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Elsie Lessa

ELSIE LESSA
(86 anos)
Jornalista e Cronista

* São Paulo, SP (05/04/1914)
+ Cascais, Portugal (17/05/2000)

Elsie Lessa foi uma jornalista e cronista brasileira.

De 1952 a 2000, Elsie Lessa escreveu e publicou, sem interrupção, no jornal O Globo. Nenhum outro escritor teve um espaço por tanto tempo nas páginas do jornal.

Na juventude, embora natural de São Paulo, foi considerada uma das duas mais belas mulheres do Rio de Janeiro, a outra era Adalgisa Nery. O cronista Rubem Braga a seguiu pelas ruas de São Paulo, fascinado pela sua beleza e graça.

Entrou em O Globo como repórter, em 1946. Sobre ela, o escritor Ruy Castro disse:

"Elsie tem seu lugar ao lado dos maiores cronistas da língua portuguesa, como Rubem Braga, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino."

Era neta do escritor e gramático Júlio Ribeiro, membro da Academia Brasileira de Letras, e foi casada com o escritor e também imortal Orígenes Lessa, com quem teve um filho, o jornalista, cronista e escritor Ivan Lessa. Foi casada, pela segunda vez, com o jornalista e escritor Ivan Pedro de Martins.

Da esquerda para a direita: Pagu, Elsie Lessa, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Eugênia Álvaro Moreyra
Saudades de Elsie Lessa

Carecem os jornais de hoje de textos que nos queiram tocar a alma, reacender-nos a sensibilidade, proporcionar-nos reflexões sobre as coisas simples da vida. O veículo jornal nada mais é que uma fonte crua e opaca de realidade, que mais nos seda os sentidos que instiga nosso impulso vivificador.

Pensar as singelezas da vida tornou-se atividade sem lugar na esteira incessante dos compromissos que nos aguardam e a reflexão sobre o cotidiano restringiu-se à abordagem de temas tais como violência, corrupção e miséria.

Cada dia mais robotizado na rotina casa-trabalho-casa, ao indivíduo resta "entreter-se" no entorpecimento dos copos de cerveja ou na alienação proporcionada pela caixa mágica que cotidianamente veneramos no calor do lar. Em outras palavras, estamos atrofiando os nossos sentidos. Somos, gradativamente, mais e mais incapazes de nos ater às singularidades, aos detalhes, às sutilezas do mundo que nos cerca. O prazer, cada vez mas indissociável do consumismo e refém das táticas de propaganda e do conceito de propriedade capitalista, torna-nos constantemente insatisfeitos.

Há alguns anos, perdemos uma das nossas mais sensíveis cronistas, Elsie Lessa, cujo lirismo do olhar nos revelava belezas insuspeitadas numa vida predominantemente caótica. Amiga do velho Rubem Braga, com que compartilhava semelhanças e anseios, essa cidadã do mundo (pois residiu em diversas cidades, brasileira e européias) voltava sua curiosidade para tudo aquilo que valesse a pena ser lembrado, contemplado: um sorriso de criança a brincar, um entardecer cor de rosa que nos transforma os sentimentos, a expressão inesperadamente curiosa de um companheiro anônimo de viagem, uma conversa com amigos à beira da praia, um passeio de bicicleta...

Jefferson Ávila Júnior acompanha visita de Elsie Lessa ao Museu Antônio Parreiras

Elsie nos convidava a desviar os olhos da rotina célere e voltá-los para elementos mais simples, resistentes, mas não menos belos, coisas corriqueiras que passam despercebidas por nossa sensibilidade fragilizada, numa tentativa de resgatar um prazer e uma felicidade primordiais. Faz parte dessa iniciativa o apego que a cronista tem por suas memórias. Elsie lança mão das próprias lembranças para, associando-as à memória da cidade (ou das cidades por onde passou), resgatar a sua própria história do esquecimento gradativo, causado pelo excesso de atribuições e informações do presente. Degustar novamente pela via da memória um doce que se comia na infância, comprado numa barraquinha que não mais existe; relembrar os livros que se lia na juventude, debaixo de uma árvore, comendo pão com manteiga; reconhecer-se emocionada e surpreendida diante da casa onde residiu na infância, tão igual a antes, mas tão oprimida pelas grandes construções modernas... Eis alguns exemplos hábitos e sensações que se quer proteger do fenecimento. Essa atitude revela a necessidade da escritora em colecionar experiências significativas e contáveis para dividi-las com o público leitor. Este, impulsionado didaticamente pela proposta da autora, vê-se incitado a fazer o mesmo e a reencontrar um prazer adormecido. E ao se permitir enxergar o mundo com olhos lúdicos, reata laços afetivos com a cidade - agora não somente agente de violência, mas também fonte de deleite – recobrando a capacidade de encontrar satisfação em coisas simples. Não se trata de fechar os olhos para os dilemas e dificuldades da vida, mas sim de impedir que eles amortizem a nossa sensibilidade, desumanizando-nos.

Para aqueles que desejem "experimentar" as crônicas lessianas, há as coletâneas "A Dama da Noite", "Ponte Rio-Londres" e "Canta Que a Vida é Um Dia". Permita-se reencontrar sua alma infantil e faça as pazes com o mundo e com a vida.

Aline Aimée Carneiro de Oliveira

Betinho

ALBERTO BORGES DE BARROS
(82 anos)
Cantor, Compositor e Guitarrista

* Rio de Janeiro, RJ (1918)
+ Maringá, PR (30/03/2000)

Filho de Josué de Barros, quem descobriu Carmen Miranda, Betinho nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1918. Chegou a acompanhar a cantora ao violão, ao lado do pai, quando era adolescente. Juntos, introduziram o violão elétrico nas apresentações musicais, uma novidade para aquela ocasião. Betinho, na época que integrava orquestras de jazz onde se apresentava na Argentina. Compôs sucessos como "Fel", "Abandono", "Moral da História", "O Vendedor de Laranjas" e "Parte".

Entre 1941 e 1946 foi solista da orquestra de Carlos Machado, no Rio de Janeiro e Niterói.

Considerado pelos críticos musicais como sendo o primeiro cantor de Rock'n Roll do Brasil, Betinho começou a carreira artística como violonista acompanhando seu pai Josué de Barros, em apresentações artísticas pelo país. Sempre a frente do seu tempo, foi o pioneiro na utilização do violão elétrico e da guitarra, instrumentos estes até então desconhecidos no cenário musical daquela época.

Atuou durante vários anos em Buenos Aires na Argentina onde tocou em conjuntos de jazz. Foi guitarrista em diversas orquestras, entre as quais, a do maestro Zacarias. De 1941 até 1946, foi instrumentista da orquestra de Carlos Machado, que se apresentava no Cassino da Urca e no Cassino de Icaraí.

No início da década de 1950, fundou o grupo Betinho & Seu Conjunto, que obteve vários sucessos, apresentando-se na Rádio Nacional paulista e na Boate Excelsior. Em 1953 estreou em disco com seu conjunto gravando pela Copacabana o baião "É Sobremesa", de sua autoria em parceria com Nelson Figueiredo, e o choro "Betinho no Choro", de sua autoria. O baião "É Sobremesa" não fez muito sucesso no Brasil, mas chegou a receber sete gravações na Europa, entre as quais, uma com a orquestra do maestro Roberto Ingles com o título de "Sunrise Samba".

Em 1954 obteve grande sucesso com o fox "Neurastênico", que fez parte da trilha sonora da novela "Estúpido Cupido", parceria com Nazareno de Brito, que logo foi regravado seis vezes no Brasil e oito na Argentina, onde também fez muito sucesso, assim como também no Uruguai. Em 1956, o "Mambo do Galinho", também em parceria com Nazareno de Brito, foi gravado por Cauby Peixoto no LP "Canção do Rouxinol".

Novo Ritmo

No Brasil, a partir de 1955, começou a estourar nas rádios um novo ritmo musical: o Rock'n Roll. Aproveitando esta onda, Betinho acabou adquirindo, em uma viagem que fez aos Estados Unidos, uma guitarra Fender Stratocaster modelo Sunburst em substituição a sua Gibson-Les Paul comprada no início daquela década. Assim, em abril de 1957, com sua nova guitarra e a participação de seu conjunto, foi gravada nos estúdio da Rádio Record em São Paulo, o primeiro rock nacional, a música "Enrolando o Rock", de autoria sua juntamente com o compositor Heitor Carrilho. A música acabou fazendo parte da trilha sonora do filme "Absolutamente Certo", com Anselmo Duarte e Odete Lara, onde o grupo fez uma aparição: O primeiro clip de rock do Brasil.

No ano seguinte gravou "Little Darlin'", de William, com versão de Heitor Carrilho, o calipso "Baby Lover", de Wandra Herrel e o rock "Peanuts" de J. Cock. Na mesma época, o cantor Valdemar Roberto gravou na Polydor a toada "Vou Falar de Você", de sua parceria com Nazareno de Brito.

Em 1959 gravou com sucesso a guarânia "Quero Beijar-te as Mãos", de Arsênio de Carvalho e Lourival Faissal. Acompanhou com seu conjunto as gravações de diversos artistas  entre os quais, Ronnie Cord, Moacyr Franco em "O Rock do Mendigo", Gessy Soares de Lima, Rossini Pinto e Cleide Alves.

Vida Pessoal

Betinho casou-se em 1941 com a polonesa Presyla Herminia Zseja de Barros e tiveram 2 filhos: Alberto Josué Borges de Barros e Irany Borges de Barros. Em meados da década de 60, Betinho se tornou evangélico e mais tarde, um renomado pastor. Passou a compor músicas religiosas no estilo rock-balada, sendo o primeiro guitarrista evangélico do Brasil. Participou de gravações, fazendo solos de guitarras em alguns LP's de cantores do meio evangélico como por exemplo, Luiz de Carvalho. Após sua jubilação como pastor, foi morar com sua família na cidade de Maringá, PR onde frequentava a Igreja Batista Sião.

Betinho faleceu aos 82 anos, cheio de vitalidade, três anos após a morte de sua esposa, em 30 de março de 2000, na cidade deMaringá, PR.

Betinho & Seu Conjunto

Betinho & Seu Conjunto foi um grupo musical surgido no início dos anos 50 formado pelo guitarrista, compositor e cantor Alberto Borges de Barros, o Betinho, considerado pelos pesquisadores musicais como sendo o primeiro grupo de rock'n roll no Brasil. O grupo era eclético e tocava jazz, calipso, baião, choro, rock'n roll, fox, música cubana, entre outros. Os músicos que acompanhavam Betinho eram Renatinho (acordeão), Salinas (piano), Navajas (contrabaixo), Bolão (sax) e Pirituba e Rafael (percussões/baterias). Além de donos de uma impecável técnica musical e modernos, ajudaram à abrir as portas para novos estilos e movimentos da música brasileira como a jovem guarda.

Betinho & Seu Conjunto foi um dos maiores conjuntos de boate de São Paulo, eleito o melhor em 1957. As primeiras canções do grupo são em 1953. Em 1954 lançaram o fox "Neurastênico", um dos clássicos mais conhecidos do grupo. A fase rock'n roll chegou em 1957 com "Enrolando o Rock" e o LP "Rock & Calypso" em 1958. Lançaram mais clássicos no fim dos anos 50 e primeira metade dos anos 60. A banda se desfez no início dos anos 60.


Discografia Como Cantor Popular

  • 1953 - Baião e Sobremesa / Betinho no Choro (Copacabana)
  • 1953 - Batuca Jojo / Baianinho (Copacabana)
  • 1953 - Lig Le no Baião / Ralando Coco (Copacabana)
  • 1954 - Corridinho 1951 / Burrinho Garboso (Copacabana)
  • 1954 - Neurastênico / Burrinho Leiteiro (Copacabana)
  • 1955 - Johnny Apaixonado / O Califa no Mambo (Copacabana)
  • 1955 - Violão Borocochô / A Polca do Véio (Copacabana)
  • 1955 - Casa da Vizinha / Não Caio Noutra (Copacabana)
  • 1957 - Enrolando o Rock / Cha Cha Cura (Copacabana)
  • 1958 - Loucamente (Little Darling) / Se Ela Vier (Copacabana)
  • 1958 - Baby Lover / Peanuts (Copacabana)
  • 1959 - Quero Beijar-te as Mãos / A Lágrima Rolou (Copacabana)
  • 1960 - Limelight / Aquarela do Brasil (Copacabana)
  • 1961 - Theme From a Summer Place / Love Is a Many Splendoured Thing (Copacabana)
  • 1961 - Betinho & Seu Conjunto Dançante (Copacabana)
  • 1962 - Betinho, Rock e Calypso (Copacabana)
  • 1963 - O Rei da Noite (Copacabana)
  • 1963 - Betinho, Twist e Bossa Nova (Copacabana)
  • Queimando a Sanfona (Tropicana)
  • 1976 - LP Estupido Cupido Nacional (Música "Neurastênico" - Som Livre)
  • 1987 - LP Rock dos Anos 60 (Música "Enrolando o Rock" - Phonodisc)


Discografia Como Evangélico

  • Uma Rosa Com Amor Para Mamãe (Luiz de Carvalho - Participação Tocando Guitarra)
  • Eu Creio Num Ser (Luiz de Carvalho - Participação Tocando Guitarra)
  • Suave Mensagem
  • Festival de Louvores 

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Barbosa

MOACIR BARBOSA NASCIMENTO
(79 anos)
Goleiro

* Campinas, SP (27/03/1921)
+ Santos, SP (07/04/2000)

Moacir Barbosa Nascimento, mais conhecido como Barbosa, foi um futebolista brasileiro que atuava como goleiro.

Embora tenha sido considerado um dos maiores goleiros de sua época, Barbosa é mais lembrado por sua participação na derrota da Seleção Brasileira na final da Copa do Mundo de 1950, contra o Uruguai, em particular pelo segundo gol uruguaio, marcado por Alcides Ghiggia.

Barbosa foi um goleiro seguro e elástico, dotado de excelente senso de colocação, que jamais temeu mergulhar nos pés dos adversários. Barbosa começou a carreira como ponta-esquerda no extinto Comercial da Capital, mas transferiu-se já como goleiro ao CA Ypiranga do São Paulo. Suas ótimas atuações no clube, por onde jogou por três anos, atraíram a atenção do Club de Regatas Vasco da Gama, que o contratou em 1945, substituindo o goleiro Rodrigues. Ele só iria conseguir a vaga de titular em 1946, permanecendo dono da posição até meados de 1956.

Gilmar e Barbosa
Barbosa entrou em um momento muito especial do Vasco da Gama, que na época montava um de seus maiores times, o chamado Expresso da Vitória. Pelo clube, ganhou os Cariocas de 1945, 1947, 1949, 1950, 1952 e 1958. Teve também ativa participação na conquista do Campeonato Sul-Americano de Campeões, precursor da atual Libertadores da América, em 1948.

Barbosa também jogou pelo Santa Cruz Futebol Clube de Recife e os clubes Bonsucesso Futebol Clube e Campo Grande Atlético Clube do Rio de Janeiro. Foi bicampeão brasileiro pela Seleção Carioca em 1950 e campeão sul-americano pela Seleção Brasileira em 1949.

Titular inquestionável na Seleção Brasileira, Barbosa teve o ponto baixo de sua carreira na Copa do Mundo de 1950. O Brasil só precisaria de um empate para sagrar-se pela primeira vez campeão mundial. A partida estava 1 a 1, até que o ponta uruguaio Alcides Ghiggia recebeu a bola na área, e fingindo que iria lançar, chutou no canto esquerdo do gol. Barbosa, pego de surpresa, acabou chegando atrasado, numa das poucas falhas de sua carreira. No final, o Uruguai acabou sendo o campeão. Barbosa foi feito de bode expiatório e acusado como o culpado pela derrota.

Em 1953, num jogo contra o Botafogo pelo Torneio Rio-São Paulo, teve a perna quebrada num choque com o atacante Zezinho. Em princípio, teve uma grande depressão e somente se recuperou quando o Hospital dos Acidentados começou a fazer filas para os torcedores que desejavam visitá-lo. Mesmo depois do desastre na Copa do Mundo de 1950, Barbosa sentiu o quanto ainda era querido pela torcida carioca.


Quando se aposentou dos gramados, passou a trabalhar como funcionário da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (SUDERJ), no Maracanã. Inclusive o então técnico Zagallo foi acusado de barrá-lo na concentração da Seleção Brasileira, as vésperas de um jogo no país, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 1998. A razão: considerado pé frio.

Barbosa morreu no dia 7 de abril de 2000 em Santos, SP.

A respeito de Barbosa, assim escreveu o cronista Armando Nogueira:

"Certamente, a criatura mais injustiçada na história do futebol brasileiro. Era um goleiro magistral. Fazia milagres, desviando de mão trocada bolas envenenadas. O gol de Ghiggia, na final da Copa de 50, caiu-lhe como uma maldição. E quanto mais vejo o lance, mais o absolvo. Aquele jogo o Brasil perdeu na véspera."
(Armando Nogueira)

Frases antológicas que Barbosa falou por diversas vezes por conta do incidente na Copa do Mundo de 1950:

"A pena máxima no Brasil é de 30 anos, mas pago há 50 por um crime que não cometi"

"Vi aquele lance um milhão de vezes"

"Queria mesmo é me enfiar num buraco"



Títulos

Vasco da Gama
  • Campeonato Carioca: 1945, 1947, 1949, 1950, 1952 e 1958
  • Campeonato Sul-Americano de Campeões: 1948
  • Torneio Quadrangular do Rio: 1953
  • Torneio de Santiago do Chile: 1953
  • Torneio Rio-São Paulo: 1958
  • Copa Ridavavia

Seleção Brasileira
  • Copa Roca: 1945
  • Copa Rio Branco: 1947, 1950
  • Copa América: 1949

Curiosidades

Em 1988 ele foi o tema do curta-metragem Barbosa, em que um homem (Antônio Fagundes) volta no tempo para tentar evitar o segundo gol do Uruguai na final da Copa de 1950.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Dom

EUSTÁQUIO GOMES DE FARIAS
(56 anos)
Cantor e Compositor

☼ Itaiçaba, CE (21/08/1944)
┼ São Paulo, SP (10/12/2000)

A dupla brasileira Dom & Ravel surgiu na década de 1960. Em 1970, por ocasião da Copa do Mundo realizada no México, conquistaram o país com a música "Eu Te Amo Meu Brasil", que estourou nas paradas de sucesso. O sucesso foi absoluto nos anos seguintes. Dom & Ravel se apresentaram por todo o país e nos principais programas de rádio e de televisão, ganhando vários prêmios. A música ufanista era utilizada pelo governo em eventos cívicos.

Trajetória

Os irmãos Farias nasceram em Itaiçaba, no Ceará, Eustáquio em 1944 e Eduardo em 1947. Mudaram-se para São Paulo ainda crianças, nos anos 1950, com os pais e a irmã caçula Eva. Foram criados na periferia de São Paulo, onde foram morar. Eduardo obteve o apelido de Ravel, dado por um professor de música, por causa de sua aptidão para a arte.

Por volta dos anos 1960, a dupla, então já conhecida como Dom & Ravel, lançou seu primeiro LP em 1969, "Terra Boa", que trazia entre outras a canção "Você Também é Responsável", transformada, em 1971, pelo ex-ministro da Educação, Jarbas Passarinho, no hino do Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral).

Nos anos 1970 a dupla atingiu grande sucesso, com a canção "Eu Te Amo Meu Brasil", gravada pelo conjunto Os Incríveis. Outros sucessos da dupla foram: "Animais Irracionais", "Só O Amor Constrói" e "Obrigado ao Homem do Campo". A ligação dessas canções, que na época levaram-nos ao sucesso, com a ditadura militar, levou a dupla ao ostracismo posterior.


O sucesso de "Eu Te Amo Meu Brasil" teria levado o então governador de São Paulo, Roberto de Abreu Sodré, a sugerir ao ex-presidente da República, Emílio Garrastazu Médici, que a citada canção fosse transformada em hino nacional, e Médici nada teria respondido. Mas a notícia teria sido divulgada na imprensa e os artistas começaram a ser apontados como arautos da ditadura.

A música, segundo Ravel, foi composta, na verdade, para aproveitar a onda do tricampeonato da seleção brasileira de futebol. Todavia, em entrevista de 2001 à revista Veja, o músico Ravel declarou: "Mas nossos sobrenomes Gomes de Farias ajudaram a aumentar a confusão", lembrando a associação que as pessoas faziam com o brigadeiro Eduardo Gomes e o general Cordeiro de Farias. Falava-se, então que os irmãos eram filhos de militares. Na verdade, o pai deles era um pequeno comerciante paraibano e a mãe, uma dona-de-casa cearense.

Os cantores eram alvos de críticas pois muitos de seus colegas artistas que estavam sendo perseguidos pela ditadura e expulsos do país.

Em 1971, tiveram a música "Praia de Iracema" gravada pelo grupo paulista Demônios da Garôa no LP "Aguenta a Mão, João", lançado pela Chantecler.

Em 1972, a dupla foi selecionada para participar do LP coletânea "Os Grandes Sucessos", lançado pela RCA Victor, com a música "Você Também é Responsável".

Em 1973, Dom & Ravel gravaram "Animais Irracionais", falando de injustiça social. A direita não gostou e os dois sentiram uma certa má vontade da mesma ditadura que com eles simpatizara, sendo o disco e a música afastados das rádios.

Morte

Eustáquio Gomes de Farias, o Dom, faleceu no domingo, 10/12/2000, aos 56 anos, em São Paulo, SP, vítima de um câncer de estômago.
#FamososQuePartiram #Dom

Lia de Aguiar

LIA BORGES DE AGUIAR
(73 anos)
Atriz

☼ Taubaté, SP (30/04/1927)
┼ Piedade, SP (08/06/2000)

Lia Borges de Aguiar, mais conhecida como Lia de Aguiar foi uma atriz brasileira. Seu pai era funcionário público e sua mãe era dona de casa. Quando mudou-se para a cidade de São Paulo, conheceu Sagramour de Scuvero, radialista jovem, que a ajudou a entrar na rádio e na televisão. Devido a amizade deste com Homero Silva, que dirigia e apresentava na Rádio Difusora de São Paulo o programa "Clube do Papai Noel", Lia de Aguiar começou como cantora, passando a seguir para o ramo rádio-teatro.

Sagramour de Scuvero também organizou um programa, que se chamava "Teatro de Brinquedo", onde eram montadas peças teatrais infantis, levadas ao rádio, porém feitas no palco com auditório. Inicialmente modesto, mas logo o Centro do Professorado Paulista (CPP), teve de aumentar o número de lugares para comportar mais de mil pessoas. Nesta época, encenou "Branca de Neve", "A Gata Borralheira", "Joãozinho e Maria", entre tantos outros.

Sempre acompanhada pela mãe, foi contratada pela emissora Tupi-Difusora de São Paulo ou Rádio Tupi. Começou a fazer os papéis de ingênua, nas rádio-novelas. Seu primeiro grande papel foi em "Quo-Vadis", com Otávio Gabus Mendes. A seguir, passou a trabalhar com Oduvaldo Viana e esteve em inúmeros rádio-teatros. Sua voz era considerada linda e sua dicção perfeita. São dessa época os sucessos "Tempestade D'alma", "A Felicidade Bate a Sua Porta" e "Pelos Caminhos da Vida".

Televisão

Em 1950, a televisão chegou ao Brasil. Era o primeiro país da América do Sul e Lia de Aguiar esteve presente desde o primeiro dia.

Foi a primeira protagonista do programa "Sua Vida Por Um Fio" e participou de outros programas como "TV de Vanguarda", o principal programa de televisão na época. Nessa época, entre outros, atuou nos teleteatros "A Vaidosa", "Esquina Perigosa" e "E o Vento Levou". Atuou na peça de Henrik Ibsen, "Casa de Bonecas", ao lado de Guiomar Gonçalves, Suzi Arruda, Jaime Barcelos, Lima Duarte, Dionísio Azevedo e Heitor de Andrade. Interpretou o papel principal, Nora Helmer.

Participou de telenovelas e foi apresentadora, a primeira da televisão brasileira. Apresentou o programa "Encontro Entre Amigos", que ficou no ar por muitos anos, sempre no horário nobre.

O Afastamento e o Retorno

Casou-se com Devanir Otaviano Corazza, tiveram dois filhos, Denise e Gilberto, e separaram-se em 1958. Após um período de onze anos de afastamento, voltou a fazer programas na TV Bandeirantes, em seguida na TV Record e no SBT.

Algumas das peças de teatro em que participou foram "Feitiço", no Teatro Popular do SESI e "Você Tem Medo do Ridículo, Clark Gable?".

Lia de Aguiar faleceu em 2000, vítima de uma Parada Cardiorrespiratória, em consequência de crise de asma.

Televisão

  • 1999-2000 - Chiquititas ... Condessa
  • 1998 - Pérola Negra ... Branca Pacheco Oliveira
  • 1998 - Fascinação ... Querubina Vidigal
  • 1997 - Os Ossos do Barão ... Lupércia
  • 1996 - A Última Semana
  • 1994 - Éramos Seis ... Dona Marlene
  • 1983 - A Ponte do Amor
  • 1982 - A Força do Amor ... Julica
  • 1981 - Partidas Dobradas ... Ruth
  • 1980 - Dulcinéa Vai à Guerra
  • 1979 - Dinheiro Vivo ... Isildinha
  • 1978 - O Direito de Nascer ... Consolação
  • 1977 - Éramos Seis ... Madre
  • 1976 - Tchan, a Grande Sacada
  • 1976 - Xeque-Mate ... Carolina
  • 1975 - Ovelha Negra ... Cecília
  • 1974 - A Barba Azul ... Ester
  • 1973 - Vidas Marcadas
  • 1973 - Vendaval
  • 1972 - O Leopardo ... Ester
  • 1972 - Os Fidalgos da Casa Mourisca
  • 1971 - Sol Amarelo
  • 1971 - Os Deuses Estão Mortos ... Eulália
  • 1970 - As Pupilas do Senhor Reitor
  • 1969 - Algemas de Ouro
  • 1969 - Seu Único Pecado
  • 1957 - Coração Inquieto ... Carolina
  • 1956 - E o Vento Levou ... Melanie Hamilton
  • 1955 - Engenho Das Almas
  • 1955 - Caminhos Sem Fim ... Olívia
  • 1954 - Encruzilhada
  • 1951 - Sua Vida Me Pertence

Cassiano Gabus Mendes e Lia de Aguiar
Cinema

  • 1998 - A Hora Mágica
  • 1979 - Dani, um Cachorro Muito Vivo
  • 1975 - O Sexo Mora ao Lado
  • 1956 - O Sobrado
  • 1951 - O Comprador de Fazendas
  • 1949 - Quase no Céu

Fonte: Wikipédia

Dilu Melo

MARIA DE LOURDES ARGOLLO
(86 anos)
Cantora, Compositora, Instrumentista e Folclorista

 * Viana, MA (25/09/1913)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/04/2000)

Criada em Porto Alegre, Dilu Melo começou a estudar música e violino aos cinco anos de idade. Aos nove anos, iniciou o aprendizado de violão com sua mãe, Dona Nenê, e de piano com a professora Elizéne D’Ambrósio. Aos 10 anos, compôs sua primeira obra, uma valsinha intitulada Heloísa, em homenagem à sua irmã mais nova.

Em 1938, Dilu foi para o Rio de Janeiro, estreando na Rádio Cruzeiro do Sul, surgindo então o convite para apresentar-se na Rádio Kosmos, de São Paulo. No mesmo dia da estréia, gravou um disco na Colúmbia, cantando as músicas Engenho D’Água (Dilu Melo e de Santos Meira) e Coco Babaçu (Dilu Melo). Depois, a serviço do Ministério da Educação, apresentou nossa música folclórica em vários estados, bem como na Argentina, onde morou 2 anos.

Em 1944 gravou na Continental o segundo disco, também com músicas suas, o coco Sapo Cururu e o xote Fiz a Cama na Varanda (Dilu Melo e Ovídio Chaves), este seu maior sucesso, música regravada também em outros países.

Atuou no Cassino Atlântico e foi contratada da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro.

Em 1947, Meu Cavalo Trotador (Dilu Melo e de Ademar Pimenta), gravada pelos Trigêmeos Vocalistas, também fez sucesso no exterior. Em 1949 obtiveram êxito a canção Rolete de Cana (Dilu Melo e de Osvaldo Santiago), o xote Qual o Valor da Sanfona (Dilu Melo e de J. Portela) e o jongo Conceição da Praia (Dilu Melo e Oldemar Magalhães), gravado por Marlene.

Em 1958, gravou de Altamiro Carrilho e Armando Nunes, o xote Nos Velhos Tempos. Por influência de Antenógenes Silva, começou a tocar acordeão recebendo da imprensa a denominação de Rainha do Acordeão. Autora de mais de cem músicas.

Foi professora de dicção, empostação, danças folclóricas e história da música. Também escreveu peças infantis.


Rubens Rollo

RUBENS ROLLO
(70 anos)
Ator

☼ Paraná (1930)
┼ São Paulo (2000)

Rubens Rollo foi um ator e radioator que atuou primeiro na Rádio Paranaense e depois transferiu-se para São Paulo onde fez teatro, televisão e cinema.

A estréia no cinema aconteceu em 1980 quando fez "Asa Branca - Um Sonho Brasileiro" e "Ato de Violência". Depois fez "Pixote, a Lei do Mais Fraco" (1980), "Bacanal de Colegiais" (1983), "A Hora da Estrela" (1985) e "Júlia e os Pôneis" (1987).

Na televisão participou das novelas "As Cinco Panelas de Ouro" (1982), "Aventuras Amorosas de Seu Quequé" (1982) e "Paiol Velho" (1982) na TV Cultura, onde fez também vários teleteatros.

No Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) participou da novela "Vida Roubada" (1983) e na TV Globo da minissérie "A Máfia no Brasil" (1984).

Filmografia


  • 1996 - Adágio ao Sol
  • 1985 - A Hora da Estrela ... Pai de Gloria
  • 1980 - Asa Branca - Um Sonho Brasileiro
  • 1980 - Ato de Violência
  • 1980 - Pixote - A Lei do Mais Fraco

Nádia Maria

NÁDIA MARIA
(68 anos)
Humorista

* Recife, PE (07/10/1931)
+ Itaipava, RJ (16/02/2000)

Participou de vários filmes brasileiros, como O Primo do Cangaceiro (1955), É a Maior (1958) e Virou Bagunça (1960).

Na televisão, fez programas humorísticos como Balança Mas Não Cai e a Escolinha do Professor Raimundo, imitando personalidades como Zélia Cardoso de Mello, Marta Suplicy e Maria da Conceição Tavares, sempre repetindo nas caracterizações sua conhecida e cômica gargalhada estridente.

Devido a um Câncer no Cérebro, afastou-se da carreira artística, falecendo algum tempo depois.

Trabalhos na TV

1990 - Escolinha do Prof. Raimundo - Célia Caridosa de Mello / Maria Bonita
1992 - Escolinha do Prof. Raimundo - Márcia Suplício
1993 - Escolinha do Prof. Raimundo - Maria da Recessão Colares
1995 - Escolinha do Prof. Raimundo - Lutia Aralbina

    Fonte: Wikipédia

    Humberto Catalano

    HUMBERTO CATALANO
    (96 anos)
    Ator

    * Rio de Janeiro, RJ (05/05/1904)
    + Rio de Janeiro, RJ (10/09/2000)

    De família tradicional, Humberto Catalano desde cedo teve sempre independência financeira, por parte dos pais. Fez bacharelado em Ciências e Letras, e trabalhou como alfaiate, nas melhores casas da capital. Com 20 anos demonstrou interesse por teatro, e participou de um grupo amador.

    Nesta mesma época começou a jogar futebol, atuando como goleiro. Por necessidade de um jogo inter-estadual, viajou para Vitória, Espírito Santo. Agradou como goleiro, e o técnico do time da cidade, resolveu contratá-lo. Catalano aceitou e passou a morar em Vitória.

    Nesta época, foi ao teatro e assistiu um espetáculo da Companhia Palmerim Silva. Sentiu novo interesse pelo teatro. Fica sabendo que a companhia irá fazer uma turnê pelo Nordeste do Brasil, e pediu emprego como ator. Não foi aceito como ator, mas mesmo assim viajou com a companhia, como secretário.

    Em uma ocasião, substituiu um dos atores do elenco, e agradou como ator. Assim iniciou sua carreira, em 1924. Começou no cinema, em 1926, no filme mudo A Lei do Inquilinato, de William Shoucair, fazendo um policial.

    No teatro, tem seu primeiro grande papel em A Guerra dos Mosquitos (1929). Fez carreira no teatro, e eventualmente cinema. Até, que nos anos 40 começou uma prolífica carreira nas telas grandes. Iniciou na Atlântida em comédias como Gente Honesta (1944). Seu maior sucesso foi como o Cornélio, no filme Este Mundo é Um Pandeiro (1947), dividindo as honras da fita com Oscarito.

    Atuando em cassinos, como o Icaraí, passa a ganhar bastante dinheiro. Gasta tudo no jogo, e com amantes. Perde sua esposa, e perde também milhões no turfe.

    Fez cinema até o fim dos anos 80. Sua última participação na TV, é em O Primo Basílio em 1988, na TV Globo. No cinema se despede em Solidão (1989).

    Catalano participou de filmes franceses: As Pérolas da Coroa (1937 - Les Perles de La Couronne), O Samurai (1967 - Le Samöurai); argentinos: O Segredo de Uma Confissão (1952 - Pecadora Inmaculada); americanos: Luar Sobre Parador (1988 - Moon Over Parador)

    Nos anos 90, Catalano sofreu um Derrame Cerebral, que o deixou bastante debilitado. Andando com dificuldade, amparado por sua governanta Yara, e escutando pouco apareceu pela última vez no vídeo, em 2000, pelo Canal Brasil.

    Um inesquecível comediante, que marcou definitivamente a história do cinema brasileiro. Catalano participou de cerca de 60 filmes, entre 1926 a 1989. Foram 63 anos dedicados ao cinema.

    Participou de todas as épocas da história da comédia brasileira, os filmes mudos, os filmes musicais da Cinédia, as chanchadas da Atlântida e Herbert Richers, os filmes de iê-iê-iê, as pornochanchadas e os filmes infato-juvenis estilo Os Trapalhões.

    Atuou com todos os outros comediantes, Oscarito, Grande Otelo, Dercy Gonçalves, Zé Trindade, Ankito, Violeta Ferraz e outros.

    Filmografia
    • Solidão (1989)
    • Luar Sobre Parador (1988)
    • O Torturador (1981)
    • Os Paspalhões em Pinóquio 2000 (1980)
    • Assim era a Pornochanchada (1978)
    • Essa Freira é uma Parada (1977)
    • Manicures a Domicílio (1977)
    • As Desquitadas em Lua-de-Mel (1976)
    • As Mulheres Que Dão Certo (1976)
    • Tem Folga na Direção (1976)
    • Um Virgem na Praça (1973)
    • Le Samouraï (1967)
    • Rio, Verão & Amor (1966)
    • Três Colegas de Batina (1962)
    • Samba em Brasília (1961)
    • Minervina Vem Aí (1960)
    • A Viúva Valentina (1960)
    • Meus Amores no Rio (1959)
    • Entrei de Gaiato (1959)
    • Quem Roubou Meu Samba? (1959)
    • Cala a Boca, Etelvina (1959)
    • O Camelô da Rua Larga (1958)
    • A Grande Vedete (1958)
    • A Baronesa Transviada (1957)
    • Boca de Ouro (1957)
    • Rio Fantasia (1957)
    • Depois eu Conto (1956)
    • Genival é de Morte (1956)
    • Quem Sabe, Sabe! (1956)
    • Carnaval em Marte (1955)
    • O Petróleo é Nosso (1954)
    • O Circo Chegou à Cidade (1954)
    • Pecadora Inmaculada (1952)
    • Não é Nada Disso (1950)
    • O Noivo de Minha Mulher (1950)
    • É com Este Que eu Vou (1948)
    • E o Mundo se Diverte (1948)
    • Este Mundo é um Pandeiro (1947)
    • Segura Esta Mulher (1946)
    • Sob a Luz de Meu Bairro (1946)
    • O Gol da Vitória (1945)
    • Não Adianta Chorar (1945)
    • Cem Garotas e um Capote (1945)
    • Gente Honesta (1944)
    • Samba em Berlim (1943)
    • Les Perles de La Couronne (1937)
    • Mágoa Sertaneja (1931)
    • A Lei do Inquilianto (1926)

    Fonte: Wikipédia e Dramaturgia Brasileira - In Memoriam

    Álvaro Valle

    ÁLVARO BASTOS DO VALLE
    (65 anos)
    Político

    * Rio de Janeiro, RJ (15/05/1934)
    + Rio de Janeiro, RJ (09/01/2000)

    Álvaro Valle foi um político brasileiro, fundador e primeiro presidente do Partido Liberal (PL). Foi Deputado Estadual na Guanabara (1962-1964 e 1971-1975) e Deputado Federal pelo Rio de Janeiro (1995-1999) não conseguindo ser reeleito em 1998.

    Antes de fundar o Partido Liberal, foi membro da União Democrática Nacional (UDN), Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e Partido Democrático Social (PDS).

    Em 1988 foi candidato a prefeitura do Rio de Janeiro.

    Álvaro Valle morreu em 09/01/2000 vítima de um câncer no intestino.

    Fonte: Wikipédia

    Nícia Soares

    NÍCIA SOARES
    (72 anos)
    Atriz e Dubladora

    * (25/09/1928)
    + (06/11/2000)

    Participou de várias radionovelas na década de 1950. Atuou na novela A Muralha exibida pela TV Excelsior em 1968.

    Nícia Soares nasceu em 25 de setembro de 1928 e direcionou sua carreira para usufruir daquilo que Deus lhe deu: uma voz suave, boa dicção e interpretação.

    Também chega às rádio-novelas e foi uma das mais destacadas da Rádio São Paulo. Nessa época, já estava casada com o dublador Waldyr de Oliveira.

    O caminho natural foi ir também para a AIC, logo no seu início, participando de filmes, séries de TV da época. Sua voz se ajustava bem para as mocinhas como para as mulheres envolventes.

    Mas, surgem quatro personagens fixos para ela: Allison MacKenzie, interpretada pela atriz Mia Farrow, somente na 1ª temporada de A Caldeira do Diabo (Peyton Place), Betty Rublle de Os Flintstones, em poucos episódios da 1ª temporada, Rosie a robô empregada de Os Jetsons e Samantha em A Feiticeira, onde dublou a 1ª temporada na íntegra e alguns poucos episódios na 2ª, sendo substituída por Rita Cléos. Nícia Soares dublou essas quatro personagens fixas e pequenas outras participações em desenhos e séries de TV.

    Até hoje não sabemos com certeza, o que a fez largar a dublagem. Assim, Betty Rublle é substituída por Laura Cardoso e Samantha, no transcorrer da 2ª temporada é substituída por Rita Cléos até o final da série.

    Nícia Soares faleceu em 06 de novembro de 1990.

    Francisco Dantas

    FRANCISKUS VLADISLOVAS CEPUKAITIS
    (88 anos)
    Ator

    ☼ Kaunas, Lituânia (18/09/1911)
    ┼ Rio de Janeiro, RJ (29/08/2000)

    Franciskus Vladislovas Cepukaitis, conhecido como Francisco Dantas, foi um ator, nascido em Kaunas, Lituânia, no dia 18/09/191, e radicado no Brasil.

    Francisco Dantas, veio para o Brasil em 1926 aos 15 anos de idade. Antes de seguir a carreira artística, trabalhou como agricultor e vaqueiro.

    Francisco Dantas possui mais de 50 filmes e dezenas novelas em seu currículo. Iniciou sua carreira teatral na Companhia de Teatro Zaira Médice. Participou da montagem de inúmeras peças teatrais entre as quais citamos "My Fair Lady", "Um Violinista no Telhado", "Tango", dentre várias outras.

    Trabalhou ao lado de grandes nomes do teatro brasileiro como Paulo Autran, Bibi Ferreira, Procópio Ferreira, Tereza Raquel e muitos outros nomes.

    No final da década de 50, Francisco Dantas estreou no cinema e participou de dezenas de filmes da época áurea das produtoras Atlântida e Vera Cruz, como "Carnaval no Fogo" (1949), "Dona Xepa" (1956), com Odete Lara"Fuzileiro do Amor" (1956), ao lado de Mazzaropi, e "A Viúva Valentina" (1960), com Dercy Gonçalves.

    Em 1976, interpretou o Drº Argemiro no filme "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e, durante a década de 70, atuou na série de filmes dos Trapalhões.

    Em 1975, entrou na TV Globo, em que atuou em "Gabriela" (1975), "Escrava Isaura" (1976), "Selva de Pedra" (1986), "Água Viva" (1980), "Top Model" (1989), "Memorial de Maria Moura" (1994), entre outras obras.

    O último trabalho de Francisco Dantas foi na minissérie "Memorial de Maria Moura" (1994). O ator também trabalhou nos programas "Os Trapalhões" e "Chico Anysio Show".

    Nos anos de 1992 e 1995 Francisco Dantas sofreu cirurgia de próstata e desde então estava afastado da televisão devido ao seu frágil estado de saúde.

    Francisco Dantas faleceu aos 89 anos, no dia 29/08/2000, aos 88 anos, no Rio de Janeiro, RJ.

    Francisco Dantas, Ivan de Albuquerque, Fernando Torres, Fernanda Montenegro, Francisco Dantas e Carmem Silva em "Assunto de Família", 1980 - Teatro.
    Cinema

    • 1979 - O Cinderelo Trapalhão
    • 1977 - Ódio
    • 1976 - Dona Flor e Seus Dois Maridos
    • 1975 - As Loucuras de um Sedutor
    • 1974 - Robin Hood, o Trapalhão da Floresta
    • 1973 - Salve-se Quem Puder
    • 1973 - Aladim e a Lâmpada Maravilhosa
    • 1971 - Uma Pantera em Minha Cama
    • 1971 - Como Ganhar na Loteria Sem Perder a Esportiva
    • 1970 - Pais Quadrados... Filhos Avançados
    • 1970 - Em Família
    • 1970 - Marcelo Zona Sul
    • 1968 - Massacre no Supermercado
    • 1962 - Socia de Alcoba
    • 1962 - Assassinato em Copacabana
    • 1960 - A Viúva Valentina
    • 1960 - O Viúvo Alegre
    • 1960 - Sai Dessa, Recruta
    • 1960 - Esse Rio Que eu Amo
    • 1959 - Maria 38
    • 1959 - Mujeres de Fuego
    • 1959 - Dona Xepa
    • 1959 - Quem Roubou Meu Samba?
    • 1959 - Eu Sou o Tal
    • 1958 - O Noivo da Girafa
    • 1957 - Metido a Bacana
    • 1957 - A Baronesa Transviada
    • 1957 - Pega Ladrão
    • 1957 - Boca de Ouro
    • 1956 - Fuzileiro do Amor
    • 1956 - Quem Sabe, Sabe!
    • 1952 - Barnabé Tu És Meu
    • 1952 - Destino
    • 1951 - Aí Vem o Barão
    • 1949 - Carnaval no Fogo
    • 1944 - Romance de um Nordedor

    Eloisa Mafalda Francisco Dantas
    Televisão

    • 1994 - Memorial de Maria Moura
    • 1993 - Agosto
    • 1993 - Você Decide (Episódio "Máscara Negra")
    • 1991 - Felicidade
    • 1991 - O Fantasma da Ópera
    • 1990 - Fronteiras do Desconhecido
    • 1989 - República
    • 1988 - Olho Por Olho ... Xerém
    • 1986 - Selva de Pedra ... Perez
    • 1986 - Hipertensão ... Américo
    • 1983 - Caso Verdade, Vida Nova ... Pietro
    • 1980 - Coração Alado ... Tião Galinha
    • 1980 - Água Viva ... Marciano
    • 1979 - Cabocla ... Delegado André
    • 1979 - Feijão Maravilha ... Horácio
    • 1978 - A Sucessora ... Moretti
    • 1978 - Dancin' Days
    • 1978 - O Pulo do Gato ... Horácio
    • 1977 - Dona Xepa ... Alamiro
    • 1976 - Escrava Isaura ... Mattoso
    • 1976 - Saramandaia ... Padre Romeu
    • 1975 - Gabriela ... Coronel Jesuíno Guedes Mendonça
    • 1974 - Supermanoela ... Donato
    • 1972 - Selva de Pedra ... Neves
    • 1972 - História de Subúrbio
    • 1970 - Irmãos Coragem ... Dr. Paulo

    Fonte: Wikipédia

    Wilson Simonal

    WILSON SIMONAL DE CASTRO
    (61 anos)
    Cantor

    * Rio de Janeiro, RJ (26/02/1939)
    + Rio de Janeiro, RJ (25/06/2000)

    Foi um cantor brasileiro de muito sucesso nas décadas de 1960 e 1970 e de acordo com Luiz Carlos Miéle foi o maior cantor do Brasil.

    Simonal teve uma filha, Patricia, e dois filhos, também músicos: Wilson Simoninha e Max de Castro.

    Início da Carreira e o Sucesso

    Filho de uma empregada doméstica, Simonal era cabo do Exército quando começou a cantar, nos bailes do 8º Grupo de Artilharia de Costa Motorizado (8º GACOSM), então sediado no Leblon. Seu repertório se constituía basicamente de calipsos e canções em inglês.

    Em 1961, foi crooner do conjunto de "Calipso Dry Boys", integrando também o conjunto "Os Guaranis". Apresentou-se no programa "Os Brotos Comandam", apresentado por Carlos Imperial, um dos grandes responsáveis por seu início de carreira. Cantou nas casas noturnas "Drink" e "Top Club". Foi levado por Luiz Carlos Miéle e Ronaldo Bôscoli para o Beco das Garrafas, que era o reduto da Bossa Nova.

    De acordo com o jornalista Ruy Castro, "quando surgiu o cantor no Beco das Garrafas, Simonal era o máximo para seu tempo: grande voz, um senso de divisão igual aos dos melhores cantores americanos e uma capacidade de fazer gato e sapato do ritmo, sem se afastar da melodia ou apelar para os scats fáceis".

    Em 1964, viajou pela América do Sul e América Central, junto com o conjunto Bossa Três, do pianista Luís Carlos Vinhas.

    De 1966 a 1967, apresentou o programa de TV "Show em Si ...Monal", pela TV Record - canal 7 de São Paulo. Seu diretor era Carlos Imperial. Revelou-se um showman, fazendo grande sucesso com as músicas "País Tropical" (Jorge Bem Jor), "Mamãe Passou Açúcar em Mim", "Meu Limão, Meu Limoeiro" e "Sá Marina" (Carlos Imperial), num swing criado por César Camargo Mariano, que fazia parte do Som Três, junto com Sabá e Toninho, e que foi chamado de pilantragem (uma mistura de samba e soul), movimento também idealizado e capitaneado por Carlos Imperial.

    Em 1970, acompanhou a seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo, realizada no México, onde tornou-se amigo dos jogadores de futebol Carlos Alberto, Jairzinho e do maestro Érlon Chaves.

    Sequestro do Contador

    No início da década de 1970, Simonal teria sido vítima de um desfalque e demitiu seu contador, Raphael Viviani, o suposto culpado. Este moveu uma ação trabalhista contra o cantor. Em agosto de 1971, Simonal recrutou dois amigos (um deles seu segurança) militares para arrancar uma "confissão" do contador, que foi torturado nas dependências do DOPS. Este, afinal, acabou assinando a confissão de culpa no desfalque.

    Simonal conhecia os agentes do DOPS há dois anos, quando havia deposto, como suspeito, a respeito da presença de uma bandeira soviética no cenário de um de seus shows. O que ele não contava era que Viviani daria queixa do espancamento e, quando os jornais noticiaram o fato, os envolvidos foram obrigados a se explicar.

    Relações com a Polícia, Política e Órgãos de Informação

    Processado sob acusação de extorsão mediante sequestro do contador, Simonal levou como testemunha aquele mesmo policial do DOPS do então Estado da Guanabara, Mário Borges, que o apontou em julgamento como informante do DOPS. Outra testemunha de defesa, um oficial do I Exército (atual Comando Militar do Leste), afirmou que o réu colaborava com a unidade.

    Simonal foi julgado culpado pelo sequestro e, em 1972, quando estava prestes a lançar o seu disco de retomada, condenado a uma pena de cinco anos e quatro meses, que cumpriu em liberdade. Nos autos, Simonal era referido como colaborador das Forças Armadas e informante do DOPS. Em 1976, em acórdão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, também é referida a sua condição de colaborador do DOPS.

    "Em sua argumentação final, o ilustre meritíssimo alega que não tem como julgar os agentes do DOPS, já que estávamos vivendo um estado de exceção e, por isso, ele não tinha competência para julgar atos que poderiam ser de segurança nacional, mas Wilson Simonal, que era civil, não tinha esse tipo de "cobertura", portanto pena de 5 anos e 4 meses para ele (...) Se em 1971 fosse provado que ele era um colaborador, ele não seria julgado por isso, seria condecorado, escreve o comediante Claudio Manoel, produtor e diretor do documentário "Simonal - Ninguém Sabe o Duro Que Dei".

    O compositor Paulo Vanzolini, no entanto, afirma, em entrevista ao Caderno 2 do Estadão, que Simonal era, de fato, "dedo duro" do regime militar e complementa: "Essa recuperação que estão fazendo do Simonal é falsa. Ele era dedo-duro mesmo. Ele se gabava de ser dedo-duro da ditadura (...) na frente de muitos amigos ele dizia 'eu entreguei muita gente boa' ", conclui.

    No entanto, jamais houve registro de alguém que declarasse ter sido delatado por Simonal. Nem mesmo a Rede Globo, a qual Simonal jurava que havia um documento proibindo sua entrada nos programas da emissora, registra que haja documentos vetando o cantor.

    Raphael Viviani, em depoimento para o filme, relata que Simonal estaria no DOPS e teria assistido à sua tortura e não teria tido dó.

    O humorista Chico Anysio e o jornalista Nelson Motta, dentre outras personalidades, afirmam que até a presente data não apareceu uma vítima sequer das ditas delações de Simonal.

    Discografia

    1961 - Teresinha
    1963 - Tem Algo Mais
    1964 - A Nova Dimensão do Samba
    1965 - Wilson Simonal
    1966 - Vou Deixar Cair...
    1967 - Wilson Simonal Ao Vivo
    1967 - Alegria, Alegria
    1968 - Alegria, Alegria - volume 2
    1968 - Quem Não Tem Swing Morre Com a Boca Cheia de Formiga
    1969 - Alegria, Alegria - volume 3
    1969 - Cada Um Tem o Disco Que Merece
    1969 - Homenagem à Graça, à Beleza, ao Charme e ao Veneno da Mulher Brasileira
    1970 - Jóia
    1970 - México 70
    1972 - Se Dependesse de Mim
    1973 - Olhaí, Balândro..é Bufo no Birrolho Grinza!
    1974 - Dimensão 75
    1975 - Ninguém Proíbe o Amor
    1977 - A Vida é só Cantar
    1979 - Se Todo Mundo Cantasse Seria Bem Mais Fácil Viver
    1981 - Wilson Simonal
    1985 - Alegria Tropical
    1991 - Os Sambas da Minha Terra
    1995 - Brasil
    1997 - Meus Momentos: Wilson Simonal
    1998 - Bem Brasil - Estilo Simonal
    2002 - De A a Z : Wilson Simonal
    2003 - Alegria, Alegria
    2003 - Se Todo Mundo Cantasse Seria Bem Mais Fácil Viver (Relançamento)
    2004 - Rewind - Simonal Remix
    2004 - Wilson Simonal na Odeon (1961-1971)
    2004 - Série Retratos: Wilson Simonal
    2009 - Simonal - Ninguém Sabe o Duro Que Dei
    2009 - Wilson Simonal - Um Sorriso Pra Você

    Ostracismo e Morte

    Simonal caiu em absoluto esquecimento a partir da década de 1980. Segundo sua segunda mulher, Sandra Cerqueira, "Ele dizia para mim: "Eu não existo na história da música brasileira".

    Tornou-se deprimido e alcoólatra, vindo a morrer de Cirrose Hepática decorrente do alcoolismo.

    Reabilitação

    Em 2002, a pedido da família, a Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) abriu um processo para apurar a veracidade das suspeitas de colaboração do cantor com os órgãos de informação do regime militar. A comissão analisou documentos da época, manteve contato com pessoas do meio artístico, como o comediante Chico Anysio e os cantores Ronnie Von e Jair Rodrigues, e analisou reportagens publicadas nos jornais. Em notícia veiculada em 1992 pelo Jornal da Tarde, por exemplo, Gilberto Gil e Caetano Veloso declararam não ter tido problemas de convivência com Simonal.

    Além de depoimentos de artistas e de material enviado por familiares e amigos, constou do processo um documento de janeiro de 1999, assinado pelo então secretário nacional de Direitos Humanos, José Gregori, no qual atestava que, após pesquisa realizada nos arquivos de órgãos federais, como o SNI e o Centro de Informações do Exército (CIEx), não foram encontrados registros de que Simonal tivesse sido colaborador, servidor ou prestador de serviços daquelas organizações.

    Em 2003, concluído o processo, Wilson Simonal foi moralmente reabilitado pela Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em julgamento simbólico.

    Em 2009, foi lançada a biografia "Nem Vem Que Não Tem - A Vida e o Veneno de Wilson Simonal". Nela seu autor, o jornalista Ricardo Alexandre, apresenta fatos que tentam levar o leitor a acreditar na inocência alegada por Simonal. A narrativa desenvolvida no livro sustenta que, para se inocentarem, os agentes do DOPS que torturaram o contador teriam improvisado uma farsa: Viviani seria um possível terrorista denunciado por Simonal. Para dar um ar de credibilidade à história, o cantor assinou documento em que se assumia acostumado a "cooperar com informações que levaram esta seção (DOPS) a desbaratar por diversas vezes movimentos subversivos no meio artístico".

    Fonte: Wikipédia