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Nora Ney

IRACEMA DE SOUSA FERREIRA
(81 anos)
Cantora

* Rio de Janeiro, RJ (20/03/1922)
+ Rio de Janeiro, RJ (28/10/2003)

Aprendeu a tocar violão sozinha e, para incentivá-la, seu pai a presenteou com o instrumento. Familiarizava-se com o mundo da música frequentando assiduamente programas de rádio e de auditório.

Dona de uma voz grave, começou a carreira em 1950 e em 1953 já era uma das grandes divas do rádio, interpretando Dorival Caymmi, Noel Rosa, Ary Barroso, entre outros. Em 1952 gravou pela Continental seu primeiro LP, Menino Grande.

Ao lado de Maysa Matarazzo, Ângela Maria e Dolores Duran, consagrou-se como uma das maiores intérpretes do Samba-Canção (Gênero surgido na década de 1930). O Samba-Canção é comparado ao Bolero, pela exaltação do amor romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado.

Foi casada duas vezes, o primeiro não durou muito e nem teve filhos nesse matrimônio. Seu segundo casamento foi com o cantor Jorge Goulart. A filha do casal, Vera Lúcia Maia, se tornou Miss Brasil em 1963. Devido à atuação política de Goulart no Partido Comunista, teve que se auto-exilar depois do Golpe de 1964, ou seja, morou em outros países com a filha e o marido.

Discografia

1955 - Canta Nora Ney
1958 - Nora Ney
1960 - Ninguém me Ama
1968 - Mudando de Conversa
1972 - Tire seu Sorriso do Caminho, que Eu Quero Passar com a Minha Dor
1977 - Jubileu de Prata - Nora Ney e Jorge Goulart
1987 - Meu Cantar É Tempestade de Saudade

Compilações

1991 - As Eternas Cantoras do Rádio
1993 - Nora Ney
1994 - Mestres da MPB - Nora Ney
1994 - Acervo Especial - Nora Ney
2000 - A Música Brasileira Deste Século por seus Autores e Intérpretes
2000 - Amor, Meu Grande Amor - Nora Ney e Jorge Goulart

Ela morreu, na madrugada de 28/10/2003, aos 81 anos, no Hospital Samaritano, onde estava internada há três meses. Ela teve Falência Múltipla dos Órgãos. Nora Ney, que era casada com o cantor Jorge Goulart, deixa dois filhos e três netos.

Fonte: Wikipédia e Terra

Marisa Gata Mansa

MARISA VERTULLO BRANDÃO
(69 anos)
Cantora

* Rio de Janeiro, RJ (27/04/1933)
+ Rio de Janeiro, RJ (09/01/2003)

O apelido "Gata Mansa" ela recebeu do jornalista Djalma Sampaio por causa de seu jeito calmo de falar. Nascida numa família entusiasta da boa música, cresceu nesse ambiente que a incentivou a cantar. Foi casada com o compositor e pianista César Camargo Mariano, que compôs em sua homenagem a música "Marisa", tema da cerimônia religiosa de seu casamento com o compositor.

Marisa gravou o primeiro compacto, de 78 rotações, "Você Esteve Com Meu Bem" (João Gilberto e Russo do Pandeiro), pela RCA Victor. Uma trajetória marcada por um viés jazzístico, foi crooner do Golden Room do Copacabana Palace e substituindo Dolores Duran no Bacará. Típica voz de bares noturnos, cantava no Beco das Garrafas, ao lado de outros nomes da bossa nova.

Marisa Gata Mansa morreu às 20:00 hs do dia 09/01/2003. Ela estava internada no Hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro, desde o começo da semana. A cantora tinha 69 anos e faleceu devido a uma insuficiência respiratória aguda, conseqüência de uma isquemia cardíaca.

No ano de sua morte, Marisa iria completar 50 anos de carreira, iniciada com a benção de João Gilberto e que prosseguiu com a geração inicial da bossa nova. 

Fonte: Wikipédia

Dolores Duran

ADILÉIA SILVA DA ROCHA
(29 anos)
Cantora e Compositora

* Rio de Janeiro, RJ (07/06/1930)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/10/1959)

Dolores Duran nasceu numa vila na Rua do Propósito, no Centro do Rio de Janeiro, onde morou por alguns anos. Teve uma infância pobre e não conheceu o pai. Se mudou para um cortiço no bairro da Piedade, subúrbio carioca, com a mãe, o padrasto e as irmãs Denise, Solange e Leila. Desde criança gostava de cantar e sonhava em ser cantora famosa. Aos 8 anos de idade contraiu a febre reumática que quase a levou a morte, e que deixou como sequela um sopro cardíaco gravíssimo. Por pouco ela não resiste, para desespero de sua mãe.

Aos 12 anos de idade, influenciada pelos amigos, resolveu, com a permissão da mãe, se inscrever num concurso de cantores, mas ela tinha dúvidas se iria se sair bem. Surpreendentemente, ela cantou muito bem, como uma profissional e conquistou o primeiro prêmio no programa "Calouros Em Desfile", de Ary Barroso. As apresentações no programa tornaram-se frequentes, fixando-a na carreira artística.

Quando tinha 12 anos, teve que abandonar os estudos, parando no ensino primário, para ajudar a mãe com despesas de casa. Arranjou um emprego e passou a trabalhar como atriz nas rádio Cruzeiro do Sul, nos programas da Tupi e no teatro, além de cantar em programas de TV. Mas todos esses empregos eram temporários, o que não garantiam dinheiro certo.


Tentou terminar os estudos, ingressando no ginásio, pagando uma escola, mas como o dinheiro era pouco e as mensalidades da escola estavam atrasadas, ela foi expulsa do colégio. Como ela tinha que se dedicar muito a música e ao teatro, decidiu de vez parar de estudar. Sua mãe não gostou desta atitude e mesmo muito discutirem, a mãe, a contra gosto, tentou aceitar a vocação de cantora da filha. Sua mãe dizia que artistas também estudavam e que a fama acabaria um dia. Adiléia tinha uma personalidade muito forte e não levava desaforos para casa, respondia a quem quer que fosse, sabia se defender bem.

No final dos anos 40, ela conheceu um casal rico e influente: Lauro e Heloísa Paes de Andrade, que já a tinham ouvido cantar. Eles passaram a ajudá-la a se tornar realmente uma cantora e a levavam em diversos lugares chiques e reconhecidos, frequentado por famosos.

Lauro passou a chamá-la de Dolores Duran, por ser um nome fino na época. Esse nome é espanhol e dramático que significa Dores. Ele é muito forte e traz uma carga de dor e sofrimento intenso, e o sobrenome Duran, que quer dizer durante, sempre, intensifica ainda mais, como se não tivesse fim essa dor.

Sem nunca ter estudado línguas, aprendeu sozinha a cantar em inglês, francês, italiano, espanhol e até em esperanto. Ella Fitzgerald durante sua passagem pelo Rio de Janeiro, nos anos 1950, foi à boate Baccarat especialmente para ouvir Dolores Duran e entusiasmou-se com a sua interpretação para "My Funny Valentine" - a melhor que já ouvira, declarou Ella Fitzgerald.


O jornalista Antônio Maria foi um dos melhores amigos da cantora, e escrevia publicações sobre ela.

Suas músicas se tornaram estrondoso sucesso. Eram dramáticas, belas e românticas, e expressavam os sentimentos mais puros de um coração. Prova disso é que Antônio Maria publicou: "Dolores Duran falou de sentimentos como ninguém, em todas as línguas. Seu idioma era o amor!"

Cantava em diversas boates no Rio de Janeiro. Sua fama se espalhou e ela foi contratada pela Rádio Nacional, que na época só escolhia os melhores cantores. Era a rádio mais disputada. Ela jamais estudou canto e música, sua voz não precisava de correção através de aulas. Parecia mesmo que ela nasceu para cantar. Nessa época seu padrasto morreu e sua família enfrentou grandes dificuldades.

Passou a cantar músicas internacionais no programa "Pescando Estrelas", onde só havia cantoras jovens e conceituadas. Lá ela conheceu e se tornou melhor amiga da cantora da Rádio Guanabara e da Rádio Nacional, Julie Joy.

Dolores Duran teve muitos namorados. O primeiro que teve foi um garçom da boate Vogue. O apelido dele era Serra Negra e namoraram por poucos meses. Ele pediu para voltar, mas como ela era mulher de uma palavra só, não voltou. Viu que não deu certo na primeira vez, na segunda sairia brigas novamente.

Depois dele namorou por 6 meses Billy Blanco, de quem também gravou músicas, já que ele também era compositor. Nessa época compôs junto com Tom Jobim o samba "O Negócio é Amar", que fez grande sucesso. Nara Leão interpretou a canção.


Nesse período já estava famosa, distribuía autógrafos pela rua, onde ia a entrevistavam e tiravam fotos suas. Gostava de futebol e frequentava o Maracanã, onde assistiu a Copa de 1950. Também ia muito nas praias e cinemas.

A década de 1950 se iniciou marcante para Dolores Duran, que passou a cantar nas sofisticadas boates do Hotel Glória.

Em 1951, conheceu um músico do Acre, tocador de acordeão, chamado João Donato. Eles se encontravam em frente ao Hotel Glória todas as noites. Dolores DuranJoão Donato e Julie Joy eram grandes amigos, sempre saíam juntos e passeavam. Só não se casaram devido à oposição da família do rapaz e do preconceito da sociedade. João Donato tinha 17 anos, enquanto Dolores Duran tinha 21 anos, e uma mulher mais velha não era bem vista com um homem mais novo. Ela lutou muito para tê-lo ao seu lado, mas ele preferiu ouvir sua família. O namoro chegou ao fim quando João Donato foi morar no México. João Donato e Dolores Duran não aguentavam mais brigas e cobranças de suas famílias. Isso a fez sofrer, mas ela superou e seu sucesso na música aumentou.

A estreia de Dolores Duran em disco foi em 1952, chamado "Músicas Para o Carnaval", gravando dois sambas para o carnaval do ano seguinte: "Que Bom Será" (Alice Chaves, Salvador Miceli e Paulo Marquez) e "Já Não Interessa" (Domício Costa e Roberto Faissal).

Em 1953, gravou "Outono" (Billy Blanco), e "Lama" (Paulo Marquez e Alice Chaves). Dois anos depois, vieram as músicas "Canção Da Volta" (Antônio Maria e Ismael Neto), "Bom Querer Bem" (Fernando Lobo), "Praça Mauá" (Billy Blanco) e "Carioca" (Antônio Maria e Ismael Neto).


Muitas vezes, nas madrugadas, ela criava suas letras na mesa dos bares, bebendo e fumando, ouvindo músicas de bolero, salsa e samba. Se inspirava em seus casos amorosos e na sua vida em geral, suas alegrias, tristezas, dores, anseios e mágoas, para compor suas inesquecíveis letras.

Em 1955 foi vítima de um infarto, tendo passado trinta dias internada no Hospital Miguel Couto. Dolores Duran resolveu não seguir as restrições que os médicos lhe determinaram, agravando os problemas cardíacos que trazia desde a infância, problemas que só se agravaram com o tempo, pois abusava do cigarro (fumava mais de três carteiras por dia) e da bebida, principalmente a vodca e o whisky. Com isso, a depressão passou a marcar sua vida. Mesmo famosa e amada por milhares de fãs se sentia triste, um vazio lhe tomava conta e com isso, buscava refúgio na bebida e no cigarro.

Nesse mesmo ano, conheceu o cantor e compositor Macedo Neto, de quem gravou diversos sambas. Os dois se conheceram nos estúdios da gravadora Copacabana e rapidamente foram morar juntos. Antes de se casarem no papel, porém, Dolores Duran engravidou e passou por uma gravidez tubária (gravidez de alto risco que acarreta esterilidade materna e perda do feto), interrompendo seu sonho de ser mãe, o que arruinou sua vida e a levou a piora do vício em cigarro e bebidas.

Um fato que a marcou foi que após ter perdido seu filho, ter entrado em depressão e resolvido se casar oficialmente com Macedo Neto, ele proibiu de sua mãe comparecer ao casamento deles, por a mãe dela ser negra, fato que a deixou perplexa e enfurecida. A única que foi ao seu casamento foi a irmã Denise, pois sua mãe e suas outras irmãs não conseguiram ir tamanha ofensa. Dolores Duran só se casou para não se sentir tão só, pois nunca perdoou o marido por não ter deixado sua mãe ir ao seu casório.

Em 1958, após muitas discussões e brigas violentas, desquitou-se de Macedo Neto e passou meses na Europa cantando e se apresentando com seu conjunto musical, fazendo muito sucesso. Lá encontrou e viveu novos e intensos amores.


Em 1956, fez sucesso com a música "Filha De Chico Brito" (Chico Anysio). No ano seguinte, um jovem compositor apresentou a Dolores Duran uma composição dele e de Vinicius de Moraes. Tratava-se de Antônio Carlos Jobim em início da carreira. Em três minutos, Dolores Duran pegou um lápis e compôs a letra da música "Por Causa De Você"Vinicius de Moraes ficou encantado com a letra e gentilmente cedeu o espaço a Dolores Duran. Foi revelado, a partir daí, o talento dela para a composição e grandes sucessos, como "Estrada Do Sol", "Idéias Erradas", "Minha Toada""A Noite Do Meu Bem", entre outras.

Cantou no Uruguai, na União Soviética e na China, na companhia de músicos brasileiros, mas por desentendimento dela com o grupo, mudou de planos e realizou seu grande sonho, viajando da China sozinha para Paris. Ficou um bom tempo passeando e conhecendo as maravilhas da cidade-luz, a bela e encantadora Paris.

De volta ao Brasil algum tempo depois, pegou para criar uma recém-nascida, pobre e negra, a quem deu nome de Maria Fernanda da Rocha Macedo, que foi registrada por Macedo Neto, mesmo estando ele separado de Dolores Duran e a menina não ter com ele qualquer parentesco.

A mãe biológica de Maria Fernanda era viúva e havia falecido após o parto pois não aguentou a emoção de ter perdido o marido, padrasto da menina, que foi uma das vítimas da pior tragédia em trens suburbanos do Rio de Janeiro. A criança iria ficar com a empregada de Dolores Duran, amiga da mãe da criança, mas por ela ser muito pobre, acabou entregando a neném para Dolores, que se encantou perdidamente pela criança e deu todo amor e carinho possíveis. Passeava com a menina e lhe deu tudo de bom que o dinheiro e o amor podiam proporcionar.

A partir daí, durante os dois últimos anos de vida, compôs algumas das mais marcantes músicas da MPB, como "Castigo""Olha o Tempo Passando", entre tantas outras.


Morte

Na madrugada de 23/10/1959, depois de um show na boate Little Club, a cantora saiu com seu último namorado, chamado Nonato Pinheiro e com seus amigos para uma festa no Clube da Aeronáutica. Ao sair da festa, resolveram fechar a noite bebendo e ouvindo músicas no Kit Club.

A cantora chegou em casa às 07:00 hs do dia 24/10/1959. Brincou e beijou muito a filha, já com 3 anos, na banheira. Em seguida, passou os últimos cuidados à empregada Rita"Não me acorde. Estou cansada. Vou dormir até morrer!", disse brincando. No quarto, sofreu um infarto fulminante - que, à época, foi associado a uma dose excessiva de barbitúricos, cigarros e álcool.

A morte prematura de Dolores Duran, aos 29 anos, interrompeu uma trajetória vivida intensamente. A amiga Marisa Gata Mansa levou os últimos versos de Dolores Duran para Ribamar musicá-los. Carlos Lyra fez o mesmo sobre os versos inéditos. O ex-marido criou a filha adotiva deles.

Samba-Canção

Dolores Duran foi um grande expoente, como cantora e compositora, do gênero samba-canção, surgido na década de 1930. Além dela, destacam-se nesse gênero Maysa Matarazzo, Nora Ney, Dalva de Oliveira e Ângela Maria.

O gênero samba-canção, pode ser comparado ao bolero pela exaltação do amor-romântico ou pelo sofrimento por um amor não realizado. O samba-canção antecedeu o movimento da bossa nova, surgido ao final da década de 1950. Mas este último, um amálgama do jazz norte-americano com o samba do Rio de Janeiro, representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações, que substituíram o drama pessoal e as melodias melancólicas.

Discografia

  • 1955 - Dolores Duran Viaja
  • 1957 - Dolores Duran Canta Para Você Dançar
  • 1958 - Dolores Duran Canta Para Você Dançar Nº 2
  • 1959 - Êsse Norte é Minha Sorte

Fonte: Wikipédia

Inhana

ANA EUFROSINA DA SILVA
(58 anos)
Cantora

☼ Araras, SP (28/03/1923)
┼ São Paulo, SP (11/06/1981)

Ana Eufrosina da Silva, conhecida pelo nome artístico de Inhana, foi uma cantora nascida em Araras, SP, no dia 28/03/1923.

Mais do que detentora de uma consistente carreira fonográfica, Inhana era também dona de uma das mais belas e afinadas vozes da nossa música popular. O talento para o canto surgiu cedo, aos 14 anos. A jovem empregada doméstica Ana Eufrosina, nascida em Araras, SP, em 28/03/1923, apresentou-se pela primeira vez na rádio local, no programa "A Voz de Araras". Por essa época, já participava como solista, nas horas vagas, do Jazz Band Araras, no qual atuavam seus irmãos mais velhos e uma irmã.

Em 1941, com 17 anos, cantava no serviço de alto-falantes da cidade de Araras, SP, quando, em fevereiro, o Circo Nova Iorque passou por lá. Da trupe fazia parte a dupla Chopp e Cascatinha, o cantor e instrumentista Francisco dos SantosAna Eufrosina foi assistir a apresentação e foi amor à primeira vista: Ana Eufrosina, então noiva, desfez o compromisso. Ela e Francisco namoraram e se casaram naquele mesmo ano, em 25/09/1941. "Quando vi aquele mulato tocando violão, me apaixonei" contou ela.

Marido e esposa, juntos formaram uma das principais duplas sertanejas do Brasil. Suas mais famosas músicas foram "Índia" (1952) que os levou a um grande sucesso, "Meu Primeiro Amor" (1952) e "Colcha de Retalhos" (1959).

O violeiro e a moreninha se casaram cinco meses depois, no dia 23/09/1941. Romance que daria pra virar música, filme e poesia. Cantaram nos picadeiros de centenas de circos por todo o país, gravaram 54 discos de 78 rpm e 30 LPs. Venderam milhares de discos numa época em que vitrola era artigo de luxo. Cantaram o Brasil mulato, o Brasil Caboclo, o Brasil fronteiriço a outros sons e culturas, traduziram a linguagem rítmica e poética de um país que nos anos 50 vivia um acelerado processo de urbanização.


Cascatinha
, como contava, ganhou o apelido ainda na infância, por matar as aulas pra tomar banho de cascata. Outra versão sobre o apelido, é que este teria surgido depois da formação da parceria com Chope, em alusão à cerveja Cascatinha .

Do casamento surgiu o Trio Esperança, composto por Cascatinha, Ana e Chope). Com o desentendimento de Cascatinha e Chope, Ana começou oficialmente a dividir os palcos com o marido. Cascatinha achou que Inhana, corruptela de Sinhá Ana, seria ideal pra ela. Assim, em 1942 surgia a dupla que faria história: Cascatinha & Inhana.

Foram contratados pelo Circo Estrela Dalva e, entre diversas excursões pelo Brasil, atuaram também em outros circos e também no Parque de Diversões Imperial.

Em 1947, quando o parque passou por Bauru, SP, Cascatinha e Inhana assinaram um contrato de um ano com a Rádio Clube de Bauru. Nessa ocasião, cansados que estavam de tantas andanças, acharam que seria a hora de dar uma pausa.

Assim, em 1948, um novo rumo: a Capital Paulista. Contratados pela Rádio América, foram morar num quarto e cozinha no Ipiranga. Dois anos depois, foram para a Rádio Record, onde permaneceram por 12 anos.

Em 1951, Raul Torres, que Cascatinha e Inhana já conheciam desde os tempos em que tentavam a sorte no Rio de Janeiro, juntamente com Florêncio e Rielli, tinham um show marcado na cidade de Jundiaí. Como Raul Torres havia adoecido, sugeriu que Cascatinha e Inhana o substituíssem. E, nesse show, apesar do cachê razoável oferecido e que havia chegado em boa hora, Cascatinha & Inhana interpretariam somente a célebre "Ave-Maria no Morro" (Herivelto Martins). Eles foram aplaudidos de tal modo que só conseguiram sair do palco após cantar mais uma meia dúzia de outros sucessos.


Nesse mesmo ano, Raul Torres, quando soube do sucesso do casal em Jundiaí, convidou Inhana para fazer o acompanhamento vocal nas gravações das modas de viola "Rolinha Correio" (Raul Torres e Sebastião Teixeira) e "Pomba do Mato" (Raul Torres), na Todamérica, gravadora na qual Raul Torres tinha boa influência. No dia seguinte, o primeiro disco foi gravado: um 78 RPM contendo "La Paloma" (S. Yradier com versão de Pedro Almeida) e "Fronteiriça" (José Fortuna), lançado em julho de 1951. José Fortuna, por sinal, era o compositor preferido de Cascatinha.

No quinto disco, também pela Todamérica, o maior sucesso da carreira da dupla: as duas conhecidíssimas versões de José Fortuna para as guarânias paraguaias "Índia" (M. Ortiz Guerrero, José Asunción Flores com versão de José Fortuna), no lado A, e "Meu Primeiro Amor (Lejania)" (Hermínio Giménez com versão de José Fortuna e Pinheirinho Junior), no lado B. Disco esse que atingiu a vendagem astronômica superior a 2.500.000 cópias. Um marco na época, pois foi a primeira vez que um disco de música sertaneja atingiu tal vendagem. Um fato inusitado, pois, nos anos 50, poucas pessoas tinham aparelhos fonográficos em casa.

Tal o sucesso dos dois lados desse 78 RPM, que veio também o convite para participarem do filme, "Carnaval em Lá Maior" de Adhemar Gonzaga, em 1955, filme no qual Cascatinha & Inhana interpretaram os dois sucessos.

E esse disco demorou a sair, porque o diretor artístico da Todamérica, Hernani Dantas, não queria gravar pois não acreditava que fosse fazer sucesso. Além disso, ele também argumentava que a versão original em castelhano era conhecida demais, para surgir de repente com uma nova letra diferente.

Na verdade, Hernani Dantas acabou cedendo aos pedidos insistentes dos ouvintes que escutavam as duas guarânias que o casal cantava ao vivo com frequência na Rádio Record e que procuravam inutilmente os discos nas lojas, as quais, por sua vez, os encomendavam à gravadora.


"Índia" e "Meu Primeiro Amor" também foram regravadas ao longo do tempo por grandes nomes da música brasileira, tais como Dilermando Reis (em solo de violão), Carlos Lombardi, Gal Costa, Nara Leão e Taiguara, apenas para citar alguns.

Calcula-se que a vendagem de "Índia" e "Meu Primeiro Amor" tanto em 78 RPM, como em LP e CD, pode ter faturado algo equivalente à vendagem dos discos da dupla "Chitãozinho e Xororó" no auge da década de 80.

Em 1954, Cascatinha & Inhana receberam Medalha de Ouro da revista Equipe e passaram a ser conhecidos como Os Sabiás do Sertão, pelos recursos vocais e agradáveis nuances desenvolvidos pela dupla. A voz soprano de Inhana é considerada uma das vozes femininas mais perfeitas do Brasil.

Téo Azevedo considerava a voz de Inhana como:
"A mais bonita e afinada que já surgiu no Brasil desde que Cabral pisou nesta terra. Gal Costa, Tetê Espíndola e Elis Regina, as quais são consideradas por muitos como as maiores cantoras do país, são muito boas, mas afinação e voz bonita igual a de Inhana nunca mais apareceu. Era perfeita!"
O casal "terçava" as vozes como fazem as duplas caipiras, porém, a beleza em particular do timbre das duas vozes, aliada à facilidade com que Inhana conseguia passear pelas notas agudas, mais a sofisticação da segunda voz do Cascatinha e os arranjos instrumentais bem elaborados deram a Cascatinha & Inhana uma liberdade incomum para escolha do repertório, por sinal, um dos mais bem escolhidos, não só na música caipira, mas na música brasileira, de um modo geral.


Cascatinha & Inhana
também gravaram obras de grandes compositores brasileiros tais como "Guacyra" (Hekel Tavares e Joracy Camargo), "Quero Beijar-te as Mãos" (Lourival Faissal e Arsênio de Carvalho), "O Menino e o Circo" (Ely Camargo), "Flor do Cafezal" (Luiz Carlos Paraná), "Chuá, Chuá" (Pedro Sá Pereira, Marques Porto e Ary Pavão), "Colcha de Retalhos" (Raul Torres), e "Serra da Boa Esperança" (Lamartine Babo), esta com um excelente acompanhamento de piano, orquestra e violinos em Pizzicatti, gravada na Chantecler/Continental. Enfim, um repertório riquíssimo em canções de bastante lirismo, toadas, baiões, xotes, valsas, canções rancheiras e tangos brejeiros, além das famosas versões de músicas latinas, principalmente as já mencionadas guarânias paraguaias.

A dupla Cascatinha & Inhana ganhou também o Troféu Roquete Pinto em 1951, 1953 e 1954, além de seis Discos de Ouro por vendagens de mais de 100.000 exemplares.

Com a morte de Inhana, Cascatinha continuou a se apresentar sozinho em Votuporanga, SP e depois em São José do Rio Preto, SP, onde veio a falecer em 1996, na Beneficência Portuguesa, vítima de cirrose hepática.

Viu lançados pela Revivendo dois CDs: "Índia - Volume 1" e "Meu Primeiro Amor - Volume 2", os quais reuniram 38 músicas de seus antigos discos de 78 RPM. A gravadora paranaense também produziu os volumes 3, 4 e 5 no mesmo estilo dos dois primeiros, formando um conjunto bastante representativo da obra de Cascatinha & Inhana, além do excelente encarte explicativo e dados fiéis do disco original, como acontece em todos os CD's da Revivendo.

Cascatinha também chegou a lançar no ano seguinte ao falecimento de Inhana o LP "Canto Com Saudade". Também participou de uma gravação de "Flor do Cafezal" (Luís Carlos Paraná) juntamente com Rolando Boldrin em 1982, pela RGE, hoje Som Livre.

No casamento, tiveram um filho adotivo chamado Marcelo José.

Morte

Inhana faleceu na quinta-feira, 11/06/1981, aos 58 anos, em São Paulo, SP, vítima de um infarto.

A dupla Cascatinha & Inhana se preparava para uma apresentação no show Grande Noite da Viola, no Maracanãzinho, Rio de Janeiro, ao lado das duplas Tonico & Tinoco Milionário & José Rico.

Linda Batista

FLORINDA GRANDINO DE OLIVEIRA
(68 anos)
Cantora, Compositora e Atriz

* São Paulo, SP (14/06/1919)
+ São Paulo, SP (17/04/1988)

Mais conhecida como Linda Batista, foi uma cantora e compositora brasileira. Era filha de Batista Júnior e irmã de Dircinha Batista.

Começou sua carreira acompanhando sua irmã mais nova ao violão durante suas apresentações. Em 1936, teve que substituir a irmã no programa de Francisco Alves na Rádio Cajuti, obtendo boa aceitação do público. Também naquele ano, participou, ao lado de Dircinha, do filme Alô, Alô, Carnaval.

Linda precisou de apenas um ano para se consagrar como cantora. Em 1937, foi a primeira cantora a ser eleita Rainha do Rádio, título que manteve por onze anos consecutivos. O concurso foi realizado no Iate dos Laranjas, barco carnavalesco atracado na Esplanada do Castelo, no centro do Rio de Janeiro. Pouco depois, como contratada da então nova Rádio Nacional, fez uma excursão de grande sucesso no Norte e Nordeste que durou seis meses, começando por Recife, PE. Ali, apresentou-se no Teatro Santa Isabel, cantando músicas de Capiba acompanhada da Jazz-Band Acadêmica.

Faleceu em decorrênia da diabetes.

Fonte: Wikipédia

Nara Leão

NARA LOFEGO LEÃO DIEGUES
(47 anos)
Cantora

☼ Vitória, ES (19/01/1942)
┼ Rio de Janeiro, RJ (07/06/1989)

Nara Leão era filha caçula do casal capixaba Jairo Leão e Altina Lofego Leão. Nasceu em Vitória, ES, e mudou-se para o Rio de Janeiro quando tinha apenas um 1 ano de idade, com os pais e a irmã, a jornalista Danuza Leão.

Durante a infância, Nara Leão teve aulas de violão com Solon Ayala e Patrício Teixeira, ex-integrante do grupo Os Oito Batutas de Pixinguinha.

Aos 14 anos, em 1956, resolveu estudar violão na academia de Carlos Lyra e Roberto Menescal, que funcionava em um quarto-e-sala na Rua Sá Ferreira, em Copacabana. Mais tarde, Nara Leão tornou-se professora da academia.

Musa da Bossa Nova

A Bossa Nova nasceu em reuniões no apartamento dos pais da cantora, em Copacabana, das quais participavam nomes que seriam consagrados no gênero, como Roberto Menescal, Carlos Lyra, Sérgio Mendes e seu então namorado, Ronaldo Bôscoli.

No fim dos anos 50, Nara Leão foi repórter do jornal Última Hora, onde Ronaldo Bôscoli também trabalhava, e que pertencia a Samuel Wainer, casado com a irmã de Nara Leão, Danuza Leão.

O namoro com Ronaldo Bôscoli terminou quando ele a traiu e iniciou um caso com a cantora Maysa, durante uma turnê em Buenos Aires, em 1961. Daí em diante, Nara Leão se reaproxima de Carlos Lyra, que rompeu a parceria musical com Ronaldo Bôscoli em 1960, e de idéias mais à esquerda.

Iniciou um namoro com o cineasta Ruy Guerra e se casou com ele um tempo depois. Nessa época passou a se interessar pelo samba de morro.

A estreia profissional se deu quando da participação, ao lado de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, na comédia "Pobre Menina Rica" (1963). O título de Musa da Bossa Nova foi a ela creditado pelo cronista Sérgio Porto. Mas a consagração efetiva ocorreu após o movimento militar de 1964, com a apresentação do espetáculo "Opinião", ao lado de João do Vale e Zé Keti, um espetáculo de crítica social à dura repressão imposta pelo regime militar.

Maria Bethânia, por sua vez, a substituiu no ano seguinte, interpretando "Carcará", pois Nara Leão precisara se afastar por estar afônica. Nota-se que Nara Leão vai mudando suas preferências musicais ao longo dos anos 60.

De Musa da Bossa Nova, passa a ser cantora de protesto e simpatizante das atividades dos Centros Populares de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE). Embora os Centro Popular de Cultura (CPC) já tivessem sido extintos pela ditadura, em 1964, o espetáculo "Opinião" tem forte influência do espírito cepecista.

Em 1966, interpretou a canção "A Banda", de Chico Buarque no Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, que ganhou o festival e público brasileiro.

Dentre suas interpretações mais conhecidas, destacam-se "O Barquinho""A Banda" e "Com Açúcar e Com Afeto", feita a seu pedido por Chico Buarque, cantor e compositor a quem homenagearia nesse disco homônimo, lançado em 1980.

Nara Leão também aderiu ao Movimento Tropicalista, tendo participado do disco-manifesto do movimento - "Tropicália" ou "Panis et Circensis", lançado pela Philips em 1968 e disponível hoje em CD.

Vida Pessoal

Já separada alguns anos do marido Ruy Guerra, de quem não teve filhos, Nara Leão casa-se novamente, dessa vez com o cineasta Cacá Diegues, com quem teve dois filhos: Isabel e Francisco.

No fim dos anos 60, mudou-se para a Europa com o marido, permanecendo lá por dois anos, tendo morado na França, em Paris, onde nasceu Isabel, primeira filha do casal.

No começo dos anos 70, ela voltou para o Brasil grávida e nasceu no Rio de Janeiro o segundo filho do casal, Francisco. Nessa época, decidiu estudar psicologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

De fato, Nara Leão planejava abandonar a música mas não chegou a deixar a profissão de cantora, apenas diminuindo o ritmo de trabalho e modificando o estilo dos espetáculos, pois era muito cansativa a vida de uma cantora, já que ela agora era mãe e casada, tinha que se dedicar mais aos filhos e ao marido do que a música, apesar dela amar cantar, teve que fazer essa difícil escolha.

Morte

Nara Leão morreu na manhã de 07/06/1989 vítima de um tumor cerebral inoperável, aos 47 anos. Ela já sabia do tumor, e sofria com esse problema havia 10 anos. O tumor estava numa área muito delicada do cérebro, por isso ela não podia ser operada. Sentia fortes dores e tonturas, e isso também foi um contribuinte para ela tentar largar carreira musical.

O último disco foi "My Foolish Heart", lançado naquele mesmo ano, interpretando versões de clássicos americanos.

Após a Morte

Em 2002, seus discos lançados anteriormente em LPs foram relançados em duas caixas separadas - uma com o período 1964-1975 e a outra 1977-1989 - trazendo também faixas-bônus e um livreto sobre sua biografia. Mesmo depois de ter morrido há anos, suas músicas ainda eram sucesso, como até hoje são.

Discografia

  • 1964 - Nara
  • 1964 - Opinião de Nara
  • 1965 - O Canto Livre de Nara
  • 1965 - Cinco na Bossa
  • 1965 - Show Opinião
  • 1966 - Nara Pede Passagem
  • 1966 - Manhã de Liberdade
  • 1966 - Liberdade, Liberdade
  • 1967 - Nara
  • 1967 - Vento de Maio
  • 1968 - Nara Leão
  • 1969 - Coisas do Mundo
  • 1971 - Dez Anos Depois
  • 1974 - Meu Primeiro Amor
  • 1977 - Meus Amigos São Um Barato
  • 1978 - Debaixo Dos Caracóis Dos Seus Cabelos
  • 1979 - Nara Canta en Castellano
  • 1980 - Com Açúcar, Com Afeto
  • 1981 - Romance Popular
  • 1982 - Nasci Para Bailar
  • 1983 - Meu Samba Encabulado
  • 1984 - Abraços E Beijinhos e Carinhos Sem Ter Fim… Nara
  • 1985 - Nara e Menescal - Um Cantinho, Um Violão
  • 1986 - Garota de Ipanema
  • 1987 - Meus Sonhos Dourados
  • 1989 - My Foolish Heart

Fonte: Wikipédia

Emilinha Borba

EMÍLIA SAVANA DA SILVA BORBA
(82 anos)
Cantora

☼ Rio de Janeiro, RJ (31/08/1923)
┼ Rio de Janeiro, RJ (03/10/2005)

Emília Savana da Silva Borba, conhecida como Emilinha Borba, foi uma cantora nascida no Rio de Janeiro, RJ, no dia 31/8/1923. Emilinha Borba é considerada uma das mais populares intérpretes do século XX no Brasil.

Emilinha Borba nasceu no Rio de Janeiro, na Rua Visconde de Niterói, na Vila Savana, bairro da Mangueira. Filha de Eugênio Jordão Borba e Edith da Silva Borba.

Com uma família de seis irmãos, dentre os quais, José, seu irmão gêmeo, passou grande parte da sua infância na Mangueira. Em seguida, mudou-se com a família para o bairro de Jacarepaguá.

Desde menina, Emilinha gostava de cantar e imitar as grandes cantoras do rádio, como Carmen Miranda.

Em 31/08/1957, casou-se formalmente com Artur Sousa Costa, corredor automobilístico e filho do Ministro da Fazenda do governo Getúlio Vargas. Com ele teve seu único filho, Artur Emílio.

Dados Artísticos

Emilinha Borba começou frequentando programas de calouros, apesar da relutância de sua mãe. Ganhou seu primeiro prêmio, aos 14 anos, na "Hora Juvenil", da Rádio Cruzeiro do Sul. Cantou também no programa "Calouros de Ary Barroso", obtendo a nota máxima ao interpretar "O X do Problema" (Noel Rosa). Logo depois, começou a fazer parte dos coros das gravações da Columbia. Formou, na mesma época, uma dupla, "As Moreninhas", com Bidú Reis (Edila Luísa Reis), com a qual se apresentou em várias rádios, durante cerca de um ano e meio. Depois, gravou para a "Discoteca Infantil" um disco em 78 rpm com "A História da Baratinha", em adaptação de João de Barro.

Desfeita a dupla, foi contratada pela Rádio Mayrink Veiga, ocasião em que recebeu de César Ladeira o slogan Garota Nota Dez.

Em 1939, gravou sua primeira participação em disco pela Columbia, cantando a marchinha "Pirulito" (João de Barro), em dupla com Nilton Paz, depois de um convite do compositor João de Barro, autor da música. Em março de 1939, gravou seu primeiro disco solo pela Columbia, com acompanhamento de Benedito Lacerda e Seu Conjunto, com o samba-choro "Faça o Mesmo" (Antônio Nássara e Frazão) e o samba "Ninguém Escapa..." (Frazão). Na época, aparecia no selo do disco como Emília Borba. Ainda em 1939, gravou com acompanhamento de Napoleão Tavares e Seus Soldados Musicais, o choro-rumba "Vem Cantar Também" (Paulo Pinheiro e J. Ferreiro), o samba "Qual a Razão?" (Antônio Almeida e Mário Lago), e a marcha "Faça de Conta" (Custódio MesquitaMário Lago). Continuando 1939, conseguiu ser apresentada, por intermédio de Carmen Miranda, de quem sua mãe Edith da Silva Borba era camareira, ao empresário Joaquim Rolla, proprietário do Cassino da Urca, que a contratou como crooner. Na ocasião, Carmen Miranda emprestou-lhe um vestido e sapatos plataforma, para que ela, que era menor de idade, e que por isso, teve de alterar seu registro de nascimento, fizesse seu teste. Emilinha Borba passou no teste, tornando-se uma das principais atrações do Cassino da Urca. Também no mesmo ano, atuou no filme "Banana da Terra" (1939), de Alberto Bynton e Rui Costa.

Em 1940, gravou com acompanhamento de Radamés Gnattali e Sua Orquestra os sambas "O Cachorro da Lourinha" (Gomes Filho e Juraci Araújo) e "Meu Mulato Vai ao Morro" (Gomes Filho e Juraci Araújo). Nesse ano, apareceu nos filmes "Laranja da China", de Rui Costa e "Vamos Cantar", de Leo Marten.


Em 1941, assinou contrato com a Odeon, gravadora onde sua irmã, a cantora Nena Robledo, casada com o compositor Peterpan era contratada e lançou os sambas "Quem Parte Leva Saudades" (Francisco Scarambone) e "Levanta José" (Haroldo Lobo e Valdemar de Abreu). Nesse disco já apareceu com o nome artístico que a consagrou. Gravou ainda um segundo disco na Odeon com o samba "O Fim da Festa" (Nelson Teixeira e Nelson Trigueiro) e a marcha "Eu Tenho um Cachorrinho" (Georges Moran e Osvaldo Santiago).

Em 1942, foi contratada pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, desligando-se meses depois. Nesse ano participou das filmagens do filme inacabado "It's All True", de Orson Welles.

Em setembro de 1943, retornou ao cast da mesma emissora, a PRE-8 e durante os 27 anos que lá permaneceu consagrou-se como sua Estrela Maior. Na Rádio Nacional, tornou-se uma das cantoras mais queridas e populares do Brasil. Participou, efetivamente, de todos os programas musicais da PRE-8 e foi a campeã absoluta em correspondência por 19 anos consecutivos, até quando durou a pesquisa naquela emissora. Sua popularidade muitas vezes esteve associada ao programa de César de Alencar, que era transmitido para todo o Brasil, aos sábados à tarde. Ainda em 1943, apareceu no filme "Astros em Desfile", de José Carlos Burle, na Atlântida.

Em 1944, estreou no selo Continental da gravadora Columbia com o choro "Infância" (J. Cravo Jr. e Carlito Moreno), a marcha "Ganhei Um Elefante" (Peterpan e Russo do Pandeiro) e o samba "Se Eu Tivesse Com Que..." (Afonso Teixeira e Peterpan), com acompanhamento de Napoleão Tavares e Seus Soldados Musicais. Nesse ano, apareceu nos filmes "Romance de um Mordedor", de José Carlos Burle, e "Tristezas Não Pagam Dívidas", de José Carlos Burle e Rui Costa, os dois na Atlântida.


Em 1945, gravou os sambas "Como Eu Sambei" (Peterpan e Afonso Teixeira), "Você e o Samba" (Peterpan e Ari Monteiro), "O Outro Palpite" (Grande Otelo e Garoto) e o choro "Divagando" (Nelson Miranda e Luiz Bittencourt). Nesse ano, atuou no filme "Não Adianta Chorar", da Atlântida, dirigido por Watson Macedo.

Em 1946, gravou para o carnaval de 1947 o samba "Madureira" (Peterpan e Jorge de Castro). Atuou ainda no filme "Segura Essa Mulher", da Atlântida, com direção de Watson Macedo.

Em 1947, fez sucesso com a rumba "Escandalosa" (Moacir Silva e Djalma Esteves). Gravou também a "Rumba de Jacarepaguá" (Haroldo Barbosa), o samba "Se Queres Saber" (Peterpan), "Já é de Madrugada" (Peterpan e Antônio Almeida), e a marcha "Telefonista" (Peterpan), todas sucesso, especialmente as duas primeiras.

Para o carnaval de 1948, lançou as marchas "Barnabé" (Haroldo Barbosa e Antônio Almeida) e "Que Carnaval" (Arlindo Marques Junior e Roberto Roberti). Nesse ano, lançou mais dois sambas "Quem Quiser Ver, Vá Lá" (Peterpan e René Bittencourt) e "Meu Branco" (Peterpan e René Bittencourt). Participou do filme de grande sucesso "Este Mundo é um Pandeiro", da Atlântida, dirigido por Watson Macedo. Com a orquestra de José Maria de Abreu gravou os sambas "Contraste" (José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro) e "Esperar Por Quê?" (José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro). Atuou nos filmes "Folias Cariocas", de Hélio Tys e "É Com Esse Que Eu Vou", dirigido na Atlântida por José Carlos Burle.

Em 1949, lançou para o carnaval um de seus maiores sucessos, a marcha "Chiquita Bacana" (João de Barro e Alberto Ribeiro). Fez-se presente nos filmes "Poeira de Estrelas", da Fenelon Produções, dirigido por Moacyr Fenelon e "Estou Aí", da Cinédia, direção de José Cajado Filho. Ainda em 1949, gravou a marcha "Boca Negra" (Antônio Almeida e Alberto Ribeiro), e os sambas "Porta Bandeira" (Antônio Nássara e Roberto Martins) e "Tem Marujo no Samba" (João de Barro), este último em dueto com Nuno Roland com acompanhamento de Severino Araújo e Sua Orquestra Tabajara. Continuando 1949, fez sucesso com o samba "Eu Sei Estar na Bahia" (José Maria de Abreu e Osvaldo Santiago), gravado em dueto com Blecaute. Ainda em 1949, em concurso tradicional para eleger a Rainha do Rádio do ano, perdeu o título para a grande rival Marlene. Na época, os jornais davam destaque para a polêmica criada pelos fã-clubes das duas estrelas.


Em 1950, Emilinha BorbaMarlene surpreendem o público ao gravarem em dueto "Eu Já Vi Tudo" (Peterpan), "Casca de Arroz" (Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti) e "A Bandinha do Irajá" (Murilo Caldas). Atuou no filme "Todos Por Um", dirigido na Cinédia por José Cajado Filho, mesmo ano em que gravou os baiões "Paraíba" (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) e "Baião de Dois" (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), que obtiveram grande sucesso, e os sambas "Boa" (Marília Batista e Henrique Batista) e "Jurei" (Antônio Nássara e Valdemar de Abreu).

Em 1951, lançou a marcha-baião "Bate o Bombo" (Humberto Teixeira), a marcha "Tomara Que Chova" (Paquito e Romeu Gentil), um de seus grandes sucessos carnavalescos, com acompanhamento de Guio de Moraes e Seus Parentes, a marcha "Festa Brava" (João de Barro) e o samba "Perdi Meu Lar" (Geraldo Pereira e Arnaldo Passos), com acompanhamento de Radamés Gnattali e Sua Orquestra. Participou ainda de outro filme de sucesso, "Aviso Aos Navegantes", dirigido na Atlântida por Watson Macedo. Atuou também em "Aí Vem o Barão", também na Atlântida, e do mesmo diretor. Com Ivon Curi gravou a toada "Noite de Luar" (José Maria de Abreu, Alberto RibeiroIvon Curi).

Em 1952, Emilinha Borba atuou em mais dois filmes, "É Fogo na Roupa", de Watson Macedo e "Barnabé Tu És Meu", da Atlântida, com direção de José Carlos Burle. Nesse ano, gravou o samba "Fora do Samba" (Peterpan, Amadeu Veloso e Paulo Gesta), a marcha "Nem de Vela Acesa" (Paquito e Romeu Gentil) e com Jorge Goulart, o samba "Sua Mulher Vai ao Baile Comigo" (Caribé da Rocha e Evenor).

Em 1953, participou dos filmes "O Destino em Apuros", da Multifilmes e "Aí Vem o General", de Alberto Atillio. Gravou as marchas "Bananeira Não dá Laranja" (João de Barro), "Catumbi Encheu" (Rutinalo e Norival Reis), os sambas "Você Sabe Muito Bem" (Lourival Faissal, Bené Alexandre e Getúlio Macedo) e "Pelo Amor de Deus" (Humberto Teixeira e Felícia Godoy). Gravou na Todamérica com Albertinho Fortuna a marcha "Felipeta" (Antônio Almeida) e o samba "Olha a Corda" (Antônio AlmeidaJoão de Barro). Ainda em 1953, foi eleita a Rainha do Rádio pela Associação Brasileira do Rádio apenas com o voto popular, sem patrocínio comercial obtendo praticamente o triplo dos votos da segunda colocada.


Atuou nos filmes "Caprichos do Amor", de H. Rangel e "O Petróleo é Nosso", de Watson Macedo em 1954, ano em que gravou com o Trio Madrigal o bolero "Vaya Com Dios" (Russel e Pepper - Versão de Joubert de Carvalho). Gravou também nessa época o samba "Parabéns São Paulo!" (Rutinaldo), a marcha "Aí Vem a Marinha" (Moacir Silva e Lourival Faissal), o samba-canção "Os Meus Olhos São Teus" (Peterpan) e o bolero "Noite de Chuva" (Peterpan e José Batista). Nesse ano, gravou na RCA Victor em dueto com o radialista César de Alencar a valsa "Noite Nupcial" (Peterpan) e o samba "Os Quindins de Iaiá" (Ary Barroso).

Em 1955, gravou a toada "Jerônimo" (Getúlio Macedo e Lourival), música tema da novela de aventuras "Jerônimo, o Herói do Sertão", de grande sucesso, apresentada na Rádio Nacional tornando-se assim, a primeira cantora a gravar, comercialmente, uma música tema de trilha sonora de novela radiofônica. Nesse ano, atuou em cinco filmes diferentes, "Eva no Brasil" de Pierre Caron, "Carnaval em Marte" de Watson Macedo, "O Rei do Movimento" de Vitor Lima, "Trabalhou Bem Genival" de Luiz de Barros, e "Guerra ao Samba" de Carlos Manga. Nesse período, gravou mais três composições de Peterpan: o cântico "Saudações aos Peregrinos", o samba "Nova Canaã" e a "Toada do Amor". Ainda em 1955, tornou-se a primeira cantora a cantar distante da orquestra quando estando em excursão ao Rio Grande do Sul cantou ao telefone nos estúdios da Rádio Gaúcha de Porto Alegre o bolero "Em Nome de Deus" acompanhada pela orquestra do maestro Ercolli Vareto que estava nos estúdios da Rádio Nacional no Rio de Janeiro. Nessa ocasião defendia o primeiro lugar desse bolero na "Parada dos Maiorais - Pastilhas Valda" do "Programa César de Alencar".

Em 1956, gravou com acompanhamento de Radamés Gnattali e sua orquestra, a valsa "Lembrando Paris" (Lourival Faissal e Jorge de Castro), e o samba "Insensato Coração" (Antônio Maria e Paulo Soledade). Em dueto com Bill Farr gravou o fox-marcha "Bate o Bife" (João de Barro), razoável sucesso naquele carnaval. Atuou também no filme "Vamos Com Calma", dirigido na Atlântida por Carlos Manga.


Em 1957, fez grande sucesso no carnaval com a maliciosa marcha "Vai Com Jeito" (João de Barro), que deu ensejo ao filme "Com Jeito Vai", dirigido na Herbert Richers por J. B. Tanko. Nesse ano, atuou também nos filmes "Garotas e Samba", dirigido na Atlântida por Carlos Manga e "De Pernas Pro Ar" de Vitor Lima, lançado pela Herbert Richers e Sino-Cinedistri. Tornou-se nesse ano, a primeira cantora a gravar, comercialmente, um samba-enredo de escola de samba, "Brasil Fontes das Artes" (Djalma Costa, Eden Silva e Nilo Moreira), do Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, com acompanhamento da bateria dessa escola de samba.

Em 1958, atuou no filme "É de Chuá", dirigido na Herbert Richers e Sino-Cinedistri, por Vitor Lima. Fez sucesso nesse ano com o bolero "Botões de Laranjeira" (Getúlio Macedo e Lourival Faissal). Gravou também as marchas "Noites de Junho" (João de Barro e Alberto Ribeiro), e "Primavera no Rio" (João de Barro). Em seu disco na Continental, o LP "Calendário Musical", registrou sucessos como "Botões de Laranjeiras" (Lourival Faissal e Getúlio Macedo) e "Fevereiro" (João de Barro).

Após 13 anos, deixou a Continental e ingressou na Columbia estreando com o samba-canção "Outra Prece de Amor" (René Bittencourt) e o cha-cha-cha "Cachito" (Velesquez e Bourget). Com esta música, tornou-se a primeira cantora a gravar através do sistema de colocar a voz sobre a parte inicialmente gravada pela orquestra. Esta música foi lançada simultaneamente em dezenas de estações de rádio em todo o país.

Em 1959, gravou a marcha-rancho "Meu Santo Antônio" (Irani de Oliveira), o bolero "Em Meus Braços" (Irani de Oliveira e Almeida Rego), os sambas "Amor de Outrora" (Getúlio Macedo e Lourival Faissal) e "Renunciei" (Arsênio de Carvalho). Nesse ano, participou dos filmes "Mulheres à Vista", "Entrei de Gaiato", "Vai Que é Mole" e "Garota Enxuta", dirigidos na Herbert Richers, por J. B. Tanko.


Em 1960, gravou os sambas "Gelo" (J. Piedade e Orlando Gazzaneo), "A Danada da Saudade" (Rutinaldo), as marchas "Pensar... Professor" (José Costa e Fernandinho), "Qual é o Pó" (João Roberto Kelly e G. Gonçalves), "Marcha do Pintinho" (Hilton Simões, Alventino Cavalcanti e Oldemar Magalhães), o bolero "Alguém" (Getúlio Macedo e Lourival Faissal). Nesse ano, atuou no filme "Cala a Boca Etelvina", de Eurides Ramos. Lançou o LP "Emília no País dos Sucessos", que tinha entre outras músicas, "Chiquita Bacana" (Alberto RibeiroJoão de Barro) "Música Divina" (Waldir Rocha), "Eu e o Samba" (Nelson Castro), e "Dez Anos" (Rafael Hernandes).

Emilinha Borba foi mais de 50 vezes capa da famosa "Revista do Rádio" e recordista em receber cartas de fãs. Possuiu as colunas "Diário da Emilinha", "Álbum da Emilinha", "Emilinha Responde" e "Coluna da Emilinha" através das quais se comunicava com os fãs nas "Revista do Rádio", "Radiolândia" e no jornal "A Noite". Foi a estrela principal de inúmeros programas na Rádio Nacional. Foi a primeira artista brasileira a realizar uma excursão nacional com patrocínio exclusivo. Foi eleita por três anos consecutivos a Melhor Cantora do Rádio.

Gravou em 1961 as músicas "Milhões de carinhos"; "Juntinhos é melhor", de Fernando Costa, Rossini Pinto e Fernando Barreto; os sambas "Demorei", de João de Oliveira e Oldemar Magalhães, e "Chora que eu vou gargalhar", de Claudionor Santos e Ivo Santos, e as marchas "Papai e mamãe" e "Meu cavalo não manca", de Rutinaldo e Brasinha. Atuou também no filme "Férias no Arraial", da produtora Arabela. Também nesse ano foi eleita a "Rainha do Jubileu de Prata da Rádio nacional". Entre meados da década de 1950 e 1960 teve marcante atuação na televisão cantando e apresentando programas. Apresentou "Emilinha canta", com Blota Júnior na TV Record, de São Paulo; "Emilinha canta", com Levy Freire na TV Itacolomi de Belo Horizonte; "Big show peixe", com César de Alencar na TV Record de São Paulo; "O show é ODD", com Paulo Gracindo na TV Rio; "Minha querida Emilinha", na TV Rio; "Emilinha aos sábados", na TV Excelsior, do Rio de Janeiro; "A grande premiada", com Aerton Perlingeiro na TV Tupi, Rio de Janeiro; "Festival de músicas para o carnaval", com João Roberto Kelly na TV Tupi do Rio. Por diversas ocasiões substituiu o apresentador Chacrinha no programa "Discoteca do Chacrinha", nas Tvs Excelsior e Rio. Fez shows nos Estados Unidos, Israel e Inglaterra entre outros países.


Em 1962, gravou três canções da dupla Rossini Pinto e Fernando Costa, "Filhinho querido", "Benzinho" e "Quero outra vez sentir", e também "Castigo meu amor", de Fernando Barreto e Fernando Costa. Gravou também a primeira composição de sua autoria "É brasa", parceria com Fernando Costa e Rossini Pinto.

No ano seguinte, fez sucesso no carnaval com a marcha "Pó de mico", de Dora Lopes, Renato Araújo e Arildo Souza. Nesse ano, lançou o LP "Benzinho", música título da dupla Fernando Costa e Rossini Pinto, da qual gravou também "Vem comigo dançar" e "Quero outra vez sentir teu coração", além de "Porque foi que voltei", de João Roberto Kelly. Fez sucesso no carnaval de 1964 com a "Marcha do remador", de Antônio Almeida e Oldemar Magalhães. Em 1965, foi eleita "Rainha do Quarto Centenário da Cidade do Rio de Janeiro". Nesse ano, fez sucesso no carnaval com a marcha "Mulata iê-iê-iê", de João Roberto Kelly. Gravou 117 discos, entre 1939 e 1965, tornando-se uma das cantoras de maior expressão nacional de todos os tempos. Atuou em 1966 nos filmes "007 1/2 no Carnaval", da Copafilmes Copacabana, com direção de Vitor Lima, e "Virou bagunça", da Cinedistri, com direção de Watson Macedo. Também no mesmo ano, lançou o LP "Amor da minha vida", música título de Rossini Pinto que incluía ainda "Amor maior do mundo", de sua autoria e Fernando Costa, "Viver sem teu amor não é viver", de Peterpan, e "Minha renúncia", de Média Vuelta e Neusa da Costa. No ano seguinte, atuou em "Carnaval barra-limpa", na Herbert Richers, filme de J. B. Tanko.

Em 1968, completou 13 anos consecutivos escolhida em primeiro lugar no concurso "Os Mais Queridos do Rádio e da Televisão". Nesse ano, afastou-se da vida artística por problemas de saúde. Teve edema nas cordas vocais, foi submetida a três cirurgias e passou por um longo período de estudo para reeducar sua voz. Seu retorno ocorreu em espetáculo realizado pelo Sistema Globo de Rádio, diretamente do campo de futebol do Clube de Regatas Vasco da Gama no Rio de Janeiro, exatamente no Dia dos Marinheiros, em 1972.

No início de 1973, em transmissão direta feita pela TV Tupi do Rio de Janeiro, apresentou-se no Canecão, no Festival de músicas para o carnaval, iniciativa do Museu da Imagem e do Som (MIS), e com a marcha "Israel" (João Roberto Kelly), venceu, mais uma vez.

Em 1975, apareceu no filme "Assim era a Atlântida", de Carlos Manga.

Emilinha Borba e Marlene
Em 1981, participou pela primeira vez de espetáculos culturais sobre a memória da Música Popular Brasileira, na Sala Sidney Miller da Funarte, estrelando os shows: "Oh! As Marchinhas", com o cantor Jorge Goulart, que seria convertido em LP com o mesmo nome e "Quero Kelly", com João Roberto Kelly, ambos criados e dirigidos por Ricardo Cravo Albin para a série "Carnavalesca". No LP "Oh! As Marchinhas", lançado pela Phonodisc, interpretou clássicos carnavalescos como "Balzaqueana" (Wilson Batista e Nássara), "O Teu Cabelo Não Nega" (Lamartine Babo e Irmãos Valença), "Pirata da Perna de Pau" (João de Barro), "Touradas em Madrid" (Alberto RibeiroJoão de Barro) e "As Pastorinhas" (João de Barro e Noel Rosa). No mesmo ano, gravou de maneira independente, o LP "Força Positiva" onde cantou "Meu Amor Não Envelhece" (Arthur Moreira e Osmar Navarro), "O Herói da Noite" (Renato Barbosa e Míriam Batucada), "Eu Vou Até de Manhã" (Lauro Maia), "O Milagre da Luz" (Esdras Silva e Klécius Caldas) e "Ninguém Fica Pra Semente" (Vovó Ziza e Noca da Portela).

Em 1988, participou do LP duplo "Há Sempre Um Nome de Mulher", do Banco do Brasil/ LBA, criado por Ricardo Cravo Albin para a Campanha do Aleitamento Materno, ocasião em que gravou novamente o repertório carnavalesco de sempre, ao lado da rival Marlene.

Em 1991, recebeu o prêmio de Cidadã Benemérita da Cidade do Rio de Janeiro".

Em 1995, recebeu o prêmio de Cidadã Paulistana.

Em 1996, foi laureada com o Troféu Imprensa.

Durante boa parte da década de 1990 participou, quase anualmente, do baile de carnaval brasileiro realizado no Woldorf Astória Hotel em Nova York.

Em 2003, lançou seu primeiro disco depois de 22 anos sem gravar, "Emilinha Pinta e Borda", que contou com as participações especiais de Ney Matogrosso na faixa "Não Existe Pecado ao Sul do Equador" (Chico Buarque e Ruy Guerra) e do grupo Forroçacana na faixa "ETC" (Nando Reis, Marisa Monte e Carlinhos Brown). Nesse ano, por ocasião dos seus 80 anos, concedeu longa entrevista ao Jornal do Brasil, conduzida por Ney Matogrosso, na qual falou sobre sua carreira.


No carnaval de 2004, apresentou-se no concorrido Baile Popular da Cinelândia, centro do Rio de Janeiro. No mesmo ano, gravações suas feitas entre 1939 e 1954 foram incluídas pelo selo Revivendo no CD "Se Queres Saber" entre as quais, "Rumba em Jacarepaguá", "Tico Tico na Rumba", "Escandalosa", "Dez Anos" e "Vem Cantar Também".

Emilinha Borba ficou conhecida como "A Favorita da Marinha", além de ser vista também por seus fãs como a "Eterna Rainha do Rádio".

Em setembro de 2008, pouco antes de se completarem 3 anos de sua morte, o Fã Clube Nacional Emilinha Borba realizou no Rio Scenarium na Lapa, a exposição "Emilinha: Um Acervo à Procura de Um Espaço". Na mesma época, o Jornal do Brasil publicou reportagem sobre a dificuldade do Fã Clube da cantora encontrar um espaço para alojar o acervo da artista:
"Quem diria: O legado da Favorita da Marinha está à procura de um porto seguro. Às vésperas do terceiro aniversário de morte de Emilinha Borba, lembrado em 3 de outubro, os objetos pessoais da cantora, que rivalizou com Marlene no auge da era do rádio, precisam encontrar alguém que cuide deles. São camisolas de cetim e algodão, o prato que Emilinha almoçou pela última vez, bijuterias, vestidos usados em shows, o estojo de maquiagem usado no dia em que morreu e ainda centenas de revistas, fotografias, discos, diplomas, prêmios e mais de 240 faixas dadas de presente à musa por fãs - itens típicos das décadas de 50 e 60."
Em 2010, Emilinha Borba foi a homenageada especial do show "Cantando a Era de Ouro do Rádio" apresentado no teatro Rival pela cantora, atriz e sua fã assumida, Tânia Alves.

Uma prova da vitalidade do culto à cantora é que seu fã clube, criado oficialmente em 1952, chegou a 2010, cinco anos após a morte da cantora contando com mais de dois mil fãs cadastrados.

Morte

Emilinha Borba faleceu por volta de 14h30 de segunda-feira, 03/10/2005, aos 82 anos, vítima de um infarto fulminante enquanto almoçava em sua casa, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Em junho de 2005, Emilinha Borba foi hospitalizada por causa de uma queda que provocou traumatismo craniano e hemorragia intracraniana, mas conseguiu se recuperar.

O velório, aconteceu no saguão de entrada da Câmara de Vereadores, no Centro do Rio de Janeiro.

O corpo de Emilinha Borba foi sepultado na terça-feira, 4/10/2005, no Cemitério do Caju, Zona Portuária do Rio de Janeiro, em uma cerimônia que contou com a presença de parentes, amigos, entre eles a cantora Alcione e o presidente da Mangueira, Álvaro Caetano, e uma multidão de fãs.

Carregado por integrantes da Marinha vestidos em traje de gala, o caixão de Emilinha Borba, coberto com a bandeira da Mangueira, deixou o velório na Câmara Municipal em meio a aplausos e seguiu em um carro do Corpo de Bombeiros, em cortejo, até o Cemitério do Caju.

O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, decretou luto de três dias na cidade do Rio de Janeiro. A missa de Sétimo Dia foi realizada na segunda-feira,  10/10/2005, às 10h00, na igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro.

A homenagem dos militares lembrou que desde 1949 Emilinha Borba era a "Favorita da Marinha", espécie de madrinha da corporação. A cantora Marlene, considerada sua eterna rival nos palcos, é a "Favorita da Aeronáutica".

Discografia

LP e CD
  • 1959 - Calendário Musical (Continental)
  • 1960 - Emília no País dos Sucessos (CBS)
  • 1963 - Benzinho (CBS)
  • 1965 - Amor da Minha Vida (CBS)
  • 1969 - Os Grandes Sucessos de Emilinha Borba (CBS)
  • 1970 - Calendário Musical (Continental)
  • 1975 - Os Grandes Sucessos de Emilinha Borba (CBS)
  • 1976 - Ídolos da MPB (Continental)
  • 1981 - Força Positiva
  • 1982 - Oh! As Marchinhas (Continental / PhonoDisc)
  • 1984 - Sempre Emilinha (CBS)
  • 1988 - Ídolos do Rádio (Collector's)
  • 1988 - Sempre Favorita (Revivendo)
  • 1990 - O Maravilhoso Mundo Musical de Emilinha Borba, Vol. 2 (CBS)
  • 1990 - Presença de Emilinha (CBS)
  • 1991 - Emilinha Borba (Revivendo)
  • 2003 - Emilinha Pinta e Borda
  • 2004 - Se Queres Saber (Revivendo)

78 RPM
  • 1939 - Faça de Conta (Columbia)
  • 1939 - Faça o Mesmo / Ninguém Escapa (Columbia)
  • 1939 - Vem Cantar Também / Qual a Razão (Columbia)
  • 1940 - O Cachorro da Lourinha / Meu Mulato Vai ao Morro (Columbia)
  • 1941 - Quem Parte Leva Saudade / Levanta José (Odeon)
  • 1942 - O Fim da Festa / Eu Tenho Um Cachorrinho (Odeon)
  • 1944 - Ganhei Um Elefante / Se Eu Tivesse Com Que (Continental)
  • 1945 - Ai! Luzia (Continental)
  • 1945 - Como Eu Sambei / Você e o Samba (Continental)
  • 1945 - Infância (Continental)
  • 1945 - O Outro Palpite / Divagando (Continental)
  • 1946 - Antes Eu Nunca Te Visse / Acapulco (Continental)
  • 1946 - É Um Horror! / Madureira (Continental)
  • 1947 - Escandalosa / Rumba de Jacarepaguá (Continental)
  • 1947 - Já é De Madrugada / Telefonista (Continental)
  • 1947 - Tico Tico Na Rumba (Com Ruy Rey) / Se Queres Saber (Continental)
  • 1948 - Barnabé / Que Carnaval! (Continental)
  • 1948 - Chiquita Bacana / Porta Bandeira (Continental)
  • 1948 - Contraste / Esperar Porque? (Continental)
  • 1948 - Quem Quiser Ver, Vá Lá / Meu Branco (Continental)
  • 1949 - Boca Negra / Tem Marujo no Samba (Continental)
  • 1949 - Cabide de Molambo / Caramba! Isto é Samba (Continental)
  • 1949 - Capelinha de Melão / Dona Felicidade (Continental)
  • 1949 - Casca de Arroz / Eu Já Vi Tudo (Continental)
  • 1949 - Deixe Que Amanheça / Eu Sei Estar Na Bahia (Continental)
  • 1949 - Escocesa / Boca Rica (Continental)
  • 1950 - A Bandinha do Irajá (Continental)
  • 1950 - Baião de Dois / Paraíba (Continental)
  • 1950 - Bate o Bumbo / Tomara Que Chova (Continental)
  • 1950 - Boa / Jurei (Continental)
  • 1950 - Festa Brava / Perdi Meu Lar (Continental)
  • 1950 - Vizinho do 57 / Bico Doce (Continental)
  • 1951 - Canção de Dalila (Com Trio Madrigal) /Feliz Natal (Com Trio Madrigal e Trio Melodia) (Continental)
  • 1951 - Dançando a Rumba (Continental)
  • 1951 - Dez Anos / Mambo do Gato (Continental)
  • 1951 - Noite de Luar (Continental)
  • 1951 - Urubu Rei / O Beijo da Paz (Continental)
  • 1952 - Aconteceu / Bandolins ao Luar (Continental)
  • 1952 - Bananeira Não dá Laranja / Catumbi Encheu (Continental)
  • 1952 - Cacimbão / Filho de Mineiro (Continental)
  • 1952 - Filipeta / Olha a Corda (Todamérica)
  • 1952 - Fora do Samba / Nem de Vela Acesa (Continental)
  • 1952 - Mucho Gusto (Continental)
  • 1952 - Nosso Amor / Camponesa (Continental)
  • 1952 - Se Você Me Deixar / A Música Que Eu Não Ouvi (Continental)
  • 1952 - Sua Mulher Vai ao Baile Comigo (Continental)
  • 1953 - A Louca Chegou (Continental)
  • 1953 - Acende A Vela / Calúnia (Continental)
  • 1953 - Baião de São Pedro (Continental)
  • 1953 - É o Maior (Com Trio Madrigal) / Segure Teu Destino (Continental)
  • 1953 - Quando Tu Não Estás / Outono (Continental)
  • 1953 - Renunciei / Vai Fazer Um Mês (Continental)
  • 1953 - Semana Inteira / Caboclo (Continental)
  • 1953 - Você Sabe Muito Bem / Pelo Amor de Deus (Continental)
  • 1954 - A Melhor Fruta da Terra / Ninguém Bebe Por Prazer (Continental)
  • 1954 - Aí Vem a Marinha (Continental)
  • 1954 - Ai! Que Medo / Senhorita (Continental)
  • 1954 - Noite Nupcial / Os Quindins de Iaiá (RCA Victor)
  • 1954 - Os Meus Olhos São Teus / Noite de Chuva (Continental)
  • 1954 - Vaya Com Dios (Com Trio Madrigal) / Parabéns São Paulo (Continental)
  • 1955 - A Água Lava Tudo (Continental)
  • 1955 - Canta Canta Passarinho / Toada de Amor (Continental)
  • 1955 - Chega de Índio / Marcha do Varunca (Continental)
  • 1955 - Deixa Eu, Nego / Canto do Cisne (Continental)
  • 1955 - Em Nome De Deus / Jerônimo (Continental)
  • 1955 - Istambul / Lavadeira (Continental)
  • 1955 Pescador Granfino/Vou Me Acabar (Continental)
  • 1955 - Saudação aos Peregrinos / Nova Canaã (Continental)
  • 1956 - A Ordem do Rei / Vai Com Jeito (Continental)
  • 1956 - Bate o Bife (Continental)
  • 1956 - Brasil Fonte das Artes / Só Não Vejo Você (Continental)
  • 1956 - Fandango / Samba Moderno (Continental)
  • 1956 - Feliz Ano Novo / É Natal (Continental)
  • 1956 - Lembrando Paris / Insensato Coração (Continental)
  • 1956 - Meu Benzinho / Beijar (Continental)
  • 1956 - Não é Só o Luar / Jóia Rara (Continental)
  • 1956 - No Tempo do Vintém / Tarará Tarará (Continental)
  • 1957 - Aqueles Olhos Verdes / Desengano (Continental)
  • 1957 - Arranca Minha Vida / Três Caravelas (Continental)
  • 1957 - Canção das Fãs / Mentirosa (Continental)
  • 1957 - Chora na Lama / Fevereiro (Continental)
  • 1957 - Corre, Corre Lambretinha (Todamérica)
  • 1957 - Mulheres da Terceira Dúzia / Não Há Remédio (Continental)
  • 1958 - Férias de Julho / Canção de Agosto (Continental)
  • 1958 - Flor de Março / Chuvas de Abril (Continental)
  • 1958 - La Machicha / Patrícia (Columbia)
  • 1958 - Noites de Junho / Botões de Laranjeira (Continental)
  • 1958 - Outra Prece de Amor / Cachito (Columbia)
  • 1958 - Primavera no Rio / Em Outubro Vou Pagar (Continental)
  • 1958 - X9 - O Samba Impossível / Resolve (Columbia)
  • 1959 - Amor de Outrora / Renunciei (Columbia)
  • 1959 - Mamãe Eu Vou às Compras / Na Paz de Deus (Columbia)
  • 1959 - Maria das Dores / Serapião (Columbia)
  • 1959 - Menina Direitinha / Vedete (Columbia)
  • 1959 - Meu Santo Antônio / Em Meus Braços (Columbia)
  • 1959 - Não Comprem Este Disco / Fiorim Fiorelo (Columbia)
  • 1960 - A Danada da Saudade / Alguém (Columbia)
  • 1960 - Boa Noite Meu Bem / História da Minha Vida (Columbia)
  • 1960 - Gelo / Marcha do Pintinho (Columbia)
  • 1960 - Me Leva Pro Céu / Intriga (Columbia)
  • 1960 - Pensar... Professor / Qual é o Pó? (Columbia)
  • 1961 - Chora Que Eu Vou Gargalhar / Meu Cavalo Não Manca (Columbia)
  • 1961 - Milhões de Carinhos / Juntinhos é Melhor (Columbia)
  • 1961 - Papai e Mamãe / Demorei (Columbia)
  • 1962 - Alegria de Pobre / É Brasa (Columbia)
  • 1962 - Benzinho / Quero Outra Vez Sentir (Columbia)
  • 1962 - Castigo Meu Amor / Filhinho Querido (Columbia)
  • 1962 - Pó de Mico / E o Bicho Não Deu (Columbia)
  • 1963 - Juro Por Nossa Senhora / É Triste a Minha Canção (Columbia)
  • 1963 - Marcha do Remador / Até o Luar (Columbia)
  • 1963 - Minha Verdade / Choro Com Razão (Columbia)
  • 1963 - Retrato de Cabral / Cuidado Menina (Columbia)
  • 1964 - Menina da Areia / Quando Você Me Apareceu (CBS)

Filmografia
  • 1967 - Carnaval Barra Limpa
  • 1966 - 007 1/2 no Carnaval
  • 1960 - Virou Bagunça
  • 1959 - Garota Enxuta
  • 1959 - Mulheres à Vista
  • 1958 - É de Chuá!
  • 1957 - Garotas e Samba
  • 1957 - Com Jeito Vai
  • 1956 - De Pernas Pro Ar
  • 1956 - Eva no Brasil
  • 1956 - Guerra ao Samba
  • 1956 - Vamos Com Calma
  • 1955 - Trabalhou Bem, Genival
  • 1955 - Carnaval em Marte
  • 1954 - O Rei do Movimento
  • 1954 - O Petróleo é Nosso
  • 1952 - Barnabé, Tu És Meu
  • 1952 - É Fogo na Roupa
  • 1952 - Tudo Azul
  • 1950 - Aviso Aos Navegantes
  • 1950 - Todos Por Um
  • 1949 - Estou Aí
  • 1948 - É Com Este Que Eu Vou
  • 1948 - Folias Cariocas
  • 1948 - Poeira de Estrelas
  • 1947 - Este Mundo é um Pandeiro
  • 1946 - Fantasma Por Acaso
  • 1946 - Segura Esta Mulher
  • 1945 - Não Adianta Chorar
  • 1944 - Romance de um Mordedor
  • 1943 - The Story Of Samba
  • 1943 - Tristezas Não Pagam Dívidas
  • 1942 - Astros em Desfile
  • 1941 - Vamos Cantar
  • 1939 - Banana da Terra

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB
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