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Naomi Munakata

NAOMI MUNAKATA
(64 anos)
Maestrina

☼ Hiroshima, Japão (31/05/1955)
┼ São Paulo, SP (26/03/2020)

Naomi Munakata foi uma importante maestrina nascida em Hiroshima, Japão, no dia 31/05/1955 e residente na cidade de São Paulo. Durante muitos anos esteve à frente do Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP) e seu último trabalho foi como regente titular do Coral Paulistano Mário de Andrade.

Naomi Munakata, aos dois anos de idade mudou-se com sua família para o Brasil. Iniciou os estudos de piano aos quatro anos e aos sete começou a cantar no coral regido por seu pai, Motoi Munakata. Estudou ainda violino e harpa e formou-se em composição e regência na Faculdade de Música do Instituto Musical de São Paulo.

Teve como professores Eleazar de Carvalho, Hugh Ross, Sérgio Magnani, John Neschling, Hans Joachim Koellreutter e Eric Ericson. Recebeu o prêmio de Melhor Regente de Coral pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) e foi contemplada com uma bolsa de estudos do governo de japonês para aperfeiçoar-se na Universidade de Tóquio.

Naomi Munakata foi diretora da Escola Municipal de Música de São Paulo (EMMSP) e esteve à frente do Coral Jovem do Estado como regente e diretora artística. Durante duas décadas regeu o Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP) e atualmente era regente titular do Coral Paulistano Mário de Andrade, além de manter um programa na Rádio Cultura FM.

Em 2012, regeu o Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), o CD "Aylton Escobar Obras Para Coro".

Morte

Naomi Munakata faleceu na quinta-feira, 26/03/2020, aos 64 anos, em São Paulo, SP, em decorrência de complicações da Covid-19, doença causada pelo Coronavírus. Ela estava internada desde o dia 16/03/2020, no Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Premiações e Homenagens

  • Bolsista da Fundação Vitae para estudar regência coral com Eric Ericson, na Suécia;
  • Regente Honorária do Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), título que recebeu em 2014;
  • Diploma de Honra ao Mérito do Cônsul Geral do Japão em homenagem à oito mulheres atuantes na sociedade (20/07/2017);
  • Melhor Regente Coral, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA);
  • Em 1986, recebeu do governo japonês uma bolsa de estudos para aperfeiçoar-se em regência na Universidade de Tóquio.

Gravações

  • 2009 - CD "Canções do Brasil", com o Coro Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), seu primeiro CD (Gravadora Biscoito Fino), em comemoração aos 15 anos do coral.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #NaomiMunakata

André Matos

ANDRÉ COELHO MATOS
(47 anos)
Cantor, Compositor, Maestro e Pianista

☼ São Paulo, SP (14/09/1971)
┼ São Paulo, SP (08/06/2019)

André Coelho Matos foi um cantor, compositor, maestro e pianista, nascido em São Paulo, SP, no dia 14/09/1971, conhecido por ter sido vocalista das bandas Viper, Angra e Shaman. Também capitaneou os projetos Virgo e Symfonia, além de ter feito participações especiais em bandas como Avantasia e Aina. Desde outubro de 2006 André Matos estava em carreira solo.

Em seu currículo constam Regência Orquestral, Composição Musical, habilitação em Canto Lírico e habilitação em Piano Erudito. Foi eleito o 77º melhor cantor brasileiro de todos os tempos pela revista Rolling Stone Brasil.

Viper nos anos 80: Cássio Audi, Pit Passarell, Andre Matos, Yves Passarell e Felipe Machado
Viper (1985 / 1990)

André Matos começou seus estudos musicais ainda na infância, aos sete anos de idade, com aulas de piano e ingressou em sua primeira banda, o Viper, aos 13 anos. Como a banda ainda não tinha um vocalista, André Matos foi o escolhido para assumir os vocais, apesar de achar que não tinha capacidade para isso, pois o que realmente sabia fazer era tocar piano e teclado.

Com o Viper, André Matos gravou a demo "The Killera Sword" em 1985 e os álbuns "Soldiers Of Sunrise" em 1987 e "Theatre Of Fate" em 1989.

Com estes dois discos a banda teve um reconhecimento internacional, principalmente no Japão e na Europa, que resultou no lançamentos dos álbuns no Japão. Após o lançamento de "Theatre Of Fate", André Matos decidiu deixar o Viper, pois não conseguiria conciliar a banda com seus estudos na faculdade, e com isso ocorreu sua separação da banda.

André Matos ingressou na Faculdade de Artes Santa Marcelina e no último ano transferiu-se para a Faculdade de Artes Alcântara Machado, graduando-se como bacharel em Regência Orquestral e Composição Musical. André Matos também estudou durante sete anos canto lírico junto ao professor de técnica e interpretação vocais Francisco Campos, professor titular da Universidade de São Paulo (USP).

A banda Angra na primeira formação, ainda com Andre Matos no vocal.
Angra (1991 / 2000)

Enquanto esteve na faculdade, André Matos conheceu Rafael Bittencourt e com ele teve a ideia de começar uma nova banda onde pudessem mesclar o heavy metal com a música erudita, o que mais tarde resultaria na criação do Angra. Com o Angra, desenvolveu uma carreira ao longo de nove anos com turnês pelo Brasil, Europa, Ásia e América Latina, com mais de um milhão de cópias vendidas e que o deram projeção mundial, consagrando André Matos como um dos principais vocalistas do chamado power metal.

Com o Angra, André Matos gravou a demo tape "Reaching Horizons" (1992), o álbum "Angels Cry" (1993), o EP "Evil Warning" (1994), a demo tape "Eyes Of Christ" (1995) e o álbum "Holy Land" (1996), o single "Make Believe", o EP "Freedom Call", o EP ao vivo "Holy Live", os single "Lisbon" (1998) e "Rainy Nights" (1998) e o álbum "Fireworks" (1998).

Nesse mesmo período André Matos foi sondado como possível substituto de Bruce Dickinson no Iron Maiden em um concurso que escolheria o novo vocalista da banda inglesa, mas a vaga acabou ficando com Blaze Bayley.

Andre Matos, Hugo Mariutti, Luis Mariutti e Ricardo Confessori
Shaman (2000 / 2006)

No começo de 2000 André Matos decidiu deixar o Angra devido a problemas com o empresário da banda. O baixista Luis Mariutti e o baterista Ricardo Confessori também deixaram o Angra juntamente com André Matos e formaram a banda Shaman (que posteriormente mudou o nome para Shaaman e hoje em dia voltou a ser chamada Shaman com apenas um "A"), convidando Hugo Mariutti para ser o guitarrista.

Logo com seu primeiro álbum, o "Ritual" lançado em 2002, a banda assinou contratos com vários selos no exterior, como JVC no Japão e Universal Music no Brasil. O álbum teve inclusive uma de suas faixas, "Fairy Tale" (André Matos) incluída na trilha sonora da novela da TV Globo "O Beijo do Vampiro".

Em 2003 foi a vez do lançamento do DVD "RituAlive" gravado no Credicard Hall e que contou com as participações especiais de Marcus Viana, Tobias Sammet, Sascha Paeth, Andi Deris e Michael Weikath, um DVD cuja qualidade de vídeo e áudio foi considerada acima da média.

Em 2005, o Shaman lançou o álbum "Reason" que resultou em mais uma turnê mundial.

Nesse período André Matos também desenvolveu o projeto Virgo junto ao guitarrista e produtor alemão Sascha Paeth. Este foi um projeto mais voltado para o rock em geral, com o qual André Matos foi além do seu tradicional modo de compor.

Ainda nos primeiros anos do Shaman, André Matos fez participações especiais nos dois primeiros álbuns da banda Avantasia, idealizada por Tobias Sammet. Os álbuns "The Metal Opera" e "The Metal Opera Part II" foram lançados em 2001 e 2002 respectivamente.

André Matos ainda participou da primeira turnê do projeto em 2008, na época em que o Avantasia estava lançando o seu terceiro álbum "The Scarecrow".

Carreira Solo e Symfonia (2006 / 2011)

Em 2006, André Matos e os irmãos Luis Mariutti e Luis Mariutti decidiram deixar o Shaman e soltaram um comunicado oficial explicando a decisão. Após o fim da banda, André Matos se apresentou no festival Live 'N' Louder com um time de músicos que contava com Luis Mariutti, Hugo Mariutti, Andre Hernandes, Fabio Ribeiro e Rafael Rosa, anunciando pouco tempo depois que estes seriam os músicos que o acompanhariam em sua nova empreitada, o início de sua carreira solo.

O primeiro álbum de André Matos em sua carreira solo foi o "Time To Be Free" lançado em 2007 e sucedido por sua primeira turnê pelo Brasil, Europa e Japão com seu novo projeto.

Em 2009, o segundo álbum de sua carreira solo foi lançado sob o nome "Mentalize".

Em 2010, ele participaria mais uma vez do projeto Avantasia, desta vez no álbum "The Wicked Symphony", embora desta vez cantasse em apenas uma faixa: "Blizzard On a Broken Mirror". Ainda em 2010, André Matos e o guitarrista finlandês Timo Tolkki anunciavam a formação do supergrupo Symfonia.

Em abril de 2011, o supergrupo, que contava ainda com Jari Kainulainen, Mikko Härkin e Uli Kusch, lançou o seu primeiro disco "In Paradisum", dando a banda início a sua turnê mundial no segundo semestre de 2011. O grupo acabou alguns meses depois, após Timo Tolkki anunciar sua aposentadoria da música.

The Turn Of The Lights e Reunião do Viper (2012)

André Matos anunciou o baterista Rodrigo Silveira, que substituiria Eloy Casagrande, que foi para o Sepultura. André Matos também anunciou que no início de 2012 começaria o processo de gravação do terceiro álbum de sua carreira solo.

Em 2012 a banda Viper anunciou a turnê "To Live Again Tour" para comemorar os 25 anos do álbum "Soldiers Of Sunrise", onde tocaram pela primeira vez na íntegra os álbuns "Soldiers Of Sunrise" e "Theatre Of Fate". O primeiro show aconteceu no dia 01/07/2012 na cidade de São Paulo, com o retorno do vocalista André Matos após 22 anos desde sua saída para a banda Angra e a formação clássica de Pit Passarell, Felipe Machado e Guilherme Martin. O guitarrista Hugo Mariutti tocou no lugar de Yves Passarell, que eventualmente fez participações durante a turnê.

Em julho de 2012 André Matos anunciou que o seu terceiro álbum de estúdio em carreira solo, "The Turn Of The Lights", seria lançado mundialmente dia 22/08/2012. No Brasil foi lançado pela gravadora Azul Music.

Turnês Comemorativas e Retorno do Shaman (2013 / 2019)

Devido ao aniversário de 20 anos do lançamento de "Angels Cry", o músico tocou o álbum na íntegra durante a turnê de 2013. Devido ao sucesso da tour em 2013, a banda decidiu continuar a digressão pelo Brasil em 2014, sendo que a última apresentação dessa turnê aconteceu no dia 12/12/2014, na cidade de Sorocaba, São Paulo.

Em 08/04/2015, André Matos completou 30 anos de carreira e anunciou uma grande turnê comemorativa junto com seus companheiros da banda solo. No mesmo dia foi comemorado com uma grande festa no Manifesto Bar, na cidade de São Paulo, o aniversário de 30 anos da banda Viper. O lançamento do CD ao vivo "Viper - Live In São Paulo", referente ao show da banda Viper em julho de 2012, foi lançado no dia do evento.

No dia 30/04/2015, no último show antes da turnê comemorativa de 30 anos de carreira de André Matos, foi anunciada a saída do guitarrista André Hernandes, que tocava na banda desde 2006. A saída foi amigável e se deu por conta de Zaza, que mora em Curitiba, estar se dedicando em seus novos projetos.

Para comemorar 30 anos de carreira, André Matos lançou em 2015 uma turnê especial: O público iria escolher as músicas que fariam parte do show, dentre 110 composições que abrangem toda a história do vocalista nas bandas Viper, Angra, Shaman e André Matos, além de suas participações em projetos como Virgo, Avantasia e Symfonia. A depender da escolha dos fãs, era possível que algumas músicas fossem tocadas ao vivo pela primeira vez na história. O processo de votação seria realizado em duas etapas, através do site oficial do músico.

Em 18/05/2015, aconteceu na cidade de Piedade, São Paulo, a estreia da tour "Andre Matos 30 Anos". No mesmo dia foi apresentado o guitarrista substituto de André Hernandes. Foram feitas audições privadas com profissionais e finalmente, o nome do finalista surgiu com o aval de todos da banda - inclusive do próprio André Hernandes: João Milliet.

No dia 25/05/2018, sua banda Shaman anunciou sua volta para um show especial com a formação clássica em São Paulo, na casa de show Audio. Essa reunião deu-se após milhares de pedidos e até uma campanha com a hashtag #voltashaman, após uma árdua batalha dos fãs contra a rigidez que a formação original demonstrava em voltar com as atividades da banda. Os integrantes atenderam o chamado dos fãs que foram surpreendidos com a inesperada notícia. Após algumas semanas, foram anunciados shows para Brasília, Belo Horizonte, Rio Janeiro, Manaus junto de Arch Enemy e Kreator, Fortaleza e Recife.

Morte


André Matos faleceu no sábado, 08/06/2019, aos 47 anos, em São Paulo, SP. De acordo com a Brasil Music Press, que assessora a banda Shaman, a causa da morte ainda não foi detectada e só será esclarecida após o processo de autópsia. A assessoria afirma ainda que "por motivos de privacidade e respeito a dor da família, não serão divulgadas informações sobre velório e enterro".

André Matos tinha se apresentado no último domingo, 02/06/2019, no Espaço das Américas, em São Paulo.

Discografia

Solo
  • 2007 - Time To Be Free
  • 2009 - Mentalize
  • 2012 - The Turn Of The Lights

Viper
  • 1985 - The Killera Sword (Demo)
  • 1987 - Soldiers Of Sunrise
  • 1989 - Viper 1989 (Demo)
  • 1989 - Theatre Of Fate
  • 2007 - All My Life (Participação Especial em "Love Is All")
  • 2015 - To Live Again - Live In São Paulo

Angra
  • 1992 - Reaching Horizons (Demo)
  • 1993 - Angels Cry
  • 1994 - Evil Warning (EP)
  • 1995 - Eyes Of Christ
  • 1995 - Live Acoustic At FNAC
  • 1996 - Holy Land
  • 1997 - Freedom Call (EP)
  • 1997 - Holy Live (EP)
  • 1998 - Fireworks

Virgo
  • 2001 - Virgo

Shaman
  • 2001 - Demo (Demo)
  • 2002 - Ritual
  • 2003 - RituAlive (Ao Vivo)
  • 2005 - Reason

Symfonia
  • 2011 - In Paradisum

Bento Mossurunga

BENTO JOÃO DE ALBUQUERQUE MOSSURUNGA
(91 anos)
Maestro, Pianista, Violinista e Compositor

☼ Castro, PR (06/05/1879)
┼ Curitiba, PR (23/10/1970)

Bento João de Albuquerque Mossurunga, conhecido como Bento Mossurunga, foi maestro, pianista, violinista e compositor, nacido em Castro, PR, no dia 06/05/1879.

Bento era filho do tabelião João Bernardes de Albuquerque e de Graciliana Reis de Albuquerque. Foi registrado com um acréscimo em seu sobrenome de um simples apelido: 'Mossurunga'.

Em casa, o ambiente era muito musical, pois seu pai e seu irmão tocavam viola e violão, enquanto suas irmãs tocavam órgão. Ainda pequeno aprendeu a tocar violinha sertaneja, tendo crescido entre violeiros populares e ouvindo música produzida por ex-escravos libertos que moravam numa colônia próxima à sua casa.

Em 1895 foi para Curitiba estudar piano e violino no Conservatório de Belas Artes. Além de estudar, trabalhava numa loja de chapéus e frequentava o Grêmio Musical Carlos Gomes, tendo convivido com os compositores e músicos da época. Após um período de volta à terra natal (1897-1902), retornou a Curitiba e retomou seus estudos musicais, enquanto lecionava piano e apresentava-se num café-concerto.

Em 1905, a revista carioca O Malho publicou sua valsa "Bela Morena", o que o incentivou a mudar-se para o Rio de Janeiro, onde começou a atuar como violinista no teatro de variedades Guarda Velha. Prosseguiu seus estudos no Instituto Nacional de Música, passando a integrar em 1907 a orquestra do Centro Musical, regida por Antônio Francisco Braga, como primeiro violino.

Sua carreira como maestro se iniciou em 1916 na companhia do Teatro São José, onde foi auxiliar do maestro José Nunes até a morte deste, quando então assumiu o cargo de diretor do teatro. No período de 1918 a 1922, Bento Mossurunga dirigiu ensaios, fez instrumentações e musicou operetas, revistas e burletas, de autores como Cardoso de Meneses, Viriato Correia e Gastão Tojeiro. Depois dessa fase, foi regente em diversos teatros cariocas, como o Lírico, o Apolo, o Carlos Gomes e o Recreio Dramático.

Ainda morando no Rio de Janeiro, casou-se com Belosina Lima em 21/09/1924.

Em 1930 voltou a Curitiba para dirigir um curso de música e trabalhar na Sociedade Musical Renascença. Fundou a Sociedade Orquestral Paranaense e passou a produzir para o teatro musicado e a compor hinos, canções e obras para orquestra.

Em 1946 organizou, com um grupo de estudantes e músicos, a Orquestra Estudantil de Concertos, que em 1958 se transformaria na Orquestra Sinfônica da Universidade do Paraná.

Em 1947, seu Hino do Paraná, composto em 1903, tornou-se o hino oficial do Estado. Foi professor de canto orfeônico no Colégio Estadual do Paraná e de instrumentação na Escola de Música e Belas Artes do Paraná.

Sua obra popular, que inclui numerosos sambas, tangos, choros, marchas carnavalescas, valsas e mazurcas perdeu-se em grande parte. Musicou, entre outras, as seguintes peças:
  • 1920 - Gato, Baeta, Carapicu, Revista de Cardoso de Meneses
  • 1921 - Reco-reco, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses
  • 1922 - Olelê Olalá, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses
  • 1921 - Segura o Boi, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses
  • 1922 - Meu Bem, Não Chora!, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses
  • 1927 - Florzinha, opereta de Ivete Ribeiro 
  • 1927 - Boas Falas, revista de Bastos Tigre


Bento Mossurunga faleceu em Curitiba, PR, no dia 23/10/1970, aos 91 anos.

Obras do Autor

Música Orquestral
  • Bucólica Paranaense (s.d.)
  • Dezenove de Dezembro (Hino Militar, 1904)
  • Guaicará (s.d.)
  • Hino do Paraná (1903)
  • Ingrata (Mazurca, 1904)
  • Marcha da Cidade de Curitiba (s.d.)
  • Ondas do Iapó (s.d.)
  • Pintassilgo dos Pinheirais (s.d.)
  • Rincão (s.d.)
  • Sapecada (s.d.)
  • Hino do Município de Telêmaco Borba (s.d.)
  • Hino do Colégio Estadual do Paraná

Música Instrumental
  • Doce Reminiscência (Para Piano) (s.d.)
  • Fantasia Romântica (Para Violino e Piano) (s.d.)
  • Serenata (Para Piano) (s.d.)
  • Serenata Rústica (Para Celo e Piano) (s.d.)

Música Vocal
  • Bandeira do Brasil (Para Quatro Vozes) (s.d.)
  • Berceuse (Para Canto e Piano) (s.d.)
  • Canções Paranaenses (Para Canto e Piano) (s.d.)
  • Luar no Mato (Para Canto e Piano) (s.d.)
  • Nosso Brasil (Para Canto e Piano) (s.d.)
  • Ondas do Iapó (Para Soprano e Orquestra)
  • Só (Para Canto e Piano) (s.d.)

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #BentoMossurunga

Germano Benencase

GERMANO BENENCASE
(77 anos)
Instrumentista, Compositor, Maestro e Professor de Música

☼ Vietri sul Mare, Itália (09/04/1897)
┼ Americana, SP (18/03/1975)

Germano Benencase foi um instrumentista, compositor, maestro e professor de música ítalo-brasileiro, nascido em Vietri sul Mare, Itália, uma pequena vila na Costa Amalfitana, no dia 09/04/1897.

Filho de Tarquino Benencase e Ana, Germano chegou ao Brasil em 1899 com seus pais e nove irmãos. Antes de se estabelecer em Americana, SP, nos anos 1900, seus pais passaram temporadas em São Paulo, Jundiaí e Campinas.

Seu pai estabeleceu uma alfaiataria na altura do número 343 da Avenida Antônio Lobo, e preferia que seu filho seguisse sua carreira. Apesar disso, sempre mostrou predileção pela música, e teve aula por apenas um mês, continuando seus estudos como autodidata. Estudou apenas o primário no Grupo Escolar Corrêa de Mello, em Campinas, SP.

De seus nove irmãos, três se tornaram artistas. Seu irmão Amálio "Lulu" Benencase, foi um famoso humorista e apresentador de rádio, conhecido principalmente pelo programa "Festa na Roça", muito popular nas rádios Difusora e Tupi de São Paulo durante os anos 30. Seus outros dois irmãos Danunzio e Paschoal foram talentosos instrumentistas.

Germano Benencase começou a compor músicas em 1913 sendo "Pensando Em Ti" a primeira delas. Seu estilo preferido era a valsa, e nos anos seguintes compôs músicas que ganharam reconhecimento a nível regional, e aos poucos se tornaram conhecidas em todo Brasil.

Seu maior sucesso, batizado como "O Piquenique Trágico" foi composto em uma circunstância muito peculiar:

Na tarde de 14/05/1916, Germano estava em sua residência quando ouviu a notícia de um acidente no Parque Ideal. Momentos depois de chegar ao local, presenciou a retirada do corpo da jovem Agar da Costa Lobo de dentro da lagoa. Ela fazia parte de um grupo de professores de Campinas que estavam visitando o parque. O pai da jovem era funcionário do Ginásio Estadual de Campinas, atual Colégio Culto à Ciência.

Em determinado momento, entraram em um grupo de cinco pessoas em um dos barcos disponíveis para aluguel no local, e foram para o meio da lagoa, local que graças a topografia tinha mais espaço para os barcos, mas que era também mais fundo. Em algum momento, movimentos bruscos fizeram o barco virar atirando todos os ocupantes no lago, resultando na morte da jovem.

Germano compôs as primeiras duas partes da música ali mesmo rabiscando as notas em seu caderno de forma improvisada. A terceira parte foi composta inspirada no choro da mãe de Agar, que seguia o cortejo fúnebre que levava sua filha até uma residência onde seria realizado o velório, antes do corpo seguir para Campinas.

Nas semanas seguintes, Germano aperfeiçoou a composição, e a finalizou no final de junho do mesmo ano. O título da obra foi inspirado na matéria do Jornal Comércio de Campinas, que trazia o título "Picnic Tragico" em grafia da época.

Germano enviou cópias das partituras para diversos jornais de Campinas e São Paulo, e obteve reconhecimento imediato.

Em 1918, a gravadora Odeon do Rio de Janeiro gravou a música e mais três composições de Germano em um disco de 78 rpm. Em 1919 novas composições foram lançadas pela mesma gravadora.

"O Piquenique Trágico" ganhou pelo mesmo duas letras. A primeira foi feita em 1916 por Inácio Dias Lemes, professor de Villa Americana, e era também inspirada nos acontecimentos do parque. A outra versão, sem relação com a tragédia, foi composta por Gomes de Almeida, amigo de Germano, e lançada em junho de 1941 pela Odeon, sendo um grande sucesso comercial.

Germano continuou sua carreira como músico. Se apresentava em bailes, festas e eventos públicos, e era diretor da orquestra do Cinema Central de Villa Americana. Na época os cinemas eram mudos e às vezes acompanhados por música ao vivo.

Em 1919, Germano se casa com Adelaide Andreoli, e nos anos seguintes nascem os quatro filhos do casal.

Em 02/01/1925, sua esposa falece, e em outubro do mesmo ano seu filho Antônio de apenas um ano de idade também morre. A morte de sua esposa e filho afetaram profundamente o compositor, o que acabou refletindo em suas músicas, que nesta época traziam títulos como: "Ao Pé da Cruz", "Caminho do Calvário", "Oração no Campo Santo", "Marcha Fúnebre", "Prelúdio da Morte", entre outros.

No final dos anos 20, Germano inicia sua carreira como professor de música. Lecionou no Colégio Piracicabano entre 1933 e 1964, onde formou várias gerações de músicos da cidade, e atuou como regente de diversos grupos do colégio e da cidade de Piracicaba.

Fundou em 1958 a Orquestra Rizzi, que nos anos 60 se uniu com a Orquestra Sinfônica de Amadores para formar a atual Orquestra Sinfônica de Piracicaba.

Germano Benencase compôs mais de 250 obras entre valsas, operetas, marchas fúnebres, hinos religiosos, escolares e esportivos.

Seu último trabalho foi no Educandário Divino Salvador de Americana, onde lecionou de 1960 até o fechamento da instituição em 1974.

Germano Benencase é reconhecido principalmente nas cidades de Americana e Piracicaba, no Estado de São Paulo. Em Americana, cidade adotada pela Família Benencase, e onde Germano trabalhou e morou até o fim de sua vida, foi agraciado com o título de Cidadão Americanense em 1973.

Em 1978, uma escola estadual da cidade de Americana recebeu a denominação de Escola Estadual Maestro Germano Benencase.

Em Piracicaba, Germano foi homenageado por seu amigo e ex-aluno do Colégio Piracicabano Egildo Rizzi. Durante concerto da Orquestra Sinfônica de Piracicaba, regida por Rizzi em 20/12/2012, quando foi executada e gravada em DVD a valsa "O Piquenique Trágico" no Teatro Municipal Erotides de Campos. Foi a última regência do Maestro Rizzi, que faleceu 11 dias depois.

Germano Benencase faleceu em Americana, SP, no dia 18/03/1975.

Principais Obras

  • Pensando em Ti
  • O Piquenique Trágico
  • Triste
  • Soou a Hora de Extinguir-se o Nosso Amor
  • Palestra Itália
  • Angelina
  • Valsa da Morte
  • Agonia Lenta
  • Saudades de Tula
  • Saudades de Adelaide
  • Aniversário Fatal
  • As Flores do Meu Amor
  • Ao Pé da Cruz
  • Caminho do Calvário
  • Oração no Campo Santo
  • Marcha Fúnebre
  • Prelúdio da Morte

Hélio Santisteban

HÉLIO SANTISTEBAN
(69 anos)
Cantor, Compositor, Tecladista, Arranjador e Maestro

☼ 1949
┼ São Paulo, SP (26/08/2018)

Hélio Santisteban foi um cantor, compositor, tecladista, arranjador e maestro. Ex-integrante e fundador do grupo Pholhas, responsável por grandes sucessos da música desde os anos 70, incluindo "She Made Me Cry", "Forever" e "My Mistake".

Hélio Santisteban nasceu numa família de músicos e seu avô era poeta, portanto a arte estava no sangue.

Autor de temas famosos da TV Globo, atuou em carreira solo e com o grupo Chantilly, cujo principal sucesso foi "Fim de Semana Sem Grana", tema da novela "Amor Com Amor Se Paga" (1984) da TV Globo.

Hélio Santisteban trabalhou também como compositor de temas e trilhas para Maurício de Souza. Foi sócio fundador em parceria com Oswaldo Malagutti do maior estúdio de gravação de São Paulo, o Mosh Studios.

Seu ultimo disco foi o CD "Helio Santisteban" com direito a autógrafo do cantor, trazendo os seus grandes sucessos da época dos Pholhas.

Estava atualmente na Banda Phorever, mas resolveu definitivamente seguir novos projetos solos com músicos convidados.

Pholhas

No final de 1968, na cidade de São Paulo, três rapazes: Paulinho Fernandes, Oswaldo Malagutti e Hélio Santisteban, haviam acabado de deixar a banda The Wander Mass Group com o objetivo de montar outro grupo que tivesse mais a ver com sua personalidade musical. Convidaram então o amigo Wagner Benatti, o Bitão, guitarrista e vocalista, autor inclusive da música "Tijolinho", um dos grandes sucessos da Jovem Guarda, que aceitou prontamente o convite e no início de 1969, mais precisamente no dia 18/02/1969, fizeram o primeiro ensaio oficial da nova banda que ainda não tinha nome.

Pouco tempo depois, um amigo que estava sempre presente aos ensaios, Marco Aurélio (Lelo), sugeriu o nome Pholhas, que grafado com "Ph" ficava original, sendo imediatamente aceito por todos.

Anos mais tarde, Lelo viria a dizer que o nome Pholhas foi inspirado no título de um disco dos Rolling Stones chamado "Flowers".

Com sua ótima qualidade vocal e instrumental, os Pholhas tornaram-se em pouco tempo um dos grupos musicais mais requisitados para os bailes paulistanos. Isso chamou a atenção da gravadora RCA Victor que os contratou, em 1972, para gravar seu primeiro disco com canções próprias, cantadas e compostas em inglês, influenciadas pelos sucessos internacionais da época.


O grande destaque foi "My Mistake" que ficou em primeiro lugar por 2 meses consecutivos, vendendo mais de 450.000 cópias e rendendo o primeiro Disco de Ouro na carreira da banda. O disco foi lançado também na América do Sul e Europa, tendo igual sucesso.

Na época, o grande público chegou a pensar que os Pholhas fossem estrangeiros, mas os rapazes sempre fizeram questão de explicar que eram apenas quatro músicos brasileiros cantando em inglês, tendo como objetivo internacionalizar seu trabalho.

Na sequência vieram os sucessos "She Made Me Cry", "Forever", "I Never Did Before", "Get Back", "My Sorrow", entre outros, firmando os Pholhas como um dos maiores nomes do cenário musical brasileiro e internacional.

No início de 1977, após gravarem por pressão da gravadora o LP "O Som das Discotheques", Hélio Santisteban deixa a banda para tentar carreira solo e em seu lugar entra o tecladista Marinho Testoni, ex Casa das Máquinas. No final desse mesmo ano lançam o LP homônimo "Pholhas" voltado para o rock progressivo e com uma grande novidade: Cantado em português, significando uma mudança radical no estilo da banda até então. O disco não chegou a ter vendagem expressiva, porém acabou virando cult, e ainda hoje é muito disputado pelos colecionadores.

No final de 1978, é a vez de Oswaldo Malagutti deixar a banda para dedicar-se ao projeto pessoal de montar um estúdio de gravações e que viria a ser o Mosh Studios. Em seu lugar entrou João Alberto, ex Casa das Máquinas, assim como Marinho Testoni.

Em 1979 Hélio Santisteban desiste da carreira solo e os Pholhas o acolhem novamente. Voltam a gravar no estilo que sempre os consagrou, cantando e compondo canções românticas em inglês, e lançam dois trabalhos: "Memories" (1980) e "Disco de Ouro Vol II" (1981)


Com a saída de Marinho Testoni, em 1981, os Pholhas lançam em ordem cronológica, os seguintes discos:
  • 1982 - Pholhas
  • 1985 - Wings
  • 1987 - The Night Before
  • 1988 - Côrte Sem Lei (Segundo disco em português)
  • 1995 - Disco de Ouro (Reedição em CD do LP homônimo de 1977)
  • 1996 - Pholhas 25 Anos
  • 1998 - Pholhas Forever - 26 Anos
  • 1999 - Dead Faces (Relançamento remasterizado do primeiro LP)
  • 2000 - Hits Brasil
  • 2001 - Pholhas - Ao Vivo no Brasil
  • 2003 - Pholhas, 70’s Greatest Hits
  • 2005 - Pholhas

Em 2007, Hélio Santisteban sai definitivamente da banda e os Pholhas lançam os CDs:
  • 2009 - Pholhas Forever
  • 2015 - Pholhas 45 Anos

A formação atual dos Pholhas é Bitão (Guitarra e voz), Paulinho Fernandes (Bateria e voz), João Alberto (Baixo) e  Elias Jó (Teclados e vocais de apoio).

No ano de 2018 os Pholhas estão comemorando seus 49 anos, nos quais colecionaram vários discos de ouro, firmando-se definitivamente como uma das maiores bandas do cenário pop, conquistando cada vez mais essa legião incrível de admiradores, comprovado tanto nas gravações quanto nas apresentações que fazem por todo o Brasil, Europa e América do Sul.

O novo show "Pholhas - Memories" vem sendo aclamado pela crítica como um dos melhores do gênero. 

Morte

Hélio Santisteban faleceu no domingo, 26/08/2018, aos 69 anos, em São Paulo, SP. Ele era portador de Ataxia, uma doença degenerativa a qual causa atrofia muscular. Hélio Santisteban já havia perdido mais de 90% de sua visão e caminhava com auxílio de uma bengala.

O velório ocorreu no domingo, 26/08/2018, a partir das 22h00, no Cemitério da Quarta Parada, Tatuapé, e o sepultamento na segunda-feira, 27/08/2018, às 10h00.

Fonte: Pholhas e Página Hélio Santisteban no Facebook
#FamososQuePartiram #HelioSantisteban

Portinho

ANTÔNIO PORTO FILHO
(71 anos)
Maestro, Arranjador, Clarinetista, Saxofonista e Compositor

☼ Rio Grande, RS (27/09/1925)
┼ São Paulo, SP (01/01/1997)

Antônio Porto Filho nasceu na cidade do Rio Grande, RS,  no dia 27/09/1925, numa família de músicos, onde o pai era trombonista, o avô sanfoneiro e o tio violonista.

Mudou-se ainda jovem para Porto Alegre, onde conheceu o conceituado violonista paulista Antonio Rago. A convite deste se radicou em São Paulo. Portinho tocou em várias orquestras e com grandes artistas, chegando inclusive a reger, como convidado, a Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo.

Participou nos anos 40 do regional de Claudionor Cruz, nos 50 do regional do Rago, e foi uma figura da história do rádio do Rio de Janeiro e de São Paulo.  Portinho assinou arranjos de alguns  discos  de renomados artistas, como Ângela MariaPaulo VanzoliniNelson GonçalvesWaldick Soriano, Noite IlustradaCláudia Barroso (descoberta por Portinho), entre tantos outros, incluindo ídolos da Jovem Guarda, como Ed CarlosDemétriusMartinhaMário FaisalWilson Miranda, e outros.   

O maestro também entrou também na "onda" da Jovem Guarda, tendo inclusive gravado o álbum "Portinho - O Maestro Iê-Iê-Iê", lançado em 1967 pela gravadora Continental. O destaque está na contracapa: um texto de Ronnie Von, redigido do próprio punho na madrugada de 06/07/1967, destacando as qualidades do músico e informando que "A Praça", grande sucesso do cantor na época, teve os arranjos assinados pelo maestro.


"Portinho veio confirmar um pensamento nosso sobre a inexistência da idade cronológica. Sua jovialidade suplantou a nossa, e, vindo de outra geração, enquadrou-se perfeitamente na era da harmonia musical eletrônica, aderindo à nossa causa e, conosco, levanta agora, ainda mais alto, a bandeira da música jovem."
(Ronnie Von)

De fato, o repertório é formado por sucessos da juventude, e o álbum foi produzido com o talento impar do maestro.

O maestro foi tão respeitado no meio artístico que o cantor Teixeirinha o homenageou na gravação da música "O Centro-Oeste Brasileiro".  O violonista de 7 cordas Ed Gagliardi disse que o mestre Portinho foi como as músicas que compôs: calmo, tranquilo e alegre.


Muitos discos produzidos, principalmente, nos anos 60 e 70, vinham com o nome do maestro Portinho como o responsável pelos arranjos. Além de figurar como um dos músicos mais requisitados em discos, que iam de Teixeirinha a Caetano Veloso, o maestro também gravou vários discos. Uma reportagem sobre o artista informa que foram 35 LPs orquestrais e 5 como solista, mas esses dados requerem melhor apuração.

A sua discografia é imensa, e só para citar dois excelentes álbuns, recordamos um, só com composições de Noel Rosa, intitulado "Noel Rosa e Portinho Dá Samba", e outro que gravou em 1973, com muitas músicas de Ary Barroso intitulado "Samba, o Melhor do Brasil".

Os seus últimos anos de atividade foram ensinando música na Universidade Livre de Música (ULM), em São Paulo.

Portinho faleceu no dia 01/01/1997, em São Paulo, SP, deixando um importante legado para a cultura musical brasileira.

Indicação: Miguel Sampaio

Hervé Cordovil

HERVÉ CORDOVIL
(65 anos)
Compositor, Pianista e Maestro

☼ Viçosa, MG (03/02/1914)
┼ São Paulo, SP (15/07/1979)

Hervé Cordovil foi um compositor, pianista e maestro brasileiro. Entre seus grandes sucessos destacam-se "Meu Pé de Manacá", composto com a prima Marisa Pinto Coelho, "Vida do Viajante", em parceria com Luiz Gonzaga, "Sabiá Lá Na Gaiola", com Mario Vieira, as versões "Biquíni de Bolinha Amarelinha", "Rua Augusta", entre outras.

Filho do médico Cordovil Pinto Coelho e de Maria de Lucca Pinto Coelho, que se dedicava amadoristicamente à música. Sua musicalidade aflorou já na infância, e por volta dos 5 anos de idade já dedilhava ao piano as canções tocadas por sua mãe.

Passaram a viver na cidade mineira de Manhuaçu e por volta dos 10 anos de idade Hervé Cordovil transferiu-se para o Rio de Janeiro onde ingressou no Colégio Militar concluindo o curso em 1931.

Integrou a banda de música do colégio e junto a outros colegas formou um grupo de jazz que se apresentava em casas de oficiais e em bailes promovidos pelo próprio colégio. Passou a ter aulas com Romeu Malta, maestro da banda do colégio e como já compunha algumas músicas arriscou-se a apresentá-las a Eduardo Souto, diretor da Casa Edison, que o desencorajou a seguir como compositor.

Estreou  em 1931 na Rádio Sociedade como pianista e compositor da Orquestra de Romeu Silva. Rapidamente tornou-se um dos pianistas mais requisitados pelas rádios cariocas.

Em 1933, transferiu-se para a Rádio Philips.

Foi compositor de jingles, e em 1934 compôs em parceria com Lamartine Babo a marcha "Madame do Barril", uma sátira à figura francesa "Madame Du Barry", uma de suas primeiras composições no gênero. Nesse mesmo ano fez sucesso com a marcha "Carolina" (Hervé Cordovil e Bonfiglio de Oliveira), gravada por Carlos Galhardo na época cantor em início de carreira.

Em 1935, regeu a orquestra que  participou do filme "Estudantes", dirigido por Wallace Downey, passando desde então a musicar peças de teatro entre as quais "Da Favela ao Catete" escrita por Freire Júnior.  Neste mesmo ano destacou-se com a composição "Triste Cuíca" (Hervé Cordovil e Noel Rosa), lançada por Aracy de Almeida.

Em 1936 diploma-se na Faculdade de Direito de Niterói. Compôs para o filme "Alô, Alô Carnaval", de Adhemar Gonzaga, a marcha "Não Resta a Menor Dúvida" (Hervé Cordovil e Noel Rosa). Transferiu-se para a Rádio Guarani de Belo Horizonte onde atuou por dois anos, cumprindo o compromisso de apresentar uma música inédita por dia. Por essa época compôs "Pé de Manacá", parceria com sua prima Marisa Pinto Coelho, música que fez sucesso alguns anos mais tarde, registrada por Isaura Garcia.

De volta ao Rio de Janeiro, compôs em 1938 o jingle "Esquina da Sorte" (Hervé Cordovil e Lamartine Babo), feito para uma casa lotérica e gravado pelo próprio Lamartine Babo em dueto com Aracy de Almeida.

Em 1940, teve o samba-jongo "Negro Está Sambando" (Hervé Cordovil e Humberto Porto), gravado por Dalva de Oliveira e Dupla Preto e Branco. Transferiu-se para a Rádio Tupi de São Paulo. 

O cantor Ronnie Cord e seu pai Hervé Cordovil
Em 1941, casou-se com Daicy Portugal Cordovil com quem teve quatro filhos, um deles o cantor e compositor Ronnie Cord, figura importante do movimento pop brasileiro que se estruturou em torno da Jovem Guarda, a partir de 1965. Outra filha sua, Maria Regina teve curta carreira artística no começo dos anos 60 quando gravou diversos discos.

Em 1944, o samba "Veja Você" (Hervé Cordovil e Valdomiro Pereira), foi lançado pelo Conjunto Tocantins.

Em 1945, foi convidado a trabalhar na Rádio Record de São Paulo  onde permaneceu por 26 anos, aposentando-se em 1971. Ainda em 1945, teve o samba "Nêgo" incluído no filme "Caídos do Céu" em gravação de Isaura Garcia. Nesse mesmo ano, os sambas "Mulher de Malandro" e "Quando Morre Um Sambista" foram gravados por Isaura Garcia.

Em 1946, o choro "Gavião Chô Chô" foi lançado por Isaura Garcia.

Em 1948, o grupo vocal Vagalumes do Luar gravou a marcha "A Galinha do Vizinho" (Hervé Cordovil e Armando Rosas). O maxixe "Louco Por Tuba" (Hervé CordovilArrelia e Ivando Luiz), foi gravado pelo palhaço de crico Arrelia. Nesse ano, a marcha "Você Quer Casar Comigo?" (Hervé Cordovil e David Nasser), foi incluída no filme "Poeira de Estrelas" na interpretação de Emilinha Borba.

Em 1949, o balanceio "Cabeça Inchada", sobre motivos mineiros, foi incluído no filme "Uma Aventura no Rio" na interpretação de Carmélia Alves, que com ele alcançou grande sucesso, sendo ainda gravado por Sólon Salles, Adelaide Chiozzo, Eliana, Francisco Canaro, Abel Ferreira e Seu Conjunto e Sylvio Mazzucca. Ainda nesse ano, os cantores  Ivon CuriCarmélia Alves lançaram em dueto o baião "Me Leva" (Hervé Cordovil e Rochinha).

Em 1950, obteve grande sucesso com a composição "Sabiá Lá Na Gaiola" (Hervé Cordovil e Mário Vieira), lançada por Carmélia Alves e incluída no filme "Aí Vem o Baião". Nesse ano, o baião "Pé de Manacá" composto anos antes foi lançado por Isaura Garcia, em dueto com ele mesmo, tendo conhecido ainda gravações dele próprio, Carmélia Alves, MarleneIvon Curi, Muraro e Portinho e Sua Orquestra. O samba "Tem Pena de Mim" foi gravado por Aracy de Almeida recebendo ainda registros de Sólon Salles, Carmélia Alves, André Penazzi, Norma Avian, Sambistas do Asfalto e Simonetti e Sua Orquestra.

Em 1951, o baião "A Saudade é de Matá (Adeus Pernambuco)" (Hervé Cordovil e Manezinho Araújo), foi gravada em dueto por Carmélia Alves e Jimmy Lester, recebendo ainda registro de Luiz Gonzaga. Neste mesmo ano, teve gravadas por Carmélia Alves os baiões "Adeus, Adeus Morena" (Hervé Cordovil e Manezinho Araújo), e "Baião Vai, Baião Vem". Teve ainda o samba-canção "Chuva" gravado por Isaura Garcia. Esta composição foi também registrada por André PenazziCarmélia Alves, Hebe Camargo, Agnaldo Rayol e Johnny Alf. Teve três composições incluídas em filmes: a toada-baião "Esta Noite Serenou", no filme "Meu Destino é Pecar", a toada-baião "Moreninha Moreninha", e a polca "Tô Sobrando", ambas em parceria com Luiz Gonzaga, incluídas no filme "O Comprador de Fazendas", as duas últimas na interpretação de Luiz Gonzaga, então no auge do sucesso. Ainda em 1951, gravou seu baião "Sei Lá", em dueto com Carmélia Alves em disco lançado pela gravadora Continental.

Em 1952, fez grande sucesso com "Baião da Garoa" (Hervé Cordovil e Luiz Gonzaga), que o lançou, tendo sido ainda regravado por Carmélia Alves, Guio de Morais e Seus Parentes, Sérgio Reis e Dominguinhos. Nesse ano, gravou em dueto com Isaura Garcia "Baião da Solidão" (Hervé Cordovil e Marisa Pinto Coelho). Teve ainda o baião "Xaxado" (Hervé Cordovil e Luiz Gonzaga), interpretado pelo grupo vocal Quatro Ases e Um Coringa no filme "Simão, o Caolho". Outro sucesso desse ano, foi o samba-canção "Jangada" que recebeu gravações de Jimmy Lester, Esterzinha de Souza, Sílvio Caldas, Leny Eversong e José Tobias.

Hervé Cordovil (Óculos), Carmélia Alves, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira
Em 1953, obteve novo grande sucesso em composição feita em parceria com Luiz Gonzaga, o xote-baião "A Vida Viajante", que foi gravado por Luiz Gonzaga e recebeu regravações, entre outros, de GonzaguinhaMarinês, Pena Branca & Xavantinho, Trio Nordestino e Chico Buarque. Nesse ano, outras de suas composições receberam mais de uma gravação, como foi o caso do samba-canção "De Tanto Acreditar" (Hervé Cordovil e René Cordovil), lançado por Dircinha Batista, José Tobias e Morgana, o samba "E Ela Não Vem" (Hervé Cordovil e Vicente Leporace), que foi gravado por Titulares do RitmoLeny Eversong e Carmélia Alves, e o samba-canção "Falaram de Você" (Hervé Cordovil e René Cordovil), registrado por Almir Ribeiro e por Isaura Garcia. Ainda em 1953, fez os arranjos para o motivo popular "Mulher Rendeira" gravado pelo Trio Marabá e que fez parte da trilha sonora do filme "O Cangaceiro", de Lima Barreto, o primeiro filme brasileiro a obter sucesso no estrangeiro, sendo interpretado por Homero Marques, Zé do Norte e Demônios da Garoa.

Em 1954, teve duas composições interpretadas por Carmélia Alves em dois filmes diferentes: o baião "O Miguel é o Maior" (Hervé Cordovil, Pascoal José e Marcílio), no filme "Carnaval em Caxias", e a marcha "Disco Voador", do filme "Carnaval Em Lá Maior".

Em 1956, gravou, em dueto com Carmélia Alves, os sambas "Nego Difíci", e "Nego Tabuleta", ambas parcerias com Osvaldo Molles.

Em 1959, gravou, pela Copacabana a "Polca do Fritz" e o choro "Não Tem Choro", ambos de sua autoria.

Em  1961, fez sucesso nacional com a marcha "Carta a Papai Noel", gravada por sua filha Maria Regina, então uma criança de 5 anos de idade.

Em 1964 compôs músicas  no estilo Jovem Guarda entre as quais "Rua Augusta", "Boliche Legal" e a versão da música "Itsy Bitsy Teenie Weenie Yellow Polka Dot Bikini" (Biquini de Bolinha Amarelinha). De sua produção, algumas composições foram feitas em parceria com seus filhos Ronnie Cord e René Cordovil.

Em 1966, compôs "Canto ao Brasil", peça sinfônica orquestrada por Gabriel Migliori e executada pela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo.

Em 1977, participou do show comemorativo "30 Anos de Baião", realizado no Teatro Municipal de São Paulo, ocasião na qual também se apresentaram Luiz GonzagaCarmélia Alves e Humberto Teixeira.

Em 1997, foi publicado o livro "Hervé Cordovil - Um Gênio da Música Popular Brasileira" de autoria de Maria do Carmo Tafuri Paniago.

Discografia

  • 1959 - Polca do Fritz / Não Tem Choro (Copacabana, 78)
  • 1956 - Nego Difíci / Nego Tabuleta (Continental, 78)
  • 1951 - Sei Lá (Continental, 78)
  • 1950 - Pé de Manacá (RCA Victor, 78)

Indicação: Miguel Sampaio

Lincoln Olivetti

LINCOLN OLIVETTI
(60 anos)
Maestro, Instrumentista, Arranjador, Compositor e Produtor Musical

* Nilópolis, RJ (17/04/1954)
+ Rio de Janeiro, RJ (13/01/2015)

Lincoln Olivetti foi um músico brasileiro que ficou conhecido pela parceria com o guitarrista Robson Jorge. Instrumentista, arranjador, compositor e produtor musical, Lincoln Olivetti iniciou na música ainda menino. Com 13 anos, já se apresentava em bailes do subúrbio com seu conjunto.

Cursou as faculdades de música e engenharia eletrônica, mas não as concluiu. Em meados da década de 70, conheceu Robson Jorge, com quem viria a manter uma grande parceria musical.

Lincoln Olivetti fez arranjos para numerosos artistas como Gal Costa, Gilberto Gil, Tim Maia, Jorge Ben, Rita Lee, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Ângela Rô Rô, Zizi Possi, Fagner, Wando e Joanna, o que lhe rendeu fama e dinheiro, mas também críticas quanto a uma certa "pasteurização" da Música Popular Brasileira. Trabalhou também com os cantores Antônio Marcos e Vanusa.

Em 1982, lançou, com Robson Jorge, o LP "Robson Jorge e Lincoln Olivetti", registrando a parceria nas faixas "Jorgea Corisco", "No Bom Sentido", "Aleluia", "Pret-à-Porter", "Squash", "Fã Sustenido", "Zé Piolho", "Ginga" e "Alegrias", e "Eva" (Lincoln Olivetti e Ronaldo), incluindo também "Raton" (Contesini) e "Baila Comigo" (Roberto de Carvalho e Rita Lee).

Foi apelidado de "O Feiticeiro dos Estúdios" e "O Mago do Pop".


Na década de 90, viveu um período de ostracismo, do qual saiu ao produzir discos para Lulu Santos e Ed Motta.

Em 2003 foi responsável pelos arranjos do CD "Acústico Jorge Benjor".

Lincoln Olivetti fez o arranjo da abertura do programa "Fantástico", em 1973. Participou de trilhas sonoras de várias novelas, entre elas, "Baila Comigo" (1981).

Constam da relação dos intérpretes de suas canções vários artistas, como Tim Maia, Robertinho de RecifeRoberto Carlos, Fernanda Abreu, Xuxa, Ronnie Von, Cláudia Telles, Peninha, Fafá de Belém, Sérgio Reis, Chitãozinho & Xororó, Celebrare, Lafayette, Banda Black Rio, Vanusa, Patrícia Marx, KarametadeAntônio Marcos, Márcio Montarroyos, Fat Family, Roupa Nova, Sandra de Sá, Jane DubocAngélica, Sandy & Júnior, Adriana, Pedro Mariano, Diana Pequeno, Rosana, entre outros tantos.

Lulu Santos tem em um quadro o arranjo que Lincoln Olivetti fez para uma de seus maiores sucessos e que foi tema de "Malhação".

"Ele fazia a música soar como precisava para ficar o melhor que ela podia ficar", afirmou Lulu Santos. É dele também parte do arranjo de uma canção feita para as Olimpíadas Rio 2016.

Morte

Lincoln Olivetti morreu na noite de terça-feira, 13/01/2015. Ele sofreu um infarto fulminante, no estúdio que mantinha em casa, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Lincoln Olivetti tinha 60 anos e morreu fazendo o que mais gostava.

Ele passou a vida dentro de estúdios como o de Copacabana. Lá ele tocava piano, fazia arranjos, acompanhava gravações e exigia no mínimo trabalhos perfeitos.
Indicação: Miguel Sampaio