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Dulce Nunes

DULCE PINTO BRESSANE
(90 anos)
Atriz, Compositora, Cantora, Produtora Musical e Arquiteta

☼ Rio de Janeiro, RJ (11/06/1929)
┼ Rio de Janeiro, RJ (04/06/2020)

Dulce Nunes, nome artístico de Dulce Pinto Bressane, foi uma atriz, compositora, cantora, produtora musical e arquiteta, nascida no Rio de Janeiro, RJ, no dia 11/06/1929.

Quando era estudante de arquitetura, na década de 1950, começo a fazer trabalhos fotográficos como modelo para agências publicitárias, como nas campanhas dos cigarros Hollywood e dos tecidos da fábrica Braspérola.

Logo em seguida, foi convidada para fazer cinema, tornando-se protagonista em duas produções: "Estrela da Manhã", do diretor Jonald de Oliveira, filme brasileiro com Paulo Gracindo e Dorival Caymmi, e no italiano "O Noivo da Minha Mulher", com Orlando Vilar. Também atuou em "A Princesa de Joinville", mas este filme não foi finalizado.

Dulce Nunes foi casada com o pianista Bené Nunes, de 1956 a 1965. Eram constantes as reuniões realizadas em sua casa, onde recebia os compositores e intérpretes da Bossa Nova.

Participou do musical "Pobre Menina Rica", de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes, gravando a trilha sonora original, lançada em disco, em 1964, com Carlos Lyra, Moacir Santos e Telma Soares, com arranjos de Radamés Gnattali.

Dulce e Benê Nunes

Em 1965, após separar-se de Bené Nunes, começou a cantar em público, participando de shows com Baden Powell e apresentando-se em televisão e teatros. Nesse mesmo ano, participou do Festival Nacional de Música Popular Brasileira, na TV Excelsior, classificando-se entre as 10 finalistas com sua composição "O Jangadeiro" (Dulce Nunes e João do Vale), interpretada pelo cantor Catulo de Paula.

Em 1966, lançou o LP "Dulce" pela gravadora Forma, interpretando composições de Antônio Carlos Jobim, Carlos LyraVinícius de MoraesBaden Powell e Ruy Guerra. Foi acompanhada, nessa gravação, por Baden Powell e o quarteto de cordas de Peter Daulsberg, com arranjos de Guerra Peixe.

Por esse disco recebeu, no Teatro Municipal, o prêmio Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, promovido pelo Correio da Manhã, como a Melhor Cantora do ano. O LP foi considerado, em citação de Sílvio Tulio Cardoso, do jornal O Globo, como um dos melhores discos do ano.

Em 1967, participou, como cantora e compositora, do II Festival Internacional da Canção, da TV Rede Globo, com a música "O Amanhecer" (Dulce Nunes e Ruy Guerra).

Em 1968, gravou o LP "O Samba do Escritor", registrando composições próprias, em parceria com vários escritores. O disco contou com a participação de Nara Leão, Edu Lobo, Gracinha Leporace, Joyce e o conjunto vocal Momento Quatro, além de arranjos de Luiz Eça, Oscar Castro-Neves e o lançamento de Egberto Gismonti, como arranjador e instrumentista.

Em 1969, participou, como cantora, do LP "Egberto Gismonti", primeiro disco do instrumentista e compositor, com quem foi casada de 1968 a 1976.


Em 1970 participou, como cantora, dos discos de Egberto Gismonti "Sonho 70" (Philips) e "Orfeu Novo", esse último gravado na Alemanha. Passou a atuar, desde então, como vocalista de inúmeras gravações de Egberto Gismonti para discos e trilhas sonoras para cinema, teatro e televisão, nos quais sua voz de soprano foi utilizada como parte instrumental.

Assinou trilhas sonoras para peças de teatro, entre as quais "A Madona de Éfeso" e "O Homem do Princípio ao Fim", ambas de Millôr Fernandes, e "A Megera Domada", de William Shakespeare, com elenco integrado por Marília Pera, Gracindo Junior, José Wilker, Camila Amado, dentre outros.

Em 1980, gravou para a Som Livre a trilha musical do disco infantil "O País das Águas Luminosas", em parceria com Egberto Gismonti.

Em 1983 montou, com Egberto Gismonti, a firma Carmo Produções Artísticas Ltda. Como produtora e sócia de Egberto Gismonti no selo Carmo (Brasil), lançou discos de André Geraissati ("Entre Duas Palavras") e Nando Carneiro ("Violão"), em 1983.

Em 1984 lançou discos de Luiz Eça ("Luiz Eça"), Robertinho Silva ("Bateria"), Piry Reis ("Caminho do Interior"), Aleuda ("Oferenda"), Antônio José ("Um Mito Uma Coruja Branca"), Carioca ("Sete Dias, Sete Instrumentos, Música") e Grupo Papavento ("Aurora Dorica Para o Embaixador de Júpiter").

Em 1985 lançou discos de Artistas Carmenses ("Carmo ano 1"), Luigi Irlandini ("Azul e Areia"), ("Meu Continente Encontrado") e William Senna ("O Homem do Madeiro").


Em 1986 lançou discos de Nando Carneiro ("Mantra Brasil"), Luiz Eça, Robertinho Silva e Luiz Alves ("Triângulo"), Marco Bosco ("Fragmentos da Casa") e Piry Reis ("Rio Zero Grau").

Em 1987 lançou disco de Fernando Falcão ("Barracas Barrocas").

Em 1991, como produtora e sócia de Egberto Gismonti no selo Carmo/ECM (Alemanha), lançou os CDs "Árvore" (Egberto Gismonti, Group And Orchestra), "Circense" (Egberto Gismonti, Group And Orchestra), "Violão" (Nando Carneiro) e "Kuarup" (Egberto Gismonti, Group And Orchestra).

Em 1992, lançou os CDs "Academia de Danças" (Egberto Gismonti, Group And Orchestra), "Trem Caipira" (Egberto GismontiGroup And Orchestra), "Nó Caipira" (Egberto GismontiGroup And Orchestra), "Amazônia" (Egberto GismontiGroup And Orchestra) e "Sete Dias, Sete Instrumentos, Música" (Carioca).

Em 1996, lançou o CD "Alma" (Egberto Gismonti).

Em 199, lançou o CDs "Guitarreros" (Ernest Snajer & Palle Windfeld) e "Antonio" (Délia Fischer).

No ano de 2000 lançou o CDs "Quaternaglia" (Quaternaglia) e "Água & Vinho" (Rodney Waterman & Doug De Vries).

Paralelamente ao trabalho na Carmo Produções Artísticas, atuou de 1978 até 2001, como decoradora de sua firma Bressane Arquitetura & Interiores.

Morte

Dulce morreu faleceu na quinta-feira, 04/06/2020, aos 91 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de complicações derivadas de uma infecção por Covid-19.

Discografia

  • 1968 - O Samba do Escritor
  • 1966 - Dulce
  • 1964 - Pobre Menina Rica (Trilha Sonora Original)

#FamososQuePartiram, #DulceNunes

Fabiana Anastácio

FABIANA ANASTÁCIO NASCIMENTO
(45 anos)
Cantora

☼ Santo André, SP (23/02/1975)
┼ São Paulo, SP (04/06/2020)

Fabiana Anastácio Nascimento, mais conhecida como Fabiana Anastácio, foi uma cantora de música cristã contemporânea, ligada ao movimento religioso pentecostal, nascida em Santo André, SP, no dia 23/02/1975.

Fabiana Anastácio era filha de um pastor e uma maestrina e cantava desde os 4 anos. Notável por cantar canções de tônica pentecostal, Fabiana Anastácio começou a cantar por influência de cantores como Shirley Carvalhaes e Ozéias de Paula. Mas só obteve notoriedade quando um vídeo seu interpretando um cover de "Fiel a Mim", de Eyshila, numa igreja, viralizou. A popularidade lhe fez lançar seu primeiro álbum, "Adorador 1", em 2012.

Em 2015, lançou o segundo álbum, "Adorador 2 - Além da Canção".

Em 2017, lançou seu último álbum, "Adorador 3 - Além das Circunstâncias", tendo produção musical do maestro Melk Carvalhedo.

Em 2018, lançou a coletânea "Seleção Essencial" de seus maiores sucessos.

Ao longo de 7 anos de carreira, Fabiana Anastácio lançou alguns sucessos, como "O Grande Eu Sou", "Quem Me Vê Cantando", "A Sombra de Pedro", "Fiel Adorador", "Deixa Comigo", "Sou Eu" e "Adorarei".

Morte

Fabiana Anastácio faleceu na manhã de quinta-feira, 04/06/2020, aos 45 anos, em São Paulo, SP, vítima de Covid-19, doença causada pelo Coronavírus. Fabiana Anastácio estava internada havia mais de uma semana por conta de complicações decorrentes do Coronavírus.

Muitos dos amigos de Fabiana Anastácio não conseguiram se despedir como gostariam. Em razão das medidas de segurança pela pandemia do Coronavírus, o enterro foi realizado sem velório. Os mais próximos relatam que um cortejo, com a recomendação de afastamento entre as pessoas, foi realizado com a presença de familiares no Cemitério Paulicéia, em São Bernardo do Campo, SP.

No final de maio de 2020, um financiamento coletivo chegou a ser feito e divulgado no perfil para ajudar a custear o tratamento de Fabiana.
"Como igreja sabemos que quando um parte do corpo perece, todo corpo sente a dor ou, pelo menos, deveria sentir. A dor não escolhe cor, nem raça, nem status ou condição... ela simplesmente surge e traz suas consequências.

Nesse momento nossa amiga/pastora/cantora Fabiana Anastácio precisa da nossa ajuda para combater o COVID-19, ela está internada no hospital com todos os cuidados necessários, mas com um custo alto para a família, ainda mais nesse momento de recesso de agendas e claro, com algo que ninguém esperava. Estamos todos juntos nessa causa, #SomosTodosFabiana."
(Dizia a nota)

Discografia

  • 2012 - Adorador 1
  • 2015 - Adorador 2 - Além da Canção
  • 2017 - Adorador 3 - Além das Circunstâncias
  • 2018 - Seleção Essencial
  • 2020 - Deus é Contigo
Fonte: Wikipédia e G1

Miss Biá

EDUARDO ALBARELLA
(81 anos)
Estilista, Maquiador, Ator Transformista e Drag Queen

☼ São Paulo, SP (1939)
┼ São Paulo, SP (03/06/2020)

Eduardo Albarella, conhecido artisticamente como Miss Biá, foi estilista, maquiador, ator transformista e uma das Drag Queens pioneiras no Brasil, com cerca de 60 anos de carreira, nascido em São Paulo, SP, no ano de 1939.

No início dos anos 60, Eduardo Albarella, office boy, na época com 21 anos, ficou surpreso com todo o glamour visto ao assistir um show de dançarinas, entre elas a travesti Geórgia, num show de cabaré da noite paulistana. A partir daquele momento, decidiu que o palco seria seu lugar e com ajuda de uma amiga, conseguiu roupas, perucas e jóias para construir seu alter-ego inspirador: a Biá. O nome já era seu apelido devido a música "Biá Tá Tá", cantada pela Carmen Miranda, e o miss é incorporado futuramente, após ser anunciada como "Miss".

Suas apresentações começam em casas de espetáculo, tendo sido convidada pela boate La Vie En Rose para sua primeira apresentação cantando a música "Diz Que Fui Por Aí" (Zé Keti e Hortêncio Rocha), interpretada pela cantora Nara Leão. No final da noite, foi escolhida a melhor e daí começou a fazer outros trabalhos. Essa foi a primeira vez que ocorreu um show só com travestis e o acontecimento parou o trânsito da capital paulistana, pois muitos ficaram curiosos com o espetáculo.


Com o interesse de alguns artistas e intelectuais, os shows, com muito brilho, orquestra e performances super produzidas, ganham espaço em boates e começam a surgir as primeiras boates LGBT's. As casas exibiam espetáculos de interpretações das divas clássicas, como Diana Ross, Gina Lollobrigida, Judy Garland e, a preferida da Biá, a Liza Minelli. Porém, como fazer isso durante o regime militar (1964-1985), quando um homem (biológico) poderia ser preso por não estar portando trajes destinados ao gênero masculino?

Assim como os homens e mulheres transexuais e travestis, os artistas transformistas eram perseguidos e assediados pelos repressores do Estado. Eram comuns as abordagens policiais e prisões por "Atentado Violento ao Pudor", acusados de prostituição se vistos dentro da personagem, quando transitavam de uma casa de show à outra.

Miss Biá conta que não tinha como sair montada pelas ruas, no máximo conseguiria usar maquiagem, disfarçada por estar "vestido de hominho". Em entrevista para Globo, relembra que "Tinha um delegado que era o tormento de todo gay, ele vinha aqui… e uma vez levou quase 600 presas!", se referindo ao delegado José Wilson Richetti, responsável por coordenar operações de "limpeza" em São Paulo.


O trabalho era difícil e as perseguições muitas. Miss Biá conta que nunca foi visto pela família, tendo que viver uma vida-dupla: de dia, jogava futebol com seus amigos e trabalhava nos escritórios. A noite, perdia sua timidez e medos encarnando a glamurosa Miss Biá, que só seria conhecida pela família mais de 50 anos depois, como contou Miss Biá em entrevista para o Museu da Diversidade Sexual.

Com o aumento da censura dos "Tempos de Chumbo", Eduardo Albarella pausou suas apresentações em seu alter-ego transformista e passou a se apresentar como dançarino junto à vedetes. Depois de anos de repressão acirrada, os show voltaram a acontecer mais livremente e Eduardo Albarella se torna um grande maquiador e estilista, conhecido pelas celebridades que entrevistava nos seus shows, interpretando uma sátira à apresentadora Hebe Camargo, para quem trabalhou como estilista por anos, chegando a ser premiado e ter seu vestido catalogado no Museu de Arte de São Paulo.

Falar da trajetória da Miss Biá é falar de muitas casas noturnas, como a Corinto, Medieval e a NostroMondo. Nessas boates, a grande Miss Biá levou alegria e inspiração por meio da sua arte e carisma para milhares de pessoas por diversas gerações nos mais de 60 anos de carreira.

Em cada uma das diversas casas que surgiram, os LGBT+ e artistas da noite podiam sentir um gosto de liberdade e aceitação, um sentimento de irmandade os uniam onde apoio e resistência andavam juntos frente à um país dominado pela repressão e preconceito.

Miss Biá, Por Ela Mesma

Meu nome é Eduardo Albarella, mas sou mais conhecido como Miss Biá, primeira e única. Nasci - e moro até hoje - em São Paulo, em uma família de classe média alta.

Meu pai morreu aos 27 anos, vítima de nefrite aguda. Eu estava com apenas 2 anos, não tive a oportunidade de chamá-lo de papai.

Estou na vida há 79 anos e na noite há 58. Passei pela ditadura, tive muitas rejeições, mas sempre me dei muito bem, graças a Deus, porque bonequinha nova e bonita sempre consegue abrir portas.

Na infância, fui um menininho comum: não tirava a sobrancelha, não tinha trejeitos, era natural. Minha família nunca retrucou minha maneira de viver. Quando adolescente, não imaginava que faria palco, nunca tive vontade de trabalhar em boate. Mudei de ideia quando fui a um cabaré, o Avenida, na Avenida Duque de Caxias, no centro de São Paulo, e vi um homem montado pela primeira vez. Fiquei encantada e pensei: "Nossa, que beleza, eu também quero!".


Estava com duas amigas "mulheres-veados". Assim que elas souberam, garantiram que me emprestariam tudo: peruca, roupa, jóias e até um anel de esmeralda, divino. Topei o desafio e falei com o pessoal da boate. Mesmo duvidando de minha coragem, me aceitaram. De peruca castanha, com mechas, penteada por Silvinho, o cabeleireiro das estrelas, cantei "Diz Que Fui Por Aí" (Zé Keti e Hortêncio Rocha). Na época, ou cantava ou não trabalhava. Essa história de dublar veio muito tempo depois.

Minha primeira apresentação foi um sucesso e me rendeu um contrato para o primeiro show de transformistas de São Paulo, na boate La Vie en Rose. Na época não existia boate gay. Trabalhei muitos anos em boates héteros. E, como não havia nada parecido, repercutiu muito e só não continuou com força porque a ditadura interrompeu.

Ser um ator transformista em tempos de censura era difícil. Não podíamos sair na rua de peruca, pois éramos taxadas de prostitutas. Tínhamos de ir com a peruca na mão às boates e só nos "transformávamos" lá dentro. Se a polícia encrencasse com alguma de nós, levava à prisão, e lá ficávamos por dias, sem justificativa. Tive a sorte de nunca ter passado por isso, mas muitos amigos passaram. Na época, nossos espetáculos eram submetidos à censura. Se não gostassem, não havia show. Para driblá-la, me apresentei por um tempo de "menino" com uma porção de artistas, como Wilza Carla e Sônia Mamede.

Morte

Eduardo Albarella faleceu na manhã de quarta-feira, 03 /06/2020, aos 81 anos, em São Paulo, SP, vítima de Covid-19. Estava internado há cerca de dez dias por causa da Covid-19.

A Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo emitiu uma nota de pesar:
"Miss, Biá, persona de Eduardo Albarella de 80 anos, começou na arte do transformismo no início da década de 60 e não parou mais. Arte, irreverência e bom humor. Estamos em luto. A saudade estará sempre presente!"

Maria Alice Vergueiro

MARIA ALICE MONTEIRO DE CAMPOS VERGUEIRO
(85 anos)
Professora e Atriz

☼ São Paulo, SP (19/01/1935)
┼ São Paulo, SP (03/06/2020)

Maria Alice Monteiro de Campos Vergueiro, foi uma professora e atriz com uma extensa carreira nos palcos, no cinema e na televisão, nascida em São Paulo, SP, no dia 19/01/1935.

Membro da tradicional família Campos Vergueiro, Maria Alice tem sangue quatrocentão. No entanto, durante sua criação, sua família tinha poder aquisitivo de classe média alta.

Era filha de Nicolau Pereira de Campos Vergueiro Neto e de Maria Antônia Borges, sendo pentaneta do senador Vergueiro, um dos mais influentes políticos do Império do Brasil (1822-1889), e sobrinha-trineta do Barão de Vergueiro e Visconde de Vergueiro. Também vem a ser pentaneta do Barão de Antonina e sobrinha-pentaneta do Barão de Ibicuí. Para além disso, o irmão de seu pai, o ator, compositor e roteirista Carlos Vergueiro, foi um dos fundadores do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), e seus primos, Guilherme e Carlinhos Vergueiro, também são artistas, além de Maria Alice ser tia de segundo grau da cantora e apresentadora Dora Vergueiro e da jornalista Maria Clara Vergueiro.

Maria Alice casou-se com Sílvio de Almeida, com quem teve dois filhos, Maria Sílvia e Roberto Vergueiro de Almeida.


Maria Alice
estreou no teatro no ano de 1962, no espetáculo "A Mandrágora", sob a direção de Augusto Boal. Depois, sua carreira em teatro passou pelo Teatro Oficina, onde atuou na histórica montagem de "O Rei da Vela", de Oswald de Andrade), sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, que veio a se transformar em filme.

Maria Alice atuou junto ao Living Theatre. Foi fundadora, ao lado de Luiz Roberto Galízia e Cacá Rosset, do Teatro do Ornitorrinco, onde atuou em diversos espetáculos.

Maria Alice também foi professora de teatro na Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da mesma universidade.

É conhecida no teatro paulistano como Dama do Underground ou Velha Dama Indigna. Esteve presente como atriz em alguns dos mais importantes e instigantes espetáculos da cena paulistana nos últimos 40 anos, entre eles: "O Rei da Vela" (José Celso Martinez Corrêa), "Mahagony Songspiel" (Cacá Rosset), "Electra Com Creta", "Katastrophé" (Rubens Rusche), dentre outros. Além de fundadora, foi atriz do Teatro do Ornitorrinco e assistente de direção de Cacá Rosset em "Sonho de Uma Noite de Verão".

Em 1987, quando interpretou Lucrécia em "Sassaricando", contracenava com um núcleo de atores e atrizes de trajetória eminentemente teatral, entre os quais Ileana KwasinskiJandira Martini e Paulo Autran.


Em 1992, atuou e dirigiu o espetáculo "O Amor de Dom Perlimplim Com Belisa em Seu Jardim"(Federico Garcia Lorca), inaugurando o Núcleo 2 da companhia no qual contava com a colaboração de vários profissionais que também passaram pelo Núcleo 1: Ricardo Castro, Luciano Chirolli, Gerson StevesRosana Seligman e Wanderley Piras.

Em 1995 dirigiu a peça "Quíntuplos", ainda pelo Núcleo 2, com Christiane Tricerri, Luciano Chirolli e outros.

Em 2002, já afastada do Teatro do Ornitorrinco, adaptou "Mãe Coragem", no qual atuou sob a direção de Sérgio Ferrara ao lado de Rubens Caribé, José Rubens Chachá e outros.

Recentemente ficou mais conhecida pelo curta-metragem "Tapa na Pantera", dirigido por Esmir Filho, Mariana Bastos e Rafael Gomes, no qual interpreta uma senhora que fuma maconha há trinta anos e fala sobre suas experiências com a droga, personagem criado pela própria atriz. O curta fez sucesso na internet em menos de uma semana após ter sido posto no site YouTube (Sem a permissão dos autores).

Em 2016, protagonizou o curta-metragem "Rosinha", dirigido por Gui Campos. O filme recebeu mais de 40 prêmios nacionais e internacionais, inclusive o Prêmio Especial do Júri no 44º Festival de Gramado.

Morte

Maria Alice Vergueiro faleceu na quarta-feira, 03/06/2020, aos 85 anos, no Hospital das Clínicas de São Paulo, vítima de pneumonia após ficar internada na UTI com suspeita de Covid-19.

Carreira

Teatro
  • 1962 - A Mandrágora
  • 1964 - A Ópera de Três Vinténs
  • 1965 - A Grande Chantagem
  • 1967 - O Rei da Vela
  • 1972 - Gracias, Señor
  • 1973 - O Casamento do Pequeno Burguês
  • 1975 - Galileu Galilei
  • 1977 - Delírio Tropical
  • 1977 - Os Mais Fortes
  • 1977 - Teatro do Ornitorrinco Canta Brecht e Weillcom
  • 1978 - A Ópera do Malandro
  • 1981 - O Percevejo
  • 1982 - O Lírio do Inferno
  • 1983 - Mahagonny Songspiel
  • 1983 - O Belo Indiferente
  • 1985 - O Gosto da Própria Carne
  • 1986 - Eletra Com Creta
  • 1986 - Katastrophé
  • 1988 - A Velha Dama Indigna
  • 1989 - E Ponha o Tédio no... Ó
  • 1989 - O Doente Imaginário
  • 1992 - O Amor de Dom Perlimplim Com Belisa em Seu Jardim
  • 1994 - A Comédia dos Erros
  • 1996 - No Alvo
  • 1998 - O Avarento
  • 1999 - Sabah das Bruxas
  • 2002 - Mãe Coragem e Seus Filhos
  • 2003 - Temporada de Gripe
  • 2005 - O Clássico da Vanguarda: Documentação e História
  • 2005 - Vigília Literária
  • 2008 - As Três Velhas de Alejandro Jodorowsky

Cinema
  • 1974 - Amor e Medo
  • 1978 - O Bom Marido ... Freguesa do Camelô
  • 1980 - Maldita Coincidência
  • 1980 - Muito Prazer ... Mãe
  • 1983 - O Rei da Vela ... Dona Cesarina
  • 1983 - Do Outro Lado da Vida
  • 1984 - Divina Previdência
  • 1985 - Non Plus Ultra
  • 1987 - Urubus e Papagaios ... Dona Matilde
  • 1987 - Carlota Amorosidade
  • 1988 - Romance ... Amiga de Paulo César
  • 1991 - O Corpo ... Mulher do chefe da polícia
  • 1991 - Olímpicos ... Jogadora de poker
  • 1992 - Perfume de Gardênia
  • 1992 - PK Cadeia ... Ouvinte
  • 1995 - Disseram Que Voltei Americanizada
  • 1997 - A Grande Noitada ... Brunhilde
  • 2000 - Cronicamente Inviável ... Senhora do atropelamento
  • 2004 - Ato II Cena 5 ... Atriz
  • 2005 - Tudo o Que é Sólido Pode Derreter ... Dona do sebo
  • 2006 - Tapa na Pantera ... Pantera
  • 2008 - Relicário ... Avó
  • 2009 - Quanto Dura o Amor? ... Síndica
  • 2010 - Topografia de um Desnudo ... Mendiga
  • 2011 - César! ... Professora
  • 2013 - Jogo das Decapitações ... Renata
  • 2014 - Rubras Mariposas ... Jussara
  • 2016 - Rosinha ... Rosinha
  • 2018 - Górgona ... Ela mesma
  • 2019 - Vergel ... Mãe (voz)

Televisão
  • 1987 - Sassaricando ... Lucrécia
  • 1988 - Bebê a Bordo ... Carcereira (Participação especial)
  • 1996 - Brava Gente  ... Elisinha
  • 2007 - O Sistema ... Leda "Rabsicocha" J.
  • 2009 - Tudo o Que é Sólido Pode Derreter ... Diabo
  • 2010 - Elvirão ou Como Vovó Já Dizia ... Elvirão
  • 2016 - Condomínio Jaqueline  ... Síndica maconheira

Youtube
  • 2006 - Tapa na Pantera - Um dos famosos vídeos do YouTube, por sua ficcional defesa da maconha
  • 2014 - Os Últimos Desejos da Kombi - Tem grande participação, onde narra o comercial impactante da despedida da Kombi (Carro famoso produzido pela Volkswagen).

Fonte: Wikipédia

Jimy Raw

GERMANO RAW NETO
(58 anos)
Cantor, Radialista e Apresentador de Televisão

☼ Niterói, RJ (04/07/1961)
┼ Rio de Janeiro, RJ (02/06/2020)

Germano Raw Neto, mais conhecido como Jimy Raw foi um cantor, radialista e apresentador de televisão nascida em Niterói, RJ, no dia 04/07/1961.

Jimy Raw começou sua carreira bem jovem, como um dos produtores do programa "Aqui e Agora" na extinta TV Tupi . No mundo do rádio, onde era muito respeitado e considerado uma referência de voz carioca, começou na Rádio Capital, mas como contato comercial.

Jimy Raw mudou-se em 1982 para o estado do Paraná, atendendo ao convite do jornalista Ari Soares, para integrar a equipe de produtores e apresentadores do programa "Na Boca do Povo" nas tardes da TV OM, então afiliada da Bandeirantes, atual CNT.

Foi em Curitiba que começou sua vitoriosa carreira no rádio, se destacando como comunicador na FM 104, atual Jovem Pan FM Curitiba.

Jimy Raw voltou para o Rio de Janeiro, onde ficou famoso por seus programas nas seguintes estações de rádio: Antena1 FM e 98 FM, atualmente Rádio Globo, pertencente ao Sistema Globo de Rádio.


Jimy Raw teve uma rápida passagem por São Paulo no início dos anos 1990 pela X FM, atual CBN São Paulo, onde apresentou o programa "Show da X".

Jimy Raw chegou a apresentar programas também na televisão, tendo trabalhado na Rede Manchete nos programas "Bike Show" e "Shock", com várias participações em eventos televisivos e no carnaval. Depois obteve consagração na apresentação do "Globo de Ouro", na TV Globo, de setembro de 1989 até dezembro de 1989, com a atriz Isabela Garcia. Ele voltou para apresentar o último programa ,em 28/12/1990, junto com a atriz Adriana Esteves.

Em 1992, Jimy Raw atuou como cantor, gravando o LP "Tudo Bem".

Entre 2006 a 2016 trabalhou na Super Rádio Tupi do Rio de Janeiro, do Grupo Diários Associados, apresentando o "Baú da Tupi" aos domingos das 00:00 às 03:00.

Afastado da Rádio Tupi, participava do canal do Youtube chamado "A Turma do Rádio", junto com outros radialistas sem espaço nas rádios comerciais.

Jimy Raw teve como companheira Luciana Sargentelli, filha do sambista e apresentador do "Show de Mulatas" Oswaldo Sargentelli.

Morte

Jimy Raw foi três vezes a Unidades de Pronto Atendimento (UPA) reclamando de sintomas, a última em estado mais grave em 07/05/2020.

No dia 11/05/2020, deu entrada na UTI do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla e chegou a ser liberado. No entanto, teve uma piora no último fim de semana e voltou para UTI.

No dia 20/05/2020, deixou a UTI, aparentemente em processo de recuperação. Porém, sentiu-se mal e voltou a ser internado no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Jimy Raw faleceu na noite de terça-feira, 02/06/2020, aos 58 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima da Covid-19. 

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #JimyRaw

Evaldo Gouveia

EVALDO GOUVEIA DE OLIVEIRA
(91 anos)
Cantor, Compositor e Violonista

☼ Orós, CE (08/08/1928)
┼ Fortaleza, CE (29/05/2020)

Evaldo Gouveia de Oliveira foi um compositor, cantor e violonista nascido em Orós, CE, no dia 08/08/1928.

Aos 6 anos, já cantava num sistema de alto-falantes na praça de sua cidade, Orós. Aos 11 anos, mudou-se para Fortaleza para estudar. Nessa época, trabalhava como feirante e não dispensava o violão nas horas de folga.

Aos 19 anos, passou a tocar violão num conjunto e acabou conseguindo um contrato numa rádio local.

Em 1950, formou o Trio Nagô, com Mário Alves (seu alfaiate) e Epaminondas de Souza (colega de boemia). Após representar o Estado do Ceará no Programa Cesar de Alencar, na Rádio Nacional, o grupo foi contratado pela Rádio Jornal do Brasil e posteriormente pelas boates Vogue, no Rio de Janeiro e Oásis em São Paulo. Dois anos depois, iniciaram um programa semanal na Rádio Record em São Paulo, que duraria pelos cinco anos seguintes.


Em 1957, Evaldo Gouveia compôs sua primeira canção, "Deixe Que Ela Se Vá" (Evaldo Gouveia e Gilberto Ferraz), obtendo sucesso na voz de Nelson Gonçalves. No mesmo ano, compôs "Eu e Deus" (Evaldo Gouveia e Pedro Caetano), gravada por Nora Ney.

A partir de julho de 1958, quando conheceu o também compositor Jair Amorim na União Brasileira de Compositores (UBC), sua carreira deslanchou.

Logo no primeiro dia de contato, compuseram "Conversa", gravada inicialmente por Alaíde Costa, em 1959. Essa seria a primeira de uma série de 150 composições da dupla nos dez anos que se seguiram, normalmente sambas-canções abolerados, cujo primeiro sucesso de vendas foi "Alguém Me Disse", lançada por Anísio Silva em 1960.

Em 1962, o Trio Nagô se desfez com a saída de Mário Alves, mas Evaldo Gouveia prosseguiu compondo com Jair Amorim, sucessos como "Poema do Olhar", gravado por Miltinho, e o bolero "E a Vida Continua" nas vozes de Morgana e Agnaldo Rayol.


Moacyr Franco também vendeu muitos discos com o bolero "Ninguém Chora Por Mim", em 1962, assim como Cauby Peixoto em 1963 com "Ave Maria dos Namorados", lançada por Anísio Silva pouco antes.

No ano seguinte, 1963, Altemar Dutra foi içado ao sucesso com a gravação de um bolero da dupla, "Tudo de Mim" (Evaldo Gouveia e Jair Amorim), passando a ser seu intérprete mais constante com sambas-canções e boleros tais como "Que Queres Tu de Mim", "Somos Iguais", "Sentimental Demais", "Brigas", "Serenata da Chuva" e as marchas-rancho "O Trovador" e "Bloco da Solidão".

Outros intérpretes da dupla foram Wilson Simonal, "Garota Moderna" em 1965, Agnaldo Timóteo, "Quem Será" em 1967, Jair Rodrigues, "O Conde" em 1969, a escola de samba Portela, "O Mundo Melhor de Pixinguinha" em 1973, Maysa, "Bloco da Solidão" em 1974, Angela Maria, "Tango Para Teresa" em 1975, Jamelão, "Certas Mulheres" em 1977, Dalva de Oliveira, "E a Vida Continua", além de Elymar Santos, Chitãozinho & Xororó, Gal Costa, Maria Bethânia, Zizi Possi, Emílio Santiago, Julio Iglesias, Joanna, Cris Braun, Ana Carolina, Simone, Fafá de Belém, dentre muitas regravações.

Morte

Evaldo Gouveia faleceu na noite de sexta-feira, 29/05/2020, aos 91 anos, em um hospital particular de Fortaleza, vítima de COVID-19.

Evaldo Gouveia ficou internado em 2017, inicialmente em São Paulo, quando apresentou um quadro de pneumonia, sofrendo um Acidende Vascular Cerebral (AVC). Em Fortaleza, ficou em tratamento até contrair a doença causada pelo SARS-CoV-2.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #EvaldoGouveia

Nicolau dos Santos Neto

Nicolau dos Santos Neto
(91 anos)
Advogado, Auditor Fiscal, Procurador, Desembargador, Juiz e Bandido

☼ São Paulo, SP (15/07/1928)
┼ São Paulo, SP (31/05/2020)

Nicolau dos Santos Neto foi um advogado, auditor fiscal do trabalho, procurador do ministério público do trabalho, desembargador federal e criminoso, nascido em São Paulo, SP, no dia 15/07/1928.

Nicolau dos Santos Neto se formou em 1954 pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo, foi antigo juiz do trabalho do Tribunal Regional do Trabalho paulista, que presidiu esta Corte de 1990 até 1992.

Ficou popularmente conhecido como Lalau, Nicolau Lalau ou Nicolalau após o desvio de recursos, ocorrido de 1994 a 1998, no caso do superfaturamento na construção da sede do Fórum Trabalhista de São Paulo, na Barra Funda. Um dos maiores escândalos do Judiciário brasileiro.

Começou a carreira no Ministério do Trabalho como auditor fiscal. Nomeado por Getúlio Vargas, de quem, dizia, um tio seu foi alfaiate.

Passou a ser procurador do Ministério Público do Trabalho, nomeado por João Goulart e, na vaga do quinto constitucional, foi nomeado juiz do trabalho no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT/SP).

Escândalo

Nicolau dos Santos Neto passou a presidir a Comissão de Obras do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT/SP), deixando a presidência. A construção só começou em meados do ano de 1997 mas, já antes, os fiscais e auditores tinham descoberto inúmeras irregularidades, e delas logo dão conhecimento ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Sugerem a anulação da licitação, a rescisão do contrato e a devolução do dinheiro pago no valor de R$ 35,7 milhões de reais. Mas a burocracia não permitiu a tomada das medidas que se impunham. E só no ano seguinte o Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu pela existência das irregularidades.

Mas nem por isso impediu que a construção continuasse. Por meio do empreiteiro Fábio Monteiro de Barros Filho, dono da construtora Incal Alumínio, Nicolau dos Santos Neto conheceu o empresário Luís Estêvão, também com empresas construtoras em Brasília, o Grupo OK, e um dos principais implicados na fraude da construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT/SP).

Nicolau dos Santos Neto, o ex-senador Luís Estêvão e os donos da Incal Alumínio foram acusados de desviar verbas gigantes dos cofres públicos.

Em 1995, o Tesouro já tinha liberado R$ 100 milhões, mas dessa quantia só a quarta parte tinha sido devidamente aplicada. Em apenas um ano, em 1996, foram destinados R$ 52 milhões para a "construção" do prédio e, no entanto, nenhuma autoridade parece ter se dado conta das irregularidades.


Somente em setembro de 1998, depois que o Ministério Público descobriu a saída de algo em torno de R$ 70 mil por dia, à sombra da construção do fórum trabalhista de São Paulo, são interrompidas as obras.

Apesar disso, Nicolau dos Santos Neto continuou administrando os dinheiros da Comissão de Obras por mais um mês. E só então é destituído do cargo e o Ministério Público pede o bloqueio dos seus bens. Ao mesmo tempo o Congresso Nacional, num jogo de cena, protagonizado por Antonio Carlos Magalhães suspende todo e qualquer pagamento relativo às obras.

O tamanho da fraude, porém, só viria a público em 1999, quando foi criada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Judiciário. Graças a esse recurso, com a quebra do sigilo bancário dos envolvidos nas obras do fórum paulista, foi possível saber o montante do pagamento.

Neste ano também o Tribunal de Contas da União (TCU) levou ao Congresso Nacional o resultado da auditoria, segundo a qual foram repassados R$ 223,9 milhões para a construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT/SP) e desse total foram desviados R$ 169,5 milhões.

Somente em julho de 2011, a União conseguiu recuperar R$ 55 milhões ou 6% desse total (R$ 923 milhões atualizados na data da apresentada pela Justiça Federal em Brasília). Foi o maior volume de recursos do tipo já apreendido no país.

Nicolau dos Santos Neto vendeu por US$ 750 mil o apartamento que tinha comprado em Miami, nos Estados Unidos. O imóvel, que lhe custara US$ 800 mil, tinha três quartos espaçosos, quatro banheiros, sala de entrada, sala de estar e sala de jantar e terraço. O juiz preferiu desfazer-se do apartamento por um preço inferior ao da compra.


A 1ª Vara Federal Criminal do Júri e das Execuções Penais, de São Paulo, expediu mandado de prisão preventiva contra Nicolau dos Santos Neto. Antes de receber ordem de prisão, Nicolau passou duas semanas em Miami com a mulher, Maria da Glória e quatro crianças. Hospedou-se num dos hotéis mais luxuosos, o Windham Grand Bay, onde reservou três apartamentos, cada um dos quais custava 500 dólares por dia.

Apesar de já ter seu rosto estampado nos jornais, revistas e televisores como criminoso, o juiz continuava a passear em carros vistosos, embora mais modestos que os anteriores.

Desde 2000, a vida do ex-juiz ficou restrita de idas e vindas à carceragem da Polícia Federal, onde, após a obtenção de habeas corpus por seu advogado Alberto Zacharias Toron, conseguiu voltar à sua residência, uma mansão na Rua Amarilis, no bairro do Morumbi, em São Paulo, onde ficava em prisão domiciliar.

A idade avançada e a saúde frágil, segundo seus advogados, foram fatores que o credenciaram a ter o benefício de cumprir a pena em casa.

Em maio de 2006, foi condenado a 26 anos, 6 meses e 20 dias, em regime fechado, pelos crimes crimes de peculato, estelionato e corrupção passiva.

No final de janeiro de 2007, o ex-juiz mais uma vez teve que se apresentar à Polícia Federal e, na iminência de ser preso numa penitenciária comum, conseguiu um habeas corpus, voltou à sua residência, que na ocasião acabou sendo pichada.

Desde agosto de 2007, voltou a cumprir prisão domiciliar por motivo de saúde.

Em 2008, voltou a ser lembrado pela imprensa ao tentar a liberação de cerca de R$ 7 milhões de uma conta em Genebra ao alegar ser referente a uma "herança não declarada".

Prisões

Em 2000, além da ordem de prisão expedida contra Nicolau dos Santos Neto, foram presos Fábio Monteiro e José Eduardo Teixeira Ferraz, da Incal Alumínio. O senador Luiz Estevão teve cassado seu mandato e o ex-secretário-geral da Presidência da República, Eduardo Jorge Caldas Pereira, admitiu que teve contatos com Nicolau, mas negou qualquer envolvimento comercial com ele. Ainda assim, o episódio serviu para prejudicar a imagem do presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Durante quase um mês de negociações para a rendição, o advogado de Nicolau, Alberto Zacharias Toron, insistiu na tecla de que seu cliente não usaria algemas, não seria exposto à opinião pública e receberia um tratamento privilegiado na cadeia. Em troca, o governo queria mais do que a prisão do procurado. O que interessava mesmo era o silêncio do ex-juiz. O foragido teria de se preocupar exclusivamente em se defender das acusações, sem jamais revelar seus parceiros de falcatrua."
(Revista Isto É)

Em 03/06/2014, Nicolau dos Santos Neto deixou Penitenciária 2 de Tremembé, interior de São Paulo, onde estava preso desde março de 2013. O ex-magistrado, que contava com 85 anos na época, foi beneficiado por um indulto, visto que ele preenchia os requisitos previstos no Decreto nº 7.873/2012, que concede liberdade a presos com mais de setenta anos, que tenham cumprido mais de um terço da pena e que possuem problemas de saúde.

Aposentadoria Cassada

Em 2013, o ex-juiz do Trabalho Nicolau dos Santos Neto teve sua aposentadoria cassada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. O ex-magistrado continuou recebendo a aposentadoria desde a condenação definitiva em 2006 pelo crime de corrupção.

Morte

Nicolau dos Santos Neto faleceu no domingo, 31/05/2020, aos 91 anos, em São Paulo, SP. A informação foi confirmada pelo advogado do ex-juiz, Celmo Márcio de Assis Pereira.

Nicolau estava internado em um hospital de São Paulo com pneumonia e sintomas de Covid-19. Um teste para confirmação do novo coronavírus foi realizado, mas, segundo o advogado, o resultado ainda não havia saído até a confirmação da morte.
"O Drº Nicolau foi internado com quadro de pneumonia. Não vi ainda o resultado do teste, mas é mesmo provável que ele tenha sido vítima da Covid-19"
(Disse o advogado do ex juiz, Celmo Márcio de Assis Pereira)

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram, #NicolauDosSantosNeto, #NicolauLalau, #Lalau

Carlos José

CARLOS JOSÉ RAMOS DOS SANTOS
(85 anos)
Cantor, Compositor e Advogado

☼ São Paulo, SP (22/09/1934)
┼ Rio de Janeiro, RJ (09/05/2020)

Carlos José Ramos dos Santos, mais conhecido como Carlos José, foi um cantor e seresteiro nascido em São Paulo, SP, no dia 22/09/1934.

Irmão do instrumentista Luís Cláudio Ramos, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1939. Aluno dos colégios Santo Inácio e Andrews e, mais tarde, da Faculdade de Direito, esteve sempre ligado a grupos musicais amadores.

Em 1947, foi classificado em 1º lugar no programa  de calouros "Papel Carbono", apresentado por Renato Murce na Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Carlos José ingressou na Faculdade de Direito, onde organizou um grupo de teatro e música, que revelou, entre outros, Geraldo Vandré e Sylvia Telles.

Considerado um grande seresteiro, atuou em várias capitais do país consolidando o repertório tradicional da Música Popular Brasileira.

Do seu casamento com a jornalista e produtora Maria D'Ajuda, nasceram dois filhos.

Carlos José atuou durante muitos  anos na sede da Sociedade Brasileira de Administração e Proteção de Direitos Intelectuais (SOCINPRO), no Rio de Janeiro, onde chegou a ser presidente, marcando-se como intransigente defensor dos direitos autorais dos compositores e intérpretes brasileiros.


Carlos José iniciou sua carreira profissional em 1957, apresentando-se no programa "Um Instante, Maestro", de Flávio Cavalcanti, transmitido pela TV Rio. Ainda nesse ano, gravou seu primeiro disco, um 78 rpm, lançado pela Polydor, com os sambas canção "Ouça" (Maysa), e "Foi a Noite" (Tom Jobim e Newton Mendonça). O disco lhe valeu o título de Cantor Revelação do Ano, concedido pelos cronistas do Rio de Janeiro. Em seguida, começou a ser solicitado para realizar shows em todo o Brasil. Abandonou a carreira de advogado e passou a dedicar-se exclusivamente à música.

Em 1958, gravou seu primeiro LP, que incluiu uma música de sua autoria, o samba canção "Oferta" (Carlos José).  No mesmo ano, gravou o fox "Tarde Demais Para Esquecer" (H. Adamson, McCarey, Chandler e Warren), com versão de Alberto Ribeiro, os sambas canção "Se Alguém Telefonar" (Alcyr Pires Vermelho e Jair Amorim), "Só Louco" (Dorival Caymmi), e o samba "Viva o Meu Samba" (Billy Blanco).

Em 1959, gravou "Cantiga de Enganar Tristeza" (Ary Barroso e Tiago de Melo), e "Prenúncio" (Marino Pinto e Vadico). No mesmo ano, gravou os sambas "Garotas" (Billy Blanco) e "Recado" (Djalma Ferreira e Luiz Antônio), e o samba canção "A Noite do Meu Bem" (Dolores Duran).

Em 1960, passou a gravar na Continental, estreando com o samba toada "Esmeralda" (Filadelfo Nunes e Fernando Barreto), um de seus maiores sucessos, e o samba "Saudade Querida" (Tito Madi). Ainda em 1960, gravou pela Odeon o bolero "A Noite de Nós Dois" (Fernando César e Otelo Zucolo).

Carlos José e Agnaldo Rayol
Em 1961, gravou o samba "História Singular" (Esdras Silva e Armando Cavalcânti), e o samba canção "Ninguém Chora Por Mim" (Evaldo Gouveia e Jair Amorim). Gravou também os sambas canção "Paciência (Vou Brigar Com Ela)" (Lupicínio Rodrigues), e "O Tema é Solidão" (Edson Borges e Hianto de Almeida).

Em 1962, gravou na Continental os boleros "Gota de Carinho" (Umberto Silva, P. Aguiar e A. Pessanha), e "Não Importa" (Rossini Pacheco).

Em 1963, gravou os sambas canção "Mensagem" (Raul Sampaio e Benil Santos), e "Serra da Boa Esperança" (Lamartine Babo).

Nesta década de 1960, além das canções já mencionadas, destacou-se com outros sucessos como "Esmeralda" (Fernando Barreto e Filadelfo Nunes), "Lembrança", uma versão de Serafim Costa Almeida, "Queria" (Carlos Paraná) e "Guarânia da Saudade" (Luís Vieira).

Em 1966, lançou pela CBS o LP "Uma Noite de Serestas", no qual interpretou obras como "Boa Noite, Amor" (Francisco Mattoso e José Maria de Abreu), "Por Ti" (Sá Roris e Leonel Azevedo), "A Voz do Violão" (Horácio Campos e Francisco Alves) e "Serenata" (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa).

Em 1968, lançou "Uma Noite de Seresta - Volume 3", LP que trazia entre outras composições, "Se Me Faltar o Amor" (Mário Rossi e Gastão Lamounier), "Modinha" (Jaime Ovalle e Manuel Bandeira), "Pisando Corações" (Ernani Campos e Antenógenes Silva) e "Branca" (Duque de Abramonte e Zequinha de Abreu).


Em 1969, lançou o LP "Uma Noite de Seresta - Volume 4", no qual gravou "A Mulher Que Ficou na Taça" (Orestes Barbosa e Francisco Alves), "Duas Vidas" (Claudionor Cruz e Pedro Caetano), "Maria Bethânia" (Capiba), "Lágrimas" (Cândido das Neves), entre outras composições do repertório romântico e seresteiro.

Em 1970, gravou "Sombras na Madrugada", registrando entre outras, "A Volta" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia) e "Seria Bem Melhor" (Pedro Paulo e Renato Barros).

Em 1974, gravou pela Polydor "Eu Quero" (Sergio Bittencourt), "Rotina" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), "Prelúdio Pra Ninar Gente Grande" (Luiz Vieira), "Dono Dos Teus Olhos" (Humberto Teixeira), "Oração da Mãe Menininha" (Dorival Caymmi) e "Viagem" (Paulo César Pinheiro e João de Aquino).

Em 1975, a RCA Victor lançou o álbum "Meu Canto de Paz", que registrou músicas de compositores novos ao lado de composições mais antigas como "Arrependimento" (Cristóvão de Alencar e Sílvio Caldas), "Cabelos Brancos" (Marino Pinto e Herivelto Martins) e "O Filho Que Eu Quero Ter" (Toquinho e Vinicius de Moraes).

A discografia de Carlos José registra mais de 25 discos e inclui uma série de seis LPs com o título "Uma Noite de Seresta", na qual interpreta canções famosas gravadas por Francisco Alves, Orlando Silva, Sílvio Caldas e Carlos Galhardo.

Em 1982, a convite de Ricardo Cravo Albin, estreou o show "Carlos José e Viva Voz", em que atuou ao lado da filha Luciana (uma das integrantes do conjunto), que depois tornou-se produtora musical.


Oito anos depois, em 1990, e com o mesmo produtor, tomou parte no elepê duplo "Há Sempre Um Nome de Mulher", distribuído pelas agências do Banco do Brasil e do qual se venderam 600 mil cópias em todo o país.

Em 1993, gravou o CD "Serestas Brasileiras", incluído no projeto Academia Brasileira de Música, destacando-se as faixas "Esses Moços" e "Nervos de Aço", ambas de Lupicínio Rodrigues, "Eu Sonhei Que Tu Estavas Tão Linda" (Lamartine Babo e Francisco Matoso) e "Carinhoso" (Pixinguinha e João de Barro), entre outras.

Em 1997, regravou seus principais sucessos, como "Lembrança", "Esmeralda" e "Guarânia da Saudade" no CD "20 Super Sucessos de Carlos José", lançado pela PolyGram, que incluiu também as faixas "Olhos Nos Olhos" (Chico Buarque), "Menino de Rua" (J. Júnior), "Naquela Mesa" (Sérgio Bittencourt), "Cabecinha no Ombro" (Paulo Borges) e "Você é Uma Mentira" (Joelma).

Em 1999, organizou e estrelou espetáculo no auditório principal da Academia Brasileira de Letras, quando do lançamento das 14 canções do século XX e do livro "MPB - A História De Um Século", de Ricardo Cravo Albin.

Ao longo de sua carreira, Carlos José apresentou-se nos palcos de todo o Brasil, além de ter realizado shows em Portugal, México, Argentina, Uruguai, Paraguai e Equador.

Em 2014, aos 80 anos, voltou a gravar, lançando com o irmão e violonista Luiz Cláudio Ramos, o CD "Musa Das Canções", apenas com voz e violão, no qual interpretou somente composições com nomes de mulher, como por exemplo, "Odete" (Herivelto Martins e Waldemar de Abreu, o Dunga), cantada em dueto com Chico Buarque, "Doralice" (Dorival Caymmi e Antônio Almeida), "Laura" (João de Barro e Alcyr Pires Vermelho), em dueto com Jerry Adriani, "Maria" (Ary Barroso), "Ai Que Saudades da Amélia" (Ataulfo Alves e Mário Lago), "Esmeralda"(Filadelfo Nunes), seu primeiro grande sucesso, e "Cantiga Por Luciana" (Edmundo Souto e Paulinho Tapajós), além da inédita "Celina" (Carlos José).

Morte

Carlos José faleceu na manhã de sábado, 09/05/2020, aos 85 anos, no Hospital São Francisco na Providência de Deus, na Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde estava internado com problemas respiratórios, vítima de Covid-19.

Sua esposa, Vera Goulart, também ficou internada, com sintomas da doença provocada pelo Covid-19.

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