Mostrando postagens com marcador Instrumentista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Instrumentista. Mostrar todas as postagens

Vital Dias

VITAL JOSÉ DE ASSIS DIAS
(54 anos)
Baterista

* Maranhão (05/03/1960)
+ Rio de Janeiro, RJ (03/03/2015)

Vital José de Assis Dias, mais conhecido apenas como Vital Dias, foi um baterista brasileiro da banda Os Paralamas do Sucesso. Ele foi substituído por João Barone em 1982.

O músico fez parte da primeira formação da banda Os Paralamas do Sucesso, no começo dos anos 80, ao lado de Herbert Vianna e Bi Ribeiro. Os três se conheceram em um curso pré-vestibular no final da década de 70, quando decidiram formar a banda, e Herbert Vianna sugeriu a Vital Dias e a Bi Ribeiro os instrumentos que cada um tocaria. Quando a banda começou a seguir uma trajetória mais profissional, Vital Dias a deixou, dando lugar a João Barone, que integra o trio até hoje.

Vital Dias foi imortalizado com a canção "Vital e Sua Moto", que abre o disco "Cinema Mudo", o primeiro da banda Os Paralamas do Sucesso, de 1983.

Vital Dias deixou a banda por faltar em uma apresentação sem nenhum motivo esclarecido até hoje. Ele nem sequer chegou a ter quaisquer créditos no primeiro disco. Como é evidente na música, tudo que ele mais queria era uma moto. Os argumentos na composição são bem claros. De uma forma ou de outra, foi uma bela homenagem ao primeiro baterista da banda.

Depois de Os Paralamas do Sucesso, tocou também na banda de heavy metal Sadom.

Em meados dos anos 1990, deixou esse grupo também e abandonou a música, tornando-se funcionário público. Nos últimos anos de vida, morou em Teresópolis.

Morte

Vital Dias morreu vítima de um câncer, na terça-feira, 03/03/2015, aos 54 anos, dois dias antes de completar 55 anos, no Rio de Janeiro.

"Soubemos que ele tinha sido diagnosticado com um câncer muito agressivo no fim do ano passado. Já sabíamos que o prognóstico não era bom, mas mesmo assim fomos pegos de surpresa, no meio do ensaio. É muito triste perder um amigo tão novo, um cara tão querido. Ficam as boas lembranças!"
(João Barone)

Vital Dias deixa viúva, Cristina, e dois filhos.

Vital e Sua Moto

Vital andava a pé e achava que assim estava mal
De um ônibus pro outro aquilo para ele era o fim
Conselho de seu pai: "Motocicleta é perigoso, Vital.
É duro de negar, filho, mas isto dói bem mais em mim."

Mas Vital comprou a moto e passou a se sentir total, sentir total
Vital e sua moto, mas que união feliz
Corria e viajava, era sensacional
A vida em duas rodas era tudo que ele sempre quis

Vital passou a se sentir total
Com seu sonho de metal

Os Paralamas do Sucesso iam tentar tocar na capital, na capital
E a caravana do amor então pra lá também se encaminhou
Ele foi com sua moto, ir de carro era baixo astral
Minha prima já está lá e é por isso que eu também vou

Os Paralamas do Sucesso iam tentar tocar na capital
Vital e sua moto, mas que união feliz

Fonte: Wikipédia

Renato Rocha

RENATO DA SILVA ROCHA
(53 anos)
Baixista e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (27/05/1961)
+ Guarujá, SP (22/02/2015)

Renato da Silva Rocha, conhecido também como Billy ou Negrete, foi um músico brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 27/05/1961. Era baixista e compositor da banda Legião Urbana, no qual fez parte do elenco nos três primeiros discos do grupo, "Legião Urbana", "Dois" e "Que País É Este".

Renato Rocha nasceu em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, no dia 27/05/1961, mas mudou-se para Brasília em 1970, aos nove anos, porque seu pai, militar, havia sido transferido para Capital Federal.

O primeiro lugar de Brasília em que Renato Rocha viveu foi na W3, onde ficou de 1970 a 1974. Em 1974, Renato Rocha mudou-se para a quadra 306, onde passou a ter contato com a banda Tela, uma das várias bandas brasilienses surgidas na década de 70. Nessa época, ele também começou a fazer bicicross (BMX). Apesar do contato com a banda Tela, Renato Rocha nunca a integrou.

Os primeiros apelidos de Renato Rocha foram Renatão, por causa de seu tamanho, e Romeu, herói olímpico grego das lutas - o músico sempre foi brigão. Quando entrou para o time de vôlei da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), ganhou o apelido de Negrelle, que foi um famoso jogador do clube. Mais tarde, porém, o apelido foi mudado para Negrete, numa brincadeira de seus amigos com o sotaque francês. Ainda em Brasília, Renato Rocha foi membro da facção hardcore dos punks dessa cidade, a Gangue dos Carecas.

Renato Rocha mudou-se logo depois para a Quadra 16, onde passou a ser amigo de Geruza, o ex-integrante das bandas Escola de Escândalos e Blitx 64. Nessa mesma época, através de Geruza, Renato Rocha conheceu André Pretorius, Renato Russo e Fê Lemos.

A primeira banda que Renato Rocha integrou foi a Gestapo. A banda era formada por Lulu Gouveia, Judas, Joãozinho Viradinha, que depois virou cantor gospel, e Renato Rocha. Depois formou com Toninho Maia a banda Hosbond Kama.

Em 1981, ele passou a integrar a banda Dents Kents, composta ainda por Fred (Vocal), Ameba (Bateria), que mais tarde mudou seu nome para Jander e foi para Plebe Rude, Feijão (Guitarra). O Dents Kents existiu de 1981 a 1982.

Na Legião Urbana

A Legião Urbana originalmente era um trio, com Renato Russo tocando baixo. Renato Rocha ingressou na Legião Urbana logo depois da banda ter assinado o contrato com a EMI, em 1984, a quatro dias do início das gravações do primeiro LP. O motivo foi à tentativa de suicídio de Renato Russo ao cortar os pulsos, ficando assim impossibilitado de gravar. Renato Rocha era amigo de Marcelo Bonfá, baterista da Legião Urbana, o que facilitou sua entrada para a banda. A partir daí, virou quadro fixo do grupo e compôs "Quase Sem Querer" e "Daniel na Cova dos Leões", junto com o líder da banda Renato Russo.

Renato Rocha deixou a Legião Urbana em 1989, quando a banda estava prestes a assinar o contrato do álbum "As Quatro Estações". Em uma entrevista concedida anos mais tarde, ele afirmou que foi expulso por Renato Russo que, saindo de um elevador, disse: "Você está fora da minha banda!".

Após anos, Renato Rocha foi convidado a fazer uma participação no álbum "Uma Outra Estação", tocando baixo na faixa "Riding Song", que se tratava de uma faixa em que a passagem dos instrumentos e o coral do refrão estavam gravados. Contudo, como não havia a voz de Renato Russo, a gravadora utilizou depoimentos dos quatro membros da banda em cima do arranjo.

Depois da Legião Urbana

Depois da Legião Urbana, Renato Rocha integrou a banda Cartilage, não confundir com Cartilage, banda de death metal da Finlândia, na qual lançou os discos "Cartilage Virtual" e "Solana Star", cujo nome fazia referência ao navio Solana Star, que naufragou em 1987.

Em 25/03/2012, o programa jornalístico "Domingo Espetacular", da TV Record, exibiu uma matéria em que mostrava que o baixista havia se transformado em morador de rua no Rio de Janeiro. A reportagem descrevia a série de acontecimentos que o levaram a perder tudo e ir morar nas ruas cariocas. Especulava também o porquê de os direitos autorais não serem suficientes para que o músico conseguisse tocar sua vida dignamente e também o porquê de sua vida ter se transformado tão radicalmente. Ainda na reportagem, o ECAD comunicou que repassa ao músico um valor de cerca de R$ 900 por mês.

Em 2002, em uma entrevista, ele havia afirmado que a Legião Urbana rendia menos de mil reais por mês a ele. Também assumiu fazer uso de maconha, bebidas alcoólicas e que teve uma juventude marcada por estas e outras drogas.

Em 2013, Renato Rocha subiu junto com outros músicos no palco montado no Estádio Nacional Mané Garrincha, no show "Renato Russo Sinfônico". Neste tributo, Renato Russo apareceu no palco na forma de projeção holográfica.

Em 2014, Renato Rocha foi convidado para uma participação no projeto "Urbana Legion", idealizado por Egypcio, da banda Tihuana. Neste projeto, Renato Rocha voltou aos palcos para tocar os sucessos do Legião Urbana, junto com o também ex-integrante Eduardo Paraná.

Morte

Renato Rocha foi encontrado morto, na manhã de domingo, 22/02/2015, dentro de um hotel em Guarujá, no litoral de São Paulo. Renato Rocha foi encontrado sentado, encostado na porta do quarto, no hotel localizado no bairro da Enseada, por volta das 8:30 hs. De acordo com informações do Instituto Médico Legal (IML), Renato Rocha morreu em decorrência de uma parada cardíaca.

Ainda de acordo com a polícia, o corpo foi encontrado por uma amiga que acompanhava Renato Rocha na pousada. Segundo informações, Renato Rocha estava internado em uma clínica de reabilitação de dependentes químicos em Cotia, na Grande São Paulo.

Após a remoção do corpo, que foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) da cidade, a polícia fez uma varredura no quarto do hotel. Segundo o delegado, além de não existirem marcas de violência, nenhum tipo de droga foi encontrada durante a perícia realizada no local.

Renato Rocha deixou um casal de filhos e uma neta.

Discografia

Com a Legião Urbana
  • 1985 - Legião Urbana
  • 1986 - Dois
  • 1987 - Que País É Este
  • 1997 - Uma Outra Estação (Participação Especial no contrabaixo de "Riding Song")

Com a Cartilage

Nos anos 1990, pós Legião Urbana:
  • Cartilage Virtual
  • Solana Star

Composições
  • Angra dos Reis (Com Renato Russo e Marcelo Bonfá)
  • Daniel na Cova dos Leões (Com Renato Russo)
  • Mais do Mesmo (Com Dado Villa-Lobos, Renato Russo e Marcelo Bonfá)
  • Plantas Embaixo do Aquário (Com Dado Villa-Lobos, Renato Russo e Marcelo Bonfá)
  • Quase Sem Querer (Com Dado-Villa Lobos e Renato Russo)

Fonte: Wikipédia

Ely Camargo

ELY CAMARGO
(84 anos)
Cantora, Folclorista, Violonista e Radialista

* Goiás, Cidade de Goiás ou Goiás Velho, GO (12/02/1930)
+ Goiânia, GO (03/11/2014)

A música folclórica do Estado de Goiás não poderá jamais ser citada sem incluir o nome de sua maior representante que é a cantora e folclorista Ely Camargo

Cantora, pesquisadora de folclore, violonista, professora e também farmacêutica, Ely Camargo, assim como Inezita Barroso, é uma das principais intérpretes não somente do folclore goiano, mas também do riquíssimo folclore brasileiro.

Ely Camargo nasceu no dia 12/02/1930 na cidade de Goiás, GO, a antiga e histórica Capital do Estado, também conhecida como Goyaz Velho, que é também a cidade-natal da poetisa e escritora Cora Coralina e também da artista plástica Goiandira do Couto.

Era filha de Joaquim Edison Camargo (Goiás, GO, 07/09/1900 - Goiânia, GO, 25/03/1966) que foi compositor e regente da Orquestra Sinfônica de Goiânia. Foi comemorado o Centenário de Joaquim Edison Camargo no dia 07/09/2000, ocasião na qual Ely Camargo gravou o CD "Lembranças de Goyaz" com 10 belíssimas composições por ela interpretadas.

Durante a infância, cantou em coros de igreja. Foi integrante em 1960 do Trio Guairá de Goiânia e, em 1961 e 1962, apresentou na Rádio Brasil Central de Goiânia, um programa que era por ela produzido e que também era retransmitido em Brasília, DF pela Rádio e TV Nacional.

Em 1962, Ely Camargo passou a morar em São Paulo onde assinou seu primeiro contrato com a extinta TV Tupi e, no mesmo ano, gravou o LP "Canções da Minha Terra" pela gravadora Chantecler. Ely Camargo também lançou na mesma gravadora os LP's com o mesmo título, nos Volumes 2, 3 e 4.

Em 1964, gravou, também na Chantecler, o LP "Folclore do Brasil", no qual interpretou "Cantos de Trabalho nas Plantações de Arroz, de São João da Boa Vista, SP", e também um "Canto de Ferreiro, de Botucatu, SP", recolhido por Rossini Tavares de Lima.

Pesquisando o nosso riquíssimo folclore, Ely Camargo reuniu um enorme e riquíssimo acervo coletado em viagens por diversos rincões do Brasil, incluindo também as Regiões Norte e Nordeste.

Além de alguns compactos e dois discos 78 RPM, Ely Camargo gravou cerca de 15 LP's, alguns dos quais foram lançados também em países como África do Sul, Alemanha, Itália e Portugal.


Seus dois Discos 78 RPM foram gravados na Chantecler em 1962 e 1963, tendo no Lado A do disco n° 78-0595 (1962) o arrasta-pé "Santo Antônio Tenha Dó" (Maria do Rosário Veiga Torres) e o samba caipira "Marido Pealado" (Teddy Vieira e Almayara), no Lado B do mesmo disco.

No Lado A do disco nº 78-0660 (1963), a valsa "Tempos Passados" (Zica Bergami) e a moda de viola "Lá Na Venda Lá Na Vendinha" (Lourdes Maia), no Lado B do mesmo Disco.

Ely Camargo também integrou o Conselho da Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia e, na Rádio da Universidade Federal de Goiás, ela apresentou os programas "Brasil de Canto a Canto", "Ely Camargo Convida" e "Alma Brasileira".

Em 1973, Ely Camargo lançou pela gravadora Chantecler/Alvorada o LP "Minha Terra" (CALP 8053), o qual foi bastante elogiado pelo crítico José Ramos Tinhorão, no Jornal do Brasil.

Um dos maiores sucessos de Ely Camargo como compositora foi sem dúvida "O Menino e o Circo" (Ely Camargo), composição musical que ficou conhecida nas belíssimas vozes de Cascatinha & Inhana, gravação que está presente na 15ª faixa do CD "Meio Século de Música Sertaneja - Volume 02" da BMG (gravação original RCA Victor).

No final dos anos 90, Ely Camargo passou a trabalhar na Secretária Municipal de Cultura de Goiânia. Seus trabalhos mais recentes foram os CD's "Cantigas do Povo - Água da Fonte", que conta com a participação especial da Banda de Pífanos de Caruaru e de um coral regido por Sérgio Vasconcellos Corrêa, lançado em 1999 pelas Edições Paulinas, além do CD "Lembranças de Goyaz", um disco-tributo que Ely Camargo gravou em 2001 por ocasião do centenário de nascimento de seu pai, e o CD "Ely Camargo e Roberto Corrêa - Canções Brasileiras", lançado em 2009.

No CD "Cantigas do Povo - Água da Fonte", comentado no encarte por Jorge Kaszás e José Ramos Tinhorão, Ely Camargo interpreta Cantos Religiosos, tais como Reisados, Benditos, Cantos Para Pedir Chuva e Incelências, dos Estados de Alagoas, Goiás, Bahia, Minas Gerais e Ceará, recolhidos e adaptados por Ely Camargo e também pelo Frei Francisco Van Der Poel, OFM. 

No CD "Lembrança de Goyaz", Ely Camargo interpreta 10 belíssimas composições de seu pai Joaquim Edison Camargo que, de acordo com José Mendonça Teles, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, em comentário no encarte do CD:

"... viveu aquela geração romântica da antiga Vila Boa, dos saraus e das retretas, daí os temas apaixonados, e nostálgicos de suas músicas. Lembro-me dele dirigindo os corais do Lyceu e do Instituto de Educação de Goiás: magro, olhos fundos. estatura mediana, cabelos lisos, voz mansa, pausada, disfarçado bigodinho e inteiro na sua grandeza moral. A vida do maestro é toda ela dedicada à música, embora tenha se bacharelado em Direito. Pioneiro de Goiânia, aqui chegou em 1938, quando nasciam as primeiras casas da cidade. Foi o criador da primeira Orquestra Sinfônica de Goiânia. Este CD, comemorativo do centenário de seu nascimento, com 10 canções interpretadas por sua filha Ely Camargo, das quais 7 inéditas, resgata a memória do notável maestro que tanto cantou as belezas da terra goiana."

Gravado mais recentemente, em 2009, o CD "Ely Camargo e Roberto Corrêa - Canções Brasileiras", mixado e masterizado no Zen Studios de Brasília, DF, brinda o apreciador com a belíssima voz de Ely Camargo, acompanhada pelo solo de viola de Roberto Corrêa, com músicas tradicionais do cancioneiro popular, e também de autores conhecidos, cujas obras já caíram em domínio público. Destaque para "Casinha Pequenina" (Tradicional), e "Mostraram-me um Dia" (Gonçalves Crespo), também conhecida pelos títulos "Mucama", "Mestiça" e "Mulata", com poesia de Gonçalves Crespo, intitulada "Canção", escrita em 1870.

Morte

Na segunda-feira, 03/11/2014, um sono profundo silenciou uma das vozes mais importantes do cenário goiano. Ely Carmago, 84 anos, faleceu de causas naturais em seu apartamento. Ely Camargo era diabética, mas faleceu de causas naturais por conta da idade avançada. A cantora ficava sob os cuidados de uma cuidadora e passou mal na madrugada de segunda-feira. Após se recusar a ir para um hospital, Ely Camargo dormiu e não acordou mais.

O corpo de Ely Camargo foi velado no Cemitério Jardim das Palmeiras e o sepultamento aconteceu às 17:00 hs de 04/11/2014 no Cemitério Santana.

Discografia
  • S/D - Gralha Azul (LP)
  • S/D - Danças Folclóricas e Folguedos Populares (LP)
  • S/D - Cantos da Minha Gente (LP)
  • S/D - Cantigas do Povo (LP)
  • S/D - Água da Fonte (LP)
  • 1993 - Cantigas do Povo - Água da Fonte (LP)
  • 1978 - Minha Terra (LP)
  • 1968 - Canção da Guitarra - Músicas de Marcelo Tupinambá (LP)
  • 1964 - Canções da Minha Terra Volume 4 (LP)
  • 1964 - Folclore do Brasil (LP)
  • 1963 - Tempos Passados / Lá na Venda, Lá na Vendinha (78)
  • 1963 - Canções da Minha Terra Volume 3 (LP)
  • 1963 - Canções da Minha Terra. Volume 2 (LP)
  • 1962 - Santo Antônio Tenha Dó / Marido Pelado (78)
  • 1962 - Canções da Minha Terra (LP) • Chantecler • LP

Fonte: Boa Música
Indicação: Miguel Sampaio

Victor Manga

VICTOR DROLHE DA COSTA
(31 anos)
Baterista

* Rio de Janeiro, RJ (23/07/1939)
+ Rio de Janeiro, RJ (13/08/1970)

Victor Manga foi um baterista brasileiro nascido no Rio de Janeiro em 23/07/1939. Iniciou sua carreira profissional em 1960, atuando em várias boates do Beco das Garrafas, no Rio de Janeiro.

Em 1965, integrou, ao lado de Dom Salvador (piano) e Edson Lobo (baixo), o Salvador Trio, com o qual gravou disco homônimo para o selo Mocambo.

Em 1968 e 1969, fez parte do conjunto A Turma da Pilantragem, ao lado de Nonato Buzar e das cantoras Regininha, Málu Balonna e Dorinha Tapajós, e dos músicos Zé Roberto Bertrami (piano), Alexandre Malheiros (baixo), Márcio Montarroyos e Ion Muniz (sopros), entre outros. Gravou com o grupo os LPs "A Turma da Pilantragem" (1968), "A Turma da Pilantragem" (1969) e "A Turma da Pilantragem Internacional" (1969).

Ainda em 1969, passou a integrar, ao lado de Antonio Adolfo (piano), Luís Cláudio Ramos (guitarra), Luizão Maia (baixo) e das cantoras Bimba e Julie, depois substituída por Luiz Keller, o grupo A Brazuca, com o qual participou do IV Festival Internacional da Canção, classificando a canção "Juliana" (Antonio Adolfo e Tibério Gaspar) em 2º lugar no evento. Gravou com o conjunto os LPs "Antonio Adolfo e A Brazuca" (1969) e "Antonio Adolfo e A Brazuca 2" (1970). 

Victor Manga faleceu prematuramente, aos 31 anos, no dia 13/08/1970.

Antônio Adolfo e Tibério Gaspar compuseram uma música em sua homenagem no disco seguinte, "Tributo a Victor Manga".

Discografia

  • 1970 - Antonio Adolfo e A Brazuca 2 (EMI-Odeon, LP)
  • 1969 - A Turma da Pilantragem (Philips, LP)
  • 1969 - A Turma da Pilantragem Internacional (Philips, LP)
  • 1969 - Antonio Adolfo e A Brazuca (EMI-Odeon, LP)
  • 1968 - A Turma da Pilantragem (Philips, LP)

Indicação: Alvaro Drolhe

Lincoln Olivetti

LINCOLN OLIVETTI
(60 anos)
Maestro, Instrumentista, Arranjador, Compositor e Produtor Musical

* Nilópolis, RJ (17/04/1954)
+ Rio de Janeiro, RJ (13/01/2015)

Lincoln Olivetti foi um músico brasileiro que ficou conhecido pela parceria com o guitarrista Robson Jorge. Instrumentista, arranjador, compositor e produtor musical, Lincoln Olivetti iniciou na música ainda menino. Com 13 anos, já se apresentava em bailes do subúrbio com seu conjunto.

Cursou as faculdades de música e engenharia eletrônica, mas não as concluiu. Em meados da década de 70, conheceu Robson Jorge, com quem viria a manter uma grande parceria musical.

Lincoln Olivetti fez arranjos para numerosos artistas como Gal Costa, Gilberto Gil, Tim Maia, Jorge Ben, Rita Lee, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Ângela Rô Rô, Zizi Possi, Fagner, Wando e Joanna, o que lhe rendeu fama e dinheiro, mas também críticas quanto a uma certa "pasteurização" da Música Popular Brasileira. Trabalhou também com os cantores Antônio Marcos e Vanusa.

Em 1982, lançou, com Robson Jorge, o LP "Robson Jorge e Lincoln Olivetti", registrando a parceria nas faixas "Jorgea Corisco", "No Bom Sentido", "Aleluia", "Pret-à-Porter", "Squash", "Fã Sustenido", "Zé Piolho", "Ginga" e "Alegrias", e "Eva" (Lincoln Olivetti e Ronaldo), incluindo também "Raton" (Contesini) e "Baila Comigo" (Roberto de Carvalho e Rita Lee).

Foi apelidado de "O Feiticeiro dos Estúdios" e "O Mago do Pop".


Na década de 90, viveu um período de ostracismo, do qual saiu ao produzir discos para Lulu Santos e Ed Motta.

Em 2003 foi responsável pelos arranjos do CD "Acústico Jorge Benjor".

Lincoln Olivetti fez o arranjo da abertura do programa "Fantástico", em 1973. Participou de trilhas sonoras de várias novelas, entre elas, "Baila Comigo" (1981).

Constam da relação dos intérpretes de suas canções vários artistas, como Tim Maia, Robertinho de RecifeRoberto Carlos, Fernanda Abreu, Xuxa, Ronnie Von, Cláudia Telles, Peninha, Fafá de Belém, Sérgio Reis, Chitãozinho & Xororó, Celebrare, Lafayette, Banda Black Rio, Vanusa, Patrícia Marx, KarametadeAntônio Marcos, Márcio Montarroyos, Fat Family, Roupa Nova, Sandra de Sá, Jane DubocAngélica, Sandy & Júnior, Adriana, Pedro Mariano, Diana Pequeno, Rosana, entre outros tantos.

Lulu Santos tem em um quadro o arranjo que Lincoln Olivetti fez para uma de seus maiores sucessos e que foi tema de "Malhação".

"Ele fazia a música soar como precisava para ficar o melhor que ela podia ficar", afirmou Lulu Santos. É dele também parte do arranjo de uma canção feita para as Olimpíadas Rio 2016.

Morte

Lincoln Olivetti morreu na noite de terça-feira, 13/01/2015. Ele sofreu um infarto fulminante, no estúdio que mantinha em casa, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Lincoln Olivetti tinha 60 anos e morreu fazendo o que mais gostava.

Ele passou a vida dentro de estúdios como o de Copacabana. Lá ele tocava piano, fazia arranjos, acompanhava gravações e exigia no mínimo trabalhos perfeitos.
Indicação: Miguel Sampaio

Edmundo Peruzzi

EDMUNDO PERUZZI
(57 anos)
Regente, Arranjador, Instrumentista e Compositor

* Santos, SP (29/06/1918)
+ Santos, SP (03/11/1975)

Edmundo Peruzzi iniciou sua formação musical no Conservatório Musical de Santos, onde estudou sob a orientação de Sabino de Benedictis. Foi também integrante da Banda do Corpo de Bombeiros de Santos.

Em 1932, aos 14 anos de idade iniciou a carreira artística e apresentava-se como trombonista em espetáculos circenses. Em 1935, trocou o trombone pela flauta.

Em 1945, fundou Peruzzi e Sua Orquestra, passando a atuar em programas da Rádio Gazeta de São Paulo e apresentando-se em bailes realizados nos arredores da capital paulista. Gravou com sua orquestra seu primeiro disco, pela Continental, interpretando o choro "Perigoso" (Ernesto Nazareth) e a valsa "Em Pleno Estio" (R. Firpo). Gravou também com sua orquestra, com vocal de Armando Castro o samba boogie "Dança do Boogie-Woogie" (Carlos Armando) e o samba "Não Tenho Lar" (Carlos Armando e Orlando Barros). Gravou ainda, com um quarteto de saxofones o choro "Dedicação" (Orlando Costa, o Cipó).

Em 1948, a orquestra apresentou-se na Rádio Tupi de São Paulo.

Em 1951, contratado pela Rádio Mayrink Veiga, transferiu-se para o Rio de Janeiro, lá permanecendo por 10 anos e atuando à frente de várias orquestras radiofônicas. No mesmo ano, assinou com o selo Elite Special e lançou com sua orquestra os mambos "Italianinho" (Willy Franck e Gilberto Gagliardi) e "Caruaru" (Edmundo Peruzzi e Claribalte Passos). Ainda no mesmo ano, acompanhou com sua orquestra a cantora Neide Fraga e o grupo vocal Demônios da Garoa na gravação da marcha "Quando Chega o Natal" (Sereno) e do samba "Reveillon" (Francisco Ávila).

Em 1952 gravou os frevos "Frevo a Jato" (Lourival Oliveira) e "Estou Queimado" (Levino Ferreira).

Em 1953, com sua orquestra se apresentou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro executando o "Moto Perpétuo" (Paganini) em ritmo de samba.

Em 1954, gravou com sua orquestra na Columbia o "Baião na África" (Edmundo Peruzzi e Avarese) e a barcarola "Rema, Rema" (Edmundo Peruzzi e Onízio Andrade Filho).

Edmundo Peruzzi  foi diretor da gravadora Discobras durante o período de 1957 a 1958.

Em 1958 lançou com sua orquestra de danças pela Polydor o samba rock "Rock Sambando" (Carlos Armando e Aires Viana) e o samba "Agora é Cinzas" (Bide e Marçal). Também na Polydor acompanhou a cantora Dalva de Andrade na gravação do mambo "No Azul Pintado de Azul" (Modugno e Migliacci), com versão de David Nasser e do bolero "Nunca Pensei" (José Batista e José Ribamar). Lançou pela Discobras o LP "Violinos e Teleco Teco".

Em 1959, fez a primeira das várias trilhas sonoras que compôs, para o filme "Depois do Carnaval", de Wilson Silva.

Em 1963, fez a trilha para o filme "O Cabeleira", de Milton Amaral. Fez a coordenação artística, orquestração e a regência da orquestra para o LP "As Grandes Escolas de Samba Com Orquestra e Coro", com gravações dos sambas enredo "Chica da Silva", "Rio dos Vice Reis", "Mestre Valentim", "Relíquias da Bahia", "Palmares", "Tristeza no Carnaval", "Mauá e Suas Realizações", "Vem do Morro" e "Toda Prosa".

Em 1964 realizou excursão para a Argentina.

Em 1967, apresentou-se no Paraguai.

Em 1968, fez a trilha sonora para "Traficante do Crime", filme de Mário Latini.

Em 1970, esteve no Peru onde realizou apresentações e fez arranjos para a orquestra do peruano Augusto Valderrama. Lançou ainda, pela Rosicler, o LP "Transa Junina".

Como arranjador, realizou gravações para artistas como Orlando Silva, Miltinho, Wilson Simonal, Clara Nunes e outros.

Discografia

  • 1970 - Transa Tunina (Rosicler, LP)
  • 1958 - Rock Sambando / Agora é Cinza (Polydor, 78)
  • 1958 - Violinos e Teleco Teco (Discobras, LP)
  • 1954 - Baião na África / Rema, Rema (Columbia, 78)
  • 1952 - Frevo a Jato / Estou Queimado (Elite Special, 78)
  • 1952 - Carioca / Aparecida (Elite Special, 78)
  • 1951 - Italianinho / Caruaru (Elite Special, 78)
  • 1945 - Perigoso / Em Pleno Estio (Continental, 78)
  • 1945 - Dança do Boogie-Woogie / Não Tenho Lar (Continental, 78)
  • 1945 - Dedicação / Pracinha (Continental, 78)

Indicação: Miguel Sampaio

Miltinho

MILTON SANTOS DE ALMEIDA
(86 anos)
Cantor e Instrumentista

* Rio de Janeiro, RJ (31/01/1928)
+ Rio de Janeiro, RJ (07/09/2014)

Miltinho foi um cantor e instrumentista brasileiro nascido no Rio de Janeiro. Na década de 40 participou como ritmista e vocalista de quatro importantes grupos musicais: Cancioneiros do Luar, Namorados da Lua, Anjos do Inferno, que chegou a viajar aos Estados Unidos acompanhando Carmen Miranda, e Quatro Ases e Um Coringa.

De 1950 a 1957 foi crooner da Orquestra Tabajara, de Severino Araújo, e do grupo Milionários do Ritmo, de Djalma Ferreira com quem chegou a gravar como crooner. Apesar de ter surgido como pandeirista, a imagem do cantor de voz anasalada logo se firmou em interpretações de sambas de teleco-teco e canções românticas.

Em 1960 passou a seguir carreira solo e lançou o LP "Um Novo Astro", pelo selo Sideral, que obteve grande sucesso. Nesse disco de estréia cantou entre outras, "Ri" (Luiz Antônio), "Idéias Erradas" (Ribamar e Dolores Duran), "Teimoso" (Ari Monteiro e Luiz Bandeira) e "Mulher de Trinta" (Luiz Antônio), que se constituiu no maior sucesso de sua carreira. Lançou um segundo LP, intitulado "O Diploma de Astro", que trazia "Não Emplaca 61" e "Saudade da Pobreza", de Ari Monteiro e Monsueto, entre outras.

Em 1961 lançou LP pela RCA Victor, com destaque para "Murmúrio" (Djalma Ferreira e Luiz Antônio), "Eu Quero Um Samba" (Janet de Almeida e Haroldo Barbosa), "Se Você Disser Que Sim" (Luiz Bandeira), "O Amor e a Rosa" (Pernambuco e Antônio Maria) e "Rosa Morena" (Dorival Caymmi). Transferiu-se para a gravadora RGE e lançou um disco em 78 rpm com o samba "A Canção Que Virou Você" e o samba canção "Poema do Adeus", ambas de Luiz Antônio.

Em 1962 lançou o LP "Poema do Adeus", que além da música título tinha "Palhaçada" (Luiz ReisHaroldo Barbosa), uma gravação marcante em sua carreira, "Estou Só" (Benil Santos e Raul Sampaio), que foi um grande sucesso, "Mulata Assanhada" (Ataulfo Alves) e "Solução" (Raul Sampaio e Ivo Santos). Fez razoável sucesso com o samba-canção "Lembranças" (Raul Sampaio e Benil Santos) e "Meu Nome é Ninguém" (Luiz ReisHaroldo Barbosa e Nazareno de Brito).

Em 1963 gravou em 78 rpm os sambas "Zé da Conceição" (João Roberto Kelly) e "E o Tempo Passou" (Herivelto Martins e David Nasser). Lançou o LP "Poema do Olhar", música título de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, que continha ainda "Samba do Balanço" (Luiz ReisHaroldo Barbosa) e "Mais Uma Lágrima" (Heitor Carrilho e Betinho). Gravou o LP "Miltinho é Samba", com "Lamento Bebop" (Luiz Reis e Haroldo Barbosa), "O Tema é Solidão" (Hianto de Almeida e Edson Borges), "Saudade, Fique Comigo" (Cyro Monteiro) e "Que Sabe Você de Mim" (Fernando César e Britinho).


Em 1964 gravou o LP "Canção do Nosso Amor", música título de Raul Sampaio e Benil Santos, que tinha ainda "Samba do Trouxa" (Luiz Reis e Haroldo Barbosa) e "O Que Fariam Vocês" (Miguel Gustavo). No mesmo ano, lançou mais dois LPs "Bossa e Balanço", com músicas como "Morro Mas Um Samba Eu Faço" (Lúcio Alves) e "Faça Como Eu" (Gilvan Chaves), "Eu, Miltinho", "Samba do Crioulo" (Miguel Gustavo) e "Caminho Perdido" (Luiz Antônio).

Em 1965 gravou "Miltinho Ao Vivo", no qual cantou sucessos como "Eu Chorarei Amanhã", "Meu Nome é Ninguém" e "Mulher de Trinta". Lançou seu último disco pela RGE, "Poema do Fim", que trazia entre outras, "Sorrisos" e "Coitadinho de Mim" (Raul Sampaio e Benil Santos), "Eu Não Sabia" (Fernando César e Britinho) e "Canção do Meu Amor Dormindo" (Jota Jr. e Alcyr Pires Vermelho).

Em 1966 transferiu-se para a gravadora Odeon e lançou o LP "Samba + Samba = Miltinho", com "E o Juiz Apitou" (Antônio Almeida e Wilson Batista), "Amuleto" e "Quase" (Herivelto Martins e Klécius Caldas) e "Exaltação Ao Sonho" (Claudionor Cruz e Pedro Caetano).

Em 1967 gravou com a cantora Elza Soares o LP "Elza, Miltinho e Samba", no qual interpretaram "Lampião Vadio" (Luiz Reis e Luiz Antônio), "Mais Um Triste Carnaval" (Raul Mascarenhas Haroldo Barbosa), "Telefone no Morro" (João Roberto Kelly), "Bicho Papão" (Catulo de Paula) e "Samba do Pingo D'água" (Raul Mascarenhas Haroldo Barbosa). Levou ao público o LP "Miltinho, Samba e Cia", no qual cantou pot-pourris como a que incluiu "Beijo na Boca" (Augusto Garcez e Cyro de Souza), "Requebre Que Eu Dou Um Doce" (Dorival Caymmi) e "Tem Que Ter Mulata" (Túlio Piva), além outros sucessos como "Mal de Amor" (Benil Santos e Raul Sampaio) e "Antonico" (Ismael Silva).

Na década de 70 passou a investir mais em shows pelo interior, ficando afastado dos palcos nas grandes cidades.

Em 1970 lançou o LP "Dóris, Miltinho e Charme", o primeiro de uma série de quatro discos com a cantora Dóris Monteiro lançados nos anos seguintes. Nesse primeiro disco da série, interpretaram "Leva e Traz" (Orlandivo e Roberto Jorge) e mais sete pot-pourris com sucessos como "A Felicidade" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e "Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida(Paulinho da Viola). Gravou "Miltinho e a Seresta" interpretando músicas consagradas nas serestas tais como "A Deusa da Minha Rua(Jorge Faraj e Newton Teixeira), "Malandrinha" (Freire Júnior), "No Rancho Fundo(Ary Barroso e Lamartine Babo) e "Queixumes" (Henrique Brito e Noel Rosa).


Em 1971 lançou o LP "Novo Recado", com músicas de antigos e novos compositores como "Samba no Leblon" (Luiz Ayrão) e "Corrente de Aço" (João Nogueira), ambos em início de carreira. Gravou o segundo disco da série com Dóris Monteiro. Nos dois anos seguintes lançou dois discos com Dóris Monteiro.

Em 1973 foi lançado o quarto e último volume da série "Dóris, Miltinho e Charme", na mesma formulação dos anteriores, com pot-pourris e sucessos como "Manias" (Flávio Cavalcanti e Celso Cavalcanti), "Lendas do Abaeté" (Jajá, Manoel e Preto Rico), samba enredo da Portela, e "Quando eu Vim de Minas" (Xangô da Mangueira).

Em 1974 gravou "Retalhos de Cetim" (Benito di Paula).

Em 1976 voltou a gravar músicas de compositores ligados a escolas de samba como "Palavra de um Preto Velho" (Dedé da Portela e Sérgio Fonseca).

No princípio dos anos 80 deixou a Odeon.

Em 1986 lançou LP pelo selo Inverno e Verão, com antigos sucessos seus como "Mulher de Trinta" e "Poema do Adeus", ambas do compositor de Luiz Antônio, e "Lembranças" (Raul Sampaio e Benil Santos).

Em 1997 lançou pelo selo Movieplay o CD "Em Tempo de Bolero", com clássicos do gênero como "Estou Pensando Em Ti" e "Palavra de Carinho" (Raul Sampaio e Benil Santos) e "Sonhar Contigo" (Armelindo Leandro e Adilson Ramos).

Em 1998 gravou pela Columbia Records o CD "Miltinho Convida", reunindo participações especiais de Chico Buarque, Fafá de Belém, Nana Caymmy, Dóris Monteiro, Elza Soares, Martinho da Vila, MPB 4, João Bosco, Emílio Santiago, João Nogueira e Tito Madi, em dueto com ele em músicas como "Menina Moça" (Luiz Antônio), "Notícia de Jornal" (Luiz Reis e Haroldo Barbosa) e "Bolinha de Papel" (Geraldo Pereira).

Seus maiores sucessos foram composições de Luís Antônio como "Mulher de Trinta", "Eu e o Rio", "Poema das Mãos", "Menina Moça", "Poema do Adeus", "Ri", "A Canção Que Virou Você", "Volta", "Devaneio", "Recado", "Lamento" e "Murmúrio", e também uma parceria de Luís Antônio com Djalma Ferreira intitulada "Cheiro de Saudade".

Gravou também com sucesso a dupla Luíz Reis e Haroldo Barbosa como os já clássicos "Canção da Manhã Feliz", "Palhaçada", "Notícia de Jornal", "Meu Nome é Ninguém", "Só Vou de Mulher", "Convencionemos" e "Momentos".

Da dupla Raul Sampaio e Benil Santos registrou com igual êxito "Lembranças" e "Estou Só". Fez também sucesso com "Poema do Olhar" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia) e "Mulata Assanhada" (Ataulfo Alves). Gravou alguns discos em espanhol que lhe renderam fama em países da América Latina.

Em 2003, apresentou-se com Dóris Monteiro no Centro Cultural Banco do Brasil no show "Estamos Aí".

"Eu não sou astro de coisa nenhuma. Sou apenas um mero cantor de samba. O que me honra muito!"
(Miltinho)

Morte

Miltinho morreu no domingo, 07/09/2014, no Rio de Janeiro, aos 86 anos. Segundo uma de suas filhas, Sandra Vergara, o cantor foi vítima de uma parada cardíaca no Hospital do Amparo, no Rio Comprido, Zona Norte do Rio de Janeiro, onde estava internado havia dois meses em tratamento de um problema pulmonar.

O velório será realizado das 09:00 hs às 17:00 hs de segunda-feira, 08/09/2014, na Capela 3 do Memorial do Carmo, Zona Portuária do Rio de Janeiro.

Miltinho deixou três filhos e cinco netos.

De acordo com a filha de Miltinho, ele havia parado de fazer shows há quatro anos, desde quando foi diagnosticado com princípio do mal de Alzheimer.

Discografia


  • 1998 - Miltinho Convida (Globo Columbia, CD)
  • 1997 - Em Tempo de Bolero (Movieplay, CD)
  • 1986 - Miltinho (Inverno e Verão, LP)
  • 1976 - Miltinho (Odeon, LP)
  • 1974 - Miltinho (Odeon, LP)
  • 1973 - Dóris, Miltinho e Charme Vol. 4 (Odeon, LP)
  • 1972 - Dóris, Miltinho e Charme Vol. 3 (Odeon, LP)
  • 1971 - Novo Recado (Odeon, LP)
  • 1971 - Dóris, Miltinho e Charme Vol. 2 (Odeon, LP)
  • 1970 - Dóris, Miltinho e Charme (Odeon, LP)
  • 1970 - Miltinho e a Seresta (Odeon, LP)
  • 1969 - Miltinho, Samba & Cia (LP)
  • 1969 - Elza, Miltinho e Samba Vol. 3 (LP)
  • 1968 - As Mulheres de Miltinho (LP)
  • 1968 - Elza, Miltinho e Samba Vol. 2 (LP)
  • 1967 - Elza, Miltinho e Samba (Odeon, LP)
  • 1967 - Miltinho, Samba e Cia (Odeon, LP)
  • 1966 - Samba + Samba = Miltinho (Odeon, LP)
  • 1965 - Miltinho ao Vivo (RGE, LP)
  • 1965 - Poema do Fim (RGE, LP)
  • 1964 - Canção do Nosso Amor (RGE, LP)
  • 1964 - Bossa & Balanço (RGE, LP)
  • 1964 - Eu... Miltinho (RGE, LP)
  • 1963 - Zé da Conceição / E o Tempo Passou (RGE, 78)
  • 1963 - Distância / E Amanhã... (RGE, 78)
  • 1963 - Poema do Olhar (RGE, LP)
  • 1963 - Miltinho é Samba (RGE, LP)
  • 1963 - Os Grandes Sucessos de Miltinho (RGE, LP)
  • 1962 - Meu Nome é Ninguém / Lembranças (RGE, 78)
  • 1962 - Saudade Ferida / Dezessete e Setecentes (RGE, 78)
  • 1962 - Confidência / Chorando, Chorando (RGE, 78)
  • 1962 - Poema do Olhar / Fio de Canção (RGE, 78)
  • 1962 - Canção da Mamãe Feliz / Falso (RGE, 78)
  • 1962 - Poema do Adeus (RGE, LP)
  • 1961 - Volta / Murmúrio (RCA Victor, 78)
  • 1961 - Miltinho (RCA Victor, LP)
  • 1961 - Poema do Adeus / A Canção Que Virou Você (RGE, 78)
  • 1961 - Poema das Mãos / Só Vou de Mulher (RGE, 78)
  • 1960 - Um Novo Astro (Sideral, LP)
  • 1960 - O Diploma do Astro (Sideral, LP)
  • 1960 - Ri / Mulher de Trinta (Sideral, 78)
  • 1960 - Menina Moça / Eu e o Rio (Sideral, 78)

Indicação: Miguel Sampaio

Monsueto

MONSUETO CAMPOS MENEZES
(48 anos)
Cantor, Compositor, Instrumentista, Ator e Pintor

* Rio de Janeiro, RJ (04/11/1924)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/02/1973)

Monsueto Campos de Menezes foi um sambista, cantor, compositor, instrumentista, pintor e ator brasileiro. Nasceu na Gávea e foi criado no Morro do Pinto. Com menos de três anos ficou órfão de mãe e pai e foi criado pela avó e por uma tia. Na adolescência, trabalhou como guardador de carros no Jockey Club.

Monsueto estudou até o quinto ano primário, aos 15 anos, já tocava em baterias de escola de samba e aos 17 começou a trabalhar como baterista free lancer em bailes de gafieira e cabarés.

Prestou serviço militar no Forte de Copacabana e ao sair casou-se com Maria Aparecida Carlos, indo morar em Vieira Fazenda, subúrbio carioca. Lá, abriu uma tinturaria, a exemplo de seu irmão Francisco, que também fora proprietário de uma tinturaria na qual chegou a trabalhar. Apesar de ter seu próprio negócio, continuou tocando na noite, frequentando os pontos de encontro de músicos, principalmente nas redondezas do Teatro João Caetano.

Monsueto teve seis filhos.

Na década de 40, atuou como baterista em vários conjuntos, entre os quais, a Orquestra de Copinha, que tocava no Copacabana Palace Hotel. Teve sua primeira composição gravada em 1951, o samba "Me Deixe Em Paz" (Monsueto e Aírton Amorim), lançado por Linda Batista na RCA Victor e que fez bastante sucesso no carnaval do ano seguinte. Em seguida, teve várias músicas incluídas no show "Fantasia, Fantasias", do Copacabana Palace Hotel.

Em 1953, teve os sambas "Mulher de Mau Pensar" (Monsueto e Elói Marques) e "A Fonte Secou",(Monsueto, Tufyc Lauar e Marcléo) gravadas por Raul Moreno na Todamérica. O samba "A Fonte Secou" foi o grande sucesso no carnaval seguinte e seu maior êxito.

Em 1954, compôs com R. Filho o samba "Maldição" gravado por Francisco Carlos na RCA Victor. Nesse ano, seu samba "Quando Vem a Noite" (Monsueto e Álvaro Gonçalves) foi gravado na Todamérica por Virgínia Lane, os sambas "Rosto Bonito" (Monsueto e Caribé da Rocha) e "Carrasco" (Monsueto, Raul Marques e F. Fernandes) foram lançados por Carlos Augusto na Sinter e o xote "Sem Amor" (Monsueto e João do Vale) foi gravado na Columbia por Índio e Seu Conjunto. Ainda em 1954, Marlene gravou para o carnaval o samba "Mora na Filosofia" (Monsueto e Arnaldo Passos), que fez muito sucesso, fazendo com que a expressão "mora", no sentido de percebe, entrasse para o vocabulário popular carioca. Esta música, aliás, havia substituído uma outra, "Couro do Falecido", em show do Copacabana Palace, apresentado pela mesma Marlene, em virtude do suicídio de Getúlio Vargas, um pouco antes.

Teve mais dois sambas gravados por Raul Moreno na Todamérica em 1955, "Me Empresta Teu Lenço" (MonsuetoElano de Paula e Nicolau Durso) e "Cachimbo da Paz" (MonsuetoRaul Moreno e Plínio Gesta). Nesse ano, Marlene lançou na Sinter os sambas "Canta, Menina, Canta" e "Na Casa de Corongondó", ambos parcerias de Monsueto com Arnaldo Passos. Ainda em 1955, Monsueto gravou seu primeiro disco, pelo selo pernambucano Mocambo, com os sambas "Nega Pompéia" (Estanislau Silva e Ferreira Gomes) e "Q.G. do Samba" (MonsuetoRossini Pacheco e Sebastião Nunes). Também em 1955, seu samba "Mora na Filosofiafoi escolhido por uma comissão julgadora reunida no Teatro João Caetano como uma das cinco melhores letras e melodias do carnaval daquele ano.

Em 1956, Linda Batista gravou o samba "Levou Fermento" (Monsueto e José Batista). Nesse ano, teve mais três sambas gravados na Todamérica, "Rua Dom Manoel" e "Senhor Juiz" (Monsueto e Jorge de Castro) na voz de Raul Moreno, e "Tô Chegando Agora" (Monsueto e José Batista) na voz de Odete Amaral. Na SinterMarlene gravou o samba "O Lamento da Lavadeira" (MonsuetoNilo ChagasJoão Violão).


Em 1957 Monsueto teve três sambas gravados na RCA Victor, foram eles, "O Gemido da Saudade" (Monsueto e José Batista), por Linda Batista, "Fogo na Marmita" (MonsuetoAldacir Louro e Amado Régis), por Marlene e "Não se Sabe a Hora" (Monsueto e José Batista), por Dircinha Batista. Nesse ano, atuou no filme "13 Cadeiras", com Oscarito, dirigido por Franz Eichhorn. Também gravou um disco pela Copacabana com os sambas "Prova Real" (Odelandes Rodrigues, Amado Régis e Edson Santana) e "Bola Branca" (Estanislau Silva, Otávio Lima e Antônio Guedes).

Em 1958, participou como cantor nos números musicais do filme "Na Corda Bamba", de Eurides Ramos e compôs músicas para os filmes "O Cantor Milionário" e "Quem Roubou Meu Samba?", ambos de José Carlos Burle. Ao todo, Monsueto teve participação em dez filmes brasileiros, três argentinos e um filme italiano. Ainda em 1958, teve gravados na Todamérica o samba-canção "Boa Noite", por Ted Moreno, o samba "Giro Pelo Norte", por Ari Cordovil e o choro "Trote" (Monsueto e Dilermando Rodrigues), por Cora Mar. Por essa época, fez vários shows com Herivelto Martins. Pouco depois criou seu próprio grupo com o qual excursionou pelo Brasil e países da América, Europa e África.

Em 1959, foi convidado a participar do programa humorístico "Noites Cariocas", da TV Rio, onde recebeu o apelido de "Comandante" e fez muito sucesso com seu quadro, lançando gírias como: "Castiga", "Vô Botá Pra Jambrá", "Mora" "Ziriguidum". Nesse ano, seus sambas "O Bafo do Gato" e "Comício no Morro" foram lançados por Edgardo Luiz na gravadora Polydor. Ao final da década de 50, teve composições incluídas em espetáculos de Carlos Machado como "Copacabana de Tal" e "Zelão Boca Rica"

Em 1961, gravou pela Odeon os sambas "Ajudai o Próximo" e "Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo", ambos de sua autoria. Nesse ano, Agostinho dos Santos gravou "Na Casa do Antônio Jó" (Monsueto e Venâncio).

Em 1962, lançou seu único LP, "Mora na Filosofia dos Sambas de Monsueto", lançado pela Odeon e cujo destaque foi o samba "Lamento da Lavadeira" (MonsuetoNilo Chagas e João Violão).

Em 1963, também na Odeon, gravou os sambas "Chica da Silva" (Anescar e Noel Rosa de Oliveira) e "Mané João" (Monsueto e José Batista). Nesse ano, teve o samba "Ai Meu Calo" (Monsueto e José Batista) gravado por Ivon Curi na Odeon. Ainda em 1963, gravou pelo selo Orion os sambas "Sambamba" (Monsueto) e "Retrato de Cabral" (Monsueto e Raul Marques) e o samba "Mora na Filosofia" foi regravado por Walter Santos no LP "Bossa Nova - Walter Santos", com acompanhamento do conjunto de Walter Wanderley.

Por volta de 1964, tentou sem sucesso criar um selo de gravações com seu nome, mas que, no entanto, somente lançou um disco com ele mesmo interpretando os sambas "O Sucesso Está na Cara" (Monsueto e Linda Batista) e "Larga o Meu Pé" (Monsueto e Aloísio França).

Em meados da década de 60, começou a ser redescoberto pelos grandes nomes da Música Popular Brasileira. Em 1968, Maria Bethânia regravou "Mora na Filosofia". Em 1971, Caetano Veloso também gravou "Mora na Filosofia", em seu LP "Transa".

Em 1969 Milton Nascimento gravou "Me Deixa Em Paz", em seu LP "Clube da Esquina" ao lado de Alaíde Costa. Nessa época, passou a se interessar por pintura e acabou tornando-se profissional, sendo premiado com uma medalha de bronze no Salão Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, em 1972. Seu quadro mais conhecido é uma Santa Ceia em que Jesus e seus apóstolos são negros.

Sem nunca ter se ligado oficialmente a nenhuma escola de samba, passou por várias delas, a última, foi a Unidos Vila Isabel.


Morte

Em 1973, quando participava na Bahia das filmagem do filme "O Forte", de Olney São Paulo, passou mal, foi hospitalizado e veio a falecer, em decorrência de um câncer no fígado. Nesse ano, Caetano Veloso regravou "Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo", em seu LP "Araçá Azul" com um arranjo de rock, popularizando ainda mais o compositor entre os jovens. Na mesma época, pot-pourris com composições suas foram gravados por Martinho da Vila e MPB-4.

Na década de 90, teve o samba "Lamento da Lavadeira" regravado pela cantora Marisa Monte.

Em maio de 2002, foi um dos grandes homenageados no show "Marleníssima", estreado pela cantora Marlene no Teatro Rival BR, escrito e dirigido por Ricardo Cravo Albin, quando, em cena, eram lembrados e cantados um a um dos seus sucessos criados por ela, tais como "Aperta o Cinto", "Lamento da Lavadeira" e "Fogo na Marmita".

Em 2004, recebeu homenagem especial durante a entrega do Prêmio Rival BR de Música que foi dedicado a ele. Na ocasião foram cantadas músicas de sua autoria e exibidos trechos de filmes nos quais atuou.


Discografia

  • 1964 - O Sucesso Está na Cara / Larga o Meu Pé (Monsueto, 78)
  • 1963 - Chica da Silva / Mané João (Odeon, 78)
  • 1963 - Sambamba / Retrato de Cabral (Orion, 78)
  • 1962 - Mora na Filosofia dos Sambas de Monsueto (Odeon, LP)
  • 1961 - Ajudai o Próximo / Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo (Odeon, 78)
  • 1957 - Prova Real / Bola Branca (Copacabana, 78)
  • 1955 - Nega Pompéia / Q.G. do Samba (Mocambo, 78)

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB