, realizou, como produtor, argumentista e diretor, o curta-metragem "Al Ladro" (1962). O filme recebeu o prêmio de qualidade do governo italiano e representou o país no Festival de Veneza em 1962 e, em seguida, no Festival de Bilbao. Como explicou o próprio Luiz Sérgio Person:

"O filme foi inteirinho rodado com a câmera na mão, a pouca distância e mesmo debaixo do nariz de transeuntes e pessoas completamente desprevenidas. Como preparação, de modo geral, o método consistiu em ensaiarmos os atores sem nos preocuparmos com os curiosos que iam se amontoando à nossa volta. Depois de estabelecida a posição da câmera, a objetiva, o diafragma, etc., nos retirávamos fingindo que o trabalho estava terminado; íamos tomar um café ou bater um papo distante do local escolhido, fazendo desaparecer a máquina, a fim de que ninguém nos seguisse. Em seguida, quando o grupo já havia se dispersado, voltávamos e, rapidamente, sem dar tempo ao público de perceber exatamente o que estava sucedendo diante dele, rodávamos a cena."

No mesmo ano, 1962, foi assistente de direção de Luigi Zampa no filme "Anni Ruggenti".

Em 1963, realizou o curta-metragem "L'ottimista Sorridente" em 16mm, seu trabalho de formatura no Centro Sperimentale di Cinematografia. Dirigiu também o documentário "Il Palazzo Doria Pamphili" sobre a sede da representação diplomática brasileira em Roma. Escreveu a primeira versão do argumento de "São Paulo, Sociedade Anônima", ainda com o título de "Agonia". Em Paris, tentou comprar os direitos de "Irma la Dulce" para o cinema.

De volta ao Brasil, em 1964, iniciou os preparativos para a produção de "São Paulo, Sociedade Anônima", em regime de quotas, com Renato Magalhães Gouvêa e Nelson Mattos Penteado.

No ano seguinte, o filme recebeu o Prêmio de Público na I Mostra Internacional do Novo Cinema realizada em Pesaro na Itália; Prêmio Cabeza de Palenque no VIII Festival Internacional do Filme de Acapulco, México; Prêmio Governador do Estado, da Comissão Estadual de Cinema de São Paulo; diversos Prêmios Cidade de São Paulo; os Prêmios Saci do jornal O Estado de S. Paulo para melhor filme, direção e montagem. Nesse mesmo ano, trabalhou na produção do documentário "Esportes no Brasil" para o Ministério das Relações Exteriores.


"São Paulo, Sociedade Anônima" é um marco no cinema paulista e foi a obra de Luiz Sérgio Person mais bem-sucedida, mostrando uma temática profundamente urbana tratada de um modo único dentro do movimento do Cinema Novo. Além de ser pioneiro no aprofundamento da problemática do jovem de classe média, é de se destacar a ausência do povo no filme, que era uma das características cinema-novistas. A forma narrativa assemelha-se ao questionamento da linguagem clássica feita pelo Cinema Novo e, com isso, Luiz Sérgio Person foi considerado um dos poucos participantes paulistas do movimento.

Em 1966, convidou Jean-Claude Bernadet para fazer a pesquisa e roteirizar o episódio do erro judiciário ocorrido em Araguari, MG, em que dois irmãos foram condenados sem terem cometido crime algum. Surgiu, entretanto, a possibilidade de dirigir um filme tendo Roberto Carlos e a Jovem Guarda no elenco, e Luiz Sérgio Person decidiu adiar o projeto sobre os Irmãos Naves. Tendo como parceiros Jean-Claude Bernadet e Jô Soares, escreveu o argumento e roteiro de "SSS Contra Jovem Guarda", mas o filme não chegou a ser rodado. Escreveu então o roteiro, a primeira versão, de "Panca de Valente" (1968).

Viajou inúmeras vezes até Araguari, MG, em companhia de Jean-Claude Bernadet para entrevistar testemunhas da época em que ocorreu o julgamento dos Irmãos Naves e levantar as locações para a realização do filme sobre o assunto. Antes das filmagens, organizou uma produtora com o amigo Glauco Mirko Laurelli, a Lauper Filmes. Em novembro começam as filmagens de "O Caso dos Irmãos Naves" (1967).

Integrou a Comissão Estadual de Cinema, onde ficou até 1971.

Em 1967, "O Caso dos Irmãos Naves" recebeu o Prêmio Governador do Estado para argumento e roteiro; Prêmio INC e Coruja de Ouro de melhor fotografia, cenografia e figurino. No III Festival de Brasília do Cinema Brasileiro recebeu os prêmios para melhor roteiro, diálogo e atriz coadjuvante. No final de 1968, o filme, considerado o melhor do ano, recebeu em Marília, SP, do Clube de Cinema da cidade, o Troféu Curumim

Iniciou um outro projeto, com Jean-Claude Bernadet: o roteiro de "A Hora dos Ruminantes", que não chegou a ser filmado.

Foi lançado "Marido Barra Limpa", o antigo "Um Marido Para Tês Mulheres", de 1957, com cenas adicionais filmadas por Renato Grecchi, que assinou o filme. Luiz Sérgio Person escreveu o roteiro de "Os Sete Pecados Capitalistas", não realizado, e deu aulas na cadeira de linguagem cienematográfica na Escola Superior de Cinema São Luiz, em São Paulo.

Luis Sérgio Person e sua filha Marina Person.
Participou de vários filmes paulistas como ator, em "O Quarto" (1968), dirigido por Rubem Biáfora, "Anuska, Manequim e Mulher", de Francisco Ramalho Jr. A amizade com José Mojica Marins, o Zé do Caixão, o levou mais uma vez a desempenhar a função de ator em "O Estranho Mundo de Zé do Caixão", no episódio "O Fabricante de Bonecas". Com o mesmo José Mojica Marins e Ozualdo Candeias, fez o longa "Trilogia do Terror", cabendo-lhe o episódio "A Procissão dos Mortos" (1968).

Luiz Sérgio Person liderou a criação da Reunião de Produtores Independentes (RPI), empresa de distribuição de filmes, revelando sua preocupações com a comercialização insatisfatória da produção nacional e dirigiu mais um longa metragem, "Panca de Valente" (1968).

Em 1969, já dedicado ao cinema publicitário, Luiz Sérgio Person recebeu o prêmio de melhor comercial de cinema, "Casa Zacharias", daquele ano, oferecido pelos cronistas publicitários de São Paulo. Continuou dirigindo comerciais - centenas, entre 1969 e 1971 - na G. Smith do Brasil e na sua empresa, a Lauper Filmes.

Voltou a interpretar, em 1970, em papel secundário no filme "Audácia!", de Antônio Lima e Carlos Reichenbach, seu antigo aluno na Escola Superior de Cinema.

"O Caso dos Irmãos Naves" impressionou a crítica americana e fez grande sucesso em Nova York, em 1972. Luíz Sérgio Person seguiu para lá, na tentativa de montar algum esquema de produção para "A Hora dos Ruminantes". Tentou comprar os direitos para montagem no Brasil da peça musical "Chorus Line".

Voltando ao Brasil, dirigiu no Rio de Janeiro a pornochanchada "Cassy Jones, o Magnífico Sedutor" (1973), com o qual ganhou, em 1973, o Kikito de melhor diretor no Festival de Gramado e também prêmios da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) que considerou seu filme o melhor do ano. O filme recebeu o Prêmio INC e Carlos Imperial foi premiado com o Troféu Coruja de Ouro de melhor autor das partituras musicais.

Associação Paulista de Críticos de Arte lhe conferiu uma menção especial pela abertura do Auditório Augusta, um velho cinema agora transformado em teatro que ele dirigiu com Glauco Mirko Laurelli e onde encenou inúmeras peças de muito sucesso.

Depois de uma famosa e controvertida entrevista dada a O Pasquim, em que criticou os cinema-novistas e fez afirmações contundentes ("Ipanema Não Existe!"), Luíz Sérgio Person foi convidado a colaborar no semanário enviando suas crônicas semanalmente de São Paulo.

Em 1975, concluiu o curta "Vicente do Rego Monteiro".

Luis Sérgio Person fotografado na região da Boca do Lixo, em São Paulo.
Morte

Luiz Sérgio Person faleceu vítima de um acidente automobilístico em 07/01/1976, deixando duas filhas pequenas, Marina Person e Domingas Person, que futuramente se tornariam bem-sucedidas apresentadoras de televisão, sobretudo de programas musicais.

Ele recebeu inúmeros prêmios póstumos, entre eles o Grande Prêmio da Crítica (APCA) e o prêmio do XI Festival de Brasília, por seu filme "Vicente do Rego Monteiro".


Filmografia

  • 1974 - Vicente do Rego Monteiro
  • 1972 - Cassy Jones, o Magnífico Sedutor
  • 1968 - Panca de Valente
  • 1968 - Trilogia do Terror (Episódio: A Procissão dos Mortos)
  • 1967 - O Caso dos Irmãos Naves
  • 1965 - São Paulo, Sociedade Anônima
  • 1963 - II Palazzo Doria Pamphil
  • 1963 - L'ottimista Sorridente (Curta-Metragem)
  • 1962 - Al Ladro (Curta-Metragem)
  • 1957 - Um Marido Barra-Limpa (Não Creditado)

Fonte: Filmescópio

Luiz Bandeira

LUIZ BANDEIRA
(74 anos)
Cantor, Compositor, Instrumentista, Produtor Fonográfico e Rádio-Ator

* Recife, PE (25/12/1923)
+ Recife, PE (22/02/1998)

Luiz Bandeira foi um cantor, compositor, violonista e produtor fonográfico pernambucano, nasceu em 25/12/1923, no Recife, PE. Passou parte de sua infância em Maceió, AL, onde participou de grupos de repentistas nas freiras locais.

Iniciou sua carreira artística no programa de Abílio de Castro, "Valores Desconhecidos", na Rádio Clube de Pernambuco em 1939, ingressando logo depois para o cast profissional daquela emissora, incentivado pelo maestro Nelson Ferreira, então diretor-artístico da emissora, e pelos compositores Capiba e Carnera.

Naquela rádio foi violonista, radioator, cantor e compositor, inclusive fazendo também frevos para propaganda, além de integrar o conjunto vocal Garotos da Lua, formado por Inaldo Vilarim, Ernani Reis, José Rabelo, Madeirinha e Djalma Torres.

Em 1942 ingressou como cantor para a Orquestra de Nelson Ferreira, apresentando-se no carnaval e nas festas dos clubes sociais do Recife. Em 1948 transferiu-se para o Rádio Jornal do Commercio, onde foi arranjador do conjunto vocal As Três Marias, (Maria Thereza, Maria do Amparo e Maria Luiz Oliveira), de grande sucesso na época, trabalhando ainda como cantor e corretor de publicidade.


Em 1950 fixou residência no Rio de Janeiro, levado por Caribé Rocha, onde estreou no Copacabana Palace, passando a cantar com o conjunto de Moacir Silva. Em 1955 compôs "Na Cadência Do Samba", também conhecida como "Que Bonito É", que foi por muitos anos executada como tema de jogos de futebol exibidos por um  jornal de cinema, o famoso "Canal 100", e dois anos depois "O Apito No Samba", que veio a receber posteriormente letra de Luís Antônio.

Para o carnaval de 1956 fez sucesso com "Madeira De Lei", samba em parceria com Renato Araújo, gravado por Heleninha Costa. Para o ano seguinte, já com saudade de sua terra, estourou nas paradas com "Recado à Olinda".

Para o Carnaval do Recife compôs, em 1957, "É De Fazer Chorar", gravado por Carmélia Alves em 1957 (Copacabana nº 5699, Matriz 1725), que tinha na outra face o frevo instrumental, "Carabina", também de autoria do próprio Luiz Bandeira.

A distância do Recife foi sempre uma preocupação constante, como pôde expressar nos seus frevos que se transformaram em verdadeiros cartões postais da sua cidade como é o caso de "Voltei Recife", frevo canção de 1959, seguindo-se de "Novamente" em 1967.


Em 1979 foi vencedor do primeiro Frevança - Encontro Nacional do Frevo, com o frevo-canção "Linha De Frente", gravado por Claudionor Germano (Cactus LP 9999), figurando no mesmo ano no disco "O Bom Do Carnaval" (CID 4077), com os frevos "Recife Meu Amor" e "Linha De Frente".

Voltando a residir no Recife, a partir de 1984, colocou no ano seguinte, melodia na letra do então governador Gustavo Krause, "Fogo Do Galo", frevo canção de grande sucesso em homenagem ao Clube de Máscaras Galo da Madrugada. No mesmo ano, em 09/12, fez um recital no Teatro Valdemar de Oliveira, dentro do programa "Encontro Às Segundas", onde acompanhado pelo maestro Edson Rodrigues, apresentou toda sua obra de compositor até aquela data.

Em 1985 voltou a ser o vencedor na categoria de melhor interprete e de melhor frevo canção, no 7º Frevança - Encontro Nacional do Frevo e do Maracatu, com o frevo de sua autoria, "Dina", interpretado por ele mesmo.

No Recife procurou resgatar sua obra com a publicação dos discos, "Voltei Recife" (Polydisc 512.404.117), em 1985, e "Como Sempre Fui - 50 Anos De Vida Artística" (Intuição 804.405), em 1991.

Em 1998, foi homenageado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), com o CD "Luiz Bandeira - Sua Música e Seus Amigos" (Seleto 199.003.058), uma produção musical de Edson Rodrigues, responsável por todos os arranjos, na qual estão gravadas as composições suas.

Além de músicas carnavalescas, também é autor de sucessos gravados por Luiz Gonzaga"Onde Tu Tá, Neném", por Clara Nunes"Viola De Penedo", e muitos outros nomes da música popular brasileira.

Fonte: O Nordeste
Indicação: Miguel Sampaio

João Silva

JOÃO LEOCÁDIO DA SILVA
(78 anos)
Cantor, Compositor e Produtor Musical

* Arcoverde, PE (16/08/1935)
+ Recife, PE (06/12/2013)

João Leocádio da Silva, o Mestre João Silva, foi um compositor, cantor e produtor musical brasileiro. Foi um dos maiores parceiro de Luiz Gonzaga na produção de mais de cem músicas, entre elas sucessos tais como: "Danado de Bom", "Nem se Despediu de Mim", "Forró de Ouricuri", "Pagode Russo", "Arcoverde Meu" e "De Fiá Pavi". Sua participação foi de fundamental importância para que em 1984, Luiz Gonzaga recebesse seu primeiro disco de ouro, com o LP "Danado de Bom".

Aos 7 anos de idade começou a tocar pandeiro. Aos 9 anos ganhou um concurso como cantor. Aos 10 anos apresentou-se no programa no programa Ademar Paiva na Rádio Clube de Pernambuco tocando acordeom.

Um dos principais parceiros de Luiz Gonzaga a partir dos anos 1960, aos 17 anos mudou-se para o Rio de Janeiro com uma carta de recomendação de João Calmon. Apresentou-se no programa "Domingueira" apresentado por Arnaldo Amaral na Rádio Mayrink Veiga onde cantou "Crepúsculo Sertanejo", de sua autoria.

Em 1964, Luiz Gonzaga gravou no disco "A Sanfona do Povo" o baião "Não Foi Surpresa", de sua parceria com João do Vale. Em 1965, o Rei do Baião gravou a marcha junina "Piriri" (João Silva e Albuquerque). Em 1966 gravou "Crepúsculo Sertanejo" (João Silva e Rangel). No mesmo disco, "Óia eu Aqui de Novo", aparece sua primeira parceria com Luiz Gonzaga, "Garota Todeschini". Em 1968, no LP "São João do Araripe", aparecem duas composições da parceria entre os dois, "Lenha Verde" e "Meu Araripe", que se tornou um enorme sucesso.

João Silva e Luiz Gonzaga
Em 1973, no LP "Nova Jerusalém"Luiz Gonzaga gravou "O Vovô do Baião" (João Silva e Severino Ramos). Em 1974, Bastinho Calixto gravou a composição "Laura" (João Silva e Anatalício). Em 1978 compôs com Luiz Gonzaga "Umbuzeiro da Saudade". Em 1979 compôs com Pedro Maranguape "Adeus a Januário", em homenagem ao pai de Luiz Gonzaga recentemente falecido.

Em 1980, compôs com Pedro Maranguape a composição "Cego Aderaldo", gravada por Luiz Gonzaga. Em 1983, no disco "70 Anos de Sanfona e Simpatia"Luiz Gonzaga gravou três de suas parcerias, "Cidadão Sertanejo", "Forró de Ouricuri" e "Sequei os Olhos", esta uma pungente canção sobre a seca que assolou a região nordestina entre 1979 e 1983.

Em 1984, João Silva compôs com Luiz Gonzaga o forró "Pagode Russo", regravado nos anos 1990 pelo grupo Mastruz Com Leite. Em 1984, no LP "Luiz Gonzaga e Fagner", a composição de abertura do disco é "Sangue Nordestino", outra parceria de João Silva com Luiz Gonzaga.

Em 1985 no LP "Sanfoneiro Macho", o Rei do Baião gravou seis composições de parceria com João Silva, entre as quais "A Mulher do Sanfoneiro", além de "Maria Baiana" (João Silva e Zé Mocó) e "Amei à Toa" (João Silva e Joquinha Gonzaga).

Em 1986 compôs em parceria com Luiz Gonzaga "Forró de Cabo a Rabo", que deu nome ao disco de Luiz Gonzaga daquele ano e, no qual, aparecem mais duas parcerias entre os dois, e ainda "Xote Machucador" (João Silva e Dominguinhos), e "Passo Fome Mas Não Deixo"  (João Silva e Zé Mocó). No mesmo ano, Marinês em seu LP "Tô Chegando" gravou de João SilvaLuiz Gonzaga "Tá Virando Emprego", e "Amigo Velho Tocador" (João Silva e Zé Mocó).

Em 1987, mais uma de suas composições, "De Fia Pavi", feita em parceria com Oseinha, deu nome a um disco de Luiz Gonzaga, no qual aparecem ainda "Doutor do Baião", "Pobre do Sanfoneiro" e "Toca Pai", três parcerias suas com o Rei do Baião. No mesmo ano, Marinês gravou no LP "Balaio de Paixão" a canção "Danação de Gamação" (João SilvaChico Xavier), e "Olhos duidinhos" (João SilvaPedro Maranguape e Iranilson).

Em 1988 compôs com Luiz Gonzaga "Pra Que Mais Mulher", "Fruta Madura" e "Outro Amanhã Será", todas gravadas no LP "Aí Tem Gonzagão".


Em 1989, uma composição de sua parceria com Luiz Gonzaga, "Vou Te Matar De Cheiro", deu título ao último disco do Rei do Baião, no qual João Silva participou da gravação de três faixas, "Um Pra Mim, Um Pra Tu" e "Arcoverde Meu", em parceria com Luiz Gonzaga, e "Ladrão de Bode" (João Silva, Rui Moraes e Silva).

Ao todo compôs mais de 30 músicas com Luiz Gonzaga, todas gravadas pelo Rei do Baião. Teve ainda composições gravadas com sucesso pelo Trio Nordestino, entre as quais "Estou Roendo Sim" (João Silva e Anatalício), "No Galpão da Bulandeira" (João Silva e K-boclinho), "Intupidinho de Amor" (João Silva e J. B. de Aquino) e "Gamado Até Demais" (João Silva e Sebastião Rodrigues). Dominguinhos gravou, "Pode Morrer Nessa Janela", "O Galo Já Miudou" e "Cintura de Abelha".

João Silva tem cerca de 2000 composições. Entre seus parceiros estão João do Vale, Onildo Almeida, Rosil Cavalcante, Severino Ramos, Bastinho Calixto, Pedro Maranguape, Zé Mocó, Pedro CruzDominguinhos, Sebastião Rodrigues e outros.

Entre seus principais sucessos estão "A Mulher do Sanfoneiro", "Danado de Bom", "Pagode Russo", "Nem se Despediu de Mim", "Meu Araripe", "Uma Pra Mim Outra Pra Tu" e "Pra Não Morrer de Tristeza", que já teve cerca de 40 gravações.

Como produtor, produziu discos de Luiz Gonzaga, Trio Nordestino e Jackson do Pandeiro entre outros, E atuou também como arranjador.

Em 2006, o coco "Como Tudo Começou", de sua autoria, foi gravado por Dominguinhos, no CD "Conterrâneos".

Em 2012, participou da coleção tripla de CDs "Pernambuco Forrozando Para o Mundo - Viva Dominguinhos!!!", produzida por Fábio Cabral, cantando a música "Bodo Bodocó", (João Silva e José Maria Marques). A coletânea trouxe forrós diversos interpretados por 48 artistas, e que fazem referência aos 50 anos de carreira do seu inspirador: Dominguinhos. Interpretando músicas de compositores em sua grande maioria pernambucanos, fizeram parte do projeto também artistas como Acioly Neto, Adelzon Viana, Dudu do Acordeon, Elba Ramalho, Jorge de Altinho, Irah Caldeira, Liv Moraes, Hebert Lucena, Geraldo Maia, Sandro Haick, Spok, Jefferson Gonçalves, Chambinho, Joquinha Gonzaga, Maciel Melo, Luizinho Calixto, Silvério Pessoa, Walmir Silva, entre outros, além do próprio Dominguinhos.

João Silva foi agraciado com o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco em 2012.


Morte

João Leocádio da Silva foi encontrado morto, no apartamento em que morava, no Conjunto Pernambucano, em Boa Viagem. A provável causa foi um infarto. Ele estava sozinho em casa. Sua mulher e filha estavam em Aracaju para uma apresentação da enteada do compositor, Thaís Nogueira.

O corpo foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, onde chegou por volta das 21:45 hs. 

A cantora Walkiria, muito amiga do compositor, que mora em um prédio próximo, disse que estranhou porque há um dia não o via: "Do meu apartamento dava para ver ele em casa. E, quando saía para fazer caminhada ou ir ao supermercado, sempre estava encontrando com ele", comentou a cantora, uma das primeira pessoas conhecidas a chegar ao apartamento de João Silva.

João Silva foi velado na Câmara Municipal Recife, sábado, 07/12/2013, a partir das 15:00 hs. O enterro ocorreu em Arcoverde, PE, no domingo, 08/12/2013.

Indicação: Miguel Sampaio

João Araújo

JOÃO ALFREDO RANGEL DE ARAÚJO
(78 anos)
Empresário e Produtor Musical

* Rio de Janeiro, RJ (02/07/1935)
+ Rio de Janeiro, RJ (30/11/2013)

Caçula de uma família pernambucana com seis filhos, João Alfredo Rangel de Araújo nasceu no Leblon, Rio de Janeiro, em 02/07/1936 e começou sua carreira na indústria musical aos 14 anos, como auxiliar de imprensa na Copacabana Discos, que tinha em seu elenco estrelas como Ângela Maria e Elizeth Cardoso.

Passou por diversas gravadoras, incluindo a Odeon, que tinha entre suas estrelas na época Dorival Caymmi e João Gilberto, e a Philips, na qual foi diretor artístico e ajudou a lançar artistas como Caetano Veloso, Gal Costa, Jorge Ben e Djavan.

Participou da criação da Som Livre, em 1969. Na gravadora ligada às Organizações Globo, que comandou por quase quatro décadas, lançou bem-sucedidas trilhas de novelas e lançou fenômenos de venda como Xuxa. Na empresa, ele possibilitou a criação do disco "Acabou Chorare", dos Novos Baianos.

João Araújo ao lado do filho Cazuza
Sua história como empresário musical ficou em segundo plano a partir do sucesso de Cazuza, seu único filho, nascido do casamento de mais de cinco décadas com Lucinha Araújo.

Temendo acusações de nepotismo e favorecimento, João Araújo não quis ajudar o filho a princípio, mas foi convencido pelo produtor Guto Graça Melo e pelo jornalista Ezequiel Neves a lançar o disco de estreia do Barão Vermelho, em 1982.

A morte de Cazuza foi um baque do qual João Araújo jamais se recuperou. Ele evitava assistir a homenagens ao filho, como o musical teatral atualmente em cartaz.

João Araújo e Lucinha Araujo (Foto: Cristina Granato)
Além de presidir a Som LivreJoão Araújo também foi eleito presidente de honra da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), em 2007, no mesmo ano em que recebeu o prêmio Grammy Latino por sua contribuição à indústria musical.

"A trajetória de João Araújo confunde-se com a história da música brasileira moderna e seus principais movimentos musicais das últimas décadas, desde a Bossa Nova, Jovem Guarda, Tropicalismo e a consolidação do pop rock brasileiro. Sua contribuição para o fortalecimento da indústria da música no Brasil é inestimável."
(Paulo Rosa, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Discos na ocasião)

"Foi impossível não me lembrar do Cazuza. Ele teria feito alguma gozação, teria achado tudo ridículo, mas depois ia aplaudir e gostar de ver o pai ganhar esse prêmio. Cazuza não teve tempo de ter carreira internacional, ele morreu antes de ver o reconhecimento do seu trabalho fora do Brasil."
(Em entrevista a O Globo logo após ter recebido o Grammy)

João Araújo era bom apostador também no pôquer, uma de suas paixões. Tinha emoldurados, na sala de casa, os oito royal street flash -  sequência de dez ao sequências do dez ao ás, todas do mesmo naipe - que fez na vida. Um dos refúgios preferidos de Cazuza, a casa na Fazenda Inglesa, em Petrópolis, foi construída em um terreno ganho no jogo.

João Araújo foi representado por Reginaldo Faria no filme "Cazuza - O Tempo Não Para" (2004).


Morte

João Araújo morreu às 6:30 hs da manhã de sábado, 30/11/2013, em seu apartamento no Rio de Janeiro, vítima de um ataque cardíaco.

João Araújo estava com a saúde fragilizada desde que sofreu uma queda há três semanas, em Angra dos Reis, na qual fraturou a cabeça do fêmur. Internado para uma cirurgia, teve um problema nos rins detectado pelos médicos e passou por hemodiálise. Voltou para casa na segunda-feira, 25/11/2013.

"Há dois dias, fumou nove cigarros e tomou um uísque, já proibido pelos médicos. Ele já estava sentindo [que morreria]", disse o deputado federal Miro Teixeira (Pros, RJ), um dos amigos que compareceram ao velório, que aconteceu no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio.

O enterro foi marcado para as 17:00 hs de 30/11/2013 no mesmo jazigo em que está Cazuza.

Sérgio Cabral e João Araújo no lançamento do livro "O Tempo Não Para - Viva Cazuza"
(Foto: Cristina Granato)
Em nota, a Som Livre lamentou a morte de João Araújo, a quem chamou de "o mais importante executivo" de sua história.

"Ao longo de mais de 35 anos de dedicação à empresa, João estabeleceu as bases da Som Livre, que deve a ele sua história e seu sucesso. João lançou as mais importantes trilhas sonoras da teledramaturgia brasileira e abriu portas para o sucesso de alguns dos principais nomes da música nacional como Novos Baianos, Djavan, Barão Vermelho e, claro, seu querido filho Cazuza. Seu legado como executivo e produtor para a música brasileira pode ser comparado, mas não será superado. Seus amigos, ex-funcionários e admiradores aqui reunidos lhe desejam descanso em paz por eternas e maravilhosas trilhas."
(Comunicado da Som Livre)

"Ele é uma pessoa muito querida. Era um amigo pessoal muito querido e uma pessoa de uma importância enorme para a música. É uma perda muito grande!"
(Gloria Perez)

"João vai deixar um legado para a música brasileira. Ele fez história"
(Leiloca, ex-As Frenéticas)

Cazuza e seu pai João Araujo
Entre amigos e familiares, estiveram no velório as apresentadoras Xuxa e Ana Furtado, o produtor musical Luís Carlos Miele, o escritor Zuenir Ventura, a atriz Rosamaria Murtinho, o autor de novelas Gilberto Braga, os diretores da TV Globo Daniel Filho, Boninho, Ali Kamel e José Frejat, pai do músico Frejat, que foi parceiro de Cazuza no Barão Vermelho.

Xuxa chegou ao velório por volta de 15:00 hs e deixou o cemitério após quase duas horas, chorando muito, ao lado do namorado. O cantor Caetano Veloso também foi ao velório de João Araújo. Ele chegou ao local por volta de 16:30 hs. Pouco depois, a atriz Glória Pires chegou ao velório, acompanhada pelo marido Orlando Morais.

"Ele era uma pessoa muito generosa e prestou muito serviço ao país e à música. Temos que reconhecer o trabalho dele. Eu o conhecia há quase tanto tempo quanto Cazuza conheceu Frejat."
(José Frejat)

Indicação: Fadinha Veras

Paulinho Tapajós

PAULO TAPAJÓS GOMES FILHO
(68 anos)
Cantor, Compositor, Produtor Musical, Escritor e Arquiteto

* Rio de Janeiro, RJ (17/08/1945)
+ Rio de Janeiro, RJ (25/10/2013)

Paulo Tapajós Gomes Filho, mais conhecido como Paulinho Tapajós, foi um compositor, cantor, produtor musical, escritor e arquiteto brasileiro. Era filho do compositor, cantor e radialista Paulo Tapajós, com quem teve as primeiras noções de música, e de Norma Tapajós, e irmão do compositor Maurício Tapajós e da cantora Dorinha Tapajós.

Durante sua infância, costumava frequentar o auditório da Rádio Nacional, emissora da qual seu pai era diretor artístico. Cresceu em um ambiente musical, convivendo desde menino com vários artistas, como Emilinha Borba, Marlene e Radamés Gnattali, que costumavam frequentar a casa de seus pais.

Na adolescência, estudou violão com Léo Soares e Arthur Verocai, que veio a ser seu primeiro parceiro.

Paulinho Tapajós iniciou sua trajetória artística no final da década de 60, quando ainda cursava Arquitetura na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde se formou em 1971.

Participou, em 1968, do "Música Nossa", projeto realizado com o objetivo de promover encontros entre compositores e cantores em espetáculos realizados no Teatro Santa Rosa, no Rio de Janeiro. Nesse ano, teve pela primeira vez registrada uma música de sua autoria: "Madrugada" (Paulinho Tapajós e Arthur Verocai), incluída no LP "Música Nossa", em gravação de Magda.

Entre 1968 e 1970, destacou-se como compositor premiado em diversos festivais de música, com destaque para sua participação no III Festival Internacional da Canção, no qual obteve o terceiro lugar, na fase nacional, com a canção "Andança" (Paulinho Tapajós, Edmundo Souto e Danilo Caymmi), hoje com quase 300 gravações, e no IV Festival Internacional da Canção, no qual obteve o primeiro lugar na fase nacional e o primeiro lugar na fase internacional, com "Cantiga Por Luciana" (Paulinho Tapajós e Edmundo Souto), hoje com mais de 100 gravações.

Em 1969 começou a atuar também como produtor musical, função que vinha exercendo até hoje.

Na década de 70, participou de trilhas sonoras de novelas de televisão, com as seguintes canções:
  • 1970: "Irmãos Coragem" (Paulinho Tapajós e Nonato Buzar), tema de abertura da novela "Irmãos Coragem" (Rede Globo)
  • 1970: "Tema De Regina" (Paulinho Tapajós e Edmundo Souto) e "Quem Vem De Lá" (Paulinho Tapajós e Arthur Verocai), para a novela "A Próxima Atração" (Rede Globo)
  • 1970: "Assim Na Terra Como No Céu" (Paulinho TapajósNonato Buzar e Roberto Menescal), "Tema De Suzy" (Paulinho Tapajós e Roberto Menescal), "Amiga" (Paulinho Tapajós e Roberto Menescal), e o tema de abertura "Mon Ami (Fatos e Fotos)" (Paulinho Tapajós e José Roberto Bertrami), para a novela "Assim Na Terra Como No Céu" (Rede Globo)
  • 1970: "Onde Você Mora" (Paulinho Tapajós e Edmundo Souto), para a novela "Verão Vermelho" (Rede Globo)
  • 1971: "I Get Baby" (Paulinho Tapajós e Artur Verocai), para a novela "O Cafona" (Rede Globo)
  • 1971: "Tia Miquta" (Paulinho Tapajós e Arthur Verocai), para a novela "Minha Doce Namorada" (Rede Globo)
  • 1972: "É Natural" (Paulinho Tapajós e Antonio Adolfo), para a novela "Tempo De Viver" (Rede Bandeirantes)
  • 1973: "A Donzela" (Paulinho Tapajós e Naire), para a novela "As Divinas E Maravilhosas" (Rede Tupi)


Em 1972, iniciou sua carreira de intérprete, gravando, com sua irmã Dorinha Tapajós, o compacto duplo "Paulinho e Dorinha", contendo suas canções "É Natural" (Paulinho Tapajós e Antonio Adolfo), "O Profeta", "O Triste" (Paulinho Tapajós e Roberto Menescal) e "Vivências" (Paulinho TapajósChico Lessa e Edmundo Souto).

Em 1974, gravou seu primeiro LP, "Paulinho Tapajós", com destaque para "Se Pelo Menos Você Fosse Minha" (Paulinho Tapajós e Roberto Menescal), "Clara" (Paulinho Tapajós e Arthur Verocai) e "Andança" (Paulinho TapajósEdmundo Souto e Danilo Caymmi), entre outras.

Em 1979, lançou o LP "A História Se Repete", destacando-se as canções "Sapato Velho" (Paulinho TapajósMu Carvalho e Claudio Nucci), "Pera, Uva Ou Maçã" (Paulinho Tapajós e Arthur Verocai) e "Cantiga Por Luciana" (Paulinho Tapajós e Edmundo Souto), além da faixa-título, composta em parceria com Sivuca, entre outras.

Na década de 80, voltou a participar de trilhas sonoras de novelas de televisão, com as canções "No Tempo Dos Quintais" (Paulinho Tapajós e Sivuca), para a novela "Água Viva" (Rede Globo, 1980), "Coisas Do Coração" (Paulinho Tapajós e Mu Carvalho), para a novela "Os Ricos Também Choram" (SBT, 1982) e "Minha Pequena Princesa" (Paulinho Tapajós e Mu Carvalho), para a novela "O Direito De Amar" (TV Globo, 1987).

Lançou, em 1981, o LP "Amigos e Parceiros", no qual registrou suas canções "Coisas De Mãe", "O Choro Do Bruno" (Paulinho Tapajós e Abel Ferreira), "Seja O Que Deus Quiser" (Paulinho Tapajós e Ivan Lins), "Abel E Caim" (Paulinho Tapajós e Maurício Tapajós), "Amiga" (Paulinho Tapajós e Roberto Menescal) e "No Tempo Dos Quintais" (Paulinho Tapajós e Sivuca), entre outras.

Ivan Lins e Paulinho Tapajós
Em 1983, gravou o LP "Coisas Do Coração", com destaque para as canções "Aguapé" (Paulinho Tapajós e Edmundo Souto), "Cabelo De Milho" (c/ Sivuca), "Canção de esperar neném" (c/ Beth Carvalho) e "Filha da noite" (Paulinho Tapajós e Sivuca), além da faixa-título, composta em parceria com Mu Carvalho.

No ano seguinte, a Escola de Samba Unidos do Cabuçu venceu o Desfile das Escolas de Samba do Grupo 1 do Rio de Janeiro com "Beth Carvalho, A Enamorada Do Samba", samba-enredo de sua autoria, em parceria com Edmundo Souto, Iba Nunes e Luís Carlos da Vila. Ainda em 1984, compôs, com Antonio Adolfo e Xico Chaves, a trilha sonora do musical infantil "Astrofolias" (1984), de Ana Luíza Job, e participou da trilha sonora da peça "Sapatinho De Cristal", encenada por Lucinha Lins, com a música "Juntando Trapinhos" (Paulinho TapajósAry Sperling e Paulinho Mendonça).

Em 1986, publicou uma parte de sua obra, como compositor e letrista, no livro "De Versos", que recebeu ilustrações de Ziraldo. Nesse mesmo ano, assinou, com Antonio Adolfo e Xico Chaves, a trilha sonora do musical infantil "Passa, Passa, Passará", de Ana Luíza Job.

Atuou também na área publicitária, tendo realizado trabalhos de criação e produção de jingles para campanhas de clientes como Mesbla, Caderneta de Poupança Delfin, Du Loren, Classificados do Globo, Mister Pizza, Morumbi ShoppingVila Borghese, entre outros.

Paulinho Tapajós Participou de trilhas sonoras para o teatro, tendo assinado as versões para o espetáculo "Promisses, Promisses".

No cinema, teve músicas de sua autoria incluídas nas trilhas sonoras dos filmes "André, A Cara E A Coragem", "Se Segura, Malandro", "Os Vagabundos Trapalhões", "As Moças Daquela Hora", "Os Trapalhões Na Serra Pelada", "João E Maria", "Os Trapalhões Na Arca De Noé", "O Donzelo", "A Revolta Dos Anjos", "Galinho De Briga", "The Last Fight" e "Xuxa - Duendes 2".


Publicou os seguintes livros infantis: "Verde Que Te Quero Ver" (Paulinho Tapajós e Edmundo Souto) e o didático "Aprenda Com A Turma Do Verde" (Paulinho Tapajós e Edmundo Souto), tematizando a questão ecológica, "Eternos Meninos", "Janjão, O Anjo Doidão", "Pé De Sonhos", "Amor De Índio", "Cometa Coração", "Victor James", "Boi Da Cara Pintada", cujo texto remete ao movimento dos "caras-pintadas" no contexto do impeachment de Fernando Collor, e "Betinho, Corpo Magrinho, Coração Grandão", uma homenagem ao sociólogo Betinho e sua campanha pela cidadania. Adaptou para o teatro, em forma de musical, os livros "Verde Que Te Quero Ver" (Paulinho Tapajós e Edmundo Souto), "Eternos Meninos" e "Janjão, O Anjo Doidão".

As trilhas sonoras de "Verde Que Te Quero Ver" (Paulinho Tapajós e Edmundo Souto) e "Eternos Meninos", foram lançadas em LP. Adaptou Verde Que Te Quero Ver" para televisão, assinando também a produção musical do especial, exibido em 1984 pela Rede Globo, com a participação de Beth Carvalho, A Cor do Som, Lucinha Lins,  Viva Voz, entre outros.

Ainda na área infantil, foi responsável pela produção de "Brinque-Book: Canta E Dança II" (livro e fita cassete), que registrou uma leitura contemporânea de cantigas de roda, com destaque para "O Cravo Brigou Com A Rosa", "Na Mão Direita Tem Uma Roseira", "Meu Limão, Meu Limoeiro", "Trem De Ferro""Marcha Soldado", entre outras. No início da década de 1990, compôs a trilha sonora da peça infantil "Floresta Tenebrosa".

Em 1991, participou do projeto "Poeta Mostra A Tua Cara", criado e dirigido por Solange Kafuri, interpretando suas próprias canções.

Em 1996, lançou o CD "Coração Poeta", que incluiu suas canções "Irmãos Coragem" (Paulinho Tapajós e Nonato Buzar), "Assim Na Terra Como No Céu" (Paulinho TapajósRoberto Menescal e Nonato Buzar), "Tô Com O Diabo No Corpo" (Paulinho Tapajós e Sivuca), além da faixa-título, composta em parceria com Nelson Cavaquinho, e das regravações de "Sapato Velho", "Cantiga Por Luciana", "Cabelo De Milho", "Andança", "No Tempo Dos Quintais""Amiga", entre outras. O disco contou com a participação especial de Ivan Lins, Danilo Caymmi, Fagner, Beth Carvalho, MPB-4Sivuca, João Nogueira e Chico Buarque.


Em 1998, gravou o CD "Reencontro", no qual registrou suas canções "Do Fundo Do Armário" (Paulinho Tapajós e Nelson Cavaquinho), "Meu Braço De Violão" (Paulinho Tapajós e Raul Ellwanger), "Joatinga" (Paulinho TapajósEdmundo Souto e Beth Carvalho) e "Patins" (Paulinho Tapajós e Claudio Nucci), entre outras. A faixa-título, composta em parceria com Edmundo Souto e Danilo Caymmi, remete aos 30 anos de "Andança", canção emblemática na carreira dos compositores. O disco contou com a participação especial de Beth Carvalho, Claudio Nucci, Danilo Caymmi, Fagner, Golden Boys, Ivan Lins, além da Velha Guarda da Mangueira na faixa "Ao Chico, Com Carinho" (Paulinho TapajósEdmundo Souto e Moacyr Luz), uma homenagem ao compositor Chico Buarque.

Em 1999, participou do Festival de Inverno de Conservatória, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, apresentou-se, com Guilherme de Brito, no Vinicius Piano Bar, também no Rio de Janeiro. No espetáculo, além de canções próprias, a parceria inédita, "Alma Gêmea".

Paulinho Tapajós participou, no ano seguinte, "Encontro Galego No Mundo - Latim Em Pó", realizado em Santiago de Compostela.

Assinou, em 2002, a produção musical do Acústico de Jorge Benjor (CD, DVD e musical de televisão).

Participou, em algumas gestões, da diretoria da União Brasileira de Compositores (UBC).

Em 2003, foi lançado o CD "O Lirismo De Paulinho Tapajós", contendo canções de sua autoria interpretadas por Gerli e Haroldo Goldfarb. O disco foi contemplado, no ano seguinte, com o prêmio Melhor CD Tributo pelo Jornal das Gravadoras.

Em 2005, lançou o CD "Viola Violão" (Dabliú), em parceria com Marcello Lessa, com releituras de "Andança", "Aguapé", "Cabelo de Milho" e "Menininha do Portão", sendo o restante das composições inéditas, a maioria delas em parceria com Marcello Lessa. Destaque para "Chorinho Pro Meu Violão" e "Bonequinha Sapeca", além da música que dá título ao disco, esta em parceria com Claudio Nucci. Este CD contou com a participação especial de Lucinha Lins, Claudio Nucci e Simone Guimarães. Nesse mesmo ano, publicou, pela editora Nova Fronteira, os livros "A Lenda Da Vitória-Régia" e "A Lenda Do Uirapuru", abrindo a série "Lendas Brasileiras".

Em 2006 lançou, também com Marcello Lessa, o CD "Par Ou Ímpar" pelo selo Kuarup e posteriormente em nova edição pela CID, com releituras de "Sapato Velho", "Irmãos Coragem", "Cantiga Por Luciana", "No Tempo Dos Quintais", "Coisas Do Coração" e "Coração Poeta", além de inéditas em parceria com Marcello Lessa, com destaque para a música que dá título ao disco e ainda "Veludo Azul" e "Baixo Leblon". O disco contou com a participação especial de Wanda Sá, Luis Melodia, Claudia Telles e Eudes Fraga.

No dia 29/08/2007, foi homenageado pelo Instituto Cultural Cravo Albin na série "Sarau Da Pedra", No evento, foi afixada no Mural da Música do instituto uma placa com seu nome, a ele dedicada pela relevância de sua obra musical.

Em 2008, lançou pela CID o CD solo "Preparando A Canção", com releituras de "Pera, Uva Ou Maçã" e "A Velha", sendo o restante do repertório composto de músicas inéditas, com destaque para "Beijos", em parceria com Cartola, "A Companheira", em parceria com Guilherme de Brito, e ainda "Coração Vadio", "Estrela da Manhã", "Forró Pra Namorar" e "Minha Guanabara", em parceria com Claudio Nucci, além da música que dá titulo ao disco, de sua exclusiva autoria.


Morte

Paulinho Tapajós, morreu na sexta-feira, 25/10/2013, no Rio de Janeiro, aos 68 anos. Ele lutava contra um câncer havia anos. O velório será no sábado, 26/10/2013, no Cemitério São João Batista, a partir das 9:00 hs.

O primo de Paulinho Tapajós noticiou a morte no Facebook:

"Nesse momento recebi com muito pesar a notícia de falecimento do meu primo e amigo Paulinho Tapajós. Começamos juntos a carreira musical. Paulinho era um poeta de infinita grandeza. Estou muito triste com essa notícia embora soubesse que era inevitável e o melhor pra ele. Paulinho lutou bravamente contra um câncer. Foram uns seis anos de sofrimento intenso. Meus pêsames Heloísa. Querido amigo descanse em paz e até algum dia. Um beijo de luz na sua alma."

Fonte: Paulinho Tapajós e O Globo