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Casé

JOSÉ FERREIRA GODINHO FILHO
(46 anos)
Saxofonista, Clarinetista, Arranjador e Compositor

☼ Guaxupé, MG (03/08/1932)
┼ São Paulo, SP (30/11/1978)

José Ferreira Godinho Filho, conhecido por Casé, foi um saxofonista, clarinetista, arranjador e compositor.

Numa família de oito filhos, quase todos os irmãos tocavam algum instrumento: trombone, banjo, bateria, percussão, trompete e saxofone. Casé se interessou por trombone, mas o pai o convenceu a estudar saxofone. Passou a ter aulas com o irmão mais velho, Clóvis, que tocava saxofone e clarinete.

Aos 7 anos, Casé levava uma vida itinerante com a família, que montou o Circo Teatro Irmãos Martins.

Na década de 1940, morando em São Paulo, teve o maior aprendizado musical assistindo às apresentações do irmão Clóvis em bailes e boates com variados conjuntos e orquestras. Posteriormente, teve aulas com o clarinetista Antenor Driussi e estudou harmonia com Hans-Joachim Koellreuter.

Em 1949, ele, com 17 anos, e o irmão são destaques na Orquestra da Rádio Tupi.

Casé fez sua primeira viagem internacional em 1953. Embarcou para Bagdá, ao lado do pianista e acordeonista belga, radicado em São Paulo, Rudy Wharton, da cantora Sonia Batista e do baixista Johnny.  Depois o grupo passou por Londres e Bruxelas. Gravou um disco em 78 rpm, com as músicas "Feitiço da Vila" (Noel Rosa e Vadico) e "At Last" (Mack Gordon e Harry Warren).

Retornou ao Brasil em 1954 e conviveu, em São Paulo, com o instrumentista João Donato e o trombonista Edson Maciel.

Em 1955, mudou-se para Assis, em São Paulo, e tocou na orquestra local.

Em 1956, voltou para São Paulo e participou, no Teatro Cultura Artística, de um show que resultou no primeiro LP de 12 polegadas feito no país: "Jazz After Midnight", reeditado em 1978 com o título "Dick Farney Plays Gershwin". Em agosto desse ano, no mesmo local, tomou parte da gravação dos discos "Jazz Festival nº 1", com as faixas "Pennies From Heaven", "Blues" e "Out Of Nowhere" - e "História do Jazz em São Paulo".

Tocou na orquestra de Sylvio Mazzuca de 1957 a 1961.

Participou de discos de Walter Wanderley, Dick Farney, Claudete Soares, além de se apresentar com a cantora no programa "O Fino da Bossa". Com o conjunto Brazilian Octopus, se apresentou no show "Momento 68", com Raul Cortez, Walmor Chagas, Gilberto Gil, Caetano Veloso, texto de Millôr Fernandes e direção musical de Rogério Duprat.

Fez os arranjos e gravou algumas faixas do disco "A Onda é Boogaloo", do cantor Eduardo Araújo, em 1969.

A partir de 1970, fez diversos jingles e trilhas para filmes publicitários.

Em 1974, compôs a trilha do filme "A Virgem de Saint Tropez", de Beto Ruschel e Hareton Salvanini.

Na década de 1970, afastou-se da gravação de discos, recusando convites de orquestras e artistas renomados.

Comentário Crítico

Existem poucos registros fonográficos deixados por Casé. Hoje em dia, discos que contêm gravações suas são encontrados com dificuldade em sebos e vendidos como raridades.

Temperamental, recusava propostas de shows e cachês, mantendo-se no anonimato até o fim da vida. Exigente e perfeccionista, dispensava convites para integrar orquestras renomadas no Rio de Janeiro - local de grande efervescência musical e com mais oferta de trabalho nos anos 1960 -, mantendo uma rotina nômade pelas boates de São Paulo e em pequenas excursões pelo interior do estado.

Capaz de fazer primeiras leituras de partituras complexas, acrescentando novidades e reparando erros em relação ao original, arranjando as composições de outros autores no primeiro contato, Casé é influência para vários instrumentistas brasileiros. Considerado um dos saxofonistas mais importantes da história do Brasil, ao lado de Severino Araújo e Moacir Santos, ele se tornou referência para saxofonistas e clarinetistas como Paulo Moura e Nailor Azevedo, o Proveta, da Banda Mantiqueira.

Ele também inspirou outros instrumentistas conceituados, como João Donato, Amilton Godoy, Rubinho Barsotti e Raul de Souza.

Na biografia "Casé - Como Toca Esse Rapaz", de Fernando Licht Barros, sua habilidade é definida em trecho que cita reportagem de Zuza Homem de Mello, na época da morte do saxofonista, dimensionando as qualidades do músico:

"Era um extraordinário leitor de partituras à primeira vista. Conta-se que muitas vezes transportava a parte do sax tenor para a do sax alto na primeira leitura. Casé tinha um sopro suave, como a sua maneira de falar. [...] Mesmo os estrangeiros que o conheceram ficaram admirados de suas qualidades. [...] Era capaz de deixar, num pobre cabaré do interior, sons inesquecíveis, dignos das maiores salas de concerto."


Entre os poucos registros fonográficos de Casé merecem destaque os realizados com a orquestra de Silvio Mazzuca. Em 1958, suas principais gravações estão nos LPs "Baile de Aniversário", com a orquestra do maestro, e "Coffee And Jazz" (Columbia), com o Brazilian Jazz Quartet, editado pelo selo Gravações Tupi Associados (GTA), em 1979, com o título "Casé In Memorian", em que o saxofonista participou de um quarteto ao lado do pianista Moacyr Peixoto, do baixista Luiz Chaves e do baterista Rubinho Barsotti, tocando standards norte-americanos. Além disso, ao lado do baixista Major Holley, do baterista Jimmy Campbell e de Moacyr Peixoto, Casé impressionou com a limpidez de suas notas e com fraseados originais e velozes em "The Good Neighboors Jazz", lançado pela Columbia, em 1958, resultado de jam sessions na boate Michel.

Em 1960, o selo colombiano Hi-Fi Variety lançou o LP "Samba Irresistível", divulgado no Brasil pelo selo Beverly, com Casé e seu conjunto - um dos pouquíssimos trabalhos em que o instrumentista tem o nome assinado na capa de um álbum. No grupo, artistas como Heraldo do Monte, na guitarra, e Paulinho Preto, no piano. No repertório, "Saudade da Bahia" (Dorival Caymmi), "Esse Teu Olhar" (Tom Jobim), "Palpite Infeliz" (Noel Rosa), além de "Ensaio de Bossa", de autoria do próprio Casé.

Mesmo tendo recebido os melhores ensinamentos teóricos na juventude, Casé nunca deixou de estudar, aprimorando sua técnica e leitura. A evolução de sua concepção de arranjo e do domínio interpretativo pode ser observada com clareza no disco "A Onda é Boogaloo", de Eduardo Araújo, de 1970. O LP, com repertório de versões Tim Maia, Eduardo Araújo e Chil Deberto para canções de Ray Charles, "Come Back Baby", James Brown, "Cold Sweet", além de composições de Tim Maia, como "Você", é o embrião do primeiro disco lançado pelo cantor no ano seguinte.

Outras gravações que demonstram a versatilidade de Casé no saxofone - não apenas interpretativa, mas também de escolha de repertório - são "Copacabana" (João de Barro e Alberto Ribeiro), no disco "The Good Neighbors Jazz", de 1958, "Feitio de Oração" (Noel Rosa e Vadico) e "Ensaio de Bossa", tema que evidencia também a capacidade de composição de Casé, no disco "Samba Irresistível", de 1960, "Don't Get Around Much Anymore" (Duke Ellington e Bob Russell), do álbum "Coffee & Jazz", de 1958, e "Summertime" (George Gershwin e Ira Gershwin), em "Meu Baile Inesquecível", de 1963, com Casé e seu conjunto, mostrando toda a familiaridade e o apreço do instrumentista pelo jazz e pela música norte-americana.

Seu último trabalho foi com Oswaldo Sargentelli, no show "Oba-Oba".

Casé morreu no dia 01/121978, num quarto de um hotel situado na chamada Boca do Lixo, no Centro de São Paulo. As causas da morte nunca foram esclarecidas.

Portinho

ANTÔNIO PORTO FILHO
(71 anos)
Maestro, Arranjador, Clarinetista, Saxofonista e Compositor

☼ Rio Grande, RS (27/09/1925)
┼ São Paulo, SP (01/01/1997)

Antônio Porto Filho nasceu na cidade do Rio Grande, RS,  no dia 27/09/1925, numa família de músicos, onde o pai era trombonista, o avô sanfoneiro e o tio violonista.

Mudou-se ainda jovem para Porto Alegre, onde conheceu o conceituado violonista paulista Antonio Rago. A convite deste se radicou em São Paulo. Portinho tocou em várias orquestras e com grandes artistas, chegando inclusive a reger, como convidado, a Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo.

Participou nos anos 40 do regional de Claudionor Cruz, nos 50 do regional do Rago, e foi uma figura da história do rádio do Rio de Janeiro e de São Paulo.  Portinho assinou arranjos de alguns  discos  de renomados artistas, como Ângela MariaPaulo VanzoliniNelson GonçalvesWaldick Soriano, Noite IlustradaCláudia Barroso (descoberta por Portinho), entre tantos outros, incluindo ídolos da Jovem Guarda, como Ed CarlosDemétriusMartinhaMário FaisalWilson Miranda, e outros.   

O maestro também entrou também na "onda" da Jovem Guarda, tendo inclusive gravado o álbum "Portinho - O Maestro Iê-Iê-Iê", lançado em 1967 pela gravadora Continental. O destaque está na contracapa: um texto de Ronnie Von, redigido do próprio punho na madrugada de 06/07/1967, destacando as qualidades do músico e informando que "A Praça", grande sucesso do cantor na época, teve os arranjos assinados pelo maestro.


"Portinho veio confirmar um pensamento nosso sobre a inexistência da idade cronológica. Sua jovialidade suplantou a nossa, e, vindo de outra geração, enquadrou-se perfeitamente na era da harmonia musical eletrônica, aderindo à nossa causa e, conosco, levanta agora, ainda mais alto, a bandeira da música jovem."
(Ronnie Von)

De fato, o repertório é formado por sucessos da juventude, e o álbum foi produzido com o talento impar do maestro.

O maestro foi tão respeitado no meio artístico que o cantor Teixeirinha o homenageou na gravação da música "O Centro-Oeste Brasileiro".  O violonista de 7 cordas Ed Gagliardi disse que o mestre Portinho foi como as músicas que compôs: calmo, tranquilo e alegre.


Muitos discos produzidos, principalmente, nos anos 60 e 70, vinham com o nome do maestro Portinho como o responsável pelos arranjos. Além de figurar como um dos músicos mais requisitados em discos, que iam de Teixeirinha a Caetano Veloso, o maestro também gravou vários discos. Uma reportagem sobre o artista informa que foram 35 LPs orquestrais e 5 como solista, mas esses dados requerem melhor apuração.

A sua discografia é imensa, e só para citar dois excelentes álbuns, recordamos um, só com composições de Noel Rosa, intitulado "Noel Rosa e Portinho Dá Samba", e outro que gravou em 1973, com muitas músicas de Ary Barroso intitulado "Samba, o Melhor do Brasil".

Os seus últimos anos de atividade foram ensinando música na Universidade Livre de Música (ULM), em São Paulo.

Portinho faleceu no dia 01/01/1997, em São Paulo, SP, deixando um importante legado para a cultura musical brasileira.

Indicação: Miguel Sampaio

Renato Ladeira

RENATO LADEIRA
(63 anos)
Cantor e Tecladista

☼ Rio de Janeiro, RJ (04/05/1952)
┼ Rio de Janeiro, RJ (12/08/2015)

Renato Ladeira era filho do radialista César Ladeira e da atriz Renata Fronzi e do radialista e ator César Ladeira, que criou nomes artísticos como "A Pequena Notável", para Carmen Miranda, e "A Garota Grau Dez", para Emilinha Borba.

 um dos grandes nomes do rock nacional. Compôs a música "Faz Parte do Meu Show" com Cazuza. Ele foi integrante de bandas importantes como A Bolha, Bixo da Seda e Herva Doce.

Em 2009, Renato Ladeira concedeu uma entrevista a fanzine Sindromina, publicação criada e editada por um grupo de patobranquenses. Na conversa Renato Ladeira falou sobre sua trajetória musical e também sobre mochilão carona, e lugares inusitados, tema da terceira edição da fanzine:


Nas décadas de 60, 70 e 80, você participou de bandas como A Bolha, Herva Doce e Bixo da Seda. Certamente viajou bastante fazendo shows. Como avalia a experiência de conhecer novos mundos e culturas diferentes?
Tive a benção de começar a tocar aos 13 anos de idade na banda The Bubbles junto com meu irmão. Tocamos em vários programas de televisão ao vivo e shows dentro e fora do estado (anos 60). Com A Bolha toquei em todos os clubes do Rio de Janeiro. Ganhamos prêmio de melhor banda no Festival Internacional da Canção no Maracanãzinho em 1971. Gravamos alguns discos e já vivia da música desde então (anos 70). Com o Bixo da Seda gravamos no Rio de Janeiro o LP e fizemos shows também no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul em vários lugares, foi uma experiência diferente (anos 70). O Herva Doce apareceu junto com as rádios FM no Brasil. Tocamos no Brasil inteiro, graças ao estouro do rock-pop nacional (anos 80). Mas o que posso dizer é que conheci muitos aeroportos, hotéis, restaurantes e clubes das cidades que fomos, era impossível sair para conhecer os lugares e suas culturas, apenas as pessoas dos lugares.
Fazer parte da cena musical num momento em que o rock descobria outros rumos e o país passava por situações conturbadas não é pra qualquer um. Quais são as suas lembranças daqueles tempos?
Foi uma época especial. Eu comecei com o rock nacional. Vivi seu nascimento, seu crescimento, seu amadurecimento. Foram várias épocas distintas. No início, muita ralação, falta de equipamentos, de infra-estrutura, de produção, de divulgação, mas a gente fazia, e fazia direito. Depois, tudo começou a aparecer, a divulgação, a produção, a infra-estrutura e os equipamentos. Nos anos 80 era tudo muito mais fácil, e por isso surgiram muitas bandas que ainda existem até hoje.
Em 2005, A Bolha regravou algumas músicas para o filme "1972”, e em 2007 lançou o CD "É Só Curtir". Depois de tantos anos de estrada e uma pausa prolongada na carreira da banda, o que dizer sobre essa união?
Posso te dizer que foi mágico. Quando nos reunimos para gravar para o filme, fomos para o estúdio de ensaio para ver se todos lembravam das músicas. E depois da primeira musica tocada, estávamos todos com os olhos mareados e com um sorriso de orelha à orelha. Adoro tocar com esses caras.
Tanto em sua vida pessoal quanto profissional, seja recentemente ou há muitos verões, você já pegou carona? Talvez tenha alguma história relacionada a caronas durante a sua juventude, poderia relembrá-la?
Foram poucas as caronas que pequei, se peguei. Porque desde os 18 anos tive o meu carrinho (Fusquinha), e era eu a dar carona para todo mundo.
O tema "mochilão, caronas e lugares inusitados" exerce ou já exerceu alguma influência em seu trabalho? Se sim, de que maneira essa influência se dá?
A idéia de aventura é uma das mais utilizadas nas criações, porque são ricas em novas emoções e nos dão experiência de vida e amadurecimento. Com certeza influi muito na cabeça de quem cria, seja texto, música ou empreendimento. Viajar enriquece a alma.

Herva Doce

Herva Doce foi uma banda de pop rock brasileira formada em 1982. Fizeram sucesso em 1982 com a canção "Erva Venenosa" e em 1985 com a canção "Amante Profissional".

A banda foi formada em 1982, durante o carnaval, quando Marcelo Sussekind e Renato Ladeira gravaram uma fita demo com quatro canções: "Volta Meu Bem", "Ganhei um Avião", "O Negócio é Relaxar" e "Não Faz Sentido". Esta última, se transformaria posteriormente num grande sucesso na voz de Ney Matogrosso.

Como "Volta Meu Bem" estava sendo bem executada na Rádio Cidade, Marcelo Sussekind e Renato Ladeira foram chamados pela EMI-Odeon para uma entrevista, posteriormente sendo contratados, mas com a condição de que fosse formada uma banda com eles.

Logo entrou o baterista Sérgio Della Mônica, baterista de Ney Matogrosso, que participou apenas da gravação do single "Volta Meu Bem" / "Ganhei um Avião".

Em novembro de 1982 lançaram seu álbum de estreia, agora com novos integrantes: Paul de Castro (guitarra), Roberto Lly (baixo), e Pena (bateria). A canção de maior sucesso desse álbum foi "Erva Venenosa", versão de "Poison Ivy", uma canção de 1959 do conjunto The Coasters, composta por Jerry Leiber e Mike Stoller.

Em 18/06/1983, a banda abriu o show da Kiss no estádio do Maracanã, tendo se apresentado para um público de mais de 200 mil pessoas. No mesmo ano lançaram seu segundo e último álbum pela EMI. Logo após assinaram com a gravadora RCA Victor. Nessa época, a formação da banda era Renato Ladeira (teclados e vocais), Fred Maciel (bateria e vocais), Roberto Lly (baixo e vocais) e Marcelo Sussekind (guitarra e vocais).

O primeiro LP pela RCA Vicor, lançado em 1985, trazia a faixa-título "Amante Profissional", que foi um grande sucesso.

Em 1986, lançaram o último álbum de estúdio, "Desastre Mental".

Morte

Renato Ladeira morreu por volta das 23:00 hs de quarta-feira, 12/08/2015, em sua casa no Rio de Janeiro, RJ, aos 63 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória.

O corpo de Renato Ladeira foi enterrado às 16:00 hs de quinta-feira, 13/08/2015, no Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O corpo começou a ser velado às 14:30 hs na Capela A.

Hervé Cordovil

HERVÉ CORDOVIL
(65 anos)
Compositor, Pianista e Maestro

☼ Viçosa, MG (03/02/1914)
┼ São Paulo, SP (15/07/1979)

Hervé Cordovil foi um compositor, pianista e maestro brasileiro. Entre seus grandes sucessos destacam-se "Meu Pé de Manacá", composto com a prima Marisa Pinto Coelho, "Vida do Viajante", em parceria com Luiz Gonzaga, "Sabiá Lá Na Gaiola", com Mario Vieira, as versões "Biquíni de Bolinha Amarelinha", "Rua Augusta", entre outras.

Filho do médico Cordovil Pinto Coelho e de Maria de Lucca Pinto Coelho, que se dedicava amadoristicamente à música. Sua musicalidade aflorou já na infância, e por volta dos 5 anos de idade já dedilhava ao piano as canções tocadas por sua mãe.

Passaram a viver na cidade mineira de Manhuaçu e por volta dos 10 anos de idade Hervé Cordovil transferiu-se para o Rio de Janeiro onde ingressou no Colégio Militar concluindo o curso em 1931.

Integrou a banda de música do colégio e junto a outros colegas formou um grupo de jazz que se apresentava em casas de oficiais e em bailes promovidos pelo próprio colégio. Passou a ter aulas com Romeu Malta, maestro da banda do colégio e como já compunha algumas músicas arriscou-se a apresentá-las a Eduardo Souto, diretor da Casa Edison, que o desencorajou a seguir como compositor.

Estreou  em 1931 na Rádio Sociedade como pianista e compositor da Orquestra de Romeu Silva. Rapidamente tornou-se um dos pianistas mais requisitados pelas rádios cariocas.

Em 1933, transferiu-se para a Rádio Philips.

Foi compositor de jingles, e em 1934 compôs em parceria com Lamartine Babo a marcha "Madame do Barril", uma sátira à figura francesa "Madame Du Barry", uma de suas primeiras composições no gênero. Nesse mesmo ano fez sucesso com a marcha "Carolina" (Hervé Cordovil e Bonfiglio de Oliveira), gravada por Carlos Galhardo na época cantor em início de carreira.

Em 1935, regeu a orquestra que  participou do filme "Estudantes", dirigido por Wallace Downey, passando desde então a musicar peças de teatro entre as quais "Da Favela ao Catete" escrita por Freire Júnior.  Neste mesmo ano destacou-se com a composição "Triste Cuíca" (Hervé Cordovil e Noel Rosa), lançada por Aracy de Almeida.

Em 1936 diploma-se na Faculdade de Direito de Niterói. Compôs para o filme "Alô, Alô Carnaval", de Adhemar Gonzaga, a marcha "Não Resta a Menor Dúvida" (Hervé Cordovil e Noel Rosa). Transferiu-se para a Rádio Guarani de Belo Horizonte onde atuou por dois anos, cumprindo o compromisso de apresentar uma música inédita por dia. Por essa época compôs "Pé de Manacá", parceria com sua prima Marisa Pinto Coelho, música que fez sucesso alguns anos mais tarde, registrada por Isaura Garcia.

De volta ao Rio de Janeiro, compôs em 1938 o jingle "Esquina da Sorte" (Hervé Cordovil e Lamartine Babo), feito para uma casa lotérica e gravado pelo próprio Lamartine Babo em dueto com Aracy de Almeida.

Em 1940, teve o samba-jongo "Negro Está Sambando" (Hervé Cordovil e Humberto Porto), gravado por Dalva de Oliveira e Dupla Preto e Branco. Transferiu-se para a Rádio Tupi de São Paulo. 

O cantor Ronnie Cord e seu pai Hervé Cordovil
Em 1941, casou-se com Daicy Portugal Cordovil com quem teve quatro filhos, um deles o cantor e compositor Ronnie Cord, figura importante do movimento pop brasileiro que se estruturou em torno da Jovem Guarda, a partir de 1965. Outra filha sua, Maria Regina teve curta carreira artística no começo dos anos 60 quando gravou diversos discos.

Em 1944, o samba "Veja Você" (Hervé Cordovil e Valdomiro Pereira), foi lançado pelo Conjunto Tocantins.

Em 1945, foi convidado a trabalhar na Rádio Record de São Paulo  onde permaneceu por 26 anos, aposentando-se em 1971. Ainda em 1945, teve o samba "Nêgo" incluído no filme "Caídos do Céu" em gravação de Isaura Garcia. Nesse mesmo ano, os sambas "Mulher de Malandro" e "Quando Morre Um Sambista" foram gravados por Isaura Garcia.

Em 1946, o choro "Gavião Chô Chô" foi lançado por Isaura Garcia.

Em 1948, o grupo vocal Vagalumes do Luar gravou a marcha "A Galinha do Vizinho" (Hervé Cordovil e Armando Rosas). O maxixe "Louco Por Tuba" (Hervé CordovilArrelia e Ivando Luiz), foi gravado pelo palhaço de crico Arrelia. Nesse ano, a marcha "Você Quer Casar Comigo?" (Hervé Cordovil e David Nasser), foi incluída no filme "Poeira de Estrelas" na interpretação de Emilinha Borba.

Em 1949, o balanceio "Cabeça Inchada", sobre motivos mineiros, foi incluído no filme "Uma Aventura no Rio" na interpretação de Carmélia Alves, que com ele alcançou grande sucesso, sendo ainda gravado por Sólon Salles, Adelaide Chiozzo, Eliana, Francisco Canaro, Abel Ferreira e Seu Conjunto e Sylvio Mazzucca. Ainda nesse ano, os cantores  Ivon CuriCarmélia Alves lançaram em dueto o baião "Me Leva" (Hervé Cordovil e Rochinha).

Em 1950, obteve grande sucesso com a composição "Sabiá Lá Na Gaiola" (Hervé Cordovil e Mário Vieira), lançada por Carmélia Alves e incluída no filme "Aí Vem o Baião". Nesse ano, o baião "Pé de Manacá" composto anos antes foi lançado por Isaura Garcia, em dueto com ele mesmo, tendo conhecido ainda gravações dele próprio, Carmélia Alves, MarleneIvon Curi, Muraro e Portinho e Sua Orquestra. O samba "Tem Pena de Mim" foi gravado por Aracy de Almeida recebendo ainda registros de Sólon Salles, Carmélia Alves, André Penazzi, Norma Avian, Sambistas do Asfalto e Simonetti e Sua Orquestra.

Em 1951, o baião "A Saudade é de Matá (Adeus Pernambuco)" (Hervé Cordovil e Manezinho Araújo), foi gravada em dueto por Carmélia Alves e Jimmy Lester, recebendo ainda registro de Luiz Gonzaga. Neste mesmo ano, teve gravadas por Carmélia Alves os baiões "Adeus, Adeus Morena" (Hervé Cordovil e Manezinho Araújo), e "Baião Vai, Baião Vem". Teve ainda o samba-canção "Chuva" gravado por Isaura Garcia. Esta composição foi também registrada por André PenazziCarmélia Alves, Hebe Camargo, Agnaldo Rayol e Johnny Alf. Teve três composições incluídas em filmes: a toada-baião "Esta Noite Serenou", no filme "Meu Destino é Pecar", a toada-baião "Moreninha Moreninha", e a polca "Tô Sobrando", ambas em parceria com Luiz Gonzaga, incluídas no filme "O Comprador de Fazendas", as duas últimas na interpretação de Luiz Gonzaga, então no auge do sucesso. Ainda em 1951, gravou seu baião "Sei Lá", em dueto com Carmélia Alves em disco lançado pela gravadora Continental.

Em 1952, fez grande sucesso com "Baião da Garoa" (Hervé Cordovil e Luiz Gonzaga), que o lançou, tendo sido ainda regravado por Carmélia Alves, Guio de Morais e Seus Parentes, Sérgio Reis e Dominguinhos. Nesse ano, gravou em dueto com Isaura Garcia "Baião da Solidão" (Hervé Cordovil e Marisa Pinto Coelho). Teve ainda o baião "Xaxado" (Hervé Cordovil e Luiz Gonzaga), interpretado pelo grupo vocal Quatro Ases e Um Coringa no filme "Simão, o Caolho". Outro sucesso desse ano, foi o samba-canção "Jangada" que recebeu gravações de Jimmy Lester, Esterzinha de Souza, Sílvio Caldas, Leny Eversong e José Tobias.

Hervé Cordovil (Óculos), Carmélia Alves, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira
Em 1953, obteve novo grande sucesso em composição feita em parceria com Luiz Gonzaga, o xote-baião "A Vida Viajante", que foi gravado por Luiz Gonzaga e recebeu regravações, entre outros, de GonzaguinhaMarinês, Pena Branca & Xavantinho, Trio Nordestino e Chico Buarque. Nesse ano, outras de suas composições receberam mais de uma gravação, como foi o caso do samba-canção "De Tanto Acreditar" (Hervé Cordovil e René Cordovil), lançado por Dircinha Batista, José Tobias e Morgana, o samba "E Ela Não Vem" (Hervé Cordovil e Vicente Leporace), que foi gravado por Titulares do RitmoLeny Eversong e Carmélia Alves, e o samba-canção "Falaram de Você" (Hervé Cordovil e René Cordovil), registrado por Almir Ribeiro e por Isaura Garcia. Ainda em 1953, fez os arranjos para o motivo popular "Mulher Rendeira" gravado pelo Trio Marabá e que fez parte da trilha sonora do filme "O Cangaceiro", de Lima Barreto, o primeiro filme brasileiro a obter sucesso no estrangeiro, sendo interpretado por Homero Marques, Zé do Norte e Demônios da Garoa.

Em 1954, teve duas composições interpretadas por Carmélia Alves em dois filmes diferentes: o baião "O Miguel é o Maior" (Hervé Cordovil, Pascoal José e Marcílio), no filme "Carnaval em Caxias", e a marcha "Disco Voador", do filme "Carnaval Em Lá Maior".

Em 1956, gravou, em dueto com Carmélia Alves, os sambas "Nego Difíci", e "Nego Tabuleta", ambas parcerias com Osvaldo Molles.

Em 1959, gravou, pela Copacabana a "Polca do Fritz" e o choro "Não Tem Choro", ambos de sua autoria.

Em  1961, fez sucesso nacional com a marcha "Carta a Papai Noel", gravada por sua filha Maria Regina, então uma criança de 5 anos de idade.

Em 1964 compôs músicas  no estilo Jovem Guarda entre as quais "Rua Augusta", "Boliche Legal" e a versão da música "Itsy Bitsy Teenie Weenie Yellow Polka Dot Bikini" (Biquini de Bolinha Amarelinha). De sua produção, algumas composições foram feitas em parceria com seus filhos Ronnie Cord e René Cordovil.

Em 1966, compôs "Canto ao Brasil", peça sinfônica orquestrada por Gabriel Migliori e executada pela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo.

Em 1977, participou do show comemorativo "30 Anos de Baião", realizado no Teatro Municipal de São Paulo, ocasião na qual também se apresentaram Luiz GonzagaCarmélia Alves e Humberto Teixeira.

Em 1997, foi publicado o livro "Hervé Cordovil - Um Gênio da Música Popular Brasileira" de autoria de Maria do Carmo Tafuri Paniago.

Discografia

  • 1959 - Polca do Fritz / Não Tem Choro (Copacabana, 78)
  • 1956 - Nego Difíci / Nego Tabuleta (Continental, 78)
  • 1951 - Sei Lá (Continental, 78)
  • 1950 - Pé de Manacá (RCA Victor, 78)

Indicação: Miguel Sampaio

Furinha

DEMERVAL FONSECA NETO
Dentista, Instrumentista e Compositor

☼ Rio de Janeiro, RJ (09/06/1903)
┼ Circa Anos 70

Demerval Fonseca Neto, conhecido por Furinha, foi um instrumentista e compositor. Nasceu no Rio de Janeiro, RJ, no bairro do Catumbi, em 09/6/1903, e faleceu provavelmente nos anos 70.

Toda a família tocava de ouvido e, por volta de 1920, começou a tocar cavaquinho e, logo depois, bandurra (espécie de bandolim). Começou a compor ao iniciar seu trabalho em orquestra.

Em 1926 participou da Orquestra Raul Lipoff, tocando banjo, e com ela apresentava-se em festas e bailes.

Em 1927 lançou pela Odeon o choro "Tudo Teu", sua primeira composição gravada.

Em 1929 obteve sucesso com a gravação do choro "Verinha", pelo trompetista Djalma Guimarães, na Odeon.

Em 1930, Francisco Alves gravou, na Odeon, sua composição "Tristeza Havaiana" (Furinha e Lamartine Babo), com acompanhamento da Orquestra Pan-American, no qual faz um solo de guitarra havaiana.

Em 1931 passou a integrar a Orquestra de Simon Bountman, no Cassino do Copacabana Palace Hotel, na qual atuou até 1935, passando a exercer a partir de então sua profissão de dentista.

Furinha teve várias outras composições gravadas, entre as quais "Distância Infinita", pelo cantor Paulo Tapajós, e "Onde Estás", por gravada por Vero, pseudônimo do pianista Radamés Gnattali.

Gaúcho

FRANCISCO DE PAULA BRANDÃO RANGEL
(58 anos)
Cantor, Compositor e Violonista

☼ Cruz Alta, RS (29/06/1911)
┼ Rio de Janeiro, RJ (31/03/1970)

Francisco de Paula Brandão Rangel, mais conhecido por seu nome artístico de Gaúcho, foi um cantor e compositor brasileiro. Formou com Joel de Almeida a dupla Joel & Gaúcho, uma das mais bem-sucedidas da Música Popular Brasileira, especialmente na década de 1940. Como compositor, foi também um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM).

Joel de Almeida e Francisco de Paula Brandão Rangel, o Gaúcho conheceram-se no Rio de Janeiro em 1930 quando Joel de Almeida tinha 17 anos e Gaúcho 19 anos, em encontro promovido por amigos em uma noitada de samba na Tijuca, bairro da zona norte do Rio de Janeiro. Começaram então a cantar juntos, com Joel de Almeida batendo no chapéu de palha e Gaúcho tocando violão.

Francisco Rangel, o Gaúcho, chegou ao Rio de Janeiro como soldado das tropas de Getúlio Vargas que derrubaram o então presidente Washington Luís. A partir desse encontro, passaram a atuar em festinhas e serenatas. No mesmo ano, estrearam na Rádio Phillips no Rio de Janeiro através de Renato Murce no programa "Hora do Outro Mundo".

Contratados pela Rádio Philips, passaram a se apresentar também no "Programa Casé" e foram apelidados de Irmãos Gêmeos da Voz por Alziro Zarur.

Em 1935, a dupla obteve seu primeiro destaque em disco com o samba "Estão Batendo" (Gadé e Valfrido Silva), gravado pela Columbia. No lado B, o disco trazia o samba "O Chapéu é Quem Diz" (Gaúcho e Joel de Almeida), cuja gravação contou com o acompanhamento de Pixinguinha e sua orquestra.

Joel e Gaúcho
Em 1936, já pela RCA Victor, lançaram a marcha "Pierrô Apaixonado" (Heitor dos Prazeres e Noel Rosa), grande sucesso no Carnaval que marcou o início de uma série de êxitos no gênero. Eles a cantaram no filme "Alô, Alô, Carnaval" e passaram a se apresentar nos Cassinos da Urca e Atlântico e no Copacabana Palace Hotel. Ainda em 1936, gravou com Joel de Almeida o samba "Ai Se Tu Soubesses" (Gaúcho e Joel de Almeida). Lançaram os sambas "Não Precisa Pagar (Miguel Bauso, J. Fernandes e Buci Moreira), e "Pequena Futurista" (Francisco Matoso). Gravaram a marcha "Palhaço Não Chora" (Homero Ferreira, Kid Pepe e J. Piedade), os sambas "Mangueira" (Kid Pepe e Alcebíades Barcelos) e  "Nosso Amor Morreu" (Carolina Cardoso de Menezes).

Em 1937 gravaram os sambas "Parece Mandinga" (Constantino Silva e Nelson R. da Silva) e "Você Não Tem Razão" (Pedro Caetano). No mesmo ano gravaram a marcha "Jóia do Brasil" (Fernando de Castro Barbosa).

Em 1938 lançaram a marcha "Você Perdeu" (Benedito Lacerda e Darci de Oliveira) e o samba "Com as Mãos Nas Cadeiras" (Benedito Lacerda e Gastão Viana).

Em 1940 gravaram a batucada "Cai, Cai" (Roberto Martins), que se tornou um grande sucesso no Carnaval daquele ano, além da marcha, "Todo Barulho é Pouco" (Roberto Martins e Nássara).

Em 1941 gravaram a valsa "Sempre o Mesmo Velho Rio..." (João de Barro e Alberto Ribeiro), o samba "O Morro Começa Aí" (Custódio Mesquita e Heber de Bôscoli), e a marcha "Vamos Comadre" (Joel de Almeida e Pedro Caetano).

Em 1942 entre outras composições, gravaram os frevos "Dança do Carrapicho" e "O Passo do Caroá", ambos de Nelson Ferreira e Sebastião Lopes.

Em 1943 gravaram de Nássara e E. Frazão, as marchas "O Danúbio Azulou" e "Sai, Quinta Coluna", que referenciava a situação política nacional e internacional naqueles tempos de guerra mundial. De Joel de Almeida e Pedro Caetano, gravaram o maxixe "Quem Foi Que Disse?" e a valsa "Aceite o Convite". No mesmo ano, lançaram o sucesso "Aurora" (Roberto Roberti e Mário Lago), que depois chegou a ser lançado internacionalmente com as Andrew Sisters, gravado na Continental.

Joel e Gaúcho
Em 1944 gravaram a marcha "Quero Respeito" (Arno Canegal, Janet de Almeida e Ari Monteiro) e o samba "Guiomar" (Haroldo Lobo e Wilson Batista).

Em 1946 lançaram para o Carnaval a marcha "Mulata (Rainha do Meu Carnaval)" (Pereira Matos e Felisberto Martins). No mesmo período, gravaram com as Seis Pequenas do Barulho, a marcha "Alá! Alá!" (Pedro Caetano e Claudionor Cruz).

Em 1947 gravaram o boogie-woogie "Boogie-Woogie do Rato" (Denis Brean), um de seus mais expressivos lançamentos, e a batucada "Onde Há Fumaça Há Fogo". Nesse mesmo ano realizaram excursão à Argentina, apresentando na Rádio El Mundo e na Boate Embassy, na capital argentina. Nessa mesma ocasião, a dupla se desfez, com Joel de Almeida permanecendo em Buenos Aires como cantor e com Gaúcho retornando ao Brasil.

No início dos anos 1950 Joel de Almeida retornou ao Brasil e a dupla se refez realizando mais algumas gravações.

Em 1951 gravaram as marchas "Ai Amor" (Freire Jr.) e "Madame Butterfly" (Antônio Almeida).

Em 1952 gravaram a marcha "Saudades da Aurora" (Antônio Almeida, Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr.). Nesse mesmo ano, Gaúcho resolveu abandonar o rádio, indo morar em Itacuruçá, praia no Rio de Janeiro, e a dupla se desfez definitivamente. Todavia, continuou atuando como compositor, tendo músicas gravadas por Léo RomanoDircinha Batista e pela dupla de palhaços Arrelia e Pimentinha.

Em 1957, seu choro "Chorinho Diferente" foi gravado por Sivuca e Seu Conjunto pela Copacabana.

Joel e Gaúcho
Em 1958, o samba "Três Beijos" (Gaúcho, Antônio Bruno e José Saccomani) foi gravado na RCA Victor pelo Trio Nagô, e o samba "Copo Simbólico" (GaúchoAntônio Bruno e José Saccomani), foi registrado pelo cantor Mário Martins pela gravadora Odeon. Fez com Arrelia e Morais, o samba "O Que é o Que é" gravado pelo palhaço de circo Arrelia em disco Copacabana.

Em 1959, teve o samba "Olha Nos Meus Olhos" gravado por Léo Romano na Odeon.

Em 1960, teve o samba "Preciso Amar" gravado por Léo Romano na Odeon, além de duas marchas lançadas na gravadora Copacabana, "Mustafá" (GaúchoArrelia e Léo Romano), na voz da dupla de palhaços de circo Arrelia e Pimentinha, e "Lá Em Casa Todo Mundo... Ó!", na voz do cantor Homem de Melo.

Em 1961, o samba "Ouça, Meu Amigo" (Gaúcho, João Saccomani e Jota Pacheco), foi gravado por Léo Romano na Mocambo.

Em 1962, a dupla tornou a se reunir e gravou pela RCA Victor o LP "Joel & Gaúcho" registrando os seus grandes sucessos, disco comemorativo aos trinta anos de formação da dupla.

Em 1963, a marcha "Trovador de Toledo" (Gaúcho, J. Nunes e José Saccomani),  foi gravada por Dircinha Batista, e a marcha "Galo de Ouro" (Gaúcho, Emílio SaccomaniArrelia), homenagem ao pugilista Éder Jofre, então campeão mundial de pesos pena, foi gravada pela dupla de palhaços de circo Arrelia e Pimentinha.

Em 1971 foi lançado pela RCA Victor o LP "Joel e Gaúcho - Os Irmãos Gêmeos da Voz", com destaque para "O Chapéu é Quem Diz" (Joel de Almeida e Gaúcho), "Canção Pra Inglês Ver" (Lamartine Babo), "Aurora" (Roberto Roberti e Mário Lago), e "Cai, Cai" (Roberto Martins). 

Embora sua carreira tenha ficado marcada pela dupla que fez com Joel, também incursionou pela carreira de compositor tendo inclusive sido um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM).

Fonte: Wikipédia, Dicionário Cravo Albin da MPB e Collector's
Indicação: Miguel Sampaio

Pedro Camargo

PEDRO GERALDO CAMARGO ROCHA
(74 anos)
Letrista, Publicitário, Tarólogo, Professor, Pianista, Ator e Cineasta

☼ São Paulo, SP (08/04/1941)
┼ Rio de Janeiro, RJ (24/06/2015)

Pedro Camargo foi um letrista, publicitário, tarólogo, professor, pianista, ator e cineasta. Nascido em São Paulo, em 08/04/1941, Pedro Geraldo Camargo Rocha foi para o Rio de Janeiro aos três anos. Era filho único do segundo casamento da mãe, mas teve cinco irmãos de um casamento anterior. O primeiro contato com a arte veio através da música, nas aulas de piano que a mãe insistia que fizesse. Aos 7 anos, foi apresentado ao cinema por uma amiga vizinha que trouxe uma câmera de 8 milímetros, ancestral da Super 8, e um projetor dos Estados Unidos.

Entre 1949 e 1952, estudou piano com Vera Bertucci, Nise Obino e Lúcia Branco.

Em 1959, compôs a trilha sonora para a peça "O Sol Gira Em Torno da Terra", de Andrej Widrzinski, com direção de Francisco Fernandes, encenada no Teatro do Pen Clube do Brasil, no Rio de Janeiro.

No início dos anos 60, mudou-se para Bauru, São Paulo, onde uma das irmãs morava. Estagiou na TV Bauru onde teve contato com Walter Avancini, Antonino Seabra, David Grinberg.

Em 1960, frequentou os seminários de dramaturgia do Teatro de Arena. Por essa época, integrou o elenco do Teatro Jovem no Rio de Janeiro.

No ano de 1961, escreveu, dirigiu e compôs as músicas da tele-peça "Para Viver Amanhã", apresentada no programa "Teledrama Continental", da TV Continental, canal 9 do Rio de Janeiro.

Em 1963, compôs o tema musical do programa de televisão "O Show é o Rio", escrito por Oduvaldo Vianna Filho, Dias Gomes, Armando Costa e Antônio Carlos Fontoura, com direção de Flávio Rangel, na TV Excelsior, canal 7 do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano de 1963, compôs o tema musical do programa infantil "Brincando de Show", na TV Excelsior, canal 7.


Em 1964, teve a sua primeira música gravada "Sozinha de Você", em parceria com Durval Ferreira, interpretada por Tita. Nessa época, compôs com vários parceiros, entre eles, Durval Ferreira, Eumir Deodato, José Ari e Ugo Marota, diversos jingles para a agência de publicidade Tempo Produções Artísticas e seus clientes Coca-Cola, Manchete, Fatos & Fotos e Ponto Frio.

Em 1965, foi lançada a primeira gravação de "Chuva" (Pedro CamargoDurval Ferreira), no disco "Os Gatos", com arranjos de Eumir Deodato e solo de Maurício Einhorn. Neste mesmo ano, a música foi vertida para o inglês por Ray Gilbert com o nome "The Day It Rained". Mais tarde, a canção seria regravada por vários artistas, entre eles, Sylvia Telles, Wilson Simonal, Zimbo Trio, Samba Trio, Claudette Soares, Manfredo Fest Trio, Mitchel & Ruff, Dick Farney, Baden Powell, Maurício Einhorn, Maestro Gaya, Milt Jackson, Sarah Vaughn e Emílio Santiago.

No ano de 1966, compôs com Durval Ferreira a canção infantil "ABC" para o filme "Adorável Trapalhão", de J. B. Tanko, com Renato Aragão. Também em 1966 passou a integrar o quadro da American Society Of Composers And Publishers (ASCAP).

Em 1967, Roberto Carlos interpretou "É Tempo de Amar" (Pedro Camargo e José Ari) no disco "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura". A música ainda ganhou uma versão para o italiano, "Tempo Di Sapere Amore", incluída no Lado B do compacto simples do "Festival de San Remo", vencido por Roberto Carlos com "Canzone Per Te".

No ano de 1968, Elizeth Cardoso no LP "Momentos de Amor", interpretou de sua autoria "Chuva".

Em 1969, sua composição "Chuva" foi tema do filme "Os Paqueras", de Reginaldo Farias.

Em 1976, entrou em contato com o tarô pelo livro "Um Novo Modelo do Universo", do filósofo russo P. D. Ouspensky.

No ano de 1979, escreveu, dirigiu e compôs a música para o curta-metragem "Celacanto Provoca Lerfá-um!", premiado no Festival de Brasília e no Festival de Penedo. Neste mesmo ano, compôs o tema musical "Circo", para seu filme "Amor e Traição", ou "A Pele do Bicho".

Em 1981, seu longa-metragem "Amor e Traição" representou oficialmente o Brasil na XVII Mostra Internacionale del Nuovo Cinema di Pesaro, na Itália. Mais tarde, o filme participou de 14 mostras internacionais.


Entre seus vários intérpretes estão Tito Madi e Dóris Monteiro, em "Verdade em Paz" (Pedro Camargo e Durval Ferreira); Os Gatos, em "O Show é o Rio", "Novo Sol", "Porque Somos Iguais" e "Verdade em Paz", todas em parceria com Durval Ferreira; Emílio Santiago, em "Porque Somos Iguais"; Capitão Aza e Martinha, em "ABC" (Pedro Camargo e Durval Ferreira); Rosana Toledo e Eumir Deodato, em "Encanto Triste" (Pedro Camargo e Durval Ferreira); Os Cariocas, em "Razão de Voltar" (Pedro Camargo e José Ari) e vários conjuntos da Jovem Guarda, inclusive Lafayette e Seu Conjunto, em "Tempo de Amar" (Pedro Camargo e José Ari).

Como publicitário, integrou os quadros das agências Organização Brasileira de Rádio (OBRA), Denison Propaganda e McCann-Erickson Publicidade, trabalhando como redator, diretor de comerciais e compositor de jingles.

Dirigiu cinco filmes de longa-metragem, entre eles "Amor e Traição" e alguns curtas-metragens, tendo sido contemplado com prêmios e menções honrosas no Brasil e no exterior.

Ministrou cursos de iniciação de cinema e foi o criador da primeira oficina de formação de atores para o cinema no Brasil.

Em 1983 começou a praticar o Tarô.

Em 1986, Pedro Camargo começou a dar aulas na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Ele inicialmente substituiu o cineasta Sílvio Tendler na disciplina "Cinedocumentário". Depois, foi convidado pelo Departamento de Comunicação da universidade para assumir a cadeira "Introdução ao Cinema" que lecionou até 2011.

Lecionou também "Interpretação Para Cinema", no Curso de Formação de Atores da Faculdade da Cidade.

Também atuou como professor de Análise de Filmes e Prática Cinematográfica no Curso de Graduação em Cinema da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro.

Em 1991, foi editor da versão brasileira da revista espanhol "Año Zero" por um ano. Frequentou encontros da Organização Nova Consciência, em Campina Grande, PB, entre outros eventos para debater a prática, como o Fórum Nacional do Tarô.

Em 1992 Pedro Camargo publicou, pela Editora Nova Era, "Iniciação ao Tarô", também traduzido para o espanhol.

Morte

Pedro Camargo morreu na madrugada de quarta-feira, 24/06/2015, aos 74 anos, vítima de complicações de cirrose hepática, doença da qual se tratava há anos. O velório ocorrerá a partir das 14:00 hs de quinta-feita, 25/06/2015, e a cremação às 18:00 hs, no Memorial do Carmo.

Indicação: Miguel Sampaio

Cristiano Araújo

CRISTIANO MELO ARAÚJO
(29 anos)
Cantor, Compositor e Instrumentista

☼ Goiânia, GO (24/01/1986)
┼ Goiânia, GO (24/06/2015)


Cristiano Melo Araújo foi um cantor, instrumentista e compositor brasileiro de música sertaneja. O cantor ficou famoso pela sua voz, com timbre forte, e por alguns singles que estouraram nas rádios como "Efeitos" (2011), "Mente Pra Mim" (2012), "Maus Bocados" (2013) e "É Com Ela Que Eu Estou" (2014).

1989 - 2009: Infância e Adolescência

Natural da cidade de Goiás, GO, Cristiano Melo de Araújo teve desde criança a influência da música sertaneja. Cantor por natureza, pois a música estava no sangue, vindo de família, desde seus bisavós, avós, pais e tios que sempre estiveram no meio da música, uma tradição que já dura quatro gerações.

Logo aos 3 anos, já mostrava o dom que fez com que seu pai percebesse que Cristiano Araújo teria um futuro artístico, pois mesmo sem falar direito, já era afinado, e conseguia cantar no compasso da melodia.

Era irmão de Ana Cristina Melo Araújo e Felipe Araújo. Era pai de João Gabriel e Bernardo.

Aos 6 anos de idade, ganhou dos seus pais, João Reis Araújo e Zenaide Melo, seu primeiro violão, no qual fez seus primeiros acordes, e aos nove anos, começou a fazer apresentações em público, participando de festivais, se apresentado em festas e comemorações.

Começou a compor muito cedo, e aos dez anos fez sua primeira composição, daí em diante, foi-se aperfeiçoando a cada dia escrevendo músicas, e assim passou a ser procurado por artistas interessados em suas composições.

Aos 13 anos, gravou seu primeiro CD com 5 músicas para participar do Festival do Faustão, onde ficou entre os seis melhores da região centro oeste, ganhando o direito de gravar uma faixa no CD "Jovens Talentos". Isso tudo fez com que as portas se abrissem para uma carreira promissora, fazendo shows em campanhas políticas, se apresentando em programas de televisão e participando de grandes eventos.

Continuou com sua carreira solo até os 17 anos, quando resolveu cantar em duplas, nesse período, que durou aproximadamente seis anos, gravou alguns trabalhos em vídeos e CDs, não conseguindo o êxito esperado, mas amadurecendo como artista a cada dia.

2010 - Presente: Consagração Nacional

Em 2010, resolveu seguir novamente carreira solo com um projeto mais ousado e diversificado, preparando a gravação de um CD e DVD com participações de grandes artistas de renome nacional.

Em janeiro de 2011, o projeto foi concretizado, intitulado "Efeitos", com participações de grandes cantores, como Jorge, da dupla Jorge & Mateus, Gusttavo Lima e Humberto & Ronaldo, dentre outros.

A partir daí, as coisas começaram a acontecer, com a explosão da música "Efeitos", de sua autoria, gravada com o amigo e companheiro de longa data Jorge, e já na primeira semana de divulgação na internet, as visualizações foram incontáveis, totalizando em pouco tempo, mais de 5 milhões de acesso, nos vários vídeos postados. Com isso, a procura de contratantes pelo Brasil aumentou, proporcionando a média de mais de 20 shows por mês em todo território nacional.

Agora, o mais novo fruto desse trabalho, foi a participação de Cristiano Araújo no programa "Domingão do Faustão", no qual foi premiado por votação direta do público e garantiu a sua participação em um dos maiores festivais sertanejos do Brasil, o Sertanejo Pop Festival 2012 realizado em São Paulo.

Em 2012, lançou seu segundo álbum ao vivo, intitulado "Ao Vivo em Goiânia", com participações de Bruno & Marrone, Fernando & Sorocaba, Israel & Rodolffo, seu pai João Reis, entre outros.

Em 02/08/2012, foi preso por excesso de barulho em festa em um condomínio horizontal de luxo na região sul de Goiânia. A polícia foi acionada às 4:30 hs da manhã devido ao som alto em uma festa em sua casa. Permaneceu por mais de sete horas na delegacia e foi solto mediante fiança. No momento da prisão, seu filho, na época com 4 anos, estava presente.

Em 2013, Cristiano Araújo, lançou o CD "Continua", com 20 novas músicas entre elas: "Maus Bocados", "Caso Indefinido", "Continua", dentre outras, e começou a fazer o Tour Continua pelo Brasil

Morte

Cristiano Araújo morreu na quarta-feira, 24/06/2015, vítima de um grave acidente automobilístico. Ele voltava de um show em Itumbiara, a 200 km de Goiânia, por volta das 3:00 hs, quando o veículo em que ele estava, um Range Rover, capotou, na BR-153, entre as cidades de Goiatuba e Morrinhos, em Goiás. A namorada do cantor, Allana Coelho Pinto de Moraes, de 19 anos, não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.

Já o sertanejo foi socorrido em estado grave e levado ao Hospital Municipal de Morrinhos, onde recebeu os primeiros atendimentos. Em seguida, foi transferido em uma Unidade de Terapia Intensiva Móvel para o Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO).

Ao dar entrada no Hospital de Urgências de Goiânia, foi confirmado o falecimento do cantor Cristiano Araújo. Os bombeiros fizeram atendimento emergencial e o transporte de Goiatuba para Goiânia, porém Cristiano Araújo não resistiu.

Além do sertanejo e da namorada, outras duas pessoas seguiam no veículo, o segurança Ronaldo Ribeiro, que dirigia o veículo, e o empresário Victor Leonardo, que tiveram ferimentos leves e passam bem.

Cristiano Araújo e a namorada Allana Moraes
O corpo de Allana Moraes foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Morrinhos.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que as causas do acidente ainda são apuradas. "Fizemos um levantamento no veículo, que é do ano de 2015, e ele estava em perfeitas condições. A suspeita inicial é que o motorista tenha dormido ao volante, mas tudo isso ainda é devidamente apurado", afirmou o inspetor Newton Moraes.

Segundo o empresário, o cantor costumava viajar com um motorista particular para que "pudesse dormir após o show" e não precisasse dirigir. Ele ressaltou, ainda, que o condutor "é experiente e acostumado a guiar de madrugada".

O próximo show de Cristiano Araújo estava marcado para acontecer na noite de quarta-feira, 24/06/2015, em Caruaru, PE.

O velório de Cristiano Araújo ocorrerá por volta das 16:00 hs de quarta-feira, 24/06/2015, no palácio da música do Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia. A cerimônia será aberta ao público, segundo informação da assessoria de imprensa da instituição. A princípio, a cerimônia iria acontecer no Ginásio Internacional Goiânia Arena, mas foi transferida por causa de reformas que acontecem no local, segundo a assessoria do cantor.

O sepultamento de Cristiano Araújo ocorrerá na quinta-feira, 25/06/2015, às 11:00 hs no Cemitério Parque Jardim das Palmeiras, na Rua Armogaste José Silveira, 100 - Setor Centro Oeste, Goiânia, GO.

Discografia

Em Estúdio
  • 2013 - Continua

Ao Vivo
  • 2011 - Efeitos Tour 2011
  • 2012 - Ao Vivo em Goiânia
  • 2014 - In The Cities - Ao Vivo em Cuiabá

DVDs
  • 2011 - Efeitos Tour 2011
  • 2012 - Ao Vivo em Goiânia
  • 2014 - In The Cities - Ao Vivo em Cuiabá

Turnês
  • 2011 - 2012 - Efeitos Tour
  • 2013 - Maus Bocados Tour

Singles
  • 2011 - Efeitos
  • 2012 - Me Apego
  • 2012 - Você Mudou
  • 2012 - Bara Bara
  • 2012 - Mente Pra Mim
  • 2013 - Caso Indefinido
  • 2013 - Maus Bocados
  • 2014 - Faz a Felicidade Voltar! (Será)
  • 2014 - Cê Que Sabe
  • 2014 - É Com Ela Que Eu Estou
  • 2015 - Hoje Eu Tô Terrível

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #CristianoAraujo