Marcelo Tupynambá

FERNANDO ÁLVARES LOBO
(64 anos)
Engenheiro, Radialista, Crítico Musical, Poeta e Músico

☼ Tietê, SP (29/05/1889)
┼ São Paulo, SP (04/07/1953)

Marcelo Tupynambá (na grafia moderna Marcelo Tupinambá), era o pseudônimo de Fernando Álvares Lobo, filho de músicos portugueses de sobrenome Lobo. Sua mãe chamava-se Maria Rodrigues de Azevedo Lobo e era professora. Seu tio-avô, Elias Álvares Lobo, foi autor da primeira ópera escrita em português e seu pai, Eduardo Álvares Lobo, foi destacado no cenário musical de sua época para reger a orquestra que recepcionou Dom Pedro II no interior paulista.

Ainda pequeno, Marcelo Tupynambá mudou-se para São Paulo, onde fez o curso primário.

Também foi engenheiro formado pela Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), radialista, crítico musical e poeta. Trabalhou como engenheiro mas, sentindo que a sua verdadeira vocação era a música, a ela passou a dedicar-se inteiramente. Teve ativa participação durante a Semana de Arte Moderna. Foi amigo e colaborador das rodas literárias e artísticas onde conviveu com Villa-Lobos, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Mário de Andrade, e outros.

Foi ao lado de Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha, fundamental na edificação de um estilo de composição que se tornaria paradigma na identificação de uma música verdadeiramente nacional.

Sua obra compreende mais de trezentas canções para canto e piano ou piano solo, incluindo outros gêneros como operetas, bailados, corais e quartetos de corda.

A música de Marcelo Tupynambá exerceu enorme influência no gosto popular entre as décadas de 1910 e 1930. Os foliões, durante o período de carnaval, saiam às ruas entoando as melodias do autor, que eram, ainda, difundidas através dos teatros, cinemas, discos e mais tarde também através do rádio e TV, resultando num enorme índice de popularidade e aceitação. Famosas, as músicas de Marcelo Tupynambá logo foram impressas e consumidas em forma de partitura. 

Marcelo Tupynambá (1º à esquerda) entre colegas, 1946
As músicas de Marcelo Tupynambá já receberam mais de 200 gravações desde 1913 até hoje por intérpretes como Pixinguinha, Francisco AlvesInezita Barroso, Eudóxia de Barros, Guiomar Novaes, e foram reverenciadas por Villa-Lobos, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida, Menotti Del Picchia e Darius Milhaud.

Porém grande parte das músicas de Marcelo Tupynambá permanece desconhecida do público em geral também porque cantores e músicos não têm fácil acesso a suas partituras.

O descaso perante a obra de Marcelo Tupynambá, que parece ser histórico, foi relatado primeiramente por Mário de Andrade, em artigo da década de 20 para a revista cultural "Ariel" e em seu famoso livro "Uma Pequena História da Música". O autor de "Macunaíma" queixava-se, já naquele tempo, dos músicos que abandonavam as partituras de Marcelo Tupynambá como se fossem moda passageira. O pensador, que liderou uma geração de compositores comprometidos com o desenvolvimento de uma verdadeira música nacional, de Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Luciano Gallet e tantos outros, se referia à música de Marcelo Tupynambá como um dos mais sólidos pilares da cultura brasileira. Dizia ser "escritas como entre o povo se faz arte". E chegou a analisar:

"O que exalta a música de Marcelo Tupynambá é a linha melódica. Muito pura e variada. O compositor encerra nela a indecisão heterogênea de nossa formação racial...é atualmente, entre os nossos melodistas de nome conhecido, o mais original e perfeito."

Marcelo Tupynambá e sua esposa Irene Menezes
Em outro trecho conclusivo do artigo da "Ariel"Mário de Andrade afirma, quase que profeticamente:

"Não se ouve mais o 'Matuto', ninguém mais se lembra de 'Ao Som da Viola'. Mas é possível que um dia os compositores nacionais, conscientes da sua nacionalidade e destino, queiram surpreender a melodia mais bela e original de seu próprio povo. As músicas de Marcelo Tupynambá serão nesse dia observadas com admiração e amadas com mais constância. Elas o merecem e o artista que as compôs, será lembrado, como um dos que melhor e primeiramente souberam surpreender os balbucios da consciência nacional nascente."
Foi, ainda Mário de Andrade, parceiro responsável pelos versos de "Canção Marinha", música de Marcelo Tupynambá, gravada em disco pela cantora Inezita Barroso.

O compositor francês Darius Milhaud, pertencente ao Grupo dos Seis (Les Six) em Paris, de passagem pelo Brasil no final da década de 1910, também descreveu a falta de atenção dos músicos brasileiros aos temas de Marcelo TupynambáDarius Milhaud classificou Marcelo Tupynambá como "umas das glórias e jóias da arte brasileira", e afirmou que suas melodias seriam como estrelas–guia da nossa riqueza musical, ignorada, desperdiçada, sem maiores explicações.

"Tupynambá e Nazareth precedem a música de seu país como aquelas duas grandes estrelas do céu sulino (Centauro e Alfa Centauri) precedem os cinco diamantes do Cruzeiro do Sul."
(Darius Milhaud, in La Revue Musicale, 1920)

Darius Milhaud fez o que aconselhava a todo músico brasileiro: estudou-as e tratou ele mesmo de citar sete melodias de Marcelo Tupynambá em uma das suas músicas mais interpretadas até os dias atuais, o balé "Le Boeuf Sur Le Toit".

Villa-Lobos, em 28/04/1923, concedeu um retrato autografado a Marcelo Tupynambá, que juntamente com o retrato assinado do maestro Eleazar de Carvalho e Souza Lima, tinham lugares reservados em cima do piano do compositor. Numa outra ocasião, Villa-Lobos, considerado nosso maior compositor, afirmou ter composto uma sinfonia sob inspiração dos temas de Marcelo Tupynambá, e assim escreveu na dedicatória: "Foi de um tema, de uma parte de tua alma sonora, filha dos trópicos de nosso Brasil, que criei esta sinfonia sertaneja."

Registro da participação de Marcelo Tupynambá em programas da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (08/10/1925)
As partituras da coleção Marcelo Tupynambá, em sua maioria, são para canto e piano, piano solo, coro, banda e orquestra. Uma obra extensa, composta por mais de trezentas partituras para canto e piano (canções) e piano solo, uma dezena de peças para coro e orquestra (operetas), outra dezena de músicas para orquestra sinfônica (bailados e trilha sonora) e ainda algumas composições para instrumento solo e piano (lendas para violino e piano) e outras para coro (motivos folclóricos e música sacra).

Toda essa diversidade de composições incluíam colaboradores, letristas, parceiros e arranjadores. Os versos das canções de Marcelo Tupynambá são dos poetas Guilherme de AlmeidaMenotti Del PicchiaMário de Andrade, Afonso Schmidt, Amadeu Amaral, Manuel Bandeira, Castello Netto, Olegário Mariano, Homero Prates, Alphonsus de Guimarães, entre outra dezena de escritores, alguns representantes da Semana de Arte Moderna de 1922.

Participaram de arranjos de músicas suas os maestros Guerra-PeixePixinguinha, Gabriel Migliori, Souza Lima e Gaó. Interpretaram suas canções Francisco Alves, Vicente Celestino, Silvio CaldasInezita Barroso e Zizi Possi. Gravaram suas músicas Pixinguinha e Oito Batutas, Altamiro Carrilho, Eudóxia de Barros e Mário de Azevedo.

Escreveram criticamente sobre sua obra Oswald de AndradeMário de Andrade, Vasco Mariz, Ary Vasconcelos, Mariza Lira, Edigar de Alencar, José G. Vinci de Moraes, Manoel Aranha Correa do Lago, Renato Almeida, Bruno Kiefer, Aloysio Alencar Pinto, Darius Milhaud, Oneyda Alvarenga, Benedito Pires de AlmeidaMenotti Del Picchia, José Miguel Wisnik, Zuza Homem de Mello, José Ramos Tinhorão, Homero PratesManuel Bandeira, Elizabeth Travassos, Ulisses Paranhos, Cravo Albin, Jairo Severiano, Duprat Fiúza, Beatriz Leal Guimarães, Sérgio Millet e Ailton Rodrigues.

O teatro musicado pode ser considerado o primeiro divulgador da música de Marcelo Tupynambá. Tão logo suas canções faziam sucesso nos espetáculos, as canções passavam a ser editadas no formato de partitura e gravadas em disco. A partir de 1924, também o rádio se tornaria outro importante instrumento de divulgação de sua obra.

Marcello Tupynambá e Edgard Arantes
Marcelo Tupynambá foi pioneiro na função de diretor artístico da Rádio EducadoraRádio BandeirantesRádio RecordRádio TupiRádio Gazeta em São Paulo. Para o cinema, escreveu trilhas sonoras e seu oficio no dia a dia, assim como o de Ernesto Nazareth, era acompanhar as fitas de cinema mudo.

Marcelo Tupynambá atuou desde sempre para o reconhecimento e valorização da arte popular brasileira. Ele preocupava-se com a música regional, por exemplo: as modas e toadas do interior, com melodias simples e letras inspiradas em assuntos do cotidiano, eram recriadas em versão para voz e piano.

Atuando em diversos campos artísticos, o compositor deve ser considerado um legítimo representante da consolidação da canção brasileira como música nacional por excelência.

Marcelo Tupynambá foi casado com Irene Menezes Lobo, com quem teve os filhos: Cecilia, Helena, Samuel, Cláudio, Eduardo, Thereza e Ignês.

A herma que os tieteenses ergueram em sua homenagem foi inaugurada em 27/08/1967. O dia 30 de maio foi instituído "Dia de Marcelo Tupynambá" pela Lei n° 1.149 de março de 1972.


Domingos Jorge Velho

DOMINGOS JORGE VELHO
(64 anos)
Bandeirante

☼ Santana do Parnaíba, SP (13/03/1641)
┼ Piancó, PB (02/04/1705)

Domingos Jorge Velho foi um bandeirante nascido na colônia do Brasil. Se tornou célebre por ter comandado a destruição do Quilombo dos Palmares.

Mameluco, tetraneto de índios tupiniquins e tapuias, filho de Francisco Jorge Velho e de Francisca Gonçalves de Camargo. Foi um dos maiores bandeirantes do Brasil.

Antes de 1671 já perseguia índios no nordeste do Brasil. Teve um primeiro arraial no Sobrado, onde estabeleceu uma fazenda para criar gado na extremidade ocidental do atual estado de Pernambuco, limitando em parte com a Bahia, às margens do Rio São Francisco.

De 1671 a 1674 explorou a Serra de Dois Irmãos, Serra Paulista e o Rio Canindé, no atual estado do Piauí; a Chapada do Araripe, o Rio Salgado e o Rio Icó, no atual Estado do Ceará; o Rio do Peixe, Rio Formiga, Rio Piranhas e Rio Piancó, no atual estado da Paraíba. Por fim, regressou ao Rio São Francisco por Pernambuco.

Acompanhou Domingos Afonso Sertão ao Piauí e, depois de combaterem os índios Pimenteiras, foi sozinho ao Ceará afugentar os índios Cariris. Guerreou contra os índios Icós e Sucurus e, mais ao sul, destroçou os índios Calabaças e Coremas na Paraíba.

Por cerca de 1675 estabeleceu grande fazenda agropecuária no que se denominou Formiga.

Em 1676 fundou um arraial no Piancó, logo destruído pelos índios Cariris, o qual reconstruiu ao exterminá-los.

De 1677 a 1680, não existem notícias sobre ele. Pode ter ido a São Paulo angariar gente e recursos para o projeto de acabar com os Palmares, pois sua patente de governador de 1688 diz que "se abalou por terra da vila de São Paulo com o número de gente branca e índios que entendeu ser bastante a conquistá-los".

Entre 1680 e 1684 já estaria fixado na região do Rio Piranhas, formando fazenda para agropecuária no Rio Piancó, afluente do Rio Piranhas, e com sua gente pronta: tinha a suas ordens mil e trezentos índios e oitocentos e vinte brancos. Um de seus filhos ainda teria visitado Taió à procura de ouro.

Guerra dos Palmares

Em 03/03/1687, Domingos Jorge Velho assinou com o governador João da Cunha Souto Maior as condições para atacar o Quilombo dos Palmares.

Em 03/12/1691, o governador de Pernambuco, o Marquês de Montebelo, confirmou as disposições acertadas antes entre João da Cunha Souto Maior e Domingos Jorge Velho para a campanha de destruição dos mocambos. O contrato foi ratificado pelo Marquês de Montebelo no mesmo dia e confirmado pela Carta Régia de 07/04/1693, que estipulava as mútuas obrigações.

Domingos Jorge Velho marchou imediatamente ao local, dando início a anos de combate. Contou com constantes reforços de contingentes novos, inclusive de Bernardo Vieira de Melo, mais tarde promotor da Guerra dos Mascates.

Apenas em 1695 estaria o Quilombo dos Palmares destruído. Calcula-se que no Quilombo dos Palmares viviam 15 mil negros fugidos da escravidão. No mesmo ano de 1695, no dia 20 de novembro, os homens de Domingos Jorge Velho mataram Zumbi dos Palmares.

Em 14/03/1695, começou sua Campanha da Serra da Barriga, que durou até 1697, quando caíram os últimos redutos dos escravos negros fugidos.

Em 10/02/1699, o governador Matias da Cunha nomeou-o chefe de uma tropa para dominar os índios do Maranhão, Ceará e Pernambuco, levando missionários e tendo como lugares-tenentes Antônio de Albuquerque e Matias Cardoso de Albuquerque.

Divergências Históricas

Há historiadores que afirmam que Domingos Jorge Velho não fez parte do exército sob o governo de Estêvão Ribeiro Baião Parente para mover guerra aos índios do sertão da Bahia, nem foi o destruidor do Quilombo dos Palmares em 1687, como escreveram Pedro Taques e Azevedo Marques, pois que faleceu em 1670, e esses feitos militares são de datas posteriores e pertencem a um de seus sobrinhos do mesmo nome.

Domingos Jorge Velho, a quem é atribuída a participação no exército sob o governo de Estêvão Ribeiro Baião, não é aquele Domingos Jorge Velho casado com Isabel Pires de Medeiros, e filho de Simão Jorge. E sim o filho de Francisco Jorge Velho, irmão de Domingos Jorge Velho. Seu tio, como descrito acima, não fez parte do exército.

Houve na época, com pequena defasagem de tempo, dois homônimos com o nome de Domingos Jorge Velho, tio e sobrinho, frequentemente confundidos inclusive pelo famoso historiador Pedro Taques. O tio, nascido e morador de Parnaíba, participou de entradas no sertão do Guairá, hoje Paraná, sob as ordens de Antônio Raposo Tavares, mas nunca esteve no Nordeste, ao que se saiba. A história da Conquista do Nordeste, entretanto, se desenrolou unicamente sob o mando das atividades sertanistas de seu sobrinho homônimo e solteiro, filho de seu irmão Francisco Jorge Velho e de Francisca Gonçalves de Camargo.

Domingos Jorge Velho I (tio), frequentemente confundido, foi filho de Simão Jorge e de Francisca Álvares Martins, casado com Izabel Pires de Medeiros, pai de Salvador Jorge Velho e Simão Velho. Seu inventário assim determina, datado de Santana de Parnaíba, SP, 29/12/1670. Este homônimo jamais poderia ter sido o conquistador do Nordeste, cujo primeiro contrato formal ou oficial data de 03/03/1687, quando já havia falecido muito anteriormente, em 1670.

Domingos Jorge Velho Pintura por Benedito Calixto, 1903
Domingos Jorge Velho II (sobrinho), paulistano ou parnaibano, foi o verdadeiro Conquistador do Nordeste perdido em mãos de diversas tribos hostis aos colonizadores portugueses, e amigas dos franceses, dos quilombolas, escravos negros fugidos dos engenhos de açúcar, dos escravistas holandeses no litoral e de outras fazendas, que passaram a atacar bandeiras e fazendeiros no interior, cujo principal e emblemático reduto foi o Quilombo dos Palmares, chefiados pelo seu chefe Zumbi dos Palmares, morto por um dos homens de Domingos Jorge Velho.

Participou anteriormente do exército do governador Estevão Ribeiro Bayão Parente contra os índios que viviam no sertão baiano do São Francisco. Teve também fazendas às margens do Rio São Francisco na divisa Bahia com Pernambuco e depois foi libertar o Piauí, junto com o português Domingos Afonso Mafrense ou Domingos Afonso Sertão, a contrato do rico fazendeiro baiano Francisco Dias D'Ávila, que cobiçava as pastagens d'além da margem ocidental do mesmo rio.

Em seguida separou-se de Domingos Afonso Sertão e foi sozinho dar combate aos índios rebelados no Cariri, Ceará, e depois na Paraíba, de cujo território foi nomeado governador, e onde estabeleceu a sua fazenda definitiva de Piancó e ainda denominou o antigo Rio Povoaçu, Punaré ou Paraguaçu, de Parnaíba, em memorial ao rio do mesmo nome que corta a cidade natal de seus ancestrais, Santana de Parnaíba, berço de inúmeros bandeirantes famosos.

Casou-se já idoso e não deixou descendência legal, pode ter tido filhos naturais com índias, já que seu exército indígena somava então cerca de 1300 indivíduos.

Fonte: Wikipédia

Furinha

DEMERVAL FONSECA NETO
Dentista, Instrumentista e Compositor

☼ Rio de Janeiro, RJ (09/06/1903)
┼ Circa Anos 70

Demerval Fonseca Neto, conhecido por Furinha, foi um instrumentista e compositor. Nasceu no Rio de Janeiro, RJ, no bairro do Catumbi, em 09/6/1903, e faleceu provavelmente nos anos 70.

Toda a família tocava de ouvido e, por volta de 1920, começou a tocar cavaquinho e, logo depois, bandurra (espécie de bandolim). Começou a compor ao iniciar seu trabalho em orquestra.

Em 1926 participou da Orquestra Raul Lipoff, tocando banjo, e com ela apresentava-se em festas e bailes.

Em 1927 lançou pela Odeon o choro "Tudo Teu", sua primeira composição gravada.

Em 1929 obteve sucesso com a gravação do choro "Verinha", pelo trompetista Djalma Guimarães, na Odeon.

Em 1930, Francisco Alves gravou, na Odeon, sua composição "Tristeza Havaiana" (Furinha e Lamartine Babo), com acompanhamento da Orquestra Pan-American, no qual faz um solo de guitarra havaiana.

Em 1931 passou a integrar a Orquestra de Simon Bountman, no Cassino do Copacabana Palace Hotel, na qual atuou até 1935, passando a exercer a partir de então sua profissão de dentista.

Furinha teve várias outras composições gravadas, entre as quais "Distância Infinita", pelo cantor Paulo Tapajós, e "Onde Estás", por gravada por Vero, pseudônimo do pianista Radamés Gnattali.

Risoleta Neves

RISOLETA GUIMARÃES TOLENTINO NEVES
(86 anos)
Primeira Dama Brasileira

☼ Cláudio, MG (20/07/1917)
┼ Rio de Janeiro, RJ (21/09/2003)

Risoleta Guimarães Tolentino Neves foi a esposa de Tancredo Neves. Não chegou a ser oficialmente primeira-dama do Brasil, visto que seu marido falecera antes de tomar posse da presidência.

Nascida na Fazenda da Mata, em Cláudio, pequena cidade mineira, Risoleta Guimarães Tolentino era filha de Quinto Alves Tolentino e Maria Guimarães Tolentino.

Conheceu Tancredo Neves na adolescência, em São João del-Rei, MG, quando ele estava apenas iniciando sua carreira política. Casaram-se em 1938 e tiveram três filhos: Inês Maria, Tancredo Augusto e Maria do Carmo.

De forma discreta, mas sempre atuante, teve papel importante na construção da democracia brasileira. Ela emprestou sua solidariedade moral e pessoal durante toda a trajetória de Tancredo Neves, acompanhando e participando dos principais acontecimentos políticos da época.


Na família sempre foi o alicerce. Do casamento da filha mais velha, Inês Maria Neves e Aécio da Cunha, nasceu Aécio Neves da Cunha, ex governador de Minas Gerais e atual senador pelo partido Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

Em 1986, o neto de Dona Risoleta elegeu-se pela primeira vez como deputado federal. Como prova do seu apoio à candidatura de Aécio Neves, o presenteou com um escritório no casarão da família, o Solar dos Neves.

Em 2002, disputando as eleições para Governador de Minas, poucos dias antes do povo ir às urnas, foi recebido pela avó em São João Del-Rey, MG. Neste momento ela o incentivou, pedindo para lutar e nunca ter medo.

"Tenho juízo. Vim pedir a bênção de Dona Risoleta na reta final."
(Aécio Neves)

Risoleta Neves e Aécio Neves, na sacada do Solar dos Neves, em São João del Rei.
No dia em que as pessoas de todas as cidades mineiras saíram de casa para exercitarem seus direitos de cidadão, Risoleta Neves, não teve a mesma sorte. Ao chegar para votar ela descobriu que seu título havia sido cancelado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Por problemas de saúde não votou e nem justificou sua ausência nas três últimas eleições, não podendo se unir aos 57,68% dos cidadãos que confiaram a seu neto, Aécio Neves, o governo de Minas Gerais.

"Deixei de votar porque estava doente, mas estou muito orgulhosa por ele estar seguindo o caminho do avô e isso me deu ânimo para vir aqui. O voto ficou no coração."
(Risoleta Neves)

Um ano depois, por complicações decorrentes da diverticulite, uma doença que causa a obstrução do intestino, a mesma que vitimou o ex-presidente Tancredo Neves, Risoleta Neves faleceu aos 86 anos. Ela está enterrada ao lado do túmulo de seu marido, no cemitério da Igreja de São Francisco de Assis em São João del-Rei, MG.


"Dona Risoleta era um exemplo de bondade, de seriedade e, sobretudo, de solidariedade!"
(Aécio Neves)

Waldo Vieira

WALDO VIEIRA
(83 anos)
Médico, Médium e Escritor

☼ Monte Carmelo, MG (12/04/1932)
┼ Foz de Iguaçu, PR (02/07/2015)

Waldo Vieira foi um médico, médium e autor brasileiro, mais conhecido por ser o propositor da Conscienciologia e da Projeciologia.

Já na sua infância Waldo Vieira começou a ter suas primeiras manifestações mediúnicas, tornando-se consequentemente adepto do Espiritismo. Afirma-se que sua primeira projeção consciente ocorreu aos 9 anos de idade.

Na juventude se radicou em Uberaba, MG, onde se graduou em Medicina e Odontologia. Posteriormente tornou-se também médico pós-graduado em plástica e cosmética, ambos em Tóquio, Japão.

Quando ainda estudante, em 1955, conheceu pessoalmente o médium Chico Xavier e juntos, desenvolveram nos anos 50 e 60 trabalho mediúnico no centro espírita Comunhão Espírita Cristã, que fundaram em Uberaba. Tal parceria resultou na publicação de diversos livros e estudos espíritas, mais notadamente em livros psicografados da série André Luiz. Juntos também exerceram a função de médium em sessões de psicografia de cartas e trabalho voluntário de distribuição de mantimentos a multidões de pessoas carentes.

Entre 1964 e 1968, o renomado quadrinista Messias de Mello adaptou seis contos psicografados por Waldo VieiraChico Xavier. As histórias em quadrinhos foram republicadas em um álbum em 2011.

Em 1965, Waldo Vieira e Chico Xavier viajaram para Washington, Estados Unidos, a fim de divulgar o Espiritismo no exterior. Com a ajuda de Salim Salomão Haddad, presidente do centro Christian Spirit Center, e sua esposa Phillis, estudaram inglês e lançaram o livro "Ideal Espírita", com o título "The World Of The Spirits".

Waldo Vieira e Chico Xavier
Trabalhos Solo Como Médium Espírita

Como médium espírita, psicografou sozinho os seguintes livros: "Conduta Espírita" (André Luiz - FEB, 1960), "Bem-Aventurados os Simples" (Valerium - FEB, 1962), "Cristo Espera Por Ti" (Honoré de Balzac - IDE, 1965), "De Coração Para Coração" (Maria Celeste - FEB, 1962), "Seareiros de Volta" (Diversos Espíritos - FEB, 1966), "Sonetos de Vida e de Luz" (Diversos Espíritos - IDE, 1966), "Sol Nas Almas" (André Luiz - CEC, 1964) e "Técnica de Viver" (Kelvin van Dine - CEC, 1967).

Estudos da Consciência e Desligamento do Espiritismo

Em 1966 Waldo Vieira se mudou para o município do Rio de Janeiro, desligando-se do centro Comunhão Espírita Cristã. Ao mesmo tempo tornou-se um dissidente do Espiritismo e decidiu se dedicar à pesquisa da experiência fora-do-corpo, ou projeção da consciência, fenômeno que considera chave para o desenvolvimento integral da consciência.

Tornou-se membro de duas das mais importantes organizações de pesquisa parapsicológicas do mundo, a americana American Society for Psychical Research (ASPR) e a britânica Society For Psychical Research (SPR).

Em 1979 lançou o livro "Projeções da Consciência: Diário de Experiências Fora do Corpo Humano", atraindo a atenção dos interessados na Projeciologia, para em 1981 co-fundar o Centro da Consciência Contínua, dedicado a pesquisa das experiências fora-do-corpo e estados alterados de consciência.

Em 1986 lançou o tratado "Projeciologia: Panorama das Experiências da Consciência Fora do Corpo Humano", com a primeira edição de 5000 exemplares, distribuída gratuitamente entre pesquisadores e bibliotecas do país e do exterior. O tratado consiste em uma exaustiva pesquisa, mais de 1900 referências bibliográficas de 37 países, que chancela o estudo sério e científico sobre o assunto. Tal tratado fundamenta também os estudos da Projeciologia e Conscienciologia e é considerado hoje a principal obra brasileira sobre projeções da consciência.

Ao longo dos anos Waldo Vieira também montou uma considerável biblioteca sobre a projeção da consciência e relacionados, incluindo milhares de referências populares e científicas na temática.

Em 1988, Waldo Vieira co-fundou o Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC), no Rio de Janeiro. Uma organização sem fins lucrativos voltada ao ensino e pesquisa da consciência em abordagem integral da personalidade. Ele também presidiu a instituição entre 1988 e 1999, sendo que no final deste período o Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia  foi reconhecido como instituição de Utilidade Pública Federal (UPF).

Em 1994, Waldo Vieira publicou mais um tratado chamado "700 Experimentos de Conscienciologia".

Em 2001, Waldo Vieira foi incluído na publicação inglesa "Who's Who In The 21st Century", editada pelo International Biographical Centre.

Waldo Vieira também era conhecido como um dos maiores colecionadores de histórias em quadrinhos do país e doou sua coleção pessoal para o Centro de Altos Estudos da Conscienciologia (CEAEC).

CEAEC e Atividades Atuais

Waldo Vieira passou a residir no Centro de Altos Estudos da Conscienciologia (CEAEC), localizado em no bairro Cognópolis, também apelidado de Cidade do Conhecimento ou Bairro do Saber, em Foz do Iguaçu, PR. Entre outras atividades, se dedicava à produção de uma Enciclopédia da Conscienciologia e dicionários relacionados ao tema.

"Sair do corpo humano, com lucidez, é a mais preciosa e prática fonte de esclarecimentos e informações prioritárias acerca dos mais importantes problemas da vida, elucidando-nos sobre quem somos, de onde viemos e para onde vamos!"
(Waldo Vieira)

Morte

Waldo Vieira morreu no fim da tarde de quinta-feira, 02/07/2015, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, aos 83 anos. Ele sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no dia 26/06/2015 e desde então permanecia internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Costa Cavalcanti.

A pedido do próprio Waldo Vieira, não houve velório ou cortejo. O corpo de Waldo Vieira foi encaminhado diretamente para o crematório. Para ele, a morte era apenas uma viagenzinha.

Bibliografia Espírita

Seleção de obras solo ou em parceria com o médium Chico Xavier
  • 1960 - A Vida Escreve
  • 1962 - Bem-Aventurados os Simples
  • 1962 - De Coração Para Coração
  • 1962 - Timbolão (Livro Infantil)
  • 1962 - Espírito da Verdade
  • 1963 - Leis de Amor
  • 1964 - Opinião Espírita
  • 1965 - Cristo Espera Por Ti
  • 1965 - Estude e Viva
  • 1966 - Entre Irmãos de Outras Terras
  • 1966 - Seareiros de Volta
  • 1966 - Sonetos de Vida e Luz
  • 1967 - Técnica de Viver
  • 2007 - Cristo Espera Por Ti (Edição comentada por Ramos Filho)


Obras Atribuídas Ao Espírito André Luiz
  • 1958 - Evolução em Dois Mundos
  • 1960 - Mecanismos da Mediunidade
  • 1960 - Conduta Espírita
  • 1963 - Sexo e Destino
  • 1964 - Sol Nas Almas
  • 1964 - Desobsessão


Bibliografia Conscienciológica

Algumas de suas obras conscienciológicas já foram ou estão sendo traduzidas para o inglês, espanhol, italiano, alemão e chinês.

  • 1979 - Projeções da Consciência: Diário de Experiências Fora do Corpo Humano
  • 1986 - Projeciologia: Panorama das Experiências da Consciência Fora do Corpo Humano
  • 1994 - 700 Experimentos da Conscienciologia
  • 1994 - O Que é a Conscienciologia
  • 1995 - Manual da Tenepes: Tarefa Energética Pessoal
  • 1996 - A Natureza Ensina
  • 1996 - Máximas da Conscienciologia
  • 1996 - Mini Definições Conscienciais
  • 1996 - Nossa Evolução
  • 1996 - Conscienciograma: Técnica de Avaliação da Consciência Integral
  • 1997 - 100 Testes da Concienciometria
  • 1997 - 200 Teáticas da Conscienciologia
  • 1997 - Manual da Dupla Evolutiva
  • 1997 - Manual da Proéxis: Programação Existencial
  • 1997 - Manual da Redação da Conscienciologia
  • 1997 - Temas da Conscienciologia
  • 2003 - Homo Sapiens Reurbanisatus
  • 2006 - Enciclopédia da Conscienciologia
  • 2007 - Homo Sapiens Pacificus
  • 2008 - Projeções da Consciência (9ª Edição)
  • 2009 - Manual dos Megapensenes Trivocabulares
  • 2009 - Projeciologia (10ª Edição)
  • 2010 - Nossa Evolução (3ª Edição)
  • 2013 - Dicionário de Neologismos da Conscienciologia
  • 2013 - Enciclopédia da Conscienciologia (co-autor - 7ª Edição)

Fonte: Wikipédia
Indicação: Douglas Bachine

Wilma Bentivegna

WILMA BENTIVEGNA
(85 anos)
Cantora, Atriz e Apresentadora

☼ São Paulo, SP (17/07/1929)
┼ Mogi das Cruzes, SP (02/07/2015)

Wilma Bentivegna foi uma cantora, apresentadora e atriz brasileira. Nascida em São Paulo, desenvolveu carreira na segunda metade da década de 50, realizando gravações de discos e apresentações em rádios e TVs. Foi uma importante cantora no rádio paulista, mesmo não tendo sido uma cantora de popularidade nacional. Especializou-se em gravar principalmente versões de canções estrangeiras de sucesso na época. De estatura baixa, sempre pareceu uma menina, sendo chamada por todos de Wilminha.

Começou sua carreira aos 9 anos no programa "Clube do Papai Noel", de Homero Silva, na Rádio Difusora. Começou depois a atuar em radioteatro na Rádio Tupi, sob direção de Otávio Gabus Mendes e na Rádio Difusora, com Oduvaldo Vianna. Fazia papeis infantis, pois sua voz também era de menina. Foi a caçula da "Caravana da Alegria", que viajou por várias cidades do interior de São Paulo.

Atuou já no primeiro dia da TV Tupi, cantando junto com os Garotos Vocalistas, sendo assim a primeira cantora a se apresentar na extinta TV.

Ganhou muitos prêmios, entre eles o de Atriz Revelação. Participou de algumas telenovelas e do filme "Custa Pouco a Felicidade" (1952) de Geraldo Vietri.

Wilma Bentivegna e Ninon Sevilha em 1954
Em 1954, foi contratada pela gravadora Sinter e gravou com acompanhamento de Zezinho e Sua Orquestra, a guaracha "Me Voy a Morir" (F. Cabrera), e com acompanhamento de Luis Arruda Paes e Sua Orquestra o samba-canção "Chove" (Geraldo Vietri), mais tarde célebre novelista de televisão e roteirista de filmes.

Em 1955, foi contratada pela Rádio Nacional de São Paulo e pela TV Paulista.

Em 1956, assinou contrato com a gravadora Odeon e gravou com acompanhamento de Luiz Arruda Paes e Sua Orquestra o fox "Rififi" (Gerard e Rue), com versão de Haroldo Barbosa, o bolero "Ama-me Amor" (Panzeri e Mascheroni), com versão de Valdir Cardoso.

Em 1957, gravou com acompanhamento de Luis Arruda Paes e Sua Orquestra, as canções "Pollyana" (N. Schultze e B. Balzo), e "Marcelino, Pão e Vinho", da trilha sonora de filme homônimo, composição de P. Sorozobal e P. Sorozobal Jr, versões de Ribeiro Filho, que obtiveram boa repercussão nacional.

Gravou em 1959, com acompanhamento de Waldomiro Lemke e Sua Orquestra, a clássica canção francesa "Hino ao Amor" (Edith Piaf e Monnot), com versão de Odair Marzano, além do samba "Só Tristeza" (Paulo Rogério e Odair Marzano).

Em 1960, gravou com Waldomiro Lemke e Sua Orquestra a fantasia "Minha Devoção" (O. Cesana), e o samba-canção "Vontade de Enlouquecer" (Guerra Peixe e Odair Marzano).


Em 1961 gravou, ainda, com Waldomiro Lemke e Sua Orquestra, as canções "As Folhas Verdes de Verão" (D. Tiomkin e P. F. Webster), com versão de Paulo Rogério, e "Canção do Amor Que Eu Lhe Dou" (Lourival Faissal). Lançou pela gravadora Odeon, o LP "Canção do Amor Que Eu Lhe Dou" no qual interpretou as músicas "Canção do Amor Que Eu Lhe Dou" (Lourival Faissal), "Hino ao Amor" (Edith Piaf e Monnot), "Graças a Deus Você Voltou" (Tito Madi), "Minha Devoção" (Oto Cesana), em versão de Odair Marsano, "Sonata da Despedida" (Wilma Camargo e Élcio Álvarez), "Alvorada de Amor" (Almeida Rego), "As Folhas Verdes do Verão" (D. Tiokim e Paul Francis Webster), em versão de Paulo Rogério, "Eu Sem Você" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia), "És Meu Amor" (S. Weyne e A. Silver), com versão de Teixeira Filho, "Sonata de Esquecer Saudade" (Geraldo Cunha e Pery Ribeiro), "Eu, a Tristeza e Você" e "Canção de Quem Espera", de Sebastião Silva.

Em 1962, registrou as canções "Canção de um Triste" (Paulo Rogério e Oldair Marzano), e "Preciso de Alguém" (Paulo Rogério).

Em 2005, o selo Revivendo lançou o CD "Wilma Bentivegna - Hino ao Amor" com 18 interpretações suas, entre as quais, a música título, de Edith Piaf e Margueritte Monnot"Canção de um Triste" (Paulo Rogério e Odair Marzano), "Sonata de Esquecer Saudade" (Geraldo Cunha e Pery Ribeiro), "Vontade de Enlouquecer" (Guerra Peixe e Odair Marzano), "Minha Tristeza e o Mar" (Wilma Bentivegna), "Graças a Deus Você Voltou" (Tito Madi), "As Folhas Verdes de Verão" (Dimitri Tiomkin e Paul Francis Webster), "Canção do Amor Que Eu Lhe Dou" (Lourival Faissal), "Rififi" (M. Philippe-Gerard e Jaques Larue), "Eu, a Tristeza e Você" (Sebastião Silva), "Preciso de Alguém" (Paulo Rogério), "Noite de Amor" (Tchaikovsky) com adaptação de Fred Jorge, e "Marcelino Pão e Vinho" (Pablo Sorozobal).

Morte

Wilma Bentivegna morreu na tarde de quinta-feira, 02/07/2015, no Hospital Ipiranga em Mogi das Cruzes, SP. De acordo com amigos da família, Wilma Bentivegna passou mal em casa e foi hospitalizada, mas não resistiu. O corpo será velado na Câmara Municipal da cidade de Suzano onde residia.

Segundo o Hospital Ipiranga, a cantora faleceu por volta das 15:00 hs, após ter passado por atendimento. Amigo da família, o jornalista Gil Fuentes contou que a causa da morte foi insuficiência respiratória.

"A Wilma já não andava muito bem há algum tempo. Estava com depressão e quase não saia de casa. É uma grande perda porque a Wilma fez sucesso em uma época que era necessário saber cantar. Ela trabalhou com Lima Duarte e participou da inauguração da TV"
(Gil Fuentes)

Discografia

  • 1962 - Canção de um Triste / Preciso de Alguém (Odeon, 78)
  • 1961 - As Folhas Verdes de Verão / Canção do Amor Que Eu Lhe Dou (Odeon, 78)
  • 1961 - Canção do Amor Que Eu Lhe Dou (Odeon, LP)
  • 1960 - Minha Devoção / Vontade de Enlouquecer (Odeon, 78)
  • 1959 - Hino ao Amor / Só Tristeza (Odeon, 78)
  • 1957 - Pollyana / Marcelino, Pão e Vinho (Odeon, 78)
  • 1956 - Rififi / Ama-me Amor (Odeon, 78)

Indicação: Miguel Sampaio

Gaúcho

FRANCISCO DE PAULA BRANDÃO RANGEL
(58 anos)
Cantor, Compositor e Violonista

☼ Cruz Alta, RS (29/06/1911)
┼ Rio de Janeiro, RJ (31/03/1970)

Francisco de Paula Brandão Rangel, mais conhecido por seu nome artístico de Gaúcho, foi um cantor e compositor brasileiro. Formou com Joel de Almeida a dupla Joel & Gaúcho, uma das mais bem-sucedidas da Música Popular Brasileira, especialmente na década de 1940. Como compositor, foi também um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM).

Joel de Almeida e Francisco de Paula Brandão Rangel, o Gaúcho conheceram-se no Rio de Janeiro em 1930 quando Joel de Almeida tinha 17 anos e Gaúcho 19 anos, em encontro promovido por amigos em uma noitada de samba na Tijuca, bairro da zona norte do Rio de Janeiro. Começaram então a cantar juntos, com Joel de Almeida batendo no chapéu de palha e Gaúcho tocando violão.

Francisco Rangel, o Gaúcho, chegou ao Rio de Janeiro como soldado das tropas de Getúlio Vargas que derrubaram o então presidente Washington Luís. A partir desse encontro, passaram a atuar em festinhas e serenatas. No mesmo ano, estrearam na Rádio Phillips no Rio de Janeiro através de Renato Murce no programa "Hora do Outro Mundo".

Contratados pela Rádio Philips, passaram a se apresentar também no "Programa Casé" e foram apelidados de Irmãos Gêmeos da Voz por Alziro Zarur.

Em 1935, a dupla obteve seu primeiro destaque em disco com o samba "Estão Batendo" (Gadé e Valfrido Silva), gravado pela Columbia. No lado B, o disco trazia o samba "O Chapéu é Quem Diz" (Gaúcho e Joel de Almeida), cuja gravação contou com o acompanhamento de Pixinguinha e sua orquestra.

Joel e Gaúcho
Em 1936, já pela RCA Victor, lançaram a marcha "Pierrô Apaixonado" (Heitor dos Prazeres e Noel Rosa), grande sucesso no Carnaval que marcou o início de uma série de êxitos no gênero. Eles a cantaram no filme "Alô, Alô, Carnaval" e passaram a se apresentar nos Cassinos da Urca e Atlântico e no Copacabana Palace Hotel. Ainda em 1936, gravou com Joel de Almeida o samba "Ai Se Tu Soubesses" (Gaúcho e Joel de Almeida). Lançaram os sambas "Não Precisa Pagar (Miguel Bauso, J. Fernandes e Buci Moreira), e "Pequena Futurista" (Francisco Matoso). Gravaram a marcha "Palhaço Não Chora" (Homero Ferreira, Kid Pepe e J. Piedade), os sambas "Mangueira" (Kid Pepe e Alcebíades Barcelos) e  "Nosso Amor Morreu" (Carolina Cardoso de Menezes).

Em 1937 gravaram os sambas "Parece Mandinga" (Constantino Silva e Nelson R. da Silva) e "Você Não Tem Razão" (Pedro Caetano). No mesmo ano gravaram a marcha "Jóia do Brasil" (Fernando de Castro Barbosa).

Em 1938 lançaram a marcha "Você Perdeu" (Benedito Lacerda e Darci de Oliveira) e o samba "Com as Mãos Nas Cadeiras" (Benedito Lacerda e Gastão Viana).

Em 1940 gravaram a batucada "Cai, Cai" (Roberto Martins), que se tornou um grande sucesso no Carnaval daquele ano, além da marcha, "Todo Barulho é Pouco" (Roberto Martins e Nássara).

Em 1941 gravaram a valsa "Sempre o Mesmo Velho Rio..." (João de Barro e Alberto Ribeiro), o samba "O Morro Começa Aí" (Custódio Mesquita e Heber de Bôscoli), e a marcha "Vamos Comadre" (Joel de Almeida e Pedro Caetano).

Em 1942 entre outras composições, gravaram os frevos "Dança do Carrapicho" e "O Passo do Caroá", ambos de Nelson Ferreira e Sebastião Lopes.

Em 1943 gravaram de Nássara e E. Frazão, as marchas "O Danúbio Azulou" e "Sai, Quinta Coluna", que referenciava a situação política nacional e internacional naqueles tempos de guerra mundial. De Joel de Almeida e Pedro Caetano, gravaram o maxixe "Quem Foi Que Disse?" e a valsa "Aceite o Convite". No mesmo ano, lançaram o sucesso "Aurora" (Roberto Roberti e Mário Lago), que depois chegou a ser lançado internacionalmente com as Andrew Sisters, gravado na Continental.

Joel e Gaúcho
Em 1944 gravaram a marcha "Quero Respeito" (Arno Canegal, Janet de Almeida e Ari Monteiro) e o samba "Guiomar" (Haroldo Lobo e Wilson Batista).

Em 1946 lançaram para o Carnaval a marcha "Mulata (Rainha do Meu Carnaval)" (Pereira Matos e Felisberto Martins). No mesmo período, gravaram com as Seis Pequenas do Barulho, a marcha "Alá! Alá!" (Pedro Caetano e Claudionor Cruz).

Em 1947 gravaram o boogie-woogie "Boogie-Woogie do Rato" (Denis Brean), um de seus mais expressivos lançamentos, e a batucada "Onde Há Fumaça Há Fogo". Nesse mesmo ano realizaram excursão à Argentina, apresentando na Rádio El Mundo e na Boate Embassy, na capital argentina. Nessa mesma ocasião, a dupla se desfez, com Joel de Almeida permanecendo em Buenos Aires como cantor e com Gaúcho retornando ao Brasil.

No início dos anos 1950 Joel de Almeida retornou ao Brasil e a dupla se refez realizando mais algumas gravações.

Em 1951 gravaram as marchas "Ai Amor" (Freire Jr.) e "Madame Butterfly" (Antônio Almeida).

Em 1952 gravaram a marcha "Saudades da Aurora" (Antônio Almeida, Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr.). Nesse mesmo ano, Gaúcho resolveu abandonar o rádio, indo morar em Itacuruçá, praia no Rio de Janeiro, e a dupla se desfez definitivamente. Todavia, continuou atuando como compositor, tendo músicas gravadas por Léo RomanoDircinha Batista e pela dupla de palhaços Arrelia e Pimentinha.

Em 1957, seu choro "Chorinho Diferente" foi gravado por Sivuca e Seu Conjunto pela Copacabana.

Joel e Gaúcho
Em 1958, o samba "Três Beijos" (Gaúcho, Antônio Bruno e José Saccomani) foi gravado na RCA Victor pelo Trio Nagô, e o samba "Copo Simbólico" (GaúchoAntônio Bruno e José Saccomani), foi registrado pelo cantor Mário Martins pela gravadora Odeon. Fez com Arrelia e Morais, o samba "O Que é o Que é" gravado pelo palhaço de circo Arrelia em disco Copacabana.

Em 1959, teve o samba "Olha Nos Meus Olhos" gravado por Léo Romano na Odeon.

Em 1960, teve o samba "Preciso Amar" gravado por Léo Romano na Odeon, além de duas marchas lançadas na gravadora Copacabana, "Mustafá" (GaúchoArrelia e Léo Romano), na voz da dupla de palhaços de circo Arrelia e Pimentinha, e "Lá Em Casa Todo Mundo... Ó!", na voz do cantor Homem de Melo.

Em 1961, o samba "Ouça, Meu Amigo" (Gaúcho, João Saccomani e Jota Pacheco), foi gravado por Léo Romano na Mocambo.

Em 1962, a dupla tornou a se reunir e gravou pela RCA Victor o LP "Joel & Gaúcho" registrando os seus grandes sucessos, disco comemorativo aos trinta anos de formação da dupla.

Em 1963, a marcha "Trovador de Toledo" (Gaúcho, J. Nunes e José Saccomani),  foi gravada por Dircinha Batista, e a marcha "Galo de Ouro" (Gaúcho, Emílio SaccomaniArrelia), homenagem ao pugilista Éder Jofre, então campeão mundial de pesos pena, foi gravada pela dupla de palhaços de circo Arrelia e Pimentinha.

Em 1971 foi lançado pela RCA Victor o LP "Joel e Gaúcho - Os Irmãos Gêmeos da Voz", com destaque para "O Chapéu é Quem Diz" (Joel de Almeida e Gaúcho), "Canção Pra Inglês Ver" (Lamartine Babo), "Aurora" (Roberto Roberti e Mário Lago), e "Cai, Cai" (Roberto Martins). 

Embora sua carreira tenha ficado marcada pela dupla que fez com Joel, também incursionou pela carreira de compositor tendo inclusive sido um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM).

Fonte: Wikipédia, Dicionário Cravo Albin da MPB e Collector's
Indicação: Miguel Sampaio