Antonio Akira

ANTONIO AKIRA
(27 anos)
Dublador

☼ (1988)
┼ São Paulo, SP (26/07/2015)

Antonio Akira era conhecido por ter emprestado sua voz às séries "Cavaleiros do Zodíaco: Série Ômega" e "Teenage Mutant Ninja", versão atual de "Tartarugas Ninja"Antonio Akira fazia a voz do personagem Ryuho de Dragão em "Os Cavaleiros do Zodíaco" e ao tartaruga ninja Leonardo, em uma versão recente do desenho, em 2012.

"Os Cavaleiros do Zodíaco" foi transmitido pela primeira vez na década de 90, pela extinta TV Manchete, e se tornou um fenômeno do público infantil.

Já em 2004, foi reexibido pela Band, porém com algum trabalho de edição, já que o desenho original tinha bastante violência. A série dublada por Antonio Akira foi uma segunda fase do "Cavaleiros do Zodíaco", que estreou no Japão em 2012.

Entrevista Com Antonio Akira

Vamos conhecer um pouco mais sobre Antonio Akira o dublador do Ryuho da nova saga de "Cavaleiros do Zodíaco: Série Ômega". Akira, como prefere ser chamado, é um dublador novato, mais já com muita experiência na dublagem, tanto que antes do Ryuho, foi chamado para dublar o Leonardo na nova série das "Tartarugas Ninjas" da Nickelodeon.

01: Conte um pouco sobre você antes de conhecer a dublagem até o momento que você decidiu se tornar um dublador.
Akira: Eu fazia teatro antes de começar a dublar, acabei descobrindo que ia abrir uma escola de dublagem, no caso a Dubrasil, já tinha feito uma pequena oficina antes de dublagem, mas foi com o curso na Dubrasil que comecei a gostar ainda mais da profissão.

02: Fale dos seus primeiros trabalhos na dublagem.
Akira: Meu primeiro trabalho foi a dublagem de uma novela portuguesa, lembro que quando fiquei sabendo que tinha passado no meu primeiro teste para dublar numa novela quase nem acreditei, tinha pensado até que era um trote quando o estúdio me ligou dizendo que eu tinha passado no teste.

03: Como foi entrar no mundo dos animes dublando primeiramente o Nakahito e agora sendo presenteado com o Ryuho?
Akira: Foi muito marcante dublar o Nakahito mesmo não sendo um personagem tão conhecido pelos fãs de anime, primeiramente pelo fato de eu ter tido a chance de dublar no maior estúdio de dublagem de São Paulo que era a Álamo, e segundo por ter sido dirigido por uma das pessoas que mais admiro como profissional que é a Marli Bortoletto. Gostei muito do resultado desses anime. E sobre dublar o Ryuho é uma honra, pois faço parte de uma equipe de dubladores de diversas gerações, isso possibilita meu crescimento como profissional e sem falar do carinho que os fãs da série tem por nós, deixa nosso trabalho mais especial ainda.

04: Fale um pouco sobre o Nakahito.
Akira: O Nakahito era um garoto tímido e muito medroso, até que acidentalmente beija uma androide que se apaixona por ele. Ao passar dos episódios ele se vê envolvido em situações que forçam ele deixar o medo de lado e isso faz com que ele amadureça.



05: Agora vamos para "Cavaleiros do Zodíaco, Ômega": Qual foi sua sensação ao ganhar o Ryuho e participar da continuação da série que chega para inovar?
Akira: Nem sei explicar a reação quando soube que tinha ganhado o teste. Ainda não caiu a ficha que vou dublar um anime tão icônico para uma geração inteira que cresceu assistindo esse anime. Fico ansioso também para saber a reações dos fãs aos assistirem a versão dublada, pois eles são muito exigentes. Mas uma coisa eu digo, estamos dublando "Cavaleiros do Zodíaco" com todo o carinho possível.

06: Você pode contar alguma novidade sobre o Ômega?
Akira: Bom, dublei só os primeiros episódios então não aconteceu muita coisa de marcante para que eu possa adiantar para os fãs que ainda não viram ao anime. Em relação aos dubladores geralmente eu fico sabendo quem vai dublar quem quando a notícia sai nos sites.

07: O que você espera do Ryuho?
Akira: Espero que meu trabalho possa ficar mais conhecido pelo Brasil , agradando todos os fãs da série e assim possa me trazer mais personagens tão especiais como o Ryuho.

08: Mande uma mensagem para os fãs de "Cavaleiros do Zodíaco".
Akira: Queria agradecer a todos os fãs pelas mensagens de incentivando nosso trabalho e dizer que o carinho deles faz uma grande diferença na hora em que vamos dublar. Continuem assim!

09: Agora vamos para outro trabalho conhecido seu: É o Leonardo, como anda a dublagem de "Tartarugas Ninjas".
Akira: A dublagem das "Tartarugas Ninja" também está a todo vapor, um trabalho muito especial pra mim também espero que a segunda temporada chegue logo no Brasil.

10: Para terminar mande uma mensagem especial para os amantes da dublagem.
Akira: Quero agradecer pelo carinho que eles tem por nosso trabalho!

Morte

Antônio Akira morreu em São Paulo no domingo, 26/07/2015, aos 27 anos, vítima de uma meningite fúngica, uma bactéria que se alojou no cérebro e depois passou para os pulmões, depois de ficar internado por duas semanas no Hospital da Luz, na Vila Mariana, Zona Sul da capital paulista.

A notícia foi confirmada pelo dublador Robson Kumode, amigo de Antonio Akira, a quem considerava um irmão. Segundo ele, no início do mês de julho de 2015, o jovem sentiu fortes dores de cabeça e acabou sendo internado no Hospital da Luz, na Vila Mariana, por duas semanas. Os médicos identificaram que ele tinha meningite do tipo fúngica, que acabou causando uma pneumonia.

"Ele teve quatro paradas cardíacas, e acabou entrando em coma. No domingo pela manhã, depois de um exame clínico, os médicos disseram que ele não resistiria, e fariam exames para confirmar a morte cerebral. À noite ele teve mais duas paradas cardíacas e faleceu por volta das 21:00 hs"

O corpo do jovem foi velado no Cemitério da Vila Mariana, na segunda-feira, 27/07/2015, e cremado no fim da tarde no Crematório Vila Alpina.

Antonio Akira tinha dois irmãos por parte de pai, e era o único filho por parte de mãe. Segundo Robson Kumode, a família ficou bastante abalada. O dublador lembra que ele e Antonio Akira começaram a trabalhar juntos em São Paulo.

"Conheci ele há dez anos, e éramos muito amigos. Começamos juntos, e as pessoas até confundiam a gente. E moramos juntos com outro amigo dublador. Era como se fosse um irmão, e ele me consultava para falar as coisas, me procurava para puxar a orelha dele!"

Nas redes sociais, centenas de fãs do dublador deixaram mensagens de carinho. Muitos lembraram os personagens Ryuho e Leonardo, e deixaram mensagens de apoio os familiares do rapaz.

Indicação: Miguel Sampaio

Orlando Orfei

ORLANDO ORFEI
(95 anos)
Empresário Circense, Domador, Pintor, Dublê, Ator, Pintor e Escritor

☼ Riva del Garda, Itália (08/07/1920)
┼ Rio de Janeiro, RJ (01/08/2015)

Orlando Orfei foi um empresário circense, domador, pintor, escritor, dublê de cinema e ator italiano radicado no Brasil. Foi o fundador do tradicional Circo Orlando Orfei.

A história dos Orfei teve início em 1822 quando o então seminarista Paulo Orfei conheceu uma jovem da família Massari no conservatório da cidade italiana de Ferrara. Os dois se apaixonaram e ele abandonou a vida eclesiástica e decidiu pedir a mão da moça em casamento. Como a família se opôs, os dois fugiram e se refugiam com ciganos que viajavam pela Itália.

Três anos depois, em 1825, nasceu o primeiro Circo Orfei. O jovem Orlando Orfei, neto de Paulo Orfei, estreou no picadeiro aos 6 anos como palhacinho dentro das calças do irmão palhaço, que a um certo momento do esquete o retirava como se estivesse grávido.

Depois disso, dos 9 aos 15 anos foi malabarista - um dos números mais difíceis -, equilibrista, ciclista acrobático e mágico aos 18 anos.


Em 1956 um domador alemão deixou a companhia e Orlando Orfei decidiu se tornar domador, o que o levou a ser considerado um dos melhores do mundo, por seu estilo descontraído de tratar os animais.

Orlando Orfei foi responsável por inúmeras invenções do circo moderno: quando os circos eram obrigados a encerrar temporadas por causa do inverno rigoroso da Europa, Orlando Orfei inventou a calefação a diesel. Convenceu seu amigo Canobbio, hoje o mais famoso fabricante de lonas de circo do mundo, a construir a primeira lona de plástico, quando as lonas eram de algodão, impagáveis devido ao seu alto custo e com pouco tempo de vida.

Enfrentou o irmão Paridi, seu sócio, ao idealizar o cartaz de 4 folhas e assim aumentar a eficácia dos cartazes de colagem urbana. O som central utilizando a concavidade do interior do circo, a propaganda aérea, as águas dançantes e principalmente seu modo inigualável de domar os animais.

Orlando Orfei foi também pintor, escritor e músico, apesar de não poder tocar mais já que teve um acidente com uma de suas leoas onde perdeu a articulação de um dos dedos das mãos. Na pintura, teve suas obras reconhecidas como herdeiras da arte alemã, por especialistas e, durante anos, teve suas telas expostas na Sala Antonina uma das mais importantes galerias de Roma, por indicação do cardeal Fanini, seu amigo do Vaticano.

Entrega da Grã Cruz da Ordem do Mérito Cultural 2012
Condecorações

Orlando Orfei foi condecorado pelo Governo Italiano como Cavalheiro Oficial da República. No Rio de Janeiro, São Paulo e Goiânia é Cidadão Honorário. Recebeu o título de Cidadão Carioca pelo município do Rio de Janeiro e de Cidadão Iguaçuano, em 2010, pela Câmara Municipal de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.

Foi recebido pelo Papa Pio XII, Papa Paulo XVI e Papa João Paulo II. Mas foi o Papa João XXIII, que ao recebê-lo 5 vezes disse-lhe: "Orlando, o teu trabalho é um apostolado de paz, continua a levar ao mundo às famílias cristãs a alegria".

Em 2012 que foi agraciado pela mais alta honraria do governo brasileiro, aos cidadãos que prestaram relevantes serviços à cultura brasileira. Recebeu das mãos da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, a Grã-Cruz do Mérito Cultural, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, dia 05/11/2012.

Em 1968 decidiu aventurar-se na América Latina e estreou em São Paulo na Praça Princesa Isabel. Logo se apaixonou pelo Brasil e decidiu ficar, deixando na Itália um legado inestimável de tradição e cultura circense, com seus parentes que seguem até hoje com o nome Orfei.


Tivoli Park

Em 1972, inaugurou o Tivoli Park da Lagoa, que levou alegria, a uma geração, durante duas décadas. O Tivoli Park encerrou suas atividades em 17/12/1995.

Turnê Pela América Latina

Em 1985, saiu do Rio de Janeiro, num navio cargueiro da Grimaldi e foi até Manaus. De Manaus a Boa Vista, o circo subiu o Rio Solimões em barcaças, levando mais de 100 veículos e o avião de propaganda. Entrou na Venezuela por terra. Depois, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai e retornou ao Brasil em 1990.

Orlando Orfei continuou seu "Apostolado de Paz", seguindo as palavras do Papa João XXIII, e continuou a homenagear seu público, com as "Águas Dançantes", sua grande interpretação e considerado um dos números circenses mais lindos do mundo, agora interpretadas por seu filho Mário Orfei.

Em 2008, Orlando Orfei fez sua última apresentação antes de morrer em 2015.

Documentário "Orlando Orfei, o Homem do Circo Vivo"

No dia 24/11/2013, foi apresentado em avant-première o documentário "Orlando Orfei, o Homem do Circo Vivo", o filme que mostra a trajetória do maior domador de feras que o mundo conheceu. Comoveu a plateia, mostrando a importância de Orlando e da família Orfei para o circo mundial.

O longa metragem dá ao personagem um recorte surpreendente, mostrando um Orlando Orfei visionário e inovador na arte dos picadeiros. Produzido pela Camera2 do premiado diretor Sylas Andrade, o filme de 85 minutos está divido em duas partes: Até 1968, quando Orfei veio ao Brasil, com o Festival Mundial do Circo e os 45 anos de permanência no Brasil.

Os depoimentos de irmãos, filhos, sobrinhos e circenses que ainda mantém a tradição do circo vivo na Itália, emocionaram a todos os presentes. Apesar de Orfei ter voltado diversas vezes à terra natal durante estas quatro décadas, nota-se que laços que nunca serão quebrados.

Morte

Orlando Orfei morreu na noite de sábado, 01/08/2015, aos 95 anos, vítima de pneumonia. O artista estava internado no Hospital do Coração de Duque de Caxias (HSCOR), na Baixada Fluminense, desde o dia 16/07/2015.

Orlando Orfei deixou seis filhos, treze netos e seis bisnetos. O corpo do artista será velado na segunda-feira, 03/01/2015, a partir das 14:00 hs, no Cemitério Jardim da Saudade de Mesquita. O enterro ocorrerá na terça-feira, 04/01/2015, no mesmo cemitério.

Fonte: WikipédiaG1
Indicação: Miguel Sampaio

Içami Tiba

IÇAMI TIBA
(74 anos)
Psiquiatra, Colunista, Escritor e Palestrante

☼ Tapiraí, SP (15/03/1941)
┼ São Paulo, SP (02/08/2015)

Içami Tiba foi um médico psiquiatra, psico-dramatista, colunista, escritor de livros sobre educação familiar e escolar e palestrante brasileiro. Professor em diversos cursos no Brasil e no exterior, criou a Teoria da Integração Relacional, que facilita o entendimento e a aplicação da psicologia por pais e educadores. Como palestrante Içami Tiba fez mais de 3.200 participações de eventos do gênero, tanto no Brasil como em outros países.

Filho de imigrantes japoneses, que chegaram ao Brasil por conta das dificuldades que passaram, em consequência dos tempos de guerra que o Japão passava. Seus pais chegaram ao Brasil em 1936, juntamente com outros familiares. Construíram em Tapiraí, SP, um armazém de alvenaria, chamada de Casa Tiba - Secos e Molhados. E aos fundos desse estabelecimento era a casa da família Tiba e também local de nascimento de Içami Tiba, onde vivia com os pais, irmãos, avós e mais uns irmãos caçulas de seu pai.

Sonhou em ser caminhoneiro, mas inspirado pelo médico da cidade de Piedade, Drº Imamura, resolveu ser médico, quando este foi atender sua família em Tapiraí.

Formou-se em medicina pela Universidade de São Paulo (USP), em 1968. Em seguida especializou-se em psiquiatria pelo Hospital de Clínicas da mesma Universidade, onde foi professor assistente por sete anos.

Entre seus diversos títulos, encontram-se os de Membro da Equipe Técnica da Associação Parceria Contra Drogas (APCD), membro eleito do Board Of Directors Of The International Association Of Group Psychotherapy, professor-supervisor de Psicodrama de Adolescentes pela Federação Brasileira de Psicodrama, conselheiro do Instituto Nacional de Capacitação e Educação Para o Trabalho, conselheiro do Instituto Via de Acesso, ONG de capacitação e educação de jovens para o mercado de trabalho.

Sua especialidade era a psicoterapia para adolescentes e suas famílias, atendendo, em sua clínica particular mais de dois mil pacientes a cada ano, aos quais aplicava os princípios da Teoria da Integração Relacional, por ele próprio criada, e técnicas de psicodrama.


Para Içami Tiba, a maior parte dos problemas psíquicos dos adolescentes pode ser atribuída ao comportamento de seus pais, que agem eles próprios como adolescentes. Esses pais, na expressão criada pelo médico, estariam vivendo numa fase de "adultescência".

Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), a pedido do Conselho Federal de Psicologia, seu nome está em terceiro lugar como o autor de pesquisa e referência, antecedido por Freud (1° lugar) e Jung (2° lugar). Há três décadas que trabalhava com adolescentes e conflitos familiares, Içami Tiba atualmente era um dos maiores especialistas nessa área no Brasil.

Içami Tiba mantinha colunas no Jornal da Tarde de São Paulo no Caderno de Educação, e Revista Viva São Paulo na seção Pais & Filhos, bem como o programa semanal "Quem Ama, Educa!" na Rede Vida de Televisão. Recentemente, tornou-se colunista do portal UOL no link de educação, escrevendo artigos quinzenalmente.

Com 22 obras publicadas e regularmente reeditadas, foi campeão absoluto de vendas de livros no Brasil em 2003, segundo a Revista Veja.

Lançado em 2002, o clássico "Quem Ama Educa!", já passou de 170 edições, um verdadeiro fenômeno editorial no Brasil. Foi editado em Portugal, Espanha e Itália, e vendeu mais de 1 milhão de exemplares, considerando a também a versão atualizada.

Seu livro, "Quem Ama, Educa! Formando Cidadãos Éticos" chegou às livrarias em 2007. A nova versão, totalmente revista e atualizada, traz a visão do autor sobre a importância da educação dos pais na vida dos filhos.

Suas obras foram referência para pais, filhos, educadores, psicólogos, psiquiatras e psicopedagogos. Içami Tiba tinha uma visão considerada moderna e adequada aos dias atuais. Ele foi reconhecido por usar uma linguagem coloquial e bem humorado.

Morte

Içami Tiba morreu em São Paulo, no domingo, 02/08/2015, às 19:00 hs. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês para tratamento de um câncer desde janeiro de 2015, mas a causa da morte não foi divulgada. O velório ocorrerá no Cemitério do Morumbi, em São Paulo, na segunda-feira, 03/08/2015, a partir das 08:00 hs. O sepultamento está programado para 16:00 hs, no mesmo local.

Içami Tiba deixou a mulher Maria Natércia, os filhos Natércia Tiba, André Luiz Martins Tiba e Luciana Martins Tiba, os netos Kaká e Dudu.

Obras

  • 1985 - Sexo e Adolescência
  • 1986 - Puberdade e Adolescência
  • 1989 - Saiba Mais Sobre Maconha e Jovens
  • 1994 - 123 Respostas Sobre Drogas
  • 1994 - Adolescência, o Despertar do Sexo
  • 1995 - Seja Feliz, Meu Filho
  • 1995 - Abaixo a Irritação
  • 1996 - Disciplina, Limite na Medida Certa
  • 1998 - O(A) Executivo(a) & Sua Família - O Sucesso dos Pais Não Garante a Felicidade dos Filhos
  • 1998 - Amor, Felicidade & Cia.
  • 1998 - Ensinar Aprendendo
  • 1999 - Anjos Caídos - Como Prevenir e Eliminar as Drogas na Vida do Adolescente
  • 2001 - Obrigado, Minha Esposa
  • 2002 - Quem Ama, Educa!
  • 2004 - Homem-Cobra, Mulher-Polvo
  • 2008 - Adolescentes: Quem Ama, Educa!

Entre 2006 e 2007 lançou as versões revisadas e atualizadas dos livros:

  • 2008 - Disciplina: Limite na Medida Certa. Novos Paradigmas
  • 2008 - Ensinar Aprendendo. Novos Paradigmas na Educação
  • 2007 - Educação & Amor
  • 2007 - Seja Feliz, Meu Filho
  • 2008 - Juventude & Drogas: Anjos Caídos
  • 2008 - Quem Ama, Educa! Formando Cidadãos Éticos

Fonte: Wikipédia e G1

Hervé Cordovil

HERVÉ CORDOVIL
(65 anos)
Compositor, Pianista e Maestro

☼ Viçosa, MG (03/02/1914)
┼ São Paulo, SP (15/07/1979)

Hervé Cordovil foi um compositor, pianista e maestro brasileiro. Entre seus grandes sucessos destacam-se "Meu Pé de Manacá", composto com a prima Marisa Pinto Coelho, "Vida do Viajante", em parceria com Luiz Gonzaga, "Sabiá Lá Na Gaiola", com Mario Vieira, as versões "Biquíni de Bolinha Amarelinha", "Rua Augusta", entre outras.

Filho do médico Cordovil Pinto Coelho e de Maria de Lucca Pinto Coelho, que se dedicava amadoristicamente à música. Sua musicalidade aflorou já na infância, e por volta dos 5 anos de idade já dedilhava ao piano as canções tocadas por sua mãe.

Passaram a viver na cidade mineira de Manhuaçu e por volta dos 10 anos de idade Hervé Cordovil transferiu-se para o Rio de Janeiro onde ingressou no Colégio Militar concluindo o curso em 1931.

Integrou a banda de música do colégio e junto a outros colegas formou um grupo de jazz que se apresentava em casas de oficiais e em bailes promovidos pelo próprio colégio. Passou a ter aulas com Romeu Malta, maestro da banda do colégio e como já compunha algumas músicas arriscou-se a apresentá-las a Eduardo Souto, diretor da Casa Edison, que o desencorajou a seguir como compositor.

Estreou  em 1931 na Rádio Sociedade como pianista e compositor da Orquestra de Romeu Silva. Rapidamente tornou-se um dos pianistas mais requisitados pelas rádios cariocas.

Em 1933, transferiu-se para a Rádio Philips.

Foi compositor de jingles, e em 1934 compôs em parceria com Lamartine Babo a marcha "Madame do Barril", uma sátira à figura francesa "Madame Du Barry", uma de suas primeiras composições no gênero. Nesse mesmo ano fez sucesso com a marcha "Carolina" (Hervé Cordovil e Bonfiglio de Oliveira), gravada por Carlos Galhardo na época cantor em início de carreira.

Em 1935, regeu a orquestra que  participou do filme "Estudantes", dirigido por Wallace Downey, passando desde então a musicar peças de teatro entre as quais "Da Favela ao Catete" escrita por Freire Júnior.  Neste mesmo ano destacou-se com a composição "Triste Cuíca" (Hervé Cordovil e Noel Rosa), lançada por Aracy de Almeida.

Em 1936 diploma-se na Faculdade de Direito de Niterói. Compôs para o filme "Alô, Alô Carnaval", de Adhemar Gonzaga, a marcha "Não Resta a Menor Dúvida" (Hervé Cordovil e Noel Rosa). Transferiu-se para a Rádio Guarani de Belo Horizonte onde atuou por dois anos, cumprindo o compromisso de apresentar uma música inédita por dia. Por essa época compôs "Pé de Manacá", parceria com sua prima Marisa Pinto Coelho, música que fez sucesso alguns anos mais tarde, registrada por Isaura Garcia.

De volta ao Rio de Janeiro, compôs em 1938 o jingle "Esquina da Sorte" (Hervé Cordovil e Lamartine Babo), feito para uma casa lotérica e gravado pelo próprio Lamartine Babo em dueto com Aracy de Almeida.

Em 1940, teve o samba-jongo "Negro Está Sambando" (Hervé Cordovil e Humberto Porto), gravado por Dalva de Oliveira e Dupla Preto e Branco. Transferiu-se para a Rádio Tupi de São Paulo. 

O cantor Ronnie Cord e seu pai Hervé Cordovil
Em 1941, casou-se com Daicy Portugal Cordovil com quem teve quatro filhos, um deles o cantor e compositor Ronnie Cord, figura importante do movimento pop brasileiro que se estruturou em torno da Jovem Guarda, a partir de 1965. Outra filha sua, Maria Regina teve curta carreira artística no começo dos anos 60 quando gravou diversos discos.

Em 1944, o samba "Veja Você" (Hervé Cordovil e Valdomiro Pereira), foi lançado pelo Conjunto Tocantins.

Em 1945, foi convidado a trabalhar na Rádio Record de São Paulo  onde permaneceu por 26 anos, aposentando-se em 1971. Ainda em 1945, teve o samba "Nêgo" incluído no filme "Caídos do Céu" em gravação de Isaura Garcia. Nesse mesmo ano, os sambas "Mulher de Malandro" e "Quando Morre Um Sambista" foram gravados por Isaura Garcia.

Em 1946, o choro "Gavião Chô Chô" foi lançado por Isaura Garcia.

Em 1948, o grupo vocal Vagalumes do Luar gravou a marcha "A Galinha do Vizinho" (Hervé Cordovil e Armando Rosas). O maxixe "Louco Por Tuba" (Hervé CordovilArrelia e Ivando Luiz), foi gravado pelo palhaço de crico Arrelia. Nesse ano, a marcha "Você Quer Casar Comigo?" (Hervé Cordovil e David Nasser), foi incluída no filme "Poeira de Estrelas" na interpretação de Emilinha Borba.

Em 1949, o balanceio "Cabeça Inchada", sobre motivos mineiros, foi incluído no filme "Uma Aventura no Rio" na interpretação de Carmélia Alves, que com ele alcançou grande sucesso, sendo ainda gravado por Sólon Salles, Adelaide Chiozzo, Eliana, Francisco Canaro, Abel Ferreira e Seu Conjunto e Sylvio Mazzucca. Ainda nesse ano, os cantores  Ivon CuriCarmélia Alves lançaram em dueto o baião "Me Leva" (Hervé Cordovil e Rochinha).

Em 1950, obteve grande sucesso com a composição "Sabiá Lá Na Gaiola" (Hervé Cordovil e Mário Vieira), lançada por Carmélia Alves e incluída no filme "Aí Vem o Baião". Nesse ano, o baião "Pé de Manacá" composto anos antes foi lançado por Isaura Garcia, em dueto com ele mesmo, tendo conhecido ainda gravações dele próprio, Carmélia Alves, MarleneIvon Curi, Muraro e Portinho e Sua Orquestra. O samba "Tem Pena de Mim" foi gravado por Aracy de Almeida recebendo ainda registros de Sólon Salles, Carmélia Alves, André Penazzi, Norma Avian, Sambistas do Asfalto e Simonetti e Sua Orquestra.

Em 1951, o baião "A Saudade é de Matá (Adeus Pernambuco)" (Hervé Cordovil e Manezinho Araújo), foi gravada em dueto por Carmélia Alves e Jimmy Lester, recebendo ainda registro de Luiz Gonzaga. Neste mesmo ano, teve gravadas por Carmélia Alves os baiões "Adeus, Adeus Morena" (Hervé Cordovil e Manezinho Araújo), e "Baião Vai, Baião Vem". Teve ainda o samba-canção "Chuva" gravado por Isaura Garcia. Esta composição foi também registrada por André PenazziCarmélia Alves, Hebe Camargo, Agnaldo Rayol e Johnny Alf. Teve três composições incluídas em filmes: a toada-baião "Esta Noite Serenou", no filme "Meu Destino é Pecar", a toada-baião "Moreninha Moreninha", e a polca "Tô Sobrando", ambas em parceria com Luiz Gonzaga, incluídas no filme "O Comprador de Fazendas", as duas últimas na interpretação de Luiz Gonzaga, então no auge do sucesso. Ainda em 1951, gravou seu baião "Sei Lá", em dueto com Carmélia Alves em disco lançado pela gravadora Continental.

Em 1952, fez grande sucesso com "Baião da Garoa" (Hervé Cordovil e Luiz Gonzaga), que o lançou, tendo sido ainda regravado por Carmélia Alves, Guio de Morais e Seus Parentes, Sérgio Reis e Dominguinhos. Nesse ano, gravou em dueto com Isaura Garcia "Baião da Solidão" (Hervé Cordovil e Marisa Pinto Coelho). Teve ainda o baião "Xaxado" (Hervé Cordovil e Luiz Gonzaga), interpretado pelo grupo vocal Quatro Ases e Um Coringa no filme "Simão, o Caolho". Outro sucesso desse ano, foi o samba-canção "Jangada" que recebeu gravações de Jimmy Lester, Esterzinha de Souza, Sílvio Caldas, Leny Eversong e José Tobias.

Hervé Cordovil (Óculos), Carmélia Alves, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira
Em 1953, obteve novo grande sucesso em composição feita em parceria com Luiz Gonzaga, o xote-baião "A Vida Viajante", que foi gravado por Luiz Gonzaga e recebeu regravações, entre outros, de GonzaguinhaMarinês, Pena Branca & Xavantinho, Trio Nordestino e Chico Buarque. Nesse ano, outras de suas composições receberam mais de uma gravação, como foi o caso do samba-canção "De Tanto Acreditar" (Hervé Cordovil e René Cordovil), lançado por Dircinha Batista, José Tobias e Morgana, o samba "E Ela Não Vem" (Hervé Cordovil e Vicente Leporace), que foi gravado por Titulares do RitmoLeny Eversong e Carmélia Alves, e o samba-canção "Falaram de Você" (Hervé Cordovil e René Cordovil), registrado por Almir Ribeiro e por Isaura Garcia. Ainda em 1953, fez os arranjos para o motivo popular "Mulher Rendeira" gravado pelo Trio Marabá e que fez parte da trilha sonora do filme "O Cangaceiro", de Lima Barreto, o primeiro filme brasileiro a obter sucesso no estrangeiro, sendo interpretado por Homero Marques, Zé do Norte e Demônios da Garoa.

Em 1954, teve duas composições interpretadas por Carmélia Alves em dois filmes diferentes: o baião "O Miguel é o Maior" (Hervé Cordovil, Pascoal José e Marcílio), no filme "Carnaval em Caxias", e a marcha "Disco Voador", do filme "Carnaval Em Lá Maior".

Em 1956, gravou, em dueto com Carmélia Alves, os sambas "Nego Difíci", e "Nego Tabuleta", ambas parcerias com Osvaldo Molles.

Em 1959, gravou, pela Copacabana a "Polca do Fritz" e o choro "Não Tem Choro", ambos de sua autoria.

Em  1961, fez sucesso nacional com a marcha "Carta a Papai Noel", gravada por sua filha Maria Regina, então uma criança de 5 anos de idade.

Em 1964 compôs músicas  no estilo Jovem Guarda entre as quais "Rua Augusta", "Boliche Legal" e a versão da música "Itsy Bitsy Teenie Weenie Yellow Polka Dot Bikini" (Biquini de Bolinha Amarelinha). De sua produção, algumas composições foram feitas em parceria com seus filhos Ronnie Cord e René Cordovil.

Em 1966, compôs "Canto ao Brasil", peça sinfônica orquestrada por Gabriel Migliori e executada pela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo.

Em 1977, participou do show comemorativo "30 Anos de Baião", realizado no Teatro Municipal de São Paulo, ocasião na qual também se apresentaram Luiz GonzagaCarmélia Alves e Humberto Teixeira.

Em 1997, foi publicado o livro "Hervé Cordovil - Um Gênio da Música Popular Brasileira" de autoria de Maria do Carmo Tafuri Paniago.

Discografia

  • 1959 - Polca do Fritz / Não Tem Choro (Copacabana, 78)
  • 1956 - Nego Difíci / Nego Tabuleta (Continental, 78)
  • 1951 - Sei Lá (Continental, 78)
  • 1950 - Pé de Manacá (RCA Victor, 78)

Indicação: Miguel Sampaio

Rui Biriva

RUI DA SILVA LEONHARDT
(52 anos)
Cantor e Compositor

☼ Horizontina, RS (28/10/1958)
┼ Porto Alegre, RS (25/04/2011)

Rui da Silva Leonhardt, conhecido pelo nome artístico de Rui Biriva, foi um cantor e compositor brasileiro de música regional gaúcha.

Rui Biriva era o filho caçula dos três filhos de Adalíbio e Malvina Leonhart, um casal de pequenos agricultores do distrito de Esquina Eldorado, em Horizontina.

O contato com a música veio desde muito cedo, e se deu através do pai que foi músico, era proprietário, nos fundos da casa da família, do CTG Peão do Alto Uruguai. Foi no salão de baile da entidade que o cantor começou a dar os primeiros passos na vida artística, familiarizando-se com nomes da música tradicionalista, a saber, Irmãos Dias, o trovador Portela De Lavi, autor da antológica "Pára Pedro", Os Araganos, José Mendes, de quem posteriormente regravou alguns sucessos e a dupla Norinho e Ediles Nunes.

Rui Biriva viveu até os 10 anos de idade no Distrito da Esquina Eldorado, em Horizontina. Aos 14 anos, venceu o Festival Estadual Estudantil da Canção. Mudou-se ainda jovem para o Paraná, onde fez o curso de Direito na Universidade Estadual de Ponta Grossa, em 1978. Não chegou a concluir o curso e, após morar em São Paulo.

No final de 1981, retornou para Horizontina. O então prefeito do município, Irineu Colato, que havia sido seu professor na escola, elegeu-se deputado federal e o convidou para ser seu assessor parlamentar em Brasília. Mas as ruas sem esquinas e a falta de um bolicho para conversar com os amigos fizeram com que Rui desistisse de trabalhar na capital federal, transferindo- se então para Porto Alegre, com o objetivo trabalhar para o deputado na capital dos gaúchos.


Na Assembléia Legislativa, conheceu Airton Pimentel que o convidou para interpretar a música "Birivas" na 4ª Seara da Canção, em Carazinho, no ano de 1984, a composição venceu a linha Galponeira do festival, e Rui conquistou ainda, o prêmio de melhor intérprete do evento e principalmente, a partir daí, com o sucesso da música, nascia o apelido Biriva. O público começou a associar o nome da composição com o cantor, assim Rui deixou aos poucos, o sobrenome Leonhardt ser trocado por Biriva.

No ano seguinte, Rui Biriva retornou à Seara para apresentar uma música sua com José Luis Vilela, chamada "Santa Helena da Serra", que também venceu o festival. O diretor na época da Gravadora Continental Wilson Souto Jr., assistiu a apresentação e entusiasmado com seu trabalho, convidou-o para gravar pela companhia paulista.

Em 1986, gravou pela gravadora Continental o 1° álbum de sua carreira.

Biriva é como é chamado o tropeiro de gado no Rio Grande do Sul.

Rui Biriva obteve importantes prêmios em festivais nativistas, entre eles: Califórnia, Tertúlia, Musicanto, Seara e Coxilha.

Suas apresentações eram vistas em programas nacionais de TV, como "Amigos", "Galpão Crioulo", "Raul Gil" e "Som Brasil". A música "Quebrando Tudo", de sua autoria, juntamente com dois outros parceiros, ganhou destaque nacional ao ser utilizada como uma das trilhas do "Programa do Ratinho".


Como compositor já teve seu trabalho cantado por inúmeros colegas como Dalvan, Daniela Mercury, Os Nativos, Os Serranos, Osvaldir e Carlos Magrão, Gilberto & Gilmar, Gaúcho da Fronteira, entre outros.

Em 2000, deu início a uma trajetória internacional, ao realizar uma turnê de 20 dias por Portugal, onde fez os portugueses, dentro de um avião, cantar os versos de "Quebrando Tudo", quando notaram sua presença no interior da aeronave.

Rui Biriva apresentou programas na Rádio FM Cultura (Um Bom Dia Meu Rio Grande) e na Rádio Rural (Festança Rural). Na televisão esteve à frente do "Mateadas" na TV Assembléia e atualmente comandava o "Paralelo Sul", aos domingos na TVE e "Estrada do Sul" na Rádio Rural.

Na área discográfica, conquistou o Disco de Ouro pela vendagem de 50.000 cópias de seu CD intitulado "Na Estrada do S".

Entre seus maiores sucessos estão "Tchê Loco", "Quebrando Tudo", "Canção do Amigo" e "Castelhana", esta composta em parceria com o cantor Elton Saldanha.

Sid Biriva, seu sobrinho também de Horizontina, é o único músico da família que continuou na carreira musical.

Rui Biriva morreu às 22:45 hs de segunda-feira, 25/04/2011, aos 52 anos. A informação foi divulgada pela assessoria de comunicação do Hospital de Clínicas, onde Rui Biriva estava internado desde 14/04/2011 para o tratamento de um tumor no intestino grosso. 

Álbuns de Estúdio

  • 1986 - Cantar (Continental)
  • 1988 - Pé na Estrada (Discoteca)
  • 1990 - Rui Biriva (Discoteca)
  • 1992 - Festança (RGE / RBS Discos)
  • 1993 - Vamo Pegá (RGE / RBS Discos)
  • 1994 - Sucessos de Ouro (Usadiscos)
  • 1995 - De Bem Com a Vida (RGE / RBS Discos)
  • 1997 - Quebrando Tudo (Acit)
  • 1998 - Acervo (Usadiscos)
  • 1999 - Rui Biriva (Acit)
  • 2001 - Das Bandas de Horizontina (Som Livre / RBS Discos)
  • 2005 - É Bom Barbaridade (Orbeat Music)
  • 2007 - Na Estrada do Sul (Independente)
  • 2009 - Pedindo Cancha (Independente)


Álbuns ao Vivo

  • 2003 - Rui Biriva ao Vivo (CD duplo) - Usadiscos

Noêmia Mourão

NOÊMIA MOURÃO MOACYR
(80 anos)
Pintora, Cenógrafa e Desenhista

☼ Bragança Paulista, SP (1912)
┼ São Paulo, SP (1992)

Noêmia Mourão foi aluna de pintura do artista Emiliano Di Cavalcanti.com quem se casou em 1933, separando-se em 1947. Na capital paulista, conviveu com diversos artistas, como Antônio GomideCarlos Prado e Flávio de Carvalho.

Na companhia do marido, foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou ilustrando, com aquarelas e desenhos, poemas para jornais, e para o Recife, local onde teve grande contato com José Lins do Rego, Gilberto Freyre, Cícero Dias, Lula Cardoso Ayres, assim como outros renomados artistas e escritores.

De Recife seguiram para Lisboa, onde foram hóspedes do ator Procópio Ferreira, ali permanecendo alguns meses. quando os exércitos alemães chegaram a capital francesa.

Durante cinco anos, entre 1935 a 1940, estudou em Paris na Academia Ranson, Academia La Grande Chaumière e na Sorbonne, onde nesta instituição fez o curso de Filosofia e História da Arte. Trabalhou como ilustradora dos jornais Le Monde e Paris Soir e foi convidada pela Radio Difusion Française, onde participou de um programa sobre artes plásticas e literatura, discutido em língua portuguesa, junto com outros grandes artistas como Cícero Dias, Tavares Bastos e Marcelino de Carvalho.

Quando voltou para o Brasil, estudou com o artista Victor Brecheret, mas sua grande paixão continuou sendo a aquarela.

Em 1947, a convite do governo norte-americano, morou por um período de seis meses em New York ilustrando revistas, decorando vitrines da Quinta Avenida e trabalhando no feitio de estamparias.

Trabalhou desenhando cenários e figurinos para o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), projetou os cenários e os figurinos para o Balé Fantasia Brasileira, um dos eventos das comemorações do IV Centenário de São Paulo, e nos anos 60 viajou pelo Brasil estudando a arte plumária indígena numa pesquisa que resultou no livro "Arte Plumária e Máscara de Danças dos Índios Brasileiros" (1971).

Noêmia Mourão participou de exposições como o Salão de Pintoras da Europa, entre outras mostras em Paris, da 4ª Bienal Internacional de São Paulo e várias outras por todo o Brasil.

O Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (MAB/FAAP) de São Paulo organizou, em 1990, uma retrospectiva de suas obras.

Após sua morte, seus trabalhos foram apresentados em diversas exposições como a mostra 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: Pintura e Escultura (IEB/USP, 1993), Fantasia Brasileira: O Balé do IV Centenário (SESC, 1998), entre outras.

Exposições Individuais

  • 1934 - Rio de Janeiro, Brasil
  • 1938 - Paris, França
  • 1943 - São Paulo, Brasil
  • 1947 - New York, Estados Unidos
  • 1974 - São Paulo, Brasil
  • 1990 - São Paulo, Brasil


Exposições Coletivas

  • 1933 - Rio de Janeiro, Brasil - 3º Salão da Pró-Arte
  • 1935 - Rio de Janeiro, Brasil - Exposição de Arte Social, Clube de Cultura Moderna
  • 1937 - Paris, França - Salon des Femmes Peintres d'Europe
  • 1938 - Paris, França - Exposição de Arte Decorativa
  • 1938 - São Paulo, Brasil - 2º Salão de Maio
  • 1941 - São Paulo, Brasil - 1º Salão de Arte da Feira Nacional das Indústrias
  • 1944 - Belo Horizonte, Brasil - Exposição de Arte Moderna, Edifício Mariana
  • 1947 - São Paulo, Brasil - Galeria Itapetininga
  • 1949 - Rio de Janeiro, Brasil - Exposição da Pintura Paulista
  • 1957 - São Paulo, Brasil - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
  • 1973 - São Paulo, Brasil - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
  • 1975 - Penápolis, Brasil - 1º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
  • 1976 - Penápolis, Brasil - 2º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
  • 1976 - São Paulo, Brasil - Os Salões: Da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, Museu Lasar Segall
  • 1977 - São Paulo, Brasil - Mostra de Arte, Grupo Financeiro BBI
  • 1991 - São Paulo, Brasil - 21ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal


Exposições Póstumas

  • 1993 - São Paulo, Brasil - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: Pintura e escultura, IEB/USP
  • 1998 - São Paulo, Brasil - Fantasia Brasileira: O Balé do IV Centenário, SESC Belenzinho
  • 1999 - São Paulo, Brasil - A Figura Feminina no Acervo do MAB, MAB/Faap
  • 2000 - São Paulo, Brasil - A Figura Feminina no Acervo do MAB, MAB/Faap
  • 2001 - São Paulo, Brasil - Figuras e Faces, A Galeria
  • 2004 - Brasília, Brasil - O Olhar Modernista de JK, Palácio do Itamaraty
  • 2004 - São Paulo, Brasil - Mulheres Pintoras, Pinacoteca do Estado
  • 2004 - São Paulo, Brasil - Novas Aquisições: 1995 - 2003, MAB/Faap
  • 2004 - São Paulo, Brasil - O Preço da Sedução: Do espartilho ao silicone, Itaú Cultural

Guilherme de Almeida

GUILHERME DE ANDRADE DE ALMEIDA
(78 anos)
Advogado, Jornalista, Heraldista, Crítico de Cinema, Poeta, Ensaísta e Tradutor

☼ Campinas, SP (24/07/1890)
┼ São Paulo, SP (11/07/1969)

Guilherme de Andrade de Almeida foi um advogado, jornalista, heraldista, crítico de cinema, poeta, ensaísta e tradutor brasileiro. Filho de Estevam de Araújo Almeida, professor de direito e jurisconsulto, e de Angelina de Andrade.

Foi casado com Belkiss Barroso de Almeida, de cuja união nasceu o filho, Guy Sérgio Haroldo Estevam Zózimo Barroso de Almeida, que se casou com Marina Queirós Aranha de Almeida. Foi, com seu irmão, Tácito de Almeida, importante organizador da Semana de Arte Moderna de 1922, tendo criado em 1925 conferência para difusão da poesia moderna, intitulada "Revelação do Brasil Pela Poesia Moderna", que foi apresentada em Porto Alegre, Recife e Fortaleza.

Um dos poemas de Guilherme de Almeida, "A Carta Que Eu Sei de Cor", presente em seu livro "Era Uma Vez", foi declamado na Faculdade de Letras de Coimbra, em 1930, na importante conferência "Poesia Moderníssima do Brasil". Esta conferência foi estampada na revista Biblos (Faculdade de Letras de Coimbra), Vol. VI, n. 9-10, Coimbra, setembro e outubro de 1930, pp. 538 - 558; e no Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, domingo, 11/01/1931, página 3.

Guilherme de Almeida foi um dos fundadores da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, onde lecionou Ciência Política. Foi ainda um dos fundadores da Revista Klaxon, que visava a divulgação da ideias modernistas, tendo realizado sua capa, assim como os arrojados anúncios da Lacta, para a mesma revista. Elaborou também a capa da primeira edição do livro "Paulicéa Desvairada", de Mário de Andrade.

Participou do grupo verde-amarelista e colaborou também com a Revista de Antropofagia, tendo escrito poemas-piada à moda de Oswald de Andrade.

Guilherme de Almeida foi o primeiro modernista a entrar para a Academia Brasileira de Letras em 1930.

Em 1958, foi coroado o quarto "Príncipe dos Poetas Brasileiros", depois de Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Olegário Mariano. Entre outras realizações, foi o responsável pela divulgação do poemeto japonês Haikai no Brasil.

Vida Pública

Combatente na Revolução Constitucionalista de 1932 e exilado em Portugal, após o final da luta, foi homenageado com a Medalha da Constituição, instituída pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Sua obra maior de amor a São Paulo foi seu poema "Nossa Bandeira". Ainda, o poema "Moeda Paulista" e a pungente "Oração Ante a Última Trincheira".

É proclamado "O Poeta da Revolução de 32". Escreveu a letra do "Hino Constitucionalista de 1932 / MMDC", "O Passo do Soldado", de autoria de Marcelo Tupynambá, com interpretação de Francisco Alves.

É de sua autoria a letra da "Canção do Expedicionário" com música de Spartaco Rossi, referente à participação dos pracinhas brasileiros na Segunda Guerra Mundial.

Autor da letra do "Hino da Televisão Brasileira", executado quando da primeira transmissão da Rede Tupi de Televisão, realizada por mérito de seu concunhado, o jornalista Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo.

Foi presidente da Comissão Comemorativa do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.

Casa Guilherme de Almeida

Guilherme de Almeida mudou-se para o local em 1946, um sobrado na Rua Macapá, no Pacaembu, em São Paulo. Era chamado carinhosamente por ele como a "Casa da Colina". E ele a descreveu:

"A casa na colina é clara e nova. A estrada sobe, pára, olha um instante e desce".

Nela, o poeta viveu até 1969 e nela faleceu. Lá, os saraus eram bem animados, como lembra o poeta Paulo Bomfim. Também estavam sempre presentes os amigos Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Victor Brecheret, Noemia Mourão, René Thiollier, Saulo Ramos, Roberto Simonsen, Carlos Pinto Alves e tantos outros.

A casa, em 1979, tornou-se o Museu Casa Guilherme de Almeida, pertencente à Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, tendo sido "tombado como museu biográfico e literário" pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), em maio de 2009.

O museu conta com importante acervo de obras de arte: quadros de Di Cavalcanti, Lasar SegallAnita Malfatti, as primeiras edições dos livros do poeta, entre seis mil volumes no total, além de mobiliário, peças pessoais e relíquias da Revolução de 1932.

Guilherme de Almeida encontra-se sepultado no Mausoléu do Soldado Constitucionalista de 1932, no Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo, ao lado de Ibrahim de Almeida Nobre, o "Tribuno de 32", dos despojos dos jovens conhecidos pela sigla M.M.D.C. (Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Américo Camargo de Andrade), e do caboclo Paulo Virgínio.

Obras do Autor


Poesia

  • 1917 - Nós
  • 1919 - A Dança Das Horas
  • 1919 - Messidor
  • 1920 - Livro de Horas de Soror Dolorosa
  • 1922 - Era Uma Vez…
  • 1924 - A Frauta Que Eu Perdi
  • 1925 - Meu
  • 1925 - A Flor Que Foi Um Homem (Narciso)
  • 1925 - Encantamento
  • 1925 - Raça
  • 1929 - Simplicidade
  • 1931 - Carta à Minha Noiva
  • 1931 - Você
  • 1932 - Cartas Que Eu Não Mandei
  • 1938 - Acaso
  • 1941 - Cartas do Meu Amor
  • 1947 - Poesia Varia
  • 1951 - O Anjo de Sal
  • 1954 - Acalanto de Bartira
  • 1956 - Camoniana
  • 1957 - Pequeno Romanceiro
  • 1961 - Rua
  • 1965 - Rosamor
  • 1968 - Os Sonetos de Guilherme de Almeida
  • 2010 - Margem: Poesia

Poesia (Traduções)

  • 1932 - Eu e Você (Tradução do Toi et Moi, de Paul Géraldy)
  • 1923 - O Gitanjali (De Rabindranath Tagore)
  • 1936 - Poetas de França
  • Suíte Brasileira (Terceira parte do livro de Luc Durtain Quatre Continents)
  • 1939 - O Jardineiro (De Rabindranath Tagore)
  • 1943 - O Amor de Bilitis (Algumas Canções) - De Pierre Louÿs
  • 1944 - Flores da Flores do Mal (De Charles Baudelaire)
  • Paralelamente a Paul Verlaine
  • 1965 - Festival (De Simon Tygel)
  • Arcanum (De Niles Bond)
  • 1967 - Os Frutos do Tempo (Les Fruits du Temps, de Simon Tygel)

Seleção de Poemas e Poesia Completa

  • 1931 - Poemas Escolhidos
  • 1952 - Toda a Poesia (1ª edição, 6 volumes)
  • 1967 - Meus Versos Mais Queridos

Teatro

  • 1916 - Mon Coeur Balance e Leur Ame (Escritas em colaboração com Oswald de Andrade)
  • 1921 - Scheherazada, Um Ato Em Versos
  • 1939 - O Estudante Poeta (Escrita em colaboração com Jaime Barcelos)

Teatro (Traduções)

  • 1950 - Entre Quatro Paredes (Huis Clos), de Jean-Paul Sartre
  • 1952 - A Antígone, transcrição da tragédia de Sófocles
  • 1954 - Na Festa de São Lourenço (Tradução em versos, nas partes tupi e castelhana, do Auto de José de Anchieta, segundo o texto de Maria de Lourdes de Paula Martins)
  • 1965 - História de Uma Escada (Historia de Una Escalera), de Antonio Buero Vallejo

Teatro (Traduções Inéditas)

  • A Importância de Ser Prudente (The Importance Of Being Ernest), de Oscar Wilde
  • Orfeu (Orphée), de Jean Cocteau
  • Lembranças de Berta (Hello From Bertha), de Tennessee Williams
  • Eurídice (Eurydice), de Jean Anouilh

Prosa

  • 1924 - Natalika
  • 1926 - Do Sentimento Nacional na Poesia Brasileira (Tese de concurso)
  • 1926 - Ritmo, Elemento de Expressão (Tese de concurso)
  • 1929 - Gente de Cinema, I (Série)
  • 1933 - O Meu Portugal
  • 1935 -  A Casa (Palestra pronunciada no salão do Clube Piratininga e dedicada aos alunos do Ginásio Bandeirantes)
  • 1944 - Gonçalves Dias e o Romantismo (Conferência realizada na Academia Brasileira de Letras)
  • 1948 - Histórias, Talvez...
  • 1948 - As Palavras de Buda
  • 1953 - Baile de Formatura
  • 1961 - Jornal de Um Amante (Do Journal d’un Amant, de Simon Tygel)
  • 1962 - Cosmópolis

Literatura Infantil

  • 1941 - O Sonho de Marina
  • 1941 - João Pestana (De Hans Christian Andersen)
  • 1942 - João Felpudo (De Heinrich Hoffmann)
  • 1943 - Pinocchio (De Carlo Collodi)
  • 1943 - O Camundongo e Outras Histórias (De Wilhelm Busch)
  • 1943 - Corococó e Caracacá (De Wilhelm Busch)
  • 1943 - O Fantasma Lambão (De Wilhelm Busch)
  • 1946 - A Mosca (De Wilhelm Busch)
  • 1946 - Uma Oração de Criança (De Rachel Field)
  • 1949 - A Cartola (De Wilhelm Busch)

Heráldica

Autor de Brasões-de-Armas das seguintes cidades:

  • São Paulo (SP)
  • Petrópolis (RJ)
  • Volta Redonda (RJ)
  • Londrina (PR)
  • Brasília (DF)
  • Guaxupé (MG)
  • Caconde (SP)
  • Iacanga (SP)
  • Embu das Artes (SP)

Fonte: Wikipédia