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Léu

WALTER PAULINO DA COSTA
(82 anos)
Cantor e Violeiro

☼ Itajobi, SP (02/04/1937)
┼ Ibiraci, MG (16/05/2019)

Walter Paulino da Costa, conhecido artisticamente por Léu, foi um cantor nascido em Itajobi, SP, no dia 02/04/1937. Junto com o irmão Lincoln Paulino da Costa, o Liu, formaram a dupla sertaneja Liu & Léu.

Membros de uma família tradicional de cantadores de nove irmãos, sendo duas mulheres, cresceram na lavoura de café e cereais, onde viveram parte de suas vidas e sempre participando de festas de catiras. Na dança da catira o grupo era formado pelas famílias Costa e Vieira. Lincoln, além de dançar catira, era romântico, gostava de declamar poesias e até de cantar músicas de Vicente Celestino.

Walter aos seis anos de idade subia numa cadeira para cantar com o irmão mais velho, o Benedito, e já fazia parte do time de catira. Com 16 anos fez dupla com um amigo e participavam de programas na rádio de Novo Horizonte e também em Catanduva. Nesta época a dupla chamava-se Sampaio & Nenê Cunha. Faziam shows pela região, e o Liu participava declamando poesias e fazendo humorismo.

O pai, Gabriel, já cansado, deixou a vida dura da lavoura indo para a cidade, e foi aí que os dois irmãos decidiram ir para a capital São Paulo para trabalhar numa metalúrgica, a Mercantil Suíça. Aguardando para assumirem o trabalho foram assistir a festa de aniversário do programa "Brasil Caboclo" na Rádio Bandeirantes, na Rua Paula Souza, programa de auditório que ia ao ar diariamente as 7 horas da manhã.

Liu & Léu
Neste programa, radialistas como Biguá, Zacharias Mourão Capitão Balduíno tomaram conhecimento que os dois visitantes eram irmãos de Zico & Zéca, e primos de Vieira & Vieirinha que já eram duplas famosas, então pediram para que os dois irmãos cantassem uma música.

Foi então que cantaram com instrumentos emprestados a música de Dino Franco e Sebastião Victor "Meu Ranchinho". De agrado geral, marcou-se ali mesmo a estréia para o dia 05/11/1957, no programa "Novidade Sertaneja" apresentado por Zacharias Mourão. Compraram uma viola e um violão e escolheram os nomes. O Lincoln já era apelidado por Liu e aí foi só acrescentar Léu para o Walter. Nascia ali a dupla Liu & Léu.

A dupla tornou-se conhecida pelos circenses através do rádio, e começaram a se apresentar em circos pelos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Mato Grosso, acompanhados durante um bom tempo pelo amigo e grande radialista Muibo Cury que se apresentava como humorista usando o nome de Nho Tião.

Em abril de 1959, convidados por Teddy Vieira diretor artístico da Chantecler, gravaram o primeiro 78 rotações com a moda de viola "Rei do Café" (Teddy Vieira e Carreirinho) e do outro lado "Carreiras de Cururu" (Piraci, Biguá e Teddy Vieira).

Liu & Léu
Em junho de 1959, gravaram a toada "Boiadeiro Errante" (Teddy Vieira), música que se tornou um clássico, personalizando a dupla e mantendo-se em sucesso permanente, e na outra face do disco a música "Baile na Roça" (Teddy Vieira e Zico).

Com o término do compromisso na Rádio Bandeirantes, transferiram-se para a Rádio Nove de Julho participando semanalmente do programa "Prelúdio Sertanejo", que ia ao ar as seis horas da tarde com auditório, até o ano de 1962 período em que gravaram mais 6 discos de 78 rotações. Neste mesmo ano houve grandes mudanças, gravaram o primeiro LP intitulado "Nosso Rancho" pela gravadora Continental, e receberam o troféu pela música "Meu Ranchinho" (Dino Franco e Sebastião Vitor) de Melhor Música do Ano. Em seguida foram para a Rádio Nacional de São Paulo permanecendo lá durante muitos anos.

Liu & Léu participaram também do primeiro programa "Viola Minha Viola" na TV Cultura. Contratados pela Rádio Record participavam do Programa "Linha Sertaneja Classe A" e paralelamente apresentavam-se em programas de televisão.

Liu & Léu
Em 1978, Liu & Léu criam o selo Tocantins onde lançaram vários artistas, e a própria dupla, destacando neste período os sucessos: "Sementinha", "Mãe de Carvão", "O Ipê e o Prisioneiro", "Jeitão de Caboclo", "Ano 2000", "Porta", "Cadeia de Papel", "Velho Pouso de Boiada", "Prato do Dia", "25 de Dezembro" e "Legítimo Doutor".

Ao todo somam-se 32 LPs pelas gravadoras Continental, Chantecler, RCA Victor, Copacabana e Tocantins, e 17 CDs em várias outras.

Ao longo da carreira permaneceram em destaque as músicas, "Rei do Café", "Boiadeiro Errante", "Adeus Minha Terra", "Rainha do Paraná", "Caminheiro", "Dona Saudade", "Onde Eu Moro", "Buscando a Felicidade" e outros.

Em 2002 foi lançado o CD "Jeitão de Caboclo" pela gravadora Atração, que em 2003 recebeu a indicação para o Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum de Música Regional.

Liu & Léu
No ano de 2005 participaram, na casa de shows Olímpia, da gravação do DVD "100% Caipira" com a música "Jeitão de Caboclo".

Em 2008 gravaram mais um trabalho brilhante, em comemoração aos 50 anos de carreira da dupla.

Em 55 anos, Liu & Léu tiveram uma carreira brilhante, coroada de muito sucesso. Gravaram ao longo de sua carreira um total de 11 discos 78 rpm, 28 LPs, 02 CDs de lançamento e 15 CDs de coletânea.

Liu & Léu receberam de Dino Franco o slogan que define o real valor da dupla. São considerados "A Expressão Máxima da Música Sertaneja".

A dupla se desfez com o falecimento de Liu em 05/08/2012. Após a morte de seu parceiro na música, Léu passou a cantar com seu irmão Lourenço e o violeiro Joãozinho.

Morte

Walter Paulino da Costa, o Léu, faleceu na quinta-feira, 16/05/2019, aos 82 anos, em São Paulo, SP, de causas não divulgadas. Ele tinha completado 82 anos no último 02/04/2019.

O corpo de Léu foi velado no Cemitério Chora Menino, em Santana, na noite de quinta-feira, 16/05/2019, até a manhã de sexta-feira. O corpo de Léu foi cremado na manhã de sexta-feira, 17/05/2019, no Cemitério da Vila Alpina, Zona Leste de São Paulo.

Discografia

  • 1962 - Nosso Rancho (Caboclo)
  • 1963 - Felicidade de Caboclo (Caboclo)
  • 1965 - Dona Saudade (Chantecler)
  • 1966 - Onde Eu Moro (Chantecler)
  • 1967 - A Coroa do Sucesso (Chantecler)
  • 1967 - Paulistas x Mineiros (Com Duo Guaraní) (Chantecler)
  • 1968 - Minhas Trovas (Chantecler)
  • 1969 - Perto do Coração (Chantecler)
  • 1969 - Rainha do Paraná (Chantecler)
  • 1970 - Liu & Léu (RCA Camden)
  • 1970 - Boiadeiro Errante (Disco Lar)
  • 1971 - Minha Terra (RCA Camden)
  • 1972 - Amarga Saudade (Tropicana)
  • 1972 - E Vamos Nós (Chantecler)
  • 1973 - O Menino da Porteira (Tropicana)
  • 1973 - Liu & Léu (Tropicana)
  • 1973 - Amanhecer na Minha Terra (Continental)
  • 1974 - Liu & Léu (Cartaz)
  • 1974 - Gente Que Eu Gosto (Continental)
  • 1975 - Porque Te Amo (Continental)
  • 1976 - Dona Saudade (Chantecler)
  • 1976 - Liu & Léu (Continental)
  • 1976 - Caboclo Abençoado (Beverly/AMC)
  • 1977 - Mulher da Minha Vida (Beverly/AMC)
  • 1977 - Caminheiro (Continental)
  • 1978 - Edição Limitada (Phonodisc)
  • 1979 - Os Grandes Sucessos (Chantecler)
  • 1980 - Sementinha (Tocantins)
  • 1980 - Seleção de Ouro (Tocantins)
  • 1981 - Adeus Minha Terra (Tocantins)
  • 1981 - Boiadeiro Errante (Chantecler)
  • 1983 - O Ipê Florido (Tocantins)
  • 1984 - Jeitão de Caipira (Tocantins)
  • 1986 - Cadeia de Papel (Tocantins)
  • 1989 - Mãe de Carvão (Tocantins)
  • 1994 - Som da Terra (Chantecler/Warner)
  • 1994 - Som da Terra - Segunda Edição (Chantecler/Warner)
  • 1996 - Ano 2000 (Tocantins)
  • 1997 - Tardes Morenas de Mato Grosso (Tocantins)
  • 1997 - O Rei do Gado (Tocantins)
  • 1997 - Raízes Sertanejas (EMI)
  • 1997 - Liu & Léo (Sabía)
  • 1997 - Luar do Sertão (RCA/BMG)
  • 1999 - Saudade da Minha Terra (Allegretto)
  • 2000 - Raízes da Música Sertaneja (Chantecler/Warner)
  • 2001 - Grandes Sucessos - Volume 01 (Movieplay)
  • 2001 - Grandes Sucessos - Volume 02 (Movieplay)
  • 2001 - Sucessos que Sempre Marcam (Chantecler/Warner)
  • 2001 - O Ipê Florido (Tocantins)
  • 2002 - Adeus Minha Terra (Tocantins)
  • 2002 - Alma Sertaneja (EMI)
  • 2002 - Jeitão de Caboclo (Atração)
  • 2003 - O Dom De Ser Caipira (Com Zico & Zéca e As Galvão)
  • 2007 - 50 anos (Laser Records)
  • 2012 - Liu & Leu - 60 anos (Radar Records)

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Tibério Gaspar

TIBÉRIO GASPAR RODRIGUES PEREIRA
(73 anos)
Cantor, Compositor, Produtor Musical e Violonista

☼ Rio de Janeiro, RJ (11/09/1943)
┼ Rio de Janeiro, RJ (15/02/2017)

Tibério Gaspar Rodrigues Pereira foi um violinista, produtor musical e compositor brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 11/09/1943. Gaspar é autor de várias composições que foram sucessos na voz de Wilson Simonal, além de "Sá Marina", "BR-3" e "Teletema".

Iniciou sua carreira profissional em 1967, trabalhando em parceria com Antônio Adolfo. As primeiras composições da dupla foram "Caminhada", finalista do II Festival Internacional da Canção (FIC), "Tema Triste" e "Rosa Branca". Ainda nesse ano, teve registrado pela primeira vez seu trabalho de compositor, com a gravação da composição "Caminhada", por Agostinho dos Santos.

Em 1968 "Sá Marina" (Tibério Gaspar e Antônio Adolfo) foi gravada, com enorme sucesso, por Wilson Simonal. Também nesse ano, trabalhou na produção e direção musical do evento "Música Nossa" (Teatro Santa Rosa, RJ), ao lado de Roberto Menescal, Mário Telles, Ugo Marotta e Paulo Sérgio Valle.

Em 1969 participou do IV Festival Internacional da Canção (FIC) com "Juliana" (Tibério Gaspar e Antônio Adolfo), defendida pelo conjunto A Brazuca e classificada em 2º lugar no evento.

Em 1970 representou o Brasil na Olimpíada da Canção de Atenas, na Grécia, com "Teletema" (Tibério Gaspar e Antônio Adolfo), defendida por Evinha e classificada em 2º lugar. Nesse mesmo ano, venceu o V Festival Internacional da Canção (FIC) com "BR3" (Tibério Gaspar e Antônio Adolfo), defendida por Tony Tornado e Trio Ternura.

Participou, como compositor, de trilhas sonoras para o cinema, com destaque para os filmes "O Matador Profissional" (1969), "Balada dos Infiéis" (1970), "Ascenção e Queda De Um Paquera" (1970), "Memórias De Um Gigolô" (1970), "O Enterro Da Cafetina" (1971), "Romualdo e Juliana" (1971) e "Beth Balanço" (1984).


Ainda como compositor, teve músicas incluídas em trilhas sonoras de novelas da TV Globo, como "Véu De Noiva" (1969), "Verão Vermelho" (1969), "Assim Na Terra Como No Céu" (1970), "Irmãos Coragem" (1970) e "O Cafona" (1971).

Classificou composições em vários festivais, tais como II Canta Rio-Sul, Festival de Alegre, Festival de São Silvério, Festival de São Simão, Festival de Pinheiros, Festival de Boa Esperança, XV Festival Antense da Canção, Festival de Ilha Solteira, Festival de Piraí, Festival de Juiz de Fora, Festival de Diamantina, Festival de Itumbiara e Festival de Montanha, além dos já citados. 

Tibério Gaspar participou da produção de discos de artistas como Antonio Adolfo & A Brazuca, Ruy Maurity, Tony Tornado, Cristina ConradoEudes Fraga, entre tantos outros, além de ter assinado, para a Prefeitura de Sapucaia, a produção do CD do "XV Festival Antense da Canção".

Trabalhou também na área publicitária, tendo ocupado, em 1977 e 1978, o cargo de diretor geral da Aquarius Produções, responsável pela produção de inúmeras peças publicitárias para todo o Brasil. Compôs jingles para clientes como Leite Gogó, Sérgio Dourado, Caixa Econômica Federal, Adidas, Caderneta de Poupança Letra, Caderneta de Poupança Delfim, Carrocerias Randon, Sudantex, Lanjal, Coca-Cola, dentre outros.

Criou e produziu, em 1986, o jingle institucional de fim de ano da Rede Manchete de Televisão.

Como produtor de televisão, atuou, com Lúcio Alves no III Festival Universitário (TV Tupi) e no programa "Som Livre Exportação" da TV Globo, no qual participou também como apresentador, ao lado de Elis Regina, Rita Lee, Suzana de Moraes e Ivan Lins.

Antonio Adolfo e Tibério Gaspar
Trabalhou na produção e direção de shows de artistas como Ruy Maurity e Belchior (Teatro Carioca), Antonio Adolfo & A Brazuca (Teatro Casa Grande), Johnny Alf (Teatro de Bolso), Tony Tornado (Teatro Copacabana Palace), Maria Alcina (Teatro Copacabana Palace), Nonato Buzar (Hotel Intercontinental), Leonardo Ribeiro (Vinicius Piano Bar), Cristina Conrado (People e Mistura Fina), além de ter dirigido a cantora Elza Soares no show "Passaporte" (Teatro Rival).

Como intérprete de suas composições, lançou, em 2002, o CD "Tibério Canta Gaspar".

Em 2004 o parceiro Sidney Mattos interpretou as faixas "Ia-Kekerê" e "Nossos Meninos", parceria de ambos, no CD "Boas Novas", de Sidney Mattos.

Em 2005 representou o Brasil no Festival Internacional de Viña del Mar com a composição "Matilde" (Tibério Gaspar e Guto Araújo), interpretada pela cantora Cristina Conrado.

No ano de 2015 lançou o CD "Caminhada", no qual interpretou as faixas "A Voz Da América" (Tibério Gaspar e Nonato Buzar), "Caminhada" (Tibério Gaspar e Antônio Adolfo), "Companheiro" (Tibério Gaspar e Naire Siqueira), "Coração Maluco", "Dança Mineira" (Tibério Gaspar e Aécio Flávio), "Dono Do Mundo" (Tibério Gaspar e Antônio Adolfo), "Luz Na Escuridão", "O Melhor Amigo", "Será Que Eu Pus Um Grilo Na Sua Cabeça?" (Tibério Gaspar e Guilherme Lamounier), "Sideral" (Tibério Gaspar, Durval Ferreira e Valdir Granthon), "Vê Ser Vê" (Tibério Gaspar e Rubão Sabino) e "Vitória Do Bem" (Tibério Gaspar).

Entre seus intérpretes constam Wilson Simonal, Erasmo Carlos, Leoni, Cristina Conrado, Elis Regina, Luiz Melodia, Denise Pinaud, Antonio Adolfo & A Brazuca, Agostinho dos Santos, Andréa Montezuma, Pery Ribeiro, Golden Boys, Paula Toller, Tim Maia, Marinês, Maysa, Emílio Santiago, Wanderléa, Tony Tornado, Regininha, Evinha, Claudette Soares, Dóris Monteiro, Luiz Cláudio, Luiz Camilo, Taiguara, Zizi Possi, Dalto, Leonardo Ribeiro, Toots Thieleman, Antoine, Herb Albert & Tijuana Brass, Sérgio Mendes & Brasil 77, Earl Klug, Joe CockerStevie Wonder, Márcio Lott, entre tantos outros.

Morte

No dia 29/01/2017, o músico passou mal no Teatro Glaucio Gill, na passagem de som para um show em homenagem a Tom Jobim, e foi levado para o Hospital Miguel Couto. No período em que ficou internado, sua saúde piorou com uma infecção e ele veio a falecer vítima de septicemia às 12h00 de quarta-feira, 15/02/2017, aos 73 anos, no Rio de Janeiro, RJ.

O velório de Tibério Gaspar aconteceu na quinta-feira, na capela 9 do Cemitério São João Batista. O sepultamento foi às 17h00.

Pelo Facebook, Antônio Adolfo lamentou a morte do artista:

"Profundamente triste com o falecimento de meu querido amigo e parceiro. Vamos ficar com a lembrança de Tibério, amigo de todas as horas, grande poeta, compositor, e tantas outras qualidades: justiça, raça, fibra, carisma, dedicação ao próximo etc. Gostaria de ter sua poesia para poder escrever coisas mais bonitas e profundas, como as que você sempre escreveu e mereceu!"

Discografia
  • 2015 - Caminhada (Selo Kriok Produções, CD)
  • 2002 - Tibério Canta Gaspar (Independente, CD)

Helio Matheus

HELIO MATHEUS
(76 anos)
Cantor, Compositor e Instrumentista

☼ Rio de Janeiro, RJ (05/07/1940)
┼ Rio de Janeiro, RJ (10/02/2017)

Helio Matheus foi um cantor, compositor e instrumentista nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 05/07/1940.

Helio Matheus ganhou um violão do pai aos 12 anos e com ele aprendeu a tocar o instrumento. Ainda jovem começou a fazer as primeiras composições. Depois da morte da mãe deixou a carreira artística por algum tempo em foi morar na cidade de Três Pontas, em Minas Gerais.

Após trabalhar em usinas de açúcar e como balconista em lojas de discos, passou a se apresentar em boites do Rio de Janeiro e São Paulo, cidade onde morava na mesma pensão que Tom Zé, que o incentivou a dar aulas de violão enquanto cantava na noite.

Pouco depois, foi apadrinhado pelo cantor e compositor Ataulfo Alves, que o incentivou a voltar para o Rio de Janeiro.

Contratado pela RCA Victor, lançou o primeiro disco em 1968, um compacto simples com as marchas "Elefantinho de Marfim" e "Caixinha de Música", parcerias suas com Klécius Caldas.

Em 1969, inscreveu-se no Festival Internacional da Canção da TV Globo com a música "Comunicação", parceria com Édson Alencar, defendida pela cantora Vanusa.


Em 1970 a cantora Elis Regina gravou "Comunicação" em seu LP "Em Pleno Verão", e também Dóris Monteiro. Era o que faltava para que o compositor ganhasse a atenção de destacados cantores da época.

Em 1973, lançou novo compacto simples com as composições "Eu, Réu, Me Condeno" e "Feijão Com Farinha", ambas de sua autoria.

Em 1974, emplacou dois grandes sucessos nas paradas nacionais: o samba de breque "Camisa Dez", na voz de Luiz Américo, e a romântica "Meu Segredo", cantada por Antônio Marcos.

Em 1975, lançou seu primeiro LP, que contou com a produção de Oberdan Magalhães, da Banda Black Rio e o conjunto Azymuth como banda de apoio, no qual interpretou as composições "Marraio", "Mais Kriola", "Meu Diário", "Meu Mundo de Monstros e Fantasias", "Você Se Foi", "Meu Segredo" e "Ausência", todas de sua autoria, "Cidadezinha" (Helio Matheus e Edinho), "Camisa 10" (Helio Matheus e Luis Vagner) e "Briguenta" (Helio Matheus e Cidinho), além de seu grande sucesso, "Comunicação" (Helio Matheus e Édson Alencar). Ainda em 1975, participou da coletânea "Sambão da Pesada - Nº 3" interpretado "Comunicação" (Helio Matheus e Édson Alencar) e "Camisa 10" (Helio Matheus e Luis Vagner).

Em 1977, foi contratado pela Som Livre e lançou um compacto duplo com as músicas "Boi da Cara Branca", "Sozinho Amando", "O Poeta e a Lua" e "A Gota", todas de sua autoria. No mesmo ano, sua composição "O Poeta e a Lua", foi incluída na trilha sonora da novela da TV Globo "À Sombra dos Laranjais". Fez parte do LP "Miami, Julio 1977", da Som Livre, destinado ao mercado americano e latino com as músicas cantadas em castelhano. No LP interpretou as músicas "Solo Amando" e "La Gota", ambas de sua autoria com versões de Don Beto. Sua composição "Boi da Cara Branca" foi incluída na trilha sonora da novela "O Astro" (1977), da TV Globo.


Em 1978, a coletânea "Globo de Ouro - Volume 4", da Som Livre, incluiu sua gravação da música "Boi da Cara Branca", também incluida em 1979, no LP "Grandes Sucessos Som Livre".

Vieram, porém, a separação de Jane, sua primeira mulher, e outros problemas pessoais. No início da década de 1980, Helio Matheus rompeu com João Araújo, fundador da Som Livre, e trocou Copacabana por São Paulo, onde foi trabalhar na Sociedade Independente de Compositores e Autores Musicais (SICAM).

Ainda teve músicas gravadas por artistas como Sérgio Reis e Jair Rodrigues, mas os dias de sucesso já haviam passado.

Em 1991, o LP "Mensagem de Amor" incluiu sua composição "Sozinho Amando".

Casou-se novamente com Tânia e viu nascerem mais duas filhas, Heliana e Luciana, mas o alcoolismo o afastou da família.

Nos últimos anos, Helio Matheus morou em três albergues públicos de São Paulo, onde tinha sem-tetos como companheiros. Com problemas de locomoção por causa de dois AVCs, aceitou relutante uma transferência para o Retiro dos Artistas.

Morte

Helio Matheus morreu na sexta-feira, 10/02/2017, no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Ele estava internado há duas semanas em decorrência de uma pneumonia e três AVCs. O sepultamento acontecerá no sábado, 11/02/2017, às 10h30, no Cemitério do Caju.

Discografia

  • 1978 - Boi da Cara Branca / A Gota (Som Livre, Compacto Simples)
  • 1977 - Boi da Cara Branca / Sozinho Amando / O Poeta E A Lua / A Gota (Som Livre, Compacto Duplo)
  • 1975 - Helio Matheus (RCA Victor, LP)
  • 1973 - Eu, Réu, Me Condeno / Feijão Com Farinha (RCA Victor, Compacto Simples)
  • 1968 - Elefantinho de Marfim / Caixinha de Música (RCA Victor, Compacto Simples)

Indicação: Miguel Sampaio

André Filho

ANTÔNIO ANDRÉ DE SÁ FILHO
(68 anos)
Compositor, Cantor, Arranjador, Percussionista, Instrumentista e Radialista

☼ Rio de Janeiro, RJ (21/03/1906)
┼ Rio de Janeiro, RJ (02/07/1974)

Antônio André de Sá Filho, mais conhecido com André Filho, foi um ator, multiinstrumentista (piano, violão, bandolim, violino, banjo, percussão), radialista, compositor e cantor brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 21/03/1906.

Ficou órfão muito cedo, sendo por isso criado pela avó. Começou a estudar música erudita aos oito anos com Pascoale Gambardella. Estudou, anos depois, vários instrumentos como violão, violino, piano, bandolim, dedicando-se, então, à música popular brasileira.

Formou-se em Ciências e Letras no Colégio Salesiano de Niterói, RJ, onde foi colega de Almirante.

Na década de 1940, esteve internado com problemas psíquicos, que, somados a alguns outros, acabaram por fazê-lo abandonar a vida artística.

André Filho é autor de muitos sucessos, entre os quais a marcha "Cidade Maravilhosa" que se tornou o hino da cidade do Rio de Janeiro. Por isso virou uma figura histórica do Rio de Janeiro, além de ser o parceiro de Noel Rosa no samba "Filosofia".

André Filho começou a carreira artística cantando na Rádio Educadora. Foi arranjador, compositor de jingles, locutor de várias emissoras como a Rádio Tupi, Rádio Mayrink Veiga, Rádio Phillips e Rádio Guanabara.


Sua primeira composição a ser gravada foi "Velho Solar", em 1929, pela Parlophon, interpretada por Henrique de Melo Moraes, o tio de Vinícius de Moraes. No mesmo ano, Ascendino Lisboa lançou o samba "Dou Tudo".

Em 1930, Carmen Miranda lançou duas músicas suas pela RCA Victor, o samba "O Meu Amor" e a marcha "Eu Quero Casar Com Você". Sílvio Caldas gravou também pela RCA Victor o seu samba "Nem Queiras Saber" (André FilhoFelácio da Silva).

Em 1931, Carmen Miranda gravou os sambas "Bamboleô" e "Quero Só Você", Jaime Vogeler a canção "Meu Benzinho Foi-se Embora" e Francisco Alves a valsa "Manoelina". No mesmo ano, gravou seu primeiro disco, na Parlophon, interpretando os sambas "Estou Mal" (André FilhoHeitor dos Prazeres), e "Mangueira" (Saul de Carvalho). Lançou com J. B. de Carvalho, a macumba "Anduê, Anduá" (Maximiniano F. da Costa) e o samba "É Minha Sina" (André Filho).

Em 1932 teve diversas composições gravadas por diferentes intérpretes. Carmen Miranda registrou os sambas "Mulato De Qualidade", "Quando Me Lembro" e "Por Causa de Você"; Sílvio Caldas o samba "Jurei Me Vingar" (André Filho Valfrido Silva); O Grupo da Guarda Velha e Trio TBT, o samba "Como Te Amei".

Em 1933, gravou os sambas "Vou Navegar" e "Nosso Amor Vai Morrendo", e teve gravados por Carmen Miranda, os sambas "Fala Meu Bem" e "Lua Amiga", e por Elisa Coelho os sambas "O Samba é a Saudade" e "A Lua Vem Surgindo". Mário Reis foi convidado por Noel Rosa para gravar "Filosofia", pela Columbia.


Em 1934, Carmen Miranda lançou, junto com Mário Reis, o samba "Alô... Alô...", um grande sucesso no carnaval daquele ano. Ainda em 1934, gravou seu grande sucesso, a marcha "Cidade Maravilhosa", em dupla formada com a então novata Aurora Miranda, de apenas 19 anos. Segundo Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello, a escolha de Aurora Miranda "refletia de certo modo a tendência de romper com uma constante da época: a hegemonia masculina na gravação do repertório carnavalesco". De qualquer modo, o certo é que a entrada de Aurora Miranda em cena deve-se mesmo ao fato de ser irmã de Carmen Miranda, já então no auge da popularidade, inclusive nos carnavais. O lançamento de "Cidade maravilhosa", se deu no entanto, sem grande sucesso na Festa da Mocidade, em outubro daquele ano.

A marchinha foi inscrita em 1935 no Concurso de Carnaval da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, obtendo, para indignação do autor, a 2ª colocação. Também em 1935, gravou a marcha "Guarde Um Lugarzinho Para Mim" (André Filho e Valfrido Silva) e o samba "Jura Outra Vez" (Alcebíades Barcelos e Valfrido Silva), e com Aurora Miranda, gravou de sua autoria, a marcha "Ciganinha Do Meu Coração" e o samba "O Que Você Me Fez".

Em 1936, lançou as marchas "Teu Cabelo Vou Pintar" e "Cadê a Minha Colombina", de sua autoria. Aurora Miranda gravou de sua autoria, o samba "Quero Ver Você Sambar" e a marcha "Bacharéis Do Amor", e Carmen Miranda a marcha "Beijo Bamba" e o samba "Pelo Amor Daquela Ingrata".

Em 1937 teve mais duas marchas gravadas por Aurora Miranda, "Se a Moda Pega..." e "Quero Ver Você Chorando".


Em 1938, Aurora Miranda gravou a marcha "Na Sua Casa Tem..." (André Filho e Heitor dos Prazeres) e o samba "Chorei Por Teu Amor".

Em 1939 lançou a marcha "Linda Rosa" e o samba "Quem Mandou?".

Em 1941, gravou a marcha "Carnaval na China" (André Filho e Durval Melo) e o samba "Estrela do Nosso Amor" (André Filho). Vicente Celestino gravou pela RCA Victor a valsa "Cinzas No Coração", obtendo grande sucesso, e a canção "Cancioneiro Do Amor".

Em 1960, um decreto oficializou "Cidade Maravilhosa" como hino da cidade. No final da década de 1960, convidado e entrevistado por Ricardo Cravo Albin, então diretor do Museu da Imagem e do Som (MIS), gravou histórico depoimento para o museu, tendo sido seu estado mental considerado bastante razoável pelo entrevistador.

Em 1974, Chico Buarque resgatou "Filosofia", regravando o samba em seu álbum "Sinal fechado", dedicado a outros autores por causa da censura imposta à sua produção. O samba foi, na época, grande sucesso e uma maneira inteligente de dar um recado ao regime militar. O samba voltaria a ser ouvido na voz de Mário Reis, na década de 1970 e, posteriormente, incluído no filme "Brás Cubas" (1985), adaptação do cineasta Júlio Bressane para o clássico de Machado de Assis "Memórias Póstumas de Brás Cubas". No filme, "Filosofia" é o tema do personagem Quincas Borba.

Devido a várias crises pessoais, inclusive o fim prematuro de casamento com a esposa Zilda, o que lhe teria provocado graves crises psíquico-nervosas, afastou-se completa e prematuramente da vida artística, passando a orar com a mãe que o abrigou, cercando-o de carinho e cuidados, o que obscureceu a avaliação de sua obra, fazendo com seu trabalho fosse lembrado basicamente apenas pela marcha "Cidade maravilhosa".

Em 2006, seu acervo passou a pertencer ao Instituto Moreira Salles que o homenageou por ocasião do centenário de seu nascimento com uma exposição de partituras, documentos e fotografias.

André Filho morreu aos 68 anos , no dia 02/07/1974, no Rio de Janeiro.

Discografia

  • 1941 - Carnaval Na China / Estrela Do Nosso Amor (Odeon, 78)
  • 1939 - Linda Rosa / Quem Mandou? (Columbia, 78)
  • 1938 - Perdão, Emília / Onde é Que Eu Vou Parar (Odeon, 78)
  • 1937 - Maravilhosa / Ó Rosa (Odeon, 78)
  • 1936 - Teu Cabelo Vou Pintar / Cadê a Minha Colombina (Odeon, 78)
  • 1935 - Guarde Um Lugarzinho Pra Mim / Jura Outra Vez (Odeon, 78)
  • 1935 - Ciganinha Do Meu Coração / O Que Você Me Fez (Odeon, 78)
  • 1934 - Cidade maravilhosa (Odeon, 78)
  • 1934 - Lourinha Brasileira / Não Chore Mais (Columbia, 78)
  • 1933 - Vou Navegar / Nosso Amor Vai Morrendo (RCA Victor, 78)
  • 1931 - Estou Mal / Mangueira (Parlophon, 78)
  • 1931 - Se o Teu Amor... / Você Diz Que é Melhor (Parlophon, 78)
  • 1931 - Vai De Uma Vez / Amizade Não Se Compra (Parlophon, 78)
  • 1931 - Cala a Boca / Vivo Feliz Sem Você (Parlophon, 78)
  • 1931 - Anduê, Anduá / É Minha Sina (Parlophon, 78)


Indicação: Miguel Sampaio

Ventura Ramirez

VENTURA RAMIREZ
(77 anos)
Cantor, Compositor, Violonista e Arranjador

☼ Mombuca, SP (1939)
┼ São Paulo, SP (06/06/2016)

Ventura Ramirez foi um cantor, compositor e violonista brasileiro. Fez parte do grupo Demônios da Garoa tocando Violão de 7 cordas e também do regional de choro de Carlos Poyares. Em ambos os conjuntos esteve presente também Canhotinho no cavaquinho. Era um dos melhores violonistas 7 cordas do Brasil e uma referência de nosso Samba-Choro e Seresta.

Ventura Ramirez começou sua carreira aos 15 anos, em 1954, como calouro no programa de rádio "Calouros Toddy" de Hebe Camargo, na extinta Rádio Nacional, assinando logo em seguida um contrato de 5 anos com a Rádio Nacional.

Com seu talento nato ao violão e voz marcante, Ventura Ramirez logo entrou para o cenário musical brasileiro, acompanhando músicos renomados no choro e seresta, como Nelson Gonçalves, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo, Altamiro Carrilho, Orlando Silva, Luiz Gonzaga, Cartola, Lupicínio Rodrigues, além de participar do regional de choro de Carlos Poyares.

No início da década de 1960, ainda com o violão de 6 cordas, mas já com o seu estilo inconfundível nas "baixarias" que fazia com o instrumento, Ventura Ramirez foi convidado a integrar o conjunto Demônios da Garoa, do qual fez parte por diversas vezes até 2005. Pouco tempo depois de entrar no conjunto, Ventura Ramirez adotou permanentemente o violão de 7 cordas, instrumento que o consagrou como um dos seus melhores representantes. Foi ele quem levou pela primeira vez o 7 cordas para os Demônios da Garoa, criando uma das marcas registradas ainda hoje mantidas pelo conjunto, mesmo após o seu desligamento.


O 7 cordas surgiu para o artista cedo ainda em sua vida musical, iniciada aos 13 anos de idade, vindo da necessidade que sentia ao achar, ainda cedo, o violão de 6 cordas "limitado por ter poucas cordas".

Ao longo de sua carreira de mais de 50 anos, Ventura Ramirez recebeu diversos prêmios e honrarias de renomados nomes. Entre eles, está o prêmio Roquete Pinto de Revelação do Ano em 1960, o Oscar da música brasileira há alguns anos. Naquele ano, Ventura Ramirez recebeu a notícia que fora premiado pelo apresentador Silvio Santos, seu então companheiro de Rádio Nacional e com quem excursionou pelo Brasil com a famosa "Caravana do Peru que Fala", grupo de artistas comandado por Silvio Santos e que viajava pelo Brasil divulgando a música brasileira.

Como outros importantes prêmios de sua carreira, Ventura Ramirez foi por 3 vezes agraciado com o Troféu Velho Guerreiro, do saudoso Chacrinha, sendo duas vezes solo e uma com os Demônios da Garoa. Quatorze vezes recebeu o diploma de Melhor da Semana pelo comunicador Helio Souto e outros diversos prêmios de grêmios estudantis, da Casa da Fazenda e da Secretaria de Cultura de São Paulo.

Ventura Ramirez era considerado um dos melhores violões de 7 cordas pela crítica musical do Brasil, com uma agilidade e domínio das cordas pouco vistas até os dias de hoje. Além de violonista e cantor, Ventura Ramirez era compositor e arranjador, tendo já várias músicas gravadas ao longo da discografia dos Demônios da Garoa e de outros artistas de renome no cenário nacional, como Waldick Soriano.


Em sua carreira solo, Ventura Ramirez já gravou diversos discos, sendo o mais recente deles o CD "Tributo a Nelson Gonçalves", pela gravadora ZAN. Nelson Gonçalves foi seu amigo e companheiro musical, sendo, fora dos Demônios da Garoa, o cantor de cujas gravações mais participou. Seu timbre forte lembra bastante a voz do grande Nelson Gonçalves em seus momentos de mais forte vigor vocal.

Ainda nos tempos dos LPs, Ventura Ramirez tem registrados 3 discos, sendo dois cantando e um instrumental com o violão de 7 cordas. Recentemente, Ventura Ramirez gravou também com artistas atuais do cenário musical brasileiro, como os consagrados Ivan Lins e Guilherme Arantes.

Como fiel representante da música tradicional brasileira, de um tempo áureo em que os artistas tinham necessariamente que ter talento e técnica, em seus shows, Ventura Ramirez passeia pelo repertório da seresta e dos grandes cantores de rádio, como Nelson GonçalvesOrlando Silva e Silvio Caldas, além de, com o seu violão de 7 cordas, representar os maiores clássicos do choro e, é claro, do bom samba, tudo no melhor estilo de um dos mais importantes violonistas da história da Música Popular Brasileira.

Morte

Ventura Ramirez morreu em sua casa em São Paulo, aos 77 anos, na madrugada de segunda-feira, 06/06/2016. Um médico ainda vai avaliar qual a causa da morte súbita.

Fonte: Wikipédia

Gaúcho

FRANCISCO DE PAULA BRANDÃO RANGEL
(58 anos)
Cantor, Compositor e Violonista

☼ Cruz Alta, RS (29/06/1911)
┼ Rio de Janeiro, RJ (31/03/1970)

Francisco de Paula Brandão Rangel, mais conhecido por seu nome artístico de Gaúcho, foi um cantor e compositor brasileiro. Formou com Joel de Almeida a dupla Joel & Gaúcho, uma das mais bem-sucedidas da Música Popular Brasileira, especialmente na década de 1940. Como compositor, foi também um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM).

Joel de Almeida e Francisco de Paula Brandão Rangel, o Gaúcho conheceram-se no Rio de Janeiro em 1930 quando Joel de Almeida tinha 17 anos e Gaúcho 19 anos, em encontro promovido por amigos em uma noitada de samba na Tijuca, bairro da zona norte do Rio de Janeiro. Começaram então a cantar juntos, com Joel de Almeida batendo no chapéu de palha e Gaúcho tocando violão.

Francisco Rangel, o Gaúcho, chegou ao Rio de Janeiro como soldado das tropas de Getúlio Vargas que derrubaram o então presidente Washington Luís. A partir desse encontro, passaram a atuar em festinhas e serenatas. No mesmo ano, estrearam na Rádio Phillips no Rio de Janeiro através de Renato Murce no programa "Hora do Outro Mundo".

Contratados pela Rádio Philips, passaram a se apresentar também no "Programa Casé" e foram apelidados de Irmãos Gêmeos da Voz por Alziro Zarur.

Em 1935, a dupla obteve seu primeiro destaque em disco com o samba "Estão Batendo" (Gadé e Valfrido Silva), gravado pela Columbia. No lado B, o disco trazia o samba "O Chapéu é Quem Diz" (Gaúcho e Joel de Almeida), cuja gravação contou com o acompanhamento de Pixinguinha e sua orquestra.

Joel e Gaúcho
Em 1936, já pela RCA Victor, lançaram a marcha "Pierrô Apaixonado" (Heitor dos Prazeres e Noel Rosa), grande sucesso no Carnaval que marcou o início de uma série de êxitos no gênero. Eles a cantaram no filme "Alô, Alô, Carnaval" e passaram a se apresentar nos Cassinos da Urca e Atlântico e no Copacabana Palace Hotel. Ainda em 1936, gravou com Joel de Almeida o samba "Ai Se Tu Soubesses" (Gaúcho e Joel de Almeida). Lançaram os sambas "Não Precisa Pagar (Miguel Bauso, J. Fernandes e Buci Moreira), e "Pequena Futurista" (Francisco Matoso). Gravaram a marcha "Palhaço Não Chora" (Homero Ferreira, Kid Pepe e J. Piedade), os sambas "Mangueira" (Kid Pepe e Alcebíades Barcelos) e  "Nosso Amor Morreu" (Carolina Cardoso de Menezes).

Em 1937 gravaram os sambas "Parece Mandinga" (Constantino Silva e Nelson R. da Silva) e "Você Não Tem Razão" (Pedro Caetano). No mesmo ano gravaram a marcha "Jóia do Brasil" (Fernando de Castro Barbosa).

Em 1938 lançaram a marcha "Você Perdeu" (Benedito Lacerda e Darci de Oliveira) e o samba "Com as Mãos Nas Cadeiras" (Benedito Lacerda e Gastão Viana).

Em 1940 gravaram a batucada "Cai, Cai" (Roberto Martins), que se tornou um grande sucesso no Carnaval daquele ano, além da marcha, "Todo Barulho é Pouco" (Roberto Martins e Nássara).

Em 1941 gravaram a valsa "Sempre o Mesmo Velho Rio..." (João de Barro e Alberto Ribeiro), o samba "O Morro Começa Aí" (Custódio Mesquita e Heber de Bôscoli), e a marcha "Vamos Comadre" (Joel de Almeida e Pedro Caetano).

Em 1942 entre outras composições, gravaram os frevos "Dança do Carrapicho" e "O Passo do Caroá", ambos de Nelson Ferreira e Sebastião Lopes.

Em 1943 gravaram de Nássara e E. Frazão, as marchas "O Danúbio Azulou" e "Sai, Quinta Coluna", que referenciava a situação política nacional e internacional naqueles tempos de guerra mundial. De Joel de Almeida e Pedro Caetano, gravaram o maxixe "Quem Foi Que Disse?" e a valsa "Aceite o Convite". No mesmo ano, lançaram o sucesso "Aurora" (Roberto Roberti e Mário Lago), que depois chegou a ser lançado internacionalmente com as Andrew Sisters, gravado na Continental.

Joel e Gaúcho
Em 1944 gravaram a marcha "Quero Respeito" (Arno Canegal, Janet de Almeida e Ari Monteiro) e o samba "Guiomar" (Haroldo Lobo e Wilson Batista).

Em 1946 lançaram para o Carnaval a marcha "Mulata (Rainha do Meu Carnaval)" (Pereira Matos e Felisberto Martins). No mesmo período, gravaram com as Seis Pequenas do Barulho, a marcha "Alá! Alá!" (Pedro Caetano e Claudionor Cruz).

Em 1947 gravaram o boogie-woogie "Boogie-Woogie do Rato" (Denis Brean), um de seus mais expressivos lançamentos, e a batucada "Onde Há Fumaça Há Fogo". Nesse mesmo ano realizaram excursão à Argentina, apresentando na Rádio El Mundo e na Boate Embassy, na capital argentina. Nessa mesma ocasião, a dupla se desfez, com Joel de Almeida permanecendo em Buenos Aires como cantor e com Gaúcho retornando ao Brasil.

No início dos anos 1950 Joel de Almeida retornou ao Brasil e a dupla se refez realizando mais algumas gravações.

Em 1951 gravaram as marchas "Ai Amor" (Freire Jr.) e "Madame Butterfly" (Antônio Almeida).

Em 1952 gravaram a marcha "Saudades da Aurora" (Antônio Almeida, Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr.). Nesse mesmo ano, Gaúcho resolveu abandonar o rádio, indo morar em Itacuruçá, praia no Rio de Janeiro, e a dupla se desfez definitivamente. Todavia, continuou atuando como compositor, tendo músicas gravadas por Léo RomanoDircinha Batista e pela dupla de palhaços Arrelia e Pimentinha.

Em 1957, seu choro "Chorinho Diferente" foi gravado por Sivuca e Seu Conjunto pela Copacabana.

Joel e Gaúcho
Em 1958, o samba "Três Beijos" (Gaúcho, Antônio Bruno e José Saccomani) foi gravado na RCA Victor pelo Trio Nagô, e o samba "Copo Simbólico" (GaúchoAntônio Bruno e José Saccomani), foi registrado pelo cantor Mário Martins pela gravadora Odeon. Fez com Arrelia e Morais, o samba "O Que é o Que é" gravado pelo palhaço de circo Arrelia em disco Copacabana.

Em 1959, teve o samba "Olha Nos Meus Olhos" gravado por Léo Romano na Odeon.

Em 1960, teve o samba "Preciso Amar" gravado por Léo Romano na Odeon, além de duas marchas lançadas na gravadora Copacabana, "Mustafá" (GaúchoArrelia e Léo Romano), na voz da dupla de palhaços de circo Arrelia e Pimentinha, e "Lá Em Casa Todo Mundo... Ó!", na voz do cantor Homem de Melo.

Em 1961, o samba "Ouça, Meu Amigo" (Gaúcho, João Saccomani e Jota Pacheco), foi gravado por Léo Romano na Mocambo.

Em 1962, a dupla tornou a se reunir e gravou pela RCA Victor o LP "Joel & Gaúcho" registrando os seus grandes sucessos, disco comemorativo aos trinta anos de formação da dupla.

Em 1963, a marcha "Trovador de Toledo" (Gaúcho, J. Nunes e José Saccomani),  foi gravada por Dircinha Batista, e a marcha "Galo de Ouro" (Gaúcho, Emílio SaccomaniArrelia), homenagem ao pugilista Éder Jofre, então campeão mundial de pesos pena, foi gravada pela dupla de palhaços de circo Arrelia e Pimentinha.

Em 1971 foi lançado pela RCA Victor o LP "Joel e Gaúcho - Os Irmãos Gêmeos da Voz", com destaque para "O Chapéu é Quem Diz" (Joel de Almeida e Gaúcho), "Canção Pra Inglês Ver" (Lamartine Babo), "Aurora" (Roberto Roberti e Mário Lago), e "Cai, Cai" (Roberto Martins). 

Embora sua carreira tenha ficado marcada pela dupla que fez com Joel, também incursionou pela carreira de compositor tendo inclusive sido um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM).

Fonte: Wikipédia, Dicionário Cravo Albin da MPB e Collector's
Indicação: Miguel Sampaio

Cristiano Araújo

CRISTIANO MELO ARAÚJO
(29 anos)
Cantor, Compositor e Instrumentista

☼ Goiânia, GO (24/01/1986)
┼ Goiânia, GO (24/06/2015)


Cristiano Melo Araújo foi um cantor, instrumentista e compositor brasileiro de música sertaneja. O cantor ficou famoso pela sua voz, com timbre forte, e por alguns singles que estouraram nas rádios como "Efeitos" (2011), "Mente Pra Mim" (2012), "Maus Bocados" (2013) e "É Com Ela Que Eu Estou" (2014).

1989 - 2009: Infância e Adolescência

Natural da cidade de Goiás, GO, Cristiano Melo de Araújo teve desde criança a influência da música sertaneja. Cantor por natureza, pois a música estava no sangue, vindo de família, desde seus bisavós, avós, pais e tios que sempre estiveram no meio da música, uma tradição que já dura quatro gerações.

Logo aos 3 anos, já mostrava o dom que fez com que seu pai percebesse que Cristiano Araújo teria um futuro artístico, pois mesmo sem falar direito, já era afinado, e conseguia cantar no compasso da melodia.

Era irmão de Ana Cristina Melo Araújo e Felipe Araújo. Era pai de João Gabriel e Bernardo.

Aos 6 anos de idade, ganhou dos seus pais, João Reis Araújo e Zenaide Melo, seu primeiro violão, no qual fez seus primeiros acordes, e aos nove anos, começou a fazer apresentações em público, participando de festivais, se apresentado em festas e comemorações.

Começou a compor muito cedo, e aos dez anos fez sua primeira composição, daí em diante, foi-se aperfeiçoando a cada dia escrevendo músicas, e assim passou a ser procurado por artistas interessados em suas composições.

Aos 13 anos, gravou seu primeiro CD com 5 músicas para participar do Festival do Faustão, onde ficou entre os seis melhores da região centro oeste, ganhando o direito de gravar uma faixa no CD "Jovens Talentos". Isso tudo fez com que as portas se abrissem para uma carreira promissora, fazendo shows em campanhas políticas, se apresentando em programas de televisão e participando de grandes eventos.

Continuou com sua carreira solo até os 17 anos, quando resolveu cantar em duplas, nesse período, que durou aproximadamente seis anos, gravou alguns trabalhos em vídeos e CDs, não conseguindo o êxito esperado, mas amadurecendo como artista a cada dia.

2010 - Presente: Consagração Nacional

Em 2010, resolveu seguir novamente carreira solo com um projeto mais ousado e diversificado, preparando a gravação de um CD e DVD com participações de grandes artistas de renome nacional.

Em janeiro de 2011, o projeto foi concretizado, intitulado "Efeitos", com participações de grandes cantores, como Jorge, da dupla Jorge & Mateus, Gusttavo Lima e Humberto & Ronaldo, dentre outros.

A partir daí, as coisas começaram a acontecer, com a explosão da música "Efeitos", de sua autoria, gravada com o amigo e companheiro de longa data Jorge, e já na primeira semana de divulgação na internet, as visualizações foram incontáveis, totalizando em pouco tempo, mais de 5 milhões de acesso, nos vários vídeos postados. Com isso, a procura de contratantes pelo Brasil aumentou, proporcionando a média de mais de 20 shows por mês em todo território nacional.

Agora, o mais novo fruto desse trabalho, foi a participação de Cristiano Araújo no programa "Domingão do Faustão", no qual foi premiado por votação direta do público e garantiu a sua participação em um dos maiores festivais sertanejos do Brasil, o Sertanejo Pop Festival 2012 realizado em São Paulo.

Em 2012, lançou seu segundo álbum ao vivo, intitulado "Ao Vivo em Goiânia", com participações de Bruno & Marrone, Fernando & Sorocaba, Israel & Rodolffo, seu pai João Reis, entre outros.

Em 02/08/2012, foi preso por excesso de barulho em festa em um condomínio horizontal de luxo na região sul de Goiânia. A polícia foi acionada às 4:30 hs da manhã devido ao som alto em uma festa em sua casa. Permaneceu por mais de sete horas na delegacia e foi solto mediante fiança. No momento da prisão, seu filho, na época com 4 anos, estava presente.

Em 2013, Cristiano Araújo, lançou o CD "Continua", com 20 novas músicas entre elas: "Maus Bocados", "Caso Indefinido", "Continua", dentre outras, e começou a fazer o Tour Continua pelo Brasil

Morte

Cristiano Araújo morreu na quarta-feira, 24/06/2015, vítima de um grave acidente automobilístico. Ele voltava de um show em Itumbiara, a 200 km de Goiânia, por volta das 3:00 hs, quando o veículo em que ele estava, um Range Rover, capotou, na BR-153, entre as cidades de Goiatuba e Morrinhos, em Goiás. A namorada do cantor, Allana Coelho Pinto de Moraes, de 19 anos, não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.

Já o sertanejo foi socorrido em estado grave e levado ao Hospital Municipal de Morrinhos, onde recebeu os primeiros atendimentos. Em seguida, foi transferido em uma Unidade de Terapia Intensiva Móvel para o Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO).

Ao dar entrada no Hospital de Urgências de Goiânia, foi confirmado o falecimento do cantor Cristiano Araújo. Os bombeiros fizeram atendimento emergencial e o transporte de Goiatuba para Goiânia, porém Cristiano Araújo não resistiu.

Além do sertanejo e da namorada, outras duas pessoas seguiam no veículo, o segurança Ronaldo Ribeiro, que dirigia o veículo, e o empresário Victor Leonardo, que tiveram ferimentos leves e passam bem.

Cristiano Araújo e a namorada Allana Moraes
O corpo de Allana Moraes foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Morrinhos.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que as causas do acidente ainda são apuradas. "Fizemos um levantamento no veículo, que é do ano de 2015, e ele estava em perfeitas condições. A suspeita inicial é que o motorista tenha dormido ao volante, mas tudo isso ainda é devidamente apurado", afirmou o inspetor Newton Moraes.

Segundo o empresário, o cantor costumava viajar com um motorista particular para que "pudesse dormir após o show" e não precisasse dirigir. Ele ressaltou, ainda, que o condutor "é experiente e acostumado a guiar de madrugada".

O próximo show de Cristiano Araújo estava marcado para acontecer na noite de quarta-feira, 24/06/2015, em Caruaru, PE.

O velório de Cristiano Araújo ocorrerá por volta das 16:00 hs de quarta-feira, 24/06/2015, no palácio da música do Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia. A cerimônia será aberta ao público, segundo informação da assessoria de imprensa da instituição. A princípio, a cerimônia iria acontecer no Ginásio Internacional Goiânia Arena, mas foi transferida por causa de reformas que acontecem no local, segundo a assessoria do cantor.

O sepultamento de Cristiano Araújo ocorrerá na quinta-feira, 25/06/2015, às 11:00 hs no Cemitério Parque Jardim das Palmeiras, na Rua Armogaste José Silveira, 100 - Setor Centro Oeste, Goiânia, GO.

Discografia

Em Estúdio
  • 2013 - Continua

Ao Vivo
  • 2011 - Efeitos Tour 2011
  • 2012 - Ao Vivo em Goiânia
  • 2014 - In The Cities - Ao Vivo em Cuiabá

DVDs
  • 2011 - Efeitos Tour 2011
  • 2012 - Ao Vivo em Goiânia
  • 2014 - In The Cities - Ao Vivo em Cuiabá

Turnês
  • 2011 - 2012 - Efeitos Tour
  • 2013 - Maus Bocados Tour

Singles
  • 2011 - Efeitos
  • 2012 - Me Apego
  • 2012 - Você Mudou
  • 2012 - Bara Bara
  • 2012 - Mente Pra Mim
  • 2013 - Caso Indefinido
  • 2013 - Maus Bocados
  • 2014 - Faz a Felicidade Voltar! (Será)
  • 2014 - Cê Que Sabe
  • 2014 - É Com Ela Que Eu Estou
  • 2015 - Hoje Eu Tô Terrível

Fonte: Wikipédia
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