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Márcia Maria

MÁRCIA MARIA BRISA
(68 anos)
Atriz

* Vitória, ES (05/02/1944)
+ São Paulo, SP (08/02/2012)

Márcia começou sua carreira como garota-propaganda na TV Record por volta de 1965, tornando-se depois apresentadora. Estreou como atriz em uma pequena participação na série Ceará Contra 007, escrita por Marcos César, vivendo a personagem Silvia, ao lado de comediantes como Ronald Golias, Durval de Souza, Jô Soares, Consuelo Leandro e Renato Corte Real.

Sua primeira telenovela foi A Última Testemunha, que estreou em agosto de 1968, na mesma TV Record, marcando o investimento pesado da emissora também na teledramaturgia. Era um original de Benedito Ruy Barbosa dirigido por Walter Avancini e com Suzana Vieira, Agnaldo Rayol, Lolita Rodrigues, Reny de Oliveira e Yvan Mesquita nos principais papéis.

No ano seguinte, Márcia Maria ganhava sua primeira grande oportunidade como atriz em Algemas de Ouro, outro original de Benedito Ruy Barbosa, que estreou em março de 1969 e que contava a história de um casal com o casamento em crise, interpretados por Lolita Rodrigues e Yvan Mesquita, que resolvia se separar, mas a idéia não era bem recebida pelos quatro filhos do casal (personagens vividos por Fulvio Stefanini, Márcia Maria, Reny de Oliveira e Roberto Bolant). A personagem Lene revelou a atriz para o público e crítica, e foi nesta telenovela que ela trabalhou, pela primeira vez, com o ator e diretor Adriano Stuart, que depois viria a ser seu marido.

A Consagração

A consagração junto ao público chegou na telenovela seguinte, As Pupilas do Senhor Reitor, adaptação de Lauro César Muniz para a obra do português Júlio Diniz, dirigida por Dionísio Azevedo.

Lançada em março de 1970 pela TV Record, a telenovela ficou quase um ano no ar, e foi um dos maiores sucessos da emissora no gênero. Márcia Maria interpretava uma das duas pupilas, Margarida, que após a morte do pai vai viver com sua meia-irmã Clara (vivida primeiro por Geórgia Gomide e depois por Maria Estela), filha de sua madrasta, que logo morre e deixa as duas sob responsabilidade do Padre Antônio, o senhor Reitor (or Dionísio). Margarida é prometida a Daniel das Dornas (papel que consagrou Agnaldo Rayol também como ator, que voltava à aldeia formado médico mas nem se lembrava mais da moça.

Em março de 1971, Márcia Maria teve um grande desafio: viver Veridiana, a principal personagem feminina de Os Deuses Estão Mortos, uma telenovela de Lauro César Muniz até hoje considerada pelos críticos de televisão como um dos melhores textos de telenovela.

Foi uma produção caprichada da TV Record, com elenco de peso. Era a história de duas famílias, que em 1889, diputavam a liderança política da cidade de Ouro Negro, uma delas republicana e a outra monarquista. Falava-se da abolição da escravatura e da iminente República.

A presença loira, bonita e talentosa de Márcia Maria chamava a atenção, e o diretor Fauzi Mansur a convidou para um dos principais papéis do filme Uma Verdadeira História de Amor. Foi sua estréia no cinema, tendo como galã Francisco Di Franco.

O sucesso de Os Deuses Estão Mortos rendeu mais um folhetim para a TV Record, a continuação da história de Lauro César Muniz, que levou o nome de Quarenta Anos Depois, e foi exibida a partir de dezembro de 1971. Márcia Maria ganhou um papel duplo: a avó Veridiana e a neta rebelde e alegre com o mesmo nome. Um desafio que lhe valeu reconhecimento e prêmios. Ao lado de Fulvio Stefanini, Paulo Goulart, Rolando Boldrin e Nathalia Thimberg, ela foi um dos grandes destaques da telenovela.

Em junho de 1972 a atriz estreava na TV Tupi, onde rapidamente se transformaria também em uma das estrelas da casa. A primeira telenovela foi Bel-Ami, de Ody Fraga e Teixeira Filho, onde vivia a personagem Hilda e disputava com a personagem de Elaine Cristina as atenções do galã, Adriano Reys, o Bel-Ami, um pobretão que acabava dominando toda uma sociedade. O ator Antônio Fagundes também estreava na TV Tupi nesta telenovela.

Foi em 1973 que ela participaria de um telenovela da autora Ivani Ribeiro. Márcia Maria brilhou no elenco de uma das telenovelas mais importantes da televisão brasileira, Mulheres de Areia, como a bela Andréia, personagem que no remake da Rede Globo foi vivida por Karina Perez. A telenovela ficou quase um ano no ar, de março de 1973 a fevereiro de 1974, e a canção Beautiful, interpretada pelo conjunto The Isley Brothers, era o seu tema na telenovela.

No ano seguinte, 1974, Márcia Maria fez parte do grande elenco de Os Inocentes, uma adaptação de Ivani Ribeiro para a TV Tupi da história clássica, A Visita da Velha Senhora, vivendo o segundo papel feminino da história, Marina. Neste mesmo ano ela voltou ao cinema em Gente Que Transa, de Sílvio de Abreu, vivendo a principal personagem feminina, Denise, ao lado de Carlos Eduardo Dolabella, Adriano Reys, Elke Maravilha e José Lewgoy. O filme, que na época não fez muito sucesso, é hoje considerado "cult" justamente por marcar a estréia de Sílvio de Abreu no cinema brasileiro.

Entre 1975 e 1978, Márcia Maria se tornou a heroína das telenovelas de Geraldo Vietri para a TV Tupi. Sempre tendo como par romântico o ator Jonas Mello, os dois conquistaram o público nas tramas Meu Rico Português, Os Apóstolos de Judas e João Brasileiro, o Bom Baiano.

Entre uma telenovela e outra, escrita por Geraldo Vietri, ela ainda fez uma participação especial na primeira versão de A Viagem, de Ivani Ribeiro, entrando quase no final da trama quando os personagens principais se encontram no "paraíso". Nesse período, ela também fez um filme dirigido por Geraldo Vietri, Uma Estranha Forma de Amar, ao lado de atores da TV Tupi, como Paulo Figueiredo, Berta Zemel, Jonas Mello, Sadi Cabral e Benjamin Cattan.

Em 1979, já vivendo uma crise financeira muito grande, a TV Tupi ainda encontraria fôlego para produzir a telenovela Dinheiro Vivo de Mário Prata, uma história que falava sobre os programas de televisão com perguntas e respostas que valiam prêmios para os inscritos. Márcia Maria interpretava a personagem feminina central, Flávia, contracenando com Ênio Gonçalves, Luiz Armando Queiroz, Sérgio Mamberti e a então novata Maitê Proença. Neste mesmo ano, fez mais uma incursão no cinema, deste feita no filme As Amantes de Um Homem Proibido, de José Miziara, ao lado de Nuno Leal Maia, mas sem grande repercussão.

A Década de 1980

A década de 1980 começa com um sucesso e um fracasso. O fracasso foi sua participação no filme As Intimidades de Analu e Fernanda, dirigida por José Miziara, ao lado de Ênio Gonçalves e Helena Ramos. Já o sucesso viria na TV Bandeirantes, onde Márcia Maria viveu Sofia na nova versão de A Deusa Vencida, de Ivani Ribeiro, novamente dirigida por Walter Avancini, um dos diretores com quem mais a atriz trabalhou na televisão. A telenovela chegou a ser reprisada em duas oportunidades pela emissora, tamanha a repercussão junto ao público.

Em 1982, ela viveu Dora na telenovela Campeão, exibida pela TV Bandeirantes, escrita por Jayme Camargo e Marcos Caruso, onde teve uma cena memorável onde imita a cena de Anita Ekberg no filme de Federico Fellini, A Doce Vida, quando toma banho em uma fonte. Depois da telenovela, se dedicou ao teatro e apresentou um programa feminino nas tardes da TV Record, o A Mulher dá o Recado.

A Década de 1990

Ela só voltou às telenovelas em Brasileiras e Brasileiros, pelo SBT, em 1990, dirigida mais uma vez por Walter Avancini. Sua personagem era Leonor, a dama de companhia da atormentada mulher de Ramiro, personagem vivido por Rubens de Falco. A telenovela foi um fracasso de audiência apesar do bom elenco, que tinha ainda Edson Celulari, Carla Camurati, Lucélia Santos, Fulvio Stefanini, Ney Latorraca e Isadora Ribeiro.

Ainda na década de 1990, apresentou o programa Festa Baile com Agnaldo Rayol, na TV Cultura. Fez teatro e gravou duas telenovelas: Por Amor e Ódio, na TV Record, em 1997, como a mãe de Isabela (Luciene Adami) e O Direito de Nascer, exibida pelo SBT apenas em 2001, como a Madre Teresa que cuida da personagem Maria Helena (Guilhermina Guinle) quando ela vai para o convento.

Márcia Maria faleceu em São Paulo em 8 de fevereiro de 2012, aos 68 anos.

Fonte: Wikipédia

Eliana Tranchesi

ELIANA MARIA PIVA DE ALBUQUERQUE TRANCHESI
(56 anos)
Empresária

* São Paulo, SP (24/11/1955)
+ São Paulo, SP (24/02/2012)

Eliana Tranchesi foi uma empresária brasileira do ramo da moda, especializada em grifes internacionais. Trouxe para o Brasil lojas do porte de Dolce Gabbana, Giorgio Armani, Louis Vuitton, Christian Dior, Prada, Chanel, Burberry, Salvatore Ferragamo, Gucci, Fendi, Chloé, Cacharel, Yves Saint Laurent, Goyard, Tom Ford e Tods. Foi proprietária da Daslu em São Paulo.

Filha de Lucia Piva, co-fundadora da Daslu, foi casada com o médico Bernardino Tranchesi e teve três filhos: Bernardo, Luciana e Marcela. Com o falecimento de Lucia Piva, Eliana Tranchesi passou a comandar a loja que, em 2005, saiu da Vila Nova Conceição para um espaço maior na Vila Olímpia rebatizada como Villa Daslu.

Prisão

Em 13 de julho de 2005, o Ministério Público, a Receita Federal e a Polícia Federal moveram a Operação Narciso resultando na prisão de Eliana Tranchesi e de seu irmão, Antonio Carlos Piva de Albuquerque. Porém, Eliana Tranchesi foi liberada logo depois de prestar depoimento.

Em abril de 2008, o Ministério Público Federal em Guarulhos pediu a condenação de Eliana Tranchesi e mais seis envolvidos no suposto esquema de importações fraudulentas.

Em 26 de março de 2009, a justiça brasileira condenou a pena máxima de 94,5 anos de prisão dada à empresária Eliana Tranchesi. Os outros seis réus foram condenados. Ambos foram acusados de formação de quadrilha, falsidade ideológica e descaminho tentado e consumado - importar ou exportar mercadoria lícita sem os devidos pagamentos de impostos.

A Justiça considerou ainda o grupo "uma quadrilha que cometeu crimes financeiros de forma habitual e recorrente, mesmo após a denúncia do Ministério Público Federal". Na sentença, a juíza Maria Isabel do Prado destacou que houve "ganância" e que Eliana Tranchesi "demonstrou ter personalidade integralmente voltada para o crime".

Em sua decisão, a juíza mencionou que a "organização criminosa" também deve ser presa por ter "conexões no estrangeiro" e que os acusados praticavam "crimes de forma habitual, como verdadeiro modo de vida, ou seja, são literalmente profissionais do crime".

No mesmo dia, a empresária foi presa pela Polícia Federal em cumprimento a sentença judicial, mas, um dia depois, a defesa conseguiu um habeas corpus e Eliana Tranchesi foi libertada.

Doença e Morte

Em 2006, revelou que havia retirado um tumor do pulmão, que teve metástase na coluna e que estava se submetendo a sessões de quimioterapia e radioterapia. Devido a sua prisão em março de 2009, revelou que retomou o tratamento.

Eliana Tranchesi morreu na madrugada de sexta-feira, 24/02/2012, aos 56 anos vítima de complicações de um câncer no pulmão. Ela estava internada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Em nota divulgada pelo Hospital Albert Einstein por volta das 11:00 hs da sexta-feira, 24/02/2012, informou que Eliana Tranchesi morreu "a 0h20 de hoje, em decorrência de um câncer pulmonar complicado por pneumonia".

"A diretoria da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein estende nesse momento suas condolências aos familiares", dizia a nota, assinada pelo presidente do hospital, Claudio Luiz Lottenberg, e o médico oncologista Sérgio Simon.

O enterro ocorreu às 15:00 hs do dia 24/02/2012 no Cemitério do Morumbi.


Pery Ribeiro

PERI OLIVEIRA MARTINS
(74 anos)
Cantor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (27/10/1937)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/02/2012)

Pery Ribeiro era filho de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. Tem seis irmãos (quatro por parte de pai, um de pai e mãe, e uma irmã adotiva por parte de mãe). Foi um grande admirador da obra artística de seus pais, e através deles conseguiu se decidir e apreciar a música, seguindo a carreira de cantor.

Despontou como cantor ainda na infância, e logo se tornou sucesso. Na chegada a adolescência passou a fazer shows profissionais.

Mais tarde no anos 50, passou a adotar o nome artístico de Pery Ribeiro, por sugestão do radialista César de Alencar. O primeiro disco foi gravado em 1960, mesmo ano em que estreou como compositor com a música Não Devo Insistir, com Dora Lopes. Em 1961 foi o intérprete de Manhã de Carnaval e Samba de Orfeu, ambas de Luiz Bonfá e Antônio Maria.

Pery gravou a primeira versão comercial da canção Garota de Ipanema, sucesso em todo o mundo, além de 12 discos dedicados à Bossa Nova. A partir da década de 1970, desenvolveu trabalhos mais voltados para o Jazz, ao lado de Leny Andrade, viajando pelo México e Estados Unidos, onde atuou também ao lado do conjunto de Sérgio Mendes.

Entre os 50 troféus e 12 prêmios que ganhou, estão o Troféu Roquette Pinto, o Troféu Chico Viola e o Troféu Imprensa.

Foi apresentador de programas de televisão e participou de alguns filmes no cinema nacional.

Morou muitos anos com a família em Miami, na Flórida, retornando em 2011 para a cidade do Rio de Janeiro.

Morte

Faleceu aos 74 anos, vítima de um Infarto Agudo do Miocárdio.

De acordo com a esposa de Pery, a empresária Ana Duarte, ele estava internado havia 30 dias no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na Zona Norte, para tratar de uma Endocardite e tinha alta programada para esta semana.

Fonte: Wikipédia

Osmar Navarro

OSMAR DAUMERIE
(81 anos)
Cantor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (19/11/1930)
+ Rio de Janeiro, RJ (04/01/2012)

O cantor e compositor Osmar Navarro era apaixonado por música desde criança. Osmar Navarro estreou no disco em 1956, no pequeno selo Lord, gravando em dueto com Celita Martins o samba-canção Dó-ré-mi-fá-sol-lá-si (Fernando César e Roland de Oliveira).

Em 1959 gravou pela Polydor interpretando os sambas-canção Imaginemos (Alvarenga e Ranchinho) e Candidato a Triste (Paulo Tito e Ricardo Galeno).

No mesmo ano gravou de sua autoria e Oldemar Magalhães o bolero-mambo Quem é?, que se tornaria seu maior sucesso, sendo regravado no mesmo ano pelo Trio Nagô, Vocalistas Modernos, Roberto Amaral e Hebe Camargo.

Em 1960 gravou de sua autoria a balada Vi e de Célio Ferreira e Oldemar Magalhães o samba Eterno Motivo. No ano seguinte passou a gravar na Chantecler, estreando com os sambas Maestro Coração (Célio Ferreira e Oldemar Magalhães) e Amor de Carnaval, de sua autoria e Alcina Maria.

Em 1962 estreou na Odeon gravando as músicas Quero e Lenita, de sua parceria com Alcina Maria.

Em 1963, gravou na CBS de sua autoria e Alcina Maria, a Balada da Esposa. Como compositor teve ainda gravadas, entre outras, o bolero Quando Estás a Meu Lado, parceria com Oldemar Magalhães, por Jair Alves e a balada Teu Nome, parceria com Ribamar, ambas pela RCA Victor.

Em 1968 o cantor Antônio Marcos defendeu no Festival da Record a composição Poema de Mim, de autoria de ambos.

Osmar Navarro gravou um total de seis LPs e 20 compactos. A música Quem é?, gravada por ele vendeu um total de 1 milhão de cópias.

Amigo que várias figuras importantes que se tornaram seus fãs, Osmar Navarro era figura obrigatória em praticamente todos os programas de rádio. Ao longo de sua carreira foi laureado com vários prêmios e troféus, com destaque para o Microfone de Ouro.

Osmar Navarro é autor de mais de mil músicas. O músico fez uma canção para a novela Estúpido Cupido (Quem é?) e também tem uma música gravada por Chitãozinho e Xororó (A Mais Bonita das Noites).

Osmar Navarro residia na cidade de São Vicente, litoral de São Paulo. Com a saúde bastante debilitada, o grande compositor e cantor há algum tempo fazia Hemodiálise três vezes por semana.

Na madrugada dia 4 de janeiro de 2012, o autor do clássico Quem é? e de tantas outras canções que marcaram nossas vidas, nos deixou, aos 81 anos de idade.

O velório aconteceu na Santa Casa de Santos e o enterro às 16 horas no cemitério de São Vicente.


Wando

WANDERLEY ALVES DOS REIS
(66 anos)
Cantor e Compositor

* Cajuri, MG (02/10/1945)
+ Nova Lima, MG (08/02/2012)

Wanderley Alves dos Reis nasceu em 2 de outubro de 1945 num arraial chamado Bom Jardim (MG). Lá, ficava a fazenda que teria pertencido aos seus avós. Seu registro, no entanto, foi feito na cidade de Cajuri, no mesmo estado. Ele conta que, ainda criança, mudou-se para Juiz de Fora (MG), onde concluiu o antigo primário. Mais tarde, ele foi para Volta Redonda (RJ), "onde eu entreguei leite nas casas, vendi jornal, virei feirante, dirigi caminhão na estrada". Na mesma época, passou a se interessar por música, tendo inicialmente se dedicado ao estudo do Violão Clássico.

"E aí eu descobri que não era legal o violão clássico para o que eu queria: eu queria tocar pras moças, né?". O violão clássico é bacana, mas elas (as mulheres), acho que ficavam um pouquinho entediadas. Descobri que eu tinha que fazer umas canções de amor. Comecei a sentir que era legal, que a música socialmente com a parte feminina dava muito certo, me apaixonei por aquele negócio."

Após deixar a profissão de feirante, Wando mudou-se para Congonhas (MG). Lá, começou a viver de música, como integrante de um conjunto chamado Escaravelhos (Escaravelho pra quem não sabe, é um besouro, a mesma coisa que Beatles). Cinco anos mais tarde, decidiu tentar a sorte no eixo Rio de Janeiro - São Paulo. Frustrada a passagem pelo Rio de Janeiro, chegou a São Paulo, onde teve gravado seu primeiro sucesso, na voz de Jair Rodrigues. A composição, O Importante é Ser Fevereiro, teria sido "uma música muito tocada no carnaval de 1974", lembrou Wando.

A canção integra o disco de estréia de Wando, Glória a Deus e Samba na Terra (1973). De acordo com ele, aquele trabalho seguia a linha do formato do Caetano Veloso, Chico Buarques de Holanda e Gilberto Gil.

A guinada em direção ao repertório romântico foi simbolizada pela música Moça, do disco seguinte, Wando (1975). A justificativa: “Cantando na noite em São Paulo, eu descobri que a parte feminina adorava quando eu tocava música romântica.”

Ao longo da década seguinte, Wando consolidaria a reputação, como ele mesmo lista, de “obsceno, o cara da maçã, o cara da calcinha”. É desse período, quando o cantor já vivia no Rio de Janeiro, sua música mais conhecida, “Fogo e Paixão”, do disco O Mundo Romântico de Wando” (1988), o 14º da carreira, segundo a contagem do Site Oficial.

Ele foi precedido por trabalhos como Gosto de Maçã (1978), Gazela (1979), Fantasia Noturna (1982), Vulgar e Comum é Não Morrer de Amor (1985) e Ui – Wando Paixão (1986). Na sequência, viriam, dentre outros, Obsceno (1988), Depois da Cama (1992) e O Ponto G da História (1996).

Entre álbuns de estúdio e registros ao vivo, o Site de Wando contabiliza 28 trabalhos, ao todo. O cantor acreditava ter vendido dez milhões de discos – “até na época que a gente contava. Depois houve a história da pirataria, que acabou me fazendo muito mais popular. Eu acho que a pirataria é ruim para um lado, para o lado compositor, mas para o lado intérprete, o cara que faz show, eu acho que ela favoreceu muito.”

Em entrevista à Agência Estado, em 2007, Wando comentou sua imagem de sedutor:

“Na verdade, eu sou como um ator. Até porque eu estaria morto hoje se fosse mesmo assim. Isso é um personagem, naturalmente. É normal que as pessoas pensem que eu sou desse jeito, mas não deixo que as pessoas alimentem muito essa imagem”.

Sobre a fama de brega, ele respondeu que incomodou e seguia incomodando.

“Quando as pessoas falam de brega, sempre se referem a uma coisa ruim. Então eu brigo por isso. Agora, eles até quiseram colocar o brega como uma coisa bacana, mas eu acho que é uma forma de pedir desculpa, e isso é mau. Se for ver, você tem que chamar o Chico Buarques de brega, a Maria Bethânia, o Caetano Veloso, o Gilberto Gil. Eles gravaram as músicas que a gente grava. Eles gravam melhor? Não. Isso foi uma coisa cruel que eles fizeram.”

Na entrevista, Wando também comentava a música Emoções, gravada em 1978, que ele dizia versar sobre a relação entre dois homens:

“Fiz isso porque acho que o relacionamento masculino é uma coisa válida. Não por ter aderido, mas porque eu tenho amigos que vivem esse tipo de coisa”.

Recentemente, o nome de Wando vinha sendo lembrado graças ao documentário Vou Rifar Meu Coração, de Ana Rieper, que vem frequentando o circuito dos principais festivais de cinema do país desde alguns meses atrás. Há pouco tempo, teve boa recepção na Mostra de Cinema de Tiradentes, encerrada no último dia 28/01/2011. O filme trata justamente da música tida como brega e traz depoimentos de cantores como Amado Batista, Nelson Ned, Agnaldo Timóteo, Peninha, além de Wando e de ouvintes que contam suas histórias com obras do gênero.

Cantor Romântico

Como letrista, Wando ficou célebre por composições de teor romântico e erótico. Sua marca registrada era a calcinha. Em depoimento disponível em seu Site Oficial, o próprio cantor conta como tudo teria começado, explicando que a peça foi uma espécie de fonte de inspiração para seu álbum Tenda dos Prazeres (1990).

“Uma calcinha de cabeça pra baixo, ela vira uma tenda, não é? Aí, coloquei uma calcinha na capa do disco, e essa coisa fez tanto sucesso, que até hoje eu não consigo tirar do show. Eu distribuo calcinhas e recebo, tenho uma coleção muito grande, de todas as formas, jeito, cores e tamanhos.”

No mesmo depoimento, Wando aborda outras estratégias que adotou ao longo da carreira:

“Teve uma época que eu mordia a maçã no palco, e continuo mordendo ainda, porque conta a história de como é que começou o pecado, não é?”. As alusões ao sexo prosseguiram, com distribuição de convites de motel – sempre durante apresentações ao vivo. “Teve uma época no Canecão que a gente botou uma banheira no palco, eu botava uma mulher nua no palco. Eu sempre gostei desses negócios.”

Morte

O cantor Wando morreu aos 66 anos na manhã do dia 08/02/2012, quarta-feira, no Biocor Instituto, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde estava internado desde o dia 27 de janeiro. A informação é do médico particular dele, João Carlos de Souza Dionísio. Segundo o médico, ele teve uma Parada Cardiorrespiratória às 8:00hs.

Dionísio informou que foram feitas manobras de ressuscitação, mas o paciente não resistiu. Segundo boletim médico divulgado na terça-feira (07/02/2012), ele apresentava quadro estável e melhora progressiva, mas a recuperação ainda era considerada de alto risco.

No domingo (05/02/2012), o cantor enviou um bilhete para os fãs: "Eu estou na oficina de Deus arrumando a turbina. Me aguardem!”. Ele lutava contra o entupimento das três artérias coronárias. O cantor chegou a ser submetido a duas cirurgias e havia tido um Infarto Agudo dentro do hospital.

Wando foi hospitalizado com quadro de Angina de Peito, e exames apontaram que as artérias do coração estavam entupidas por placas de gordura. Ele estava com 110 quilos no momento da internação, 30 a mais do que o recomendado, segundo o cardiologista particular.

Discografia

  • 1973 - Gloria a Deus e Samba na Terra
  • 1975 - Wando
  • 1976 - Porta do Sol
  • 1977 - Ilusão
  • 1978 - Gosto de Maçã
  • 1979 - Gazela
  • 1980 - Bem-vindo
  • 1981 - Pelas Noites do Brasil
  • 1982 - Fantasia Noturna
  • 1983 - Coisa Cristalina
  • 1985 - Vulgar e Comum é Não Morrer de Amor
  • 1986 - Ui-Wando Paixão
  • 1987 - Coração Aceso
  • 1988 - O Mundo Romântico de Wando
  • 1988 - Obsceno
  • 1990 - Tenda dos Prazeres
  • 1992 - Depois da Cama
  • 1993 - Mulheres
  • 1995 - Dança Romântica
  • 1996 - O Ponto G da História
  • 1997 - Chacundum
  • 1998 - Palavras Inocentes
  • 1999 - S.O.S. de Amor (Ao Vivo)
  • 2000 - Picada de Amor
  • 2012 - Fêmeas

Fonte: G1 e Wikipédia

Al Rio

ALVARO ARAÚJO LOURENÇO DO RIO
(49 anos)
Desenhista de Quadrinhos

* Fortaleza, CE (19/05/1962)
+ Fortaleza, CE (31/01/2012)

Nos anos 90, alguns dos personagens estampados nos quadrinhos do Capitão América, Hulk, X-Men e Star Wars saíram da prancheta de Álvaro Araújo Lourenço do Rio.

Al Rio, como era conhecido internacionalmente, foi um cearense de Fortaleza que integrou o primeiro grupo de brasileiros a desenhar para grandes editoras norte-americanas, como Marvel Comics e DC Comics.

Filho de um funcionário da Polícia Rodoviária Federal e de uma copeira, começou a botar os primeiros traços no papel aos dez anos. Antes de se tornar ilustrador, porém, trabalhou com publicidade e como diretor de animação.

Como lembra a mulher, Maria Zilda, com quem estava casado há 17 anos, Al Rio morou um tempo em Curitiba, onde cantava em bares à noite. Gostava dos cantores cearenses Fagner e Belchior.

Também viveu por cerca de nove anos no Rio de Janeiro, onde cursou um liceu de belas artes e começou a se dedicar às histórias em quadrinhos. Desenhou personagens da Disney e para a Revista da Xuxa.

Após passar em alguns testes, conseguiu trabalho em editoras norte-americanas. Era especializado em desenhos de mulheres sensuais.

"Amava o que fazia", conta a mulher, que o ajudava a escanear os trabalhos para mandá-los às agências. "Eu só não desenhava", brinca.

Nos momentos de folga, gostava de tocar violão e cantar. Há poucos dias, deu palestra numa feira de quadrinhos realizada em Fortaleza.

Morreu no dia 31/01/2012, aos 49 anos, deixando três filhos. Segundo a mulher, a filha Andrielle, de 13 anos, que começou a desenhar por incentivo do pai, pretende manter seu legado.

Fonte: Folha.com

Carminha Mascarenhas

CÁRMINA ALLEGRETTI
(81 anos)
Cantora

☼ Muzambinho, MG (14/04/1930)
┼ Rio de Janeiro, RJ (16/01/2012)

Carminha Mascarenhas integrou o grupo As Eternas Cantoras do Rádio, ao lado de outras como Ellen de Lima, Carmélia Alves e Violeta Cavalcanti.

Descendente de italianos, mudou-se com a família para São Paulo, quando tinha ainda poucos meses de idade e, mais tarde, foi morar em Poços de Caldas, MG. Formou-se como professora primária.

Começou a cantar no coral da Igreja Matriz de Poços de Caldas, destacando-se pela voz de contralto. Interessou-se pela música popular, acompanhada pelo pai e pelo tio ao violão. Iniciou sua carreira artística como crooner do conjunto de José Maria, ao lado do pianista Raul Mascarenhas, com quem veio a casar-se em 1952, e teve um filho, o saxofonista Raul Mascarenhas Pereira Junior, que foi casado com a cantora Fafá de Belém, casamento do qual nasceu Mariana de Figueiredo Mascarenhas, também cantora.

No ano seguinte, gravou seu primeiro disco com as canções de Hervé Cordovil "Nossos Caminhos Divergem" e "Folha Caída". Nessa época, transferiu-se com o marido para Belo Horizonte, apresentando-se com ele na Rádio Inconfidência e em casas noturnas.

Em 1955, estreou como crooner do Copacabana Palace, substituindo Nora Ney. Ainda nesse ano foi eleita, juntamente com Sylvia Telles, Cantora Revelação do Ano e contratada para fazer parte do elenco da Rádio Nacional, estreando na emissora no programa "Nada Além de 2 Minutos", produzido por Paulo Roberto.


Em 1956, deixou o trabalho do Copacabana Palace e começou a apresentar-se na boate Sacha's. Separou-se do marido e viajou para o Uruguai, onde se apresentou na boate Cave e no Cassino de Punta del Este.

Seguiu, depois, para Argentina e Paraguai. Gravou vários discos em 78 rpm e participou, com Elizeth Cardoso e Heleninha Costa, de um LP dedicado à obra de Fernando Lobo.

Em 1959, gravou seu primeiro LP solo, intitulado "Carminha Mascarenhas", em que registra a faixa "Eu Não Existo Sem Você" (Tom Jobim e Vinicius de Moraes). Assinou contrato com a TV Rio para apresentar o programa "Carrossel", atuando ao lado de Lúcio Alves, Elizeth Cardoso, Carlos José, Hernany Filho, Norma Bengell e Elizabeth Gasper.

Em 1960, foi convidada para participar do "Show Ary Barroso", ao lado do compositor e de Os Cariocas, Castrinho, Terezinha Elisa e Joãozinho da Goméia. O show ficou um ano e meio em cartaz na boate Fred's. Em seguida, participou, ainda com o mesmo elenco de artistas, do show "Os Quindins de Yá Yá", parcialmente gravado pela Copacabana Discos no compacto duplo "Musical Ary Barroso (1960)".

Compôs, em parceria com Dora Lopes, as músicas "Toalha de Mesa", uma homenagem a São Paulo, gravada por Noite Ilustrada, e "Samba da Madrugada", gravada até no exterior, sendo considerado um hino dos boêmios dos anos 60 e 70 em Copacabana, razão porque foi dedicada pelas autoras à cantora Maysa.


Mais tarde participou, com Marisa Gata Mansa e Hernany Filho do LP, "Em Cada Estrela", uma canção, em homenagem à obra de Newton Mendonça, interpretando as faixas "Discussão", "Meditação", "Desafinado" e "Samba de Uma Nota Só", parcerias do compositor com Tom Jobim.

Viajou diversas vezes para o exterior e participou de discos de vários intérpretes. Ainda na década de 60, registrou no LP "A Noite é de Carminha" as canções que apresentava na noite carioca. O LP incluiu "Per Omnia Saecula Saeculorum", samba de Miguel Gustavo, cuja execução foi proibida pela censura.

Nos anos 80, apresentou-se no Sambão e Sinhá, casa noturna de Ivon Curi, com o espetáculo "Carnavalesque", que ela própria escreveu.

Mudou-se para Teresópolis, em 1986, apresentando-se ocasionalmente em shows.

Em 1999, comemorou 50 anos de carreira em espetáculo realizado na Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

Em 2001, depois de retirada em sua casa de Teresópolis por vários anos, atuou ao lado de Ellen de Lima, Carmélia Alves e Violeta Cavalcanti no espetáculo "As Cantoras do Rádio: Estão Voltando as Flores".

No show, que revivia a época de ouro de cantoras que marcaram a história do rádio no Brasil, Carminha Mascarenhas cantava, do repertório de Isaura Garcia, "Mensagem", além de sucessos da sua própria carreira, bem como os das carreiras de Dolores Duran, Carmen Miranda, Aurora Miranda, Linda Batista e Dircinha Batista.

Carminha Mascarenhas, Violeta Cavalcanti, Ellen de Lima e Carmélia Alves.
Morte

A cantora estava morando há 1 ano e 8 meses no Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro, e foi internada no Hospital Cardoso Fontes. Segundo o próprio Retiro dos Artistas, a morte ocorreu às 6h00 da manhã. As causas da morte não foram reveladas.

O corpo foi sepultado no cemitério de Pechincha, em Jacarepaguá.

Carminha Mascarenhas também era avó da cantora Mariana Belém, filha de Fafá de Belém, e de Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, morto em um atropelamento em 2010.

Fonte: Letras.com.br e R7