Wellington Botelho, nasceu em 27/04/1922, no Rio de Janeiro, no Bairro de Vila Isabel. Ainda pequeno, com apenas 11 anos de idade já era prodígio na arte de cantar.
Em 1940, aos 18 anos estreou na Companhia de
Alda Garrido no antigo
Teatro República. Ainda na década de 40, participou dos shows de calouros na rádio com o saudoso compositor, apresentador e músico
Ary Barroso. O programa chamava-se
"A Hora Do Calouro", na
Rádio Cruzeiro do Sul no Rio de Janeiro. Sempre ganhava prêmios como melhor cantor.
Wellington Botelho
inovou para a época pois além de cantar, especializou-se em imitar cantores nacionais e internacionais.
No programa
"Noite de Estrelas" (1953), criado por
Max Nunes e
Paulo Gracindo levado ao ar nas rádios, nos sábados,
Wellington Botelho
cantava músicas nacionais e internacionais. Outro programa da rádio era o
"Gente que Brilha" (1950-1951) na
Rádio Nacional, onde o ator e cantor imitava vários cantores, nacionais e internacionais. Havia também um jornal humorístico chamado
"Horário dos Cartazes" (1955) na
Rádio Nacional, em que atuava como comediante. No programa de variedades chamado
"Festa Íntima" (1952) na
Rádio Nacional,
Wellington Botelho
imitava
Dorival Caymmi,
Carlos Galhardo e outros artistas.
Atuou também na
Rádio Nacional no programa humorístico
"Balança Mas Não Cai" (1950), criado por
Paulo Gracindo
e escrito por
Max Nunes. Este programa, posteriormente, foi para a extinta
TV Tupi em 1972 e em duas épocas diferentes para a
TV Globo de 1968 a 1971 e de 1975 a 1983, onde
Wellington Botelho
também atuou.
Wellington Botelho atuou em papéis cômicos como
"Zezinho, O Anão",
"Fariseu" escrito por
Glauco Ferreira,
"Morador De Mesquita" e
"Montanha". Atuou também noutro programa, o
"PRK30" (1944-1964), que segundo especialistas do jornalismo e artistas, foi o programa que proporcionou o alicerce ao humorismo no Brasil.
Wellington Botelho atuava também em cassinos e boates da época, no Rio de Janeiro e em São Paulo, cantando e interpretando. Foi premiado várias vezes como melhor humorista do ano juntamente com consagrados artistas.
No teatro fez várias peças, inclusive contracenou com o
"Papa" do teatro brasileiro,
Procópio Ferreira a quem
Wellington Botelho
tinha o maior apreço.
Em 1951, atuou no filme
"Aguenta Firme, Isidoro", produzido pela Cinédia e o primeiro filme no Brasil a evitar cortes.
Em 1953 atuou no filme
"Balança Mas Não Cai", com direção de
Paulo Wanderley e no elenco
Paulo Gracindo,
Brandão Filho,
Herval Rossano,
Mário Lago,
Wilson Grey,
Altivo Diniz,
entre outros.
No final da década de 50,
Wellington Botelho montou uma Companhia de Teatro com a participação de grandes nomes artísticos da época e viajou com a Companhia pela América do Sul, juntamente com sua esposa e sua filha mais velha. Era um misto de shows de danças e esquetes com piadas em espanhol.
Wellington Botelho
fazia magníficas imitações de
Charles Trenet, Ol Jonson (caracterizado),
Dick Farney,
Dorival Caymmi,
Orlando Silva,
Carlos Galhardo e muitos outros com perfeita exatidão, obtendo assim grande sucesso fora do Brasil.
Ao retornar ao Brasil,
Wellington Botelho
continuava a fazer shows, desta vez nos
Rotary's Club e no
Lion's Club, na Região Sudeste. Eram chamados de
"PubliShow". Uma montagem de esquetes de humor com modelos, show musical e também desfiles de moda. Era patrocinado por grandes empresas de moda, bebidas e comestíveis da época. Era um show familiar, que lotavam as mesas dos clubes havendo inclusive distribuição de brindes das empresas patrocinadoras. Era um grande sucesso.
Em 1960 atuou no filme
"Só Naquela Base", com roteiro de
Chico Anysio,
Saint-Clair Senna e direção de
Ronaldo Lupo. No elenco,
Dercy Gonçalves,
Rosângela Maldonado,
Grijó Sobrinho, e outros.
Em 1962 atuou no filme
"As Testemunhas Não Condenam", roteiro de
Manuel de Nóbrega e direção de
Zélia Feijó Costa. No elenco,
Manuel de Nóbrega,
Canarinho,
César de Alencar,
Moacyr Franco e outros.
Em 1970 atuou no filme
"Salário Mínimo", seu personagem era o
Euzébio. Com roteiro de
Monteiro Guimarães, produção da Cinédia, direção de
Adhemar Gonzaga e no elenco artistas como
Costinha,
Paulo Gracindo,
Roberto Guilherme,
Geraldo Alves,
Renata Fronzi, e outros.
Em 1971, atuou no filme
"Cômicos E Mais Cômicos". O filme teve a direção de
Jurandyr Passos Noronha e no elenco
Costinha,
Wilza Carla,
Paulo Silvino,
Roberto Guilherme,
Alda Garrido,
Alvarenga & Ranchinho, e outros.
Em 1976,
Wellington Botelho atuou na novela
"Saramandaia" escrita por
Dias Gomes para a
TV Globo, no papel do
Seu Encolheu. Além de um grande elenco, contracenava com a atriz
Wilza Carla
que fazia o papel de sua esposa a
Dona Redonda, uma mulher que explode e retorna no papel da irmã gêmea
Bitela.
"Saramandaia" tinha direção de
Walter Avancini,
Roberto Talma e
Gonzaga Blota. No elenco,
Brandão Filho,
Juca de Oliveira,
Antônio Fagundes,
Marília Barbosa,
Natália do Valle,
Yoná Magalhães,
Ary Fontoura,
Dina Sfat,
Carlos Eduardo Dolabella,
Sônia Braga,
Sebastião Vasconcelos,
Pedro Paulo Rangel,
José Augusto Branco e outros.
Em 1977
Wellington Botelho atuou no
"Sítio do Pica-Pau Amarelo" na
TV Globo como o boneco triste
João Faz de Conta. Uma adaptação da obra de
Monteiro Lobato, com a direção de
Geraldo Casé, escrito por
Benedito Ruy Barbosa. Também em 1977, atuou na novela
"Sombra Dos Laranjais" na
TV Globo, no papel do
Bruno. Escrita por
Benedito Ruy Barbosa e
Sylvan Paezzo. Direção de
Herval Rossano e
Milton Gonçalves.
Em 1978 atuou no filme
"Tudo Bem". O filme tinha roteiro de
Arnaldo Jabor e
Leopoldo Serran. Direção de
Arnaldo Jabor. Ainda em 1978, atuou na novela
"Maria, Maria" na
TV Globo.
Em 1979 atuou na novela
"Os Gigantes" na
TV Globo.
Em 1980 atuou no especial
"Romeu e Julieta" na
TV Globo, no papel de
Bíblia com Limão. Adaptação de
Walter George Durst, direção de
Paulo Afonso Grisolli. No elenco,
Fábio Jr.,
Lucélia Santos,
José Mayer,
Francisco Milani,
Ruth de Souza,
Buza Ferraz e outros.
Atuou no seriado
"O Bem Amado" da
TV Globo em 1980. Direção de
Régis Cardoso,
Jardel Mello,
Ives Hubblet,
Mariano Gatti e
Oswaldo Loureiro.
Atuou no programa humorístico
"Viva O Gordo", Rede Globo, 1981.
Em 1982, a
TV Globo relançou o programa
"Balança Mas Não Cai".
Wellington Botelho fazia o quadro com o nome de
Montanha o qual a atriz e comediante
Berta Loran contracenava com ele.
Em 1983 trabalhou no filme
"Cangaceiro Trapalhão". O filme tinha roteiro de
Aguinaldo Silva,
Chico Anysio,
Daniel Filho,
Renato Aragão,
Doc Comparato,
João Paulo Carvalho. Direção de
Daniel Filho. Elenco composto por
Renato Aragão,
Dedé Santana,
Mussum,
Zacarias,
Tarcísio Meira,
Regina Duarte,
Bruna Lombardi,
Nelson Xavier,
Cininha de Paula e outros.
Em 1983 atuou também no programa humorístico
"A Festa É Nossa". Em 1984 atuou no programa humorístico
"Humor Livre", e em 1985 atuou no especial
"Tenda dos Milagres", todos na
TV Globo.
Em 25/08/1987, aos 65 anos de idade,
Wellington Botelho faleceu vítima de
Insuficiência Respiratória, proveniente de um
Enfisema Pulmonar.
Fonte: Wellington Grigorowsky Botelho
Indicação: Miguel Sampaio